O PODER DE CURA DA ORAÇÃO EM PACIENTES COM DOENÇA CRÔNICA OU TERMINAL MMSantiago 1 INTERFACE ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO A BUSCA DE CONSENSO também nos meios científicos, o consenso que a fé pode, sim, auxiliar na recuperação de um doente. Não existem propriamente provas científicas a este respeito, mas evidências que postulam, cada vez, com pertinência, esta verdade. MMSantiago Cresce, 2 Estudos Ativa partes do cérebro que causam bem-estar; Dão mais esperança e fazem encarar com mais positividade a vida, inclusive diante da enfermidade (sistema límbico e sistema imunológico). Fatores que, sem sombra de dúvidas, auxiliam na recuperação de uma pessoa enferma. MMSantiago científicos, sobretudo nos últimos decênios, dão conta que o processo subjetivo vivido pelo indivíduo marcado pela religiosidade/espiritualidade: 3 A MMSantiago pessoa enferma passa a acreditar, mediante a fé, que a cura para o mal que enfrenta é possível e o organismo, ciente dessa possibilidade, age ajudando no processo de cura. De outra parte, ao saber que outras pessoas estão rezando por ela, se sente mais envolvida de solidariedade e predisposta a acolher a provação na saúde e a enfrentá-la convenientemente. 4 A CONTRIBUIÇÃO DA FÉ MMSantiago 5 JESUS E A ENFERMIDADE MMSantiago A fé cristã nos faz um apelo para continuar a prática e o ensinamento de Jesus em sua relação com a doença e o sofrimento: Ele interrompe a tradição de vincular doença e pecado; Ele anuncia a chegada do Reino de Deus e sua condição de Messias e Senhor, ao apresentar-se como “médico”, preocupado em recuperar a saúde: Não apenas no aspecto biológico, mas promover o ser humano para ter uma vida digna, saudável, integral e reintegrada à sociedade; Ele se faz próximo e solidário ao sofrimento humano, dando ao sofrimento e à morte um sentido salvífico. 6 A MMSantiago fé reconhece que a doença é um fenômeno intimamente ligado à natureza, cuja as causas devem ser procuradas na natureza e resolvidas em seu âmbito. Que os cuidados naturais valem mais que qualquer devoção ou ato religioso para preservar a saúde. O importante é ver que a fé não é um substituto do processo terapêutico, mas sim uma aliada. 7 Afirmar o contrário é enveredar por um caminho de alienação e fanatismo, que depõe contra a fé, pois associa a cura tão só à recuperação física, numa leitura unilateral e, por vezes, restrita à visão de milagre, sem enxergar o todo da pessoa humana. Apesar de tudo, não se pode negar o poder da fé; ou mesmo negar que o tempo de “milagres” já passou. MMSantiago 8 O PODER DA ORAÇÃO Reanima a pessoa na confiança em Deus; Fortalece a pessoa contra as aflições diante da dor e da iminência da morte; Proporciona a paz e a coragem para que suporte com fé o sofrimento, a debilidade corporal e toda a desarmonia que a enfermidade desencadeia na pessoa; Suplica a Deus a graça da sua cura física e espiritual; MMSantiago 9 Revela Prepara a pessoa tanto para viver com dignidade os últimos instantes de sua vida, quanto para o encontro definitivo com Deus (dimensão escatológica). MMSantiago o ser humano a si mesmo como ser incapaz de possuir a própria vida pelos seus próprios esforços e o abre àquele que pode dar a vida em plenitude; 10 DESAFIOS MMSantiago 11 1. Cisão entre ciência e religião Existe, de fato, uma diferenciação de abordagens, com métodos próprios de investigação, por vezes conflitiva e tensa. Em tempos idos, de mútua intolerância, imposição e dogmatismo; hoje, com mais elementos confluentes. A abordagem científica, marcada por uma visão tecno-mecanicista, guiada à luz do que se pode comprovar, via experimentação. Já a abordagem religiosa, marcada pelo ingrediente da fé, com a crença em coisas e situações vivenciadas, mas não capazes de serem comprovadas pelo método experimental-científico. MMSantiago 12 contudo, não são Os dias de hoje, ao se compreender o ser humano numa visão holística (como um ser biológico, psicológico, social e espiritual), estão a exigir um “novo paradigma” capaz de fazer entrar em diálogo fértil as abordagens científica e espiritual, sobretudo no mundo médico em benefício do enfermo. MMSantiago Ciência e religião, incompatíveis. 13 SOLIDARIEDADE QUE CURA E LIBERTA MMSantiago 14 ultrapassar a si mesmo para se confiar ao amor e à solicitude de Deus, na certeza de que Ele o acompanha e o ajuda a suportar e superar o sofrimento; MMSantiago 2. A cura: graça ou “sugestionamento” da mente? Não podemos negar que o ato de rezar desenvolva uma intenção mental positiva que pode ter, por si mesma, um efeito curativo, como, por exemplo, na melhora da imunidade e aceitação do tratamento. Contudo, a especificidade da fé, que leva a pessoa a uma atitude de oração, traz elementos inconfundíveis, para o paciente, como: De 15 De acreditar que os profissionais de saúde, seus cuidadores, serão iluminados por Deus em sua missão; De acreditar que os meios descobertos pela medicina cumprirão o seu objetivo e realizarão a sua finalidade curativa. O momento do sofrimento, no qual poderia surgir a tentação de abandonar-se ao desânimo e ao desespero, pode transformar-se em tempo de graça para voltar a si mesmo, reconsiderar a própria vida, refazer-se de seus erros e reconciliar-se consigo mesmo e com os outros. MMSantiago 16 A fé torna a pessoa mais preparada para o enfrentamento justo da enfermidade. Dá ao ser humano um senso maior de autoconhecimento e aceitação; A fé faz acreditar que a vida tem um objetivo e torna a pessoa mais forte para aceitar, ou pelo menos lidar, com mais clareza, com as adversidades do desconforto e diminuição da saúde e não se sentir desamparada. MMSantiago 17 Tanto espiritualmente por que conseguem encontrar um sentido para a sua situação e uma motivação a mais para lutar e reconciliar-se diante da vida; Quanto socialmente por que os insere numa rede de relações criadas, para além da família, pelo seu grupo religioso. MMSantiago Na maioria das vezes a religiosidade, manifestada seja pela oração pessoal ou de terceiros, faz bem para as pessoas: 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS CONDUTAS EM PACIENTES CRÔNICOS OU TERMINAIS MMSantiago 19 No que diz respeito à doutrina cristã: MMSantiago Reafirma que a vida é sagrada e inviolável em todas as suas fases e situações. Nunca o ser humano perde a sua dignidade em qualquer circunstância física, psíquica ou relacional em que se encontre. Reconhece que a vida é um dom de Deus, mas, por outro lado, que a morte é inevitável e que, sem apressá-la, deveríamos ser capazes de aceitála, com plena responsabilidade e dignidade. 20 Reconhece na medicina a missão de cuidar e espera dos profissionais da saúde competência e humanidade. Entre outros: MMSantiago Ouvir o paciente e respeitar suas convicções, também religiosas; Valorizar a sua história, sua concepção de vida e estimular tudo o que possa ajudá-lo no processo de cura ou do enfrentamento da morte; Ser honesto com ele e fornecer as informações clínicas necessárias de seu real estado de saúde, mas sem lhe retirar a esperança. Dos órgãos públicos, garantir a todos o acesso universal, integral e equânime aos cuidados necessários à saúde. 21 Acomodação digna, atenção especial, MMSantiago Reafirma o compromisso dos profissionais de saúde, mesmo quando não existe, a priori, possibilidade de cura para o paciente, que se prossiga na aplicação atenta e eficaz da chamada ‘terapia proporcionada” e dos cuidados paliativos que, de modo algum podem ser cessados, como: respeito, higiene, alívio da dor e do desconforto respiratório, alimentação e hidratação, apoio familiar e espiritual. 22 “QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA” (ECLO 38,8) HUMANAMENTE MUITO SE TEM POR REALIZAR” 23 Pe. Marcelo Moreira Santiago MMSantiago “SE TECNICAMENTE NÃO SE TEM TANTO MAIS A FAZER,