QUALIDADE NA SAÚDE
Rose Miranda da Silva
Residente de Administração – Gestão Hospitalar no HU/UFJF
MBA em Gestão da Saúde, Acreditação e Auditoria - UFJF
Conceitos de Qualidade
 Em meados do século XX, a qualidade assume
conotação de adequação ao uso;
 Adequação ao uso relacionada à ausência de atributos
e ausência de defeitos;
 Evoluiu para satisfação do cliente.
Conceitos de Qualidade
 “É uma determinação do consumidor e não do engenheiro, da área
comercial ou da administração de uma empresa. É um conjunto de
características do produto ou serviço em uso, as quais satisfazem as
expectativas do cliente.” Armand Vallin Feigenbaum – diretor de produção da
General Eletric.
 “É a adequação ao uso.” Joseph Moses Juran – consultor negócios / qualidade e
gestão da qualidade .
 Qualidade significava conformidade com especificações, que variam
conforme a necessidade do cliente. Crosby está associado aos conceitos
de "zero defeito" e de "fazer certo à primeira vez“. Phil Crosby
Conceitos de Qualidade
 William Edwards Deming e seus 14 princípios para gestão e ciclo PDCA
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Criar constância de propósitos na melhoria contínua de produtos e serviços
Adoção da nova filosofia (assumir liderança no processo de transformação)
Não depender da inspeção em massa (qualidade no primeiro estágio do produto)
Parar de avaliar as transações apenas com base nos preços
Melhorar continuamente o sistema de produção e serviços
Instituir o treinamento profissional do pessoal
Instituir a liderança
Eliminar o medo
Romper as barreiras entre os departamentos
Eliminar "slogans" e exortações(advertências) e metas para o pessoal
Eliminar padrões de trabalho na linha de produção
Remover barreiras para que o trabalhador possa orgulhar-se do seu desempenho
Instituir um vigoroso programa de educação e reciclagens nos novos métodos
Planos de ação: agir no sentido de concretizar a transformação desejada.
GESTÃO DA QUALIDADE
Gestão da Qualidade Total
 É o sistema de atividades dirigidas para se atingir clientes
satisfeitos, empregados com responsabilidade e autoridade,
maior faturamento e menor custo” (Juran)
 É uma estratégia de fazer negócios que objetiva maximizar
a competitividade de uma empresa através da melhoria
contínua da qualidade dos seus produtos, serviços, pessoas,
processos e ambiente. (Goetsch)
 Atualmente, em um mundo de economia globalizada, há
aumento da competitividade de produtos e serviços;
 Para sobreviver, é preciso um excelente sistema de gestão;
 Sistema
que busca maximizar os resultados das
organizações por meio da satisfação simultânea de todas
as partes interessadas, ou seja, os clientes, empregados,
meio ambiente, comunidade, sociedade e fornecedores.
Por que Gestão da Qualidade?
 Para melhorar as relações comerciais;
 Para melhorar a imagem;
 Para melhorar os processos.
Sistema de Gestão
 Método para planejamento, controle e melhoria da
qualidade
 Método PDCA
 5W2H
 Benchmarking;.....
 Ferramentas
 Diagrama de Ishikawa (causa e efeito),
 Gráficos de controle;
 Histograma; ...
Sistema de Gestão
 Sistema de Gestão de Qualidade
 NBR ISO 9000
 SSO – saúde e segurança do trabalhador
 RSE – responsabilidade social
 Programa de qualidade e produtividade
 Programa 5S
GESTÃO DA QUALIDADE NA SAÚDE
O que é qualidade na saúde?
“Conjunto de características de um bem ou serviço que
satisfazem as necessidades e expectativas tanto do usuário
como da comunidade e também do profissional de saúde.”
(OPAS/OMS).
Por que buscar a qualidade?
 Resultados;
 Organização;
 Qualidade do trabalho e dos serviços prestados;
 Custos;
 Redução de desperdícios;
 Diminuição de riscos;
 Buscar conformidade com exigências de segurança e
organização do serviço.
Maiores Desafios
 Adesão da Alta Direção;
 Comprometimento




do
Corpo
Clínico:
protocolos
usuários;
Comprometimento geral, de todos os profissionais;
Gerenciamento por processos;
Gerenciamento de Risco;
Absorção da cultura da Qualidade.
e
A Qualidade na Saúde
 O impacto da Qualidade no serviço de saúde vai além do
cuidado ao paciente, incluindo também a família e a
sociedade;
 3 tipos de qualidade: clínica, voltada para o cliente e
econômica;
 Donabedian define 7 atributos como pilares da qualidade
nas organizações de saúde: eficácia; efetividade; eficiência;
otimização; aceitabilidade; legitimidade e equidade.
Surgimento da qualidade na saúde
 Colégio
Americano de Cirurgiões – Programa de
Padronização Hospitalar - PPH (1924), adoção de auditoria
médica;
 Garantiu um conjunto de padrões para melhorar a
qualidade da assistência:
 Organização do corpo médico;
 Exercício da profissão;
 Conceito do corpo clínico;
 Preenchimento do prontuário;
 Recursos diagnósticos e terapêuticos, e a existência de
um laboratório clínico e departamento de radiologia.
Surgimento da qualidade na saúde
 Programa de Garantia da Qualidade – Associação
Americana de Hospitais;

Preocupações das fontes de financiamento da saúde
sobre a utilização equivocada ou desnecessária dos
serviços hospitalares;
 “Garantia de qualidade, auditoria médica, existência
de indicadores e liderança como elemento propulsor
da gestão da qualidade.” Ricardo Minotto
Surgimento da qualidade na saúde
 Primeira avaliação de hospitais após o Programa de
Padronização Hospitalar:
 EUA – 1918 - De 692 hospitais com mais de 100 leitos
avaliados, somente 89 cumpriram os padrões.
 Já em 1950, 3.290 hospitais aprovados.
 Em 1951 foi criada a Comissão Conjunta de Acreditação de
Hospitais – CCAH
 Em 1952 foi criado o programa de Acreditação Joint
Comission on Accreditation of Hospitals.
Surgimento da qualidade na saúde
 Na década de 60 a maioria dos hospitais americanos
atingiu os padrões mínimos de qualidade, então a Joint
aumentou o grau de exigência para padrões ótimos de
qualidade, considerando processos e resultados da
assistência.
 Instituiu 4 níveis de acreditação: com distinção, sem
recomendação, com recomendação e condicional.
Realidade da qualidade no Brasil
 Boa parte dos serviços de saúde existentes no Brasil não são
seguros nem eficientes;
 A maioria dos hospitais brasileiros sequer atende a
legislação vigente;
 Qualidade percebida x Qualidade real.
 Eventos adversos relacionados à medicação são o tipo mais
comum de evento adverso não cirúrgico
Qualidade da Saúde no Brasil
 Saúde limitada apenas a plantas e ervas e curandeiros;
 Necessidade de organização de estrutura sanitária com a





vinda da família real para o Brasil;
Carência de profissionais, em 1789 (4 médicos – RJ);
Aumentou o número de Boticários;
1808 – Dom João VI fundou o Colégio Médico em Salvador
e Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro;
Falta de políticas sanitárias – surgimento de epidemias;
Oswaldo Cruz nomeado como Diretor do Departamento
Federal de Saúde Pública – erradicar febre –amarela;
Qualidade da Saúde no Brasil
 Lei Federal n. 1261, de 31 de outubro de 1904 – vacinação




obrigatória anti varíola
Instituto Oswaldo Cruz;
1920 – Carlos Chagas reestruturou o Departamento
Nacional de Saúde;
Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde
Pública, com desintegração das atividades do
Departamento Nacional de Saúde Pública;
Década de 30 – Censo hospitalar do estado de São Paulo,
primeira proposta de regionalização e hierarquização;
Qualidade da Saúde no Brasil
 1951 – 1° Congresso Nacional do Capítulo Brasileiro do




Colégio Internacional de Cirurgiões:
 Padrões mínimos para Centro Cirúrgico
 Planta física e organização da unidade hospitalar
 Componentes do prontuário médico
 Normas gerais para funcionamento do hospital
Em 1953 foi criado o Ministério da Saúde;
Em 1956, foi criado o Departamento Nacional de Endemias
Rurais (DNERU);
A partir de 64 – crescimento setor médico privado;
1967 - implantação do Instituto Nacional de Previdência
social (INPS;
Qualidade da Saúde no Brasil
 Em




1970 criou-se a SUCAM (Superintendência de
Campanhas da Saúde Pública);
1975 – instituído o Sistema Nacional de Saúde,
Década de 80 - VIII Conferência Nacional de Saúde a qual
lançou as bases da reforma sanitária e do SUDS (Sistema
Único Descentralizado de Saúde);
CF/88 – nasce o SUS; mas regulamentado em 1990 com a
Lei n. 8.080 –define o modelo do SUS;
Na década de 90, surgiram iniciativas para a qualidade em
diversos estados;
Qualidade da Saúde no Brasil
 1993 – extinção do INAMPS;
 Em 1994 o Ministério da Saúde lançou o Programa de
Qualidade e estabeleceu a Comissão Nacional de
Qualidade e Produtividade em Saúde;
 1996 – crise no sistema de saúde e criação da CPMF;
 Crise de financiamento no SUS – Criação de planos de
saúde próprios pelas Santas Casas
 Redução de leitos SUS
 HU’s entram em crise;
 1998 – regulação da Lei 9656/98 – planos e seguros de
saúde;
Qualidade da Saúde no Brasil
 O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade
estabeleceu a qualidade como projeto prioritário para o
Ministério da Saúde para os anos de 97/98;
 1999 – criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) pela Lei 9782/99;
 Definida como agência regulatória e uma autarquia sob
regime especial vinculada ao Ministério da Saúde;
 Atua nos setores relacionados a produtos e serviços que
possam afetar a saúde da população.
ANVISA
Regulação Sanitária - SUS
• Para regulamentar a estrutura e o funcionamento do SUS
foi criada e aprovada a chamada Lei Orgânica da Saúde
ou Lei 8080 de 19 de Setembro de 1990, que dispõe sobre
as condições para a promoção, proteção e recuperação da
saúde e a organização e funcionamento dos serviços de
saúde correspondentes.
• Em seu artigo 6º preconiza que está incluída no campo de
atuação do SUS a Vigilância Sanitária, pela primeira vez
com conceito definido em Lei.
Vigilância Sanitária
“Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou
prevenir riscos e agravos à saúde e de intervir nos
problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e da circulação de bens e da
prestação de serviços de interesse da saúde.”
Vigilância Sanitária


Suas ações abrangem:

O controle de bens de consumo que, direta ou
indiretamente, se relacionam com a saúde,
compreendidas todas a etapas e processos, da
produção ao consumo;

Controle da prestação de serviços que se relacionam
direta ou indiretamente a saúde;
Sua Missão é: proteger, zelar e promover a saúde.
Vigilância Sanitária
VISAS
ESTADUAIS
ANVISA
“A União, os Estados e os Municípios exercerão, em
seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
................”
(art. 15 da Lei n.º 8.080, de 1990)
ANVISA:
definir e
coordenar o
sistema de
Vigilância
Sanitária;
controlar e
fiscalizar
procedimentos,
produtos e
substâncias de
interesse à saúde.
(art. 16, III, d, e XII
da Lei 8.080/90)
Agência Nacional
de Vigilância Sanitária
VISA/Estadual:
coordenar e, em
caráter complementar,
executar ações e
serviços de vigilância
sanitária;
formular normas e
estabelecer padrões,
em caráter suplementar, de
procedimentos de
controle e qualidade de produtos e
substâncias.
(art. 17, IV, b, XII, da
Lei 8.080/90)
VISA/Municipal:
executar
serviços
de vigilância
sanitária.
(art. 18, IV, b,
da Lei 8.080,
De 1990)
www.anvisa.gov.br
Por que qualidade?
 99,9% é um bom padrão?
 0,1% de erro significa:
 120 mil prescrições erradas de remédio/ano
 15 mil quedas acidentais de RN em hospitais/ano
 500 cirurgias incorretas/semana
 2 mil correspondências perdidas/hora
 vídeo
Muito Obrigado!
Referências
 ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home.Acesso em 19 de
fevereiro de 2013.
 MINOTTO, Ricardo. A Estratégia em Organizações Hospitalares.3º
edição.Porto Alegre: ediPUCRS,2009.
 FNQ. Fundação Nacional
da Qualidade. Disponível em:
http://www.fnq.org.br/. Acesso em: 20 de fevereiro de 2013.
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