MEIOS CORROSIVOS
Estudo dos Principais Meios Corrosivos
MEIOS CORROSIVOS
Os meios corrosivos mais freqüentemente
encontrados são:
 Atmosfera;
 Águas naturais;
 Solos;
 Produtos químicos
E em menor escala: alimentos, substâncias
fundidas, solventes orgânicos, madeiras e
plásticos.

ATMOSFERA
A ação corrosiva da atmosfera depende
fundamentalmente dos seguintes fatores:
 Substâncias poluentes: partículas sólidas e gases;
 Temperatura;
 Umidade relativa;
 Tempo de permanência do filme de eletrólito na
superfície metálica.
CLASSIFICAÇÃO
Podemos classificar a corrosão atmosférica em
função do grau de umidade na superfície
metálica:
- Seca;
- Úmida;
- Molhada
Depende da umidade relativa
UMIDADE RELATIVA
Relação entre o teor de vapor d’água encontrado no
ar e o teor máximo que pode existir no mesmo.
 Nas
condições consideradas, é expressa em
porcentagem.
 A influência da umidade na ação corrosiva da
atmosfera é acentuada. Por exemplo:
 Ferro
 baixa umidade relativa – praticamente não sofre
corrosão
 60% umidade relativa – processo corrosivo lento
 70% umidade relativa – processo corrosivo acelerado

CORROSÃO ATMOSFÉRICA SECA
Ocorre em atmosfera isenta de umidade, sem
qualquer presença de filme de eletrólito na
superfície metálica.
 Tem-se uma lenta oxidação do metal com
formação do produto de corrosão, podendo o
mecanismo ser considerado puramente químico.
 Ex.: escurecimento da prata ou do cobre por
formação do Ag2S e CuS, devido a presença de
H2S, na atmosfera ou meio ambiente.

CORROSÃO ATMOSFÉRICA ÚMIDA

Ocorre em atmosferas com umidade relativa
menor do que 100%. Tem-se um fino filme de
eletrólito depositado sobre a superfície metálica e
a velocidade do processo corrosivo depende da
umidade relativa, poluentes atmosféricos e
higroscopicidade dos produtos de corrosão.
CORROSÃO ATMOSFÉRICA MOLHADA

A umidade relativa é próxima a 100% e ocorre
condensação na superfície metálica, observando-se
que a superfície fica molhada com o eletrólito
como, por exemplo, chuva e névoa salina
depositadas nessa superfície metálica.
PARTÍCULAS SÓLIDAS


As partículas sólidas, sob forma de poeiras,
existem na atmosfera e a tornam mais corrosiva,
porque pode-se verificar:
Deposição de material não-metálico, como a
sílica, que embora não atacando diretamente o
material metálico, cria condições de aeração
diferencial, ocorrendo corrosão localizada abaixo
do depósito. As partes sujeitas a poeira são as
mais atacadas quando estocadas sem nenhuma
proteção.


Deposição de substâncias que retém
umidade e são higroscópicas: aceleram o
processo corrosivo, pois aumentam o tempo de
permanência da água na superfície metálica.
Exemplo: cloreto de cálcio e de magnésio.
Deposição de sais que são eletrólitos fortes,
como sulfato de amônio e cloreto de sódio. Daí a
maior corrosão de atmosferas marinhas, devido à
presença da névoa salina, contendo sais com
NaCl e MgCl2.


Deposição de material metálico: se o material
metálico depositado for de natureza química
diferente daquele em que estiver depositado, poderá
ocorrer formação de pilhas de eletrodos de metais
diferentes, com consequente corrosão do material
mais ativo.
Deposição de partículas sólidas que, embora
inertes ao material metálico, podem reter sobre a
superfície metálica gases corrosivos existentes na
atmosfera: caso de partículas de carvão que, devido
ao seu alto poder de absorção, retiram, por exemplo,
dióxido de enxofre de atmosfera industriais, o qual,
com a umidade presente, forma ácido sulfuroso e
sulfúrico.
GASES
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
Os gases mais frequentemente encontrados na
atmosfera são: monóxido de carbono, dióxido de
carbono, dióxido de enxofre, trióxido de enxofre,
gás sulfídrico e amônia.
A presença desses gases está ligada ás atividades
industriais:
Amônia: comum nas atmosferas vizinhas à
fábricas de fertilizantes. Deve-se evitar nestas
regiões instalações de cobre ou suas ligas, pois
são bastante atacadas pela ação conjunta de
amônia, oxigênio e água.
Gás sulfídrico: comum em atmosferas próximas
à refinarias de petróleo, mangues e pântanos. É
responsável pelo enegrecimento de cobre e prata
e suas ligas, pois há o surgimento de sulfeto de
cobre e sulfeto de prata, pretos.
 Aparecimento de coloração amarela em materiais
de cádmio, devido à formação de sulfeto de
cádmio.
 Decomposição de revestimentos com tintas à base
de zarcão, óxido de chumbo, que ficam pretas
devido à formação de sulfeto de chumbo.


Dióxido e trióxido de Enxofre: são os mais
frequentes constituintes corrosivos de atmosferas
industriais, em função das indústrias utilizarem
óleos combustíveis contendo, geralmente, de 3 a
4% de S. Esses óxidos, na presença de umidade,
formam ácidos, o que justifica o fato de as
atmosferas
industriais
serem
bastante
corrosivas.
OUTROS FATORES...
Quanto aos outros fatores que podem influenciar
na ação corrosiva da atmosfera, deve-se
considerar:
 Temperatura: se for elevada, irá diminuir a
possibilidade de condensação de vapor d’água na
superfície metálica e adsorção de gases;
 Tempo
de permanência do filme de
eletrólito sobre a superfície metálica: quanto
menor o tempo, menor será a ação corrosiva.
 Chuvas: podem ser benéficas, solubilizando os
sais presentes nas superfícies metálicas.
 Ventos: podem arrastar, para as superfícies
metálicas, agentes poluentes.


Variações cíclicas de temperatura e umidade: em
funções da estação do ano, pode-se ter a ação
mais direta de alguns fatores. Em certos países,
por exemplo, aumenta muito a presença de óxidos
de enxofre no inverno, devido à maior queima de
carvão para aquecimento.
AS ÁGUAS NATURAIS
ÁGUAS NATURAIS
Os materiais metálicos em contato com a
água tendem a sofrer corrosão, a qual vai
depender de várias substâncias que possam estar
contaminando as mesmas. Os contaminantes
podem ser:
 Gases dissolvidos;
 Sais dissolvidos;
 Matéria orgânica animal ou vegetal;
 Bactérias, limos e algas;
 Sólidos suspensos.


O caráter corrosivo da água também dependo
do pH, da temperatura, da velocidade e da
ação mecânica.
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

Dependendo a que fim a água se destina, alguns
contaminantes devem ser considerados com maiores
detalhes.
Água potável: é de fundamental importância a
qualidade sanitária, sendo indesejável a presença de
sólidos suspensos, de sais como os de mercúrio e
chumbo e de microorganismos causadores e
doenças transmissíveis por vias hídricas.
Para sistemas de resfriamento: procura-se evitar a
presença de sólidos suspensos ou sais formadores
de depósitos, e crescimento biológico, que poderiam,
ao se depositarem, criar condições para corrosão sob
depósito ou aeração diferencial.


Para geração de vapor: evita-se a presença de
oxigênio e de sais incrustantes como
bicarbonatos de cálcio e magnésio.
Água para fabricação de produtos químicos e
farmacêuticos: evita-se a presença de impurezas,
como sais, usando-se água desmineralizada e
deionizada
e,
no
caso
de
produtos
farmacêuticos
ou
medicinais,
também
esterilizada.
TRATAMENTOS ADEQUADOS
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

Água potável: clarificação para eliminar sólidos
suspensos, cloração e controle de pH.
Água de resfriamento: cloração, adição de
inibidores de corrosão, dispersantes e controle de
pH.
Água para caldeiras: desaeração para eliminação
de oxigênio, abrandamento ou desmineralização
para eliminar dureza da água e controle de pH.
SAIS DISSOLVIDOS

Os sais dissolvidos podem agir acelerando ou
retardando o processo corrosivo. Entre os sais que
mais influenciam os processos de corrosão estão:
cloretos, sulfatos, sais hidrolisáveis, sais
oxidantes e bicarbonatos de ferro, cálcio e
magnésio.
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NaCl: forte eletrólito, ocasiona aumento da
condutividade do meio.
Sulfato: ocorrência de corrosão microbiológica
originada por bactérias redutoras de sulfato.
Hidrólise de sais: pode gerar meios corrosivos
ou protetores.
Bicarbonatos: geram incrustações
Sais de cálcio e magnésio: dureza.
Presença de sais oxidantes pode causar polarização ou
passivação;
 São bons despolarizantes (aumentam o processo de
corrosão): sais de ferro, cobre e mercúrio.
 São
bons passivadores (inibidores): cromatos e
dicromatos, nitrito de sódio e molibdato de sódio.
 Presença de cobre em ligas com ferro.

Polarização:
Passivação:
GASES DISSOLVIDOS
Entre os gases mais comumente encontrados na
água, podemos destacar: oxigênio, gás
sulfídrico, dióxido de enxofre, trióxido de
enxofre, amônia, dióxido de carbono e cloro.
 Estão naturalmente na água ou entram por
alguma
ação
humana
(poluição
ou
tratamentos).
 O oxigênio, na maioria das vezes, vai atuar como
acelerador do processo corrosivo, mas, em alguns
casos, pode atuar como inibidor. Para alumínio e
suas ligas e para aços inoxidáveis é isso o que
acontece.
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
Formam-se películas passivadoras de óxido de alumínio e
óxido de cromo.
SO2 e SO3: aceleram a corrosão porque formam
ácidos quando dissolvidos em água.
 NH3: causa corrosão principalmente em ligas de
cobre e zinco.

Cloro: aumenta a presença de cloretos e diminui o
pH da água, criando condições favoráveis a
corrosão.
 CO2: diminui o pH, mesmo sedo um ácido fraco.
 H2S – gera corrosão por formação de sulfetos:


Fe + H2S  FeS + H2
SÓLIDOS SUSPENSOS
Estão presentes das mais variadas maneiras na
água e devem ser removidos para aumentar a sua
qualidade.
 Essas partículas podem se depositar nas paredes
de trocadores de calor, diminuindo a sua
eficiência térmica, como também podem gerar
corrosão por depósito, devido à formação de
pilhas por aeração diferencial.
 Além de influenciarem no pH e dureza da água.
 Para eliminar os sólidos suspensos, deve-se
proceder com a clarificação.

CRESCIMENTO BIOLÓGICO E MATÉRIA
ORGÂNICA
O desenvolvimento de processos biológicos em
águas industriais pode causar:
 Crescimento de algas e fungos;
 Formação de meio ácido: bactérias oxidantes de
enxofre;
 Despolarização
por bactérias redutoras de
sulfato.

TEMPERATURA
Os efeitos da temperatura são vários, podendo
citar:
 As reações de corrosão são, usualmente, mais
rápidas em temperaturas elevadas;
 Mudanças de temperatura podem influenciar na
solubilidade de produtos de corrosão (carbonatos);
 Os gases são menos solúveis com a elevação da
temperatura.

VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO DA ÁGUA
O aumento da velocidade de circulação da água
pode causar:
 Remoção de camadas de produtos de corrosão que
estariam retardando a corrosão;
 Aumentar a concentração de oxigênio na água,
acelerando o processo corrosivo;

Mas, se a velocidade de circulação for muito
pequena, pode haver a deposição de sólidos,
aumentando a possibilidade de corrosão por
aeração diferencial.

Portanto, procura-se estabelecer um velocidade
crítica de circulação, que está relacionada com a
natureza do material metálico e a composição do
material metálico.
SOLICITAÇÃO MECÂNICA
Pode gerar processos corrosivos decorrentes de:
 Destruição do filme protetor existente sobre o
material metálico.
 Deposição em áreas de estagnação de partículas
metálicas ou produtos de corrosão arrastados por
ação mecânica.

SOLO
O comportamento do solo como meio corrosivo
deve ser considerado de grande importância
devido às enormes extensões de oleodutos,
gasodutos, minerodutos, cabos telefônicos e
tubulações de água, que exigem um controle
rigoroso de manutenção para evitar corrosão
acelerada.
 Os principais fatores que influenciam na corrosão
causada por solos são:


Porosidade (aeração), condutividade elétrica, sais
dissolvidos, umidade, correntes de fuga, pH e
bactérias.
PRINCIPAIS FATORES
Correntes elétricas de fuga ou estranhas: podem
causar corrosão eletrolítica.
 Bactérias: atacam revestimentos a base de
celulose, causando a oxidação da celulose para
ácidos, como o acético e o butírico, que atacariam
o material metálico. Além da ação das bactérias
redutoras de enxofre.
 Heterogeneidade
do solo: podem originar
formação de diferenciações eletroquímicas, com
consequentes pilhas de corrosão: caso de solos
aerados diferentemente, originando corrosão por
aeração diferencial em tubulações enterradas.

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Meios Corrosivos modificado