Interação Operante –
Respondente e as Emoções
Psicologias: Métodos, Técnicas e Práticas I
Universidade Nove de Julho (Uninove)
São Paulo
Março/2012
Interação Operante/Respondente
EMOÇÕES
Fenômeno complexo
Respostas eliciadas
X
Respostas emitidas
(características)
1. Relação S  R (resposta eliciada)
-- inata (incondicional)
-- condicional = produto de história de pareamento
2. Relação R  S (resposta emitida)
-- condicional = produto de aprendizagem
-- relação entre a emissão de uma resposta e a conseqüência
produzida por ela
Relação entre os estímulos
antecedentes e conseqüentes
-- Classes de estímulos antecedentes  evocam
respostas funcionalmente semelhantes = produtoras de
conseqüências específicas
-- Funções dos estímulos antecedentes:
1. Discriminativa (ocasião “sinalizadora” de reforçamento);
2. Reforçadora condicionada (maior probabilidade de ocorrência
de respostas sob sua presença);
3. Eliciadora (em uma relação respondente = S R)
Importante:
Uma resposta respondente eliciada por um dado
estímulo (porque “acompanha” contingentemente o
estímulo reforçador)
pode tornar-se SDs para classes
de respostas operantes
Emoção, então:
Altera a predisposição para a ação
Exemplo:
A pessoa que perdeu um jogo em função de um erro do árbitro
dirá que “está com raiva” que, segundo a AC, pode ser
expressa por:
1. Alta freqüência de respostas produtoras de dano ao outros[s] (xingar;
reclamar; gritar e socar);
2. Respostas reflexas (aumento dos batimentos cardíacos; enrubescimento;
ofegar) eliciadas pela punição/extinção característica da condição da perda
do jogo;
3. Diminuição da efetividade reforçadora de outros estímulos (p.e., presença
da família) = isolamento (“preciso ficar sozinha”)
O Autoconhecimento para a análise do
comportamento (implicações clínicas)
O papel dos eventos privados
 Reconhecimento da importância para o entendimento
das relações comportamentais na clínica;
 Estímulos e respostas que ocorrem sob a pele do
CLIENTE e do TERAPEUTA
= podem estar envolvidos em diferentes processos
comportamentais e exercem papel importante na
construção do repertório de autoconhecimento
Autoconhecimento:
Repertório descritivo das relações de
controle existentes entre O* e Vas**;
 Pré-requisito para o desenvolvimento do
autocontrole

“Uma pessoa que se tornou ‘consciente de si mesma’
por meio de perguntas que lhe foram feitas está em
melhor posição de prever e controlar seu próprio
comportamento”. (Skinner, 1974/1993, p. 31)
* Organismo
** Variáveis ambientais
Construção de repertório descritivo,
requer:


Auto-observação = próprios comportamentos;
condições antecedentes e eventos
subseqüentes (conseqüências produzidas)
Descrição de eventos privados
= ESTABELECIDOS SOCIALMENTE...
Exemplo:
Trecho da Música: “Faltando um pedaço” (Djavan)
“O amor é um grande laço
Um passo pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculo
Pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada
Como a fuga de uma ilha
Tanto engorda quanto mata
Feito desgosto de filha,
De filha”
Eventos Privados



Comunidade verbal não pode ter acesso aos SAs
necessários para a instalação de Rs descritivas
desses eventos;
Utilização de diferentes estratégias para possibilitar a
construção desse repertório;
Recorre-se a aspectos públicos correlacionados aos
eventos privados
= Não garantem a mesma precisão de controle
encontrada nas respostas sob controle de
estímulos públicos
DIFICULDADES ESSENCIAIS

Além da construção de um repertório discriminativo de
eventos privados:
A INACESSIBILIDADE DESTES EVENTOS =
dificultando a descrição de Rs emitidas publicamente
= PORQUE: eventos privados podem exercer parte do
controle discriminativo sobre a descrição de Rs
públicas
Controle Parcial de Estímulos
Privados
Respostas descritivas relativas:
1. Ao comportamento em curso;
2. A um comportamento oculto: cuja redução da magnitude
pode ser imperceptível aos outros;
3. Ao comportamento passado;
4. A um comportamento futuro, um comportamento
potencial ou probabilidade de determinada R;
5. Variáveis de controle do comportamento
= RESPOSTAS DESCRITIVAS  sujeitas aos mesmos
problemas envolvidos no autoconhecimento relativo a
eventos privados

Construção de um repertório de
autoconhecimento na clínica


Falta de clareza na descrição do cliente acerca de eventos
relevantes para o entendimento de seu comportamento;
Repertório descritivo impreciso de comportamentos e de
aspectos do ambiente;
= TERAPEUTA  comunidade verbal responsável pela
instalação de repertório discriminativo eficaz para;
Identificação e Alteração
 contingências ambientais
relacionadas à queixa
Do terapeuta, exige-se:



Bom repertório discriminativo de seu próprio
comportamento;
Bom repertório discriminativo das contingências
que controlam suas Rs;
Habilidades no manejo das estratégias para a
instalação de Rs descritivas no repertório do
cliente
Possíveis funções exercidas pelo
relato de eventos privados na
psicoterapia
Fornecimento de informações acerca de contingências em vigor na
relação terapêutica ou Identificação de contingências em vigor na
vida do cliente
Tendência (até cultural) de comportamentos serem
“explicados” como originados por eventos privados

IMPORTANTE: discriminação do terapeuta de
manifestações externas corporais do cliente (p.e.:
lágrimas; rubores; contrações faciais etc.)  indicação de
respondentes (sentimentos e emoções) e, por conseguinte,
contingências em vigor tanto na relação terapêutica como ao
tema relatado
Conhecimento do efeito que certos eventos ambientais
(comportamentos de outros ou certas operações
ambientais) exercem sobre o seu (do cliente)
comportamento (sentimentos, emoções, Rs abertas e
encobertas)  a partir do pedido do terapeuta para que o
cliente observe as situações nas quais as Rs emocionais
ocorrem



Atuação efetiva sobre o ambiente;
Desenvolvimento de Rs alternativas àquelas que
levaram a condições aversivas e buscando interações
mais reforçadoras;
Discriminação dos efeitos que as ações exercem sobre
o ambiente
Sentimentos e emoções experimentados pelo terapeuta
durante a sessão podem sinalizar (para o T) contingências
de reforçamento em vigor no andamento da sessão



Facilitando a análise  dicas sobre o efeito que
comportamentos do cliente exercem no seu ambiente;
Terapeuta pode explicitar esses efeitos ao seu cliente,
com a função de informá-lo acerca do que seus
comportamentos produzem “no outro” e no mundo;
Desenvolvimento de relações sociais mais
reforçadoras
Emoções experimentados pelo terapeuta durante a
sessão podem sinalizar a probabilidade de as suas (de T)
ações prejudicarem o andamento da sessão

Necessidade da relação terapêutica seja
diferenciada de outros tipos de relação
Possíveis interferências de eventos privados do
terapeuta sobre os seus comportamentos abertos

Identificados a partir da tomada de decisões acerca da própria
formação do terapeuta (verbalizações encobertas acerca de
regras decorrentes de supervisão clínica, da teoria ou de
regras do próprio atendimento);
IMPORTANTE: eventos privados relevantes na análise,
mas sem status de função causal iniciador  FONTES
DE DADOS para a busca de variáveis de controle
externas
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