A pequenina luz azul
UM CONTO DE MALBA TAHAN
Certa manhã, o sultão El-Khamir, disse ao prefeito:
Esta
Obrigado
noite avistei
meu ao
bom
longe
amigo
uma
- sinceramente
pequenina luz
azul
comovido
e desejo
acrescentou
saber quem- passou
sabereiacorresponder
noite a velar.
Ordeno-lhe
aos cuidados
apurarque
a razão
lhe mereço.
desta vigília
Obedeço à Vossa Majestade! Porém, é inútil esse
inquérito, pois aquela luz provinha do oratório da
minha casa! Eu e minha família passamos a noite
pedindo a Deus pela saúde de Vossa Majestade!
O rei, então, chamou o grão-vizir Moallin.
Grande e esforçado amigo! - jubiloso disse:
Resolvi recompensar
Mas...
E anobre
luz
com
azul,
milsublime
de
dinares
onde
ouro ooprefeito.
Praticou
uma
ação
e
- de
evinha?
narrou
caso da luz.
- Tereis uma recompensa digna de vossa dedicação!
Por Alá!
É muito
Que
teriaa
feito
ele
paraprovar,
merecer?
Permita-me
ponderar,
estais
sendo
iludido,
posso
ele
Vejo-me
obrigado
adinheiro!
confessar,
passei
noite
cogitando
a cerca
não
família
e só sabe
orarquestões
nas Mesquitas,
quando
obrigado.
dostem
graves
problemas
e das
que Vossa
Majestade
deve resolver hoje! Juro pelo Alcorão que essa é a verdade!
O rei chamou o general Muhiddin e contou que estava resolvido a
conceder o título de xeque de Lohéia ao grão-vizir Moallin. E o bom
monarca, contou ao general a história da luz azul.
Queria ocultar a verdade mas me vejo obrigado a revelar que
Vós acreditastes nisso? Peço provar que ele mentiu como um infiel!
aquela pequenina luz azul provinha de minha tenda - e o general
não hesitou - com receio que os revoltosos atacassem a noite,
acampei nas cercanias da cidade, para maior garantia da vida
do rei.
Mentira o prefeito, o grão-vizir! Como poderia, o rei, apurar a verdade?
Modesto, o general confessou:
Que heroísmo! O sultão não sabia como agradecer.
E depois que o general saiu cogitou:
Vou lhe conceder o título de príncipe e
uma pensão anual de vinte mil dinares!
Não... Merece muito mais...
Salvou-me a vida.. A coroa...
Como não chegasse a uma conclusão satisfatória consultou Ali-Effendi,
seu velho mestre e conselheiro. O sábio ponderou:
Não deves acreditar no prefeito, nem no grão-vizir, nem no
general. Creio que a tal luz provinha do farol de El-Basin.
O rei surpreso:
Então era a luz do farol!
Naquela mesma noite, depois da última prece, o rei chegou à varanda para
olhar o panorama da cidade, que dormia.
Surpresa estranha: como todos já sabiam sobre as recompensas, a cidade
estava extraordinariamente iluminada.
Nunca se vira tanta luz azul!
E o crédulo rei compreendeu então, que para cada súdito honesto e
dedicado havia um milhão de mentirosos e bajuladores.
Download

A pequenina luz azul