Discutindo com professores o
Enfrentamento à Violência no
Cotidiano Escolar
Prof. Luiz Antonio Burim
N.R.E. Apucarana
Justificativa
• Atualmente vivemos imersos num contexto diversificado
de trocas interpessoais, dado a circulação facilitada na
interação entre os indivíduos com acesso à internet e
demais decorrências da globalização, o que possibilita que
a construção de novas atitudes e valores seja
compartilhada de modo rápido e, muitas vezes, sem a
reflexão pelos alunos e professores.
• A violência escolar pode ser fruto das novas interações
estabelecidas e sendo assim, refletir sobre o tema é
importante, pois a partir disto podemos conhecer como a
sociedade está interagindo com os valores e atitudes
morais na contemporaneidade.
Justificativa
• Estudos como de Piaget (1994) tem revelado que as
atitudes muitas vezes concebidas como imorais ou de
desrespeito, como é o caso da violência escolar, podem
ser decorrentes das interações que estabelecemos hoje.
O autor encontrou dois tipos de interações na sociedade:
de coação e cooperação, sendo que cada uma delas
decorre de um tipo de formação moral. Por isso, sendo a
escola um ambiente formador da moral precisa repensar
sua atuação frente ao aluno e projetos como este
poderão abrir novos caminhos de compreensão e
atuação do professor na formação moral dos indivíduos
Problematização
• Considerando que atitudes de violência ao outro são
compartilhadas diariamente no cotidiano escolar, percebe-se a
necessidade de ações reflexivas junto aos educadores, a fim de
promover novas possibilidades na atuação e compreensão sobre
o tema.
• Dentre as atitudes de violência destacamos: a agressão física,
verbal, simbólica (bullying e cyberbullying) e violência silenciada
(indiferença ao outro) tão frequente nas escolas hoje. Portanto,
sendo a escola um dos ambientes formadores das atitudes
morais é importante pensarmos sobre os modos de interação ali
estabelecidos, a fim de compreendermos o que a violência
escolar tem a nos revelar sobre as interações escolares na
contemporaneidade. Diante disto, questionamos sobre:
• Como o professor pode interagir em suas ações com os alunos
de modo a possibilitar reflexões que os ajudem a compreender a
violência enquanto uma ação de desrespeito ao outro com
decorrências muitas vezes destrutivas e irreparáveis?
Objetivo Geral
• Promover encontros de reflexão e
conhecimento com os professores sobre o
enfrentamento à violência no cotidiano
escolar.
Objetivos Específicos
• Refletir sobre a importância das interações cooperativas
e de respeito na escola;
• Propor aos professores diferenciar as decorrências de
um ambiente cooperativo de um ambiente de coação
para com os alunos;
• Apresentar a teoria piagetiana sobre o desenvolvimento
moral;
• Discutir sobre a cultura da escola, seus valores e
situações de violência no cotidiano escolar;
• Conhecer as experiências dos professores sobre as
situações de violência;
• Conhecer o projeto de lei sobre medidas protetivas para
os casos de violência contra o professor.
Fundamentação Teórica
• O enfrentamento a violência no âmbito escolar colocanos hoje, diante de reflexões importantes sobre o
modo de interação estabelecida entre os indivíduos.
• Para Piaget, na relações interpessoais deve haver a
construção de ambientes sócio-cooperativos
• Piaget, observa que na sociedade existem dois tipos de
interação entre os sujeitos (autonomia e heteronomia);
• A autonomia e a heteronomia, fazem parte das
tendencias morais que são construidas ao longo do
desenvolvimento da criança;
Fundamentação Teórica
• O que é heteronomia?
• Heteronomia, significa ser governado por
outros, fora de nós; e significa que quando
não houver outros a nos mandar, ameaçar,
punir, podemos ficar sem governo (REGRAS)
• Na heteronomia, a obediência a uma regra se
dá pelo medo à punição ou pelo interesse nas
vantagens a serem obtidas pessoalmente.
Fundamentação Teórica
• O que é autonomia?
• Autonomia consiste em seguirmos certas
regras, normas ou leis por vontade própria;
• É uma vontade, é uma escolha racional e
emocional que o ser humano faz a sua opção;
• Na autonomia, a obediência a uma regra se dá
pela compreensão e concordância com sua
vontade universal. Obedecemos porque
concordamos com os motivos para a ação.
Fundamentação Teórica
• Piaget propõe maneiras na no relacionamento
com o outro; a) interação no grupo, b)
discussões que leve o educando para a moral
do bem (autonomia), visando a cooperação .
• Para Menin (2003, pg.50-52) “ a moral vem do
respeito que adquirimos às regras, mas este
respeito começa no respeito que temos às
pessoas que nos impõe tais regras”.
Fundamentação Teórica
• No cotidiano escolar deve se analisar o
contexto social e histórico dos fatos que
acontecem envolvendo os educandos na
questão da violência escolar. (cooperação e
interação)
• Em nossa convivência com os educandos
podemos analisar o seu comportamento, o
seu desenvolvimento moral, como também o
nosso com relação a eles.
Fundamentação Teórica
• Deveríamos criar um ambiente favorecedor da
autonomia, que favorece a troca de ideias e
não a imposição das mesmas. Não à coação.
• Pais e professores que querem a educaçao
para a autonomia devem primeiramente
considerar seus próprios comportamentos e
julgamentos morais. A sua autonomia será
modelo para os educando, a ausência dela
também.
Fundamentação Teórica
• Concluindo: A intervenção em situações de conflito
interpessoal não deve ser negada. Ela deve ser discutida e
refletida por todos os participantes da comunidade escolar,
de modo que haja a promoção do desenvolvimento da
autonomia (Vinha, 2008);
• Favorecer o desenvolvimento a autonomia e de relações
mais justas respeitosas e solidárias(...) tomar consciência
de que a ética está presente nas mais diversas dimensões
da escola, tais como: na relação da equipe de especialistas
com os integrantes da instituição e também no trabalho
docente, ou seja na postura de juízos emitidos, na
qualidade das relações que são estabelecidas, nas
concepções e interações da indisciplina, do bullying, das
infrações de conflito (....)
Estratégias de Ação
• Esse projeto será desenvolvido no Colégio Estadual Osmar Guaracy
Freire, situado no município de Apucarana e abrangerá todo o corpo
docente e equipe pedagógica, sob a orientação do autor desse projeto.
• Serão atendidos, aproximadamente, 25 (vinte e cinco) professores (as)
participarão de 08 (oito) encontros de reflexão e formação, com carga
horária de 04 (quatro) horas diárias, perfazendo um total de 32 (trinta e
duas) horas.
• As atividades planejadas para formação dos (as) professores (as)
apresentam a seguinte composição: momentos de reflexão com
questionamentos a serem debatidos pelos professores, apresentação de
filme sobre a violência e reflexão sobre a temática.
• Os envolvidos no trabalho deverão, após a implementação desse
projeto, desenvolver ações que busquem o envolvimento da
comunidade escolar nas atividades educacionais relacionadas ao tema
enfrentamento à violência. Esta será uma das formas de garantir ações
que levem a equipe pedagógica, professores e educandos a procurar
combater, de uma forma sistemática, os atos e atitudes relacionadas ao
tema em questão.
Estratégias de Ação
• Para direcionar a aplicação do projeto na escola, utilizaremos
de recursos didático-pedagógicos como: aplicação de
questionário elaborado para este fim, exibição de filme,
palestra sobre o tema, leituras, análise e reflexões sobre textos.
• Feito isto, daremos início a construção e elaboração de um
capítulo sobre o tema “Enfrentamento à violência no cotidiano
escolar”, que será incorporado a um caderno temático, que será
utilizado como produção didático-pedagógica, durante a
implementação do projeto de intervenção do PDE.
• Logo em seguida daremos início à produção do artigo científico
que é o trabalho final de participação do professor no
Programa.
• Essa tarefa será realizada no segundo semestre do ano letivo de
2011, conforme cronograma a seguir:
Cronograma
1º Encontro
Julho de 2011.
4h.
Apresentação do Projeto/Dinâmica com os professores (escutá-los)
APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Palestra: Apresentação da Teoria Piagetiana sobre as interações humanas –
2º Encontro
Palestrante: Prof. Burim ou Profª. Luciane
Agosto de
Levantar uma questão para os professores refletirem (escrever)
2011. 4h
Entregar dilemas para os professores aplicarem com os alunos e devolverem no
7º encontro.
3º Encontro
Agosto de
2011. 4h.
4º Encontro
Agosto de
2011. 4h
Filme: ”Escritores da Liberdade” – Reflexão (por escrito) sobre o filme e
apresentação de slides.
Discussão sobre as reflexões realizadas pelos professores e troca de experiências
pedagógicas para o enfrentamento à violência no cotidiano escolar.
Apresentação em power point do texto: “Eu acuso”
Questão sobre o texto: “Eu acuso”.
Cronograma
5º Encontro
Palestra: Bullying e Cyberbullying
Setembro de
Questão sobre o tema: Bullying e Cyberbullying, presente na cartilha 2010 –
2011. 4h.
Projeto “Justiça nas Escolas”.
Discussão a partir da leitura de textos sobre a violência na escola (entregar
6º Encontro
Setembro de
2011.4 h
questionário aos professores)
Levar
ao
conhecimento
dos
professores
o
“Projeto
de
Lei
nº 191/2009”, que estabelece procedimentos de socialização e de prestação
jurisdicional, que prevê medidas protetivas para os casos de violência contra
o professor.
7º Encontro
Outubro de 2011.
4h.
8º Encontro
Novembro de
2011. 4h.
Apresentação dos dilemas (aplicados com os alunos), os quais foram
entregues no encontro anterior.
Os diversos tipos de violência que enfrentamos e convivemos no ambiente
escolar: síntese geral e avaliação dos encontros realizados.
Referências
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<http://www.diaadia.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=90 > acesso em: 25 mar. 2011.
<http://pt.shvoong.com/books/biography/1775179-jean-piaget/#ixzz1JFR2ggTO >– acessado em 09 abr. 2011
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/295_902.pdf > Acesso em 06 abr. 2011.
PAGINA DO BURIM
• http://enfrentamentoaviolencia.pbworks.com
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