O ABSOLUTISMO FRANCÊS
Prof.: Mercedes Danza Lires Greco
A CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA NA FRANÇA
Teve início com a Guerra dos Cem Anos
(1337-1453):
• expulsão dos ingleses do território
francês;
• organização de tropas permanentes;
• criação de importantes meios de
arrecadação fiscal.
O que faltava?
Uma administração civil e organizada capaz de unificar um
mercado interligado por meios de transporte eficientes, e
abolir as relações de troca locais.
FRANCISCO I e HENRIQUE II - DINASTIA VALOIS
Francisco I (1515-1547)
Henrique II (1547-1559)
• Buscaram aliados e prestígio nas diferentes regiões do reino.
•
Foram hábeis negociadores, consultaram algumas vezes os conselhos regionais
e respeitaram os privilégios da nobreza.
•
Concordata de Bolonha (1516): assinada com o Papa, o rei passou a ter o
direito de nomear bispos e abades, convocar ou autorizar concílios e até mesmo
usar rendas dos bispados, submetendo a Igreja. Em troca, garantiu a imunidade
econômica a todo o clero francês.
• Impulsionaram a França para o Novo Mundo, principalmente
Francisco I → ampliação do comércio → agrado à burguesia→
aumento de impostos.
• Externamente, envolveram-se nas Guerras da Itália (1494-1559).
Objetivo: dominar a Península Itálica. Enfrentaram a resistência
dos Estados italianos, do Sacro Império Romano-Germânico
(Carlos V) e da Espanha (Felipe II). A guerra terminou com o Paz
de Cateau-Cambrésis (1559) firmado entre Henrique II e Felipe II
= o Reino de Nápoles ficou com a Espanha e a França obteve
vantagens territoriais na região do Reno.
AS GUERRAS RELIGIOSAS - 1562-1598
• Trinta anos de guerras entre:
a) o Partido Papista / Santa Liga - católicos ligados à realeza e à
nobreza. Líder: Duque de Guise.
b) Partido Huguenote (calvinistas ligados à burguesia). Líderes:
Príncipe de Condé, Almirante Coligni e a família Bourbon.
Episódios principais:
Massacre de Vassy (1562)
Noite de São Bartolomeu (24.8.1572)
O FIM DAS GUERRAS DE RELIGIÃO
Dinastia Bourbon
• O Reinado de Henrique IV (Henrique de Navarra) →
indicado para ser o seu sucessor por Henrique III (Valois).
• Adotou medidas centralizadoras e intervencionistas para
recuperar a economia arrasada por trinta anos de guerras
religiosas.
• Vendeu cargos administrativos e títulos a burgueses ricos
(“nobreza togada”) → crescente aumento da influência da
burguesia no Estado.
• Édito de Nantes (1598) – concedeu liberdade religiosa aos
protestantes (huguenotes) e livre acesso aos cargos
públicos → paralisação das guerras de religião.
LUÍS XIII (1610-1643)
• Regência exercida por sua mãe, Catarina de Médicis
até 1624.
• Cardeal Richelieu: primeiro-ministro, de 1624 até
1643. Sua atuação foi fundamental no fortalecimento
do poder real → teoria da razão de estado: “todas as
ações do governo deveriam ser calculadas e
executadas com um só fim: o fortalecimento do Estado
francês”.
CARDEAL RICHELIEU, primeiro-ministro de Luís XIII
(1624-1643)
Principais ações:
- Criou um corpo de intendentes
(funcionários do Estado);
- Reduziu
o poder da alta
nobreza;
- Consolidou o exército;
- Envolveu a França na Guerra dos
Trinta Anos (1618-1648), aliando-se a
governos
protestantes
para
enfraquecer a Espanha (dinastia
Habsbugo), forte aliada do Papa.
LUÍS XIV (1643-1715)
Luís XIV e sua família retratados como deuses
romanos por Jean Nocret em 1670
LUÍS XIV – O Rei-Sol
Nenhum outro monarca europeu exaltou seu poder majestático
como Luis XIV da França o fez. Durante o seu estendido reino (16431715) ele não cessou de mobilizar seus ministros, artistas e
intelectuais para anunciar ao mundo tanto as extravagâncias da sua
corte como a retidão da sua administração. Encarnação mais
concreta do Estado Absolutista, tomou o deus Apolo como ícone
inspirador do seu domínio sobre a nação. Com ele o estado feudal
tornou-se um Estado-espetáculo, fazendo com que até hoje os
franceses designem sua época como a da ‘França clássica’.
CARDEAL MAZARINO, primeiro ministro de Luís XIV
(1643-1661)
• Regência exercida por sua mãe, Ana
d’Áustria.
• Cardeal Mazarino: primeiro-ministro.
Principais ações:
- voltadas para fortalecer o poder real;
- política impopular (taxas, impostos e
multas) para concluir a Guerra dos Trinta
Anos.
- Enfrentou várias revoltas internas: dos
camponeses contra as más colheitas), da
burguesia que rejeitava o excesso de
impostos e da nobreza – frondas(16481652) contra o excesso de centralização.
O GOVERNO DE LUÍS XIV
• Com a morte de Mazarino, em 1661, Luís XIV assumiu
diretamente o governo da França. Governou com base na
teoria do direito divino.
Principais ações:
1. Instalou
uma
rigorosa
administração,
reduzindo
a
autonomia provincial e aumentando os impostos.
2. Ampliou e modernizou o exército real (170 mil homens).
Objetivo: liquidar os exércitos dos nobres.
3. Favoreceu a burguesia incentivando as exportações,
concedendo prêmios em dinheiro e ajuda financeira para as
manufaturas francesas e isentando-as de impostos =
Colbertismo (nome do mercantilismo francês).
4. Revogou o Edito de Nantes (concedia liberdade religiosa
aos protestantes) ao assinar o Tratado de Fontainebleau →
perseguições religiosas (fechamento de escolas protestantes
e destruição de igrejas huguenotes) → fuga (200mil a 500
mil) de protestantes e de capitais.
5. Para atrair a nobreza, adotou a política de “distribuição de
favores”: distribuía pensões, presentes e empregos bem
remunerados a condes, duques e barões.
6. Formou a Corte de Versalhes para neutralizar o poder da
nobreza: residência oficial, abrigava e sustentava milhares de
nobres. neutralizar o poder da nobreza.
Possui 2153 janelas, 67
escadas,352 chaminés, 700
quartos, 1250 lareiras e 70
hectares de parque.
De 1682 à 1789 o Palácio
de Versalhes foi o
símbolo do Absolutismo
francês.
Luís XIV é o rei que possui o maior número de representações
(pinturas, gravuras, estátuas etc.) da história do Ocidente.
O triunfo do rei Luís XIV, o Rei-Sol,
representado dirigindo uma carruagem.
Obra de Joseph Werner.
Símbolos reais
Cetro – sinal da força e da autoridade
suprema do rei  símbolo político.
Coroa: símbolo da soberania e da dignidade
do rei  símbolo político.
Mão da justiça: símbolo do poder exclusivo
do rei de julgar, condenar ou absolver, pois
ele é o representante de Deus na terra 
símbolo político-religioso.
Manto com pele de arminho: símbolo de
proteção, pureza moral e incorruptibilidade
 símbolo religioso.
Espada: símbolo da bravura guerreira que
mantém a paz e a justiça  símbolo militar.
Trono: lugar da autoridade que marca o
centro do poder e do reino símbolo
político-religioso.
Flor-de-lis: símbolo típico da monarquia
francesa, bordada no manto e na tapeçaria.
POLÍTICA EXTERNA
1- Envolvimento em várias guerras: (Guerra de Devolução (1667-1668),
Guerra da Holanda (1672-1678); Guerra da Liga de Ausgsburgo (1689-1697) e
Guerra de Sucessão da Espanha (1700-1713). Objetivo: garantir a hegemonia
francesa na Europa e fortalecer os Bourbons. Consequência: endividamento
do Estado francês.
2. Guerra de Sucessão Espanhola (1700-1713).
• Causa: disputa com a Áustria do trono da Espanha após a morte de Carlos
II, da dinastia Habsburgo que nomeou Luís XIV como sucessor. Felipe de
Anjou era neto e herdeiro de Luís XIV e foi designado por seu avô para
reinar na Espanha = união da França e da Espanha = quebra do equilíbrio
europeu.
• União da Inglaterra, Holanda, Suécia, Dinamarca, Áustria, Prússia e Sacro
Império Germânico contra a França x França e Espanha.
• Tratado de Utrech (1713): firmou a paz 
Felipe de Anjou seria rei da Espanha e de
suas colônias (Felipe V – início da dinastia
Bourbon na Espanha), mas renunciaria ao
trono da França. O tratado foi bastante
vantajoso para a Inglaterra (recebeu a Terra
Nova, na América, Gibraltar e Minorca na
Europa além de outras compensações).
3. Enfraquecimento da França no cenário europeu: resultado da emigração de
protestantes calvinistas (Tratado de Fontainebleau) e respectiva fuga de capitais;
gastos com guerras externas e perdas territoriais; gastos com a corte.
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