ADMISSÃO DO RECÉM-NASCIDO
NO CENTRO OBSTÉTRICO
PROFª MÔNICA I. WINGERT
TURMA 201
TERMOS UTILIZADOS
• Neonatologia: ramo da pediatria que se especializou no recémnascido.
(a palavra se compõem de neo+nato+logia= o estudo do recémnascido).
• Recém-nascido é o neonato ou recém-nato é a criança nas
primeiras semanas de vida após o nascimento, ou seja, até o 28º
dia de vida.
• Nascimento é o processo pelo qual o concepto, vivo ou morto, é
expulso ou extraído da mãe, independente da idade gestacional.
• Nascido vivo é um produto de concepção expulso ou extraído
completamente do corpo da mãe, independentemente da duração
da gravidez, que após a separação mostra algum sinal de vida.
• Considera-se sinais de vida:
-movimentos respiratórios;
-batimentos cardíacos;
-pulsação do cordão umbilical;
-movimentos voluntários da musculatura.
• Aborto é um produto de concepção (feto ou embrião), expulso ou
extraído completamente do corpo da mãe, apresentando ou não
evidência de vida, pesando 500gr ou menos, com idade
gestacional de 20 a 22 semanas. Quando não há como aferir o
peso ou estimar a idade gestacional, pode-se utilizar a medida
crânio-calcanhar (menor que 25 cm).
• Período perinatal são fetos de 28 semanas ou mais, com peso
ao nascer igual ou maior que 1.000gr, e os RN com até sete dias
de vida.
RECÉM-NASCIDOS (RN)
O recém nascido é classificado,
segundo a sua idade gestacional,
da seguinte forma:
RN PRÉ-TERMO
É a criança nascida em um período inferior a 37
semanas de gestação, que apresenta as seguintes
características:
-Estatura geralmente inferior a 47 cm.
-Peso geralmente inferior a 2.500 kg(o RN a termo que
apresenta este mesmo peso é chamado de PIG- pequeno
para a idade gestacional).
-Edema ocular intenso.
-Membros compridos em relação ao corpo.
-Excesso de lanugem.
-Ausência de vérnix caseoso.
-Testículos geralmente ausentes da bolsa escrotal.- Intenso
edema dos grandes lábios.
-Predisposição á infecções.
-Reflexos deficientes.
-Insuficiência respiratória grave, por formação da membrana
hialina e ausência de substância surfactante dentro dos
alvéolos.
- Predisposição á hemorragias.
RN A TERMO
É a criança nascida entre 38 a 40 semanas da gestação,
que apresenta as seguintes características:
-peso acima de 2.500kg (o RN a termo é chamado de
AIG- adequado para a idade gestacional). RN acima de
4001Kg é considerado GIG- grande para a idade
gestacional.
*Vérnix caseoso (substância gordurosa e esbranquiçada
que recobre o corpo para proteção da pele.
*Milia sebácea (pequenos pontos de acúmulo de gordura na
pele sempre localizados na face.
*Manchas Mongólicas(manchas azuladas que aparecem
geralmente na região glútea, podendo diminuir ou perdurar
por toda a vida. -Lanugem (pelos finos e felpudos que
recobre, todo o corpo e desaparecem após o primeiro mês de
vida.
*Fontanelas (partes moles existentes entre os ossos do crânio
e que se fecham com o decorrer do crescimento) as fontanelas
deverão apresentar-se planas.
*Turgor no RN hidratado a pele túrgica e elástica, que
quando pinçada retorna rapidamente à posição anterior. Se o
RN estiver desidratado a pele voltará lentamente a posição
anterior.
*Coloração depende da base racial, os RNs da raça branca
são rosados, os de raça negra tendem para o avermelhado.
Uma pele pálida sugere geralmente anemia, vasoconstrição
periférica, choque, asfixia ou edema .
*Icterícia é a cor amarelada na pele e das mucosas causadas
pelo acúmulo da bilirrubina.
*Cabeça é grande em relação ao corpo (sendo o perímetro
cefálico de 33 á 35 cm normal), pode ocorrer uma
sobreposição dos ossos do crânio, devido a uma adaptação
ao canal de parto, voltando a posição normal logo nas
primeiras horas de vida.
*Bossas (saliências no couro cabeludo, que ocorrem
devido a pressões sofridas pelos tecidos durante o
trabalho de parto), podem ser edemas ou hematomas que
desaparecem na primeira semana.
*Pescoço – a pele geralmente se adapta bem recobrindo
toda a região.
Pode ocorrer:
-bócio congênito se a mãe tiver hipotireoidismo ou ter
recebido tratamento antitireóideo ou iodo durante a
gestação.
-torcicolo congênito quando a cabeça fica mantida em
um dos lados com o queixo apontado para o lado oposto.
-clavícula deve ser palpada para descartar a presença
de fratura.
*Tórax (podem apresentar tumefação dos mamilos).
-assimetria
pode
denominar
malformação
do
coração,
pulmões, coluna ou costelas;
-posição dos mamilos: afastados sugere síndrome de Turner
(aparência feminina);
-mamas ingurgitadas: presença de hormônios maternos.
*Abdômen apresenta-se abaulado pelo aumento fisiológico do
fígado e baço.
*Membros curtos em relação ao corpo.- Reflexo de moro
(hiperextenção dos quatro membros, seguida de flexão).
-Frequência cardíaca(FC) varia entre 120 e 160 bat/min.
-Frequência respiratória (FR) de 40 a 60 respiração/min,
caracteriza-se
por
ser
uma
respiração
abdominal
superficial.
-P.A aproximadamente de 80 x 40 mmHg.
-Temperatura apresenta-se entre 36,5 e 37º C
*Cordão umbilical possuem 2 artérias e 1 veia.
*Instabilidade térmica (queda de temperatura caso não
seja corretamente aquecido).
*Genitais
masculino: palpar a bolsa escrotal para verificar presença
dos testículos, que pode também estar nos canas inguinais.
-criptorquia: ausência dos testículos;
-hidrocele: líquido na bolsa escrotal;
-fimose: prepúcio aderente à glande;
-hipospádia: posição ventral do meato urinário.
feminina: os pequenos lábios e o clitóris são proeminentes,
pode aparecer secreção mucóide esbranquiçada, causada
pelos hormônios maternos.
-pesquisa de imperfuração do hímen.
ânus: visualizar o orifício anal, em caso de dúvida quanto à
permeabilidade, usar uma sonda. O mecônio deve ser
eliminado nas primeiras 24 horas de vida.
*coluna espinhal do bebê deve ser avaliada em relação
a concavidades, tumores, tufos de pêlos e curvatura.
-espinha bífida: ausência da fusão do corpo de uma ou
mais vértebras no plano médio. Em sua forma menos
importante,
a
única
evidência
é
uma
depressão
contendo um tufo de pêlos.
-mielomeningocele: é a espinha bífida cística, que
envolve a protusão da medula espinhal ou das
meninges, em forma de bolsa. Há um déficit neurológico
acentuado inferior ao nível da bolsa.
RN PÓS TERMO
É a criança nascida após 41 semanas de gestação, que
apresenta as seguintes características:
-Deslocamento quase total do vérnix caseoso.
-Pele enrugada.
-Pouca lanugem.
-Variação da FC por estar entrando em sofrimento fetal.
Imediatamente
após
o
nascimento,
deve
ser
realizado os seguintes cuidados com o RN:
1º SECAGEM: é realizado a primeira secagem do líquido
amniótico com campo estéril, previamente aquecido, sob
fonte de calor radiante para a prevenção da perda do
calor.
2º POSICIONAMETO: deve-se posicionar o RN em
decúbito dorsal com leve extensão do pescoço para
facilitar a entrada de ar.
3ª ASPIRAÇÃO NEONATAL: Retirada delicada de
muco e resquícios de líquido amniótico na boca, nariz e
garganta
do
neonato,
utilizando
uma
sonda
de
aspiração nº 5 ou 6, conectada ao sistema de vácuo, com
uma pressão de 100 mmHg ou 10 cmH²O.
4º CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL: o
cordão umbilical é pinçado e seccionado entre as pinças,
a extremidade próxima ao RN é clampeada com um
clamp plástico.
5º APGAR: é realizado pelo médico o exame físico investigando
anormalidades e também realizando o teste do apgar.
A Escala de Apgar foi elaborada pela doutora Virgínia Apgar em
1953, a escala é utilizada mundialmente e avalia a vitalidade e o
grau de asfixia. Deverá ser feita no primeiro e no quinto minuto de
vida, após o desprendimento total do neonato, devendo ser repetida
no décimo minuto caso a nota permaneça baixa.
AVALIAÇÃO DE APGAR
SINAIS
O
1
2
FC
Ausente
Abaixo de 100
bpm/min
Lento, irregular
Acima de 100
bpm/min
Esforço
respiratório
Ausente
Choro fraco
Respiração regular,
choro forte
Tônus
muscular
Flácido
Alguma flexão das
extremidades
Movimentação
ativa
Irritabilidade
reflexa
Ausente
Careta
Choro, espirro
Cor
Cianose ou
palidez
Corpo róseo, cianose
Completamente
róseo
SIGNIFICADO DAS NOTAS NA
AVALIAÇÃO DE APGAR
0a3
Asfixia grave
4a6
Asfixia moderada
7 a 10
Boa vitalidade, boa adaptação à vida extra-uterina
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
Compreende a observação da atitude, reatividade, choro, tônus,
movimentos e reflexo dos RNs.
 Reflexo de Moro: reflexo do braço, é desencadeado por diversos
tipos de estímulos inesperados . A resposta é a extensão e abdução
das extremidades, flexão dos dedos em forma de C, seguido de um
movimento do braço com os dedos fletidos.
 Reflexo de sucção: de grande importância para a sobrevivência
do RN, aparece a partir da 34ª semana de idade gestacional.
 Reflexo de busca: reflexo dos pontos cardeais, a estimulação dos
cantos da boca faz com que a boca ou toda a face se desloquem em
direção ao estímulo.
Preensão palmar e plantar: coloca-se o dedo do examinador ou
um lápis na base da superfície palmar ou plantar dos dedos do RN.
Desencadeia um movimento de flexão forte e duradouro capaz de
prender o objeto estimulante.
Tônus do pescoço: se a criança estiver deitada de costas, quando
a cabeça é virada rapidamente pra um lado, as extremidades
daquele lado estendem-se e as do lado oposto flexionam-se;
Marcha automática: quando se suspende o RN, permitindo que
as plantas dos pés toquem a superfície da mesa de exame,
desencadeia a marcha reflexa.
Reflexo de Babinski: pode ser testado esfregando o lado externo
da planta do pé para cima. A resposta é a dorsiflexão do hálux e
abertura dos artelhos em leque.
6º CONTATO PELE-A-PELE: para RN sadio devemos
estimular o contato pele-a-pele com a mãe o mais breve
possível. Estimular o aleitamento materno.
7º AQUECIMENTO: é fundamental manter o RN
aquecido,
envolto
aquecidos e secos.
primeiramente
a
campos
pré-
• 8º PESAGEM: inicialmente é realizado a pesagem do
RN, em balança própria, previamente protegida, sem
nenhum tipo de material envolto ou sobre a balança.
9º CRÊDE: Após a estimulação do binômio mãe/bebê,
deve-se realizar a instilação ocular de uma gota de
nitrato de prata 1% (Credê), afim de evitar infecção
causada por micro-organismos nocivos com os quais o
RN pode ter havido contato durante o parto.
• 10º VITAMINA K: Realiza-se a administração de
vitamina K (Kanakion) no RN nas primeiras horas,
devido ao baixo índice dessa substância no neonato,
evitando assim sangramentos (doença hemorrágica do
recém-nascido). É realizado a aplicação de uma injeção
intramuscular na face lateral da coxa esquerda, no
volume de 0,1ml/ 10UI (1mg).
11º VACINAS: de acordo com a rotina hospitalar podem ser
realizadas no CO ou no AC, é recomendado que seja
realizado nas primeiras 12 horas de vida. As vacinas são
Hep. B e BCG.
12º MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: Ainda na sala de
parto são realizadas as medidas antropométricas.
Perímetro cefálico: com uma fita métrica medidos o perímetro
contornando todo o diâmetro cefálico posicionando a fita acima da
orelha nas laterais, posteriormente sobre a proeminência óssea do
occipital e anteriormente sobre as sobrancelhas.
• Perímetro torácico: com uma fita métrica envolvemos
o tórax do RN realizando a passagem sobre os
mamilos.
Perímetro abdominal: com uma fita métrica envolvemos o abdome
na linha sobre a cicatriz umbilical.
Estatura: com régua própria de estatura, colocamos o RN em
decúbito dorsal sobre a mesa e esticamos os membros com a mão
sobre o joelho adaptando a régua ao tamanho do RN.
• 13º IDENTIFICAÇÂO DO RN: Nesse momento é
realizado o preenchimento do cartão da criança com
dados e impressão plantar, assim como a DN
(declaração de nascido-vivo). Também é realizado a
colocação da pulseira de identificação com o nome da
mãe e demais dados institucionais.
14º BANHO: Objetivo
de
limpar
a
pele
do
paciente,
proporcionando conforto e bem-estar, estimulando também a
circulação. Realização do exame físico.
ETAPAS:
Lavar as mãos e reunir o material;
Dispor de roupas na ordem sequencial de uso;
Testar a temperatura da água molhando a face interna do
antebraço, pois esta é uma área bastante sensível;
Higienizar o rosto com algodão úmido;
Para higiene do olhos realizar movimentos de cima para
baixo de dentro para fora, cuidando para que a pálpebra
esteja fechada;
Higienizar as narinas com cotonetes, embebidos em água
morna, realizando movimentos rotatórios;
Proceder a lavagem da cabeça – Deitar a criança ainda
vestida, sobre a campo dobrada em triângulo, envolve-la
firmemente, e apoiá-la sobre o braço – Segurar a cabeça da
criança fechando ou ouvidos com o dedo polegar e mínimo –
Lavar o couro cabeludo com sabonete e enxaguá-lo.
Remover fezes com auxilio de compressa limpa e úmida,
passando-a no sentido ântero-posterior;
Segurar a criança com firmeza e coloca lentamente na água,
iniciando pelos pés;
Lavar a parte anterior do tronco e membros com
sabonete, dando atenção especial as pregas e dobras;
Lavar a parte posterior do tronco.
Retirar o RN da água e colocá-la sobre a toalha;
Secá-la comprimindo a toalha sem esfregar;
15º ANTISSEPSIA DO COTO UMBILICAL: É todo o
cuidado de higiene realizado com o coto umbilical para
prevenir
infecção,
hemorragias
mumificação do mesmo.
e
acelerar
a
Material: Bandeja; Alcool 70%; Cotonete; Gaze; Luvas de
Procedimento;
Etapas:
• Lavar as mãos e reunir o material;
• Descobrir totalmente o abdome da criança;
• Calçar as luvas;
• Explicar o procedimento a criança e ao acompanhante;
• Examinar as condições do coto umbilical ( sangramento, presença
de secreção, odor);
• Examinar
as
condições
da
pele
da
região
periumbilical,
observando sinais de vermelhidão e calor;
• Apoiar o coto umbilical na mão esplanada e protegida com gaze;
• Aplicar álcool 70% na inserção e em toda a extensão do coto,
com cotonete.
• Limpar em torno do coto com gaze;
• Posicionar o coto para cima, habituando-o a esta posição,
visando evitar contaminação com fezes e urina;
• Vestir e acomodar a criança;
• Recolher o material, retirar as luvas, higienizar as mãos;
• Realizar registros e comunicar alterações.
16º VESTIR: Vestir inicialmente a parte superior do
corpo, mantendo a inferior coberta com a toalha.
17º ALEITAMENTO MATERNO: Esse é o momento
mais propicio para a primeira amamentação, caso não
tenha sido realizada na sala de parto. Deve-se ensinar
como realizar de maneira adequada e efetiva, avaliando
a pega do RN, reflexo de sucção, posição das mãos da
mãe, posição do RN relacionado ao corpo da mãe,
estimulação da produção de leite materno.
PREMATURIDADE
O bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação (36
semanas e 6 dias) é considerado prematuro, ou pré-termo. O
prematuro pode ser classificado de acordo com a idade gestacional,
sendo o prematuro limítrofe aquele nascido entre 37 e 38 semanas;
moderado nascido entre 31 e 36 semanas e prematuro extremo
aquele nascido entre 24 e 30 semanas de idade gestacional.
Quanto ao peso de nascimento, denomina-se os bebês com menos de
2kg como baixo peso, muito baixo peso os com menos de 1,5kg e
extremo baixo peso aqueles com peso menor que 1kg.
Características do prematuro
* Baixo peso ao nascer
* Pele fina, brilhante e rosada muitas vezes transparente
* Veias visíveis
* Pouca gordura sob a pele
* Pouco cabelo
* Orelhas finas e moles
* Cabeça maior do que o corpo
* Musculatura fraca e pouca atividade corporal
* Poucos reflexos de sucção e deglutição
* Padrões de respiração anormais (pausas rápidas e
irregulares na respiração chamada apneia)
* Pelo corporal (lanugo)
* Clitóris aumentado (em meninas)
* Menor tônus muscular e menos atividade que bebês a termo
* Problemas de alimentação devido a problemas para sugar ou
coordenar a deglutição e a respiração
* Escroto pequeno que é liso e não tem cristas, e descida
incompleta dos testículos (em meninos)
UM BEBÊ PREMATURO PODE APRESENTAR
SINAIS DOS SEGUINTES PROBLEMAS
• Anemia
• Sangramento no cérebro ou dano à matéria branca cerebral
• Infecção ou sepse neonatal
• Baixa taxa de açúcar no sangue (hipoglicemia)
• Síndrome da angústia respiratória no neonatal, ar extra no tecido
dos pulmões (enfisema pulmonar intersticial) ou sangramento dos
pulmões (hemorragia pulmonar)
• Icterícia do recém-nascido
• Problemas para respirar devido aos pulmões imaturos, pneumonia
ou canal arterial patente
• Inflamação intestinal grave (enterocolite necrosante)
PÓS-MATURIDADE
Uma gravidez depois do termo é a que continua para além das
42 semanas. A pós-maturidade é uma síndrome em que a
placenta começa a deixar de funcionar normalmente numa
gravidez pós-termo e põe o feto em perigo.
Para confirmar um diagnóstico de pós-maturidade, pode-se
fazer uma amniocentese (extração e análise do líquido
amniótico). Uma indicação de pós-maturidade é a detecção de
uma coloração esverdeada do líquido amniótico, provocada
pela matéria fecal do feto (mecónio); isto indica sofrimento
fetal.
• Gestação prolongada (pós-termo): é aquela que alcança ou
ultrapassa
42
semanas
(294
dias)
de
gestação),
sem
comprometimento do bem estar fetal (Organização Mundial
de saúde – OMS – 2006).
•
Pós-maturidade: é a gravidez que ultrapassa o termo (42
semanas) e que cursa com sofrimento fetal, consequente à
insuficiência placentária. Pode levar à oligodramnia e hipoxia
fetal.
•
Pós-datismo: é a gestação que ultrapassa 40 semanas.
CARACTERÍSTICAS
• ausência de lanugem,
• redução ou ausência do verniz caseoso,
• unhas longas,
• pêlos abundantes no couro cabeludo,
• pele descamativa
• maior vivacidade.
• Caso ocorra insuficiência placentária, o líquido amniótico e o bebê podem
estar tintos de mecônio.
• Observamos em alguns casos, batimentos cardíacos fetais anormais.
• Devemos memorizar que cerca de 20% dos neonatos com síndrome de
insuficiência placentária são pós-termo.
•
Os pós-maturos tem morbidade neonatal aumentada devido a:
• asfixia,
• síndrome de aspiração do mecônio (SAM),
• policitemia
• hipoglicemia.
•
As alterações clínicas apresentadas pelo recém-nascido pós-termo
guardam íntima relação com sua idade gestacional. A classificação
apresentada abaixo nos auxiliam a identificação dos principais sinais
encontrados
e
sua
relação
com
o
prognóstico
do
bebê.
Unidade de Terapia Intensiva
CONCEITO DE UTI NEO
• A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTINEO)
caracteriza-se como uma área de assistência a recémnascidos criticamente enfermos, altamente vulneráveis,
que necessitam de cuidados de enfermagem especiais e
contínuos, o que exige do profissional enfermeiro grande
conhecimento científico, habilidade técnica e capacidade
de realizar avaliações particularmente criteriosas desses
pacientes.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
As características específicas da clientela neonatal conduzem
a enfermagem à construção de um saber e um fazer
específicos,
que
dotam
habilidades
técnicas,
o
profissional
experiência
dessa
clínica,
área
de
sensibilidade,
competência e responsabilidade com o cuidar.
Os protocolos são realizados visando o cuidado de enfermagem
em terapia intensiva neonatal, e colaborando para uma
prática assistencial mais segura, minimizando os riscos
para o RN e sua família.
LAVAGEM DE MÃOS
• Consiste em lavar as mãos com produto degermante,
visando a
remover bactérias antes da entrada na
unidade e antes da realização de
• qualquer
OBJETIVO:
técnica
ou
proporcionar
procedimento
higiene
e
invasivo
prevenir
contaminação.
• MATERIAL: água corrente, produto degermante e
papel-toalha.
• lavagem das mãos é necessária antes da entrada na
UTI neonatal, antes de tocar e após manusear o bebê.
Atualmente, o álcool-gel e outros produtos alcoólicos
contendo protetores de pele tornaram-se importantes
armas para o manuseio e a prevenção de infecções na
UTI
neonatal.
Seu
uso
tem
sido
recomendado
principalmente por ter maior aderência, uma vez que o
protetor da pele evita os ressecamentos presentes nas
lavagens contínuas e repetidas (CDC, 2002a).
ADMISSÃO NA U T I NEONATAL
Consiste em receber o RN que apresentar dificuldades para adaptarse à
vida extra-uterina ou patologias que interfiram em sua sobrevida no
primeiro mês. O trabalho em equipe é de extrema importância devido
aos cuidados e às intervenções que levam à estabilidade do RN.
MATERIAL: incubadora ou berço aquecido, balança, fonte de oxigênio,
fonte de aspiração, monitor cardíaco e oxímetro de pulso, eletrodos,
respirador, bomba infusora, fita métrica, termômetro, estetoscópio,
material para intubação orotraqueal, material para sondagem gástrica,
material para punção venosa e fita de teste para glicose periférica.
VERIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS
Os sinais vitais correspondem à verificação da temperatura,
respiração, pressão arterial (PA) e frequência cardíaca. Na unidade
de alto risco, a verificação dos sinais vitais deve ser feita a cada 4h, e
a PA a cada 6 horas ou de acordo com a necessidade do RN. Na
unidade intermediária, deverão ser verificados a cada 6 horas. Os
sinais vitais devem ser checados mesmo nos RNs monitorizados, e
de preferência sincronizados com outros procedimentos necessários,
evitando o manuseio excessivo do bebê. Adotar a política do mínimo
toque traz conforto para o bebê, melhorando seu padrão de sono e
seu prognóstico.
• OBJETIVO: possibilita a detecção de qualquer alteração
do quadro.
• MATERIAL: deve ser de uso individualizado. Quando
não for possível, antes de utilizar o material em outro
RN, devemos fazer uma desinfecção com álcool a 70%,
friccionando com algodão por três vezes ou utilizando
álcool iodado a 1%.
HIGIENE DO RECÉM-NASCIDO
Consiste em promover a higiene e a proteção da pele, a profilaxia
das infecções, ativar a circulação, proporcionar conforto e bemestar ao R N. Devemos considerar o estado clínico do bebê antes
de um manuseio de higiene, que pode ser excessivo. Devemos
evitar a retirada do vernix do bebê logo no primeiro dia. Estudos
recentes demonstram que, embora o banho com esponja não
modifique os sinais vitais de prematuros estáveis, exceto pelo
aumento da frequência cardíaca, também não protege a pele do
prematuro contra infecções. Portanto, banhos frequentes não
trazem benefícios bem estabelecidos para os prematuros.
• MATERIAL: bolas de algodão, dois lençóis, luvas de
procedimento, cotonete, sabonete neutro, água morna,
papel-toalha, uma fralda descartável, uma fralda de
pano e roupas para o bebê.
ASPIRAÇÃO DE CÂNULA
ENDOTRAQUEAL
Tem por finalidade favorecer a adequada oxigenação de RNs
intubados, mantendo a cânula pérvia sem traumatizar a mucosa
traqueal. O executor deve ser habilidoso no procedimento devido ao
potencial de complicações que podem advir e que podem ser fatais ao
RN e/ou aumentar a morbidade neonatal. A avaliação da
necessidade de aspiração do tubo deve ser individualizada e pode ser
determinada por alterações da ausculta pulmonar, flutuações na
oxigenação (saturação de hemoglobina) ou aumento dos níveis de
PaC02 . Em geral, são necessárias duas pessoas para realizar esse
procedimento.
MATERIAL: cateter de aspiração, estetoscópio neonatal,
luva estéril, seringa de 1 ml, ampola de soro fisiológico
0,9% e borracha de extensão com orifício na extremidade.
PUNÇÃO VENOSA
Visa
a
proporcionar
um
acesso
venoso
para
a
administração de fluidos e medicamentos.
MATERIAL: bolas de algodão, álcool a 70% ou PVPI,
dispositivo intravascular, seringa de 1 ou 3 ml, água
destilada e curativo transparente (de preferência).
PREPARO Ε ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAÇÃO
Antes do preparo de qualquer medicamento, o nome do RN, a
dose prescrita, a via de administração, o prazo de validade do
medicamento e a estabilidade após reconstituição deverão ser
checados na prescrição do dia.
O executor deverá estar paramentado adequadamente com
gorro, máscara e luvas estéreis. As medicações devem ser
preparadas em local previamente desinfetado e específico
para tal fim; utilizar técnica asséptica e material estéril para
evitar riscos desnecessários para o bebê
MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAÇÃO
Via oral - a absorção é intestinal. Os medicamentos podem ser
administrados através da boca em bebês com boa sucção e
deglutição, ou via sonda gástrica. Deve ser evitada quando o
bebê não tolera alimentação, regurgita ou requer aspiração
gástrica intermitente. É preciso estar atento, pois algumas
medicações devem ser administradas com o estômago vazio
enquanto outras podem ser misturadas ao leite. É importante
evitar medicações com sabor desagradável, pelo risco de
regurgitação e broncoaspiração.
Via endovenosa - introdução direta na corrente sanguínea para
ação imediata. Observar, pois algumas medicações precisam
ser diluídas para serem infundidas, como é o caso da
Vancomicina, da Amicacina endovenosa e outras.
Via intramuscular - a absorção é mais lenta que a endovenosa.
O músculo utilizado para esse f im é o vasto lateral da coxa. É
importante alternar o local de administração. O volume não
deverá ultrapassar 0,25 ml em RN < 1.000 g e 0,5 ml em RN >
1.000 g.
Via retal - utilizada para a administração de supositórios, a fim de
favorecer a evacuação, ou com fim terapêutico, para introduzir
medicamentos específicos.
Via subcutânea - a solução injetada deve ser isotônica e o volume
máximo não pode ultrapassar 0,1 ml. Os locais adequados são a face
externa lateral da coxa e a parede abdominal. Antes de administrar
qualquer medicação, devemos verificar a regra básica:
• nome do medicamento;
• validade do medicamento;
• dose prescrita;
• via de administração;
• horário;
• identificação do RN.
SONDAGEM GÁSTRICA
Consiste na passagem de um cateter de material plástico, passado por
via oral ou nasal, sendo posicionado na parte superior do estômago.
• OBJETIVO: esvaziamento de gases ou resíduos do estômago.
Também é utilizada na alimentação do RN impossibilitado de ser
amamentado por via oral, devido à imaturidade ou incapacidade de
sucção ou deglutição.
• MATERIAL: sonda gástrica curta (número 6 ou 8), seringa de 3 ml,
esparadrapo, luva de procedimento e linha ou fio de sutura.
ADMINISTRAÇÃO DE DIETAS
Visa a suprir as necessidades alimentares do RN impossibilitado de ser
amamentado devido à imaturidade ou incapacidade de sucção ou
Deglutição.
ALIMENTAÇÃO POR SONDA GÁSTRICA (GAVAGEM)
Técnica de administração de dieta utilizando a força da gravidade.
MATERIAL: seringa de 10 ml ou 20 ml para oferecer a dieta, leite à
temperatura ambiente, luva de procedimento e seringa de 3 ml com 1 ml
de água destilada para lavar a sonda após a gavagem.
GASTRÓCLISE
Refere-se à introdução de alimentos em um tempo maior ou
igual à uma hora, através de bomba infusora ou gota-a-gota
por equipo.
OBJETIVO: utilizada somente em casos especiais, quando os
RNs não toleram a gavagem simples, em RNs em ventilação
mecânica, RNs muito pequenos - com peso inferior a 1 kg que não toleram grandes volumes ou RNs que apresentam
refluxo gastro-esofágico.
• FIM!!
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admissão do recém-nascido no Centro Obstétrico