Drogas
Como elas afetam?
2. OS TIPOS DE DROGAS DEPRESSORAS E SEUS
EFEITOS
Depressoras: são drogas que diminuem a velocidade de funcionamento do cérebro.
• ÁLCOOL
• 1. Histórico do álcool e Tipos de Bebidas
• Embora seja uma droga, frequentemente o álcool não é considerado como tal, principalmente pela sua grande aceitação
social e mesmo religiosa. Podem-se observar nas obras gregas, mitos sobre a criação do vinho. Com destaque para as
figuras de Dioniso, Icário e o Rei Anfictião protagonizando a visão grega sobre o uso do vinho (álcool). Nos dias de
hoje, é prática em muitas famílias a "iniciação" das crianças no consumo do álcool. A permissividade ao álcool leva à
falsa crença de inocência do uso do álcool, mas o consumo excessivo tem se tornado um dos principais problemas das
sociedades modernas.
• O álcool contido nas bebidas é cientificamente conhecido como etanol, e é produzido através de fermentação ou
destilação de vegetais como a cana-de-açúcar, frutas e grãos. O etanol é um líquido incolor. As cores das bebidas
alcóolicas são obtidas de outros componentes como o malte ou através da adição de diluentes, corantes e outros
produtos.
• No Brasil, há uma grande diversidade de bebidas alcóolicas, cada tipo com quantidade diferente de álcool em sua
composição.
2. O que o álcool faz no organismo?
• O álcool é absorvido principalmente no intestino delgado, e em menores quantidades no estômago e no cólon. A concentração do álcool que
chega ao sangue depende de fatores como: quantidade de álcool consumida em um determinado tempo, massa corporal, e metabolismo de
quem bebe, quantidade de comida no estômago.
• Quando o álcool já está no sangue, não há comida ou bebida que interfira em seus efeitos. Num adulto, a taxa de metabolismo do álcool é de
aproximadamente 8,5g de álcool por hora, mas essa taxa varia consideravelmente entre indivíduo.
• Os efeitos do álcool dependem de fatores como: a quantidade de álcool ingerido em determinado período, uso anterior de álcool e a
concentração de álcool no sangue. O uso do álcool causa desde uma sensação de calor até o coma e a morte dependendo da concentração
que o álcool atinge no sangue. Os sintomas que se observam são:
• Doses até 99mg/dl: sensação de calor/rubor facial, prejuízo de julgamento, diminuição da inibição, coordenação reduzida e euforia;
• Doses entre 100 e 199mg/dl: aumento do prejuízo do julgamento, humor instável, diminuição da atenção, diminuição dos reflexos e
incoordenação motora;
• Doses entre 200 e 299mg/dl: fala arrastada, visão dupla, prejuízo de memória e da capacidade de concentração, diminuição de resposta a
estímulos, vômitos;
• Doses entre 300 e 399mg/dl: anestesia, lapsos de memória, sonolência;
• Doses maiores de 400mg/dl: insuficiência respiratória, coma, morte.
• Um curto período (8 a 12 horas) após a ingestão de grande quantidade de álcool pode ocorrer a "ressaca", que se caracteriza por: dor de
cabeça, náusea, tremores e vômitos. Isso ocorre tanto devido ao efeito direto do álcool ou outros componentes da bebida. Ou pode ser
resultado de uma reação de adaptação do organismo aos efeitos do álcool.
• A combinação do álcool com outras drogas (cocaína, tranquilizantes, barbituratos, anti-histamínicos) pode
levar ao aumento do efeito, e até mesmo à morte.
• Os efeitos do uso prolongado do álcool são diversos. Dentre os problemas causados diretamente pelo álcool podem-se
destacar doenças do fígado, coração e do sistema digestivo. Secundariamente ao uso crônico abusivo do álcool,
observa-se: perda de apetite, deficiências vitamínicas, impotência sexual ou irregularidades do ciclo menstrual.
3. Tolerância e Dependência ao álcool
• O uso regular do álcool torna a pessoa tolerante a muitos dos seus efeitos, sendo necessário maior consumo para o
indivíduo apresentar os mesmos efeitos iniciais.
• A dependência física ocorre em consumidores de grandes doses de álcool. Como já estão adaptados à presença do
álcool, esses indivíduos podem sofrer sintomas de abstinência quando param de beber. Os sintomas de abstinência são:
nervosismo ou irritação, sonolência, sudorese, diminuição do apetite, tremores, convulsões e alucinações.
• Pode-se desenvolver a dependência psicológica com um uso regular do álcool, mesmo que em pequenas quantidades.
Nesse tipo de dependência há um desejo persistente de consumir álcool e sua falta pode desencadear quadros ansiosos
ou mesmo de pânico.
Sedativos e Hipnóticos não Barbitúricos
(ANSIOLÍTICOS)
• Incluem-se nesse grupo agentes, que em certos casos, substituíram os barbitúricos, ou que apesar de
terem uso restrito ainda são utilizados na medicina atual. Esses compostos foram introduzidos devido
à necessidade de sedativos e hipnóticos "não barbitúricos". No entanto, tornaram-se drogas de
significante uso abusivo. As drogas que podem ser assim classificadas são: benzodiazepínicos,
paraldeídos e brometos.
• Benzodiazepínicos
1. Alguns Exemplos de Benzodiazepínicos disponíveis:
Nome genérico
Nome comercial
• Clordiazepóxido
Librium
• Diazepam
Valium
• Clonazepam
Rivotril
• Lorazepam
Lorax
2. O que os benzodiazepínicos fazem no organismo?
• As drogas desse grupo promovem a ligação do ácido (a-aminobutírico (GABA), principal
neurotransmissor inibidor, a receptores na membrana dos neurônios). Com isso permitem um
aumento de correntes iônicas através dos canais de cloreto, inibindo a atividade neuronal. Os
benzodiazepínicos tem um efeito sedativo-hipnótico dependo da dose utilizada. Como o aumento
progressivo da dose os efeitos são: sono, inconsciência, anestesia cirúrgica, coma e por fim a
depressão fatal da regulação respiratória e cardiovascular. O coma só ocorre em doses muito elevadas,
e a ocorrência de depressão respiratória fatal é muito difícil. Ainda em doses terapêuticas os
benzodiazepínicos têm a capacidade de dilatar os vasos coronarianos, já em doses altas pode também
bloquear a transmissão neuromuscular.
3. Efeitos indesejados dos benzodiazepínicos
• Os efeitos indesejados que ocorrem mesmo com o uso de doses terapêuticas são: graus variados de
tonteira, lassitude, tempo de reação aumentado, falta de coordenação motora, comprometimento das
funções mental e motora, confusão, amnésia anterógrada, e alterações nos padrões de sono. Outros
efeitos colaterais que podem ocorrer são: fraqueza, cefaleia, turvação visual, vertigem, náuseas e
vômitos, desconforto epigástrico e diarreia, dores articulares, torácica e incontinência urinária.
4. Tolerância e Dependência aos benzodiazepínicos
• A tolerância ocorre de modo diferente para os vários efeitos. A ação
ansiolítica parece não sofrer tolerância, mas isto ocorre rapidamente para as
ações sedativas ou hipnóticas. Essa tolerância parece ser tanto funcional
como metabólica. O desenvolvimento da dependência ocorre devido ao uso
crônico de benzodiazepínicos e sua magnitude é dependente da dose
utilizada. A síndrome de abstinência caracteriza-se por: insônia, ansiedade e
alucinações.
Barbitúricos
• Os barbitúricos (ou derivados do ácido barbitúrico) foram por muito tempo, a
droga de escolha para o tratamento da insônia. O declínio de seu uso deu-se
por vários motivos como: mortes por ingestão acidental, o uso em homicídios e
suicídios, e principalmente pelo aparecimento de novas drogas como os
benzodiazepínicos. Hoje em dia, os barbitúricos ainda são utilizados no
tratamento de distúrbios convulsivos e na indução da anestesia geral.
• Os barbitúricos são produzidos através da condensação de derivados do ácido
malônico e da ureia. Atualmente existem diversos barbitúricos disponíveis:
Nome Genérico
• Amobarbital
• Barbital
• Butabarbital
• Fenobarbital
• Hexobarbital
• Mefobarbital
• Pentobarbital
• Secobarbital
• Tiamilal
• Tiopental
Nome Comercial
Amytal
Veronal
Butisol
Gardenal, Luminal
Evipal
Mebaral
Nembutal
Seconal
Surital
Delvinal
Duração da Ação
Ação curta a intermediária
Ação prolongada
Ação curta a intermediária
Ação prolongada
Ação curta a intermediária
Ação prolongada
Ação curta a intermediária
Ação curta a intermediária
Ação ultra-curta
Ação curta a intermediária
• 1. O que os barbitúricos fazem no organismo?
• A principal ação do barbitúrico é sobre o Sistema Nervoso Central. Eles podem causar depressão profunda, mesmo
em doses que não têm efeito sobre outros órgãos. A depressão pode variar sendo desde um efeito sedativo, anestésico
cirúrgico, ou até a morte. Outro efeito dos barbitúricos é o de causar sono, podendo induzir apenas o relaxamento
(efeito sedativo) ou o sono (efeito hipnótico), dependendo da dose utilizada.
• Os barbitúricos são metabolizados no fígado e excretados na urina.
• 2. Envenenamento Barbitúrico
• O envenenamento barbitúrico é um problema clínico significativo, podendo levar à morte em alguns casos. A dose
letal do barbitúrico varia de acordo com muitos fatores, mas é provável que o envenenamento grave ocorra com a
ingesta de uma só vez de doses dez vezes maiores que a dose hipnótica total. Se o álcool ou outros agentes
depressores forem utilizados junto com o barbitúrico, as concentrações que causam morte são mais baixas.
• 3. Tolerância aos barbitúricos
• O uso crônico de barbitúricos pode levar ao desenvolvimento da tolerância. Isso ocorre tanto pelo aumento do
metabolismo da droga, como pela adaptação do sistema nervoso central à droga. O grau de tolerância é limitado, já
que há pouca ou nenhuma tolerância aos efeitos letais destes compostos.
Inalantes e Solventes
• 1. Histórico dos inalantes
• Um número grande de produtos comerciais têm em sua formação várias
substâncias voláteis (evaporam-se facilmente), os chamados solventes. Como
essas substâncias têm a capacidade de evaporar facilmente, a sua inalação pode
ocorrer voluntária, principalmente entre adolescentes e crianças, ou
involuntariamente, como nos casos de trabalhadores da indústria de sapato.
2. Como os inalantes agem no organismo?
• Os solventes podem ter efeitos estimulatórios, ou de depressão e até causar alucinações.
Devido a essa complexidade de efeitos, considera-se que essas substâncias tenham
efeitos em vários processos fisiológicos cerebrais simultaneamente. Até o momento,
não se conhece a interação dos solventes com nenhum neurotransmissor conhecido. A
intoxicação aguda pode ser descrita em quatro fases:- Primeira fase: excitação, euforia,
exaltação, tonturas, perturbações visuais e auditivas. Além disso, podem ocorrer:
náuseas, espirros, tosse, salivação, fotofobia e rubor na face. - Segunda fase: confusão,
desorientação, obnubilação, perda do autocontrole, visão embaçada, diplopia, cólicas
abdominais, dor de cabeça e palidez. - Terceira fase: redução acentuada do alerta,
incoordenação motora, ataxia, fala pastosa, reflexos deprimidos e nistagmo. - Quarta
fase: depressão acentuada do alerta, chegando até a inconsciência, sonhos bizarros e
convulsões epileptiformes. A exposição crônica aos solventes pode causar: prejuízo de
memória, diminuição da destreza manual, alteração no tempo de reação aos estímulos,
cansaço, dor de cabeça, confusão mental, incoordenação motora e fraqueza muscular.
Essa fraqueza pode ser causada por lesão em nervos motores, em casos graves, pode
resultar em paralisia.
3. Metabolismo e Eliminação dos inalantes
• A eliminação ocorre em parte através da respiração, mas a maior parte é metabolizada rapidamente pelo fígado. Os seus
metabólitos, como a hexanodiona (substância tóxica para os nervos periféricos), são eliminados na urina.
Lança-perfume: a droga dos carnavais.
• O lança-perfume é um solvente à base de cloreto de etila, éter, clorofórmio e essência perfumada, fabricado na Argentina. É
armazenado em tubos de alta pressão, permitindo com que seja facilmente evaporado e inalado de forma eficaz.
• Essa substância é absorvida pela mucosa pulmonar, sendo seus componentes levados, via corrente sanguínea, aos rins, fígado e
sistema nervoso. Liberando adrenalina no organismo, acelera a frequência cardíaca, proporcionando sensação de euforia e
desinibição ao mesmo tempo em que confere perturbações auditivas e visuais, perda de autocontrole e visão confusa.
• Como seus efeitos são rápidos, os usuários tendem a inalá-lo diversas vezes, potencializando a ação de seus compostos sobre o
organismo. Assim, seu uso pode desencadear em quadros mais sérios, como falta de ar, desmaios, alucinações, convulsões, paradas
cardíacas e morte. Além disso, por alterar a consciência do indivíduo, permite com que este esteja mais vulnerável a acidentes.
Cheirinho da Loló
• O cheirinho da loló é também conhecido como loló ou apenas cheirinho.
• É um preparado clandestino (fabricado ilegalmente), à base de éter mais clorofórmio e usado apenas para
fins de abuso. Sabe-se que esses "fabricantes" quando não encontram uma daquelas substâncias eles a
substituem por qualquer outro solvente; portanto há muita confusão quanto à composição do cheirinho da
loló o que complica quando se tem um caso de intoxicação aguda por esta mistura.
Cola de Sapateiro
• A cola de sapateiro é uma droga pertencente ao grupo dos inalantes, uma vez que é utilizada dessa forma,
com absorção pulmonar. Segundo pesquisa feita pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas, é a quarta droga mais consumida em nosso país, depois do tabaco, álcool e maconha.
• Composta por diversas substâncias, como o tolueno e n-hexana, proporciona sensações de excitação, além
de alucinações auditivas e visuais que, em contrapartida, são acompanhadas de tontura, náuseas, espirros,
tosse, salivação e fotofobia. Tais efeitos são bastante rápidos, levando o indivíduo a inalar novamente.
• Seu uso constante desencadeia em desorientação, falta de memória, confusão mental, alucinação, perda de
autocontrole, visão dupla, palidez, movimento involuntário do globo ocular, irritação das mucosas, paralisia,
lesões cardíacas, pulmonares e hepáticas, dentre outros; podendo desencadear em convulsões, inconsciência,
e até mesmo morte súbita. Isso acontece porque tais substâncias provocam a destruição de neurônios e
nervos periféricos, além de ser consideravelmente irritantes.
Opiáceos
1. Introdução e Histórico aos opiáceos
• Os opióides incluem tanto drogas opiáceas naturais, quanto as drogas sintéticas relacionadas, como a
meperidina e a metadona. Os opiáceos são substâncias derivadas da papoula. A codeína e a morfina
são derivadas do ópio, e a partir destas produz-se a heroína.
• O uso de opiáceos remonta há séculos atrás. No século XVI, o ópio era utilizado como remédio para
os "nervos", contra tosse e diarreia. No fim de século XIX, a heroína foi utilizada como um remédio
para a dependência causada pela morfina, no entanto seu uso mostrou-se inadequado. Apesar de ter
reconhecidamente um maior efeito contra a dor e contra a tosse, tem também maior probabilidade de
causar dependência.
• As drogas sintéticas relacionadas aos opiáceos foram criadas para tratar da dor sem causar
dependência. Apesar de sua eficiência como analgésicos, essas drogas também podem causar
dependência.
2. O que os opiáceos fazem no organismo?
• Logo após a injeção de opióides, o usuário experimenta um "rush", uma "onda de prazer". Isso ocorre
devido à rápida estimulação de centros cerebrais superiores, que pode ser seguido de depressão do
sistema nervoso central. A dose necessária para causar esses efeitos pode também causar agitação,
náuseas e vômitos. Com o aumento da dose, há a sensação de calor no corpo, boca seca, mãos e pés
pesados, e um estado em que o "mundo é esquecido".
• Esses efeitos ocorrem devido à ação de opióides "exógenos" como a morfina, e opióides "endógenos"
como as beta-endorfinas em receptores opióides do tipo mu. Ao se ligarem a esse receptor, essas
substâncias causam analgesia, somente com o uso sistemático é que pode ocorrer a depressão do
sistema nervoso central.
• Os efeitos fora do sistema nervoso central são muitos: contração da pupila, depressão respiratória,
respiração irregular, obstipação, retenção de urina e diminuição do volume urinário. Todos esses efeitos
ocorrem devido à ação da droga nos centros nervosos do tronco cerebral, ponte e bulbo, e na
musculatura lisa do intestino e do trato genitourinário. A depressão respiratória pode ser bastante
grave, podendo levar à morte.
3. Como os opiáceos são eliminados do organismo?
• Os opiáceos são absorvidos pelo trato gastrointestinal, mas sofrem o "efeito da primeira
passagem" (são metabolizados no próprio intestino e no fígado). Devido a seu caráter
básico e a limitada ionização ao pH fisiológico, a droga atinge rapidamente o interior das
células. Como essas substâncias não têm afinidade especial pelo sistema nervoso central,
elas se espalham por todo o organismo, causando diversos efeitos.
• O metabolismo final ocorre no fígado, onde a morfina é transformada em mono e
diglucuronídeos e eliminada na urina.
4. Tolerância e Dependência aos opiáceos
• Com o uso regular, há necessidade de maior quantidade de droga para obter-se o mesmo
efeito anterior (tolerância). O desenvolvimento de dependência pode rapidamente. A
dependência psicológica ocorre quando a droga ocupa um papel central na vida do
usuário. Nestes casos, a cessação do uso leva os usuários a uma forte e incontrolável
vontade de utilizar a droga.
• A dependência física faz com que os usuários tenham sintomas de abstinência quando o
uso é diminuído ou interrompido de maneira abrupta. Estes sintomas podem aparecer
poucas horas após a última administração. Os sintomas mais comuns são: agitação,
diarreia, cólica abdominal e uma vontade intensa de consumir a droga ("fissura" ou
"craving"). Estes sintomas são mais intensos entre 48 e 72 horas após o último uso, e
cessam após uma semana.
• Em usuários pesados, que não apresentam boa saúde, a abstinência repentina pode levar
à morte.
MORFINA
• A morfina é a mais conhecida das várias substâncias existentes no pó de ópio. A palavra
morfina vem do deus da mitologia grega Morfeu, deus dos sonhos. Foi isolada em 1806, sendo
uma das mais potentes drogas analgésicas. Após a constatação das desastrosas consequências
do seu largo emprego, a morfina foi relegada a um plano secundário em medicina. Os
mecanismos de fiscalização sobre a sua produção e comercialização são severos. Só está
disponível em soluções injetáveis e comprimidos e seu uso é restrito a algumas situações
médicas onde se impõe o uso de um analgésico potente (como cânceres, queimaduras extensas,
grandes traumatismos). O mercado clandestino é restrito, quase insignificante.
Efeitos
• Os efeitos agudos (ou seja, quando ocorrem apenas algumas horas após o uso) da morfina são
semelhantes aos do ópio, mas mais potentes. Tolerância e dependência também se instalam
rapidamente. O dependente de morfina vive em um estado de torpor e insensibilidade.
• Injetada, provoca torpor e uma sensação de euforia. Sua overdose leva à morte por parada
respiratória.
MORFINA
• A síndrome de abstinência é muito grave, acompanhada de intensa angústia,
tremores, diarreia, suores e câimbras. A hospitalização é sempre uma imposição nos
tratamentos de desintoxicação. A droga nunca é retirada bruscamente, havendo
necessidade de se estabelecer um programa de retirada progressiva da droga ou sua
substituição por derivados sintéticos mais seguros.
HEROÍNA
• A heroína é uma droga derivada da papoula, sintetizada a partir da morfina: substância bastante utilizada no século
XIX pelas suas propriedades analgésicas e antidiarreicas. Como outras drogas originárias desta planta, a heroína
atua sobre receptores cerebrais específicos, provocando um funcionamento mais brando do sistema nervoso e
respiratório.
• Descoberta sua potencialidade em causar dependência química e psíquica de forma bastante rápida, sua
comercialização foi proibida na década de vinte. Entretanto, principalmente no sudeste asiático e Europa, essa
substância é produzida e distribuída para todo o mundo clandestinamente.
• Apresentando-se em sua forma pura como um pó branco de coloração esbranquiçada, é utilizada mais
frequentemente de forma injetável, após aquecimento. Além disso, alguns usuários a inalam ou aspiram.
• Seus efeitos duram aproximadamente cinco horas, proporcionando sensações de bem-estar, euforia e prazer;
elevação da autoestima e diminuição do desânimo, dor e ansiedade. Como esta droga desenvolve dependência e
tolerância de forma bastante rápida, o usuário passa a consumi-la com mais frequência com o intuito de buscar o
mesmo bem-estar provocado anteriormente, e também de fugir das sensações provocadas pela abstinência. Essa,
que surge aproximadamente vinte e quatro horas após seu uso, pode provocar diarreia, náuseas, vômitos, dores
musculares, pânico, insônia, inquietação e taquicardia.
• A maioria dos casos de morte por overdose é consequência de paradas respiratórias decorrentes de seu uso
prolongado, ou de uso concomitante com outras drogas.