ESCOLA BÍBLICA
(Escola da Fé)
EVANGELHO
SEGUNDO
MATEUS
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
A ESCOLHA FUNDAMENTAL
(Mateus 6,19-34)
O Reino é dos pobres, e são eles os que podem
realizar a justiça perfeita do Pai nas relações que
mantêm com o próximo, com Deus e consigo
mesmos. Contudo, para que tudo isso aconteça, é
preciso primeiro fazer uma escolha fundamental,
deixando para trás tudo o que provoca a injustiça,
geradora de pobreza e miséria. Agora Mateus vai
explicar o sentido profundo da primeira bem-
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
aventurança: "Felizes os pobres em espírito..."
(5,3). Para ter de fato "espírito de pobre" é
necessário renunciar, ao contrário, isto é, ao
"espírito de rico". O espírito de acumulação de
bens e liberdades gera a desigualdade e a
injustiça. O espírito de partilha e fraternidade
gera a igualdade e a justiça, sinal e presença do
Reino de Deus.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Primeira escolha: ou Deus ou o dinheiro
Todas as pessoas necessitam de meta na vida, de
um valor supremo que dirija a sua visão e ação no
mundo. Em outras palavras, o homem não é Deus,
e só se sente bem quando serve a um deus,
buscando nele proteção, confiança e solução para
os inúmeros problemas que encontra. Esse é o
tesouro que todo mundo busca, para se entregar a
ele completamente (6,19-24).
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Mas qual é esse tesouro? A maior tentação é a de
identificá-lo com o dinheiro. Quem tem dinheiro
pensa que tudo está resolvido, e que poderá safarse de qualquer necessidade ou problema,
comprando tudo e todos. Grande ilusão. O
dinheiro acumulado multiplica os problemas, e os
ladrões (os que foram roubados antes) e os
ambiciosos (que caem na mesma ilusão) não
deixam o rico em paz. Isso para não falar das
graves consequências que a riqueza produz:
riqueza de uns a custa da miséria da maioria.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Situação insustentável. Se a luz que nos guia e
treva, viveremos na treva. Se o nosso olho está
doente, veremos tudo torto. A verdadeira luz
ajuda a enxergar a realidade e viver e agir de
acordo. O olho sadio é aquele que é capaz de ver
e compreender que a acumulação de dinheiro só
gera injustiças. A luz e o olho sadio fazem ver
que somente a partilha igualitária produz justiça
e igualdade, expulsando a ambição e a cobiça,
mães do poder e da riqueza, que reduzem o povo
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
à escravidão e à miséria.
É aqui vem uma escolha fundamental: ou Deus ou
o dinheiro. Ou o nosso tesouro é Deus e o seu
projeto, onde todos poderão ter liberdade e vida,
ou é o dinheiro acumulado, a riqueza, que só é
possível graças a distribuição desigual e injusta
dos bens. Ou o Deus vivo e verdadeiro, ou o ídolo
da riqueza. Não há conciliação possível, não há
como ter os pés em dois barcos.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Os pobres em espírito são os que se decidem pela
pobreza, contra a riqueza. Escolhem o Reino de
Deus, contra o reino do dinheiro. Isso não quer
dizer que fazem opção pela miséria, mas pela
partilha da liberdade e dos bens, que possibilita a
todos desabrochar na sua originalidade irrepetível
e ter o necessário e suficiente para uma vida
digna.Terminada a ilusão dos ricos e a angústia
dos pobres, entenderemos então que o verdadeiro
tesouro no céu é a sabedoria do Pai que é justo
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
com todos e faz com que todos experimentem a
felicidade de uma vida verdadeiramente humana.
Segunda escolha: ou a justiça ou as
preocupações
Os pobres vivem continuamente cercados pelas
preocupações: comida, bebida, roupa (e saúde,
escola, aluguel, contas etc.). Quando se vive
dentro de um sistema injusto, o que sobra para a
maioria do povo é a angústia, o aperto e o
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
desespero de quem não sabe como fazer para
sobreviver, com o mínimo das necessidades
atendidas (6,25-34).
Ao desespero dos pobres o Evangelho contra põe
os pássaros e os lírios. Os pássaros não se
preocupam nem se angustiam. Os lírios se vestem
melhor do que o rei Salomão, o mais rico e
poderoso rei de Israel. Por quê? Primeiro, porque
um pássaro é um pássaro. Nada mais e nada
menos. Um lírio é um lírio. Nada mais e nada
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menos. Ambos são o que são, graças a Deus e a
sua providência, que proporciona a ambos serem
o que são e terem tudo o que necessitam para isso.
E aqui vem o contraste: o ser humano é muito
mais que um pássaro e um lírio. Deveria,
portanto, ser um escândalo de beleza e felicidade.
Mas não é. Por qual motivo?
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
A humanidade, enganada em seus objetivos,
iludida com as aparências, criou a injustiça e a
desigualdade, pervertendo o projeto de Deus. E,
uma vez criada à injustiça, ninguém mais tem paz.
Os ricos temem perder o que são e o que possuem.
Os pobres não sabem como recuperar o que são e
conseguir o de que necessitam. Como fazer?
Não adianta nos afanarmos por nossas
necessidades. Isso não resolve os problemas.
Amanhã eles estarão de novo todos aí. Curar
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sintoma não resolve a doença, mas apenas retarda a
verdadeira cura. Só há um modo de eliminar
completamente os problemas dos pobres: "Em
primeiro lugar busquem o Reino de Deus e a sua
justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas
essas coisas" (6,33). A justiça do Reino libertará os
pobres, porque irá resolver pela raiz a má
distribuição dos bens e a desigualdade na
participação das decisões que constroem a sociedade e dirigem a marcha da história. Enquanto não
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lutarmos para que haja justiça, ficaremos apenas
fazendo buraco na água.
Pássaro é pássaro. Lírio é lírio. E ser humano deve
ser realmente humano, isto é, feito a imagem e
semelhança de Deus. Quando ele descobrir que o
Reino da justiça e o que ele e Deus desejam, então
aprenderá que pode confiar inteiramente em Deus
e no seu projeto. Não se preocupará mais com o
dia de amanhã, porque o amanhã será muito
melhor se tivermos lutado hoje pela justiça que
Deus quer, e nós todos também.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
PARA REFLETIR EM GRUPOS
1. Qual é o tesouro que de fato dá sentido a
nossa vida e ação?
2. Por que devemos escolher entre Deus e o
dinheiro?
3. Quais são as maiores necessidades que as
pessoas de nossa comunidade experimentam?
Como resolve-las?
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
4. Por que é que a justiça nos liberta das
preocupações angustiosas com a nossa
sobrevivência?
5. O que significa confiar no Pai?
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
JUSTIÇA NÃO É TEORIA, MAS
PRÁTICA (Mateus 7)
Terminando o grande anúncio do Reino de
Deus, Jesus faz as recomendações finais, que
deverão guiar a comunidade na sua vivência
e prática da justiça. São conselhos esparsos,
mas podemos distinguir dois pontos
fundamentais: a regra suprema da justiça, e
a necessidade de partir para a prática.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
A regra de ouro
Agora os pobres já sabem que o Reino lhes
pertence por direito divino, e que esse Reino
se torna concreto através da justiça que eles
mesmos devem promover. Mas, por onde
começar? Qual o critério para praticar a
justiça? O v. 12 dá a chave: "Tudo o que
vocês desejam que os outros façam a vocês,
façam vocês também a eles. Pois nisso
consistem a Lei e os Profetas". Lei e Profetas
eram o modo de se referir ao Antigo
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Testamento. Jesus o resume inteiro nessa
curta frase que apela para a consciência de
cada um. Por onde começar? Por si próprio.
O pobre é um ser necessitado. Tomando
consciência de suas necessidades ele
descobre o que é necessário fazer pelos
outros pobres. Assim, o apelo para a
promoção da justiça vem de dentro de cada
um. Hoje, a psicologia transpessoal
descobriu que tudo o que pensamos, falamos
e fazemos para os outros atinge a nós
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
mesmos, em primeiro lugar. A cópia vai para
os outros, o original fica em nós. Jesus já
sabia disso.
Ao redor desse tema fundamental, temos
vários conselhos, agrupados nos vv. 1-20:
1. Não julguem! (vv. 1-5). Seremos julgados
da mesma forma com que julgamos os
outros. Por isso é melhor não julgar. Só
Deus, que tudo é e sabe, pode julgar. O
sábio chinês Confúcio já dizia, quinhentos
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antes de Jesus, que "O homem justo, quando
é uma qualidade nos outros, ele a imita;
quando é um defeito nos outros, ele o corrige
em si próprio". Só vemos nos outros o que
nós mesmos somos. A inveja e a irritação que
os outros nos causam são preciosos
instrumentos para nos descobrirmos a nós
mesmos, e crescermos.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
2. Saibam discernir (v. 6). A comunidade
recebeu de Jesus um grande segredo: é a
justiça que constrói o Reino. Mas ela deve
saber a quem poderá contar esse segredo.
Todos os que tem deuses e projetos
diferentes não entenderão, a menos que se
convertam. E, se não quiserem entender,
poderão destruir não só o segredo da
comunidade, mas também a própria
comunidade.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
3. Confiem no Pai (vv. 7-11). A
comunidade continua a ter muitas
necessidades. Mas, comprometida com o
projeto do Pai, ela pode pedir tudo ao Pai. Se
o que ela pede está de acordo com o projeto
de Deus, ele concederá tudo. Pedir o que é
justo e ter certeza de ser atendido. Se nós
somos capazes de coisas boas, quanto mais o
Pai de Jesus, que também é o nosso Pai. É
no Pai Nosso que devemos aprender a rezar,
certos de que não erraremos.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
4.Não se iludam (vv. 13-14). O Reino vem
pela prática da justiça, e isso implica
escolha, testemunho, luta e perseverança. Às
vezes parece haver caminhos mais fáceis.
Cuidado. É preciso ver para onde levam
esses caminhos... Em geral eles acabam
dando na injustiça...
5. Cuidado com os aproveitadores (vv.
15-20). Inserindo-se na luta pela justiça, a
comunidade ficará visada, e muitos tentarão
a todo custo enfraquecer e até mesmo anular
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completamente a luta que ela faz. E a arma
dos inimigos é a falsidade (lobos disfarçados
de ovelhas: "Olhem, nós queremos a mesma
coisa!" - mas depois fazem exatamente o
contrário). Como distinguir esses falsos
profetas que só querem usar ou destruir a
luta da comunidade? Vendo não o que eles
dizem, mas o que fazem. A verdade de cada
um aparece naquilo que ele faz, assim como
a qualidade da árvore se verifica pelo seu
fruto.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Justiça é prática, e não teoria
Comprometer-se com o Reino de justiça
exige primeiro a compreensão. Mas não deve
ficar aí. Da compreensão com a cabeça, a
luta pela justiça deve passar para as mãos e
os pés, isto é, transformar-se em ação
prática, que produz efeitos e transforma a
realidade (7,21-27).
Não adianta ficar só rezando com palavras,
confortavelmente protegidos dentro de
quatro paredes, ou usando o nome de Deus e
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
de Jesus para remendar situações
provocadas pela injustiça. Deus não quer
isso. Ele quer que a nossa oração leve a
prática da justiça, ou, melhor ainda, quer
que aprendamos a rezar através da ação que
transforma a realidade, criando o Reino da
justiça que Deus quer. Agora é a comunidade
que vai ser julgada. Não pelo que ela crê e
diz, mas por aquilo que de fato ela faz (leia
agora Mateus 25,31-46).
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
As duas parábolas finais (7,24-27) voltam de
novo ao tema fundamental: é preciso ouvir e
depois colocar em prática. Não adianta ouvir
falar da justiça. É preciso realizar a ação
prática, que transforma concretamente a
realidade. A comunidade que só fica ouvindo
não produz o fruto desejado por Deus. E
quando chegam as dificuldades ela
facilmente muda de ideia, e acaba traindo o
seu compromisso com Jesus e com o Pai. Em
troca, a comunidade que passa do ouvir para
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o agir enfrentará certamente muitas
dificuldades, mas permanecerá firme, como a
casa construída sobre a rocha.
***
Ouvindo tudo isso, o povo fica admirado
(7,28-29)! Jesus tem autoridade. Qual? A de
falar a partir do que ele faz. Os doutores da
Lei sabiam de tudo, mas não faziam nada.
Jesus primeiro vive e pratica, e só depois
explica e ensina. O verdadeiro anúncio nasce
da ação prática que a comunidade realiza.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
PARA REFLETIR EM GRUPOS
1. De onde devemos partir, para começar a
prática da justiça?
2. Qual dos conselhos dos vv. 1-20 servem
para a nossa comunidade, no momento
atual?
3. A comunidade também vai ser julgada.
Qual será a matéria do julgamento e qual a
sentença?
4. Em que consiste a autoridade de Jesus? E
a da comunidade cristã?
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
A JUSTIÇA LIBERTA OS OPRIMIDOS
(Mateus 8,1-9,34)
Depois de vencer as tentações que criam a
injustiça (4,1-11), Jesus partiu para a ação,
mostrando que o Reino de Deus tinha
chegado (4,12-25). Em seguida anunciou o
que é o Reino e qual a justiça que a ele
conduz (5-7). Agora mostra que a justiça é
ação libertadora, que encontra as pessoas em
situações difíceis e as liberta para uma vida
nova.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Somos tentados a ver os milagres de Jesus
como fatos isolados e extraordinários, que só
ele podia fazer, porque era o Filho de Deus.
Ora, também somos filhos de Deus, e
devemos fazer os mesmos milagres, pois
somos chamados a realizar a justiça que ele
realizou. E o extraordinário é lutar contra a
injustiça que gera situações difíceis, e vencêla. Os milagres são modelos da ação que todo
discípulo é chamado a realizar.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Justiça é servir a libertação
Mt 8,7 explica o que está por trás da ação de
Jesus: "ele tomou as nossas enfermidades e
carregou (= tirou) as nossas doenças". Tratase de uma citação do profeta Isaías (53,4). O
profeta falava do Servo de Javé, que iria
libertar o povo de tudo aquilo que o
escravizava e oprimia. Jesus é esse servo, e
sua ação liberta das enfermidades e doenças.
Quais? Tudo aquilo que impede as pessoas
de serem livres e terem uma vida digna,
como Deus quer.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
As dimensões da ação libertadora estão no
tipo das coisas que Jesus faz: o leproso era
um marginalizado. Quais são os
marginalizados de hoje? O paralítico
dependia dos outros, não podia agir por si
mesmo. O que é que paralisa as pessoas
hoje? A febre e a hemorragia eram doenças
que enfraqueciam e prostravam as pessoas.
O que é que enfraquece e prostra o povo
hoje? Os demônios alienavam as pessoas. E
hoje, o que é que aliena o povo? O pecado
também paralisa a pessoa e não a deixa
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
caminhar por si mesma. O que é que nos
paralisa hoje? Quais os pecados que não nos
deixam caminhar? A morte prematura vai
contra o projeto de Deus, que quer a vida. O
que é que compromete a vida do povo e o faz
morrer antes do tempo? A cegueira impede
de ver a realidade. Quem é que nos tapa os
olhos hoje, para não vermos as injustiças que
se cometem? A mudez impede o homem de
falar e se comunicar, dizendo a sua palavra
para construir a sociedade e a história.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Quem é que tapa a boca do povo, impedindoo de participar na construção da vida
humana?
Eis aí o campo aberto para a ação da justiça
que liberta. Se o povo está morto ou
semimorto, a culpa não é dele, e sim
daqueles que provocam a sua morte,
cegueira e Parusia. Servir como Jesus serviu
é encher-se da misericórdia de Deus,
solidarizar-se com o povo sofrido, e partir
para a ação que liberta.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
A justiça não conhece fronteiras
Atendendo ao pedido de um pagão (8,5-13) e
agindo em terra estrangeira (Gadara: 8,2834), Jesus mostra que a justiça do Reino não
se restringe ao quintal do povo de Israel.
Todos são filhos de Deus e Deus quer
liberdade e vida para todos. Os israelitas
daquele tempo viviam pensando na sua
libertação e na sua vida. Jesus acaba com
esse nacionalismo, e ultrapassa todas as
fronteiras, para libertar a todos os que
necessitam de libertação.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
A comunidade cristã é chamada a fazer o
mesmo. A libertação não veio só para ela,
mas para todos. Não é preciso entrar na
comunidade para usufruir da ação que
liberta. Pelo contrário, a comunidade deve
sair de si mesma e ir até os que precisam.
Haverá dificuldades? Claro. O povo de
Gadara não gostou nada de perder os seus
rebanhos de porcos. O prejuízo econômico foi
enorme. Muitas vezes se preza mais o
dinheiro que a vida humana... E os próprios
discípulos tiveram que enfrentar uma
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
tremenda tempestade (símbolo da sua
resistência), antes de irem com Jesus até os
pagãos...
A justiça não conhece preconceitos
A Lei proibia a um leproso aproximar-se dos
outros, e também que alguém o tocasse.
Também proibia tocar ou ser tocado por uma
mulher menstruada ou com corrimento. E
ainda de comer com os pecadores e gente de
má fama. O risco era ficar impuro e,
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
portanto, ficar separado de Deus. Ora, Jesus
faz tudo isso, e ele é o "Deus conosco".
Mostra-nos assim que devemos jogar os
preconceitos, e os preconceitos religiosos
principalmente, no lixo. Justiça não é ficar
"em paz" entre os "puros", mas ir até os
doentes e colaborar para libertá-los, curá-los
e regenerá-los, se eles de fato desejarem isso.
Lei que impede a liberdade e a vida não vem
de Deus, mas da nossa pequenez.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
A justiça traz a nova aliança
A justiça provoca uma grande festa na casa de
Mateus, o pecador, e muitos outros como ele se
acotovelavam aí, ao redor de Jesus (9,9-17).
Os fariseus, que se consideravam perfeitos,
ficam escandalizados. Jesus explica: "quem
precisa de médico é o doente, e não os que
estão bem de saúde". Ironia pura. Os fariseus
tinham que ser curados do seu orgulho. E os
discípulos de João Batista, muito severos,
também se escandalizam. Jesus explica: "como
fazer jejum em festa de casamento“?
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Sim, a libertação traz grande festa, e só não
participa dela quem não se alegra pelo fato
de o povo se libertar para uma vida nova. E o
tempo da nova aliança, da nova ligação de
Deus com a humanidade, ligação que lhe
traz vida nova, em todos os sentidos. Quem e
que não quer isso?
***
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Por incrível que pareça, tem gente que não
quer. Os fariseus, os "perfeitos", vêem tudo o
que Jesus faz, e comentam: "É pelo príncipe
dos demônios que ele expulsa os demônios"
(9,34). Pois é. Como dizia a raposa da fábula:
"As uvas estão verdes...”
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
PARA REFLETIR EM GRUPOS
1. O que é que nos impede de realizar os
milagres que Jesus fez?
2. A comunidade fica fechada em si mesma,
ou se abre para os outros?
3. Quais os preconceitos que precisamos
vencer para realizar a justiça que liberta?
4. Quais os doentes que mais precisam de
cura hoje?
5. Estamos dispostos a participar da grande
festa da nova aliança?
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