"Formação da Diplomacia
Econômica no Brasil”
- As Relações Econômicas Internacionais no Império autor: Paulo Roberto de Almeida
Introdução
OBJETIVO:
Mostrar como atuou a diplomacia brasileira, ao longo do
século XIX, nos assuntos referentes:
1) Ao Tráfico Negreiro
2) A Escravidão
3) A Imigração
Introdução
TESE :
A) Em relação ao tráfico negreiro, a diplomacia
brasileira teve uma postura reativa;
B) Em relação ao trabalho escravo e à imigração,
uma postura (quase) omissa
Introdução
QUESTÕES :
A) Como é possível defender uma política de
imigração, com uma mão de obra escrava no
país?
Plano
Introdução
I) Parte: Diplomacia do Tráfico Negreiro e da
Escravidão
II) Parte: Diplomacia da Imigração
Conclusão
I)
Parte:
A) Diplomacia do Tráfico Negreiro
[…]
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
[…]
O Navio Negreiro, Castro Alves.
I)
Parte:
A) Diplomacia do Tráfico Negreiro
Questão:
Como reagiu a diplomacia brasileira em relação
às pressões externas em favor da supressão do
tráfico negreiro e a abolição da escravatura na
primeira metade do século XIX?
I)
Parte:
A) Diplomacia do Tráfico Negreiro
• TRÁFICO:
-Imigração – Atividade Custosa;
-Escravidão – Atividade Lucrativa;
• AMBIGUIDADE NA ATUAÇÃO;
- Atrair mão-de-obra livre;
X
- Conter a pressão externa
I)
Parte:
ARGUMETOS DA ELITE NACIONAL:
• BRAÇOS PARA A LAVOURA;
- Grande base territorial;
- Baixo número de habitantes
População brasileira, 1808-1900
1808
1819
1830
1854
4.000.000
4.396.132
5.340.000
7.677.800
1872
1880
1889
1900
10.112.061
11.808.215
14.058.751
17.318.556
Fonte: Brasil, IBGE. Séries Estatísticas Retrospectivas, vol 3, 1987, p.3 p.320
I)
Parte:
A PRESSÃO EXTERNA
• Desde a vinda da família real;
- Tratado de Aliança e Amizade;
• Eric Williams – Novas Formas de Capitalismo;
• Moderna Historiografia - Humanismo Iluminista; Opinião Pública;
• Razões comerciais.
II) Parte: Diplomacia da Imigração
II) Parte: Diplomacia da Imigração
• Imigração de não-lusos e não-Africanos:
Início em 1808 com a Abertura dos Portos;
Chineses de Macau;
Suíços e alemães (a partir de 1818).
• Escravidão x Imigração
II) Parte: Diplomacia da Imigração
Obstáculos estruturais à imigração
Empecilhos para a imigração:
1. As condições gerais para a ocupação de terras
“É uma grande desgraça para o Brasil estarem extensões enormes
de território nas mãos de proprietários que não possuem
bastante fortuna, nem mesmo para poderem cultivar a centésima
parte delas, e que, não obstante, se agarram tenazmente à sua
propriedade na esperança de que, ao continuo desenvolvimento
do país, a mesma se valoriza dia mais.”
(Descrição da concentração de terras em 1820 por um inglês)
II) Parte: Diplomacia da Imigração
2. As condições gerais para a naturalização dos
imigrantes já estabelecidos.
Set/1830 - lei “sobre o aluguel de serviços prestados pelos
estrangeiros,[que] pretendia favorecer a agricultura nacional,
mas estabelecia grande desigualdade entre as obrigações dos
trabalhadores e dos proprietários, não era feita para melhorar
o estado de espírito dos colonos”.
Out/1832 - lei sobre a naturalização dos estrangeiros aos 4 anos
de residência condicionava sua obtenção à propriedade de terras
ou ao exercício da profissão útil.
“Entretanto, como se exigia apresentação de prova de idade, de
residência, de propriedade, e, depois, de uma declaração perante o
Conselho Municipal, o pagamento, enfim, de uma taxa, as
naturalizações foram raras.”
II) Parte: Diplomacia da Imigração
Outros problemas para a imigração:
• A falta de uma lei de terra
• A continuidade do regime do tráfico e da
própria escravidão.
(...) a salvação do Brasil repousa na imigração unicamente espontânea de agricultores
livres europeus, e são suas condições essenciais a extinção do trafico de escravos
africanos e o estabelecimento de sólidos sistema de distribuição das terras a
colonizar , juntamente com a generalização do imposto territorial e as devidas
garantias legais.
II) Parte: Diplomacia da Imigração
Evolução do fluxo imigratório
Imigrantes desembarcados no Brasil entre 1820 e 1859
1820 - 1829
9.105
1830 – 1839
2.569
1840 – 1849
4.992
1850 – 1859
108.045
Lei da terra
Evidencia do numero alto de escravos no conjunto da popul. brasileira.
População livre e escrava entre 1819 e 1872
Ano
Popul. Livre
1819
1872
2.488.743
8.565.181
% sobre o
total
69,2
84,7
Popul.
Escrava
1.107.389
1.546.880
% sobre
o total
30,8
15,3
Popul. Total
3.596.132
10.112.061
II) Parte: Diplomacia da Imigração
E o papel da diplomacia
brasileira??
II) Parte: Diplomacia da Imigração
"Que coisa entendeis por uma nação, Senhor Ministro?
é a massa dos infelizes?
Plantamos e ceifamos o trigo, mas nunca provamos pão
branco.
Cultivamos a videira, mas não bebemos o vinho.
Criamos animais, mas não comemos a carne.
Apesar disso, vós nos aconselhais a não abandonarmos a
nossa pátria?
Mas é uma pátria a terra em que não se consegue viver
do próprio trabalho?"
(resposta de um italiano a um Ministro de Estado de seu país, a propósito
das razões que estavam ditando a emigração em massa)
Imigrantes chegando de trem à
Hospedaria dos Imigrantes
(São Paulo-SP)
Lei de Terras:
Uma Anticolonização
II) Parte: Diplomacia da Imigração
• Distribuição de terras no Brasil: Capitanias hereditárias
e sesmarias;
• Questão de terras no Brasil, um grande obstáculo à
imigração, deveria ter sido resolvida na Constituição de
1824, quando foi suprimida a lei das sesmarias;
• “Era algo a ser resolvido, mas continuamente
postergado” .
II) Parte: Diplomacia da Imigração
• Ministro barão de Cairu:
“O Governo Imperial tem procurado com os meios de seu alcance
remediar a falta que se encontra de uma lei que regule a concessão
de terras, marque as condições e determine as vantagens que
porventura seja possível facultar-se àqueles que, com o fito de
melhorarem de sorte, deixam sua pátria [...] Sem essa lei de
importância vital para o país, difícil será haver esperança de que
nele se consolide e torne perene tão poderoso e eficaz elemento de
prosperidade nacional”.
II) Parte: Diplomacia da Imigração
• Soluções apontadas:
• Sistema Wakefield (não chegou
a ser empregado);
• Método de Parceria: utilizado
pelo senador Vergueiro em 1847
(problemas posteriores que
acabaram por dificultar a
emigração de europeus de certos
países) .
II) Parte: Diplomacia da Imigração
• Anos 1840:
“trafico escravo chegando a seus limites políticos e
diplomáticos”
Começa a ser implementada a “diplomacia da
imigração”
• Lei de terras: discussão sobre o regime
de terras opunha liberais e conservadores
II) Parte: Diplomacia da Imigração
• Projeto de 1842 (apresentado pelo governo à Câmara
dos Deputados em 1843): marcado pelo debate acerca
dos custos da importação de mão-de-obra,
principalmente no que diz respeito aos impostos e à
perda da propriedade dos maus pagadores.
• 3 de setembro de 1850: aprovada a Lei de Terras:
Eliminados o imposto territorial, a perda da
propriedade.
Aquisição de terras somente através da compra (exceto
na faixa fronteiriça)
Diplomacia da
imigração e
Concorrência
Estrangeira
• concorrência de outros países em expansão:
EUA, Grã-Bretanha e França ofereciam
passagens e dinheiro adiantado. Países
como Peru, Bolívia e Estado Oriental do
Uruguai ofereciam até mesmo terras
gratuitas. Mais tarde, entra a Argentina na
deisputa.
• “ O Brasil não tinha condições de competir
com os outro países, sobretudo com os
Estado Unidos”
• Estados Unidos:
Facilidade de aquisição de terras
Maior desenvolvimento de transportes
Melhor qualidade das terras à venda
Ausência de escravidão nas áreas de
colonização
Legislação liberal e liberdade religiosa
• Brasil:
Problemas com a Inglaterra e com a França
•Cafeicultura no planalto paulista: decisiva para
encorajar a vinda dos imigrantes
•Parlamento sempre pressionou a diplomacia
brasileira nas tomadas de decisão sobre o tráfico
negreiro, a escravidão e a imigração européia
•No que diz respeito à escravidão e ao tráfico
negreiro, “ela [a diplomacia] mais reagiu do que
antecipou-se aos problemas colocados na frente
externa por uma agressiva política abolicionista
inglesa.
• “Em relação ao problemas da imigração e do
regime de trabalho escravo, a diplomacia
brasileira foi bastante discreta em sua
atuação, para não dizer completamente
omissa na segunda questão”
• Um ano após a abolição, em sua última fala
do trono imperial, D. Pedro I congratula-se
como incremento da imigração: 131 mil
imigrantes em 1888 e mais ainda no começo
daquele ano.
• Após a queda do regime monarca, a
província de São Paulo, por uma política
ativa de subsídios, intensificou o volume
do número de imigrantes
Conclusão
Grupo:
Allan Batista Gabriel
Camilla Grinover
Tamar Dias
Ícaro de Oliveira Rosa
Ana Luiza Narvaez
(MA 4)
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II) Parte: Diplomacia da Imigração