• Dziga Vertov, nascido Denis Arkadievitch Kaufman, (Bialystok,
Rússia, 2 de janeiro de 1896 — 12 de fevereiro de 1954),
cineasta, documentarista e jornalista, é o grande precursor do
cinema directo na sua versão de cinema verdade.
• Ainda muito jovem, Vertov começa a escrever poemas e estuda
música durante quatro anos. Com 19 anos, começa a estudar
medicina, na mesma época em que cria o "laboratório do
ouvido“, onde registra e monta ruídos de todo o tipo com um
velho fonógrafo Pathéphone.
• Denis Arkadievitch Kaufman ou Dziga Vertov, pseudônimo
escolhido pelo próprio cineasta logo no início de sua carreira,
nasceu em Bialysto (Polônia)
• O seu filme "Um Homem com uma Câmera" é um marco na
história do cinema, como documentário reflexivo (Bill Nichols).
Filma o cotidiano de cidades russas, principalmente Moscovo
(Moscou), com criatividade e lucidez. Planos pensados e
repensados, a passagem de um simples fotograma a complexa
estrutura narrativa mantendo a intenção poética são, por si sós,
uma aula de cinema. Para associar o olho humano ao da
câmera, usa por exemplo planos de uma persiana, numa
metáfora da retina, do diafragma da objectiva, do cinemaolho, capaz de apreender o real.
• Dziga Vertov foi um dos primeiros cineastas russos a usar
técnicas de animação e desenvolver certos princípios
fundamentais da montagem no cinema. Estabeleceram o ABC
das linguagem cinematográfica. Para Vertov a montagem é a
alma do filme, o motor da sua estética e do seu sentido. O
trabalho de Dizga Vertov foi fundamental para o
desenvolvimento da construção dramática e melhoria do cinema
e para o surgimento do cinema direto nos anos sessenta, com o
desenvolvimento das técnicas de filmagem com câmaras leves
com som síncrono.
• Mas tal como Vertov já definira para o cinema, temos também
na hipermídia mais uma expansão da incompletude do olhar
humano. No filme de Vertov, janelas e portas abrem e fecham,
expressando o quanto há de complexo no jogar de estruturas
elementares das ações cotidianas. O olhar humano revela algo
de sua essência a partir do olhar no trem, tudo se movimenta a
nossa volta como que numa mistura entre imagem fotográfica e
seqüência de fotogramas. O trem permite a passagem da
fotografia para o cinema. O olhar do homem com uma câmera
não imita, simplesmente, o mundo, mas revela uma face até
então não conhecida por nenhuma outra arte.
• Como juntar pedaços aparentemente desconexos de imagens e
sons e construirmos sentidos que vão além dos pedaços
isolados.
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1919 Kino Nedelia, A Semana no Cinema
1919 Aniversário da Revolução
1922 História da Guerra Civil
1924 Brinquedos Soviéticos
1924 Cine-Olho
1925 Kino-Pravda
1926 A Sexta Parte do Mundo
1928 O Onézimo
1929 Um Homem com uma Câmera (br)
O Homem da Câmara de Filmar (pt)
1931 Entusiasmo (Sinfonia de Donbass)
1934 Três Canções para Lênin
1937 Memórias de Sergo Ordjonikidze
1938 Três Heroínas
1944 Nas Montanhas de Ala-Tau
1954 Notícias
• Três cânticos para Lênin - toma como tema três canções
populares inspiradas por Lênin. Mostra diversos aspectos da
União Soviética, das regiões européias e asiáticas. É o filme em
que Vertov pode por em prática com mais perfeição todas as
teorias produzidas desde os anos 20, sobretudo acerca da
montagem de imagens e sons. Vertov usa da melhor maneira,
neste filme, materiais de arquivo, principalmente aqueles que
registram as imagens e a voz de Lenin.
• Apesar de O homem com a câmera de filmar ser um dos filmes
mais montados da história do cinema, os 1692 planos estão
repletos de improvisos que só foram possíveis graças às
qualidades vertovianas de formação do que poderíamos
chamar de bancos de cenas. Vertov dava uma importância
primordial para estas etapas anteriores a filmagem,
preocupação que se prolongava até o momento da montagem.
Bancos que também se transformam em protagonistas do filme.
Como se o filme, assim como o próprio homem-câmera, também
falasse de si mesmo e da sua relação com a montagem.
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