para o manejo de doenças
em plantas – Parte III
Pós-graduação Ciência do Solo e
Produção Vegetal
Faculdade da Amazônia (FAMA)
Março, 2014
Aspectos temporais
Desde o tempo em que os primeiros fazendeiros
começaram a cultivar plantas as pessoas preocupam-se
em reduzir as perdas causadas pelas doenças.
Por meio da evolução das nossas tecnologias de produção
nos últimos dez mil anos, os princípios do manejo de
doenças de plantas vêm sendo trançados no tecido de
nossa civilização.
As decisões de quando, onde e o que plantar, assim como
o desenvolvimento de práticas culturais específicas têm
sido baseadas nas tentativas e erros de incontáveis
gerações.
Aspectos temporais
Sem dúvida, métodos de cultivo bem sucedidos dependiam
de sua capacidade em suprimir o desenvolvimento dos
fitopatógenos, mesmo que o fazendeiro não tivesse noção
exata dos mecanismos biológicos que o levaram ao
sucesso.
Em qualquer lugar do mundo, seja direta ou indiretamente,
nossas tentativas de manejar as doenças de plantas têm
determinado o que comemos e onde nos fixamos.
Esta unidade descreve como as doenças de plantas se
desenvolvem no tempo e apresenta modelos matemáticos
de suas epidemias. Exemplos extraídos de publicações
mostram como esses modelos podem ser usados para
ajudar nas decisões de manejo.
Aspectos temporais
Distribuição Espacial das Doenças de Plantas
Após um período de tempo, uma doença que começou
com uma única planta infectada aparecerá normalmente
como um “foco”, com a densidade mais alta de lesões ou
de plantas infectadas no centro e uma diminuição radial
em direção à parte externa.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
As doenças de plantas usualmente começam em um nível
baixo – um pequeno número de plantas e uma pequena
quantidade de tecido afetado – tornando-se preocupante
apenas quando sua incidência e severidade aumentam com
o tempo.
Quando vemos exemplos de epidemias de doenças de
plantas nas publicações, nota-se não apenas que a
incidência ou severidade começam próximas de zero e
aumentam dramaticamente, mas também observam-se
distintos padrões de desenvolvimento ao longo do tempo.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Exemplo é o progresso da requeima de Phytophthora em
plântulas de pimenta (míldio da malagueta ou piri-piri, pt),
(Phytophthora capsici) e da podridão de sementes do milho
(Fusarium moniliforme, atualmente F. verticilloides), é
aproximadamente linear (com algumas pequenas variações
que podem ser consideradas como desvios aleatórios).
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Requeima (míldio da malagueta, pt)
dePhytophthora em plântulas de pimenta
Podridão de sementes do milho
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Por outro lado, para a ferrugem do feijoeiro (Uromyces
phaseoli) e a cercosporiose do milho (Cercospora zeaemaydis), há uma marcante curva ascendente. Ou seja, a
doença aumenta a taxas crescentes, em uma curva que
chamamos exponencial.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Ferrugem do feijoeiro
Cercosporiose do milho
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Obviamente que as doenças de plantas não continuam a
progredir indefinidamente até o infinito. Então, à
medida em que o nível de doença aproxima-se de 100%
a curva de progresso gradualmente forma um platô.
Por exemplo, em epidemias causadas por Sclerotium
rolfsii em feijões ou por Phytophthora nicotianae em
fumo (tabaco), o progresso da doença inicia-se de modo
aparentemente linear mas desacelera ao aproximar-se
do máximo.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Sclerotium rolfsii em do feijoeiro
Canela preta em fumo
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Do mesmo modo, as curvas de progresso de Puccinia
graminis subsp. graminicola em azevém e
de Pyrenophora teres f. sp. teres em cevada parecem
exponenciais no início.
Com o passar do tempo, com a incidência e severidade
aproximando-se de 100%, a taxa de progresso
gradualmente chega a zero, dando a ambas curvas um
formato tipo sigmóide (em forma de “S”).
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Ferrugem-do-colmo em azevém Puccinia
graminis em azevém
Mancha reticular de cevada
Aspectos temporais
Progresso das doenças
É certo que nem todos os exemplos de progresso de
doenças podem ser categorizados bem assim. No
entanto, em geral as epidemias de doenças de plantas
tendem a ser lineares ou exponenciais nos seus estágios
iniciais e também tendem a nivelar-se quando
aproximam-se de algum limite.
O impacto da doença e as perdas que ela causa são uma
função de seu progresso. Para reduzir esse efeito não é
preciso eliminar a doença; precisamos apenas manter
seu desenvolvimento abaixo de um nível aceitável.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Isso significa que o progresso da doença e os fatores
que influenciam tal progresso devem ser entendidos em
termos quantitativos. Temos que saber que tipos de
doenças conduzem a uma evolução linear e que fatores
afetam a inclinação da curva (a taxa de progresso da
doença).
Da mesma forma, temos que saber que tipos de doenças
tendem a produzir curvas exponenciais e como
podemos reduzir tanto o nível inicial da doença quanto
a taxa de desenvolvimento de epidemia. Finalmente,
temos que saber porque às vezes as epidemias nivelamse e o que impõe limites ao seu desenvolvimento.
Aspectos temporais
A natureza cíclica das doenças de plantas
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Epidemias de doenças de plantas são fenômenos
cíclicos, isto é, elas consistem em ciclos repetidos de
desenvolvimento do patógeno em relação ao hospedeiro
e meio ambiente.
O inóculo - que pode consistir de esporos de fungos,
células bacterianas, nematóides, vírus dentro de um
pulgão, ou qualquer outro propágulo de patógenos –
entra e se estabelece nos tecidos do hospedeiro por
meio do processo de infecção.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
O patógeno desenvolve-se dentro do hospedeiro e,
eventualmente, começa a produzir inóculo novo, o qual,
por sua vez, pode ser disperso para novos sítios
susceptíveis e dar início a novas infecções.
Os agentes patogênicos que produzem apenas um ciclo
de desenvolvimento (um ciclo de infecção) por ciclo de
colheita são chamados monocíclicos, enquanto que
agentes patogênicos que produzem mais do que um
ciclo de infecção por ciclo de colheita são chamados
policíclicos.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Em climas temperados geralmente existe apenas um
ciclo da cultura por ano, de modo que os termos
"monocíclico" e "policíclico" baseiam-se no número de
ciclos por ano.
Em climas tropicais ou subtropicais, no entanto, pode
haver mais do que um ciclo de colheita por ano, e é
importante lembrar que os termos "monocíclico" e
"policíclico" baseiam-se em um único ciclo cultural.
Esses mesmos termos são usados ​para descrever as
epidemias, bem como os patógenos e, por isso, muitas
vezes fala-se de uma "epidemia monocíclica" ou uma
"epidemia policíclica“.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Para algumas doenças, é importante considerar uma
epidemia durante um período de muitas estações de
crescimento. Isto é particularmente verdadeiro para as
plantas perenes (forragens, pastos, gramados, pomares,
florestas, etc) ou para culturas anuais que são cultivadas
em monocultura ano após ano.
Nessas situações, o inóculo produzido em uma estação
de crescimento é transferido para a próxima, e pode
realmente haver uma aumento de inóculo durante um
período de anos.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Nos trópicos pode não haver intervalos claros entre
estações de cultivo tais como encontramos nas zonas
temperadas, e as epidemias podem ser praticamente
contínuas ao longo de muitos anos em culturas como
banana, café e seringueira.
Referimo-nos a essas epidemias como
epidemias poliéticas, independentemente do facto de o
agente patogénico ser monocíclico ou policíclico dentro
de cada estação.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
Nos trópicos pode não haver intervalos claros entre
estações de cultivo tais como encontramos nas zonas
temperadas, e as epidemias podem ser praticamente
contínuas ao longo de muitos anos em culturas como
banana, café e seringueira.
Referimo-nos a essas epidemias como
epidemias poliéticas, independentemente do facto de o
agente patogénico ser monocíclico ou policíclico dentro
de cada estação.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
A grafiose ou doença holandesa do ulmeiro é um exemplo de
patógeno monocíclico gerando uma epidemia poliética. Note-se que,
enquanto existe apenas um ciclo de infecção por ano e o progresso da
doença em cada ano é aproximadamente linear, a incidência de
árvores infectadas aumenta a uma taxa crescente, de ano para ano.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
O oídio da macieira é um exemplo de uma epidemia poliética causada
por um patógeno policíclico. Note-se como a incidência de infecção
no início de cada ano tende a aumentar exponencialmente.
Aspectos temporais
Progresso das doenças
A intensidade do mal de Sigatoka da bananeira diminue um pouco
durante a estação seca, mas fora isso produz ciclos de infecção repetidos
mais ou menos continuamente. O hospedeiro, neste caso, é constituído
por uma população de plantas de diferentes idades de desenvolvimento
de forma contínua durante um longo período de tempo.
Aspectos temporais
Relacionando o progresso da doença com os ciclos da
doença
Se analisarmos os ciclos de doença das epidemias para
as quais temos representado o progresso, vemos que as
epidemias que progridem aproximadamente linearmente
ou são lineares no início tendem a ser epidemias
monocíclicas.
Por outro lado, as doenças que aumentam a uma taxa
crescente durante a parte inicial da epidemia tendem a
ser epidemias policíclicas.
Aspectos temporais
Epidemias monocíclicas
Em geral existem três tipos de doenças de plantas que
tendem a produzir apenas um ciclo de infecção por ciclo
do hospedeiro
(1) as doenças pós-colheita,
(2) as doenças causadas por patógenos oriundos do solo,
(3) ferrugens sem urediniósporos.
Aspectos temporais
Epidemias monocíclicas
 Doenças pós-colheita
Nem todas as doenças pós-colheita produzem
epidemias monocíclicas. Porém, em muitos casos, as
infecções que resultam em podridões ou ocorreram
antes da colheita ou ocorrem durante a colheita e
manuseio pós-colheita antes que o produto vá para o
armazenamento.
A podridão progride durante o armazenamento, e
inóculo novo pode ser produzido continuamente. No
entanto, a menos que o produto armazenado seja
manipulado a ponto de dispersar o inóculo e criar novos
sítios de infecção por meio de pequenas feridas, não
existem novos ciclos de infecção.
Aspectos temporais
Epidemias monocíclicas
 Doenças pós-colheita
Note-se que o agente patogénico não é inerentemente
monocíclico, mas é limitado, pelo ambiente, a produzir
apenas um único ciclo de infecção.
Em outros ambientes, esses mesmos patógenos podem
produzir epidemias policíclicas.
Aspectos temporais
Epidemias monocíclicas
 Doenças causadas por patógenos oriundos do solo
Muitas das podridões radiculares, murchas vasculares, e
outras doenças causadas por fitopatógenos oriundos do
solo também produzem apenas um ciclo de infecção por
ciclo da cultura.
O inóculo é geralmente algum tipo de estrutura de
sobrevivência resistente à dessecação ou congelamento,
tais como escleródios, clamidosporos, ou oósporos no
solo, micélio em restos culturais.
Esse inóculo é disperso no solo pelo preparo
mecanizado da terra e incorporação dos resíduos das
culturas.
Aspectos temporais
Epidemias monocíclicas
 Doenças causadas por patógenos oriundos do solo
À medida que as raízes da cultura recém-plantada
crescem através do solo, elas encontram os propágulos
do patógeno e são infectadas. A epidemia progride com
a ocorrência das novas infecções, mas uma vez que o
inóculo novo produzido não é disperso até que o solo
seja mais uma vez cultivado, há apenas um ciclo de
infecção por ciclo da cultura.
É certo que nem todos os fitopatógenos presentes no
solo produzem epidemias monocíclicas, e é preciso ter
muito cuidado em entender o ciclo de vida de cada
patógeno antes de tirar conclusões sobre a sua
epidemiologia.
Aspectos temporais
Epidemias monocíclicas
 Ferrugens demicíclicas
Algumas ferrugens não produzem urediniósporos, e o
inóculo produzido em uma espécie de hospedeiro
geralmente precisa infectar uma espécie diferente.
Essa alternância parece ter evoluído em adaptação aos
ciclos anuais de crescimento dos hospedeiros, e vemos
em cada ano um ciclo de infecção em cada hospedeiro.
Um exemplo é a ferrugem do cedro-macieira, onde todo
o inóculo que infecta maçãs vem de galhas em cedros
vermelhos (junipers), e todo o inóculo do que infecta os
cedros vermelhos vem das folhas e frutos da maçã.
Aspectos temporais
Epidemias monocíclicas
 Ferrugens demicíclicas
A epidemia em maçãs ocorre durante um período de
quatro a seis semanas de produção de basidiósporos na
primavera. Uma segunda epidemia monocíclica em
cedros vermelhos ocorre durante um breve período de
produção de eciosporos no final do verão.
Ferrugem do Cedro-Macieira
Aspectos temporais
Epidemias policíclicas
Para que uma epidemia possa ser considerada
policíclica, devem existir repetidos ciclos completos de
infecção, isto é, infecção seguida de desenvolvimento do
patógeno, produção de novo inóculo, dispersão para
novos sítios suscetíveis, e novas infecções, tudo num
único ciclo cultural.
Um bom exemplo é a requeima (o míldio, pt) da batata,
em que um único ciclo de infecção, desenvolvimento de
lesões, esporulação, dispersão de esporângio e nova
infecção pode ocorrer em menos de cinco dias, e muitos
ciclos sobrepostos ocorrem simultaneamente durante
períodos de tempo favorável.
Cada ciclo pode produzir um aumento de mais de dez vezes no número de
esporos que alcançam sítios suscetíveis, e o resultado é uma epidemia
explosiva. Ferrugens de cereais comportam-se similarmente; um único
urediniósporo pode infectar e produzir uma pústula a partir da qual centenas
de novos urediniósporos podem ser liberados para infectar e produzir centenas
de novas pústulas repetidamente ao longo da estação. A maioria das doenças
de plantas causadas por bactérias são policíclicas, e muitos fitovírus, com o
auxílio de insetos vetores, também podem produzir ciclos repetidos de infecção
Uma epidemia de mancha amarela do trigo (Helmintosporiose do trigo, pt),
causada porPyrenophora tritici-repentis, também compreende tanto elementos
policíclicos quanto monocíclicos. O inóculo inicial vem de sementes infectadas,
e a epidemia começa assim que essas sementes germinam para produzir
plântulas já com lesões foliares. Os conídios são disseminados pelo vento e
respingos de chuva em ciclos repetidos de infecção foliar durante todo o
período de desenvolvimento da cultura (a fase policíclica). Quando começa o
florescimento, o inóculo para a segunda fase da epidemia já se formou nas
Aspectos temporais
Combinações de Epidemias Monocíclicas e policíclicas.
Nem toda epidemia de doença de plantas é claramente
de monocíclicos ou policíclicos. Epidemias produzidas
por fungos com duas fases de esporos podem ter ambos
os elementos, por vezes, em fases distintas, e, por
vezes, ocorrendo simultaneamente.
Por exemplo, o fungo Venturia inaequalis, agente causal
da sarna (pedrado, pt) da macieira, produz ascósporos
sobre as folhas mortas infectadas que restaram do
inverno da estação anterior
Aspectos temporais
Combinações de Epidemias Monocíclicas e policíclicas.
Esses ascósporos são liberados durante um período de
seis a oito semanas na primavera e infectam as folhas
recém expandidas da macieira. Uma vez que nenhum
novo ascósporo é produzido até à primavera seguinte,
esse componente da epidemia pode ser considerado
monocíclico.
No entanto, cada uma das lesões foliares produz em
cerca de 10 dias um segundo tipo de esporo (conídios),
que também pode infectar folhas recém expandidas.
Aspectos temporais
Combinações de Epidemias Monocíclicas e policíclicas.
Assim, a partir da primeira parte da estação, uma
epidemia policíclica é sobreposta a uma epidemia
monocíclica.
Uma vez que as lesões produzidas pelo conídios não
podem ser distinguidas daquelas produzidas por
ascósporos, o efeito líquido parece ser o de uma
epidemia policíclica de rápido crescimento.
Aspectos temporais
Classificação epidemiológica de doenças
A teoria da classificação epidemiológica de doenças,
desenvolvida por Vanderplank em 1963 e utilizada até
hoje, é baseada na analogia entre crescimento de capital
(dinheiro) e crescimento de doença.
Dois tipos de crescimento de capital podem ser
considerados: a juros simples e a juros compostos.
Tipo de Aplicação
Juros Simples
Y = yo + yo . r. t
Tempo
meses
Capital (R$)
Juros Compostos
Y = yo . exp r.t
Dy (R$/mês
Capital (R$)
Dy (R$/mês
1
110
10
110
10
2
120
10
122
12
3
130
10
135
13
58
680
10
33.029
3.142
59
690
10
36.503
3.474
60
700
10
40.343
3.840
....
Tabela 2. Demonstração de rendimentos por juros simples e
compostos, considerando um capital (y0) de R$ 100,00 e uma taxa de
rendimento (dy) mensal de 10% (r = 0,1).
Aspectos temporais
Classificação epidemiológica de doenças
Na aplicação de capital a juros simples, juros ganhos
não rendem novos juros, enquanto na aplicação a juros
compostos, juros ganhos rendem novos juros.
Numa abordagem epidemiológica, taxas de juros
tornam-se taxas de infecção e capital torna-se doença,
sendo caracterizados dois grupos:
doenças de juros simples
e
doenças de juros compostos
Aspectos temporais
Classificação epidemiológica de doenças
No caso de doenças de juros simples, também
denominadas doenças monocíclicas, plantas infectadas
durante o ciclo da cultura não servirão de fonte de
inóculo para novas infecções durante o mesmo ciclo.
É o caso típico da murcha-de-fusário do tomateiro, cujo
agente causal (Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici)
coloniza principalmente o interior do xilema das plantas
Infectadas.
Aspectos temporais
Classificação epidemiológica de doenças
O aumento gradativo do número de plantas doentes
durante o ciclo da cultura não é devido, primariamente,
à movimentação do patógeno a partir de plantas
doentes a novos sítios de infecção e, sim, ao inóculo
original, no caso da doença citada anteriormente, devido
a clamidosporos previamente existentes no solo.
Aspectos temporais
Classificação epidemiológica de doenças
No caso de doenças de juros compostos, também
denominadas doenças policíclicas, plantas infectadas
durante o ciclo da cultura servirão de fonte de inóculo
para novas infecções durante o mesmo ciclo.
É o caso típico da queima das folhas do inhame, cujo
agente causal (Curvularia eragrostidis), em condições
favoráveis, pode produzir uma geração a cada 15 dias.
Essa situação é análoga ao crescimento de capital a
juros compostos, ou seja, plantas doentes rendem
novas plantas doentes durante o ciclo da cultura.
Para que isto ocorra, está implícita uma movimentação
do patógenos a partir de plantas doentes em direção a
novos sítios de infecção.
Sites internet
Manejo Integrado de Controle de Doenças de Plantas
Objetivos do manejo
Eliminar/Reduzir o inóculo inicial ou atrasar o
aparecimento
Diminuir a taxa de desenvolvimento da doença
Encurtar o período de exposição da cultura ao patógeno
(Berger, 1977)
Manejo Integrado de Controle de Doenças de Plantas
Van der Plank (1963) classifi cou a resistência de plantas
a doenças em dois tipos: resistência vertical (RV) e
resistência horizontal (RH).
A RV é também conhecida como resistência raçaespecífica, qualitativa, monogênica ou oligogênica (um
ou poucos genes de efeito maior), diferencial e
completa.
Tem como característica não ser afetada pelo ambiente
temperatura, umidade, pH do solo, radiação solar etc.),
e a expressão da resistência é manifestada de apenas
duas formas: resistência total ou imunidade e
suscetibilidade total, dependendo da interação com as
raças do patógeno (Mizubuti& Maffi a, 2006))
Manejo Integrado de Controle de Doenças de Plantas
Van der Plank (1963) classifi cou a resistência de plantas
a doenças em dois tipos: resistência vertical (RV) e
resistência horizontal (RH).
A RV é também conhecida como resistência raçaespecífica, qualitativa, monogênica ou oligogênica (um
ou poucos genes de efeito maior), diferencial e
completa.
Tem como característica não ser afetada pelo ambiente
temperatura, umidade, pH do solo, radiação solar etc.),
e a expressão da resistência é manifestada de apenas
duas formas: resistência total ou imunidade e
suscetibilidade total, dependendo da interação com as
raças do patógeno (Mizubuti& Maffi a, 2006))
Pode-se notar que a cultivar A possui resistência vertical (100% de
resistência) às raças 2, 4, 5 e 8, e alta suscetibilidade (0 % de resistência)
para as raças 1, 3, 6 e 7. Portanto, na RV há nítida diferenciação entre raças
de determinado patógeno, uma vez que atua efetivamente contra certas
raças específicas, mas não exerce ação alguma sobre outras (Mizubuti &
Maffi a, 2006).
Manejo Integrado de Controle de Doenças de Plantas
A RH é também conhecida como raça não específi ca,
quantitativa, poligênica (vários genes de efeito menor),
não diferencial e incompleta. Tem como característica de
ser afetada pelo ambiente, leva a planta a ter certo grau
de doença e é dependente da interação de várias raças
do patógeno versus o cultivar do hospedeiro. Nesse tipo
de resistência, observam-se níveis variados de doença e
a planta atua reduzindo a taxa de progresso da doença
(r) (Mizubuti & Maffia, 2006).
Na cultivar B, pode-se notar que ocorrem níveis variados de resistência e
que há um nível basal de resistência às diferentes raças do patógeno (linha
horizontal azul). A cultivar B apresentou maior resistência às raças 2, 6 e 8 e
menor resistência as raças 1, 4 e 7. Houve um grau mínimo de resistência
(20) a todas as raças do patógeno (Mizubuti & Maffi a, 2006). Nota-se que
uma cultivar como a B, que apresentou RH também pode apresentar RV a
determinada raça, mas o contrário não é verdade. A cultivar B apresentou
RV apenas à raça 2 do patógeno.
Tamanho e tipo de gota
e bico de pulverização
Ferrugem Asiática soja
47%
13%
9%
9%
3%
Epidemiologia Aplicada ao Manejo de
Doenças de Plantas
Sumário:
1 - NATUREZA DAS EPIDEMIAS
2 - INFLUÊNCIA DO CLIMA NO
DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS DE
PLANTAS
3 - QUANTIFICAÇÃO DE DOENÇAS E DO
CRESCIMENTO DO HOSPEDEIRO
4 - ANÁLISE TEMPORAL DE EPIDEMIAS
5 - ANÁLISE ESPACIAL DE EPIDEMIAS
6 - SISTEMAS DE PREVISÃO E ESTAÇÕES DE
AVISO
7 - QUANTIFICAÇÃO DE DANOS E PERDAS
8 - INTERAÇÕES ENTRE DOENÇAS DE
PLANTAS
9 - SOBREVIVÊNCIA DE FITOPATÓGENOS
10 - TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO DE
DOENÇAS DE PLANTAS
11 - ANÁLISE DE RISCO EM PROTEÇÃO DE
PLANTAS
12 - MANEJO INTEGRADO - MEDIDAS E
CONTROLE
13 - GLOSSÁRIO
Detalhes
Sinopse: Na edição deste livro, os autores apresentam para os leitores,
primeiramente, alguns princípios de Epidemiologia. Posteriormente, os
capítulos apresentam tópicos relevantes de Epidemiologia, bem como sobre o
desenvolvimento de sistemas de manejo. Os autores apresentam informações
atualizadas, em linguagem lúcida e explicativa. Enfatizam as condições e
experiências brasileiras. O livro, certamente, preenche uma lacuna entre os
textos disponíveis e o entendimento comum da Epidemiologia de doenças de
plantas e sua aplicabilidade, trazendo, assim, grande contribuição para o
desenvolvimento para a agricultura no Brasil.
Editores: Francisco Xavier Ribeiro do Vale, Waldir Cintra de Jesus Junior e Laércio
Zambolim
Editora: Editora Perffil
Ficha técnica ISBN: 85-89800-02-4
Edição: 1
Nº de Páginas: 532
Publicação: 2004
Acabamento: Capa Dura e Papel Couchê
Bibliografia
 AZEVEDO, L.A.S. Manual de quantificação de doenças de plantas. São
Paulo, 1997,114p.
 ARNESON, P.A. 2001 Epidemiologia de Doenças de Plantas: Aspectos
Temporais. The Plant Health Instructor. DOI: 10.1094/PHI-A-2013-072501. (Revisado en 2006). - Translated by: Francisco Laranjeira, EMBRAPA
Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, BA, Brasil.
 BERGAMIN (1995). Manual de Fitopatologia. vol. 1, capítulo 27 - Conceitos
e objetivos. Pág. 540-553.
 BERGAMIN (1995). Manual de Fitopatologia. vol. 1, capítulo 29 - A
epidemia como um sistema. Pág. 576-601.
 BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L. Doenças de plantas tropicais –
epidemiologia e controle econômico, Ed. Ceres, 1996. p.299.
 BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. Manual de Fitopatologia. Vol.
I, 3ª. Ed. Ed. Agron. Ceres Ltda, 1995. 919p.
Bibliografia
Periódicos:
 Rev. bras. geociências v.38 n.2 supl.supl. São Paulo 2008
 Revista Brasileira de Geografia Física 03 (2010) 190-195
Meios Eletrônicos:
www.cca.ufsc.br/labfitop
www.infobibos.com/
www.tede.ufv.br/
www.ebah.com.br/
www.agrolink.com.br/
www.cca.ufsc.br/labfitop
http://pt.slideshare.net/AgriculturaSustentavel/
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Epidemiologia Parte III