Gilberto Ribeiro - Psicólogo
II Unidade
Profº. Gilberto Ribeiro
Clínica de DOR
Primeiros modelos de descrição da Dor
 Descartes, foi o primeiro e descrever a dor como
uma resposta a um estímulo doloroso, perante
este, o cérebro detecta a sensação dolorosa.
 Em 1895 Von Frey, desenvolveu a teoria da
especificidade da dor, refletindo-se numa
resposta automática a um fator externo, sendo
que o ser humano possui receptores sensíveis a
estímulos específicos, por exemplo, a sensação
de dor ao queimar o dedo.
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
Clínica de DOR
Em 1920 Goldschneider, desenvolveu a teoria
do padrão, resumindo-se também à perspectiva
de que a sensação de dor resultaria de uma
comunicação direta entre o cérebro e as áreas
afetadas pela dor.
 De acordo com estas teorias a dor era
considerada uma resposta automática a
estímulos externos ao organismo, que a
provocariam, sendo assim uma dor psicogénica
(uma produção da mente do paciente) e por
outro lado orgânica (uma reação capaz de ser
observável aos outros.
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DOR:“A dor é uma experiência sensorial e
emocional suscitada por uma lesão
tecidual, real ou potencial, ou que pode
ser caracterizada pelas, manifestações
próprias de tal lesão.”
“A dor é sempre uma sensação
subjectiva.”
(IASP-Associação Internacional de
Analgesia, 1979)
Clínica de DOR
“Para os seres humanos, a dor é um
flagelo mais terrível do que a própria
morte”
(Albert Schweiter)
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
A humanidade convive com a dor desde a sua
origem.
 Do ponto de vista do sofredor: impossibilidade
de tradução, limitação da linguagem, busca de
credibilidade, experiência pessoal retida, projeto
de vida bloqueado
 Do ponto de vista do médico: perde na angústia
do Pc, quer caracterizar o quadro álgico, busca
escalas, questionários, exames, testes para
mensurar e identificar a experiência dolorosa.
Clínica de DOR
 Quando
o processo doloroso torna-se
crônico, a dor persiste além do tempo
esperado e transforma-se em uma
complexa incorporação de aspectos
biológicos, psicológicos e sociais.
 Desancora o indivíduo do seu cotidiano,
relaciona-se consigo e com os outros por
meio de máscaras: a máscara de
sofredor.
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“Acho que não sou mais eu depois
desta dor. Tenho medo de fazer as
coisas e a minha dor aumentar.” A., 35
anos, fem. Fibromialgia
 “Eu tinha uma festa legal pra ir mas não
fui, com dor não dá. Meus amigos já
estão cansados [...]Eles não entendem
que a dor me arrasa.” J.,28 anos,
masc., dor neuropática.

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Atendimento multidisciplinar
 Tratar de um indivíduo com dor não se
resume a diagnosticar e receitar remédios.
 Uma assistência eficiente se faz com uma
equipe multidisciplinar e quando possível
interdisciplinar. Assim pode-se identificar
os diferentes contextos pelos quais a dor
se constrói, traçando assim condutas
diferentes para pessoas diferentes.
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Psicólogo
T.O.
Fisioterapia
Paciente
dor crônica
Médicos
Enfermagem
Serviço Social
Outros
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Atendimento multidisciplinar
 Os médicos são responsáveis pela
avaliação inicial e diagnóstico.
 Encaminha-se
para outros profissionais
para que possa haver uma orientação do
que possa ser feito.
Clínica de DOR
“Eu aprendi que apesar das dores
serem muito fortes, saindo,
conversando e distraindo podemos
suportar e até mesmo esquecer que
estamos com dor. Acho que estou ,mais
tolerante com a dor, aprendia conviver
com ela” M, fem., 33 anos,LER.
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Feridas abertas e marcas da dorMagdalena Carmen Frida Kahlo
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A psicologia como nova alternativa no
tratamento da dor
 A partir do séc. XX, a psicologia viria e desempenhar um
papel determinante no tratamento da dor.
 Descobriu-se que a farmacologia ou até mesmo cirurgia,
só atuavam em dores agudas, não sendo bons no
tratamento da dor crônica.
 Com a II Guerra Mundial, Beecher, desenvolveu um
estudo sobre a dor. Observou que, apesar dos soldados
terem ferimentos semelhantes aos civis, estes
solicitavam medicação para atenuação da dor em muito
maior número do que os soldados.
 Concluiu que os soldados atribuíam uma conotação
positiva à sua dor, uma vez que para eles esta
significava o final da Guerra. Sendo que esta conotação
positiva servia de mediadora da sensação de dor.
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Os aspectos de ordem psicológica
interferem no limiar do organismo à dor.
 Assistência psicológica: resignifica sua
experiência de sofrimento e desenvolve
novos hábitos e comportamentos.
 Qual origem da demanda?
Dor crônica maligna
Dor crônica benígna

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Avaliação Psicológica
PSICÓLOGO
DOENÇA
PACIENTE
MEIO
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“ Hoje eu consigo perceber como
aminha dor me aprisionava. Sinto-me
uma pessoa novamente, antes só
queria morrer. Nunca pensei que eu
pudesse contribuir com meu desanimo e
pessimismo para aumentar o meu
sofrimento. Aprendi o que significa limite
e que é bom ter amor próprio.” F., fem.,
43 anos, cefaléia.
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O Grito, de Edvard Munch (1863-1944).
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Avaliação

Uma série de elementos que associados aos
estímulos nociceptivos, vão interferir na
experiência subjetiva da dor, merecem assim
serem investigados:
1- Aprendizagem e experiências na infância
2- Cultura
3- Ambiente familiar e social
4- História da moléstia atual
5- Estrutura de personalidade
6- Corpo
7- Sistema de crenças
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Avaliação

Outros pontos:
1- auto-imagem
2- Cotidiano
3- Pensamento
4- Afetividade
5- Projeto de vida

Para obter esses dados:
1- Questionário de auto-avaliação da dor
2- Desenho da dor
3- Rotina diária
4- Escala de ansiedade e Depressão
5- Lista de incômodos
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Intervenções psicológicas
 1- Acompanhamento psicológico:
Individual:psicanálise,cognitvo comportamental
Grupo: grupos abertos, discussão de temas.

2- Orientação psicopedagógica:
Individual: fornecer informação, mudar posturas
Grupo: Programa de controle da dor (PCD)

3- Sessões de relaxamento:
Cuidado e consciência corporal para aliviar tensões
musculares

4- Acompanhamento familiar:
Individual e em grupo
Clínica de DOR
Situação: Um paciente portador de um quadro álgico há
mais de 3 anos, chegou ao Ambulatório de Dor
inseguro e desconfiado. Já havia realizado vários
tratamentos sem sucesso e estava se sentindo que,
apesar de seu esforço, nada dava certo. Temia que os
remédios pudessem causar danos físicose desenvolveu
assim um quadro hipocondria.Tinha o hábito de ler a
bula e mal começava a tomar as medicações
apresentava um grande número de efeitos colaterais,
isso ocorria em todas as medicações.
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 Nesse
Clínica de DOR
caso o psicólogo deve auxiliar o
indivíduo a realizar uma avaliação das
ameaças e riscos reais do tratamento e
reconhecer os recursos de que dispões
para enfrentar as limitações. Diminuindo,
assim, as fantasias negativas que podem
distorcer e comprometer um prognóstico
favorável.
Clínica de DOR
Sou mentido pela linguagem. Mas
em meu corpo, exilado da
linguagem,algo doi, algo sofre:
Falo, e as palavras que digo são
um som; Sofro, e sou eu.
Fernando Pessoa
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