SÍNDROME DO TÚNEL DO
CARPO (STC)
Daniel Bocchese Nora MD, PhD
Programa de Educação Continuada PUCRS
Síndrome do túnel do
carpo (STC)
Dr. Daniel Bocchese Nora
Síndrome do túnel do carpo
(STC)
Histórico:
- James Paget – 1854
- Putnam – 1880: acroparestesias
- George Phalen - 1950
Dr. Daniel Bocchese Nora
Síndrome do túnel do
carpo (STC)
Prevalência
- 0,6 % homens e 6,8% mulheres
(De Krom et al. 1992)
- 2% homens e 3% em mulheres
(Atroshi et al, JAMA, 1999)
Dr. Daniel Bocchese Nora
Síndrome do túnel do
carpo (STC)
Prevalência Rio Grande do Sul:
• 84,8% feminino; 25,2% masculino
• 39% dos estudos de MsSs
• Sintomas mais presentes no inverno.
(Nora et al. Arq Neuropsiquiaatria; 2004)
(Nora et al. Clin Neurol Neurosurg;2004)
Dr. Daniel Bocchese Nora
Síndrome do túnel do
carpo (STC)
“Constelação de sinais e sintomas clínicos
e achados neurofisiológicos decorrentes
da lesão do nervo mediano durante o seu
trajeto pelo túnel do carpo”.
(Werner,2002)
Dr. Daniel Bocchese Nora
Fatores de Risco
- Sexo Feminino
- Idade acima de 40 anos
- IMC>30
- Diabetes Mellitus
-
Outros: fratura, AR, Hipotireodismo, LER, acromegalia,MPS
(Becker et al.,Clinical Neurophysiology 2002)
Dr. Daniel Bocchese Nora
Critérios diagnósticos atuais
• Clínica
• Eletroneuromiografia
• Clínica x Eletroneuromiografia
Dr. Daniel Bocchese Nora
Critérios diagnósticos atuais
• Clínica
- Extremamente variável, podendo, os sintomas,
envolverem topografias fora do território do
nervo mediano e, freqüentemente, pode haver comorbidades (s.miofascial, tendinites..).
(Nora et al; Clinical Neurophysiology;2005)
Dr. Daniel Bocchese Nora
Acurácia diagnóstica da história e exame físico
na STC
Achado clínico
Diagrama das mãos de Katz clássico ou
provável
Sensibilidade Especificidade
0,64
0,73
Parestesias noturnas
0,51 - 0,84
0,27 - 0,68
Fraqueza na abdução do polegar
0,63 - 0,66
0,62 - 0,66
Atrofia tenar
0,04 - 0,28
0,82 - 0,99
Hipoestesia em território do mediano
0,15 - 0,51
0,85 - 0,93
Sinal de Tinel
0,23 - 0,60
0,64 - 0,87
Sinal de Phalen
0,10 - 0,91
0,33 - 0,86
Teste da pressão no punho
0,28 - 0,63
0,33 - 0,74
D’Arcy & McGee, JAMA, 2000
Dr. Daniel Bocchese Nora
Eletroneuromiografia
(ENMG)
• Alta especificidade (80-92%)
• Alta sensibilidade (80-99%)
• Padrão-ouro
(Rempel et al.;1998, Katz & Simmons;2002)
Dr. Daniel Bocchese Nora
Eletroneuromiografia
(ENMG)
• Desmielinização:
Lentificação do nervo mediano no
punho
• Dano axonal:
Perda de amplitude
Dr. Daniel Bocchese Nora
Critérios Neurofisiológicos STC
a)
b)
c)
d)
diferença maior que 10m/s entre a velocidade de
condução mista ou diferença superior a 0,5ms nas
latências de pico do nervo ulnar e mediano no segmento
palma-punho (8cm);
diferença entre as latências motoras distais do nervo
mediano e ulnar, ao 2º. lumbricóide-interósseo, superior a
0,4ms.
diferença maior que 0,5ms entre as latências sensitivas
antidrômicas de pico do nervo radial e mediano,
registrados no 1°. dedo (10cm);
ausência de resposta sensitiva do mediano, quando
excluídos os diagnósticos de polineuropatia, lesão do
plexo braquial e lesão do nervo mediano proximal ao
punho;
Dr. Daniel Bocchese Nora
Graus Severidade STC
BORDERLINE (1/7):
Diferença de latência sensitiva mediano/ulnar palma entre 0,3-0,4
Diferença de VCS mediano/ulnar palma: entre 8-10m/s
Interósseo-lumbricóide: entre 0,3-0,41. MUITO DISCRETO (1/7):
Diferença de latência sensitiva mediano/ulnar palma > ou igual a 0,4ms
Diferença de VCS mediano/ulnar palma > ou igual a 10m/s
Interósseo-lumbricóide >0,4ms
DISCRETO (2/7):
Alteração da VCS mediano 3d-punho <40m/s
MODERADO (3/7):
Diminuição absoluta (<8uV) ou relativa (menor que ulnar) do mediano 3dpunho
LDM mediano ao ACP<4,5ms
Dr. Daniel Bocchese Nora
Graus Severidade STC
MODERADO À SEVERO (grau 4/7):
LDM mediano ACP > ou igual a 4,5ms e < ou igual a 6,5ms
SNAP mediano 3d presente
SEVERO (grau 5/7):
LDM mediano ACP > ou igual a 4,5ms e < ou igual a 6,5ms
Abolição do SNAP mediano 3 dedo
MUITO SEVERO (grau 6/7):
LDM mediano ACP > 6,5ms
Abolição SNAP mediano 3 dedo
EXTREMO (grau 7/7):
Abolição do SNAP mediano 3 dedo
Diminuição da amplitude motora do mediano ao ACP <1,0mV
Dr. Daniel Bocchese Nora
Probabilidade = (1+e-f(x))-1
f(x)=2,408 +0,334 (se sexo feminino) +0,966 (se IMC30) +0,804 (se piora
à noite/amanhecer) +0,948 (se parestesia/dor em 2 dos 4 primeiros dedos) +2,435
(se atrofia tenar) +0,714 (se algum outro sinal)
•
•
•
•
•
•
Sexo feminino
IMC  30
Piora à noite
Com parestesia ou
dor em 2 dos 4
primeiros dedos
Com atrofia tenar
Algum sinal clássico
P = 97,8 %
•
•
•
•
•
•
Sexo masculino
IMC<30
Não piora à noite
Sem parestesia ou
dor em 2 dos 4
primeiros dedos
Sem atrofia tenar
Sem sinal clássico
P = 8,3 %
Gomes I et al. Clinical Neurophysiology, 2006
Dr. Daniel Bocchese Nora
STC = DTC (Doença do Túnel do
Carpo)
• Grupos da DTC:
Grupo 1: quadro clínico compatível e confirmação NF
Grupo 2: quadro clínico compatível e NF negativa
Grupo 3: Lesão neurofisiológica, sem quadro clínico
• Quadro clínico compatível:
PD 2/4 dedos associada pelo menos um:
- sexo feminino
- piora sintomas à noite/amanhecer
- IMC 30
- Atrofia tenar
Dr. Daniel Bocchese Nora
Doença do túnel do carpo
(DTC)
Dr. Daniel Bocchese Nora
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E N M G : Como, quando e porque ?