Discinesias
Leonardo Rocha-Carneiro García-Zapata
“DIS”: dificuldade, perturbação, defeito ou falha
“CINE”: movimento
•Distócias – literalmente – são os trabalhos de
parto difíceis.
•Caracterizadas por um progresso anormal do
trabalho de parto
•As discinesias são as distócias dinâmicas ou
funcionais
A distócia é a
conseqüência
de quatro
anormalidades
distintas que
podem existir
isoladamente
ou em
combinação
1. Anormalidades de
forças expulsivas
2. Anormalidades de
apresentação e
posição fetais
3. Anormalidades da
pelve óssea materna
4. Outras
anormalidades do
canal de parto
Anormalidades da Contração
Uterina - Discinesias
As discinesias uterinas são as distócias
dinâmicas ou distócias funcionais.
•A contratilidade uterina torna-se
ineficiente para dilatar o colo e atuar na
progressão do parto
•Por outro lado, a atividade uterina pode
ser exagerada, capaz de provocar parto
rápido e precipitado
Discinesias
As discinesias podem
ser quantitativas ou
qualitativas.
Nas alterações qualitativas, encontramos
ondas generalizadas com inversão do
tríplice gradiente descendente ou ondas
localizadas, assincrônicas e
incoordenadas. Essas que atrasam ou
mesmo impedem a dilatação do colo
uterino e a descida do feto
Nas alterações quantitativas a onda
contrátil é generalizada e mantém
o tríplice gradiente descendente.
Apenas seus valores são
aumentados ou diminuídos
(hiperatividade ou hipoatividade).
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HIPOATIVIDADE
Na hipoatividade uterina as contrações apresentam
freqüência e/ou intensidade menores que as adequadas
para o momento do parto observado. O tono uterino
geralmente é menor que o normal. O trabalho de parto
progride lentamente ou se interrompe. Geralmente, não
ocorre prejuízo do bem estar materno ou fetal.
O tratamento é a infusão de ocitocina.
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HIPERATIVIDADE
•Na hiperatividade uterina as contrações apresentam freqüência
e/ou intensidade maiores que as adequadas para o momento do
parto observado.
•É conseqüência do aumento da força de contração das fibras
uterinas, aparecendo sem causa evidente ou secundariamente à
administração de ocitocina em doses elevadas
•O excesso das contrações uterinas pode levar ao sofrimento
fetal agudo ou à ruptura uterina (mais comum em partos
obstruídos).
•O decúbito lateral reduz a freqüência das contrações e é
adequado para o tratamento das taquissistolias.
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HIPERATIVIDADE
Taquissistolia: freqüência das contrações maior que o normal.
Hiperssistolia: intensidade das contrações maior que o normal.
HIPOTONIA
Na hipotonia o tônus uterino é menor que o normal.
Ocorre muito raramente e, em geral, está associada à
hipoatividade.
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HIPOTONIA
Na hipotonia o tônus uterino é menor que o normal.
Ocorre muito raramente e, em geral, está associada à
hipoatividade.
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HIPERTONIA
•Aumento do tono uterino
•Clinicamente é fácil diferenciar-se o útero “mole”
(tono normal) do “duro” (hipertônico)
•Com o tono elevado fica difícil distinguir as contrações
Discinesias
Incoordenação uterina
Partes diferentes do útero contraem de forma independente e
assincrônica, impedindo que todo o útero alcance o máximo de
contração simultaneamente.
A gênese das incoordenações uterinas parece estar ligada a liberação
aumentada de adrenalina e noradrenalina, liberação essa que ocorre
quando existe um ciclo vicioso de tensão, medo e dor, presente em
algumas pacientes em trabalho de parto.
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HIPERTONIA
•Hipertonia por taquissistolia:
O aumento da freqüência das contrações acima de
5 em 10 minutos causa elevação do tono porque o útero
não tem tempo para completar seu relaxamento
•Hipertonia “autêntica” ou “essencial”:
Geralmente está associada ao descolamento prematuro
da placenta normoinserida, ao uso excessivo de ocitocina
e à hipertonia por incoordenação.
•Hipertonia por sobre-distensão:
Quando o aumento do conteúdo uterino não é acompanhado de crescimento
do miométrio ocorre sobre-distensão uterina, com estiramento
das fibras e aumento do tono. Um exemplo típico é o polidrâmnio
Discinesias
Inversão do tríplice gradiente descendente
Predominância da atividade nas partes baixas do útero. A inversão
pode ser total, afetando os 3 componentes (intensidade, duração e
propagação) ou parcial, com comprometimento de apenas um ou
dois destes componentes.
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ETIOLOGIA
•Causa desconhecida em 50% das vezes.
•Principais causas conhecidas:
•Administração inadequada de ocitocina
•Sobredistenção uterina
•Descolamento Prematuro de Placenta
•Obstrução do canal de parto
•Analgesia peridural
•Corioamnionite
• Pré-eclâmpsia
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TRATAMENTO
•HIPERTONIAS/HIPERATIVIDADE:
•Descontinuar uterotônicos
•DLE
•Meperidina
•Tocolíticos
•HIPOTONIA/HIPOATIVIDADE:
•ocitocina (1 a 8 mUI/min)
•prostaglandinas (vaginal/intracervical)
•Descolamento de membranas amnióticas
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TRATAMENTO
INCOORDENAÇÃO UTERINA /INVERSÃO DO TRÍPLICE
GRADIENTE DESCENDENTE:
•Colocação da paciente em decúbito lateral
•Infusão de ocitocina em doses fisiológicas (1 a 8 mU/min)
•Amniotomia
•Analgesia e sedação (meperidina, prometazina); psicoterapia e
hipnose
•Anestesia de condução (peridural)
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Discinesias Inversão do tríplice gradiente descendente