FILOSOFIA
Tema 01 - Apologia de Sócrates
Exprime a versão da defesa feita por Sócrates em seu
próprio julgamento.
Motivos do julgamento:
a) Corromper a juventude
b) Não aceitar os deuses que são reconhecidos pelo estado,
c) Introduzir a crença em novas divindades.
Para Platão, Sócrates era vítima do poder do discurso
político que agiu contra o raciocínio filosófico. Uma vez que
a filosofia é superiora à política, Sócrates não poderia ser
condenado porque o que ele fazia era tão somente filosofar.
A arte de filosofar encontrava-se justamente na atividade
que foi suscitada pela sacerdotisa do Oráculo que Delfos
que afirmou ser Sócrates o mais sábio de todos os homens.
A ignorância como ponto de partida
A ignorância é a condição prévia para a busca
conhecimento.
A expressão “sei que nada sei” é o reconhecimento
ignorância diante dos principais temas humanos e,
mesmo tempo, é uma possibilidade de se estabelecer
diálogo.
do
de
ao
um
Cabe ao homem o exercício da dúvida com o propósito de
fazer com que seus interlocutores percebam as falhas de
seus argumentos e o seus conhecimentos falhos.
A moral na filosofia socrática está vinculada à superação
das opiniões, das crenças e dos costumes (senso comum)
pelo uso da razão.
Em Sócrates, o conceito de areté é visto como virtude
plena contida no conhecimento.
a)
b)
c)
d)
A moral socrática: conhecimento e virtude
Se a virtude está atrelada ao conhecimento, então ela
deve ser explicada e justificada pela razão.
Os valores morais possuem existência objetiva.
O conhecimento do bem e a prática do mal são termos
incompatíveis.
A virtude torna-se, aqui, sinônimo de felicidade.
Todos os bens da alma vem de uma mesma qualidade:
virtude da sabedoria.
A proposta socrática é a autonomia moral dos homens a
partir do discernimento racional entre o certo e o errado,
em sua autêntica areté, fundamentada na razão e na
existência de valores morais em si.
Quem é virtuoso?
É o homem que dedica sua vida na importante tarefa de
encontrar a natureza da virtude.
Para alcançar a virtude Sócrates estabelece o método da
dialética, que consiste em mostrar, mediante o
diálogo, um debate racional sobre qualquer tema,
onde todos assumem uma posição de igualdade e com
honestidade
vão
construir
conjuntamente
um
conhecimento preciso acerca do tema da discussão.
O método dialético tem como objetivo a libertação da
alma do caminho da ignorância.
Passos para a dialética
a) Tornar-se um aprendiz (sei que nada sei).
b) Exortação (exigência de uma explicação mais plausível
com aquilo que se debate.
c) Indagação (lançar perguntas sobre o problema)
d) Ironia (jogo de disfarces e fingimentos)
e) Refutação (recusa de um pensamento que provoca o
nascimento de uma ideia)
f) Maiêutica (final do diálogo – gerar novas ideias)
Tema 02 – Hans Jonas (1903-1993)
Filósofo alemão de origem judaica. Desenvolveu reflexões
sobre a relação entre a ética e o aumento das sociedades
tecnológicas.
Uma vez que a tecnologia alterou gravemente aspectos
importantes do comportamento humano, a ética também
sofreu os efeitos de tais mudanças e precisa enfrentar
questões não consideradas pelo pensamento tradicional.
Nesse sentido, o homem deve enfrentar a questão da
conservação do mundo e das condições que permitem sua
participação no mesmo. Esse enfrentamento constitui a
expressão do projeto de Jonas de buscar uma nova ética,
uma ética de responsabilidade.
Influenciado pelo existencialismo de Heidegger, pela
fenomenologia de Husserl e pelos horrores dos campos de
concentração nazista, concentrou-se em construir uma
teoria que fizesse frente à perene possibilidade de a
humanidade destruir-se utilizando o enorme avanço
tecnológico contemporâneo.
Sua época ajuda-nos a compreender o porque da busca
por uma ética da vida futura e que nos ajudasse a
compreender o que deu errado com os ideais do
Iluminismo e sua promessa de emancipação do homem.
Em O Princípio Responsabilidade o filósofo analisa as
éticas clássicas e modernas e procura demonstrar-se como
estas não conseguem lidar com a possibilidade ou com o
futuro, mas apenas com a proximidade e com o presente.
Jonas propõe sua tese: diante dos avanços inevitáveis das
tecnologias devemos nos perguntar se temos o direito de
arriscar a vida futura da humanidade e do planeta.
Sua conclusão é que não devemos, embora tenhamos o
poder tecnológico e a arrogância política.
Para Hans Jonas há um grave distanciamento entre a
ciência e a reflexão ética, provocado pela degradação do
sujeito consciente de sua liberdade.
A teoria da responsabilidade está com suas bases em teses
que podem ser assim formuladas:
a) A ação humana deve garantir uma vida autêntica.
b) Não se deve por em perigo a continuidade da
humanidade no planeta.
c) A relação de “bem”, “dever” e “ser” constitui a base para
a formulação da responsabilidade, cujo modelo é a
relação pais-filhos.
O objetivo do Princípio Responsabilidade é formulado
assim pelo filósofo: “conservar incólume para o homem, na
persistente dubiedade de sua liberdade que nenhuma
mudança das circunstâncias poderá suprimir, seu mundo e
sua essência, contra os abusos de seu poder”.
Hans Jonas merece uma boa leitura uma vez que propõe
uma reflexão cada vez mais necessária sobre a nossa
sobrevivência e a do planeta. E o seu princípio
responsabilidade abre uma perspectiva de diálogo crítico
em uma época onde o niilismo tecnológico e político fez
sua morada, talvez, definitiva.
Tema 03 – Rousseau (1712-1778)
O suíço Jean-Jacques Rousseau escreveu o “Discurso
sobre a origem da desigualdade entre os homens”, onde
colocou como fundamentais os valores da vida natural e
atacou a corrupção, a avareza e os vícios da sociedade
civilizada. Fez vários elogios à liberdade de que os
selvagens desfrutavam, naquilo que ele chamou de pureza
do seu estado natural, contrapondo o homem selvagem à
falsidade e ao artificialismo do homem civilizado.
Foi a partir destas ideias que surgiu o Mito do Bom
Selvagem.
A condição de natureza
Como seríamos se não fôssemos desde muito cedo
submetidos às influências da vida em sociedade?
Seríamos regidos pelo instinto de conservação e que têm
como características o amor de si, a comiseração, a
liberdade e a perfectibilidade?
O amor de si é o sentimento natural de preservação da
vida, presente em todos os animais e que se concretiza
em movimentos para a sobrevivência, como a busca por
comida, água ou proteção. O homem natural precisa de
muito pouco para a conservação da sua vida.
Junto a esse amor de si temos a comiseração ou
compaixão – uma disposição natural pelo qual o homem se
identifica com os seres vivos, causando-lhe repugnância a
contemplação do sofrimento de um ser sensível,
especialmente quando se trata de um ser da própria
espécie. No homem natural, a dor de um é, em certo
sentido, a dor de quem a presencia.
A liberdade é um dado da natureza específica do homem,
distinguindo-o dos demais animais. O homem é dotado de
capacidade de resistir ou de ceder às exigências da
natureza, de controlar seus impulsos, de adiar uma
satisfação
diante
de
outra
expectativa,
enfim,
contemplando com a faculdade de querer, a liberdade,
coloca-se como ser espiritual, acima das leis físicas.
A perfectibilidade, por sua vez, é um desdobramento da
liberdade. É dela que se enseja as ações humanas sobre
o meio, como a fabricação de ferramentas, a agricultura,
manufatura e as ciências, que ajudam os homens a
transformar a natureza, tanto interior quanto exterior, ou
ainda, a perfectibilidade é uma tendência humana ao
progresso e ao aprimoramento do controle do homem
sobre o mundo exterior.
O surgimento da sociedade civilizada
A chegada do homem à vida civilizada é a ruptura definitiva
do estado de natureza.
O homem passa a valorizar o amor-próprio, ou seja, uma
vida de egoísmo, inveja, deslealdade e a elevação das
riquezas materiais ao plano principal da vida.
Esse sujeito civilizado é, segundo Rousseau, um homem
fora de si, que reforça posições de prestígio, mando e
poder. Os homens não são mais homens; são senhores
uns dos outros, escravos uns dos outros e por essa razão,
estão fora de sua humanidade natural.
A desigualdade e as relações políticas
A sociedade política ou o Estado como produto de um
contrato social surge desta instabilidade social e da
divisão da sociedade entre pobres e ricos.
Sem regras não há harmonia social e a procura pela paz
faz com que os ricos mobilizem a sociedade para a
formalização de normas para uma convivência amistosa
entre os homens, com a criação de um poder ao qual
todos, indistintamente, devem se submeter: o Estado.
O papel do Estado: evitar aos fracos a opressão dos
poderosos e inviabilizar os projetos ilícitos dos ambiciosos.
Portanto, ricos ou pobres, são submetidos a direitos e
deveres diante do poder estatal.
O contrato social
A proposta filosófica de Rousseau é de uma humanidade
que se civilize a partir de sua natureza.
O contrato social propõe a reposição do eu comum dos
seres humanos na organização das relações sociopolíticas
de acordo com os interesses coletivos dos cidadãos, aos
quais devem ajustar-se as expectativas individuais.
Vontade da maioria corresponde às posições defendidas
por um número maior de indivíduos.
A vontade geral define-se pela capacidade de percepção
na partilha dos interesses coletivos.
Conclusão
Rousseau apresenta dois tipos de contrato social:
a) o primeiro é o pacto social de fato instituído sob a
aparência do bem comum, mas verdadeiramente
realizado na institucionalização do domínio dos mais
fortes sobre os mais fracos.
b) O segundo é o pacto autêntico por ser fundado na
natureza e realmente voltado para o bem comum.
Download

Filosofia para o Vestibular da PUC