Gênese do Solo
• AMOLGAMENTO
É o fenômeno da perda de resistência de um
solo por efeito da destruição de sua estrutura.
É o fenômeno responsável pela formação de
lama nos solos argilosos
Fatores de formação do solo
A
B
C
R
Processos de formação do solo
Adição
Remoção
Translocação
Remoção
Adição
Adição
• ADIÇÃO: aporte de material do exterior do
perfil ou horizonte do solo. Ex: areia ou cinzas
vulcânicas trazidas de outro local e
depositados sobre o perfil.
Adição- detalhes
• Matéria orgânica (incorporação ao solo);
• Chuva;
• Vento;
• Sedimentação (ligeira);
• Antropogênicos:
Adubos
Biocidas
Resíduos
Aterros
Remoção
• REMOÇÃO: o material é removido para fora
do perfil. Ex: lixiviação de elementos para o
lençol freático, erosão.
Transformação
• TRANSFORMAÇÃO: o material muda sua
natureza química ou mineralógica. Ex:
montmorilonita caulinita
• Decomposição da matéria orgânica;
• Minerais primários em secundários (ruptura
da rede cristalina dos minerais primários);
• Precipitação;
• Dissolução;
• Gênese dos minerais de argila;
Translocação
• TRANSLOCAÇÃO: ocorre quando o material
passa de um horizonte para outro, sem
abandonar o perfil. Ex: eluviação da matéria
orgânica , argila silicatada e óxidos do
horizonte A para o B; movimentação de
material dentro do perfil em outras
direções/iluviação.
• Eluviação / iluviação:
-Colóides orgânicos
- Colóides inorgânicos
• Íons vertical para baixo e para cima (crostas
salinas: capilaridade + evaporação):
• Animais:
-Minhocas, cupins formigas;
-Tatus, coelhos.
Perdas
• Lixiviação;
• Erosão;
• Antropogênicas:
- Erosão acelerada;
-Colheita;
-Empréstimo de material para
construção.
Processos específicos
• Latolização: remoção de sílica e bases do perfil
( enriquecimento relativo em óxidos de Fe e
Al), após transformação (imtemperismo) dos
minerais constituintes. Praticamente não há
translocação de material para o horizonte B.
• Os solos formados por este processo são
aqueles com horizonte B latossólico
Formação do horizonte B latossólico
• Predomínio:
- Perdas (bases)
-Transformação
• Principais horizontes:
- B latossólico
- B nítico ???
• Principais solos:
-Latossolos
-Nitossolos??
Formação do B latossólico
• Características:
-Enriquecidos em Fe, Al e seus
respectivos óxidos;
-Empobrecimento em sílica
- Empobrecimento em bases
• Áreas sem eventos tectônicos recentes (Brasil
Central, África Central, Austrália)
Formação do B latossólico
• Processo 1:
-Formação in situ;
- Intensa lixiviação (bases e sílica)
• Processo 2 (petroplintitas):
- Aporte lateral de ferro em adição ao acumulado pelo
intemperismo.
• Processo 3:
-Transporte e deposição de material
intemperizado, com subsequente pedogênese (poligenia).
• Linhas de pedra ???
pré-
A
AB
BA
B
•
Solos Neossolos – Solos com B incipiente- Solos com B textural-Solos com B
latossólico
Mica
Caulinita
Gibsita
ENVELHECIMENTO
• AUMENTO EM:
- Fertilidade
- Atividade da fração argila (CTC)
- Minerais primários intemperizáveis
- Teor em silte
básicos
DIMINUIÇÃO EM:
Intemperização;
Profundidade
Porosidade
Lixiviação de cátions
Fixação de P
Principais vantagens e desvantagens de solos
novos e velhos para culturas anuais e perenes
Vantagens
Desvantagens
Solo Novo
Culturas anuais
Menor deficiência de nutrientes
Maior infestação de ervas
invasoras,
Impedimentos à mecanização,
Suscetibilidade à erosão.
Culturas Perenes
Menor deficiência de nutrientes, Alguma restrição ao
Menor
necesidade
de desenvolvimento do sistema
mecanização
radicular
Solo Velho
Culturas Anuais
Menor incidência de invasoras,
Facilidade de mecanização,
Menor erosão
Pobreza em nutrientes,
Maior custo de produção.
Culturas Perenes
Sistema radicular mais bem Pobreza em nutrientes,
desenvolvido,
Maior custo de produção.
Melhor aproveitamento de água
e nutrientes.
Tipos de Argilas
• Argilas Silicatadas:
• Dentro da fração argila (partículas menores que 2
µm), as argilas silicatadas são os constituintes
mais comuns em solos de regiões temperadas,
ainda não sujeitos a um estágio avançado de
intemperismo.
• As argilas silicadas são constituídas de duas
unidades estruturais básicas. Uma é o tetraedro
de sílica, formado por ligações de um átomo de Si
a 4 átomos de oxigênio:
Tetraedro de Sílica- 1 átomo de Si e 4
de Oxigênio
Octaedro de Alumínio- 1 átomo de Al e
6 de Oxigênio
Representação esquemática
• RETÂNGULO: usado para representar a
camada formada pelos octaedros;
• Os tetraedros e octaedros juntam-se dando os
vários tipos de argila silicatada.
Argila 1:1
• 1 tetraedro de sílica
+
1 octaedro de alumínio
Argila 2:1
2 tetraedros de sílica
1 octaedro Alumínio
Caulinita- 1:1
• Caracteriza-se por um arranjo com uma camada
de tetraedros e uma de octaedros, ligadas entre
si, rigidamente, pelos átomos de oxigênio comuns
ás duas camadas, constituindo uma unidade
cristalográfica. Unidades assim formadas e
rigidamente ligadas entre si por pontes de
hidrogênio constituem o grupo das caulinitas ou
o grupo das argilas do tipo 1:1. São hexagonais e
de tamanho grande, o que condiciona pequena
superfície específica
Montmorilonita- 2:1
• Caracteriza-se por unidades constituídas por um
arranjo com duas camadas de tetraedros para uma de
octaedros, ligadas rigidamente pelos átomos de
oxigênio comuns às lâminas. São também
denominadas argilas do tipo 2:1. As unidades são
frouxamente ligadas entre si por moléculas d'água e
cátions presentes na solução, o que permite que a
distância entre elas seja variável. Como conseqüência,
cátions e moléculas podem se mover entre essas
unidades, o que proporciona tanto uma superfície total
(a interna mais a externa) como uma superfície
específica bem maiores do que para a caulinita.
Ilita- 2:1
• O grupo da ilita, ou mica hidratada, apresenta a mesma
organização estrutural que a montmorilonita (tipo 2:1),
exceto no que diz respeito às ligações entre as
unidades cristalográficas. A existência de "deficit" de
carga positiva na camada de tetraedro conduz à
existência de excesso de cargas negativas que são
neutralizadas, geralmente por íons de K, fortemente
retidos entre duas unidades. Essas ligações diminuem
intensamente a expansão do material quando sujeito à
hidratação. A superfície de adsorção catiônica é,
conseqüentemente,
menor
do
que
a
da
montmorilonita.
Vermiculita (2:1)
• A presença mais freqüente de vermiculita
argila silicatada semelhante à montmorilonita,
embora não tão expansiva como esta, em
solos de regiões temperadas, diz sobre sua
menor resistência ao intemperismo, do que a
caulinita, por exemplo, tão freqüente em solos
de regiões tropicais.
Clorita 2:1
• A clorita difere das demais estudadas por
apresentar, além do grupo 2:1 de talco (com
unidade cristalográfica similar à da
montmorilonita, mas com Mg dominando a
camada de octaedros), uma camada adicional
de brucita (Mg(OH)2). A superfície específica e
a capacidade de troca catiônica são
semelhantes às da ilita
Argilas não silicatadas
• Óxidos de Fe e Al -Al(OH)3 e Fe(OH)3; gibbsita (Al2O3.3H2O)
e a goethita (Fe2O3.H2O) ;
• Constituintes da fração argila frequentemente em solos
tropicais (caulinita);
• A hematita, quimicamente óxido de ferro não hidratado
(Fe2O3), é outro componente freqüente da fração argila,
principalmente de solos tropicais.
• Esses óxidos, de maneira geral, são os principais
responsáveis pela adsorção aniônica dos solos. O efeito
desses óxidos sobre a adsorção de fosfatos em solos tem
sido intensamente estudado (Fox et al., 1971; Syers et al.,
1971; Leal & Veloso, 1973; Lopes, 1977; Bahia Filho, 1982).
Solo e paisagem
• A paisagem é a imagem da ação combinada dos fatores
de formação do solo, tais como o relevo, os
organismos, o material de origem, o clima, ao longo do
tempo. É muito importante conhecer a distribuição dos
solos na paisagem na execução dos levantamentos de
solos (ou pedológicos), e também nos estudos de
gênese dos solos.
• Nas superfícies mais velhas e estáveis da paisagem
(relevo plano ou suavemente ondulado), geralmente,
ocorrem os Latossolos, associados ou não com os
Neossolos Quartzarênicos.
• Nas superfícies mais jovens (relevo mais ondulado ou forte
ondulado) encontramos os Argissolos, Luvissolos, Alissolos,
Cambissolos, Nitossolos e Chernossolos, e Neossolos
Litólicos.
• Os Vertissolos ocorrem nas baixadas planas ou no terço
inferior das encostas quase planas nas regiões nordeste e
sul do Brasil. Enquanto que, principalmente, na faixa
litorânea ocorrem os Espodossolos, nos tabuleiros costeiros
ocorrem os Latossolos e Argissolos coesos.
• No relevo plano de várzea ocorrem os Organossolos e/ou
Gleissolos, podendo ocorrer os Cambissolos nos terraços, e
Neossolos Flúvicos ao longo dos cursos d'água.
Classificação Brasileira de Solos
• Os conceitos do Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos da EMBRAPA foram
baseados não só no sistema de classificação
de solos de BALDWING, KELLOG & THORP de
1938, modificado por THORP em 1949, como
também no sistema de classificação da FAO.
• Em 1999, a EMBRAPA publicou a primeira
edição, depois revisada e ampliada em 2006;
Conceitos
• Ácrico: baixa saturação por bases e soma de
bases, baixo potencial nutricional, baixa CTC,
solo extremamente itemperizado.
• Álico: Alta saturação por alumínio;
• Alumínico: apresenta alta saturação por Al, se
difere do álico por apresentar maior teor de Al
no horizonte B
• Mesoálico: entre distrófico e álico;
• Mesotrófico: entre distrófico e eutrófico;
• Alíticos: igual ao álico diferindo pela atividade
da argila que é igual ou maior que 20
Cmolc.kg -1
Diferenças entre os sistemas de classificação de
solos do Brasil e dos Estados Unidos
• As principais diferenças entre os sistemas brasileiro e
americano de classificação de solos são os seguintes:
• Origem dos dados pedológicos brasileiros obedeceu
levantamentos generalizados, exploratórios e de
reconhecimento; o sistema americano teve origem a partir
de levantamentos mais detalhados;
• A estrutura do sistema brasileiro foi arquitetada iniciandose no nível superior (ordem), para os níveis hierárquicos
mais inferiores (atualmente o sistema brasileiro contempla
o nível de sub grupo). Por outro lado, no sistema americano
a hierarquia foi arquitetada do nível mais inferior (série)
para os níveis superiores;
• No nível hierárquico de sub ordem, o Sistema Brasileiro
considera a cor para alguns solos (Latossolo, Nitossolo,
Argissolo e Luvissolo). Ao contrário, o sistema americano,
dá muito pouca importância a coloração, priorizando o
regime de umidade no perfil de solo;
• Enquanto que o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
da Embrapa considera o horizonte A como superficial, o
Sistema Americano considera o epipedon como o horizonte
superficial (A), podendo incluir parte ou todo horizonte B;
• Nem todos Latossolos do Sistema Brasileiro correlacionanse com os Oxisois do Sistema Americano.
Sistema Internacional da FAO- Food
and Agriculture Organization
• A Sociedade Internacional de Ciência do Solo, em 1960,
recomendou a publicação da legenda do mapa de solos
do Mundo na escala 1:5.000.000, para representar os
solos do globo terrestre como referencial.
• Em 1969 foi publicado o primeiro mapa de solos do
Mundo com aproximações ao longo do tempo, em
1994 foi publicada com a legenda revisada.
• Sem muitas dificuldades, a legenda da FAO permite a
transferência dos conhecimentos pedológicos de
diferentes países, e contribui para o ensino pedológico
do globo terrestre.
Diferenças entre os sistemas de classificação de solos
do Brasil e dos Estados Unidos, e da FAO
• As informações de solos nos sistemas
brasileiro e americano formam feitas com
base na hierarquia de ordem, sub ordem,
grande grupo, sub grupo, família e série, mas
essa hierarquia não é considerada na legenda
da FAO, que considera apenas dois níveis.
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