TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A teoria da contingência vai bem mais longe do que a teoria
de sistemas quando aborda a problemática do ambiente.
Na teoria da contingência as condições de ambiente é que
causam transformações no interior das organizações.
Ou seja, o ambiente explica o fenômeno organizacional.
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Social
Organizacional
Gerencial
Político
ORGANIZAÇÃO
Conhecimento
Ecologia
Tecnológico
Valorização do
homem
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A palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que
pode suceder ou não.
A teoria enfatiza que não há nada de absoluto nas
organizações ou na teoria administrativa.
Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem contigencial
explica que existe uma relação funcional entre as condições
do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o
alcance eficaz dos objetivos da organização.
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O argumento é que a influência sobre a organização é ditada
não pelo ambiente, mas apenas pelo que interessa
diretamente a organização, isto é, a tecnologia existente no
ambiente.
Poderíamos dizer que uma corrente considera o ambiente
total vital para a organização, e outra corrente que considera
o ambiente de forma parcial. De qualquer maneira é o
ambiente que conduz a vida da organização.
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Uma característica relevante da teoria da contingência é a de
que não se consegue um alto nível de sofisticação
organizacional com a aplicação de um só modelo, ou seja,
não há uma só forma de tornar uma organização eficaz e
eficiente.
Haverá sempre diferentes alternativas (equifinalidade) para o
encaminhamento de estudos, problemas e carências
organizacionais.
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A teoria da contingência apresenta os seguintes aspectos
básicos:
a) A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema
aberto;
b) As características organizacionais apresentam uma interação
entre si e com o ambiente;
c) As características ambientais são as variáveis independentes,
enquanto as características organizacionais são variáveis
dependentes daquelas;
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ORIGENS
A origem da Teoria da Contingência se deu pela pesquisa de
Lawrence e Lorsch sobre a confrontação da organização
versus ambiente.
Os dois pesquisadores, preocupados com as características
que devem ter as empresas para enfrentar com eficiência as
diferentes condições externas e tecnológicas, fizeram a
pesquisa com dez empresas em diferentes meios industriais.
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As pesquisas, cada qual isoladamente, pretendiam confirmar
se as organizações mais eficazes seguiam os pressupostos da
Teoria Clássica.
Os seus resultados conduziram a uma nova concepção de
organização: a estrutura da organização e o seu
funcionamento são dependentes das características do
ambiente externo. Não há um único e melhor jeito (the best
way) de organizar.
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PESQUISA DE LAWRENCE E LORSCH SOBRE AMBIENTES
A pesquisa foi inicialmente imaginada com o sentido de
aplicação da teoria de sistemas abertos a problemas de
estruturas organizacionais e de prática administrativa.
O resultado final do estudo encaminhou a problemática
organizacional para dois aspectos básicos: diferenciação e
integração.
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As condições sob as quais as empresas trabalham são ditadas
“de fora” delas, isto é, do seu ambiente.
As contingências externas oferecem oportunidades e
imperativos ou restrições e ameaças que influenciam a
estrutura organizacional e os processos internos das
empresas.
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A diferenciação parte da relação que cada subsistema da
organização tem unicamente o que lhe é relevante.
Do ambiente geral emergem ambientes específicos, cada um
correspondendo a um ou mais subsistemas ou unidades da
organização.
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O conceito de integração é justamente o oposto do conceito
anterior.
Integração refere-se ao processo gerado por pressões vindas
do ambiente global da organização no sentido de alcançar
unidades de esforços e coordenação entre os vários órgãos ou
subsistemas.
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Segundo ainda os pesquisadores, os principais meios de integração
encontrados nas empresas estudadas foram:
a) um sistema formal de coordenação para assegurar a integração;
b) relacionamento
administrativo
direto
entre
unidades
(subsistemas);
c) hierarquia administrativa;
d) utilização de grupos inter funcionais em um ou mais níveis de
administração;
e) provisão para relações especiais entre indivíduos e criação de uma
unidade de integração.
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Esses meios de integração também são encontrados no Brasil,
principalmente em organizações de razoável complexidade.
Contudo, o item “e” é encontrado em um número mínimo de
organizações e, via de regra, a preocupação do funcionário da
área de recursos humanos é a de comunicar, por via oral, o
regulamento da organização. Mas, enfim, existe.
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PESQUISA DE BURNS E STALKER SOBRE ORGANIZAÇÕES
Tom Burns e G.M. Stalker pesquisaram vinte indústrias
inglesas para verificar a relação entre as práticas
administrativas e o ambiente externo dessas indústrias.
Classificaram as empresas pesquisadas em dois tipos:
organizações “mecanísticas” e “orgânicas”.
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As organizações orgânicas apresentam as seguintes características:
Estruturas organizacionais flexíveis e com pouca divisão de trabalho.
Cargos continuamente redefinidos por interação com outras pessoas que
participam da tarefa.
Descentralização das decisões, delegadas aos níveis inferiores.
Tarefas executadas por meio do conhecimento que as pessoas têm da
empresas como um todo.
Hierarquia flexível, com predomínio da interação lateral sobre a vertical.
Amplitude de controle administrativo mais ampla.
Maior confiabilidade nas comunicações informais.
Ênfase nos princípios da Teoria das Relações Humanas.
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As organizações mecanísticas apresentam as seguintes características:
Estrutura burocrática baseada em uma minuciosa divisão do trabalho.
Cargos ocupados por especialistas com atribuições bem definidas.
Centralização das decisões na cúpula da organização.
Hierarquia rígida de autoridade baseada no comando único.
Sistemas rígidos de controle: a informação ascendente sobe através de
uma sucessão de filtros e as decisões descem através de uma sucessão de
amplificadores.
Predomínio da interação vertical entre superior e subordinado.
Amplitude de controle administrativos mais estreita.
Maior confiança nas regras e procedimentos formais.
Ênfase nos princípios universais da Teoria Clássica.
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A conclusão de Burns e Stalker é que a forma mecanística de
organização é apropriada para condições ambientais estáveis,
enquanto a forma orgânica é apropriada para condições
ambientais de mudança e inovação.
No fundo, existe um imperativo ambiental: o ambiente que
determina a estrutura e o funcionamento das organizações.
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Toffler em seu livro Choque do Futuro retoma as conclusões
de Burns e Stalker ao salientar que a nova sociedade do
futuro será extremamente dinâmica e mutável.
Para poderem acompanhar o ambiente turbulento e mutável,
as organizações precisarão ser orgânicas, isto é, inovadoras,
temporais e antiburocráticas.
Uma nova forma de organização surgirá: a adhocracia, o
inverso da burocracia.
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A adhocracia é um sistema temporário, variável, fluido e
adaptativo, organizado em torno de problemas a serem
resolvidos por equipes de pessoas estranhas entre si e
dotadas de habilidades profissionais diversas.
A adhocracia significa uma trajetória clara rumo à
“desadministração” das organizações para liberá-las do
excesso de burocracia.
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A adhocracia caracteriza-se por:
1. Equipes temporárias e multidiciplinares de trabalho, isto e,
autônomas e auto-suficientes.
2. Autoridade totalmente descentralizada, ou seja, equipes
autogerenciáveis ou auto-administrativas.
3. Atribuições e responsabilidades fluidas e mutáveis.
4. Poucas regras e procedimentos, ou seja, muita liberdade de
trabalho.
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AMBIENTE
Ambiente é o contexto que envolve externamente a organização. É a
situação dentro da qual uma organização está inserida.
Os estruturalistas iniciaram a análise das organizações dentro de uma
abordagem múltipla envolvendo a interação entre organização e
ambiente.
Como o ambiente é extremamente vasto e complexo, as organizações não
podem absorvê-lo, conhecê-lo e compreendê-lo em sua totalidade e
complexidade, o que seria inimaginável. O ambiente pode ser analisado
em dois segmentos, o ambiente geral e o ambiente de tarefa.
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AMBIENTE GERAL
É o macro ambiente, tudo o que acontece no ambiente geral afeta direta
ou indiretamente todas as organizações. O ambiente geral é constituído
de um conjunto de condições semelhantes para todas as organizações,
como:
1. Condições Tecnológicas
2. Condições Legais
3. Condições Políticas
4. Condições Econômicas
5. Condições Demográficas
6. Condições Ecológicas
7. Condições Culturais
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Essas condições são fenômenos ambientais que formam um
campo dinâmico de forças que interagem entre si.
Esse campo de forças tem um efeito sistêmico.
Enquanto o ambiente geral é genérico e comum para todas as
organizações, cada organização tem o seu ambiente particular
e próprio: o ambiente de tarefa.
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AMBIENTE DE TAREFA
É o ambiente mais próximo e imediato de cada organização. É
o segmento do ambiente geral do qual cada organização
extrai as suas entradas e deposita as suas saídas. É o ambiente
de operações de cada organização e é constituído por:
1.Fornecedores de Entradas
2.Clientes ou Usuários
3.Concorrentes
4.Entidades Reguladoras
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Quando a organização escolhe o seu produto ou serviço e quando escolhe
o mercado onde pretende colocá-los, ela está definindo o seu ambiente
de tarefa.
A organização tem poder sobre seu ambiente de tarefa quando as suas
decisões afetam as decisões dos fornecedores de entradas ou
consumidores de saídas.
Ao contrário, a organização tem dependência em relação ao seu ambiente
de tarefa quando as suas decisões dependem das decisões tomadas pelos
seus fornecedores de entradas ou consumidores de saídas. As
organizações procuram aumentar o seu poder e reduzir sua dependência
quanto ao seu ambiente de tarefa e estabelecer o seu domínio. Esse é o
papel da estratégia organizacional.
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O problema atual com que as organizações se defrontam é a
incerteza. A incerteza é o desafio atua da Administração.
Contudo, a incerteza não está no ambiente.
A incerteza está na percepção e na interpretação das
organizações e não na realidade ambiental percebida. A
incerteza está na cabeça dos seus administradores. A
incerteza que se produz na organização acerca do ambiente é
a incerteza de saber quais são as oportunidades e ameaças
existentes no ambiente e como utilizá-las ou evitá-las,
respectivamente.
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TECNOLOGIA
Ao lado do ambiente, a tecnologia constitui outra variável
independente que influencia as características organizacionais
(variáveis dependentes). Além do impacto ambiental, existe o
impacto tecnológico sobre as organizações.
As organizações utilizam alguma forma de tecnologia para
executar suas operações e realizar suas tarefas. A tecnologia
adotada pode ser tosca e rudimentar, como pode ser
sofisticada.
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Sob um ponto de vista administrativo, a tecnologia se
desenvolve nas organizações através de conhecimentos
acumulados e desenvolvidos sobre o significado e execução
de tarefas – know-how – e pelas suas manifestações físicas –
máquinas, equipamentos, instalações – constituindo um
complexo de técnicas usadas na transformação dos insumos
recebidos em resultados, isto é, em produtos ou serviços.
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A Tecnologia pode estar ou não incorporada a bens físicos. A tecnologia
incorporada está contida em bens de capital, matérias-primas
intermediárias ou componentes etc. Corresponde ao conceito de
hardware.
A tecnologia não-incorporada encontra-se nas pessoas – como técnicos,
peritos, especialistas, engenheiros, pesquisadores – sob a forma de
conhecimentos intelectuais ou operacionais, facilidade mental ou manual
para executar as operações, ou em documentos que a registram e visam
assegurar sua conservação e transmissão – como mapas, plantas,
desenhos, projetos, patentes, relatórios.
Corresponde ao conceito de software.
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