Seminário ANDI 21 anos Mesa: “A ANDI, sua trajetória e a redução da idade de responsabilização penal” 16 de Junho de 2015 / Brasília – DF Veet Vivarta ANDI 21 ANOS Uma tecnologia social. Sensibilização / Mobilização Monitoramento / Análise de Mídia Qualificação / Capacitação 2 ANDI 21 ANOS Um enquadramento teórico-conceitual do expertise da ANDI. Mídia / Comunicação para a garantia de direitos Mídia /Comunicação para o fortalecimento democrático Mídia / Comunicação para o desenvolvimento inclusivo e sustentável 3 ANDI 21 ANOS Uma tecnologia social. Sensibilização / Mobilização Monitoramento / Análise de Mídia Qualificação / Capacitação Sistematização + Reaplicação 4 ANDI 21 ANOS Sistematização + Reaplicação. Compartilhamento da Tecnologia Social da ANDI, em parceria com entidades especializadas em outras temáticas da agenda social e ambiental, para além dos direitos de crianças e adolescentes. Em especial, na área de Monitoramento / Análise de Mídia. 5 ANDI 21 ANOS Monitoramento / Análise de Mídia. Investigações quanti-qualitativas sobre a cobertura jornalística de tópicos como: Direitos das pessoas com deficiência Responsabilidade social empresarial Mudanças climáticas Racismo Pobreza, desigualdade e desenvolvimento Drogas Políticas públicas de comunicação 6 ANDI 21 ANOS Sistematização + Reaplicação. Compartilhamento da Tecnologia Social da ANDI em parceria com outras organizações da sociedade civil, com foco na comunicação e nos direitos de crianças e adolescentes Capilarização / Integração nacional: Rede ANDI Brasil Internacionalização / Integração regional: Red ANDI América Latina 7 ANDI 21 ANOS Uma tecnologia social. Sensibilização / Mobilização Monitoramento / Análise de Mídia Qualificação / Capacitação Sistematização + Reaplicação Incidência política 8 ANDI 21 ANOS Incidência política. Marco legal e políticas públicas de comunicação: Classificação indicativa Lei de acesso à informação Publicidade infantil 10 pontos estratégicos da agenda Infância e Comunicação Programas policialescos 9 10 MIDIA E IDADE PENAL Como os jornais brasileiros abordam as temáticas relacionadas ao adolescente em conflito com a lei? MÍDIA E IDADE PENAL Monitoramento + Análise de Mídia. Investigação quanti-qualitativa sobre a cobertura das temáticas relacionadas ao adolescente em conflito com a lei pela imprensa escrita brasileira, abrangendo veículos das mais diversas regiões ao longo de 5 anos. 11 MÍDIA E IDADE PENAL Monitoramento + Análise de Mídia. Um estudo sobre o panorama geral da cobertura: 54 diários, de 2006 a 2010 Três estudos de caso: O caso João Hélio A voz dos parlamentares Os textos de opinião 12 MÍDIA E IDADE PENAL Jornalismo de baixa qualidade. O noticiário sobre violências e criminalidades é um dos que se encontram nos mais baixos patamares qualitativos, de acordo com as séries históricas realizadas pela ANDI. As narrativas sobre os adolescentes em conflito com a lei inserem-se neste contexto negativo. 13 MÍDIA E IDADE PENAL Narrativa sem densidade informativa. O modelo de narrativa é pobre, com poucas vozes, parcos recursos editoriais, permeado por termos pejorativos e destituído de reflexão sobre causas, consequências ou soluções para os problemas relacionados ao assunto. 14 MÍDIA E IDADE PENAL TRATAMENTO DE DIFERENTES TEMÁTICAS SEGUNDO UMA PERSPECTIVA DE POLÍTICA GOVERNAMENTAL 15 MÍDIA E IDADE PENAL TRATAMENTO DE DIFERENTES TEMÁTICAS SEGUNDO UMA PERSPECTIVA DE POLÍTICA GOVERNAMENTAL 16 MÍDIA E IDADE PENAL Baixa prioridade. Apenas 5,5% dos textos analisados representam editoriais, artigos, entrevistas ou colunas/notas assinadas, sinalizando para o desprestígio do tema na escala de prioridades dos formadores de opinião. 17 MÍDIA E IDADE PENAL Ausência de contexto. Noticiário excessivamente factual (narrativodescritivo): 51,1% dos textos analisados, ignorando-se o contexto de miséria, exclusão e vulnerabilidade da grande maioria dos adolescentes que cometeram atos infracionais. 18 MÍDIA E IDADE PENAL Escassez de vozes. Os números revelam que a voz dominante no noticiário sobre esse grupamento é a da Polícia Militar (59,8%), confirmando o enfoque policialesco dado ao assunto pela maioria dos veículos analisados. 19 MÍDIA E IDADE PENAL Mal dimensionamento. A maioria das infrações cometidas por adolescentes no Brasil é contra o patrimônio (62,8%). Mas 79,5% dos textos jornalísticos que se referem a esse segmento da população estão relacionados à violência física contra a pessoa, o que provoca o mal dimensionamento do fenômeno. 20 MÍDIA E IDADE PENAL Termos pejorativos. As narrativas fazem uso de expressões pejorativas ou ultrajantes para designar esse público: 34,3% dos textos que citam atos infracionais específicos – índice extremamente elevado quando comparado ao histórico de análises temáticas realizadas pela ANDI. 21 MÍDIA E IDADE PENAL Invisibilidades. Grande parte das narrativas repercute histórias individuais (47,3%). Aspectos estruturantes, como o acompanhamento de políticas públicas, ficaram de fora desses espaços. 22 MÍDIA E IDADE PENAL Desrespeito à legislação. O ECA proíbe o uso de imagens e/ou outros elementos que possibilitem a identificação dos envolvidos em atos infracionais. Mas, de acordo com a pesquisa, 26% das fotos que ilustram as notícias sobre o tema mostram o adolescente em conflito com a lei, sendo que 34,1% delas permitem a identificação do mesmo. 23 MÍDIA E IDADE PENAL Debate pobre. Apenas 11,4% dos textos registram o debate sobre busca de soluções. E a maioria a partir de acontecimentos de grande repercussão, como a trágica morte do garoto João Hélio, em fevereiro de 2007. MÍDIA E IDADE PENAL Opinião pontual. Diferentemente da tendência da cobertura em geral sobre o assunto, os episódios dramáticos ocupam os espaços nobres dos jornais – não necessariamente numa perspectiva positiva. De maneira geral, os espaços de opinião equilibram posições contrárias e favoráveis ao ECA. Mas especificamente nos editoriais, 64,7% dos textos são contrários e apenas 19,6% favoráveis ao ECA. MÍDIA E IDADE PENAL Congresso movido pelo clamor público. 84,5% do noticiário que ouve parlamentares foi publicado em 2007, em decorrência dos debates acerca da lei da maioridade penal, impulsionados pela morte do garoto João Hélio. Políticas Públicas são mencioandas em somente 5,1% dos textos. O PL do Sinase é citado em apenas 2,2% da amostra. 27 MEDIOS Y EDAD PENAL Los medios brasileños y las reglas de responsabilización de los adolescentes en conflicto con la ley 28 MEDIOS Y EDAD PENAL Monitoreo / Análisis de Medios. Un estudio cuantitativo y cualitativo específico: Universo: 8 periódicos, 4 revistas, 1 programa de TV Periodo: 1 de abril a 15 de mayo de 2013 Muestra: 385 textos y 5 reportajes de TV 29 MEDIOS Y EDAD PENAL 7 problemas capitales. El documento-síntesis destaca 7 de las principales tendencias de la cobertura sobre las reglas de responsabilización de los adolescentes en conflicto con la ley, identificadas en el proceso de monitoreo realizado por ANDI. 30 MEDIOS Y EDAD PENAL Las excepciones a la regla. Importante resaltar que en el material analizado, hay textos que escapan de la tendencia general de la cobertura. Aunque lo son en número insuficiente como para contraponerse al volumen de contenidos que llegan a —y conforman— la mentalidad de la población brasileña. 31 MEDIOS Y EDAD PENAL PERIÓDICOS DE ALCANCE NACIONAL (NAC) Folha de S.Paulo O Estado de S.Paulo O Globo Correio Braziliense PERIÓDICOS DE ALCANCE REGIONAL (REG) O Povo (Ceará) – edición online Gazeta do Povo (Paraná) A Tarde (Bahía) – edición online Jornal de Brasília (Distrito Federal) 32 MEDIOS Y EDAD PENAL REVISTAS (REV) Época Veja IstoÉ Carta Capital TELEVISIÓN (TV) Jornal Nacional / Rede Globo 33 MEDIOS Y EDAD PENAL Las 7 tendencias capitales de la cobertura. 1. Centrada en delitos graves contra la persona, implicando a adolescentes. 2. Restricta a la legislación que regula las reglas de responsabilización de este grupo. 3. Enfocada en la (supuesta) impunidad garantizada por el Estatuto del Niño y Adolescente (ECA). 4. Reduce la problemática a la acción del sujeto (ignora el contexto en el que se produce el fenómeno). 34 MEDIOS Y EDAD PENAL Las 7 tendencias capitales de la cobertura. 5. Enfocada en la infracción y descuidando las implicaciones legales. 6. Limitada a la defensa de cambios en la legislación que regula las reglas de responsabilización. 7. Defiende principalmente la reducción de la edad penal como solución para el fenómeno. REFLETINDO... 36 MIDIA E IDADE PENAL Desafios de hoje e sempre. A cobertura de baixa qualidade, que contribui para uma opinião pública fortemente favorável à redução da idade de responsabilização penal, é um problema que poderia, ao menos em tese, ser resolvido por meio de iniciativas de capacitação de jornalistas e desenvolvimento/ implementação de códigos de ética. 37 MIDIA E IDADE PENAL Desafios de hoje e sempre. Mas os programas policialescos, que são um fator midiático ainda mais poderoso na formação dessa opinião pública, exigem outro tipo de abordagem. São fruto de uma decisão de cunho comercial adotada pelas empresas e violam sistematicamente direitos estabelecidos pelos marcos legais brasileiros e multilaterais. 38 MIDIA E IDADE PENAL Desafios de hoje e sempre. As propostas de redução da idade penal que tramitam no Congresso Nacional são hoje parte de um pesado tiroteio político-partidário, no qual as questões de ordem técnica têm valor secundário. Não só muitos parlamentares, mas também vários veículos e jornalistas vêm adotando essa abordagem pouco responsável. 39 MIDIA E IDADE PENAL Desafios de hoje e sempre. A América Latina é uma das regiões do planeta que registra maiores progressos na redução da pobreza. Alguns países - Brasil incluído – conseguiram também reduzir a desigualdade. Entretanto, os índices de violência da região seguem crescendo. E, como sempre, atingindo principalmente os jovens pobres, de grupos étnico-raciais específicos (negros, indígenas). 40 MIDIA E IDADE PENAL Desafios de hoje e sempre. A questão da violência não permite abordagens simplistas, mas certamente um dos fatores que exige imediata mudança de perspectiva é a política de guerra às drogas adotadas pelos países – adolescentes e jovens são especialmente impactados pelo modelo vigente. 41 MIDIA E IDADE PENAL Desafios de hoje e sempre. Independente do que acontecerá com a tramitação dos PLs que advogam pela redução da idade penal, as políticas socioeducativas do Brasil não podem continuar ocupando o final da fila das prioridades governamentais. As boas práticas (efetivo cumprimento do que estabelecem o ECA e o Sinase) não podem seguir sendo a exceção à regra. Obrigado. Veet Vivarta Consultor em Mídia e Direitos Humanos [email protected] 42