Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais
Área de Engenharia de Recursos Hídricos
Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental
Fatores Ecológicos
Disciplina: Ciências do Ambiente
Estagiário Docente: José Guimarães
Professora Doutora Márcia Maria
Fatores Ecológicos
• Conjunto de fatores biológicos (bióticos) e
físicos (abióticos), de um determinado
ambiente,
que
atuam
sobre
o
desenvolvimento de uma comunidade.
Fatores Ecológicos
Fatores Biológicos (Bióticos)
Relacionados aos Seres Vivos
Fatores Físicos (Abióticos)
Relacionados as condições do Meio
Ambiente
Nutrição
Clima
Adaptação
Relevo
Reprodução
Hidrografia
Fatores Ecológicos Bióticos
Fatores
Bióticos
Relações
Ecológicas
 Intraespecífica
 Interespecifíca
 Harmônica
 Desarmônica
Relações Ecológicas
• Relação quanto a espécies:
– Intra-específica  ocorre entre indivíduos da mesma
espécie;
– Inter-específica  ocorre entre indivíduos de espécies
diferentes;
• Relação quanto a
– Harmônica  nenhum dos organismos é prejudicado;
– Desarmônica  pelo menos um dos organismos é
prejudicado.
Canibalismo
• Um animal mata e devora outro da sua espécie;
• Classificação  intra-específica desarmônica;
• Exemplos  aranhas, ratos, peixes, etc.;
• Observações:
Raro;
Ocorre em superpopulações quando há falta de alimento;
Em algumas espécies é comum a fêmea devorar o macho após
a fecundação.
O aquecimento global fez diminuir em 20% a calota polar ártica nas últimas três
décadas, reduzindo o território de caça dos ursos-polares. Muitos deles ficaram sem
alimento. A mudança radical de seu habitat provocada pelo homem está custando caro
aos ursos. Recentemente, no Mar de Beaufort, no Alasca, pesquisadores americanos
que há 24 anos estudam a região identificaram um caso inédito de canibalismo na
espécie: duas fêmeas, um macho jovem e um filhote foram atacados e comidos por um
grupo de machos. Estimativas apontam que os ursos-polares podem desaparecer em
vinte anos.
Competição
•
Luta por alimento, posse de território, da
fêmea, etc.;
•
Classificação:
 Intra-específica desarmônica;
 Inter-específica desarmônica;
•
Exemplos  todos os seres vivos;
•
Observações:
Figura 2 – Luta pela fêmea.
 Freqüente;
 Ocorre sempre que há sobreposição
de nichos ecológicos;
 Fator de seleção natural
limitação da população.
e
de
Figura 3 – A superpopulação intensifica o
mecanismo de competição intra-específica.
Predatismo
•
Um animal mata outro de espécie diferente para se alimentar;
•
Classificação:
 Inter-específica desarmônica;
•
Exemplos  mamífero carnívoro (predador) x mamífero herbívoro
(presa);

Observações:

Freqüente;

Fator de seleção natural e equilíbrio
da população de presas;

Aplicado no controle biológico.
Figura 4 – Competição inter-específica desarmônica.
Forésia
•
Transporte de um ser, seus ovos ou sementes por outro ser vivo;
•
Classificação:
 Inter-específica harmônica;
•
Exemplos  pólen x insetos e aves, sementes x aves e mamíferos;

Observações:

Polinização.
Figura 5 – Abelha no processo de polinização.
Mutualismo
•
Troca de
benefícios
interdependência;
•
Classificação:
entre
seres
vivos,
com
ou
sem
 Inter-específica harmônica;
•
Exemplos  cupim x protozoário, algas x fungos, plantas x
insetos, crocodilo x ave-palito.
Figura 6 – Interação entre pássaros e rinoceronte.
Parasitismo
•
Um ser vive à custa de outro,
prejudicando-o;
•
Classificação:
 Inter-específica desarmônica;
•

Exemplos  vermes x mamíferos,
fungos x outros seres vivos;
Figura 7 – Exemplos de parasitismo.
Observações:

Freqüente;

Aplicado no controle biológico (parasita x praga);

Endoparasita (interno, ex.: ameba) e ectoparasita (externo, ex.:
piolho).
Inquilinismo
•
Um organismo usa outro como suporte ou abrigo;
•
Classificação:
 Inter-específica harmônica;
•
Exemplos  bromélia x árvore (suporte).
Figura 8 – Tronco de uma árvore no interior de uma mata,
contendo uma bromélia como inquilino.
Comensalismo
•
Um ser come restos da comida de outro;
•
Classificação:
 Inter-específica harmônica;
•
Exemplos  rêmora x tubarão, hiena x leão;
Figura 9 – Rêmora (comensal) aderida ao corpo de raia.
Colônias
•
Seres unidos anatômica e/ou fisiologicamente;
•
Classificação:
 Intra-específica harmônica;
•
Exemplos  caravelas, algas, corais, etc.;

Observações:

Os indivíduos podem ser
todos iguais (algas) ou
diferentes com divisão de
trabalhos (caravelas).
Figura 10 – Corais.
Sociedade
•
Indivíduos com tendência a vida gregária, trabalham para o
desenvolvimento da população;
•
Classificação:
 Intra-específica harmônica;
•
Exemplos  gorilas, homens, peixes, formigas, abelhas, etc.

Observações:

Comum no mundo dos
insetos, onde a divisão de
trabalho leva a formação
de castas.
Figura 11 – Exemplo de uma sociedade humana.
Amensalismo
•
Uma espécie inibidora produz secreções (substâncias tóxicas)
eliminando a espécie amensal;
•
Classificação:
 Inter-específica desarmônica;

Exemplos  algas x peixes,
fungos x bactérias, etc.;

Observações:

Esta
relação
é
mais
comum entre vegetais,
fungos e bactérias.
Figura 12 – Fungos e bactérias.
Protocooperação
•
Ao contrário do comensalismo, as duas espécies envolvidas irão
tirar alguma forma de proveito da relação. No entanto, nenhuma
das duas irá depender dela para sobreviver;
•
Classificação:
 Inter-específica harmônica;

Exemplos  algas x peixes,
eucalipto x fungos, etc.;

Observações:

Esta
relação
é
mais
comum entre vegetais,
fungos e bactérias.
Figura 13 – Antílope com vários pássaros em seu
corpo. Eles estão se alimentando dos parasitas
presentes no corpo do antílope. Nesta interação,
ambos se beneficiam, já que os pássaros obtêm
alimento e o antílope se livra dos parasitas.
Fatores Ecológicos Bióticos
• Todas relações são igualmente importantes
– Mantimento do equilíbrio natural.
• A quebra de “harmonia” uma delas pode
gerar desequilíbrio ecológico.
Fatores Ecológicos Abióticos
•
Estão representados pelas condições climáticas,
edáficas e hídricas que determinam o estado físico
do ambiente.
TEMPERATURA – LUZ – ÁGUA – NUTRIENTES
Temperatura
• Influi no metabolismo, no apetite, na fotossíntese, no
desenvolvimento, na atividade sexual e na fecundidade;
• Faixa de temperatura mais favorável para a vida  10 a
30 ºC;
• Preferendo Térmico (PT)
• Temperaturas fora do PT determinam as migrações e a
hibernação.
Quanto Temperatura Ambiente

SERES ESTENOTÉRMICOS

Espécies que sobrevivem entre estreitos
limites de temperatura (pequena amplitude
térmica). Ex.: lagartixa.

SERES EURITÉRMICOS

Espécies que resistem a grandes variações
de temperatura (gde amplitude térmica).
estenotérmica
Ex: Lobo, homem.
euritérmica
Temperatura
Quanto Temperatura Corporal

HETEROTÉRMICOS
 Temperatura corporal varia com a temperatura
ambiente. Ex: crocodilo, répteis, anfíbios.

HOMEOTÉRMICOS
 Têm temperatura corporal constante. Ex: aves
e mamíferos.
Temperatura
COMPORTAMENTO DOS SERES VIVOS:


Migram:

Flamingos

Cegonha negra

Andorinhas
Reduzem as suas atividades vitais para valores mínimos, ficando num
estado de vida latente:

Hibernam – Se ocorrer na estação fria.
ex.: ouriço-cacheiro, marmota, répteis.

Estivam - Se ocorrer na estação quente.
Ex.: crocodilo, caracóis.

Abrigam-se durante parte do dia.
Influência da Temperatura
Migração
Flamingo
Cegonha-negra
Influência da Temperatura
Redução das atividades vitais para valores mínimos
Ocorrem em épocas frias
Hibernam
Influência da Temperatura
Redução das atividades vitais para valores mínimos
Ocorrem em épocas quentes
Estivam
Adaptações a Temperatura
•
•
•
•
Quantidade de gordura;
Tamanho e densidade dos pêlos;
Tamanho das orelhas e focinho;
Alteração de aspecto nas plantas:
• Algumas árvores perdem a folhagem na estação
desfavorável.
• Ex.: Freixos e carvalhos.
• Algumas plantas transfomaram suas folhas.
Ex: Cacto.
Temperatura
REGIÕES FRIAS

Pêlos mais densos e compridos – raposas e urso polar;

Grande teor de gordura – pingüins;

Extremidades mais curtas (focinho, orelhas).
Estas características fazem com que a perda de calor seja mínima,
permitindo assim a sobrevivência.
Temperatura
REGIÕES QUENTES

Pêlos menos densos e mais curtos;

Menos gordura;

Maior superfície corporal em contacto com o exterior.
Estas características facilitam a perda de calor para o meio e evitam o
super-aquecimento.
Luz
 Fonte de energia essencial na produção de alimentos (fotossíntese);
 Fator vital e fator limitante, tanto em mínima intensidade como em
máxima;
 Influencia nas variações da atividade diária e sazonal de alguns
animais;
 Regula os processos ópticos na pigmentação da pele;
 Regula os ritmos biológicos diários e anuais, a atividade motora dos
animais;
 Orienta o movimento dos vegetais (heliotropismo);
 Alguns animais e vegetais produzem luz (bioluminescência).
Luz
• Favorece a existência de animais noturnos e diurnos;
• Existem organismos que suportam grandes variações luminosas
(eurifotos) e seres que só conseguem viver numa estreita faixa
luminosa (estenofotos);
 Há aqueles que são fortemente
atraídos pela luz (mariposas),
enquanto outros fogem da luz
(toupeira).
Toupeira
Água
• Entra na composição das células de todo ser vivo;
• Presente em todos os processos metabólicos;
• Papel fundamental na temperatura corporal dos homeotermos, na
regulação do clima no planeta e na distribuição dos seres vivos na
biosfera;
• Sementes  em torno de 3 a 5% de água;
• Homem  em torno de 65% de água;
• Recém-nascido  90%.
Água
Hidrófilos ou hidrófitos  vegetais que só vivem em locais com muita água
(vitória-régia);
Xerófilos ou xerófitos  vegetais adaptados a locais com pouca água
(cactos).
Vitória-régia
Cacto
Nutrientes
• Principais nutrientes  elementos químicos e sais dissolvidos;
• Podem limitar o desenvolvimento do meio e juntamente com
outras
características
do
solo
(pH,
textura
e
umidade),
constituem os fatores edáficos.
Macronutrientes  quantidade superior a 0,2% do peso orgânico seco
do ser vivo (carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio);
Micronutrientes  quantidade inferior a 0,2% do peso orgânico seco
do ser vivo(manganês, cobre, zinco, magnésio).
Fatores Limitantes
 Seres vivos  apresentam faixas de tolerância para cada um
dos fatores ecológicos;
 Quando qualquer fator fica fora dessa faixa limite, tende a
limitar a oportunidade de sobrevivência dos organismos (Lei de
Liedberg);

Fatores limitantes bióticos  competição, predatismo e parasitismo.

Fatores limitantes abióticos  temperatura, água, luz e nutrientes;
 O Homem e o avanço tecnológico
 Expansão do intervalo para os diferentes fatores limitantes.
Atividades e Procedimentos
• FILME: ILHA DAS FLORES (1989)
• CINEASTA: JORGE FURTADO
• GÊNERO: COMÉDIA/CURTA-METRAGEM
Exercício
• Como você poderia relacionar o assunto da
aula de hoje – Necessidades Básicas do Seres
Vivos e Fatores Ecológicos – com o filme “Ilha
das Flores”?
– Relacionar as questões de Nutrição, Adaptação e
Reprodução.
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