Aula 12 – Cupins
Cenário
CUPINS
Cornitermes cumulans e Syntermes spp.
• O cupim de montículo, Cornitermes cumulans, pode ser
encontrado infestando pastagens em diversas regiões do Brasil.
• Muito embora haja uma grande demanda no que se refere a
medidas de controle, há controvérsias quanto aos danos que,
possivelmente, estariam causando.
Cenário
• Os cupins são conhecidos por devorar a madeira, e também são
associados a danos a plantas cultivadas e a construções, tanto
no meio rural quanto no urbano. Vivem em colônias, numa
sociedade organizada em castas, nos quais os principais são
reprodutores, ou rei e rainha.
• Vários são os tipos de cupins, no mundo são catalogadas cerca de
3.000 espécies. Os mais conhecidos são os de solo, que abrem
galerias a partir do ninho até alcançar a madeira, chegando a
corroer concreto e alumínio, e os cupins-de-madeira seca, que se
alimentam da madeira e a utilizam como abrigo.
Cenário
• Dentre as demais espécies de importância encontradas nas
pastagens brasileiras, temos o C. bequaerti, C. silvestrii e
Syntermes spp.
• Os cupins C. bequaerti diferenciam dos C. cumulans,
principalmente por construírem aberturas para o exterior,
lembrando “chaminés” e pelo fato do núcleo ser localizado mais
profundo no solo.
• Já o C. silvestrii não possuí núcleo em seus ninhos, sendo estes de
forma achatada, crescendo mais em largura do que em altura,
esta espécie possui ninho composto.
Cenário
• De acordo com Valério (2005), os Syntermes spp., são diferentes das
demais espécies que forrageiam folhas mortas das pastagens. Este
gênero forrageia cortando folhas verdes, lembrando formigas
cortadeiras.
• Os cupinzeiros das espécies pertencentes a este gênero não tem uma
camada celulósica definida, seus ninhos podem ser classificados em
três tipos:
• 1) completamente subterrâneo;
• 2) subterrâneo, com um montículo formado por um amontoado de
terra solta na superfície;
• 3) subterrâneo, com um montículo resistente e duro, aflorando a
superfície.
• Para forragearem estes cupins saem do ninho através de pequenos
orifícios na superfície, e ao término, entram no ninho e obstruem os
orifícios com solo.
Identificação
Cornitermes cumulans (cupim de montículo)
Identificação
Cornitermes cumulans (cupim de montículo)
Identificação
Cornitermes cumulans (cupim de montículo)
Identificação
Cornitermes cumulans (cupim de montículo)
Identificação
CUPIM
FORMIGA
Os cupins possuem antenas retas, enquanto as formigas apresentam
antenas dobradas em “cotovelo”. Além disso, todas formigas
apresentam constrição em forma de “cintura”, separando o abdômen
do resto do corpo. No caso dos cupins, esta constrição não existe.
Identificação
O cupim é um inseto pequeno, delicado, as patas minúsculas são
finas, assim como as curtas antenas da cabeça grande.
O comprimento total é no máximo 2,5 cm e às vezes menos de 5,5
mm. Alguns são claros, com a cabeça e as mandíbulas marromavermelhadas.
De modo geral, os operários de cupins apresentam corpo muito
esbranquiçado e frágil, enquanto as formigas têm um aspecto bem
mais resistente, com o corpo melhor protegido por uma cutícula
mais consistente.
Identificação
• Os cupins são animais da ordem Isoptera e, como indicam os
registros fósseis, estes animais habitam o nosso planeta há pelo
menos 250 milhões de anos. São representados por 3000 espécies
de cupins no mundo, 290 registradas no Brasil, e somente 4 destas
potencialmente sinantrópicas, ou seja, vivendo próximas de
moradias humanas.
• São insetos de organização social com papel importante como
decompositores, reciclando matéria orgânica e aerando o solo
quando constroem galerias. Alguns cupins, no entanto, pelo hábito
de comer madeira e se alimentarem das raízes das plantas de
interesse do homem, podem causar problemas na produtividade
das plantações e nas construções civis. São popularmente
conhecidos por siriris ou aleluias.
Biologia
Como as abelhas e as formigas, o cupim é gregário.
Organizou-se em uma sociedade de castas, com base na função
que cada indivíduo desempenha, como buscar alimento,
reprodução, botar ovos, defender o ninho, e outras.
A especialização faz os indivíduos de uma colônia possuírem
diferentes formas (morfologia diferenciada, polimorfismo),
devidamente adaptadas à função que irão desempenhar. Desta
maneira, um indivíduo especializado desempenha apenas um tipo
de tarefa, fazendo com que exista uma completa interdependência
entre os indivíduos de diferentes funções para a sobrevivência da
colônia.
Biologia
Ao contrário da rainha do formigueiro, que se acasala uma vez só,
e nunca mais vê o companheiro, a rainha dos cupins vive com o rei
e põe aproximadamente 84 mil ovos por dia.
Quando nascem, os cupins já se apresentam com a mesma forma
do inseto adulto e o crescimento se dá por sucessivas trocas de
pele.
Em relação à longevidade dos cupins, o rei e a rainha podem viver
até 30 anos. Durante todo o período de vida, a rainha irá colocar
ovos e, para isso, necessita de acasalamento frequente do rei.
A colônia como um todo, no entanto, pode viver para sempre uma
vez que se o rei ou a rainha morrerem ou adoecerem, são
prontamente substituídos.
Biologia
Exitem castas não fixas e castas fixas.
As castas não fixas são os estágios em desenvolvimento, ninfas, que
servem como trabalhadores e, eventualmente, podem sofrer mudas para
uma das castas fixas (operárias, soldados, reprodutores primários ou
reprodutores secundários).
Os membros das castas fixas não sofrem mudas adicionais. Operários e
soldados podem ser vistos como imaturos ou como adultos estéreis.
Os operários são devotados à construção do ninho, alimentação das
larvas, alimentação do rei e da rainha e forrageamento de matéria
vegetal.
Os soldados protegem a colônia de ataques de invasores. Suas cabeças
modificadas são usadas para segurar os inimigos com as grandes
mandíbulas (soldados mandibulados) ou esguichar substâncias nocivas
ou pegajosas de uma glândula na frente da cabeça (soldados nasutos).
Em algumas espécies, os soldados podem fazer as duas coisas.
Biologia
Biologia
Soldado de Syntermes (menor) e de Cornitermes (maior)
Biologia
As mandíbulas dos soldados são tão grandes que precisam ser
alimentados pelos operários. Porém, essas mandíbulas são muito
eficientes.
Algumas espécies possuem mandíbulas tão cortantes que são capazes
de rasgar a cabeça de um inseto intruso, outras batem uma
mandíbula na outra para fazer barulho.
Biologia
Soldado nasutos , que expelem substâncias nocivas ou pegajosas
Biologia
Como possuem exoesqueleto rígido de quitina e proteínas, os
insetos sofrem ecdise, o que significa que constroem um novo
exoesqueleto maior e descartam o antigo, menor para poderem
crescer e aumentar de tamanho.
Alimentação
A principal fonte de alimentação dos cupins é a celulose, que
pode ser proveniente de produtos vegetais vivos, mortos,
transformados naturalmente ou industrializados pelo homem.
Por isso, encontramos espécies que atacam mudas de plantas
vivas. Temos, também, espécies que atacam madeira morta ou
serrada.
Biologia
A troca de alimentos também é feita através da boca, os
operários, responsáveis pela alimentação, produzem um líquido
claro, bastante nutritivo, que é passado aos reprodutores e
soldados, com o objetivo de alimentá-los.
Outro importante hábito observado entre os cupins é o
“grooming”, que consiste no fato de que constantemente os
cupins lambem-se uns aos outros. Tal procedimento é
fundamental na eliminação de microrganismos que possam
causar doenças nas colônias.
Biologia
Rainha no termiteiro sendo alimentada pelas ninfas
Biologia
Rainha no termiteiro sendo alimentada pelas ninfas
Biologia
Rainha com 15cm de comprimento e cerca de seis mil vezes mais pesada que
seu companheiro ou subordinados bota milhares de ovos por dia.
Biologia
Após a cópula, a rainha põe os ovos. O desenvolvimento
embrionário de novos indivíduos possui uma grande variação de
tempo, entre 24 e 90 dias.
Logo após a eclosão os primeiros indivíduos são expostos, tais
são parecidos com os adultos, porém, imaturos e sem coloração.
Os cupins são paurometábolos, ou seja, apresentam
metamorfose incompleta, assim, até seu desenvolvimento
completo passaram por várias ecdises, processos de crescimento
onde o exoesqueleto de quitina do inseto se solta do corpo
permitindo o crescimento, podendo assim se diferenciar e
formar novos membros da colônia.
Biologia
Biologia
Biologia
Biologia
Prejuízo
• Segundo Gallo et al. (1988) e Valério (2005), os prejuízos
causados pelos cupins em pastagens ainda não foram totalmente
determinados, sendo considerados por muitos como sendo
apenas uma questão de estética.
• A presença de cupins em um pasto está associado pelos
produtores ao abandono de propriedade e é, portanto,
responsável pela desvalorização da mesma.
• Ainda não existe um consenso entre pesquisadores para
determinar os prejuízos causados pela área ocupada pelos seus
ninhos numa pastagem, necessitando de mais estudos.
Prejuízo
• Porém os prejuízos indiretos também podem ser sentidos pela
dificuldade nos tratos culturais, por abrigarem animais
peçonhentos, além de poderem danificar mourões de cercas,
cochos de madeiras, etc.
• No entanto os cupins do gênero Syntermes, conhecidos como
cupins boiadeiros ou cupins subterrâneos, forrageiam, podendo
causar danos diretos às pastagens, constituindo ameaça
principalmente na formação das pastagens.
• As espécies de cupins mais encontradas nas pastagens brasileiras
são pertencentes à Família Termitidae, sendo caracterizada por
construir seus ninhos principalmente na forma de montículos. O
termo cupim-de-montículo é associado quase que
exclusivamente a espécie Cornitermes cumulans, pois esta é uma
das espécies mais difundidas no Brasil.
Prejuízo
• O Cornitermes cumulans constrói seus ninhos de forma cônica,
irregular, tomando a cor do terreno em que se encontram. A
camada externa do cupinzeiro é constituída por terra cimentada
com saliva, a parte interna é formada pelo endoécio ou núcleo,
local onde vive a colônia. O núcleo é frágil e de origem orgânica
(principalmente celulose e material fecal).
• Pode ocorrer de haver ninhos compostos, isto é, formado por
unidades satélites, estas conectadas com o cupinzeiro original,
dominadas por um único par real. Quanto ao hábito alimentar
desta espécie ainda não se tem estudos suficientes para
determinar sua preferência alimentar, porém, observações
mostram que mesmo com grandes infestações não houve danos
visíveis causados nas pastagens, o que sugere preferência por
materiais vegetais mortos.
Prejuízo
Prejuízo
Prejuízo
Ataque de cupins em loteamento urbanos (1) e plantio de eucalipto (2)
Prejuízo
Prejuízo
Os cupinzeiros podem chegar a 9m de altura,
muitas vezes com uma profundidade de 2 a 3m,
e as colônias geralmente tem milhões de
habitantes.
Prejuízo
A remoção de qualquer
resíduo celulósico seja de
árvores, troncos, raízes ou
restos de madeiras, antes de
iniciar a construção é um
processo importante na
redução e controle de cupins.
Os resíduos celulósicos servem
como substrato e alimento
para proliferação de colônias.
Cuidados com o acabamento
Após o termino da obra, frestas, rachaduras, vãos e possíveis ambientes
devem ser cobertos com massa. A exposição deste tipo de ambiente é um
agravante na presença ou não de cupins e outras pragas.
Prejuízo
Uso de madeira tratada
Como previamente citado, o uso de madeira oriundo de reflorestamento
previamente tratada com agente químicos impermeabilizantes é uma forma
de dificultar o estabelecimento de novas colônias. O uso preventivo tem se
mostrado eficaz na defesa contra pragas do tipo.
Prejuízo
Ataque de cupins em plantio de arroz de sequeiro
Controle
Controle Mecânico:
O controle mecânico foi uma das primeiras alternativas
consideradas. Implementos acopláveis à tomada de força do trator,
como a "broca cupinzeira", e, posteriormente, numa nova versão, a
"demolidora de cupins”, chegaram a ser comercializados e
deixaram de ser produzidos.
No entanto, tentativas de se controlar mecanicamente colônias de
C. cumulans, quebrando o cupinzeiro em apenas dois ou três
pedaços, ou simplesmente tombando-o, em geral não funcionam.
Há grande possibilidade de que seja reconstruído.
Controle
Controle
Controle
Controle
Controle
Controle
Armadilhas
Novas estratégias para o controle e combate de cupins atualmente é o
uso de “traps” (armadilhas) direcionadas para o comportamento social
dos cupins, como trofalaxia, processo de alimentação em que um
indivíduo transfere para outro o alimento que se encontra dentro do seu
próprio corpo, e a limpeza. O “trap” segue o principio do “slow-acting”
(ação-lenta), no qual os agentes químicos ou microbianos são
transmitidos de cupim a cupim. A ação lenta dos inseticidas usados nas
armadilhas permite que uma colônia inteira seja destruída, afetando,
inicialmente apenas uma das sessões ou galerias.
De acordo com Almeida & Alves 1995, as características de controle
(ação lenta), torna viável o uso de fungos entomopatogênicos,
microrganismos que causam doenças em insetos, como B. bassiana e M.
anisopliae, pois além das condições favoráveis de temperatura e
umidade que as colônias oferecem e do comportamento social, este
fungo pode ser utilizado em armadilhas.
Controle
• Para o controle de cupins em pastagem o mesmo pode ser
realizado através de uso de inseticidas químicos. Estes são
introduzidos no cupinzeiro através de perfuração do cupinzeiro
até que se passe da camada mais dura, atingindo uma camada de
mais fácil penetração, o núcleo (C. Cumulans e C. Bequaerti), no
caso deC. Silvestrii, cujo ninho não se observa um núcleo,
recomenda-se que a perfuração seja feita numa profundidade
que atinja sua altura.
• Valério (2005), recomenda para os Syntermes spp., onde não se
constata facilmente um núcleo, aplicar o inseticida através de
perfurações feitas nos cupinzeiros (uma perfuração por metro
quadrado), penetrando a barra de ferro até atingir uns 20 cm
abaixo do nível do solo. Existem também resultados
experimentais utilizando fungos entomopatogênicos para o
controle de cupins nos pastos.
Controle
• Muitos dos cupinzeiros nas pastagens podem estar abandonados
pelos cupins, não tendo nenhum efeito a aplicação de inseticidas,
o controle através de implementos acopláveis à tomada de força
do trator, tem sido uma boa alternativa para o controle.
• Porém é bom lembrar que pastagens normalmente infestadas
por cupins são pastagens mais velhas, degradadas ou em
degradação, sendo, portanto passíveis de recuperação, podendo
desta maneira receber uma mecanização para preparo de solo e
completa destruição dos cupins, dependendo apenas de um
diagnóstico de área para avaliar a melhor forma de controle dos
cupins e de recuperação desta pastagem.
Controle
O controle tem sido feito predominantemente através do uso de
inseticidas químicos.
Até 1985, os inseticidas clorados eram os mais usados, mas devido
a sua proibição, inseticidas alternativos passaram a ser testados
(Motta et al. 1987, Mariconi et al. 1990, Valério et al. 1994).
Testaram-se fungos entomopatógenos (Fernandes & Alves 1991) e,
mesmo método de controle alternativo, através da destruição
mecânica (Ávila & Rumiatto 1995).
Procurou-se adicionar informações sobre a eficiência de alguns
produtos inseticidas, um deles testado em diferentes espécies de
cupins de montículo, assim como de método mecânico.
Controle
Trabalho científico:
Controle químico e mecânico de cupins de montículo (Isoptera:
Termitidae) em pastagens
Chemical and mechanical control of mound-building termite
species (Isoptera: Termitidae) in pastures
José R. ValérioI; Adão V. SantosI; Antônio P. SouzaI; Cláudio A.M.
MacielI; Marlene C.M. OliveiraII
IEMBRAPA/CNPGC, Caixa postal 154, 79002-970, Campo Grande,
MS
IIEMPAER/MS, Caixa postal 51, 79114-000, Campo Grande, MS
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S030180591998000100016
Controle
Resultados e Discussão
Ensaio I. Os maiores percentuais de mortalidade foram conseguidos com
dodecacloro, abamectina e com as três doses testadas de fipronil, sendo
estes, respectivamente, 90, 100, 100, 100 e 100% (Tabela 1).
Deltametrina e as iscas formicidas, uma à base de sulfluramida e a outra
de clorpirifós, não exerceram controle eficiente, verificando-se
mortalidade de no máximo 10%. A alta eficiência de dodecacloro,
abamectina e fipronil estão em concordância com resultados obtidos em
outros trabalhos. Motta et al. (1987) e Buainain-Alves et al. (1993)
relataram mortalidades acima de 90% com dodecacloro. Mariconi et al.
(1994) e Valério et al. (1994) constataram, igualmente, alta eficiência
com abamectina. Em função disso, esses dois ingredientes ativos foram
utilizados como tratamentos padrões ou testemunhas. Mariconi et al.
(1994) registraram controle eficiente com fipronil com doses variando de
300 a 400 mg de ingrediente ativo por cupinzeiro. Ressalta-se que, 100%
de mortalidade foi constatada com dose bem inferior, de apenas 25 mg
por cupinzeiro.
Controle
Controle
Resultados e Discussão
Ensaio I. A isca formicida com sulfluramida, que substituiu no mercado a
isca à base de dodecacloro, mostrou-se ineficiente no controle de C.
cumulans. Da mesma forma, a isca formicida à base de clorpirifós
também demonstrou-se ineficiente nas doses testadas. Em outros
trabalhos (Valério et al. 1994, Mariconi et al. 1989), com o mesmo
ingrediente ativo na formulação CE, foram registrados resultados mais
eficientes, porém, com doses mais elevadas. A inclusão destas iscas
formicidas deu-se em função de que a formulação granulada apresenta a
vantagem de dispensar a necessidade de diluição em água. Por fim,
reveleram-se igualmente ineficientes, as duas doses de deltametrina,
que foi avaliado na formulação pó seco, dispensando a necessidade de
água. A baixa eficiência observada confirma dados obtidos por BuainainAlves et al. (1993). Mariconi et al. (1989), no entanto, obtiveram alta
mortalidade com este produto, porém usando formulação concentrado
emulsionável, e em doses 50 vezes maiores que a dose mais alta de
deltametrina testada neste ensaio.
Controle
Resultados e Discussão
Ensaio II. O inseticida fipronil mostrou-se altamente eficiente no controle
de C. cumulans e C. bequaerti, determinando 100% de mortalidade (Tabela
2). O mesmo não ocorreu, no entanto, para Syntermes sp., onde a
mortalidade após 30 dias da aplicação foi de 50%. Esta espécie não constrói
ninhos com uma câmara interna à semelhança das duas outras espécies.
Acredita-se que a concentração dos insetos nestas câmaras favoreça a ação
do produto, até mesmo através da trofalaxia. Já para o caso
de Syntermes sp., onde o produto foi colocado num ponto qualquer do
ninho, a ação do produto esteve restrita, ficando na dependência da
circulação dos cupins por aquele local. Mesmo a distribuição do produto via
trofalaxia exigiria mais tempo. Neste caso, surege-se que a mortalidade
nesta espécie venha a ser maior, caso a avaliação seja feita aguardando-se
um tempo maior. Dos cinco cupinzeiros de Syntermes sp. encontrados vivos,
quatro haviam sido tratados através de uma só perfuração, sugerindo que a
aplicação num número maior de pontos por cupinzeiro possa resultar em
maior eficiência.
Controle
Controle
Resultados e Discussão
Ensaio III. Em ambos os locais, o tratamento abamectina + broca
cupinzeira resultou em 100% de mortalidade dos ninhos de C.
cumulans (Tabela 3). O uso da broca cupinzeira isoladamente determinou
100% de mortalidade no local 1 e 90% no local 2, mostrando-se eficaz
como alternativa de controle, considerando as condições adotadas na
presente avaliação, ou seja, completa penetração do implemento no solo
e, quando necessário, mais do que uma perfuração por cupinzeiro. Um
outro implemento ("de- molidor de cupinzeiros") foi avaliado por Ávila &
Rumiatto (1994), com resultados igualmente promissores. Entretanto,
por se tratarem de implementos novos, e por serem variáveis as
condições dos campos infestados (espécie de cupim, tamanho do
cupinzeiro, tipo de solo, nível de umidade do solo, tipo e declividade do
terreno) só com a condução de mais estudos com estes equipamentos é
que se poderá dispor de uma avaliação mais completa sobre esta
alternativa de controle.
Controle
Controle
Controle Químico:
O controle normalmente é feito através da aplicação de pesticidas
no interior dos montículos. Para isso é necessário realizar um furo
com o auxilio de uma barra com aproximadamente 80 centímetros
de comprimento e 2,5 centímetros de diâmetro, além de uma
marreta.
O furo deve ser feito verticalmente até que seja atingida a
chamada câmara celulósica, ou seja, até que não exista mais
resistência à perfuração. Em seguida aplica-se o pesticida,
podendo ser utilizadas pastilhas de fosfato de alumínio ou
inseticida
Controle
Controle
Aplicação de inseticida líquido no interior do cupinzeiro
Controle
Aplicação de inseticida em grânulos no interior do cupinzeiro.
Arranca-se a tampa do montículo, aplica-se e depois repõe a tampa.
Controle
Controle Químico:
Para o caso de cupinzeiros de Syntermes que afloram à superfície,
onde não se constata facilmente um núcleo e, devido ao fato de
que esses poderem ocupar áreas de vários metros quadrados,
recomenda-se:
a) medir a área ocupada pela porção do cupinzeiro que aflora à
superfície (multiplicando-se o maior comprimento pela maior
largura);
b) b) aplicar o inseticida através de perfurações feitas no
cupinzeiro (uma perfuração para cada metro quadrado). Devese penetrar a barra de ferro atravessando a camada de solo
exposto, atingindo 20 cm abaixo do nível do solo.
Controle
Controle Químico:
Caso sejam encontrados os orifícios por onde transitam os
cupins desse gênero, mesmo que já obstruídos, sugere-se
desobstruí- los e, através deles, introduzir o produto.
Embora não haja recomendação resultante de trabalho de
pesquisa, sugere-se também que a aplicação seja feita na base
de um orifício por metro quadrado.
Os produtos a serem utilizados deverão ter registro para esse
fim junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. O princípio ativo Fipronil (Regent 20G),
5g/cupinzeiro, tem sido amplamente utilizado.
Controle
Alguns produtos testados têm se mostrado eficientes através da
termonebulização.
Controle
Controle
Controle Biológico:
Resultados promissores também têm sido reportados com a
utilização dos fungos entomopatogênicos Metarhizium
anisopliae e Beauveria bassiana. (3 a 6 g de conídios puros ou 12 a
16 g da formulação comercial por ninho, dependendo do
tamanho);
São favorecidos pelo ambiente escuro e úmido no interior dos
cupinzeiros, e pela disseminação corpo a corpo que os cupins
promovem ao se lamberem.
Benefícios como não uso de produtos químicos que permitem a
reentrada imediata de animais e humanos aos locais tratados.
Controle
Controle Biológico:
Controle biológico feito com o fungo Beauveria bassiana. À
concentração de 12 gramas, uma dose do fungo atinge 90% da
colônia, incluindo a rainha. O cupim morre em três dias, e o ninho
acaba em três meses. Essa dosagem é indicada para ninhos com
até 50 centímetros de altura; se for maior que isso, pode-se dobrar
a concentração. O fungo gruda no cupim, que morre por contato;
quando o inseto morre, esse fungo frutifica, sai do corpo do inseto
e contamina a colônia.
O método biológico é seis vezes mais barato que o químico, mas é
mais lento e menos eficiente. O controle químico elimina o ninho
em 15 dias e tem eficiência de 90% a 100%, ante 70%a80% no
método natural.
Controle
É importante mencionar que, na maioria das vezes, pastagens
altamente infestadas são, também, pastagens velhas e, portanto,
passíveis de recuperação.
Caso se planeje a recuperação da pastagem, recomenda-se,
primeiro, que se efetuem os procedimentos de recuperação. A
mecanização da área e a consequente destruição dos cupinzeiros
reduzirão, em muito, a infestação.
No caso de eventuais cupinzeiros remanescentes, estes ocorrerão,
então, em menor número (e serão menores), facilitando o
controle. É importante considerar que nas infestações por cupins
de montículo, especialmente em pastagens mais velhas, boa parte
dos cupinzeiros encontra-se abandonada.
Controle
Este é um argumento adicional para que não se opte por controlar
os cupins antes das práticas de recuperação da pastagem, pois
muitos dos cupinzeiros seriam tratados sem necessidade.
Cumpre ressaltar, no entanto, que estas informações referem-se a
espécies do gênero Cornitermes.
Atenção especial deve ser dada às espécies pertencentes ao
gênero Syntermes, cujos ninhos, em sua maioria, são
subterrâneos.
Controle
Tais cupins são menos afetados por práticas agrícolas e as espécies
tornam-se abundantes. Outro aspecto a ser considerado é que, em
contraste com a alta taxa de ninhos abandonados de C. cumulans,
mencionada anteriormente, todos os ninhos de Syntermes
examinados estavam ativos.
Assim, no caso do controle deste em áreas de pastagens a serem
recuperadas, a aplicação de um inseticida é necessária, admitindose ser mais eficiente pelo menos 30 dias antes da mecanização do
solo.
Nessa ocasião, com a área ainda inalterada, a localização dos
ninhos de Syntermes que afloraram à superfície será mais fácil.
Estes cupins têm sido encontrados em maior número em
pastagens de Brachiaria humidicola.
Download

Aula 12 - WordPress.com