INTRODUÇÃO
O Brasil é considerado um país emergente ou em
desenvolvimento, apesar disso está quase um século atrasado
industrialmente e tecnologicamente em relação às nações que
ingressaram no processo de industrialização no momento em
que a Primeira Revolução Industrial entrou em vigor, como
Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos, Japão e outros.
As indústrias no Brasil se desenvolveram a partir de mudanças
estruturais de caráter econômico, social e político, que
ocorreram principalmente nos últimos trinta anos do século
XIX.
O conjunto de mudanças aconteceu especialmente nas
relações de trabalho, com a expansão do emprego remunerado
que resultou em aumento do consumo de mercadorias, a
abolição do trabalho escravo e o ingresso de estrangeiros no
Brasil como Italianos, Alemães, Japoneses dentre muitas
outras nacionalidades, que vieram para compor a mão-deobra, além de contribuir no povoamento do país como ocorreu
na região sul. Um dos maiores acontecimentos no campo
político foi a proclamação da República, diante desses
acontecimentos históricos o processo industrial brasileiro
passou por quatro etapas.
A industrialização no Brasil é dividida
em quatro períodos principais:
1º Período – Proibição (1822 a 1930)
2º Período - Implantação (1930 a 1956)
3º Período - Revolução Industrial Brasileira (1956 a 1989)
4º Período – internacionalização (1989 aos dias atuais)
Segundo Período (1930-1956)
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução de 1930, com Getúlio Vargas, operou uma mudança decisiva no
plano da política interna, afastando do poder do estado oligarquias
tradicionais que representavam os interesses agrários-comerciais. Getúlio
Vargas adotou uma política industrializante, a substituição de mão-de-obra
imigrante pela nacional. Essa mão-de-obra era formada no Rio de Janeiro e
São Paulo em função do êxodo rural (decadência cafeeira) e movimentos
migratórios de nordestinos.
Vargas investiu forte na criação da infra-estrutura industrial
(indústria de base e energia). Destacando-se a criação de:
• Conselho Nacional do Petróleo (1938)
• Companhia Siderúrgica Nacional (1941)
• Companhia Vale do Rio Doce (1943)
• Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1945)
Foram fatores que contribuíram para o desenvolvimento
industrial a partir de 1930:
• O grande êxodo rural - devido a crise do café, com o aumento da população urbana
que foi constituir um mercado consumidor.
• A redução das importações - em função da crise mundial e da 2ª Guerra Mundial, que
favoreceu o desenvolvimento industrial, livre de concorrência estrangeira.
Esse desenvolvimento ocorreu principalmente em São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, definindo a grande
concentração espacial da indústria, que permanece até hoje.
Uma característica das indústrias que foram criadas desde a 1ª Guerra
Mundial é que muitas delas fazem apenas a montagem de peças
produzidas e importadas do exterior. São subsidiárias das matrizes
estrangeiras.
No início da 2ª Guerra Mundial o crescimento diminuiu porque o Brasil
não conseguia importar os equipamentos e máquinas que precisava. Isso
ressalta a importância de possuir uma Indústria de Bens de Capital.
Apesar disso as nossas exportações continuaram a se manter
acarretando um acúmulo de divisas. A matéria-prima nacional substituiu
a importada.
Ao final da guerra já existiam indústrias com capital e tecnologia
nacionais, como a indústria de autopeças.
No segundo governo Vargas (1951-1954), os projetos de
desenvolvimento baseados no capitalismo de Estado, através de
investimentos públicos no extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC, em
1951), BNDES, dentre outros, forneceram importantes subsídios para
Juscelino Kubitschek lançar seu Plano de Metas, ainda que a um
elevado custo de internacionalização da economia brasileira.
Terceiro Período (1956 a 1989)
Revolução Industrial Brasileira
e Quarto Período (1989 até os dias de Hoje)
Internacionalização
Ao final da Segunda Guerra Mundial o Brasil dispunha de grandes
reservas de moeda estrangeira, divisas, fruto de ter exportado mais do
que importado.
Houve um crescimento de 8,9% de 1946 a 1950.
Enquanto nas décadas anteriores houve predominância da indústria de
bens de consumo, na década de 40 outros tipos de atividade industrial
começam a se desenvolver como no setor de minerais, metalurgia,
siderurgia, ou seja setores mais sofisticados tecnologicamente.
Em 1946 teve início a produção de aço da CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional), Volta Redonda, que abriu perspectivas para o
desenvolvimento industrial do pais, já que o aço constitui a base ou a
"matriz" para vários ramos ou tipos de indústria.
Em 1950 alguns problemas de grande importância
dificultaram o desenvolvimento industrial:
• Falta de energia elétrica;
• Baixa produção de petróleo;
• Rede de transporte e comunicação deficientes.
Para tentar sanar os dois primeiros problemas, o presidente Getúlio
Vargas inaugurou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, Usina
Hidrelétrica de Paulo Afonso e criou a Petrobras.
No governo de Juscelino Kubitschek, 1956 a 1961, criou-se um Plano
de Metas que dedicou mais de 2/3 de seus recursos para estimular o
setor de energia e transporte.
Aumentou a produção de petróleo e a potência de energia elétrica
instalada, visando a assegurar a instalação de indústrias.
Desenvolveu-se o setor rodoviário.
Houve um grande crescimento da indústria de bens de produção que
cresceu 370% contra 63% da de bens de consumo.
Percebe-se, por esses números, que na década de 50 alterou-se a
orientação da industrialização do Brasil. Contribuiu para isso a
Instrução 113 da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC),
instituída em 1955, no governo Café Filho. Essa Instrução permitia a
entrada de máquinas e equipamentos sem cobertura cambial (sem
depósito de dólares para a aquisição no Banco do Brasil).
O crescimento da indústria de bens de produção refletiu-se
principalmente nos seguintes setores:
• Químico e farmacêutico;
• Construção naval - implantado no Rio de Janeiro em 1958 com a
criação do Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval
(GEICON).
• Siderúrgico e metalúrgico (automóveis);
No entanto, o desenvolvimento industrial foi calcado, em grande parte,
com capital estrangeiro, atraído por incentivos cambiais, tarifários e
fiscais oferecidos pelo governo.
Nesse período teve início em maior escala a internacionalização da
economia brasileira, através das multinacionais.
A década de 60 começou com sérios problemas políticos:
A renúncia de Jânio Quadros em 1961, a posse do vice-presidente
João Goulart, discussões em torno de presidencialismo ou
parlamentarismo. Esses fatos ocasionaram um declínio no crescimento
econômico e industrial.
Após 1964, os governos militares, retomaram e aceleraram o
crescimento econômico e industrial brasileiro. O Estado assumiu a
função de órgão supervisor das relações econômicas. O
desenvolvimento industrial pós 64 foi significativo.
Ocorreu uma maior diversificação da produção industrial. O Estado
assumiu certos empreendimentos como: produção de energia elétrica,
do aço, indústria petroquímica, abertura de rodovias e outros,
assegurando para a iniciativa privada as condições de expansão ou
crescimento de seus negócios.
Houve grande expansão da indústria de bens de consumo nãoduráveis e duráveis com a produção inclusive de artigos sofisticados.
Aumentou, entre 1960 e 1980, em números significativos a produção
de aço, ferro-gusa, laminados, cimento, petróleo.
Para sustentar o crescimento industrial, houve o aumento da
capacidade aquisitiva da classe média alta, através de financiamento
de consumo. Foi estimulada, também, a exportação de produtos
manufaturados através de incentivos governamentais. Em 1979, pela
1ª vez, as exportações de produtos industrializados e semiindustrializados superaram as exportações de bens primários
(produtos da agricultura, minérios, matérias-primas).
Após um período de inflação ascendente, foi lançado em 28 de
fevereiro de 1986 pelo Governo Sarney o Plano Cruzado, que embora
tivesse objetivos implícitos eleitorais, foi caracterizado por uma
tentativa de promover o crescimento da produção econômica brasileira
sem passar pela penosa austeridade fiscal e monetária que seria a
marca registrada do Plano Real, em 1994. No entanto, a proteção
alfandegária que existia na época, que restringia as importações e o
desbastecimento principalmente de produtos de primeira necessidade
promovido por setores oligopolizados da economia condenaram o
plano econômico ao fracasso, não obstante sua política de manter o
câmbio congelado e a taxa real de juros baixa fizesse o PIB conhecer
uma bolha de consumo interna sem precedentes na sua história.
O ajuste das contas públicas pós-Plano Real, e a adoção de medidas
tanto políticas como jurídicas de apoio à micro e pequena indústria,
bem como a entrada de capital estrangeiro atraído pelos programas de
privatizações de estatais, tornaram o investimento do capital de risco
no setor industrial atraente.
Também contribuíram para isso a desejada estabilidade nas regras
que regiam a economia nos oito anos do mandato que Fernando
Henrique Cardoso exerceu a Presidência da República (1994-2002), e
a decisão do seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito em 2006,
de manter as mesmas regras, não obstante as divergências
ideológicas de alguns grupos internos ao seu partido.
CONCLUSÃO
Getúlio Vargas foi praticamente forçado a iniciar a industrialização no
Brasil por causa da desvalorização do café.
A industrialização, foi o período em que a Industria se tornou mais
importante para o país, beneficiada pela Crise de 1929 e pela
Revolução de 1930
Na década de 50, o Presidente Juscelino Kubistcheck , entendendo que o
país deveria se industrializar para proporcionar melhores condições
de vida para o povo, lançou um programa de metas apoiando-o em
ambicioso programa de geração de energia elétrica. Os anos JK ainda
despertam saudades em amplos setores da sociedade e vários
Presidentes tentaram reavivar a mística do desenvolvimento pela via
industrial. O modelo industrial fez crescer o PIB à taxa média de 5,4%
ao ano, entre 1960 e 1990, mas produziu alguns resultados
indesejáveis, como a concentração aguda de renda, a urbanização
além dos limites permitidos pela infraestrutura de nossas cidades e a
perda de qualidade de vários serviços públicos, como os de educação
e de saúde. Retomar o modelo exigiria a reavaliação do ambiente
econômico mundial.
Bibliografia
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www.brasilescola.com.br
www.infoescola.com.br
www.geografiaatualidade.blogspot.com.br
www.pt.wikipedia.org
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A Industrialização da Década de 30 aos dias de hoje