GUERRA DO PARAGUAI E CONFLITOS NO PRATA AULA: 38 PÁG. 32 Profª. Cleidivaine da S. 8º ano 1 – O BRASIL INTERFERE NA BACIA PLATINA Região platina – área ao redor das fronteiras do Brasil (Argentina, Uruguai e Paraguai): conflitos no séc. XIX – Argentina tenta controlar economicamente a Bacia do Prata. De outro lado Uruguai: reafirma sua independência. Paraguai: polícia expansionista. Região banhada pelos rios da Prata, Paraná, Uruguai e Paraguai – importância estratégica: comunicação e comércio com as províncias do interior (Centro-Oeste e Sudeste). Brasil interfere na região platina – presidente Aguirre (Uruguai) foi retirado do poder. Guerra do Paraguai. 2 – COMEÇA A GUERRA CONTRA O PARAGUAI República do Paraguai surge após da independência: fragmentação do Vice-Reinado do Prata – Francisco Solano López governava o país (representava os grandes proprietário de terras – caudilhos) – admirador de Napoleão Bonaparte – pretensões expansionista (Paraguai Maior): saída para o mar. Exército poderoso – encomenda da Inglaterra um navio encouraçado. Aproveitando da rivalidade com o Brasil e de fronteiras mal definidas e vigiadas: inicia-se o processo de invasões territoriais – chegam a Mato Grosso. O exército paraguaio ataca em novas frentes e invade simultaneamente: Argentina e o Rio Grande do Sul. Resposta: união do Brasil, Argentina e Uruguai – Tríplice Aliança: declaram guerra a Paraguai. 3 – O CONFLITO Solano López saiu-se vitorioso nas primeiras batalhas (fator surpresa). A partir da formação da Tríplice Aliança: primeiras vitórias dos aliados – os paraguaios elaboram defesas junto aos rios Paraná e Paraguai (fortaleza Humaitá) – preserva a posição paraguaia por mais de dois anos. Preocupação brasileira – pequena formação do exército – criou-se a força dos Voluntários da Pátria (civis e recrutamento de escravos). Duque de Caxias recebe a tarefa de reorganizar o exército brasileiro – intensa ofensiva aliada – vitória nas batalhas: Tuiuti, Humaitá, Itororó, Avaí e Lomas Valentinas – rompe as linhas de defesa do Paraguai. 1869 navios brasileiros alcançaram Assunção e tropas aliadas entraram vitoriosas na capital paraguaia. Solano López foge com um pequeno exército – Caxias deu por terminada a sua participação na guerra (problemas de saúde e desiludido). O conde d’Eu (marido da princesa Isabel) comando o exército – age com extrema violência e crueldade – persegue Solano López e seus soldados (foi morto) – termina a guerra. 4 – APÓS A GUERRA A economia do Paraguai foi devastada – perdeu uma grande parte de sua população economicamente ativa (80%) – manteve a sua independência política, acabou perdendo todos os territórios em litígio com Argentina e o Brasil. A perda do território e a destruição econômica: o país leva décadas para se reorganizar e não consegue alcançar o mesmo nível de desenvolvimento anterior. Brasil – os territórios atenderam a expectativas de produção de mate e preserva o acesso as províncias do interior. Aumento da dívida externa com a Inglaterra. A monarquia viu-se abalada (a guerra do Paraguai foi uma das causas de sua queda) – extensa duração do conflito, perdas humanas e enormes gastos. O exército sai estruturado – quanto corporação aspira destaque no cenário político (Deodoro da Fonseca) protagonista da Proclamação da República. POLÊMICAS SOBRE A GUERRA DO PARAGUAI Historiografia tradicional privilegia a ambição do Estado paraguaio. Análises revisionistas a guerra foi causada pelo imperialismo britânico: destruir a suposta tentativa do desenvolvimento autônomo paraguaio – Império brasileiro e a Argentina foram instrumentos dessa ação imperialista e Solano López vítima de uma conspiração. Visão revisionista os motivos são econômicos. Não pode esquecer dos conflitos fronteiriços (Brasil, Uruguai e Argentina). Questões políticas: acusando Solano López de ser tirano, uma barbárie que se precisava exterminar para libertar o povo paraguaio. A GUERRA QUE DEFINIU O MAPA DO CONE SUL Guerra do Paraguai ou Guerra Grande define as fronteiras e relações entre os países – fez milhares de vítimas civis e militares. Cada país tinha a sua ideia de preservar sua integridade territorial e garantir uma posição vantajosa frente aos demais. Paraguai e Uruguai iniciam a guerra – procuram espaço entre o Brasil e Confederação da Argentina – tentativa de anexá-los. DUQUE DE CAXIAS Brasil tinha a história de intervenções no Uruguai e na Argentina. Argentina procurava se manter como potência regional na produção de charque e explorar o Uruguai e o Paraguai. O governo López, através do rio Paraguai e do Prata: a comunicação e o comércio com o exterior – forma de tirar o país da estagnação. 1) 2) A historiografia tradicional considera como causo do conflito a ambição de Solano López e sua política expansionista – a busca de saída ao mar para o Paraguai. Corrente historiográfica revisionista considera o imperialismo britânico, interessado em neutraliza o desenvolvimento autônomo paraguaio, como fator determinante para o início do conflito. 3) Na versão mais recente a Guerra é entendida como a acomodação definitiva dos países numa nova ordem regional. O Paraguai e o Uruguai, no início da Guerra, procuravam espaço político entre o Império Brasileiro e a Confederação Argentina – vizinhos perigosos que já tinham tentado anexá-los. Solano López buscava formas de comunicação e de comercialização com o exterior, como a forma de tirar o Paraguai da estagnação. Nesse sentido, essa linha de interpretação não aceita a tese do desenvolvimento paraguaio.