Humanismo
Prof.ª Jéssica Gravino
Marco inicial
• Fato: Nomeação de Fernão Lopes
• 1418- Guarda-mor da Torre do Tombo ou
• 1434- Cronista-mor do Reino
• Transição do Trovadorismo para o Classicismo.
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1. Contexto Histórico
A Europa estava num momento de transição entre a Idade Média
e o Renascimento, período em que o homem passa a se opor aos valores
teocentristas. Nesse contexto se dá ainda o franco crescimento da
Burguesia e suas atividades mercantis, que, por sua vez, desencadeará o
processo das Grandes Navegações e o início do deslocamento para as
cidadelas. São fatores preponderantes para a mudança de pensamento da
época:
- Valorização do racionalismo;
- Início da Revolução Comercial;
- Grandes Navegações;
- Desenvolvimento urbano;
- Invenção da imprensa
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2. O Humanismo Literário
É o movimento literário voltado principalmente para o
engrandecimento do homem enquanto ser e cidadão dos novos
agrupamentos urbanos, bem como do conhecimento voltado para seu
bem-estar e paz de espírito. Essa valorização do homem se deu a partir
da passagem do teocentrismo para o antropocentrismo, que é a linha
filosófica que considera que o universo deve ser avaliado a partir de sua
relação com o homem. A diáspora dos campos para as cidades foi um
dos principais fatores para a efervescência literária deste movimento.
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3. A Historiografia: Fernão Lopes
Com o declínio do teocentrismo, o homem passa a ser o
principal agente dos movimentos históricos, com isso se dá a
necessidade de documentar estes fatos. Quando assumiu a função de
cronista-mor da Torre do Tombo, em 1418, Fernão Lopes começou a
documentar os movimentos históricos europeus, principalmente de
Portugal. Ele utilizava apenas fontes escritas para suas documentações,
além de utilizar linguagem coloquial e citar manifestações populares.
Principais obras: Crônica del-Rei D. Fernando, Crônica del-Rei D. João I e
Crônica del-Rei D. Pedro I.
Características das crônicas: Valorização dos fatos documentados;
procura incessante pela verdade e valorização dos movimentos de massa.
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4. Poesia Palaciana
Uma das poucas produções deste estilo que são estritamente da
nobreza. Estes poemas nos remetem principalmente aos moldes
utilizados na época do Trovadorismo. Como nesta estirpe já não há mais
o acompanhamento de instrumentos musicais, os poemas são
principalmente feitos em redondilhas (estrofes com cinco ou sete
versos), por terem uma maior musicalidade, o que facilitaria a
memorização. Estes poemas podem ser encontrados no Cancioneiro Geral,
compilação organizada por Garcia de Resende.
Características: Redondilhas menores (versos com 5 sílabas métricas) e
redondilhas maiores ( versos com 7 sílabas métricas).
Formas: Cantiga, Esparsa, Trova e Vilancete.
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5. O Teatro de Gil Vicente
Sem dúvidas o maior nome do Humanismo português, Gil
Vicente, é também o maior retrato da disseminação do
antropocentrismo. Suas farsas, comédias, autos etc. levantavam sempre a
bandeira do engrandecimento moral e religioso do homem, afim de que
ele se tornasse, além de um ser social, um ser puro, seguidor da doutrina
cristã e da ética humana. Criticava o desvirtuamento moral e social de
todas as castas da sociedade: nobreza, clero, burguesia e povo, sempre
com um fortíssimo humor que beirava a acidez.
Principais obras: Farsa de Inês Pereira, Auto da Barca do Inferno e Auto da
Barca do Purgatório.
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6. O Auto da Barca do Inferno
Teatro representado pela primeira vez em 1517. É um retrato
muito bom do que era a sociedade de Lisboa, com seus problemas
sociais. Trata do julgamento divino de alguns personagens (tipificados),
levando em consideração o que fizeram em vida. A peça é iniciada com
os personagens defronte às barcas, uma que leva ao inferno e outra que
leva ao céu. Os principais personagens-tipo são: um nobre (D. Anrique),
um onzeneiro (homem que vivia de emprestar dinheiro a juros), um
sapateiro, um parvo(um louco), um corregedor, uma alcoviteira, um
frade e quatro cavaleiros. Cada um debate com os guardiões das barcas
para saber aonde serão levados. No final apenas o louco e os quatro
cavaleiros tomam o rumo do céu.
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7. A farsa Velho da horta
• Gira em torno de sentimentos cultivados por
homem já velho a respeito de uma bela jovem,
que trata suas declarações poéticas e apaixonadas
com deboche e desdém, e da sua ruína financeira
em função de se deixar explorar por uma
alcoviteira que se aproveita de sua fragilidade
sentimental, com o pretexto de ajudá-lo a
conquistar a jovem.
8. Farsa de Inês Pereira
Obra que tem como mote a seguinte frase: “Mais vale um asno
que me carregue que um cavalo que me derrube”. Inês, moça
interesseira, fútil e preguiçosa, procura um marido para se livrar da vida
tediosa de solteira. Seu primeiro casamento fracassa em virtude da morte
do marido. Porém o segundo, com a ajuda da alcoviteira Lianor Vaz,
atende aos anseios da jovem: encontrar um marido bobo, que faça todos
os seus caprichos. Este homem é Pero Marques, que por vezes é
maltratado e até traído por Inês. Ao final, o marido carrega a mulher nos
ombros e a entrega ao amante, completando assim a relação com a frase
mote.
Pintura
Aborda aspectos da vida humana
Escultura
Era inaceitável na Idade Média, figuras nuas, por exemplo, passa a ser tema das obras de arte.
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