O setor externo
Guia
Aspectos microeconômicos
A teoria das vantagens comparativas
A teoria sueca de comércio internacional
Aspectos macroeconômicos
Taxa de câmbio
Balanço de pagamentos
A teoria das vantagens
comparativas
O quê leva os países a comercializarem entre si?
Economistas clássicos  A teoria das vantagens comparativas
Economistas modernos  A teoria sueca de comércio
internacional
A teoria das vantagens
comparativas
Formulada por David Ricardo em 1817, esta teoria
sugere que cada país deva especializar-se na produção
daquela mercadoria em que é relativamente mais
eficiente. Essa será a mercadoria a ser exportada.
Por outro lado, esse mesmo país deverá importar
aqueles bens cuja produção seja menos eficiente.
Desse modo, os países se especializarão e se
concretizará o processo de troca entre eles.
A teoria das vantagens
comparativas
Exemplo - David Ricardo explica a sua teoria usando um exemplo
envolvendo Portugal e Inglaterra e apenas dois bens, vinho e roupa, decidiu
medir todos os custos relativos de produção, expressos em horas de
trabalho.
Analisando a tabela conclui-se que a Inglaterra tem uma vantagem absoluta
quer na produção de vinho, quer na de tecido.
A teoria das vantagens
comparativas
As unidades de trabalho necessárias à produção de qualquer dos produtos,
em Portugal, em termos percentuais das necessidades de trabalho
correspondentes para Inglaterra são:
Apesar da desvantagem absoluta de Portugal em ambos os bens, o país tem
uma vantagem comparativa na produção de vinho e uma desvantagem
comparativa na produção de tecido (1,14<1,90).
A teoria das vantagens
comparativas
No caso de Inglaterra:
A Inglaterra tem uma vantagem comparativa na produção de tecido e uma
desvantagem comparativa na produção de vinho (0,525<0,875).
A teoria das vantagens
comparativas
Sem comércio internacional, na Inglaterra são necessárias 63 horas de
trabalho para a produção de 1 unidade de tecido e 70 horas para 1 unidade
de vinho. Desse modo, uma unidade de vinho deve custar 1,11 de tecido
(70/63).
Por outro lado, em Portugal, essa unidade de vinho custará 0,67 unidade de
tecido (80/120). Se houver comércio entre os países, a Inglaterra poderá
importar 1 unidade de vinho por um preço inferior a 1,11 unidade de
tecido, e Portugal poderá ganhar mais que 0,67 unidade de tecido
vendendo o seu vinho. Ou seja, o acordo realizado entre os dois países será
um preço entre 0,67 e 1,11 unidade de tecido.
A teoria das vantagens
comparativas
A partir deste estudo, Ricardo provou que cada país seria beneficiado caso
se especializassem no produto onde detém maior vantagem comparativa, o
produto total global de cada bem aumenta, melhorando a situação de todos
os países envolvidos nas trocas internacionais, pois menores seriam os
custos de produção, os salários de subsistência dos trabalhadores e em
conseqüência os lucros seriam os maiores possíveis.
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A teoria das vantagens comparativas
A teoria sueca de comércio internacional
Aspectos macroeconômicos
Taxa de câmbio
Balanço de pagamentos
A teoria sueca de comércio
internacional
É também conhecida como a teoria das proporções dos fatores. O que ela
significa?
Assim, determinado país, como o Brasil, pode ter abundância relativa de
mão-de-obra. Desse modo, o custo da MO será menor, o que assegurará
que o Brasil tenha vantagem comparativa em produtos que utilizem a MO
de forma intensiva.
O contrário ocorreria com os bens cuja produção intensiva o uso de capital,
devendo o país, deixar que a sua produção seja realizada no exterior,
importando a um custo menor.
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A teoria das vantagens comparativas
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Aspectos macroeconômicos
Taxa de câmbio
Balanço de pagamentos
A taxa de câmbio
Conceito: taxa de câmbio nominal é o preço da moeda estrangeira (divisa),
em termos da moeda nacional:
Dólar
Data
04/11/2010
Taxa de Compra
1,6811
Taxa de Venda
1,6819
Como todo preço, a taxa de câmbio é determinada pela oferta e pela
demanda, no caso, divisas.
A taxa de câmbio
A oferta de divisas depende do volume de exportações e da entrada de
turistas e capitais externos.
A demanda de divisas depende do volume de importações e da saída de
turistas e capitais externos.
Valorização cambial como o aumento do poder de compra da moeda
nacional perante outras moedas. Como a taxa de câmbio é definida como o
preço de divisas, segue-se que uma valorização cambial corresponde a uma
queda da taxa de câmbio.
A taxa de câmbio
Basicamente, são dois os regimes cambiais:
Taxa fixa: o BC fixa antecipadamente a taxa de câmbio, e
compromete-se a comprar divisas à taxa fixada;
•
Taxa flutuante: a taxa de câmbio varia de acordo com a demanda
e a oferta de divisas, e o BC não tem o compromisso de comprar divisas no
mercado.
•
A taxa de câmbio
Taxa fixa
Taxa flutuante
 Vantagens:
 Vantagem:
evita
o
aumento dos preços dos
produtos
importados;
maior previsibilidade para
os agentes de mercado.
 Desvantagem:
a
obrigatoriedade do BC
disponibilizar as suas
reservas.
o BC não
precisa disponibilizar suas
reservas.
 Desvantagens:
vulnerabilidade à variação
do mercado internacional;
variações dos preços dos
produtos importados.
A taxa de câmbio
Na verdade, entre os dois casos, existem regimes intermediários, como
a chamada flutuação suja, sistema em vigor no BR e em grande parte do
mundo, na qual é adotado o regime de câmbio flutuante, com o
mercado determinando a taxa, mas com intervenções do BC,
comprando e vendendo divisas de forma a manter a taxa de câmbio
sem grandes flutuações.
A taxa de câmbio
Qual os efeitos da taxa de câmbio (TC) sobre as
importações e exportações?
Importações: aumento da taxa de câmbio produtos importados se
tornam mais caros  reduz o nível das importações.
Exportações: aumento da taxa de câmbio produtos exportados se
tornam mais baratos  aumenta o nível das exportações.
A queda da taxa de câmbio, torna a moeda nacional mais forte, o
que estimulará a compra de produtos importados, mas
desestimula a venda dos exportados.
A taxa de câmbio
Qual seria o efeito da TC sobre a inflação?
Ao tornar a taxa de câmbio mais baixa, valorização da moeda
nacional,
estimula-se a compra de produtos importados,
aumentando a concorrência com os nacionais, o que provoca uma
queda dos preços dos produtos internos. Geralmente, essa política
cambial está acoplada com uma abertura comercial.
A taxa de câmbio
Qual é o efeito das variações da TC sobre a dívida
externa?
Curto prazo: aumento da taxa de câmbio aumento a dívida em reais,
mas em dólar continua o mesmo valor.
Médio prazo: estímulo das exportações  desestímulo das importações
 aumento da oferta de dólares  queda do preço do dólar  queda da
dívida externa em dólares.
Uma valorização da moeda nacional tem um efeito contrário.
A taxa de câmbio
Qual é a relação entre a TC e a taxa de juros?
Quando as taxas de juros internas aumentam em relação às externas, há
uma tendência a um aumento do fluxo de capitais financeiros internacionais
para o país, aumento a oferta de divisas e diminuindo a taxa de câmbio.
Paralelamente, os nacionais ficam atraídos a investir no mercado interno,
diminuindo a saída de divisas do país que também diminui a taxa de câmbio.
A taxa de câmbio
Variação nominal e variação real da taxa de câmbio
A variação nominal da taxa de câmbio diz respeito à
variação da taxa em si, ou seja, o quanto à moeda nacional
consegue comprar da moeda estrangeira.
Evidentemente, a diferença entre a variação nominal e a
variação real deve-se a taxa de inflação.
A taxa de câmbio
Variação nominal e variação real da taxa de câmbio
Suponhamos por exemplo uma desvalorização cambial de 10%.
Se a taxa de inflação também for de 10%, na realidade não
ocorreu desvalorização, em termos reais. Em outras palavras, a
variação nominal foi de 10%, mas a variação real foi nula.
A taxa de câmbio
Existem duas formas de definir a taxa de câmbio real (R):
1. Abordagem da demanda: a taxa de câmbio real é a razão
entre o nível geral de preços externos (convertidos em
moeda nacional) e o nível geral de preços internos.
R= Preços externos/Preços internos
Assim, um aumento na taxa de câmbio real faz com que os
produtos externo fiquem mais caros do que os produtos
internos, desestimulando a importação.
A taxa de câmbio
Existem duas formas de definir a taxa de câmbio real (R):
2. Abordagem da oferta: a taxa de câmbio real é a razão
entre o preço dos produtos exportáveis e o preços dos
produtos não exportáveis.
R= Preços exportáveis/Preços não exportáveis
Assim, uma queda na taxa de câmbio real faz com que os
produtos exportáveis sejam mais baratos que os produtos não
exportáveis.
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Aspectos microeconômicos
A teoria das vantagens comparativas
A teoria sueca de comércio internacional
Aspectos macroeconômicos
Taxa de câmbio
Balanço de pagamentos
Balanço de pagamentos
Conceito: é o registro contábil de todas as transações de um país com o
resto do mundo (bens, serviços, capitais físicos e financeiros). É subdivido
em 5 grupos de contas, a saber:
1. Balança comercial: a diferença entre as exportações e as
importações;
2.
Balanço de serviços e rendas: são registrados todos os serviços
pagos e/ou recebidos pelo Brasil (fretes, seguros, viagens
internacionais);
3.
Transferências unilaterais correntes: doações entre países;
Balanço de pagamentos
4.
Conta capital e financeira: transações que produzem variações no
ativo e no passivo externo do país (investimentos diretos de empresas
internacionais, empréstimos, ações);
5.
Erros e omissões: surge quando se tenta compatibilizar transações
físicas e financeiras e as várias fontes de informações (BC,
Departamento de Comércio Exterior).
Balanço de pagamentos
BALANÇO DE PAGAMENTOS NO BRASIL
ANO 2003 (Milhões Dólares)
24.824
4- CONTA CAPITAL
Exportações
Exportações
73.084
5- CONTA FINANCEIRA
4.587
Importações
Importações
(48.260)
Investimento Direto
9.895
(23.640)
Investimento Carteira
5.308
Derivativos
(151)
1- BALANÇA
COMERCIAL
1- BALANÇA
COMERCIAL
2- SERVIÇOS E RENDA
Serviços
Renda
(5.088)
(18.552)
Outros Investimentos
498
(10.465)
3- TRANSF. UNILATERAIS
2.867
6- ERROS E OMISSÕES
(651)
TRANSAÇÕES CORRENTES
4.051
SALDO CAPITAL
4.434
Resultado Balanço Pagamentos
Professor Ms REINALDO CAFEO
8.485
Balanço de pagamentos
Exercício:
Dados (em US$ bilhões):
Exportações
Importações
Empréstimos externos recebidos
Donativos recebidos
Fretes pagos
Amortizações pagas
100
80
20
5
20
10
Balanço de pagamentos
Exercício:
Pede-se:
a) Saldo da Balança Comercial (BC)
b) Saldo do Balanço de Transações Correntes (BTC)
c) Saldo do Balanço de Pagamentos (BP)
Balanço de pagamentos
Solução:
a) Balança Comercial = Exportações – Importações = 100-80 =20
b)
Balanço de Transações Correntes = BC + B. de serviços +
Transferência unilateral = 20-20+5 = 5
c)
Balanço de Pagamentos= BTC + conta capital e financeira = 5+(2010) = 15
Balanço de pagamentos
Exercício:
Dados (em US$ bilhões):
Exportações
Importações
Fretes e seguros pagos ao exterior
Juros pagos ao exterior
Remessa de lucros das multinacionais
Fretes e seguros recebidos do exterior
25
25
5
8
4
2
Balanço de pagamentos
Exercício:
Dados (em US$ bilhões):
Investimentos diretos em equipamentos
Empréstimos recebidos do exterior
Empréstimos liquidados no vencimento
Donativos recebidos em dólares
Donativos recebidos em mercadorias
Assistência técnica paga ao exterior
4
12
3
2
1
3
Balanço de pagamentos
Exercício:
Pede-se:
a) Saldo da Balança Comercial (BC)
b) Saldo do Balanço de Serviços (BS)
c) Saldo do Balanço de Transações Correntes (BTC)
d) Saldo da Conta Capital e Financeira (CCF)
e) Saldo do Balanço de Pagamentos (BP)
Balanço de pagamentos
Solução:
a) Lembrando que investimentos diretos em equipamentos e donativos
em mercadorias é lançada em Importações.
Balança Comercial = Exportações – Importações = 25-23-4-1 =-3
b) Balanço de Serviços = Fretes e seguros + Rendas de Capitais +
Serviços Diversos
fretes e seguros = -5 + 2= -3
renda de capitais = juros + lucros = -8 -4 = -12
serviços diversos = assistência técnica = -3
Balanço de pagamentos
Solução:
c) Balanço de Transações Correntes = BC + B. de serviços +
Transferência unilateral = -3-18+(2+1) = -18
d) Conta Capital e Financeira = Investimentos diretos + Empréstimos –
Amortizações = 4+12-3=13
b)
Balanço de Pagamentos= BTC + CCF = -18+13 = -5
Revisão
O que vem a ser a Teoria das Vantagens Comparativas?
2. Defina regime de câmbio fixo, câmbio flutuante e flutuação suja.
3. Comente o efeito da taxa de câmbio sobre
1.
a.
b.
c.
Importações e Exportações
Dívida externa
Taxa de juros
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Balanço de pagamentos