Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas A Loucura do Trabalho: Estudo de Psicopatologia do Trabalho Christophe Dejours Ferdinando Estevam Luann Carlos Richard Eustáquio 09.1.8084 09.2.8125 09.1.8026 Psicologia do Trabalho DEENP - UFOP Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas O Caso do Subproletariado Ideologia Defensiva Mecanismos de Defesa Individual Os Resíduos das Defesas Coletivas Efeitos do Trabalho Sobre a Atividade Psíquica Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas O Caso do Subproletariado Condições de Vida “A falta da rede de esgoto é a principal causa da mortalidade infantil entre crianças com idade entre 1 e 6 anos.” "A chance de uma criança, de 5 anos de idade, moradora de uma favela morrer por problemas resultantes da falta de saneamento básico é 28% maior que por outras causas. Os índices de mortalidade infantil caem em 4,7% quando elas têm acesso a esgoto tratado. Da mesma forma, o índice de mulheres que dão à luz bebês já mortos cai para11%, quando vivem em ambiente com rede de esgoto.” (fonte: pesquisa FGV) Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas O Caso do Subproletariado Estrutura Familiar “Analisando por nível de renda, nota-se que a fecundidade, no ano 2000, foi de 3,4 filhos na cidade e de 4,2 filhos nas favelas para as mulheres que residiam em lares com renda domiciliar per capita menor do que ½ salário mínimo (SM) (IBGE-2000).” Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Ideologia Defensiva É um certo tipo de defesa elaborada pela classe trabalhadora sobre as consequências do mundo do trabalho. A Ideologia Defensiva é uma construção coletiva e atua também coletivamente, ou seja, o conjunto dos trabalhadores tende a se comportar de forma semelhante diante dos riscos inerentes ao mundo do trabalho. Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Ideologia Defensiva A ideologia defensiva leva a negação dos riscos do trabalho sobre o corpo do trabalhador, pois a sua função é manter corpo em produção, evitando a possibilidade do desemprego. A ideologia defensiva defende os trabalhadores da ansiedade de estar incapacitado para o mundo do trabalho. Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Ideologia Defensiva A Ideologia da Vergonha “Quando está doente, tenta-se esconder o fato dos outros, mas também da família e dos vizinhos. Se a gente está doente, é porque é preguiçoso(...). A associação entre doença e vagabundagem é caracteristica do meio.”(Dejour, 1949) Negar a doença é uma forma de manifestação da ideologia defensiva. Devido a ideologia defensiva temos a tendência de domesticar a doença, em vez de tratá-la. Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Ideologia Defensiva “A mulher não pode se permitir ficar doente, por causa dos filhos.” “O medo de não trabalhar faz com que reproduzamos práticas médicas selvagens, ou seja, oferecemos e tomamos medicamentos sem avaliação médica. O que é mais agravado ainda por questões financeiras” Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Ideologia Defensiva Funções: A ideologia defensiva consiste em manter à distância o risco de afastamento do corpo ao trabalho. A ideologia defensiva tem por objetivo mascarar, conter e ocultar uma ansiedade particularmente grave. As doenças e todas as outras situações que possam dificultar ou impedir o corpo de trabalhar são vistas como vergonha. Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Ideologia Defensiva Comportamentos Individuais Alcoolismo Violência Loucura Morte Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Os Mecanismos de Defesa Individual Contra a Organização do Trabalho: O Exemplo do Trabalho Repetitivo Retomada de alguns aspectos da Organização Cientifica do Trabalho. No sistema Taylorista a organização era tão rígida que afetava até a vida fora do trabalho. Taylor denunciava o que dizia ser “a vadiagem no trabalho”. Um dos principais obstáculos encontrados pelo projeto de Taylor era o saber operário, mas que Taylor apodera-se com o tempo. Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Os Mecanismos de Defesa Individual Contra a Organização do Trabalho: O Exemplo do Trabalho Repetitivo Como Funcionava: O mais rápido é escolhido, e então, o modo operatório dele é definido como modelo São criados vários departamentos de supervisão dos movimentos Os que demoravam eram taxados como lentos ou burros... Erro ou cegueira intencional? Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Os Mecanismos de Defesa Individual Contra a Organização do Trabalho: O Exemplo do Trabalho Repetitivo Consequências: Fim da liberdade de escolher a melhor maneira de executar o trabalho, ou seja, impossibilidade de auto-regulação. Individualização dos operários e destruição do aparelho intelectual. Confronto entre os operários. Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Os Mecanismos de Defesa Individual Contra a Organização do Trabalho: O Exemplo do Trabalho Repetitivo Individualização Frente ao Sofrimento Comunicação restringida ou até mesmo proibida A possibilidade de ganhar prêmios por quantidade Inexistência de tarefa comum Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Os Resíduos das Defesas Coletivas A fábrica da Citroën Táticas operatórias espontâneas Eficácia limitada Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas O Operário - Macaco de Taylor Taylor justifica-se diante de indagações da Corte Suprema dos Estados Unidos: “A idéia de treinar os operários um após o outro, sob a condução de um professor competente, para que se executem seu trabalho seguindo novos métodos até que eles apliquem de uma maneira contínua e habitual...” Desapropriação do Know-how Adestramento?! Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Os Efeitos do Trabalho Repetitivo Sobre a Atividade Psíquica O trabalhador pré-tayloriano conseguia regular o desgaste físico através da programação intelectual espontânea. No taylorismo o corpo não obedece o pensamento. Paralisia Mental induzida pela organização do trabalho. Individuo personalizado x Organização Despersonalizante Sofrimento Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas O Uso do Tempo Fora do Trabalho O que era para ser uma compensação das violências sofridas pelo trabalho não traz todas as vantagens que poderíamos esperar. Restrição financeira Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas A “Contaminação” do Tempo Fora do Trabalho Impossibilidade de dissociar: o homem do trabalho e o homem fora do trabalho Número elevado de casos de continuidade da cadência fora do trabalho Continuidade da vigilância dos gestos Parar de praticar, significa perder o condicionamento produtivo O próprio operário torna-se artesão de seu sofrimento Capítulo 1 – As Estratégias Defensivas Vídeo Todo Mundo Odeia O Chris