“A ALEGRIA DO PRESBÍTERO: O
HOMEM QUE É FELIZ EM SEU
MINISTÉRIO”
[Encontro com os Presbíteros – Região Pastoral 1,
Ribeirão Preto]
= Sertãozinho, 30/07/2015 =
1-INTRODUÇÃO
• Abordagem desafiadora
• Como abordar o assunto sem ser superficial
• Considerar a natureza humana e a cultura hedonista
• Ater-me ao título
• A felicidade e a alegria: isto é possível na vida do presbítero?
2-PRESBÍTEROS FELIZES EM NOSSA HISTÓRIA
VOCACIONAL
• Testemunhos de presbíteros em nossa vocação.
• O que nos atraiu naquele sacerdote que nos cativou?
• Traços encontrados: sorriso, encontro, valorização, firmeza,
amizade, simplicidade, serviço, gratuidade, leveza.
• Portanto:
- como se identificaria um padre feliz?
- sou um padre feliz? Expresso?
3-PONTO DE PARTIDA: ALEGRIA X FELICIDADE
• Há muitas maneiras de abordar
• “ALEGRIA (verdadeira, profunda): FRUTO DA FELICIDADE”
4-FELICIDADE
• Antropológico, desejado, saudável...
• Expressão (automática) de uma VIDA COM SENTIDO
• Relacionado com:
= (ORIGEM): consciência do PASSADO
= (COTIDIANO): significado no PRESENTE
= (DESTINO): visão e desejo do FUTURO
*** PAZ EXISTENCIAL ***
* Portanto:
Não é: circunstancial, acabado, só individual, sentimental!
É construção, processo, dinamismo, relação, compromisso!
É estar “de bem com a vida”
*Então:
• Percepção/convicção de que se está vivendo e caminhando à
plenificação;
• Foi Deus quem nos concedeu e, por isso, é possível, alcançável...
necessária “Conheço meus projetos sobre vocês [...]; são projetos de
felicidade e não de sofrimento, para dar-lhes um futuro e uma
esperança.” (Jr 29,11)
5-ALEGRIA
• HOJE: Superficial? Passageiro? AUTOREALIZAÇÃO? SENTIDO DE
VIDA? PRAZER?
• ALEGRIA:
É a MANIFESTAÇÃO VISÍVEL da felicidade que é invisível!
É a COMUNICAÇÃO que impacta, impressiona, contagia,
É a EXPRESSÃO AUTOMÁTICA E AGRADÁVEL de uma vida realizada
É a prova de uma vida harmônica
*A Alegria “PEDE”: expansão, comunicação, relação, partilha!!!
*A alegria é DOM DIVINO: “O fruto do Espírito é: amor, ALEGRIA, paz,
paciência, amabilidade, bondade, lealdade, mansidão, domínio próprio”
(Gl 5, 22-23)
6-JESUS CRISTO: FELIZ? ALEGRE?
•JC foi: feliz, alegre?
• Jesus é feliz (integrado) porque:
se sentiu amado e amou
não buscou compensações
perdoou
manso: pastor, bom samaritano, cordeiro imolado para os outros
deixou a compaixão (razão+coração) impulsionar sua ação
optou pelos mais pobres, sofredores
serviu
não buscou privilégios
• A alegria que nasce de dentro, das convicções, opções.
• O CRUCIFICADO é, neste sentido: alegre, feliz, realizado!
7- A ALEGRIA DO DISCÍPULO MISSIONÁRIO
a- BEM-AVENTURANÇAS (Mt 5) – “FELIZES”:
- os que “descem a fundo” (espírito);
- os que “sofrem sem culpa”;
- os que vivem e acreditam nos valores;
- os que são perseguidos por causa de Jesus Cristo
b- DOCUMENTO DE APARECIDA
• “CONHECER A JESUS CRISTO PELA FÉ É NOSSA ALEGRIA; segui-lo é uma
graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor
nos confiou ao nos chamar e nos escolher. ” (DAp 18)
• “A ALEGRIA DE SERMOS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS para anunciar o
Evangelho de Jesus Cristo” (DAp – Cap. III)
• “Nos encontros com Cristo, queremos expressar a ALEGRIA DE SERMOS
DISCÍPULOS do Senhor E DE TERMOS SIDO ENVIADOS com o tesouro do
Evangelho. Ser cristão não é uma carga, mas um dom” (DAp 28)
• “Aqui está o desafio fundamental que afrontamos: mostrar a capacidade da
Igreja para promover e formar discípulos e missionários que respondam à
vocação recebida e comuniquem por toda parte, transbordando de gratidão e
alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo. Não temos outro tesouro a não ser
este. NÃO TEMOS OUTRA FELICIDADE nem outra prioridade senão a de SERMOS
INSTRUMENTOS do Espírito de Deus na Igreja” (DAp 14)
• “A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e
oprimido pela violência e pelo ódio... Conhecer a Jesus é o melhor presente que
qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em
nossas vidas, e FAZÊ-LO CONHECIDO COM NOSSA PALAVRA E OBRAS É NOSSA
ALEGRIA” (DAp 29)
• “Necessitamos sair ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e dos
povos para lhes comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo, que
TEM PREENCHIDO NOSSAS VIDAS DE ‘SENTIDO’, de verdade e de amor, de alegria
e de esperança!” (DAp 548)
•EVANGELIIUM GAUDIUM
• “O Evangelho, em que resplandece gloriosa a Cruz de Cristo,
convida insistentemente à alegria. Apenas alguns
exemplos:
‘Alegra-te’ é a saudação do anjo a Maria (Lc 1,28).
A visita de Maria a Isabel faz com que João salte de alegria
no ventre de sua mãe (Lc 1,41).
No seu cântico, Maria proclama: ‘meu espírito se alegra em
Deus, meu Salvador’ (Lc 1,47).
E, quando Jesus começa o seu ministério, João exclama:
‘Esta é a minha alegria! E ela tornou-se completa! ’ (Jo 3,29).
O próprio Jesus ‘estremeceu de alegria sob a ação do
Espírito Santo» (Lc 10,21).
A sua mensagem é fonte de alegria: ‘Manifestei-vos estas coisas,
para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja
completa’ (Jo 15,11). A nossa alegria cristã brota da fonte do seu
coração transbordante.
Ele promete aos seus discípulos: ‘Vós haveis de estar tristes, mas
a vossa tristeza há de converter-se em alegria’ (Jo 16,20).
E insiste: ‘Eu hei de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há de
alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria’ (Jo 16,22).
Depois, ao verem-no ressuscitado, ‘encheram-se de alegria’ (Jo
20,20).
O livro dos Atos dos Apóstolos conta que, na primitiva
comunidade, ‘tomavam o alimento com alegria’ (2,46).
Por onde passaram os discípulos, ‘houve grande alegria’
(8,8); e eles, no meio da perseguição, ‘estavam cheios de
alegria’ (13,52).
Um eunuco, recém-batizado, ‘seguiu o seu caminho cheio
de alegria’ (8,39); e o carcereiro ‘entregou-se, com a
família, à alegria de ter acreditado em Deus’ (16,34).
Porque não havemos de entrar, também nós, nesta
torrente de alegria? ” (EG n.5)
8- A ALEGRIA DO PRESBÍTERO
= é a mesma do DISCÍPULO MISSIONÁRIO!
= ligada à ORIGEM DA VOCAÇÃO e à MISSÃO!
= não está condicionada a resultados positivos!
= a verdadeira alegria está no coração transbordante de Jesus e a sente
somente quem se encontra com Ele.
“Dom Pedro falou do presbítero como homem da alegria e da esperança. “O
presbítero, como discípulo de Jesus, tem a sagrada obrigação de irradiar
para o mundo a alegria do Cristo ressuscitado. A alegria deve ser o distintivo
de toda a vida do presbítero: quando anuncia o Evangelho, quando trabalha
no atendimento ao povo, quando visita as famílias, quando celebra a
Eucaristia e administra os demais sacramentos” (D. Pedro Brito aos
seminaristas, julho 2015)
9- ELEMENTOS COMPROMETEDORES À ALEGRIA DO
PRESBÍTERO
pressões internas e externas; provocações e
oportunidades
inúmeros afazeres, ativismo
consumismo
status, poder
más influências
redes sociais
intelectualismo
o sucesso
...
10- ÍCONES DA ALEGRIA
1.
2.
3.
4.
5.
Visitação de Maria a Izabel (Lc 1,39ss)
O encontro do Pai com o filho pródigo (Lc 15,20)
A resposta de fé de Pedro (Mt 16,17-18)
O tesouro encontrado (Lc 15,8-10)
A vida de São Paulo (2Cor 11,21-33; 12,10) (2Tm 4,6-8)
6.E o seu?
11- PARA MANTER A ALEGRIA NO SACERDÓCIO:
1. Ação de Graças (passado, presente, futuro)
2. Projeto de Vida (foco, motivação, passos, progresso)
3. Paixão por Jesus Cristo
4. Compaixão pelo próximo
5. Amor pelo Reino
6. Espiritualidade (oração, sacramentos, Palavra de Deus, cotidiano)
7. Comunhão eclesial, presbiteral
8. Oblatividade
9. Saúde, lazer, cultura
10.Amizades
12- CONCLUSÕES
• Podemos não estar sempre “alegres”, mas não podemos viver sem
“felicidade”!
• Precisamos estar mais atentos à FELICIDADE do que à ALEGRIA, mas esta
revela a veracidade, a qualidade, o grau daquela!
• Não pode haver dicotomia, incongruência entre “felicidade humana” e
“felicidade sacerdotal”.
• Somos CHAMADOS, CONSAGRADOS, CAPACITADOS, ENVIADOS por
Deus.
• Não são os outros, as situações, os eventos, os resultados, os momentos
que definirão meu estado de espírito, minha alegria, minha felicidade,
mas MINHAS CONVICÇÕES, OPÇÕES, EMPENHO consonante com a
vontade de quem me chamou, me consagrou, me enviou.
“Você é feliz? ” Essa pergunta pode assustar um pouco — ou
parecer simplista. Mas precisamos nos perguntar sempre:
Sou feliz como padre? Sinto-me realizado? O que me motiva
a ser padre? Que razões tenho para continuar exercendo o
meu ministério? O que é que me faz feliz? Deus nos criou
para a felicidade, e a missão não pode me impedir de ser
feliz. Pelo contrário, o ser padre deve constituir a razão
maior da realização do presbítero, no âmbito pessoal e
comunitário. ” (Pe. Edênio Valle, 8º. ENP, 2000)
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Bispo de Jaboticabal
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*A ALEGRIA DO PRESBÍTERO: O HOMEM QUE É FELIZ EM SEU