Teoria Geral dos Sistemas
Cientista da administração (às vezes) não é um companheiro
muito simpático. Pode ver que ambições políticas e pessoais
influenciam as pessoas para fazê-las crer que as partes do
sistema deveriam ser o mais independente possível. Há quem
diz que a “educação” deveria ser colocada em um
departamento inteiramente separado da “saúde” ou da
“recreação”! Mas o cientista da administração acredita que este
é um modo errôneo de pensar sobre o assunto. Normalmente, a
atividade educacional tem muito a ver com a saúde e a saúde
tem muito a ver com a educação
C.W. Churchman, in Teoria geral dos sistemas.
Introdução
Quando olhamos o século XX, de seu início, com as
visões especializadas de Taylor, Ford e outros, até seu
final, com as macroabordagens, como a Qualidade
Total, e a Reengenharia [...], vemos que há
claramente uma descontinuidade na visão proposta
pelas várias abordagens e pelos autores a partir da
metade do século.
Como era o enfoque da
Teoria Clássica antes da TGS
A Teoria Geral da administração passou por uma
gradativa e crescente ampliação do enfoque desde a
abordagem Clássica que na época havia sido
profundamente influenciada por três princípios
intelectuais dominantes em quase todas as ciências no
início deste século:
O reducionismo;
O pensamento analítico; e,
O mecanicismo.
O Reducionismo
O reducionismo é o princípio que se baseia
na crença de que todas as coisas podem ser
decompostas e reduzidas nos seus
elementos, fundamentos simples que
constituem as suas unidade individuais;
Pensamento analítico
O reducionismo serve-se do pensamento analítico
para explicar as coisas ou para tentar compreendê-las
melhor. A análise consiste em decompor o todo,
tanto quanto possível, em partes mais simples,
independentes e individuais, que são mais facilmente
solucionáveis ou explicadas e, posteriormente,
agregar estas soluções ou explicações parciais numa
explicação ou solução do todo;
O Mecanicismo
O mecanicismo é o princípio que se baseia na relação
simples da causa-efeito entre dois fenómeno. Um
fenómeno constitui a causa de outro fenómeno (seu
efeito), quando ele é necessário e suficiente para
provocá-lo.
Teoria Clássica versus TGS
Com o advento da Teoria Geral dos Sistemas, os
princípios do reducionismo, do pensamento analítico
e do mecanicismo já se encontram totalmente
substituídos pelos princípios opostos, sendo eles:
O expansionismo;
O pensamento analítico;
Teleogia
O Expansionismo
O expansionismo é o princípio que sustenta que todo
o fenómeno é parte de um fenómeno maior. O
desempenho de um sistema depende de como ele se
relaciona com o todo maior que o envolve e do qual
faz parte. O expansionismo não nega que cada
fenómeno seja constituído por partes, apenas
enfatiza mais a focalização do todo do qual aquele
fenómeno faz parte. Essa transferência de visão dos
elementos fundamentais para o todo denomina-se
abordagem sistémica;
O Pensamento analítico
Segundo o pensamento sintético, o fenómeno que se
pretende explicar é visto como parte de um sistema
maior e é explicado em termos do papel que
desempenha nesse sistema maior. A abordagem
sistémica está mais interessada em juntar as coisas
do que em separá-las;
A Teleogia
A teleologia é o princípio segundo o qual a causa é uma
condição necessária, mas nem sempre suficiente para que
surja o efeito, isto é, a relação causa-efeito não é uma relação
mecanicista, mas simplesmente probabilística. A teleologia é
o estudo do comportamento com a finalidade de alcançar
objetivo que passou a influenciar poderosamente as ciências.
Enquanto que na concepção mecanicista o comportamento é
explicado pela identificação das suas causas e nunca do seu
efeito, na concepção teleológica o comportamento é
explicado por aquilo que se produz ou por aquilo que é seu
objetivo produzir. A partir disto, os sistemas passam a ser
vistos como entidades globais e funcionais em busca de
objectivos e finalidades.
Autores que representam
a TGS
Kenneth Bouilding
(1910-1993)
Nasceu em Liverpool, na
Inglaterra, em 1910 .
Graduou-se pela
Universidade de Oxford, em
1931. Foi professor
assistente de Economia na
Universidade de Edinburgo,
na Escócia. Lecionou nos
EUA e em 1953 fundou a
Sociedade para o Avanço
dos Sistemas Gerais.
Ludwing von Bertalanffy
(1901 – 1972)
De origem alemã e formado
em Biologia, Ludwig von
Bertalanffy publicou
profusamente em alemão.
Juntamente com Kenneth
Bouilding, foi um dos
criadores da Teoria Geral
dos Sistemas
Antecessores da TGS
A abordagem estruturalista pode ser considerada um
primeiro esforço na busca de integrar abordagens
que se concentravam em áreas específicas, como a
Abordagem Clássica e a das Relações Humanas. Mas é
na Teoria Geral dos Sistemas (TGS) que
encontraremos um esquema teórico maduro, capaz
de propiciar as condições básicas para a integração
sonhada pelos teóricos organizacionais
Nova proposta TGS
Tal descontinuidade nos é proposta pela TGS,
quando, à visão cartesiana, especializada e
segmentada, é contraproposta uma outra visão, de
caráter global, integrativo, inter-relacional e
interdisciplinar.
Tipos de Sistemas
Sistemas abertos e fechados;
Sistemas abertos e sistemas fechados distinguem-se
por efetuarem uma maior ou menor quantidade de
trocas de matéria, energia e informação com o meio
Sistemas de energia, matéria ou informação;
Sistemas de energia, matéria ou informação: Embora
todos os sistemas recebam estes três elementos do
meio, existe um que é predominante no processo de
transformação. O motor transforma sobretudo energia,
enquanto um computador transforma sobretudo
informação.
Tipos de Sistemas
Sistemas naturais e artificiais.
Sistemas naturais e sistemas artificiais, onde se
distinguem, nos primeiros, os sistemas biológicos e os
não biológicos, e, entre os sistemas criados pelo
Homem, os sistemas sociais e os mecânicos.
Divisor de águas...
.
Decidimos usar a expressão divisor de águas ao nos
referir à TGS porque todas as teorias organizacionais
subseqüentes nela se apóiam.
A era da síntese.
De uma época de análise, de isolamento e
especialização cada vez mais refinada, pouco a pouco
começamos a nos deslocar para uma era de síntese,
de agregação, de busca do que existe em comum
entre as diversas áreas do conhecimento. O
momento histórico que reverteu o processo
unidirecional da especialização foi a Segunda Guerra
Mundial, que exigiu a formação de equipes
interdisciplinares, com especialistas em diversas
áreas. Emergiu então a Teoria dos Sistemas Gerais
com o objetivo básico de sintetizar as idéias comuns a
várias disciplinas.
Propriedades dos
Sistemas
Homeostase
[...] através desta propriedade, o sistema é capaz
de se auto-regular, mantendo a sua forma e
funcionamento constantes.
Entropia Negativa
[...] os sistemas fechados estão sujeitos a um
processo de deterioração e desorganização a que
se chama entropia. Para contrariar esta tendência
natural os sistemas abertos importam do meio
energia para manter a sua organização e
funcionamento, combatendo assim, a entropia
Propriedades dos
Sistemas
Estrutura e Função
[...] existe uma ligação muito estreita entre o
comportamento de um sistema e a estrutura e a função
dos subsistemas que a compõem. A estrutura de um
sistema depende das suas funções e é, frequentemente,
uma manifestação destas.
Diferenciação e integração
os sistemas podem ter diferentes graus de diferenciação,
consoante o número de subsistemas com funções
especificas que possuem. Quantos mais subsistemas
específicos tiver, mais diferenciado é o sistema.
Propriedades dos
Sistemas
Variedade requerida
[...] esta propriedade do sistema estabelece que
um sistema deva ser tão diferenciado quanto o
meio que o rodeia. Para lidar com um meio
ambiente variado e complexo, um sistema deve
possuir uma estrutura igualmente variada e
complexa, pois só assim se conseguirão adaptar às
condições e dificuldades que aquele lhe põe.
A empresa como um sistema
Empresa interpretada como
sistema insumo/exsumo
Dentro de uma apresentação esquemática, um bom
exemplo para a visualização da empresa como
sistema pode ser encontrado em Hanika, em que a
empresa é interpretada como sistema
insumo/exsumo.
Ambiente Geral e Específico
Finalmente, é importante ver a organização como
que mergulhada em determinado ambiente. Para que
possamos explorar esse conceito, é aconselhável que
falemos em dois tipos de ambiente: o geral e o
específico.
O que chamamos de ambiente geral configura um
conjunto de condições que podem eventualmente ter
um impacto sobre a organização. Já o ambiente
específico é aquele conjunto de condições que tem
um impacto direto e imediato sobre a organização
Ambiente Geral e Específico
.
Essa distinção entre ambientes gerais e específicos –
estes últimos algumas vezes chamados de ambientestarefa – tem-se mostrado útil para um melhor
entendimento das relações organização-ambiente
Julgamos de fundamental importância centrarmos
nossa atenção na própria conceituação de sistema
aberto, nas diferenças fundamentais entre sistema
aberto e fechado e nas conseqüências da hipótese de
tratarmos a organização – sistema aberto por
natureza – como se fosse um sistema fechado.
Ambiente Geral e Específico
Além de ser considerada um sistema aberto, em interação
com o ambiente, a organização pode ser vista como um
sistema sociotécnico estruturado. Esse modo de visualizar
a organização parece-nos um passo mais significativo para
a compreensão do fenômeno organizacional.
O subsistema técnico abrange tarefas a serem
implementadas, incluindo o equipamento a ser utilizado,
as ferramentas e as técnicas operacionais. No entanto, o
subsistema técnico, por si só, não é suficiente para que as
tarefas sejam levadas a bom termo. Daí o subsistema
social, abrangendo as relações entre as pessoas que
executarão a tarefa.
A empresa: um sistema
sociotécnico estruturado.
Técnico e Social
Precisamos ter em mente de que os dois sistemas,
técnico e social, não podem ser considerados
separadamente, mas sim no contexto da organização
como um todo. Qualquer mudança em um dos
subsistemas trará, inevitavelmente, conseqüências
para o outro.
A Teoria Clássica enfatiza os subsistemas estrutural e
gerencial e estava extremamente preocupada com a
formulação de princípios, como se em ciência social
pudéssemos criar princípios e leis que tivessem a
mesma validade dos da física, por exemplo.
Técnico e Social
Mais adiante, uma nova escola – a das Relações
Humanas – procurou valorar o aspecto humano e
social, abstraindo, de certo modo, o aspecto
estrutural.
O aperfeiçoamento tecnológico, principalmente o
surgimento do computador, permitiu o
desenvolvimento e a valoração do aspecto técnicoeconômico e das técnicas para quantificar a tomada
de decisão, a criação dos modelos matemáticos e o
aperfeiçoamento dos processos de controle.
Parte da verdade
Importante notar é que cada um desses enfoques
sempre abrangeu apenas parte da verdade e não a
verdade como um todo. A teoria geral dos sistemas
criou a possibilidade de visualizarmos a organização
como um sistema sociotécnico estruturado,
valorizando não apenas os subsistemas,
individualmente considerados, mas as inter-relações
entre eles
Considerações 1/2
A teoria dos sistemas, ao mesmo tempo que nos
proporciona uma compreensão mais realista da
complexidade do fenômeno organizacional, faz-nos
tomar consciência, em primeiro lugar, de que os
princípios e as regras ditados pelas várias escolas e
pelos praticantes de administração são de alcance
limitado.
Considerações 2/2
E uma vez que os princípios e regras são limitados,
são incapazes de equacionar, satisfatoriamente, os
problemas mais significativos enfrentados pelas
organizações; e, em segundo lugar, de que carecemos
não apenas de táticas administrativas, mas,
principalmente, de uma macroestratégia, de uma
teoria administrativa que articule e interligue, com
clareza, os pontos cruciais integrantes da teoria.
Teoria dos Sistemas
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TG SISTEMAS. - Prof. Alexandre F. de Almeida