Os Nacionalismos
Unificação da Alemanha e Itália e o Neocolonialismo
Nacionalismo:
Nação é um conceito histórico utilizado para explicar
os
processos de formação dos denominados estados-nação. Após os
desdobramentos da Revolução Francesa, que reivindicou sua
soberania, este termo passou a ser empregado para a formação
de estados que reuniam diferentes aspectos conjugados. Uma
nação pressupõe diferentes aspectos: culturais (língua,
costumes), históricos (busca de origens comuns), geográficos
(habitar uma determinada área) e políticos (formas de
organização e associação).
Estes aspectos definem uma nação, fazendo com que as pessoas
se identifiquem com ela e se diferenciado de outras. É neste caso
que entra a ideia de identidade nacional, que está sempre calcada
na alteridade, ou seja, a diferença com o outro.
A Europa do Século XIX:
Havia diversos impérios (principalmente o Austríaco) que
reuniam diferentes etnias (alemãs, italianas, tchecas...). Será
com o desenrolar do século que estas nacionalidades irão
reivindicar a sua soberania enquanto uma nação. Dando início ao
processo de formação de novos estados que rompem com os
impérios monárquicos.
É dentro deste contexto que se pode explicar o processo de
Unificação da Itália e da Alemanha ocorrido ao longo do XIX.
Unificação Italiana
A Itália, até metade do século XIX era dividida em diversas
regiões autônomas que sofriam com a imposição de austríacos,
franceses e do papado. A partir de ideias nacionalistas, surgiu o
movimento pela formação de um estado liberal unificado. Este
movimento ocupou toda a região da península itálica e teve 3
principais líderes:
Giuseppe Mazzini: fundou o movimento
“a
Jovem
Itália”,
e
o
periódico
“Risorgimento”, que depois acabou sendo
utilizado como nome do movimento pela
unificação.
Camilo Benso de Cavour: primeiro-ministro
do Piemonte. Não queria a formação de uma
república, pois defendia a expansão do reino
piemontês. Contudo era contra a presença dos
austríacos no norte da Itália.
Giuseppe Garibaldi: um líder revolucionário que
defendia a formação de uma república. Liderou os
camisas vermelhas.
Processo de Unificação:
1- Guerra do reino de Piemonte contra a Áustria – a vitória
garantiu territórios no norte;
2 – Estas vitórias deram início a movimentos no sul liderados por
Garibaldi. Os camisas vermelhas anexaram diversas regiões na
Sicília.
3 – As vitórias de Garibaldi fizeram com que Cavour ameaçasse
invadir o sul.
4 – Temendo um embate entre norte e sul, o que poderia
prejudicar a unificação, Garibaldi entregou os territórios
conquistas ao rei piemontês.
5 – Restou Roma e Veneza: a segunda foi adquirida como prêmio
de guerra dada pelos alemães como recompensa à ajuda prestada
contra a Áustria.
6 – Roma foi invadida e declarada capital do novo estado italiano.
Unificação Alemã
A região da atual Alemanha também era ocupada por diversos
ducados até meados de 1850. Após o Congresso de Viena, em
1815, foi criada a Confederação Germânica que abrigava 39
estados independentes.
Um primeiro esboço de unificação foi a União Aduaneira em
1834. Ela rompia com barreiras comerciais entre os estados
confederados, favorecendo o comércio na região. Isso
incentivou movimentos pró-nacionalização do território. A
Áustria se opôs. Entrou em cena um importante líder.
Otto von Bismarck: chanceler alemão,
usou sua diplomacia para afastar a
Áustria da Confederação Germânica. O
resultado foi a guerra contra a Áustria
que garantiu, após a vitória, boa parte do
território do norte.
Guerra FrancoPrussiana: conflito que
envolveu a França e a
Prússia. Nele, foi
possível o envolvimento
dos alemães sulinos,
unificando todo o
território alemão. Para a
França, a derrota
resultou na perda da
Alsácia e Lorena, além
de ruir a monarquia de
Napoleão III e voltar
para uma República, A
COMUNA DE PARIS.
O Imperialismo Europeu
A segunda Revolução Industrial resultou na superprodução na
Europa. A entrada de novos países nas disputas políticas,
econômicas e diplomáticas (Alemanha e Itália) criou uma
configuração de rivalidades entre os europeus, ampliadas em
virtude dos nacionalismos que afloravam naquele período.
Com necessidade de ampliar mercados para os produtos
industrializados e, ao mesmo tempo, imbuídos de uma teoria
eurocentrista que pregava uma “cultura de povos superiores”,
estes países deram início ao processo imperialista de ocupação dos
territórios africanos e asiáticos. Para os europeus, estavam levando
“a civilização” aos povos atrasados.
O imperialismo fez
com que os países
europeus tomassem
as terras e as
tornasses suas
colônias. As colônias
ofereciam matérias
primas necessárias às
indústrias e eram
mercados
consumidores da
produção.
No mapa é possível
perceber como ficou a
colonização na África.
A partilha da África.
Diferenças na colonização do século XVI e do
XIX:
XVI
XIX
Colônias efetivas,
impondo sua cultura,
religião. Buscavam
produtos para
complementar a
economia européia.
Colonização com o
objetivo de matérias
primas, mercado
consumidor e recepção
do excedente
populacional.
Ocupação da África:
França: Noroeste, faixa central e a Ilha de
Madagascar. Argélia (1832), Tunísia (1881) e
Marrocos (1882).
Inglaterra: Nordeste e sul do continente. Egito
e Sudão (1882) e o sul da África (atual África
do Sul em 1902).
Alemanha: Togo, Camarões, Tanzânia, Ruanda,
Burundi e Namíbia.
Itália: Líbia, Eritréia e Somália.
Ocupação da Ásia:
França: Indochina (Vietnã)
Inglaterra: várias regiões da Ásia. Mas a principal delas foi a
Índia, local onde a Cia. Das Índias Orientais gerenciava a
política e economia. Por meio dela, os indianos passaram a
fornecer matéria prima para Inglaterra e a comprar produtos
industrializados. As terras passaram a serem utilizadas em
plantações visando a exportação de trigo e algodão. A
produção têxtil indiana sofreu com a entrada de tecidos
industrializados ingleses.
Sofrendo com esta imposição econômica, em 1857 ocorreu a
Revolta dos Cipaios contra a dominação britânica.
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