Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição
Raiz da Serra
Pastoral do Batismo
Pe. Luiz Henrique
A vivência da fé e a
participação comunitária
Introdução
Quando voltamos às fontes de nossa fé, percebemos que as
comunidades primitivas evangelizavam com base no fascínio por
Jesus Cristo, traduzido num estilo próprio de vida, estilo que, por sua
vez, também fascinava.
Para além de qualquer outro laço,
o encontro com Jesus na comunidade
dos discípulos era o fato gerador
da dimensão comunitária.
Não bastava estar no espaço.
Era preciso dar o passo
do fascínio e se unir aos irmãos
e irmãs que tinham
feito a mesma experiência.
No âmbito especificamente católico,
quando falamos de vida em comunidade,
tendemos a nos referir às paróquias.
Elas são o rosto mais conhecido da Igreja
católica.
O Documento de Aparecida, na linha de
documentos anteriores, chega a fazer uma
afirmação muito clara neste sentido. “Entre
as comunidades eclesiais nas quais
vivem e se formam os discípulos e
missionários de Jesus Cristo as
Paróquias sobressaem. Elas são células
vivas da Igreja e o lugar privilegiado no
qual a maioria dos fiéis tem uma
experiência concreta de Cristo e a
comunhão eclesial. São chamadas a ser
casas e escolas de comunhão”
(DAp 170).
Diagnóstico
 Os católicos do bairro não frequentam a Paróquia,
as pessoas não sabem a que paróquia pertencem;
 O pessoal circula de paróquia em paróquia, atrás de certo tipo
de celebração ou melhor atendimento;
 As missas das segundas-feiras, ligadas ao culto dos mortos, às
vezes estão mais cheias que as de domingo, Dia do Senhor;
 As missas de cura e libertação,
independentemente de onde e quando
ocorram, mostram-se
proporcionalmente mais cheias que
muitas missas dominicais;
 As pessoas estão migrando para as seitas.
Quanto às nossas tradicionais
paróquias, algumas urgências
se impõem.
São urgências bastante conhecidas e
tantas vezes mencionadas.
Como, todavia, mudanças de hábitos
não se resolvem com palestras e artigos,
cabe ressaltar mais uma vez algumas
destas urgências.
Valem como os primeiros passos
no processo de transformação.
* Adequação aos ritmos de tempo, nas secretarias, nos
serviços de escuta, aconselhamento, direção espiritual,
confissões, missas. Os horários são cada
vez mais diversificados. O tempo não pàra.
Não há mais dia nem noite na pós-modernidade.
* Recuperação e intensificação da postura
missionária com destaque para atividades de
visitação, formação de grupos de rua,
círculos bíblicos, catequese nas casas etc.
* Transformação das paróquias centralizadas em prédios, com
muitos grupos, em paróquias organizadas em pequenas
comunidades espalhadas por todo o território (DAp 172).
Neste sentido, convém lembrar a importância dos grupos que
se reúnem ao redor da Palavra de Deus, transformando-se em
sementes de comunidade.
Nesta mudança de época, em que os papéis de pessoas, grupos e
instituições se desestabilizam e se alteram, emerge o que a
literatura especializada tem chamado de novo perfil de crente.
Não é mais o crente que acolhe o que lhe é apresentado com a
força da tradição ou da instituição. Estes dois processos se
encontram em baixa, nos últimos anos.
O novo crente quer e precisa escolher.
Daí a importância de se apresentar bem,
com clareza e com força testemunhal
a mensagem que nos define e distingue
num cenário pluriforme e mutante.
Dinâmica de grupo
Após o estudo de cada número, cada um vai
escrever num papel cinco idéias concretas a
partir das propostas.
1
A família no
plano de Deus
Hoje mais do que nunca é necessário um trabalho com as famílias
visto que essas são para a Igreja um Dom para humanidade:
«A família cristã constitui
uma revelação e uma
realização específica da
comunhão eclesial; por esse
motivo, há de ser designada
como uma igreja doméstica».
Ela é uma comunidade de fé,
de esperança e de caridade:
reveste-se duma importância
singular na Igreja, como
transparece do Novo
Testamento. (CIC-2204)”
Contudo parece que estamos vivendo num tempo onde se esvazia
e o conceito de família introduzindo a todo custo uma nova
mentalidade com leis, novelas e outros meios. E no fundo sabemos
isso fragiliza mais e mais a pessoa para vida plena.
“A família é a célula originária da vida social.
É ela a sociedade natural em que o homem
e a mulher são chamados ao dom de si no
amor e no dom da vida. A autoridade, a
estabilidade e a vida de relações no seio da
família constituem os fundamentos da
liberdade, da segurança, da fraternidade no
seio da sociedade. A família é a comunidade
em que, desde a infância, se podem
aprender os valores morais,
começar a honrar a Deus e a fazer bom uso
da liberdade. A vida da família é iniciação à
vida em sociedade. (CIC-2207)”
Aqui fica claro a necessidade de uma
pastoral de conjunto e meios eficazes de
trabalho com a família.
Concluímos...
2
Uma Fé que
humaniza o homem
Hoje é necessário confrontar com clareza, enquanto as transformações
culturais em ocorrência mostram sempre tantas formas de barbáries
(pessimismo da vida), que passam sobre o sinal de “conquistas da
civilização”: a fé afirma que não há uma verdadeira humanidade se
não nos lugares, nos gestos, nos tempos e nas formas em que o
homem é animado pelo amor que vem de Deus, exprime-se como
dom, manifesta-se em relações ricas de amor, de compaixão, de
atenção e de serviço desinteressado para o outro.
Onde há domínio,
possessão,
mercantilização,
exploração do outro
para o próprio
egoísmo, onde tem
arrogância do eu
fechado em si
mesmo, o homem
está empobrecido,
degradado,
desfigurado.
A fé cristã, operante na caridade e forte na esperança, não
limita, mas humaniza a vida, de fato a torna plenamente
humana.
Deus se revelou com palavras e obras em toda uma longa história
de amizade com o homem, que culmina na Encarnação do Filho de
Deus e no seu Mistério de Morte e Ressurreição.
Deus não só se revelou na história de um povo, não só falou por
meio dos Profetas, mas cruzou seu Céu para entrar na terra dos
homens como homem,
para que possamos
encontrá-Lo e escutá-Lo.
E de Jerusalém o anúncio
do Evangelho da salvação
se difundiu até os confins
da terra.
Hoje a nossa missão é mostrar ao homem que ele
deve ser “gente” a partir do encontro com aquele que
assumiu a nossa humanidade e a santificou.
Concluímos...
3
Acolher bem hoje
Um dos grandes desafios da Igreja Católica no Brasil hoje é acolher
bem os fiéis para que eles possam se sentir integrados às
comunidades paroquiais e se engajar em algum trabalho.
Muitos se queixam da frieza de padres e secretários(as) paroquiais.
Há estudiosos que acreditam que o acolhimento seja um dos
fatores que leva algumas pessoas a buscarem abrigo em Igreja
evangélica.
Uma boa acolhida, na verdade, é uma atitude.
Não são técnicas, não é só organizar para que tudo
esteja certinho. É também isso, mas é sobretudo uma
atitude das pessoas que acolhem.
Nesse sentido, coloco uma boa acolhida como uma
atitude constante de abertura ao outro.
Concluímos...
4
Integrar na
comunidade
Quando falamos em integrar na comunidade pensamos logo
colocar as pessoas numa pastoral e movimento. Mais do que
isso, com as pessoas que vem às reuniões de batismo é preciso
integrar levando a Igreja para perto deles.
Trabalhando em células: O termo “célula”
é sugestivo, pois a Igreja de Cristo,
como nos diz São Paulo,
é um “corpo” (ICor 12, 27)
e sabemos que o corpo humano
é composto por milhares de
pequenas unidades que se
juntam para formar o corpo.
Essas unidades são
chamadas células.
5
Testemunho dos
responsáveis
O apelo de Jesus, hoje, ao nosso coração, é para que não tenhamos
medo nem receio de testemunhar a presença de Deus em nossa
vida. Existem, em muitos lugares, os chamados cristãos anônimos,
existem os chamados judeus messiânicos, porque, nesses lugares,
não se é permitido assumir a fé cristã. Em muitos países de outras
tradições religiosas o declarar-se cristão se torna um crime.
O maior legado que os pais
deixam para os filhos é o
exemplo. Os pais têm um papel
fundamental na formação e
educação dos filhos,
fornecendo-lhes um modelo.
A criança é como uma esponja: suga tudo o que está vendo e
ouvindo de seus pais; reproduz sua conduta, suas atitudes, suas
reações e suas palavras. Por quê? Porque, como um ser sociológico, o
ser humano depende de outro semelhante para se desenvolver. É a
partir desse outro, que funciona como um espelho, que sua
autoimagem, sua autoestima e identidade são formadas.
Concluímos...
6
A importância da Missa
para família
Muitos católicos têm o hábito de ir à Missa todos os domingos. A
afirmação parece comum para os fiéis desta religião, mas, para os
mais atentos, traz um pequeno problema: o fato de se tornar
simplesmente um hábito. Encarada desta forma, a participação na
Santa Missa às vezes acaba sendo um gesto mecânico, o que
impede de enxergar as riquezas de cada uma das partes dessa
celebração.
O individualismo não tem lugar no Evangelho, pois a Palavra de
Deus nos ensina a viver fraternalmente. O próprio céu é visto
como uma multidão em festa e não como indivíduos isolados.
A Igreja é o povo de Deus. Com ela Jesus fez a Nova e Eterna
Aliança no seu Sangue.
A palavra Igreja significa Assembleia.
É um povo reunido na fé, no amor
e na esperança pelo chamado de Jesus Cristo.
A Missa foi sempre o centro da comunidade e o sinal da unidade,
pois é celebrada por aqueles que receberam o mesmo batismo,
vivem a mesma fé e se alimentam do mesmo Pão. Todos os fiéis
formam um só "corpo". São Paulo disse aos cristãos: "Agora não há
mais judeus nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem, nem
mulher. Pois todos vós sois UM SÓ em Cristo Jesus" (Gl 3,28).
Concluímos...
7
A catequese
A catequese antes de tudo deve ser uma atitude de
demonstração de profundo amor. E este não se inicia na sala de
encontro de catequese, e nem junto de uma atividade do
catequista. Ele se inicia bem cedo, no colo dos pais.
Quando os pais se decidem em batizar seus filhos em uma
denominada confissão religiosa, ele já deveria começar a dar os
primeiros passos e perceber como catequizar seu filho.
Sim, a catequese começa cedo!
Os pais devem ser os primeiros catequistas dos filhos.
Todo o crescimento dos filhos deve ser permeado, pelo constante
testemunho dos pais sendo um exemplo de vida cristã. Não há melhor
catequese inicial que “a experiência cristã vivida no ambiente familiar,
é um marca decisiva para a vida do cristão”. Por isso se faz necessário
que os pais percebam que o acompanhamento catequético nada vai
mudar na vida de seu filho se ele não tiver um testemunho que seja
observado no seu dia a dia junto de sua família.
Concluímos...
Entrega das anotações e
se possível partilha.
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