Aula 11 – Formigas
Cenário
•
FORMIGAS CORTADEIRAS
Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns)
• As formigas cortadeiras representam a principal e a mais antiga praga para
o setor agrícola e florestal do Brasil. Isso tem sido relatado deste o nosso
descobrimento, quando os colonizadores tomaram conhecimento desse fato
ao verem as plantas, de um dia para o outro, perderem todas as suas folhas
por ataques de formigas cortadeiras.
• As formigas cortadeiras são a principal praga para
reflorestamentos, pastagens e agricultura e o seu controle tem sido feito,
muitas vezes, com técnicas e materiais inadequados o que pode levar à
contaminação ambiental e, também, ao aumento desse problema.
Cenário
•
FORMIGAS CORTADEIRAS
Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns)
• Milhões de anos de evolução aperfeiçoaram a forma de organização das
formigas ‘agricultoras’, mas não a ponto de sustentar o ditado “ou o Brasil
acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”, exaustivamente
pronunciado nos anos 60.
• A saúva pode ser considerada a pior praga da agricultura brasileira, levando
em consideração que seu ataque se dá ao longo do ano e não em surtos, como
ocorre com outras pragas.
Cenário
• MAIS DE 18 MIL ESPÉCIES – 2 MIL SÓ NO BRASIL
• Estima-se que exista no mundo cerca de 18 mil espécies de formigas, mas
aproximadamente 10 mil são conhecidas e catalogadas. No Brasil são 2 mil
espécies, sendo 10 espécies denominadas saúvas do gênero Atta e 20
espécies do gênero Acromyrmex.
• Existem cinco espécies mais importantes economicamente: saúva cabeça de
vidro (Atta laevigata), saúva mata pasto (Atta bisphaerica), saúva parda (Atta
capiguara), saúva limão (Atta sexdens) e saúva da mata (Atta cephalotes).
• Além das saúvas do gênero Atta, há também algumas espécies de quenquéns
que causam prejuízo para a agricultura: quenquém de cisco (Acromyrmex
crassispinus), formiga de monte vermelha (Acromyrmex heyri), quenquém
mineira preta (Acromyrmex lundi) e quenquém de monte preta (Acromyrmex
lobicornis).
• Essas espécies não causam tantos danos, pois seus formigueiros são de
poucas panelas e não ultrapassam dois metros de profundidade. É meia dúzia
de panelas e 175 mil formigas. Mas quando a infestação for grande, deve-se
ter atenção.
Cenário
• As saúvas podem ocasionar grandes perdas, já que um
formigueiro grande podem ter de 7 a 10 milhões de formigas em
média, numa profundidade de até oito metros e ter até 8 mil
panelas ou câmaras.
• Necessitam de uma tonelada de folhas equivalente a 86 árvores
adultas ou 161 árvores de pinus. Uma rainha saúva vive em
média 12 a 15 anos e um bitu (macho) apenas 12 horas.
• Um formigueiro se torna adulto aos dois anos de idade. A
revoada para formação de novos formigueiros acontece de
setembro a dezembro, com seu pique nas primeiras chuvas,
começando por volta de nove horas da manhã.
Por ter mandíbulas fortes, a picada é dolorida e o local atingido fica inchado e vermelho.
Mas o inchaço é causado pela força e não por algum veneno excretado.
As mandíbulas são parte do aparelho bucal das saúvas e se parecem com duas pinças, que
são utilizadas para cortar as folhas e para a defesa
Cenário
• No Mato Grosso do Sul, com o incentivo do plantio de espécies
de eucalipto e pinus, na década de 80, e com a falta do
conhecimento mais profundo sobre o combate das formigas
cortadeiras e os danos causados por elas, houve um aumento
significativo dessa praga, pois se encontravam num ambiente
favorável para seu desenvolvimento e proliferação.
• Nessas plantações, ocorrem com maior frequência as saúvas
limão (Atta sexdens), que encontram nesses locais um clima
favorável para seu desenvolvimento, já que seu habitat preferido
é a sombra. Além da saúva limão, há também a parda e a cabeça
de vidro, que são encontradas em qualquer ambiente.
Cenário
• Prejuízos — Estas pragas produzem um prejuízo de 14% na produção
de madeira por hectare, e árvores desfolhadas três vezes consecutivas
perdem suas forças e acabam morrendo.
• Nos canaviais do Mato Grosso, uma cultura de grande expressão no
estado, ocorrem as saúvas mata pasto (Atta bisphaérica). É a principal
praga e causa sérios danos à cana e também às pastagens, pois se
desenvolve com muita facilidade no ambiente, chegando a destruir até
três toneladas de cana por hectare/ano – apenas um formigueiro
adulto – e reduzem a capacidade das pastagens em até 50%.
• O primeiro e fundamental passo para realizar o combate dessa praga é
ter o conhecimento sobre ela, seu dimensionamento, sua
identificação, seus hábitos, sua biologia e alimentação assim como
conhecer os melhores métodos de controle e o melhor momento de
aplicação. Tudo isso para não desperdiçar os defensivos, o que gera
prejuízos aos produtores. Um produtor tem o custo entre R$ 70 a R$
90 ao ano para o combate das formigas
Identificação
Acromyrmex spp. (quenquéns)
Operária com quatro ou cinco paresde espinhos no dorso do tórax.
Identificação
Atta spp. (saúvas)
Operária com três pares de espinhos no dorso do tórax.
Identificação
Acromyrmex spp. (quenquéns)
Atta spp. (saúvas)
Operária com quatro ou cinco
pares de espinhos no dorso do
tórax
Operária com três pares de
espinhos no dorso do tórax
Soldados menores (8 a 10 mm)
Soldados maiores (12 a 15 mm)
Ninhos pequenos (1 ou 2 panelas) Ninhos grandes (muitas panelas)
Ninho sem monte de terra solta
aparente
Ninho com monte de terra solta
aparente
Identificação
Saúva cabeça-de-vidro (Atta laevigata), F. Smith, 1858.
Ataca pastagens, florestas, cana-de-açúcar e plantas em geral.
Identificação
Cortam dicotiledôneas e monocotiledôneas.
Cabeça muito brilhante ("envernizada").
Soldados grandes e brilhantes,
Monte alto de terra solta.
Olheiros se abrem no nível do monte de terra solta.
Saúva cabeça-de-vidro
(Atta laevigata)
Identificação
Saúva cabeça-de-vidro (Atta laevigata), F. Smith, 1858.
Identificação
Saúva limão (Atta sexdens rubropilosa), Forel, 1908.
Ataca florestas de eucalipto e pinus e plantas em geral.
Identificação
Cortam exclusivamente dicotiledôneas.
Corpo vermelho opaco, muito piloso.
Apresenta um forte cheiro de limão quando esmagada.
Monte baixo de terra solta.
Olheiros se abrem acima do nível do monte de terra solta,
parecendo vulcões.
Saúva limão
(Atta sexdens rubropilosa)
Identificação
Saúva limão (Atta sexdens rubropilosa), Forel, 1908
Identificação
Saúva mata pasto ou saúva amarela (Atta bisphaerica), Forel, 1908.
Também ataca pastagens e canaviais.
Identificação
Cortam exclusivamente gramíneas.
Cabeça pouco brilhante.
Cabeça com dois lóbulos bem distintos (cabeça
parece dividida).
Monte baixo e espalhado de terra solta.
Olheiros se abrem no nível do monte de terra solta.
Saúva mata pasto ou
saúva amarela (Atta
bisphaerica)
Identificação
Saúva mata pasto ou saúva amarela (Atta bisphaerica), Forel, 1908.
Identificação
Saúva parda (Atta capiguara), Gonçalves, 1944.
Identificação
Cortam preferencialmente gramíneas.
Corpo vermelho opaco, muito piloso.
Monte de terra solta localizado fora da projeção das panelas
ativas.
Saúva parda (Atta
capiguara).
Identificação
Saúva parda (Atta capiguara), Gonçalves, 1944.
Ataca pastagens e plantios de cana-de-açúcar.
Identificação
Cortam exclusivamente dicotiledôneas.
Corpo vermelho opaco, muito piloso.
Apresenta um forte cheiro de limão quando esmagada.
Monte baixo de terra solta.
Olheiros se abrem acima do nível do monte de terra solta,
parecendo vulcões.
Saúva limão
(Atta sexdens rubropilosa)
Identificação
Saúva da mata (Atta cephalotes).
Corta plantas de folhas largas, principalmente mandioca e o cacau.
Ocorrência: AM, RO, RR, PA, AP, MA,PE, BA
Identificação
Quenquém de cisco (Acromyrmex crassispinus).
Ataca principalmente pinus e eucalipto.
Identificação
Quenquém de cisco (Acromyrmex crassispinus).
Identificação
Quenquém de cisco (Acromyrmex crassispinus).
Identificação
Formiga-de-monte-vermelha (Acromyrmex heyri).
Corta gramíneas.
Identificação
Quenquém mineira preta (Acromyrmex lundi).
Ataca florestas cultivadas e também na agricultura em geral.
Identificação
Quenquém mineira preta (Acromyrmex lundi).
Identificação
Quenquém de monte preta (Acromyrmex lobicornis).
Plantas cultivadas, tanto dicotiledôneas como gramíneas.
Biologia
Ciclo de vida de um sauveiro.
Biologia
Organização das saúvas - Castas
Saúva Ant (Atta spp)
A fecundação das formigas-rainhas ocorre durante o voo nupcial, e o macho morre
logo após.
A içá ou tanajura, rainha das
formigas, revoa em dias claros do
começo da estação chuvosa e,
fecundada, inicia um novo
sauveiro. Trás no aparelho bucal
uma bolota de fungo de seu
formigueiro natal e a regurgita no
novo sauveiro, irrigando-a depois
com sua matéria fecal.
Cerca de 99% das içás não chegam a
formar sauveiros maduros. Uma
rainha pode viver até 18 anos.
Culinária.
Diversas espécies eram consumida
pelos índios brasileiros fritas em
salmoura e misturadas com farofa.
Essa tradição foi passada para
os sertanejos e tropeiros, os quais ainda
nos dias atuais não deixam a tradição ser
exterminada.
Também no nordeste brasileiro
as tanajuras fazem parte de
umcardápio exótico, sendo iguaria em
mercados públicos.
A rainha escava um buraco e antes de colocar os ovos, as rainhas geralmente
arrancam suas asas, mas isso não é uma regra. Os músculos usados antes para o voo
servirão para nutrir a rainha até que a primeira operária nasça e vá buscar comida.
Fungo produzido pelas formigas operárias dentro do formigueiro para
alimentar toda a população de formigas.
Cultivar o próprio alimento não é exclusividade dos seres humanos. Há 50
milhões de anos, antes que surgissem os primeiros povos agricultores, um grupo
de formigas da subfamília Myrmicinae desenvolveu sua própria versão de
agricultura. Estas formigas, pertencentes à tribo Attini, desenvolveram a
capacidade de cultivar fungos que são utilizados na sua alimentação. E assim,
como a espécie humana, estas formigas tornaram-se um belíssimo exemplo de
sucesso biológico, formando colônias enormes de grande importância ecológica
(Mueller et al., 2001).
O fungo Leucoagaricus gongylophorus em ambiente natural e em condições de
laboratório
Esquema geral de um sauveiro (DELLA LUCIA, 1993, p.32)
1 - Larvas e pupa
A formiga passa por três estágios antes de se tornar adulta: ovo, larva e pupa (imaturos). Nesse último, ela fica em estado
de dormência, até eclodir e atingir a maturidade.
2 - Câmaras
O ninho da Atta é dividido em câmaras, ou panelas. Nelas, as formigas cultivam fungos a partir de folhas em decomposição.
3 - Soldados
As chamadas formigas "soldados" são responsáveis por proteger as entradas do ninho de possíveis predadores. Essas
guardiãs têm a cabeça e as garras maiores do que as operárias "comuns".
4 - Lixo
Uma das câmaras, geralmente no fundo do ninho, é reservada para armazenar o "lixo": restos de fungos, folhas e ainda as
formigas mortas.
5 - Rainha
A saúva tem apenas uma rainha em seu ninho. Ela vive em média por dez anos, enquanto as operárias têm um ciclo de vida
de cerca de quatro meses. Quando a reprodutora morre, a colônia se extingue em poucos meses.
Este trabalho de escavação foi feito na UNESP em Botucatu, e coordenado pelo pesquisador Luiz
Carlos Forti.
Para realizar a escavação, primeiramente se injetou nos olheiros do formigueiro uma calda de
cimento e água, que preencheu as câmeras de fungo, de lixo e as vazias. Após o endurecimento
do cimento, aconteceu a escavação.
Os formicidas em pó agem por contato, eliminando as formigas, mas é praticamente impossível
o produto atingir todas as câmaras de ninhos em razão da sua complexidade estrutural
Prejuízo
Saúva cortando folhas para a produção do fungo no formigueiro.
Prejuízo
Saúva cortando folhas para a produção do fungo no formigueiro.
Prejuízo
Formigas cortadeiras levando folhas ao formigueiro.
Prejuízo
Formigueiro em pastagem de Brachiaria decumbens.
Prejuízo
Formigueiro em pastagem de Brachiaria decumbens.
Prejuízo
Para se ter uma ideia dos prejuízos causados pelas formigas cortadeiras,
essas espécies consomem mais vegetação que qualquer outro grupo de
inseto praga por unidade de tempo. A quantidade de vegetação cortada,
apenas por saúvas em florestas tropicais pode variar de 12% a 17% da
produção do ecossistema. Além disso, essa praga pode representar 75% dos
custos e do tempo gasto no controle de pragas em reflorestamentos, além de
provocar perda de 13% da madeira, quando as árvores de eucalipto sofrem
uma desfolha de 100%.
Como os danos por formigas cortadeiras são muito aparentes, pois se pode
ver o corte e o transporte de folhas, o seu controle tem sido feito de forma
intensiva, na maioria das regiões. No entanto, como parte dos ecossistemas,
tem-se demonstrado que, de forma semelhante a outras pragas, as formigas
cortadeiras podem ser toleradas, desde que dentro de limites aceitáveis.
Nesse contexto, é necessário desenvolver-se práticas de manejo integrado de
formigas cortadeiras, que procurem preservar e incrementar os fatores de
mortalidade natural dessa praga, mediante o uso integrado de todas as
técnicas de combate possíveis.
Prejuízo
Nos dias atuais, isto tem sido empregado por empresas
reflorestadoras do país, principalmente com relação às formigas
cortadeiras, que são consideradas pragas-chave dos plantios florestais.
Assim, a tendência atual é o manejo integrado de formigas cortadeiras
por meio de regras de convivência com as mesmas durante o
crescimento e a maturação das plantas, o que pode contribuir para a
conservação da vida selvagem e para a introdução de novas
possibilidades de controle de pragas.
Métodos de monitoramento de formigas cortadeiras trabalham com
dados relacionados ao potencial de dano dos formigueiros, de acordo
com seu tamanho. Dessa forma, conhecendo-se o número e o
tamanho do formigueiro, por área de cultivo, e a produtividade das
plantas e a possível perda de incremento, por causa da desfolha por
formigas cortadeiras, é possível estimar-se o nível de dano para essa
praga. Por isso, dependendo da infestação, pode-se decidir por
controle ou não.
Prejuízo
• São responsáveis por causarem danos diretos às plantas, as quais
têm seu desenvolvimento prejudicado. Esse fator é agravante,
sobretudo para o estabelecimento das pastagens, em que o
ataque de formigas leva à morte das plântulas e à má formação
do pasto.
• Competem diretamente com o gado pelo recurso forrageiro da
área. Estudos demonstram que 10 sauveiros adultos ocupam
uma área de 715 m² e consomem em média 21 kg de capim por
dia, o equivalente a um boi em regime de pasto (Gallo et al.,
2002).
• Atacam culturas graníferas em sistemas de integração lavourapecuária. Algumas espécies de formigas presentes nas pastagens
são responsáveis por ocasionarem danos aos cultivos em sistema
de integração, causando queda de produtividade.
Prejuízo
Colônias de formigas adultas são as que têm a partir de três anos
de idade. A estimativa sobre a população de cada colônia é muito
variável, mas pode chegar a até sete milhões de indivíduos.
Os produtores de cana-de-açúcar também deveriam estar mais
atentos para o surgimento de formigas em suas plantações.
Segundo o pesquisador Luiz Carlos Forti, professor de
Entomologia Agrícola da Faculdade de Ciências Agronômicas da
Unesp, campus de Botucatu/SP, há dados de que uma única
colônia da saúva mata-pasto ocasiona perdas médias de 3,2
toneladas de cana por hectare, considerando uma produtividade
de 60 toneladas/ha. "É comum haver até quatro colônias por
hectare no canavial, o que demonstra que os prejuízos são
importantes", diz ele.
Prejuízo
Em pastagens, os pequenos insetos também são capazes de causar
estragos intensos. Estimativa feita por alguns autores dão conta de
que as saúvas reduzem a capacidade dos pastos em até 50%. "Já
visitei pastos nos quais o pecuarista não conseguia engordar os
bovinos que fossem colocados lá", atesta Forti. Na opinião do
pesquisador, entretanto, a maioria dos criadores não parece se
incomodar com as formigas cortadeiras, até que verifiquem os
prejuízos na ponta do lápis.
"Nosso pecuarista, em geral, trabalha ainda no sistema extrativista:
tem grandes extensões de terra cultivadas com os capins, coloca lá
seu gado e o que tirar é lucro", comenta o entomologista. "Não se
incomoda muito com reforma dos pastos, com a erosão provocada
pela intensa lotação pelos bovinos e também não dá muita
importância para as pragas, com exceção talvez da cigarrinha-daspastagens", considera. "Quando se dão conta, o problema com as
formigas está tão grande que fica difícil e caro controlar", comenta.
Prejuízo
Outra diferença mais facilmente perceptível é que os ninhos de
saúva, vistos externamente, possuem grande quantidade de terra
solta, comumente mais de 50 metros quadrados, enquanto que
os ninhos de quenquéns não ultrapassam 5 metros quadrados de
superfície de terra solta. A terra na superfície forma o murundun,
que caracteriza os formigueiros. Internamente, os ninhos de
saúvas podem ter até 8 mil câmaras de cultivo de fungo, com
profundidade de até 8 metros. Já os ninhos de quenquéns são
bem menores, com 5 câmaras no máximo e podem atingir 2
metros de profundidade. Os ninhos de quenquéns podem abrigar
populações de até 175 mil formigas, enquanto os ninhos de
saúvas podem ter de 3,5 a 7 milhões de indivíduos.
Controle Mecânico
Escavar o formigueiro e matar a rainha: é viável para formigueiros de até
quatro meses de idade, pois a rainha se encontra até 20 cm de
profundidade, e para pequenas áreas, devido ao custo de mão-de-obra.
Controle Físico
Usar barreiras para proteger a copa das plantas: o uso de barreiras é um
dos métodos mais antigos e um dos mais utilizados em pomares para
evitar o ataque das formigas às copas das árvores. Podem-se usar cones
plásticos invertidos nos troncos das árvores .
Outros tipos de barreiras são: tiras plásticas cobertas com graxa ou
vaselina; tiras de papel alumínio ou de plástico metalizado fixadas ao
redor do tronco das árvores; gel adesivo ao redor do tronco etc., são
eficientes contra as formigas cortadeiras, porém, devem-se realizar
vistorias e reparos constantes para prolongar a proteção às árvores.
Controle Físico
Controle Cultural
• Aração e gradagem: são importantes na eliminação de formigueiros
quando realizados até quatro meses da revoada, pois a rainha deve
estar a 20 cm de profundidade, podendo ser morta pelas lâminas do
equipamento.
Controle Cultural
• Cultura armadilha: plantas como o gergelim, capim braquiarão,
mamona ou batata-doce, plantadas nas bordas da cultura
principal, servem como alimento alternativo ou mesmo como
cultura armadilha, capaz de produzir efeito tóxico ou repelente
para as formigas cortadeiras.
Controle Biológico
• a) Restringir a caça e o uso de produtos fitossanitários:
as aves são importantes predadores de formigas
cortadeiras no período de revoada e os tatus escavam
formigueiros para se alimentarem das formigas e da
massa de fungo, matando o formigueiro; portanto, devem
ser preservados.
• b) Uso de faixas de vegetação nativa entre os talhões da
cultura: as faixas de vegetação nativa reduzem a
instalação de novos formigueiros na área, por servir de
abrigo aos inimigos naturais das formigas, principalmente
pássaros, contribuindo para a redução das populações
desse inseto.
Controle Químico
Fonte: Manual de Entomologia, Gallo et al. 2002.
Controle Químico
• Iscas — As iscas tóxicas são menos poluentes que outros produtos
químicos; oferecem maior segurança ao aplicador; a concentração do
inseticida é muito baixa; é um método prático, com menor custo, e é
uma maneira inteligente de matar as formigas, pois elas carregam as
iscas para seus ninhos sem detectar o inseticida.
Controle Químico
• Deve ainda ser letal em baixas concentrações, inodoro, não
repelente e não causar danos ambientais. Até 1992, só havia um
ingrediente ativo no mercado, o dodecacloro, um produto do
grupo dos organoclorados, portanto, persistente no solo e
bioacumulativo e sob suspeitas de provocar câncer.
• Atualmente, dois princípios ativos de ação lenta e de ingestão
estão sendo utilizados com sucesso em iscas tóxicas: a
sulfluramida e o fipronil. O princípio ativo deve atuar lentamente,
para que seja distribuído em todas as panelas de fungo, onde
será mastigado e repassado entre as formigas, atingindo todas as
castas do formigueiro. Atualmente, são comercializadas no Brasil
cerca de 12 mil toneladas de iscas formicidas por ano.
Controle Químico
• Existem equívocos populares em relação às iscas tóxicas. "Muitas
pessoas dizem que as iscas matam porque exalam gás, o que não
é verdade. Se exalasse gás, as formigas nem a levariam para os
ninhos", esclarece. Quando transportam as iscas, as formigas
"lambem" os pellets e ingerem pequenas quantidades de
partículas com inseticida, ocorrendo a intoxicação por ingestão e,
provavelmente, por pequena ação de contato.
• Possui todas as características de um bom formicida (age por
ingestão, é inodoro, não repelente, tem baixa degradação no
ambiente, é letal em baixas concentrações e apresenta ação
tóxica retardada), permitindo que a isca exceda as barreiras de
defesa das formigas contra materiais estranhos, contaminando
praticamente toda a colônia e, assim, matando-a.
Controle Químico
A sulfluramida age por ingestão, é inodora, não repelente,
tem baixa degradação no ambiente, é letal em baixas
concentrações, apresenta ação tóxica retardada e
contamina praticamente toda a colônia
Controle Químico
• Iscas tóxicas — O método de controle com iscas tóxicas é defendido como
o mais eficiente e o menos oneroso entre todos os outros. As iscas são
formadas por uma mistura de um substrato atrativo com um princípio
ativo tóxico, na forma de pellets. Esses pellets são distribuídos nas trilhas,
próximas à colônia, e transportados ao interior do ninho pelas próprias
formigas. É a técnica mais comum de controle de formigas cortadeiras.
"Trata-se de método eficiente, prático e econômico, embora apresente
limitações como a impossibilidade de utilização em períodos chuvosos e
em áreas muito extensas", declara.
• O substrato ativo é a polpa cítrica desidratada, embora outros materiais já
tenham sido utilizados, como o milho, folha de eucalipto, farinha de
mandioca, farelo de soja, bagaço e melaço de cana. O inseticida
geralmente é dissolvido em óleo de soja refinado e, posteriormente,
incorporado ao substrato. O inseticida formulado em isca tóxica deve agir
por ingestão e apresentar algumas características, dentre elas a ação
tóxica retardada, com mortalidade menor de 15% após o primeiro dia e
maior que 85% após o décimo-quarto dia a partir do oferecimento das
iscas.
Controle Químico
• Os pellets, depois de hidratados dentro do ninho, se
fragmentam, possibilitando às operárias incorporarem esses
pedaços seis horas depois de oferecidos. Comprovou-se que
50% a 70% das operárias da colônia ficam contaminadas com o
inseticida num período de 24 horas. Com a mortalidade das
operárias, há uma desorganização geral na cultura de fungo,
possibilitando o crescimento de fungos parasitos
contaminantes, levando o formigueiro à morte em poucos
dias.
• Os meses mais indicados para a colocação das iscas são entre
abril e setembro, embora possam ser utilizados em outras
épocas do ano. Como é um material muito desidratado, se for
aplicado em solo úmido vai hidratar, se desfazer e as formigas
não vão levá-lo. Mas, dias após uma chuva intensa, sem que
haja previsão de mais precipitações, ela pode ser aplicada e
também funciona. Tudo é questão de planejamento.
Controle Químico
• O cálculo da área para saber o volume de
formicida a ser aplicado também é muito
importante. De modo geral, a área é calculada
medindo-se a maior largura pelo maior
comprimento do murundum e, em seguida,
multiplicando as duas medidas. Uma colônia de
saúva com 10 metros de comprimento e 5 metros
de largura tem uma área de 50 metros quadrados.
Se o fabricante recomenda 10 gramas de isca
formicida para cada metro quadrado, a quantidade
de isca a ser colocada é de 500 gramas.
Controle Químico
Controle Químico
Área Total = comprimento AB x comprimento CD
(•) = olheiro de abastecimento
Cálculo da área total de um formigueiro. Fonte: Zanetti et al. 2005.
Controle Químico
Área Total = comprimento AB x comprimento CD
Cálculo da área total de um formigueiro. Fonte: Zanetti et al. 2005.
Controle Químico
• CUIDADOS PRIORITÁRIOS NA APLICAÇÃO DE ISCAS
• As iscas nunca devem ser aplicadas em dose menor que as
recomendadas e devem ser colocadas ao lado das trilhas
ativas, sem interromper o fluxo das formigas, de preferência
no final da tarde.
• Elas devem ser carregadas pelas formigas, nunca colocadas
diretamente nos olheiros.
• A isca formicida não deve ser armazenada junto com outros
produtos químicos para não prejudicar sua atratividade. Sua
aplicação, como qualquer outro inseticida , requer cuidados no
manuseio. O aplicador deve usar botas ou botinas, luvas de
PVC, calça e camisa compridas e máscaras para pó.
• Importante: aplicador com mãos limpas, sem cheiro, com
luvas, sem suor, saliva, etc.
Controle Químico
• As iscas granuladas compreendem um substrato atrativo
(polpa cítrica desidratada) em mistura com um princípio
ativo tóxico, em pellets. O inseticida é dissolvido em óleo
de soja refinado e incorporado ao substrato. Ao aplicar as
iscas, essas devem ser colocadas ao lado das trilhas de um
lado só, mais ou menos há um palmo de distância do
olheiro, evitando interromper a passagem das formigas na
trilha. As iscas têm demonstrado excelentes resultados no
controle de formigas cortadeiras, com eficiência entre
90% a 100%. No caso das saúvas, a dosagem
recomendada é de 8 gramas por metro quadrado de terra
solta e para quenquéns, 8 a 10 gramas de produto por
formigueiro.
Dosador/aplicador costal (a) e mecânico (b) de isca formicida.
Controle Químico
• MIPIS — O uso de MIPIS (micro porta iscas, saches de papel
impermeável contendo normalmente 10 gramas de iscas) vem
ganhando espaço em plantios comerciais de espécies florestais e
agrícolas, devido à facilidade de aplicação e de proteção da isca
contra umidade, permitindo maior tempo de duração da mesma
em condições de campo e reduzindo problemas de contaminação
de outros animais e do ambiente. Mas devemos lembrar que os
MIPIS são recomendados somente para colônias novas e em
baixa densidade. Deve-se tomar cuidado também para não
aplicar os MIPIS em locais onde outros animais possam ingerí-los,
por exemplo, em pastagens.
Controle Químico
• Termonebulização
• É um dos métodos eficientes, porém, o mais caro para controlar
formigas cortadeiras, devido ao custo de aquisição e manutenção
do equipamento, chamado termonebulizador (Figuras 9 e 10).
Esse método consiste na mistura do ingrediente ativo num
veículo (querosene ou óleo diesel), que são nebulizados pelo
aparelho; a fumaça resultante transporta o produto para o
interior do formigueiro.
Controle Químico
• Termonebulização
Controle Químico
• Termonebulização
• Recomenda-se o seu uso para formigueiros grandes,
principalmente nas operações de combate inicial, e pode ser
usado em dias secos ou chuvosos, matando o formigueiro
rapidamente (poucas horas após a aplicação).
• O produto é aplicado até a saturação do ninho com fumaça,
dispensando-se a medição do formigueiro. A ponta da lança do
aparelho é colocada na entrada de um olheiro grande e a fumaça
é injetada até sair pelos outros olheiros. Assim que a fumaça
estiver saindo por um olheiro, este deve ser fechado. Quando
todos estiverem tampados, o formigueiro estará totalmente
tratado. Caso não saia a fumaça tóxica em determinado olheiro,
deve-se transferir a lança para o mesmo e aplicar o produto.
Controle Químico
• Pó seco
• É um método barato e de fácil aplicação; porém, exige alta demanda de
mão-de-obra. Consiste na aplicação de um inseticida na formulação pó
seco, diretamente no formigueiro, usando-se uma polvilhadeira, sendo
recomendado para formigueiros pequenos (até 5 m²), principalmente
nas operações de ronda, e em dias secos, pois quando o solo está
molhado, dificulta a penetração do produto no interior do ninho.
• Antes de utilizar uma polvilhadeira deve-se conhecer a quantidade de
produto que é aplicado a cada bombeada, bastando-se pesar algumas
amostras e calcular a média. A quantidade de produto a ser aplicado
depende do tamanho do formigueiro, que pode ser medido conforme
descrito anteriormente, e convertida em número de bombeadas. Por
exemplo: supondo um formigueiro de 5 m², um produto com dosagem
de 5 g/m² e uma polvilhadeira que aplica 2,5 gramas por bombeada,
devem-se aplicar 10 bombeadas para tratar o tal formigueiro.
Controle Químico
• Pó seco
Polvilhamento de um sauveiro
Controle Químico
• Pó seco
• Recomenda-se distribuir o formicida em, pelo menos, três
olheiros ativos do formigueiro, introduzindo a mangueira da
polvilhadeira e cobrindo as laterais do olheiro com terra,
tomando-se cuidado para não forçá-la dentro do canal e entupir
a saída do pó.
• Fechar os olheiros onde estiver saindo o produto e também
aqueles que receberam o tratamento.
Controle Químico
• Etapas do controle químico
• 1) Controle inicial: é realizado 30 a 60 dias antes da limpeza da
área para o plantio. Serve para matar os formigueiros grandes e
reduzir ao máximo a sua densidade. Nesse tipo de combate
podem-se utilizar iscas formicidas granuladas ou
termonebulização.
• 2) Repasse : consiste na revisão do controle inicial, e serve para
matar os formigueiros que sobreviveram ao primeiro tratamento.
É realizado 30 a 60 dias antes do plantio, utilizando-se iscas,
termonebulização ou inseticidas em pó seco. Paralelamente,
deve-se realizar o controle sistemático para matar os
quenquenzeiros e sauveiros iniciais.
Controle Químico
• Etapas do controle químico
• 3) Ronda: é a terceira etapa e consiste na vistoria periódica da
presença de sauveiros e quenquenzeiros após o plantio. Todos os
formigueiros encontrados devem ser controlados imediatamente,
pois podem causar danos severos às plantas. Nesse tipo de
operação, têm-se utilizado principalmente inseticidas na
formulação pó seco.
• Para as culturas semi-perenes ou perenes (como pomares,
cafezais, reflorestamentos etc.) existe a fase de manutenção, que
se inicia seis meses a um ano após o plantio, e, nessa fase, o
controle é realizado uma vez ao ano, usando isca formicida.
Controle Químico
Controle químico — O método mais eficaz
disponível no mercado continua sendo o
químico, tanto na forma de isca granulada
(sulfluramida e fipronil), quanto nas formulações
de pó seco (deltrametrina) e líquido
termonebulizável (clorpirifós).
Controle Químico
Grupo químico
Nome técnico
Marca comercial
Iscas Formicidas
Fenil pyrazol
Fipronil (Regente)
Blitz
Benzoil-uréia
diflubenzuron
Formilin 400
Fosforado
Clorpirifós (Lorsban)
Pyrinex, Pik-isca Pikapau, Attafós, KIIsca, Nitrosin, Landrin, Urutu-Ag,
Tatu Formifós, Iskatoks
Sulfonas
Fluoralifáticas
sulfluramida
Mirex-S, Attamex-S, Pikapau-S,
Tamanduá Bandeira-S, Dinagro-S,
Fluramin
Termonebulização
Fosforado
Clorpirifós (Lorsban)
Lakree-fogging, Sumifog, Tatú-fog
Pó seco
Piretróide
deltametrina
K-Othrine
Controle Químico
• Apesar do sucesso como formicida, o controle químico vem passando
por um período de intensa reavaliação.
• A sulfluramida tem sido questionada por órgãos internacionais,
especialmente os de certificação florestal, que em 2009 a incluíram na
lista de produtos com restrição de uso. Contudo, a utilização da
sulfluramida foi liberada e tem permissão para ser comercializada.
• Outros ingredientes ativos de grande importância no controle químico
de formigas também estão na lista de produtos com restrição de uso,
como a deltrametrina (pó seco), o fipronil (isca granulada) e o
clorpirifós (líquido termonebulizável), entre outros.
• No entanto, a busca por novos ingredientes ativos é intensa,
mobilizando setores da indústria. Até o momento, porém, nenhum
produto, seja ele biológico ou de origem botânica, sintético ou natural,
apresentou resultados satisfatórios ao ponto de usá-los em condições
de campo, apesar do esforço mútuo de todos os agentes envolvidos
para que isto ocorra o mais breve possível.
Controle Biológico
•
•
Pesquisador da UENF Estuda Metodologia Alternativa para o Controle de Formigas
Cortadeiras
O estudo propõe uma alternativa diferenciada para o combate às formigas
cortadeiras.
•
Encontradas exclusivamente nas regiões tropicais e subtropicais das Américas, as
formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex – conhecidas popularmente como
saúvas e quenquéns – são uma das pragas que mais afetam a agricultura no Brasil,
diminuindo a produtividade. No município fluminense de Campos de Goytacazes, o
zoólogo Richard Ian Samuels, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense
(Uenf) coordena o desenvolvimento de dois métodos de controle desses insetos, que
atacam muitas espécies de plantas cultivadas, cortando folhas e ramos.
•
O primeiro estudo em curso no Laboratório de Entomologia e Fitopatologia da Uenf,
propõe uma alternativa diferenciada para o combate às formigas cortadeiras. Entra em
cena o controle biológico, com base nos patógenos naturais das formigas. Para isso, o
professor Richard Samuels investiga uma forma de utilizar um fungo
entomopatogênico como uma arma de infecção às formigas.
Controle Biológico
• Pesquisador da UENF Estuda Metodologia Alternativa para o Controle
de Formigas Cortadeiras
• O estudo propõe uma alternativa diferenciada para o combate às
formigas cortadeiras.
• Trata-se do fungo Metarhizium anisopliae. Trocando em miúdos, ele
pode ser um bom aliado na guerra contra as formigas porque tem a
capacidade de penetrar em seus tegumentos (espécie de armadura que
envolve o corpo do inseto) e colonizar o interior de seu organismo,
causando morte por infecção em cerca de três dias.
• Nova linha para o controle químico das formigas
• O segundo estudo coordenado pelo professor Richard Ian Samuels, que
está em andamento na Uenf, tem como meta verificar a possibilidade
de implementação de uma nova forma de controle químico das
formigas cortadeiras: a aplicação de iscas líquidas ou em gel.
Controle Biológico
• Pesquisador da UENF Estuda Metodologia Alternativa para o Controle de
Formigas Cortadeiras O estudo propõe uma alternativa diferenciada para o
combate às formigas cortadeiras.
• *Obs. Esta metodologia em estudo por Richard vem sendo foco de estudos
intensos nestes últimos anos, inclusive com o fungo descrito acima, além
de Beauveria bassiana (considerada potencial no entanto com dificuldades de
operacionalização), onde diversas entidades de pesquisa buscam novas
tecnologias focadas ao controle. Empresas florestais incentivam estes estudos
fomentando linhas de pesquisa onde objetiva-se menor impacto ao meio
ambiente e boa eficiência de controle, o que nem sempre é fácil quando
tratando-se de formigas cortadeiras, que são insetos com uma gama de
variações além de muito evoluídos ao longo de centenas de anos.
• Entidades Mundiais de Certificações Florestais impõem que o uso de químicos
(I.A. Sulfluramida) para o controle de formigas cortadeiras deve ser eliminado
ou substituído em um curto espaço de tempo, o que é muito complicado, por
ter sua ocorrência apenas em regiões das Américas, e problema maior com
relação as formigas cortadeiras pela sua intensidade na América do Sul, o que
acaba não sendo problema mundial.
Download

Aula 11 - WordPress.com