Prof. Marielen A. C. da Silva
Parte I
Organizações: grupos de pessoas que se constituem
de forma organizada para atingir objetivos comuns.
 heterogêneas e diversificadas (tamanhos,
características, estruturas, objetivos diferentes)
 tipos de organizações:
Lucrativas – empresas;
Não lucrativas – organizações governamentais,
filantrópicas, ONGs
E as organizações do agronegócio?
Objetivos
- lucro (empresas)...
- necessidades espirituais (Igrejas...)
- esporte (clubes de futebol...)
- cultura e arte (museus e teatros...)
- sobrevivência e representatividade
(pessoas e sindicatos...)
- assuntos da sociedade (ONGs...)
E as organizações do agronegócio?
Recursos
- humanos
- materiais
- financeiros
- conhecimento
- tecnologia
- ambientais
O problema é que os recursos são
sempre ESCASSOS...
Tomada de decisão:
• Processo complexo que relaciona RECURSOS, AÇÕES,
ATIVIDADES para alcançar os OBJETIVOS da organização;
• Processo complexo de PLANEJAR, ORGANIZAR, DIRIGIR e
CONTROLAR;
Exige habilidades do gestor:
Habilidades técnicas – conhecimento especializado
Habilidades humanas – interação com as pessoas
Habilidades conceituais – pensar, raciocinar, enxergar a
organização e seu funcionamento
Tomada de decisão
Exige um preparo diferenciado do gestor tendo em
vista:
a) mudanças rápidas e inesperadas no mundo nos
negócios e na tecnologia;
b) crescimento e expansão das organizações;
c) atividades que exigem diversas competências
das pessoas;
• Já as organizações são
fundamentais para a
sociedade pois...
 Planejamento
estratégico do agronegócio
A administração rural contempla um conjunto de
atividades que facilitam aos produtores rurais a
tomada de decisões, com a finalidade de obter
melhores resultados econômicos, mantendo a
produtividade da terra. Ela passa por várias
situações de estrutura e comportamental frente à
nova ordem mundial de globalização, consumindo
conceitos antigos e reconhecendo suas teorias na
busca pelo aprimoramento da organização para a
empresa rural (SILVA, 2009).
 Empresários
conservadores;
 Especificidades do setor:

Terra como fator de produção

Dependência do clima

Tempo de produção maior que o tempo de
trabalho

Sazonalidade da produção e do consumo – safra
e entressafra

Dificuldade de padronização dos produtos


Produtos perecíveis em curto prazo
Especificidade biológica – não é
“matemática”

Barreiras comerciais e sanitárias entre
regiões e países


Assimetria de poder nas cadeias
Exigente em infraestrutura e logística
 Ter
organizações que sejam tão ágeis
quanto a própria mudança
A
escassez de novas opções estratégicas
 A rigidez na distribuição dos recursos
“A principal razão pela qual as
organizações fracassam, é que elas
investem demais no que já é, e não no
que pode ser” (HAMEL, 2007).
DILEMA DO INOVADOR
 Negar
a necessidade de reiniciar a
estratégia;
 Criar uma organização altamente
envolvente em que todos dão o melhor;
Cadeia Produtiva, ou o mesmo que supply
chain, pode ser definida como um conjunto
de elementos (“empresas” ou “sistemas”)
que interagem em um processo produtivo
para oferta de produtos ou serviços ao
mercado consumidor.


Como superar os desafios da administração
neste século XXI ?

Como gerar conhecimento, inovar modelos e
capacitar pessoas e instituições na área de
administração rural?

Quais os conhecimentos necessários para o novo
milênio na administração do agronegócio?
Parte II
 História
recente – séculos XIX e XX
 Sempre
existiram ações de “administração”
 Utiliza
conhecimentos da Matemática,
Ciências Humanas, Ciências Físicas, Direito,
Engenharia, Tecnologia da Informação...
 4.000
a.C. – Egípcios (pirâmides)
 1.300
a.C. – organização da burocracia
publica
1. Influência dos Filósofos
Sócrates (470 a.C.) – administração como habilidade
pessoal
 Platão (429 a.C.) – formas de administração pública
 Descartes (1596) – (método cartesiano)





princípio da dúvida sistemática ou da evidência – não
se aceita como verdade enquanto não provar a
evidência
Princípio da análise ou decomposição – decompõe o
todo em partes para compreender cada parte
Princípio da síntese ou da composição – avançar dos
assuntos mais fáceis para os mais difíceis
Princípio da enumeração ou verificação – verificar e
recontar para a validação
2. Influência da organização da Igreja
Católica
 Durante muitos séculos as normas
administrativas e a organização da Igreja
Católica foram modelo –
1. hierarquia de autoridade;
2. um estado-maior
3. autoridade mundial - Papa
3. Influência da Organização Militar –
- Estrutura:
- a organização linear
- o princípio da unidade de comando
- a escala hierárquica.
- Aparece a centralização do comando e a
descentralização da execução;
- Surge o princípio de direção – todo soldado
deve saber o que se espera dele;
- Surge o pensamento estratégico e a
necessidade de planejamento (em uma guerra
se precisa diminuir os imprevistos);
4. Influência da Revolução Industrial
Primeira Revolução Industrial (carvão e do
ferro) -1780 a 1860




mecanização da indústria (máquinas e
equipamentos economizadores de MO)
Aplicação da força motriz à indústria (máquina
a vapor)
Desenvolvimento do sistema fabril (provoca o
aumento de operários e a urbanização)
Aceleração dos transportes e das comunicações
(navegação, estradas de ferro, comunicações)
4. Influência da Revolução Industrial
Segunda Revolução Industrial (aço, eletricidade e
motor a combustão) – 1860 a 1914
- desenvolvimento de máquinas automáticas e
especialização dos operários
- crescente domínio da indústria pela ciência
- novas formas de organização capitalista
(capitalismo financeiro)
- expansão da industrialização
- novas legislações protetoras dos direitos dos
operários;
5. Influência dos Economistas Liberais
- Surge o conceito de livre concorrência e de
liberalismo econômico.
- Adam Smith - existência de uma “mão
invisível’ que governa o mercado.
- A vida econômica deve se afastar da
influência estatal.
 Livre concorrência é o principal postulado
 Cria os conceitos de racionalização da
produção, especialização e divisão do
trabalho.
5. Influência dos Economistas Liberais
- Aparecem Karl Marx e Friedrich Engels
(socialismo científico e o materialismo
histórico) em 1848
- luta de classes é motor da história sendo o
capitalismo um modo de produção
transitório em direção ao socialismo
- Conceito de mais-valia
- O socialismo e o sindicalismo obrigam o
capitalismo a se aperfeiçoar nos métodos
racionais de trabalho e remuneração dos
operários.
6. Influência dos Pioneiros Empreendedores
- Inovações tecnológicas + acumulação
capitalista = “impérios” industriais
(fabricantes, fornecedores, distribuidores)
- Tornam-se grandes demais para a
administração familiar
- Surgem os profissionais e os departamentos
nas empresas (financeiro, desenvolvimento
de produtos, vendas e de produção).
6. Influência dos Pioneiros Empreendedores
- Grandes empresas desaparecem por
ineficiência e baixa competitividade
(grande concorrência)
- Surge, com força, a busca pela melhoria da
prática administrativa das empresas
- Era Industrial dominou o mundo
-
separou os países/regiões industrializadas das
não industrializadas
Ponto de referência na gestão das empresas –
bem ou mal administradas
Parte III
1. Abordagem Clássica da Administração
(1903)
Origem:
- crescimento acelerado e
desorganizado das empresas
- competitividade e concorrência
- necessidade de melhorar a
racionalidade das atividades nas empresas
1. Abordagem Clássica da Administração
a) Administração Científica – Frederick
Taylor




Buscava aumentar a produtividade da
empresa através da racionalização do
trabalho dos operários
A administração deve ser tratada de forma
científica e sem improvisação, com
planejamento
Busca aumentar a produtividade da MO
através da padronização (máquinas,
movimentos e tarefas) = organização
racional do trabalho
Ênfase na divisão do trabalho e
racionalização das TAREFAS
1. Abordagem Clássica da Administração
b) Teoria Clássica – Henri Fayol
Buscava aumentar a produtividade da empresa
através da melhoria da estrutura e
funcionamento;
 A administração deve ser tratada de forma
científica e sem improvisação, com
planejamento;
 Buscava a divisão do trabalho por
departamentos e não por indivíduo;
- Ênfase na modificação da ESTRUTURA
organizacional e no seu funcionamento

1. Abordagem Clássica da Administração
- Críticas




Concebe as organizações em termos lógicos
e formais desconsiderando as questões
psicológicas e sociais
Teoria da Máquina – concebe que as
organizações devem funcionar
mecanicamente
Não considera os conflitos humanos e a
necessidade de interação entre as pessoas
Considera a organização um sistema fechado
https://www.youtube.com/watch?v=sgPhJEz8drE
Apresentação de artigos
2. Abordagem Humanística da Administração
(1930)
Origem:
- em oposição a Teoria Clássica de
Administração
- busca humanizar e democratizar a
administração
- avanço das ciências humanas
(psicologia)
https://www.youtube.com/watch?v=tCicwnFn4ms
2. Abordagem Humanística da Administração
(1930)
Origem:
- Experiência de Hawthorne (Elton Mayo)
- produção é resultante da integração
social e não da atividade física ou da estrutura
- o trabalho é uma atividade tipicamente
grupal
- os indivíduos reagem mais influenciados
pelos grupos do que por incentivos e não
isoladamente
- as empresas são organizações compostas
por grupos sociais “informais”
- a necessidade dos indivíduos é de ser
reconhecido pelo grupo
2. Abordagem Humanística da Administração
(1930)
Origem:
Abordagem humanística X sociedade
industrial
 conflito
entre sobrevivência
financeira e expectativas individuais
dos indivíduos
 eficiência
X cooperação humana
2. Abordagem Humanística da Administração
Teoria das Relações Humanas -
2. Abordagem Humanística da Administração
-
Os indivíduos são influenciados pela motivação
humana (não necessariamente salarial...)
Esta motivação depende das necessidades dos
indivíduos
2. Abordagem Humanística da Administração
-
-
Surge a noção de liderança – conduzir
pessoas para um determinado objetivo
em determinada situação
Surge a importância da comunicação
entre as pessoas nas organizações
Destaca a importância das organizações
informais –
- são relações de coesão/antagonismo entre
diferentes pessoas nas organizações
- estabelecem relações e atitudes próprias
- transcendem a organização formal
2. Abordagem Humanística da Administração
Inclui a questão da dinâmica de
grupo – o conhecimento da
dinâmica grupal ajuda o
administrador a conduzir a um
objetivo definido da organização
2. Abordagem Humanística da Administração
Críticas




Inadequada visão dos problemas decorrentes
das relações industriais – coloca os conflitos de
interesses entre patrões e empregados como
indesejáveis
Concepção ingênua e romântica do operário –
operário feliz = operário produtivo
Limitou-se as análises e experimentações às
fábricas deixando as demais empresas
Ênfase nos grupos informais – supervaloriza a
coesão grupal
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Aula 1: Introdução à Administração do agronegócio