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ANÁLISE DOS CONTEÚDOS APRESENTADOS NO QUADRO SAÚDE NA MESA
EXIBIDO PELO PROGRAMA DOMINGO ESPETACULAR SOB A PERSPECTIVA
DA TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
ANALYSIS OF THE CONTENTS PRESENTED IN THE SECTION HEALTH IN THE
TABLE SHOWN BY THE PROGRAM SPECTACULAR SUNDAY UNDER THE
PERSPECTIVE OF THE NUTRICIONAL TRANSISTION
KÁTIA KELLE GONÇALVES DA SILVA
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG
E-mail: [email protected]
LUANA DE OLIVEIRA ALVES
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG
E-mail: [email protected]
ORCIONE APARECIDA VIEIRA PEREIRA
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG
E-mail: [email protected]
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo analisar os conteúdos apresentados no quadro Saúde na
Mesa do programa Domingo Espetacular exibido pela rede Record sobre alimentação e
nutrição sob a perspectiva da transição nutricional. Trata-se de uma pesquisa descritiva, a qual
foi composta por nove reportagens apresentadas no referido quadro, no período de julho a
agosto de 2009. Para a realização desta pesquisa foi elaborado um formulário que serviu de
instrumento para a coleta dos dados através das informações que foram transmitidas. Entre os
alimentos apresentados nas reportagens do referido quadro, os alimentos construtores se
destacaram ao representarem aproximadamente 57%, ou seja, a maior porcentagem de
abordagem nas reportagens utilizadas nesta pesquisa e, em média, o tempo de participação
dos profissionais nutricionistas foi maior em relação ao tempo dos demais participantes,
representando, portanto, em média um minuto e 50 segundos. Durante a participação dos
profissionais nutricionistas foram ressaltadas questões referentes à forma de utilização dos
alimentos e cuidados a serem tomados ao consumir determinados alimentos.
Palavras-chave: educação nutricional, hábitos alimentares, mídia, transição nutricional.
ABSTRACT
The present study had as main objective to analyze the contents of the section Health in the
Table, presented by the Record Net on its TV Show Spetacular Sunday, about feeding and
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NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 4, n. 6, p. 518-537, fev./jul. 2010.
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nutrition under the perspective of the nutricional transistion. One is about a descriptive
research, wich was composed for nine news articles presented in the related section, in the
period of July to August of 2009. To the accomplishment of this research a form was
elaborated, that served of instrument for the data collection through the information that had
been transmitted. Between the foods presented in the related section news articles, the builder
foods had detached in represent about 57%, that is greater percentage of boarding in the news
articles used in this research, and the participation time average of the professional
nutritionists was bigger in relation to the other participants, representing therefore 1 minute
and 50 seconds average. During the professional nutritionists participation, had been saliented
referring questions to the manner of using foods and some cautions to be taken when
consuming determined foods.
Key words: nutricional education, alimentary habits, media, nutricional transistion.
INTRODUÇÃO
Durante as últimas décadas ocorreram algumas modificações nos padrões alimentares
dos brasileiros associadas a outros fatores, as quais determinaram o processo de transição
nutricional. Este processo é caracterizado pela diminuição do consumo de alimentos
tradicionais como cereais, raízes e tubérculos com consequente aumento do consumo de
alimentos ricos em gorduras e açúcares o que associado à inatividade física demonstra um
grande risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (MARINHO;
HAMANN; LIMA, 2008).
Com o processo de transição nutricional pôde-se observar o aumento da obesidade e a
redução da prevalência da desnutrição. Porém, percebe-se que em uma mesma residência
pode haver presença de carências nutricionais e obesidade. Além dessa modificação na dieta
brasileira, ocorreram algumas mudanças no estilo de vida da população provocadas pela
urbanização e modernização que foram resultantes de alterações demográficas, sociais e
econômicas (LIMA, 2009).
Em decorrência da urbanização e da modernização a população vem se ocupando com
profissões e atividades de lazer que requerem pouco esforço físico como brincar com jogos
eletrônicos ou no computador, assistir televisão (TV), dentre outras, o que promove pouco
gasto energético aumentando assim o processo sobrepeso/obesidade (FERREIRA et al, 2006).
O sobrepeso é um aumento particular de peso, já a obesidade é uma doença crônica
caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura, a qual promove um comprometimento da
saúde. No Brasil a obesidade é considerada a terceira doença nutricional superada somente
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pela anemia e desnutrição, tendo maior prevalência em famílias de baixa renda apesar de estar
distribuída em todas as regiões do país (TARDIDO; FALCÃO, 2006).
Neste novo estilo de vida a maioria dos alimentos produzidos apresenta novas técnicas
de preparo e conservação, diversas opções de escolha, economiza tempo de preparo e de
ingestão, podendo ser entregues ao consumidor evitando que o mesmo perca seu tempo não só
no trabalho, mas no seu cotidiano como um todo (CAVALCANTI; MELO, 2008).
Os meios de comunicação em massa (rádio, jornal, televisão, revistas e outros)
transmitem conceitos sobre a alimentação e a nutrição, podendo assim ser considerados
fatores que influenciam na mudança ou obtenção de novos hábitos alimentares, que nem
sempre são considerados corretos (CAVALCANTI; MELO, 2008). Tanto no Brasil quanto
em outros países a população mais jovem é considerada a mais susceptível a incorporar no seu
estilo de vida hábitos alimentares inadequados (TORAL; SLATER, 2007).
Tendo em vista a evidente influência que a mídia tem sobre os comportamentos
adotados por essa população moderna, o presente estudo teve como objetivo analisar os
conteúdos apresentados no quadro Saúde na Mesa do programa Domingo Espetacular exibido
pela rede Record sobre alimentação e nutrição sob a perspectiva da transição nutricional.
MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa possui caráter descritivo, na qual foi realizada uma observação
sistemática dos temas assistidos utilizando um formulário para a coleta de dados. Foi utilizada
tanto a abordagem qualitativa quanto quantitativa e, através da combinação desses tipos de
abordagens, foi possível utilizar o método de triangulação para melhorar a compreensão dos
dados (BRUGGEMANN; PARPINELLI, 2008).
Para a realização desta pesquisa foram gravadas nove (9) reportagens do quadro Saúde
na Mesa que é exibido no programa Domingo Espetacular aos domingos pela Rede Record de
televisão, no período de julho a agosto de 2009. A escolha deste programa foi devido o
mesmo apresentar em todos os domingos temas referentes à alimentação e nutrição no
referido quadro, contando com a participação do público e de profissionais nutricionistas.
O formulário utilizado para a coleta dos dados foi elaborado pelas pesquisadoras e
continha questões referentes ao tempo total de duração da reportagem, o tempo de fala tanto
da nutricionista quanto do público, a data da reportagem, o nome do alimento ou da
preparação abordada no dia de exibição, grupo da pirâmide que o alimento pertence, dúvidas
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do público, informações nutricionais, receitas e formas de utilização dos alimentos, dentre
outras.
No último domingo do mês de junho, realizou-se um pré-teste através da gravação de
uma reportagem para adequar as questões presentes no formulário. Após a gravação de todas
as reportagens, os dados foram transcritos para os formulários pelas alunas responsáveis e
foram tratados por meio da técnica de análise de conteúdo, a qual define um conteúdo
manifesto de comunicação de forma sistemática e objetiva (CAMPOS, 2004). Os resultados
referentes ao tempo de duração de cada parte das reportagens foram quantificados. Todas as
gravações foram realizadas em um aparelho de DVD da marca Panasonic.
Nesta pesquisa não foram divulgados os nomes das nutricionistas que participaram das
reportagens e nem das pessoas que fizeram parte do público. Em cada participação do
público, as pessoas foram identificadas de acordo à ordem de apresentação e pela data de sua
participação (Participante n., data do programa). Desta forma, respeitaram-se os cuidados
éticos considerados na Resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (BRASIL,
1996).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante toda a pesquisa foi contado o tempo total de duração das reportagens, onde
houve uma separação do tempo da participação da profissional nutricionista, do público, dos
jornalistas e dos intervalos (Tabela 1). Este tempo foi contado em segundos (”) para facilitar a
tabulação dos dados.
TABELA 1 – Mensuração dos tempos das reportagens apresentadas no quadro Saúde na Mesa no período de
julho a agosto de 2009.
Participantes
Nutricionista
Público
Jornalistas
Intervalos
Total
05/07
149”
61”
81”
53”
344”
12/07
52”
77”
73”
66”
268”
19/07
102”
26”
61”
33”
222”
Datas/Duração
26/07 02/08 09/08
178”
70”
51”
50”
55”
12”
94”
74”
62”
54”
68”
81”
376” 276” 206”
16/08
128”
71”
119”
39”
357”
23/08
119”
47”
124”
74”
364”
30/08
174”
33”
115”
63”
298”
Duração
média
110”
48”
90”
59”
300”
Após a tabulação dos dados, observou-se que a duração das nove reportagens foi, em
média, de 300 segundos, o que é equivalente há cinco minutos. A média de participação dos
profissionais nutricionistas foi de 110 segundos correspondentes há um minuto e 50 segundos,
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a participação dos jornalistas foi em média 90 segundos, ou seja, de um minuto e 30
segundos, e o público participou em média 48 segundos e os intervalos foram em média 59
segundos.
Na Tabela 2 encontram-se os alimentos que foram abordados no quadro Saúde na
Mesa, durante os meses de julho e agosto do ano de 2009.
TABELA 2 – Alimentos apresentados no quadro Saúde na Mesa durante os meses de julho e agosto de 2009.
Datas
Alimentos
05/07
Figo
12/07
Patês
19/07
Ameixa seca
26/07
Molhos de macarrão (bolonhesa, tomate, branco tradicional, alho e óleo, quatro
queijos e parisiense)
02/08
Torresmo
09/08
Água com sabor
16/08
Palmito
23/08
Fundi (queijo, chocolate e carne)
30/08
Vagem
Segundo Philippi et al. (1999), quando há a necessidade de se classificar as
preparações de alimentos na pirâmide alimentar, percebe-se que não é tão fácil quanto os
alimentos in natura, portanto é preciso observar os alimentos que constituem as preparações
para poder facilitar essa classificação. Nesta pesquisa, este fato foi levado em consideração,
pois algumas reportagens foram referentes a preparações compostas por mais de um tipo de
alimento.
De acordo com a classificação dos grupos de alimentos na pirâmide alimentar, pôde-se
perceber que entre os alimentos apresentados nas reportagens do quadro Saúde na Mesa, cerca
de 14,28% representavam os alimentos reguladores (Quadro 1).
Sobre estes alimentos foram mencionadas questões referentes à quantidade de calorias,
nutrientes e suas respectivas funções no organismo, receitas e formas de utilização, bem como
quais pessoas de acordo com suas patologias devem evitar o consumo exagerado de alguns
desses alimentos e outras informações.
Nesta pesquisa a água com sabor não pôde ser classificada no grupo dos doces e
açúcares na pirâmide alimentar mesmo sendo um refrigerante, pois se trata de um produto
adoçado com adoçantes artificiais, desta forma apresenta baixa caloria. E também não pôde
ser classificado como água mineral porque segundo a legislação brasileira, a matéria prima
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deste alimento sofre alteração. Diante disso, este foi o único alimento que não foi classificado
em nenhum grupo de alimentos na pirâmide alimentar.
Alimentos
Figo
Ameixa seca
Patês
Torresmo
Molho alho e óleo
Fundi de chocolate
Molho Bolonhesa
Fundi de carne
Molho branco
Molho quatro queijos
Fundi de queijo
Vagem
Palmito
Molho tomate
Grupo
Categoria
%
Frutas
Reguladores
14,28
28,57
Óleos e gorduras
Energéticos extras
Açúcares e doces
Carnes e ovos
Leite e derivados
Construtores
57,15
Legumes
QUADRO 1 – Classificação dos alimentos apresentados no quadro Saúde na Mesa do programa Domingo
Espetacular no período de julho a agosto de 2009, de acordo com a pirâmide alimentar.
As informações nutricionais transmitidas sobre os alimentos reguladores são
apresentadas na Tabela 3. A cada domingo estas informações eram transmitidas por diferentes
profissionais nutricionistas, tanto em relação aos alimentos reguladores quanto aos outros
alimentos que fizeram parte desta pesquisa.
TABELA 3 – Informações nutricionais dos alimentos reguladores apresentados no quadro Saúde na Mesa do
Programa Domingo Espetacular da rede Record em julho e agosto, 2009.
Alimentos
Informações nutricionais
Figo
Apresenta boa quantidade de fibras, é rico em cálcio e potássio.
Cerca de 100g deste alimento fresco apresenta 42kcal, já o figo
seco é mais calórico podendo fornecer de 180 a 233kcal,
dependo da quantidade de açúcar presente no alimento.
Ameixa seca
Érica em fibras, em vitamina A e C e rico também em vitaminas
do complexo B. Cerca de 100g de ameixa seca apresenta cerca
de 170kcal.
Na reportagem referente ao figo, a nutricionista afirmou que o cálcio e o potássio
presentes neste alimento são minerais importantes para a formação de dentes e ossos, evitam a
fadiga mental e ajudam na transmissão normal dos impulsos nervosos. Ainda, recomendou
que as pessoas optassem por consumi-lo in natura, apesar de o figo poder ser consumido sob
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diferentes formas, sendo elas figo seco, em compota e em saladas, e também ressaltou que no
momento da compra deste alimento é preciso observar se a casca está firme e caso apresente
aberturas significa que a fruta já está madura.
Através da participação do público nesta reportagem, percebeu-se que esta fruta é bem
apreciada por essas pessoas, destacando-se, portanto os seguintes relatos:
“Adoro figo, aliás, a família toda, meus filhos também” (Participante 1, 05/07).
“Gosto, eu adoro figo, é muito bom e muito saudável” (Participante 2, 05/07 ).
“Inclusive você come uma caixa numa sentada né, é uma fruta leve muito gostosa”
(Participante 9, 05/07).
Sobre a ameixa seca, a nutricionista ressaltou que, pelo fato de esta fruta ser rica em
fibras, a mesma ajuda na regulação do intestino, diminui o colesterol e também possui efeito
laxativo. A vitamina A presente na fruta é boa para visão, a vitamina C é boa para o sistema
imunológico e as vitaminas do complexo B ajudam no reumatismo e prevenção de problemas
de pele. Esta fruta também ajuda no fortalecimento do cabelo evitando a queda do mesmo,
porém por se tratar de uma fruta rica em açúcar e carboidratos sua ingestão deve ser feita com
moderação.
Nesta reportagem, o público demonstrou reconhecer que esta fruta atua na regulação
do intestino como disse a nutricionista e que a mesma por ser seca, apresenta mais calorias do
que a fruta consumida in natura:
“Quem tem intestino preso, solta” (Participante 4, 19/07).
“O produto seco eu acho que fica até com mais açúcar do que o produto in natura”
(Participante 6, 19/07).
“Ela é doce né, então com certeza se você consumir demais você pode até ganhar uns
quilinhos também (risos)” (Participante 7, 19/07).
É clara a mudança dos hábitos alimentares da população brasileira, decorrente da
substituição das refeições preparadas em casa por alimentos industrializados, favorecendo a
diminuição do consumo de cereais e/ou produtos integrais, frutas e verduras juntamente com
o aumento da ingestão excessiva de produtos hipercalóricos e com elevado índice glicêmico
(SILVA et al., 2009).
O aumento desta ingestão de alimentos com altos teores de açúcar e gorduras, ou ricos
em sódio, trazem como consequência as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT),
conhecidas como diabetes mellitus e doenças cardiovasculares, as quais se tornam cada vez
mais comuns (BERNARDON et al., 2009). O surgimento destas doenças juntamente com a
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obesidade associados com a dieta vêm se elevando em um ritmo bem acelerado, devido ao
atual ambiente urbano que acarreta em um maior consumo de alimentos hipercalóricos com
uma diminuição da prática de atividades físicas (CLARO; MACHADO; BANDONI, 2007).
Osório et al. (2009), ao analisarem a disponibilidade de alimentos em 502 domicílios
de Gameleira (PE) e 458 domicílios de São João do Tigre (PB), observaram que o açúcar
apresentou mais de 93% de disponibilidade dos alimentos nos domicílios, o óleo de soja
apresentou elevados percentuais em ambos os municípios, sendo significante para a área rural
de São João do Tigre, e um reduzido número de hortaliças e frutas nos municípios estudados,
sendo que na área rural de Gameleira alguns destes alimentos se mostraram significantemente
mais disponíveis.
Na Tabela 4 encontram-se os alimentos considerados energéticos extras e as
informações nutricionais que foram apresentadas pelo programa.
TABELA 4 – Informações nutricionais dos alimentos energéticos extras apresentados no quadro Saúde na Mesa
do Programa Domingo Espetacular da rede Record em julho e agosto de 2009.
Alimentos
Informações nutricionais
Patê
Uma colher de sopa apresenta cerca de 100kcal.
Molho alho e óleo
Feito com azeite é muito bom, pois o azeite possui gordura de boa qualidade e o
alho possui uma substância que ajuda a manter a pressão arterial bem baixa.
Torresmo
Uma porção tem cerca de 500 a 600kcal.
Água com sabor
Rica em minerais, principalmente o sódio.
Fundi de chocolate
Cerca de 100g apresenta 540 kcal, podendo variar de acordo com as frutas
utilizadas.
Em relação aos alimentos energéticos extras, percebe-se que as nutricionistas
ressaltaram principalmente as calorias dos alimentos e não os nutrientes que estes alimentos
possuem, demonstrando formas de tornarem estes alimentos ou preparações menos calóricas e
mostrando quais as pessoas devem evitar o consumo excessivo.
O aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil pode ser considerado
em parte pela falta de esclarecimentos corretos sobre nutrição juntamente com a facilidade do
acesso a esses tipos de alimentos (SILVA; COSTA; RIBEIRO, 2008).
Na reportagem do patê, a nutricionista expôs que a base dos diferentes tipos de patês é
sempre a mesma, preparada com maionese, creme de leite, ricota ou até requeijão, sendo rica
em colesterol proveniente dos queijos e também da maionese que contém ovos. Desta forma,
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é preciso controlar a gordura dessa base utilizando iogurte desnatado, pois contém menos
gorduras do que a maionese, ou utilizar maionese light e algumas ervas aromáticas (salsinha,
salsão), e consumir o patê com palitinhos de pepino e cenoura ao invés de optar por pães.
A participação do público consistiu em citar receitas dos diferentes tipos de patês,
porém nas seguintes falas percebe-se uma preocupação em relação ao consumo deste
alimento.
“Patê na verdade não engorda, engorda é quem consome o patê (risos)” (Participante
6, 12/07).
“Queijo eu acho meio gorduroso, eu acho que legumes, verduras têm vários tipos de
patês, principalmente o de abobrinha, o de berinjela, menor quantidade de azeite seria um patê
light” (Participante 7, 12/07).
Sobre o torresmo, a nutricionista ressaltou a importância do cuidado com os alimentos
que acompanham o mesmo, e aconselhou que, se possível, ao invés de comer torresmo com
bebida alcoólica, dar preferência para um suco e acompanhar o torresmo com uma salada. As
pessoas que apresentam problemas cardíacos, diabetes e colesterol alto devem evitar o
consumo deste alimento. Sobre este alimento entre o público houve uma dúvida se faz ou não
mal.
“A gordura do porco é melhor que o óleo, acho que não faz mal” (Participante 1,
09/08).
“Não faz bem porque é alimento frito” (Participante 2, 09/08).
Atualmente empresas vêm investindo em produtos à base de água por meio da
incorporação de aroma, vitaminas e/ou sais minerais. Nos Estados Unidos e Europa tais
produtos são considerados como “águas com valor agregado” e classificados na categoria de
água mineral. Porém, no Brasil esta classificação é diferente, pois segundo a legislação estes
produtos só poderiam ser considerados água mineral se a matéria prima não sofresse nenhum
tipo de tratamento ou incorporação de aditivos. Desta forma, no Brasil estes produtos recebem
a denominação de “preparado líquido aromatizado” (ENDO et al., 2009).
Pelo fato desse novo produto “água com sabor”, assim mencionado pela nutricionista,
possuir uma grande quantidade de sódio, a profissional afirma que as pessoas com problemas
renais devem evitar o consumo excessivo desses tipos de água, pois apesar de levar o nome de
água no rótulo, o produto é um tipo de refrigerante que não engorda porque são adoçados com
adoçantes artificiais.
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Porém, verificou-se que o público ainda não reconhece que estas águas são
refrigerantes.
“Acho melhor que o refrigerante, porque não tem muito gás” (Participante 1, 09/08).
“Acho que engorda sim” (Participante 4, 09/08).
Estas dúvidas acerca deste novo produto também foram encontradas em um estudo
realizado por Endo et al. (2009), com 303 consumidores da cidade de Juiz de Fora, MG, que
constataram que 37,3% dos entrevistados já consumiram ou consomem este novo produto
“água aromatizada”, e que destes 20,5% confundiram este produto com os refrigerantes de
baixa gaseificação, portanto os autores consideraram que esta confusão se deve em parte aos
nomes sugestivos dados a essas águas e ao seu aspecto visual (translúcida, sem corantes).
Também observaram que o fator novidade (64,3%) e o sabor (21,4%) foram considerados os
principais motivos que impulsionaram os consumidores a adquirirem e experimentarem este
tipo de bebida.
Em uma nota divulgada no site Globo (g1.globo.com) em 23/09/09 às 17h e 7 minutos
e atualizado em 24/09/09 às 15h e 11 minutos, informou-se que o Ministério Público do
Distrito Federal (MPF-DF) havia entrado no dia 22/09/09 com uma ação civil pública na 1ª
Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, DF, pedindo a proibição da venda destes novos
refrigerantes. Esta ação foi movida pelo fato destes produtos confundirem o consumidor ao
possuírem nomes que remetem à água. Um dos trechos desta ação é o seguinte: "Tal situação
demonstra desrespeito ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, principalmente, em
relação aos princípios que estabelecem a transparência e harmonia nas relações de consumo, a
boa-fé” (G1 GLOBO, 2009).
Sobre o fundi de chocolate, a nutricionista expôs que pessoas que têm diabetes devem
evitá-lo na forma tradicional pelo fato de o mesmo conter açúcar. Um jeito de tornar a receita
menos calórica é utilizando o leite e o amido de milho ou chocolate light, dando preferência
para as frutas na hora do consumo. Para o público, a principal questão é se engorda ou não.
“Engordar tudo engorda, o importante é ser feliz” (Participante 5, 23/08).
“Fundi eu acho que não engorda, eu acho que não” (Participante 6, 23/08).
“Depois que a companhia formou você nem vai se lembrar se engorda ou se
emagrece” (Participante 7, 23/08).
“Eu penso da seguinte maneira, tudo que se consome moderadamente não vai trazer
nenhum prejuízo” (Participante 8, 23/08).
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As informações nutricionais dos alimentos construtores que representaram 57,15%, ou
seja, a maior porcentagem de abordagem nas reportagens utilizadas nesta pesquisa está
apresentada na Tabela 5.
Os molhos são preparações líquidas ou cremosas, utilizadas como acompanhamento
de diversas preparações, com a função de complementá-las, tornando-as mais úmidas e
acentuando seu sabor. O valor nutritivo de um molho depende dos ingredientes adicionados.
Em geral, é uma preparação calórica (PHILIPPI, 2003).
TABELA 5 – Informações nutricionais dos alimentos apresentados no quadro Saúde na Mesa, pelo Programa
Domingo Espetacular em julho e agosto de 2009.
Alimentos
Informações nutricionais
Molhos
Bolonhesa
Branco
Quatro queijos
Tomate
Vagem
Interessante por possuir carne que é fonte de proteína.
Uma concha fornece cerca de 200kcal.
Uma concha fornece cerca de 350kcal.
Rico em licopeno que é antioxidante e uma concha fornece
cerca de 45kcal.
Cerca de 100g de vagem crua apresenta cerca de 25kcal,
quando cozida perde muita água e dependendo do tipo de
preparação, as calorias aumentam podendo chegar até 50kcal.
Possui cálcio, ferro, vitamina A, vitamina C e outros sais
minerais e vitaminas em menores quantidades (fósforo, zinco,
potássio e vitaminas do complexo B).
Fundi
Queijo
Carne
Palmito
Uma porção, 100g apresenta cerca de 560kcal.
Uma porção, 100g apresenta cerca de 700 kcal, dependendo
dos molhos de acompanhamento.
Aproximadamente 100g apresenta cerca de 20 a 30kcal.
Segundo os apresentadores do Programa Domingo Espetacular, todo mundo diz que
macarrão sem queijo é igual a namoro sem beijo, mas que isso não é verdade, pois no
acompanhamento das massas o principal não é o queijo, e sim o molho que além do sabor
determina se você vai ou não ganhar peso.
A nutricionista ressaltou que dentre os diferentes tipos de molhos de macarrão, o de
tomate é o mais comum, portanto recomendou fazer o molho com o fruto. Também,
aconselhou que quando for utilizar os molhos industrializados, observar a integralidade da
lata, se a mesma está amassada, data de validade e optar pela marca que apresentar a menor
quantidade de sal. E o público completou com as seguintes declarações:
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“O molho de tomate feito em casa é mais saudável” (Participante 10, 26/07).
“O molho de tomate feito em casa tem menos química” (Participante 11, 26/07).
Sobre os outros três tipos de molhos supracitados, a profissional recomendou formas
de tornar estes molhos menos calóricos, sendo que para se preparar o molho bolonhesa seria
importante escolher uma carne mais magra, de preferência o patinho; para o molho branco,
optar por margarina light e leite desnatado; e para o molho quatro queijos, optar por requeijão
light, queijo cottage ou queijo minas no lugar da mussarela, ou mussarela light. O público
declarou:
“Molho branco engorda mais” (Participante 8, 26/07).
“Eu acho que é o de queijo, porque é muito queijo, queijo, queijo” (Participante 9,
26/07).
Em relação à vagem, a nutricionista disse que o cálcio faz parte da formação de dentes
e ossos, o ferro é parte da hemoglobina que são células para o sangue, a vitamina A é
excelente fonte para proteção de mucosa, pele e visão, a vitamina C é antioxidante natural e
que é na semente da vagem que se encontra a parte mais nutritiva deste alimento. O público
descreveu como prepara a vagem e quais critérios utiliza na hora da compra deste alimento.
“Como vagem com carne moída, salada né, e na sopa, tem várias maneiras de fazer
vagem né” (Participante 1, 30/08).
“Na hora de comprar não pega dura nem grossa, dá uma quebradinha e escolhe sempre
a fininha” (Participante 2, 30/08).
Entre os dois tipos de fundi, a nutricionista ressaltou que o fundi de carne é mais
calórico, pois a carne fica em imersão dentro do óleo por um período de tempo até ela
cozinhar, na verdade ela frita, e que no fundi de queijo é preciso variar os diferentes tipos de
queijos utilizados nesta preparação, dando preferência aos brancos e um cremoso, legumes ao
invés de pão.
Quanto ao palmito, não foram fornecidas informações sobre os benefícios dos
nutrientes que ele contém, mas a profissional informou que este alimento em conserva pode
ocasionar o botulismo, uma doença causada por bactéria que provoca intoxicação alimentar e
que pode levar a morte, desde que não haja um tratamento térmico adequado do produto. Os
produtos caseiros que não têm um controle de qualidade tão bom quanto os industrializados
apresentam um risco muito maior de causar o botulismo e, além do palmito, podem ser picles,
batata ou qualquer outro produto em conserva.
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Com a participação do público nesta reportagem percebeu-se que algumas pessoas se
preocupavam com os riscos que este alimento pode oferecer para a saúde e que outras mesmo
não reconhecendo estes riscos, consomem bastante este alimento.
“Eu adoro palmito compro de seis a sete no mês” (Participante 1, 16/08).
“Não sei se é saudável, mas que é gostoso é” (Participante 2, 16/08).
“Palmito coisa extremamente boa, baixa caloria não tem quase nada de colesterol
nenhum em cima, o único problema é que ele é em salmoura, que é como a gente consegue
conservar ele, porque seria melhor se a gente pudesse não colocar sal nele” (Participante 7,
16/08).
“Normalmente eu procuro ver a procedência dele, verifico data de validade, se ele está
escuro ou não, e eu sou a cobaia da casa, coloco um na boca e vejo, se não me der reação
nenhuma não tem problema nenhum porque ninguém vai ter botulismo” (Participante 8,
16/08).
Ao analisar as informações transmitidas pelo jornalista/narrador sobre o palmito,
percebe-se que havia mencionado que este alimento é rico em vitamina A, porém não foram
encontrados registros que comprovem tal fato. Na verdade esta vitamina pode ser encontrada
em alimentos como: fígado e rim de animais terrestres e aquáticos, leite integral, queijos,
manteiga, peixes, gema de ovos, alguns vegetais folhosos e legumes. Esta vitamina exerce
numerosas funções importantes no organismo, como ação protetora na pele e mucosas e papel
essencial na função da retina e da capacidade funcional dos órgãos de reprodução (FRANCO,
2007).
Nas últimas décadas, países em desenvolvimento inclusive o Brasil vêm passando por
uma transição nutricional, sendo que neste há uma substituição do consumo de cereais,
feijões, raízes e tubérculos, por uma alimentação mais rica em açúcares e gorduras o que está
associado ao aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (SÃO PAULO,
2008).
No Brasil, as mudanças na composição da dieta crescem juntamente com o aumento
da disponibilidade dos alimentos, que ocorreu devido ao desenvolvimento agrícola, onde há
uma maior disponibilidade de produtos como óleos e gorduras vegetais, leite e derivados,
carnes, refrigerantes e biscoitos com uma diminuição de cereais e leguminosas (YOKOO et
al., 2008).
Na Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002-2003 identificou-se que no meio
urbano a participação de frutas, verduras e legumes na dieta foi duas vezes maior do que no
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meio rural, e mesmo assim, ainda se encontrava abaixo das recomendações. O consumo
insuficiente de hortaliças aumenta o risco de tais doenças, que estão entre os dez fatores de
risco que mais causam morte no mundo inteiro. No Brasil, o consumo de hortaliças
corresponde menos da metade das recomendações nutricionais, apresentando maior
deficiência em famílias de baixa renda (FAGUNDES et al., 2008).
Os alimentos calóricos como óleos e gorduras vegetais apresentaram-se também
maior no meio urbano do que meio rural e já a participação na dieta de açúcares e
refrigerantes foi semelhante nas áreas rurais e urbanas do Brasil (IBGE, 2004).
Em um estudo conduzido por Silva et al. (2009), com 720 adolescentes de escolas
públicas de Fortaleza, CE, descobriu-se que os alimentos mais consumidos pelos adolescentes
eram: o arroz (95,8%), o pão (85,2%) e o feijão (75%) que são considerados alimentos
energéticos ricos em carboidratos. O consumo habitual de alimentos construtores como carne
e derivados representaram 60,6% e 51,1% respectivamente. Em relação aos alimentos
reguladores como frutas e hortaliças/ folhosos, os adolescentes demonstraram que não os
consomem habitualmente.
A transição alimentar pode resultar em sobrepeso e obesidade tanto em adolescentes,
quanto em adultos, havendo, portanto a necessidade de promover transformações individuais
e coletivas de comportamento alimentar (GARNELO; WELCH, 2009). Sendo que atualmente
já se observa que a população mais jovem esta apresentando sobrepeso e obesidade
associados com a hipertensão, dislipidemias e diabetes, o que antes era mais evidente em
adultos (DAMASCENO et al., 2009).
O comportamento alimentar exerce um papel central na prevenção e no tratamento de
doenças, sendo importante ressaltar que em uma alimentação saudável é fundamental a
variedade de alimentos. As escolhas desses alimentos dependem do conhecimento sobre os
benefícios e o custo dos mesmos, além da disponibilidade e das preferências (ROSSI et al.,
2008).
Considerando que o conhecimento torna um indivíduo capaz de realizar suas escolhas,
a falta de um conhecimento adequado sobre os alimentos pode provocar problemas de saúde,
tais como o diabetes, a obesidade, hipercolesterolemia, dentre outros, que são decorrentes de
uma alimentação inadequada (SOARES; LAZZARI; FERDINANDI, 2009). E para que as
pessoas possam saber como escolher os alimentos certos que garantam uma alimentação
saudável é preciso fazer com que as mesmas se tornem capazes de entender as informações
nutricionais dos alimentos (TORAL; SLATER, 2007).
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O profissional nutricionista é o mais habilitado a transmitir conceitos sobre
alimentação para as pessoas, pois está totalmente envolvido com todas as dimensões da
alimentação, além de sua base teórico-prática em educação nutricional (SOARES; LAZZARI;
FERDINANDI, 2009).
A educação nutricional é um processo educativo onde se tem a união de
conhecimentos e experiências do educador e do educando, tem o propósito de tornar as
pessoas seguras e capazes de perceberem quais são suas reais necessidades, realizando assim
suas escolhas alimentares de maneira que garantam uma alimentação saudável e prazerosa
(CAMOSSA et al., 2005). Este processo produz informações que auxiliam os indivíduos na
tomada de suas decisões, melhorando então sua qualidade de vida, pois o indivíduo aplica a
ciência da Alimentação e Nutrição de acordo com os seus hábitos pessoais, conhecimentos
científicos, valores e estilo de vida (OLIVEIRA; ALVES, 2008).
CONCLUSÃO
A mídia é considerada um dos fatores que influenciam os hábitos alimentares. Desta
forma, ao analisar as informações apresentadas no quadro Saúde na Mesa, percebeu-se que o
programa estimula a adoção de práticas alimentares mais saudáveis por meio de informações
de fácil compreensão, destacando que na maioria das reportagens as nutricionistas
demonstraram preocupação em informar os cuidados que as pessoas portadoras de patologias,
geralmente as DCNT, devem ter ao consumir determinados alimentos e formas de consumir
os alimentos com segurança, de modo que os mesmos não causem prejuízo a sua saúde.
Devido a essa preocupação dos profissionais, acredita-se que a exibição do referido
quadro se torna importante, pois, contudo faz com que as pessoas que não são portadoras de
tais doenças possam se prevenir das mesmas ao adquirir e adotar as informações que são
fornecidas, uma vez que as referidas práticas atuam na prevenção e controle dessas doenças.
Porém, é preciso ficar atento ao que é informado e estar procurando profissionais
nutricionistas para que esclareçam possíveis dúvidas sobre o que foi transmitido.
Desta maneira, percebe-se um novo campo de atuação dos profissionais de nutrição, o
qual deve ter como objetivo fornecer informações com embasamento científico sobre
alimentação e nutrição, de forma que desperte o interesse dos indivíduos e fazer com que os
mesmos se tornem capacitados a realizarem suas escolhas alimentares adequadas de modo a
promover a saúde e se prevenir de doenças.
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Recebido em: 02/12/2009
Revisado em: 22/04/2010
Aprovado em: 27/05/2010
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Análise dos conteúdos apresentados no Quadro Saúde