Izabelle Dourado Manoelito Sampaio Raquel Urias Thamires Moreira O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Ex: Os alunos saíram mais cedo. Quando o sujeito é um coletivo, o verbo acompanha o número do substantivo coletivo. Ex: A biblioteca não está funcionando. As bibliotecas não estão funcionando. Se o coletivo vier especificado por um adjunto adnominal, o verbo pode concordar com o substantivo coletivo, ou, com o núcleo do adjunto adnominal. Ex: A multidão de alunos aplaudiu a palestra. A multidão de alunos aplaudiram a palestra. Se o coletivo não vier acompanhado de adjunto adnominal e estiver distante do verbo, este poderá ficar no singular ou no plural. Ex: A multidão, esta noite, aplaudiu a palestra. A multidão, esta noite, aplaudiram a palestra. Quando o sujeito for uma expressão partitiva anteposta ao verbo, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Ex: A grande parte dos estudantes compareceu ao Congresso. A grande parte dos estudantes compareceram ao Congresso. Se a expressão partitiva vier posposta ao verbo, ele fica no singular concordando com o substantivo que funciona como núcleo da expressão partitiva. Ex: É da FAN que sai a maioria dos profissionais qualificados. Caso se queira destacar a ideia de conjunto, o verbo pode ir para a terceira pessoa do plural. Ex: A maioria das notas baixas são resultantes da falta de interesse. Quando o sujeito é um nome que só se usa no plural, e não vem precedido de artigo, o verbo fica no singular. Ex: Férias está longe. Caso esse nome venha precedido de artigo, o verbo deverá está no mesmo número em que estiver o artigo. Ex: As férias estão longe. Quando o sujeito é representado por um pronome de tratamento, o verbo fica sempre na terceira pessoa. Ex: As senhoras fizeram toda a organização do seminário. A senhora fez toda a organização do seminário. Quando o sujeito é representado pelo pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome relativo. Ex: Estas foram as pessoas que boas. tiraram notas Quando o sujeito for representado pela expressão um dos que, o verbo irá para o plural. Ex: Joana foi uma das que publicaram seu artigo acadêmico. Quando se quer dar destaque para o indivíduo, dentro do grupo abrangido pela expressão um dos que, o verbo fica no singular. Ex: Joana é uma das estudantes da FAN, que publicou seu trabalho. Quando há a expressão é que, se o sujeito não aparece entre é e que, a expressão fica invariável; se o sujeito aparece, ele varia. Ex: É contra os professores que eles se voltam. São eles que se voltam contra os professores. Quando o sujeito é representado pelo pronome relativo quem, o verbo deve ficar na terceira pessoa do singular, concordando com esse pronome. Ex: Fomos nós quem respondeu às questões. Por analogia ao pronome relativo que, a concordância deve ser feita com o antecedente do pronome quem. Ex: Fomos nós quem respondemos às questões. Quando o sujeito é formado por estas expressões, o verbo deverá estar no mesmo número em que estiver o numeral dessas expressões. Ex: Mais de um aluno faltou. Mais de dois alunos faltaram. Porém, quando a expressão mais de um indicar reciprocidade, ou quando vier repetida, o verbo vai para o plural. Ex: Mais de um aluno agrediram-se. Mais de um aluno, mais de um professor faltaram. Quando o sujeito é formado por essas expressões, que indiquem quantidade aproximada, o verbo irá para o plural. Ex: Cerca de cinco alunos faltaram. Quando o sujeito é formado por um pronome indefinido ou interrogativo plural seguido dos pronomes pessoais nós ou vós, deve-se empregar o verbo na terceira pessoa do plural ou concordar com nós ou vós. Ex: Alguns de nós resolveram os problemas Alguns de nós resolvemos os problemas. Se o pronome indefinido ou interrogativo estiver no singular, o verbo ficará obrigatoriamente no singular, concordando com o pronome indefinido ou interrogativo. Ex: Algum de nós resolveu o problema. Qual de vós apoiará essa atitude? Quando o verbo estiver acompanhado pelo índice de indeterminação do sujeito se, ficará obrigatoriamente na terceira pessoa do singular. Ex: Precisa-se de livros. Quando vier acompanhado pelo pronome apassivado se, o verbo concordará normalmente com o sujeito que estará expresso na oração. Ex: Vende-se um livro. Vendem-se livros. Quando o sujeito é uma expressão que representa porcentagem, o verbo acompanhará o numeral dessas expressões. Ex: Um por cento faltou. Caso a expressão que indique porcentagem venha acompanhada de partitivo a concordância se faz em geral com esse substantivo. Ex: Seis por cento dos alunos não fizeram a prova. Seis por cento da classe não fez a prova. Se a expressão partitiva vier antes do numeral que indica porcentagem, a concordância deve ser feita obrigatoriamente com o numeral. Ex: Da classe, vinte por cento não fizeram a prova. Quando o sujeito é representado por um numeral fracionário, a concordância deve ser feita com o numerador. Ex: Três quintos da turma fizeram o trabalho. Há uma tendência a se fazer a concordância por atração com o substantivo especificador do numeral fracionário, sobretudo quando este tem por numerador o numeral um. Ex: Um quinto dos alunos concordaram com a proposta do professor. Quando o sujeito é representado por uma oração subordinada, o verbo da oração principal deve ficar na terceira pessoa do singular. Ex: Ainda falta resolver vários exercícios. A expressão haja vista não varia, mesmo seguida de expressão no plural. Ex: A apresentação não devia ser muito boa, haja vista o pouco interesse da turma. Quando o sujeito é composto, o verbo deve ir para o plural. Ex: O professor e os alunos chegaram à faculdade. Se o sujeito composto vier posposto, isto é, colocado depois do verbo, vai para o plural (Concordância Gramatical) ou concordará com o núcleo do sujeito mais próximo (Concordância atrativa) Ex: À faculdade chegaram o professor e os alunos. À faculdade chegou o professor e os alunos. Quando os núcleos são sinônimos ou quase sinônimos. Ex: A ansiedade e a angústia não impediu que ela apresentasse o seminário. Quando os gradação. núcleos vierem dispostos em Ex: Um sentimento, uma paixão, um amor incontrolável perpassa o coração dos jovens. Quando o sujeito é formado de dois infinitivos . Ex: Ler e interpretar facilita a compreensão da Constituição. Obs.: Caso os infinitivos exprimam ideias opostas, ocorrerá o plural. Ex: Dormir e acordar se alternam. Quando o sujeito composto vier resumido por palavras como tudo, nada, ninguém, o verbo concordará obrigatoriamente com a palavra resumitiva Ex: Alunos, professores, coordenadores, todos participaram do congresso. Livros, revistas, apostilas, tudo está disponível na biblioteca. Quando o sujeito composto é formado de pessoas gramaticais diferentes e entre elas houver primeira pessoa, o verbo irá obrigatoriamente para a primeira pessoa do plural. Ex: Eu, tu e ele faremos o resumo do livro amanhã. No caso de o sujeito composto ser formado de segunda e terceira pessoa, o verbo poderá ir para a segunda ou para terceira pessoa do plural. Ex: Tu e teu colega chegastes cedo da reunião. (Vós) Tu e teu colega chegaram cedo da reunião. (Vocês) Se a conjunção ou tiver valor excludente, o verbo ficará no singular Ex: Dilma ou Serra será eleito para presidente Se a conjunção não tiver valor excludente, o verbo irá para o plural. Ex: Direito Penal ou Constitucional são ótimas disciplinas no curso de Direito. Quando os núcleos do sujeito composto estiverem ligados por com, o verbo irá para o plural. Ex: João com seus colegas discutiram sobre as eleições. Pode-se deixar o verbo no singular, caso se queira dar destaque ao primeiro núcleo. Ex: A menina com toda a sua turma estava tirando fotos. Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que a expressão “com toda a sua turma” é adjunto adverbial de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja: Ex: A menina com toda a sua turma estava tirando fotos. A menina estava tirando fotos com toda a sua turma. Quando o sujeito é formado por expressões correlativas como "não só... mas também"; "não só... como também"; "não só... mas ainda"; "não somente... mas ainda"; "não apenas... mas também"; "tanto... quanto", o verbo concorda no plural, pois se trata de uma adição. Ex: Tanto a grafia quanto a concordância estão corretas. O verbo haver (no sentido de existir, ou indicando tempo transcorrido) e o verbo fazer (indicando tempo transcorrido) são impessoais, isto é, não possuem sujeito; devem, portanto, ficar na terceira pessoa do singular . Ex: Havia vários erros na prova. Fazia três dias que ele não assistia aula. Obs.: Quando um verbo auxiliar se junta a um verbo impessoal, ele também fica no singular. Ex: Vai fazer duas semanas que ele não vem a faculdade. O verbo existir não é impessoal; portanto, possui o sujeito e com ele deverá concordar normalmente. Ex: Existem vários erros na prova. No sentido de fazer alguma coisa, o verbo fazer é pessoal e conjuga-se normalmente, concordando com o sujeito. Ex: Os alunos fizeram o trabalho. Na indicação do número de horas, os verbos dar, bater, soar concordam normalmente com o seu sujeito. Ex: O relógio deu duas horas. Quando não está expresso na frase “quem” deu as horas(o relógio ou equivalente), o sujeito da oração será o numero de horas, com o qual o verbo deverá concordar. Ex: Deu uma hora no relógio da faculdade. Deram duas horas no relógio da faculdade. Flexiona-se o verbo parecer. Ex: Os alunos pareciam chegar. Flexiona-se o infinitivo, e o verbo parecer fica no singular. Ex: Os alunos parecia chegarem. Em alguns casos, entende-se que dever e poder são verbos auxiliares e formam locuções verbais com o infinitivo e concordam com o sujeito plural. Ex: Devem-se procurar as respostas. Podem- se encontrar soluções. Em outros, entende-se que ocorre sujeito oracional, por isso os verbos dever e poder permanecem na terceira pessoa do singular. Ex: Deve-se procurar as respostas. Pode-se encontrar soluções. Os verbos que expressam fenômenos da natureza são impessoais e conjugam-se apenas na terceira pessoa do singular. Ex: Anoiteceu rapidamente. Caso esses verbos sejam usados em sentido figurado, conjugam-se normalmente, concordando com o sujeito. Ex: As salas amanheceram fechadas. O verbo ser concordará obrigatoriamente com o predicativo quando o sujeito for representado por um dos pronomes interrogativos quem ou que. Ex: Não sabemos quem serão os escolhidos. Que são petições? O verbo ser concordará obrigatoriamente com o predicativo quando indicar hora ou distância. Ex: É uma hora. São dois quilômetros. Na indicação de data, o verbo ser poderá concordar com o primeiro numeral que aparecer ou com a palavra dia, que se considera subentedida. Ex: São vinte de outubro. É (dia) vinte de outubro. Havendo pronome pessoal, o verbo ser concordará obrigatoriamente com ele, independentemente de o pronome pessoal atuar como sujeito ou predicativo. Ex: Nós somos os responsáveis pelo trabalho. Os responsáveis pelo trabalho somos nós. Quando houver nome de pessoa, o verbo ser concordará obrigatoriamente com ele, independente de o nome de pessoa atuar como sujeito ou como predicativo. Ex: João era as esperanças da turma. As esperanças da turma era João. Havendo dois substantivos comuns de números diferentes, o verbo ser concordará, de preferência, com aquele que estiver no plural. Ex: A felicidade do aluno eram suas notas altas. Quando o sujeito do verbo ser for o pronome tudo, ou os demonstrativos isto, isso, aquilo, o, a concordância se fará, de preferência com o predicativo. Ex: O que nos preocupava eram as notas baixas. O verbo ser que aparece nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, é bastante fica sempre no singular. Ex: Dois décimos é pouco. Quando usado no sentido de haver, impessoal, o verbo ser permanece no singular. Ex: Era uma vez dois estudantes. O verbo ser concorda com o pronome pessoal reto, esteja ele desempenhando uma função de sujeito ou de predicativo. Ex: Eu sou o representante da turma. Silepse de gênero Ex: Vossa Majestade é bastante magnânimo. Silepse de número Ex: A multidão avançava pelo pátio, e cantavam o Hino Nacional. Silepse de pessoa Ex: Os estudantes temos muita coisa para estudar. LAUAR SARMENTO, Leila. Gramática em textos. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2008. (cap 24. p.509519). http://www.brasilescola.com/gramatica/concorda ncia-verbal. Acessado em 15 de out. MELO MESQUITA, Roberto. Gramática da Língua. Portuguesa. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002. (parte 4. unidade 8. p.508-518). TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. 5ª ed. São Paulo: Scipione, 2007. (cap. 18. p.333-341)