Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Faculdade de Ciências Agrárias (FCA)
Departamento de Engenharia Florestal (DEF)

NECTEMA
Identificação de madeiras
Docente: Christovão Abrahão
Discentes: Luiz Gustavo Catizani
Eduardo Couto
Matheus Oliveira
Identificação de madeiras

 A classificação e identificação de uma árvore, é
realizada
considerando
características morfológicas.
principalmente
as
Identificação de madeiras

A
anatomia da madeira tem demonstrado ser
uma excelente ferramenta alternativa para se obter
uma identificação científica de uma madeira ou
árvore, com bom grau de confiabilidade.
Madeira

Conceito
Principais características
Importância da identificação
Identificação de madeiras

•Organolépticas
Macroscópicas
Microscópicas
•Anatômicas
Características organolépticas

 Cor:
• A cor da madeira deve sempre ser observada em
superfície longitudinal tangencial do cerne, exposta
recentemente, uma vez que muitas madeiras podem ter
sua coloração alterada pela exposição ao ar e/ou à luz.
Exemplos:
•
•
•
•
•
•
•
Esbranquiçada - virola, Virola surinamensis
Amarelada - marupá, Simarouba amara
Avermelhada - conduru, Brosimum paraense
Acastanhada - jatobá, Hymenaea courbaril
Parda - imbuia, Ocotea porosa
Enegrecida - braúna, Melanoxylon brauna
Arroxeada - pau-roxo, Peltogyne confertiflora
Características organolépticas

 Gosto:
• O gosto deve ser verificado removendo-se algumas
raspas ou lascas da madeira, mastigando-as e
posicionando-as em várias partes da língua. O gosto
mais característico é o amargo (Angelim-amargoso,
Vatairea
guianensis;
Peroba-rosa,
Aspidosperma
polyneuron) embora algumas madeiras possam possuir
gosto adocicado (Araribá, Centrolobium tomentosum).
Características organolépticas

 Odor:
• Deve ser verificado em amostras secas, em superfície
recém exposta. Classifica-se o odor como indistinto ou
distinto. Sendo distinto o odor pode se agradável
(cerejeira, Amburana cearensis), desagradável (cupiúba,
Goupia glabra) ou característico (Pau-santo, Kielmeyera
coriacea).
Características organolépticas

Textura:
• Textura fina - madeiras com vasos e parênquima axial não
visíveis a olho nu; vasos com diâmetro inferior a 100 μm
(micrometro);
• Textura média - madeiras com vasos visíveis a olho nu,
parênquima axial variável; vasos com diâmetro entre 100 e
300 μm;
• Textura grossa - madeiras com vasos visíveis a olho nu, com
diâmetro maior que 300 μm, ou parênquima muito
abundante, ou raios parenquimáticos de grandes dimensões;
• Textura fibrosa - madeiras de textura grossa e parênquima
abundante nas quais existe um contraste de coloração em que
as fibras são escuras e o parênquima axial é claro.
Características organolépticas
 Grã:

 Direita: os elementos celulares são bem paralelos ao eixo do
tronco;
 Cruzada ou revessa: os elementos celulares assumem orientações
variadas,não paralelas ao tronco, chegando mesmo a ser
perpendiculares à face longitudinal da madeira;
 Inclinada: os elementos celulares estão em disposição oblíqua em
relação ao eixo longitudinal do tronco;
 Helicoidal:
os
elementos
celulares
apresentam-se
espiraladamente ao longo do tronco;
 Ondulada: os elementos celulares alternam a sua orientação
formando desenhos na forma de ondas ao longo do eixo
longitudinal.
Características organolépticas

 Brilho:
• Várias madeiras apresentam brilho natural que
está relacionado tanto com a orientação dos
elementos celulares como com a presença de
extrativos (resinas, óleos) no cerne.
Características organolépticas

 Densidade
• Para a identificação macroscópica a denominação usada
popularmente de “peso da madeira”, classificando as
madeira em “leves” e “pesadas”, já é bastante útil. Ex.:
madeira de baixa densidade (“leve”), cedrinho (Erisma
uncinatum); madeira de alta densidade (“pesada”),
jatobá (Hymenaea courbaril).

Características anatômicas
macroscópicas

• As características anatômicas utilizadas estão
ligadas à forma, tamanho ou distribuição dos
elementos
celulares:
vasos,
raios
parenquimáticos e parênquima axial.
Vasos

 Tubos de pequeno diâmetro (20 μm a 500 μm);
Vasos: visibilidade

 Diâmetro dos vasos e ao limite de capacidade do
olho humano;
Olho nu
Distinto apenas sob lente
Indistinto mesmo sob lente
Vasos: diâmetro
tangencial

 As medidas podem ser tomadas de forma
aproximada utilizando-se uma escala transparente
graduada com os diversos intervalos gravados;
Pequenos <
100 μm
Médios
100 a 200 μm
Grandes
> 200 μm
Vasos: Frenquência

 As medidas podem ser tomadas de forma
aproximada utilizando-se uma escala transparente
com círculos ou quadrados de área conhecida
gravados.
Muito poucos
Poucos
< 5/mm2
5 a 20/mm2
Numerosos
Muito
numerosos
20 a 40/mm2
> 40/mm2
Porosidade

 Refere-se à dispersão dos vasos na seção transversal
da madeira.
Difusa (vasos dispersos)
Em Anéis (vasos de maior
diâmetro)
• Semi-poroso
• Poroso
Arranjo dos vasos

 São distribuições especiais dos vasos que configuram
desenhos característicos.
Tangencial (Perpendicular)
Diagonal (Paralelo)
Dendrítico (Ramificados)
Obstrução dos vasos

Desobstruídos
Obstruídos
por inclusões
Obstruídos
por tilos
Agrupamento dos vasos

 Podem ocorrer isolados ou em grupos de dois ou
mais, compartilhando uma parede.
Solitários
Múltiplos
Cadeias
radiais
Cachos
Parênquima axial

 É um tecido formado por células geralmente
cilíndricas ou prismáticas orientadas paralelamente
ao maior eixo da árvore.
Metabolismo
Reserva
Parênquima
 Quando presente assume várias configurações.

 Família botânica;
 Em observação macroscópica o parênquima deve ser
observado em corte transversal e aparece geralmente
com coloração mais clara que o tecido das fibras;
 Pode ocorrer na madeira uma mistura de dois ou
mais tipos;
 Mais frequente.
Parênquima axial
indistinto sob lente

Parênquima axial
distinto sob lente

Apotraqueal

Difuso
Difuso em agregados
Parênquima axial
paratraqueal

Escasso
Unilateral

Vasicêntrico
Aliforme losangular

Aliforme de extensão
linear
Confluente
Parênquima axial em
faixas

Linhas
Faixas

Reticulado
Escalariforme

Marginal
Raios parenquimáticos,
parênquima radial

 Feixes de células alongados, formados por células
dispostas horizontalmente.
 Visibilidade dos raios
 Distinto a olho nu. Ex.: carne-de-vaca (Roupala
brasiliensis).

 Distinto apenas sob lente (10x). Ex.: peroba- rosa (
Aspidosperma polyneuron).
 Altura dos Raios
 Para a identificação macroscópica não é feita a
medição acurada da altura dos raios, apenas
menciona-se a presença de raios maiores que os
limites a seguir:
 Raios > 1 mm
 Raios > 10 mm
Estruturas estratificadas
 A presença de estratificação é causada pela ocorrência
ordenada de elementos celulares;

Variações cambiais
 O câmbio é o tecido formador da madeira, ficando
situado entre a casca e o tronco das árvores;
Floema incluso
 Floema incluso difuso/concêntrico;
Máculas
- parênquima sem formato definidoformado por lesões.
Canais secretores
 Canais secretores são estruturas secretoras na forma de
tubos revestidos por pequenas células secretoras.

Canal axiais concêntricos ou radiais
 Canais secretores são estruturas na forma de tubos
revestidos por pequenas células secretoras.
Camadas de crescimento
 As camadas de crescimento podem ser mais ou menos
demarcadas, ocorrendo concentricamente nos troncos
 Anel semi-poroso
 Zona fibrosa
 Marginal
Testes químicos

Chromoazurol S - teste para alumínio.
 Vochysiaceae (família do cedrinho e do cambará);
Presença de saponinas
 saponinas presentes evidentes - após um minuto a
espuma preenche a superfície do líquido;
 saponinas pouco evidente - após um minuto permanece
apenas um anel de espuma na borda do frasco;
 saponina ausente - não forma espuma;
Fluorescência da madeira (presença de flavonóides).
Nome Científico: Manilkara longifolia Dub.
Descrição geral:
cerne e alburno distintos pela cor, cerne vermelhoclaro tornando-se vermelho-escuro com o tempo; sem brilho; cheiro e gosto
imperceptíveis; densidade alta; dura ao corte; grã direita; textura fina.
Descrição macroscópica:
Parênquima axial: visível apenas sob lente,
em linhas numerosas, às vezes interrompidas. Raios: visíveis apenas sob lente
no topo, na face tangencial é invisível mesmo sob lente; poucos a numerosos.
Vasos: visíveis apenas sob lente, pequenos a médios; poucos; porosidade
difusa; em arranjo radial; solitários, múltiplos; obstruídos por tilos. Camadas
de crescimento: distintas, individualizadas por zonas fibrosas tangenciais.
Nome Científico: Dipteryx odorata Willd.
Descrição geral:
cerne e alburno distintos pela cor, cerne castanhoclaro-amarelado; brilho moderado; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade
alta; dura ao corte; grã revessa; textura fina a média, aspecto fibroso
atenuado; superfície pouco lustrosa.
Descrição macroscópica:
Parênquima axial: visível sob lente
paratraqueal
aliforme
de
extensão
losangular,
ocasionalmente
confluente. Raios: visíveis apenas sob lente no topo e na face tangencial,
finos, numerosos, estratificados (3 mm por mm). Vasos: visíveis a olho nu,
pequenos a médios; poucos; porosidade difusa; solitários, geminados, e
múltiplos de 3 a 6; obstruídos por óleo-resina. Camadas de crescimento:
pouco distintas, demarcadas por zonas fibrosas.
Nome Científico: Cedrella fissilis Vellozo
Descrição geral:
cerne e alburno distintos pela cor, cerne bege rosado;
superfície lustrosa; cheiro perceptível, agradável e característico, gosto
ligeiramente amargo; densidade baixa; grã direita; textura média a grossa.
Descrição macroscópica: Parênquima axial: visível a olho nu, em
faixas marginais afastadas e contrastadas. Raios: visíveis a olho nu no topo
e na face tangencial, finos, muito poucos a poucos. Vasos: visíveis a olho
nu, pequenos a grandes; muito poucos a poucos, dispostos em anéis
semiporosos; solitários em maioria; obstruídos por óleo-resina ou
substância branca. Camadas de crescimento: distintas individualizadas
pelo parênquima marginal e distribuição dos vasos em anéis semiporosos.
Nome Científico: Aspidosperma polyneuron Müll.Arg.
Descrição geral:
alburno indistinto, cerne róseo quando recém cortado
passando a amarelo-rosado com o tempo, uniforme ou com veios mais
escuros; sem brilho; cheiro imperceptível e gosto ligeiramente amargo;
densidade média; moderadamente dura ao corte; grã direita ou revessa;
textura fina.
Descrição macroscópica:
Parênquima axial: invisível mesmo sob
lente. Raios: visíveis apenas sob lente no topo e na face tangencial; finos;
poucos. Vasos: visíveis apenas sob lente, pequenos; muito numerosos;
porosidade difusa; solitários predominantes, vazios, às vezes obstruídos por
óleo-resina. Camadas de crescimento: individualizadas por zonas fibrosas.
Anacardium giganteum W.Hancock ex Engl. (Anacardiaceae) – Cajú-açú
 Características: madeira leve, macia ao corte, cerne pardo claro
levemente rosado, indistinto do alburno; textura fina, grã
direita, brilho acentuado; odor e gosto imperceptível.
 Macroscópico: camadas de crescimento distinta sob lente,
parênquima axial distinto sob lente, paratraqueal vasicêntrico
escasso e aliforme losangular. Raios visíveis sob lente,
finíssimos e numerosos. Vasos visíveis a olho nu. Solitários e
múltiplos.
 Utilizações: madeira indicada para obtenção do folhas
faqueadas. Lâminas para miolo de compensados e embalagens
leves.
Caju-açú

Face tangencial
Face radial
Calophyllum brasiliense Cambess. (Calophyllaceae) - guanandi
 Características: madeira moderamente pesada, dura ao corte,
cerne castanho avermelhado e bege rosado; textura grossa, grã
irregular, brilho moderado; ligeramente áspero ao tato; Odor e
gosto imperceptível.
 Macroscópico: camadas de crescimento visíveis a olho nu,
parênquima axial distinto sob lente, linhas finas aproximadas e
regulares formando reticulado. Raios visíveis sob lente, finos e
numerosos. Vasos visíveis a olho nu. Solitários e múltiplos.
 Utilizações: madeira indicada para construção civil em caibros,
vigas, rodapés, tábuas. Confecção de móveis.
Guanandi

Face tangencial
Face radial
Schizolobium parahyba (Fabaceae) - Guapuruvu
 Características: madeira muito leve, macia ao corte, cerne
branco palha amarelado; textura média, grã irregular, brilho
moderado; lisa ao tato; odor e gosto imperceptível.
 Macroscópico: camadas de crescimento visíveis sob lente,
parênquima axial visível a olho nu, paratraqueal vasicêntrico
bem contrastado. Raios visíveis sob lente, médios e numerosos.
Vasos visíveis a olho nu. Solitários e múltiplos.
 Utilizações: indicada para miolo de painéis e portas, partes de
brinquedos, saltos para calçados, embalagens e caixotaria.
Cambará (vochysia sp.)
Jatobá ( hymenaea sp. )
Mogno (swietenia macrophylla)
Referências

 IDENTIFICAÇÃO MACROSCÓPICA DE MADEIRAS Geraldo José Zenid e Gregório C. T. Ceccantini - Laboratório de
Madeira e Produtos Derivados Centro de Tecnologia de
Recursos Florestais Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo – IPT Setembro de 2007;
 Descrição macroscópica e microscópica da madeira aplicada na
identificação das principais espécies comercializadas no estado
de São Paulo – Programas “São Paulo Amigo da Amazônia e
“Cadmadeira” – Luiz Santini Júnior – Dissertação para obter o
título de mestre.
Obrigado!!!
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Apresentação_Nectema (7214582)