LEITURAS OBRIGATÓRIAS
UFRGS - 2011
LISTA DE LEITURAS OBRIGATÓRIAS DO CONCURSO VESTIBULAR UFRGS 2011
LEITURAS OBRIGATÓRIAS PARA A PROVA DE LITERATURA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Para o Concurso Vestibular 2011, será exigida a leitura das seguintes obras:
Basílio da Gama - O Uraguai;
1.
2.
José de Alencar - Lucíola;
3.
Poemas de Álvaro de Campos, de Fernando Pessoa ( 1. Mestre, Meu Mestre Querido!, 2. Ao Volante do
Chevrolet pela Estrada de Sintra , 3. Grandes S ão os Desertos, e Tudo é Deserto, 4. Lisboa com suas
Casas, 5. Todas as Cartas de Amor São, 6. Ode Triunfal, 7. Lisbon Revisited (1923), 8. Tabacaria, 9.
Aniversário, 10. Poema em linha reta );
4.
Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas;
5.
Contos de Machado de Assis - O Caso da Vara, Pai contra Mãe, Capítulo dos Chapéus;
6.
Eça de Queirós - O primo Basílio;
7.
Manuel Bandeira - Estrela da vida inteira;
8.
Cyro Martins - Porteira Fechada;
9.
Guimarães Rosa - Manuelzão e Miguilim (Campo Geral e Uma estória de amor);
10
.
Dias Gomes - O Pagador de Promessas;
11
.
Rubem Fonseca - Feliz Ano Novo;
12
.
Cristóvão Tezza - O Filho Eterno.
FELIZ ANO NOVO
(1975)
RUBEM FONSECA
Professora: Ana Cristina R. Pereira
RIO DE JANEIRO
FELIZ ANO NOVO (CONTOS)
• Considerado um dos principais livros de
Rubem Fonseca, Feliz Ano Novo,
lançado em 1975, teve sua publicação e
circulação proibidas em todo o território
nacional um ano mais tarde, sendo
recolhido pelo Departamento de Polícia
Federal, sob a alegação de conter
"matéria contrária à moral e aos bons
costumes". Fazia uma espécie de
apologia da violência.
FELIZ ANO NOVO (CONTOS)
• O regime autoritário (a Ditadura Militar),
que tentava à força encobrir os problemas
que compunham a face obscura do país,
não suportou a linguagem precisa e
contundente dessa coleção de contos
que traduzem ficcionalmente a
verdadeira fratura exposta do corpo
social.
Proibição x Sucesso
• O sucesso rápido de Feliz ano novo ocorreu por
conta de seu conteúdo subversivo, pelo registro
da moderna vida urbana dos anos 70, no que que
ela tinha de pungente e assustadora. Muitos
leitores daqueles anos de opressão buscavam
uma literatura desafiadora em que estivessem
elementos como o erotismo, obscenidades,
expressões cotidianas e de baixo calão. Ao ser
proibida, a obra já havia vendido mais de trinta mil
exemplares.
O contexto histórico&social dos anos 70
• O Brasil estrutura-se, definitivamente, como
uma nação industrial, capitalista e moderna.
• Época marcada por graves desigualdades
sociais.
• Espetacular crescimento econômico (cerca
de 10% ao ano) = “milagre econômico” =
que acabou jogando o país num imenso e
trágico endividamento externo.
O contexto histórico&social dos anos 70
• Milhões de trabalhadores rurais rumam para
as cidades = uns se integraram
satisfatoriamente à vida urbana; outros
forma sobreviver nas favelas, que se
multiplicaram assustadoramente. Hoje, elas
circundam as metrópoles do país e, não
raro, as pequenas e médias cidades.
O contexto histórico&social dos anos 70
• Mudança de valores = derrocada final dos
códigos de existência da sociedade
patriarcal/agrária.
• Emerge a nova sociedade urbano-industrial
= individualismo + liberalismo sexual + culto
ao dinheiro + consumismo, etc.
• Cresce a onda de violência que passa a
dominar a periferia das cidades.
A CRÍTICA
• “Feliz Ano Novo é, do ponto de vista temático,
uma coletânea de faits divers da vida diária:
mesquinhas ocorrências, histórias sem glória
e sem heroísmo que nos jornais ganhariam
um canto de páginas policiais, (...) O que
inquieta no livro é que esse mundo marginal
distante se vai aos poucos revelando como
nosso próprio mundo, onde os desvios são
cada vez mais a norma”. (Zuenir Ventura. Visão, s/d)
A CRÍTICA
• “Poucos são capazes como ele de
descrever a vida nas grandes cidades
como uma verdadeira selva trágica, em
que o cotidiano aparece como um
conjunto de ciladas fatais e irreversíveis.”
(Fábio Lucas)
RUBEM FONSECA
•
•
•
•
A visão de mundo do autor:
Experiência como inspetor de polícia.
Aguda capacidade de observação.
Possui como matéria-prima os dois extremos
da nação: os que vivem à margem e os que
constituem o núcleo privilegiado do sistema.
Características gerais dos contos
• Um dos temas dominantes de seus textos é
a violência que impera nas ruas do país, em
uma espécie de guerra civil não declarada.
• Violência que brota das circunstâncias
sociais ou das pulsões subterrâneas dos
indivíduos que experimentam o fascínio do
mal, independentemente da classe a que
pertençam.
Características gerais dos contos
• Agilidade narrativa: preferindo a
intensidade dos enredos, os contos de
Rubem Fonseca não se perdem em
detalhes, em incursões psicológicas
desnecessárias ou descrições. As
narrativas são cruas, brutas e diretas.
Características gerais dos contos
• Humor negro: o humor de Rubem Fonseca
choca. Não cabem nos contos senão o riso
amarelo, porque os narradores (em geral
em primeira pessoa) exploram o patético (o
trágico, o sinistro) que se escancara na
realidade brasileira. Nesse caso, um
universo contrário à qualquer idealização é
retrato com a marca da desfaçatez (falta de
vergonha, descaramento).
Características gerais dos contos
• Violência: palavra que advém do verbo
violar(-se), a violência como tema atinge em
contos como Feliz ano novo e 74 degraus,
patamares poucas vezes vistos em termos de
literatura brasileira. E o grande segredo é
contrapor cenas grotescas, como os
atropelamentos de Passeio noturno I e II, a
uma atmosfera de normalidade e cinismo.
Características gerais dos contos
• Marginalidade: o tema dos desvios de
conduta servem para questionar a
normalidade da vida brasileira. Por isso,
prostitutas, pivetes, bandidos, embora não
alçados à condição heroica, recebem foco. O
choque advém, nesse caso, do sistema de
vida, do modo de raciocinar dessas
camadas brasileiras pertencentes à
realidade e tão pouco exploradas
artisticamente.
Características gerais dos contos
• Abismo social brasileiro: contrapondo,
como no caso do conto de abertura, a ótica
“marginal” ao universo da elite, Rubem
Fonseca ilustra o grande e repetitivo
problema brasileiro, apontado desde Euclides
da Cunha – os brasis que não se
encontram. Nessa medida, uma espécie de
guerra civil se conflagra do encontro das
várias facetas sociais de um mesmo país.
Características gerais dos contos
• A pornografia: outro tema bastante explicado no
conto Intestino grosso, a depravação sexual nada
mais seria que o retrato de um imaginário
oprimido – o da sexualidade – pelos tabus da
moral. No caso do autor, mais pornográficas seriam
as cenas de amor idealizado e puro das telenovelas,
nas quais uma realidade falsa e tacanha nos é
apresentada. Pornografia maior seria, portanto,
esconder a natureza humana ou a realidade de
um país fragmentado.
Características gerais dos contos
• O non-sense (sem sentido) da vida urbana:
retratando não só o mundo marginal, alguns
contos de Feliz Ano Novo são eficazes em mostrar
o absurdo da vida urbana de elite, desde
aqueles anos de chumbo até a atualidade. A falta
de sentido para as situações mais prosaicas da
vida escapam à hipocrisia, e personagens
buscam modos de viver absurdos, situações
anormais do ponto de vista da ética social e da
moral.
Características gerais dos contos
• A linguagem: a linguagem de Rubem Fonseca é
crua, bruta, agressiva. O uso dos palavrões, de
ironias ácidas, do deboche, acentuam o caráter de
enfrentamento da realidade e contribuem para a
verosssimilhança dos diálogos. Nesse sentido,
também merece destaque o uso de inúmeras
variedades de linguagem – convivem no mesmo
espaço o palavrão do marginal, o clichê do policial,
a doçura de alguma mocinha ingênua e o jargão do
jornalista.
Características gerais dos contos
• A solidão da modernidade: muitos
personagens vivem oprimidos, no cotidiano
solitário das grandes metrópoles, pela
sensação de isolamento e vácuo na alma.
Ainda que a cidade possa lhes oferecer
amplas possibilidades eróticas, os afetos
mais intensos e as relações mais
duradouras estão ausentes.
Características gerais dos contos
• Todas as paixões e todos os vínculos são
efêmeros, e a obsessão desses
personagens é o exercício do sexo, como
se ele fosse a única alternativa ao vazio
da existência e como se na satisfação física
do desejo residisse a última prova de que
ainda estão vivos.
CONTOS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Feliz ano novo
Corações solitários
Abril, no Rio, em 1970
Botando pra quebrar
Passeio noturno (Parte I)
Passeio noturno (Parte II)
Dia dos namorados
O outro
CONTOS
9. Agruras de um jovem escritor
10. O pedido
11. O campeonato
12. Nau Catrineta
13. Entrevista
14. 74 Degraus
15. Intestino grosso
Feliz Ano Novo
• Narrativa em primeira pessoa.
• Visão parcial da realidade = registra os fatos
e faz falsas racionalizações sobre o motivo
de tantos gestos brutais.
• Uso contínuo de gírias = ex. = “transar”.
• O narrador-personagem é um bandido que
fez o ginásio, portanto tem formação escolar
superior a de seus companheiros.
Feliz Ano Novo
• O narrador, em sua fala, revela um tom de
ressentimento social.
• Predomínio de uma objetividade gélida,
com quase nenhuma investigação da
interioridade dos personagens, na narração e
nos diálogos do conto.
Feliz Ano Novo
• Aspecto chocante = o amoralismo dos
bandidos = em nenhum momento eles são
atormentados por qualquer remorso ou culpa
de suas atrocidades.
• O ódio aos ricos é pretexto para o mais
completo desprezo pela vida alheia.
Feliz Ano Novo
• Um face perversa = a revelação da falta de
escrúpulos morais e a urgência de
prazeres imediatos, que originavam-se do
declínio de uma sociedade patriarcal e
católica, comandada por valores rígidos, e o
conseqüente triunfo de uma sociedade
voltada para as satisfações dos apetites
individuais (sexo, dinheiro, sucesso).
Passeio noturno (Partes I e II)
• As duas partes são narradas em primeira
pessoa.
• O narrador-personagem pertence às classes
mais abastadas do país.
• Apesar de sua riqueza, ele só se tranquiliza
quando assassina alguma pessoa inocente
(normalmente mulheres) com seu automóvel.
Passeio noturno (Partes I e II)
• Depois de eliminar friamente suas vítimas, o
narrador pensa apenas nos problemas de
sua empresa.
• A indiferença da esposa e dos filhos e o tédio
em que todos parecem viver sublinham a
alienação de um universo burguês sem
perspectivas.
Passeio noturno (Partes I e II)
• A exemplo do que ocorre no conto Nau
Catrineta, a brutalidade criminosa pode ser
entendida como uma metáfora da opressão
das classes superiores sobre as subalternas.
Dia dos namorados
• Novidade técnica = o conto é narrado,
simultaneamente, em primeira e terceira
pessoa.
• Em primeira pessoa = Mandrake = que
parece ser um detetive cínico e durão =
contratado para deter um processo de
chantagem.
Dia dos namorados
• Em terceira pessoa = acompanhamos o
processo de aproximação e de envolvimento
entre um banqueiro e um travesti e a
consequente extorsão feita por este em
relação aquele.
Dia dos namorados
• O conto possui uma
estrutura de narrativa
policial = há uma chantagem
em curso e cabe ao detetive
particular resolver a questão.
Dia dos namorados
• Registre-se, contudo, que mais do que
deslindar o ato criminoso, interessa
registrar o cotidiano terrível das
grandes cidades e, simultaneamente,
desnudar os dramas humanos
desencadeados pelas ações que
rompem a lei e a ordem.
Dia dos namorados
• Mandrake – que aparecerá em outras narrativas
do autor como advogado criminalista – é o típico
anti-herói da nova ficção contemporânea. Segue
a tradição (da ficção norte-americana
contemporânea) dos detetives de Dashiel Hammet
e Raymond Chandler, que abandonam as
deduções de sofisticada racionalidade – típicas de
Sherlock Holmes - , substituindo-as por ações
violentas e frequentes transgressões da ordem
jurídica.
Dia dos namorados
• Esses personagens, apesar do cinismo e de
serem movidos fundamentalmente por
dinheiro e sexo, acabam impondo (por linhas
tortas) algum princípio de justiça num mundo
em que a moral e a ética se dissolvem e o
bem e o mal se confundem.No caso de
Mandrake ao mesmo tempo que a
chantagem lhe repugna, ele não sente culpa
em ficar com o dinheiro e com a Mercedes do
banqueiro.
Abril, no Rio, em 1970
• Narrado em primeira pessoa por um jovem
órfão, contínuo, que sonha com a fama e o
triunfo pessoal na esfera do futebol.
• Trata-se, talvez, do texto mais delicado do
livro = num mundo regido pela busca da
glória e da ascensão social a qualquer preço,
o protagonista naufraga e se refugia em sua
interioridade.
Abril, no Rio, em 1970
• O jovem, que aspira ao sucesso por meio do
futebol, acaba por demonstrar incapacidade
de adaptação aos novos tempos e
experimenta o fracasso.
• Conto que apresenta o tema da solidão
dos indivíduos nas grandes metrópoles,
onde vivem oprimidos pela sensação de
isolamento e vácuo na alma.
Abril, no Rio, em 1970
• Temática do futebol = dialética entre o
sonho de triunfo financeiro e popularidade
que ele possibilita aos jovens de baixa
extração social e a decepção que
normalmente resulta do colapso dessas
expectativas.
Corações Solitários
• Narrado em primeira pessoa por um
jornalista que trabalhava como repórter de
polícia, mas após ser demitido vai trabalhar
num jornal voltado, aparentemente, para o
público feminino.
• O relato delimita um permanente jogo de
máscaras = aparência e realidade se
misturam continuamente, numa sucessão de
ficções e enganos.
Corações Solitários
• Na redação do jornal Mulher, os homens
adotam pseudônimos femininos.
• O narrador assume nome de escritores
consagrados.
• As cartas do correio sentimental são
inventadas.
• O jornal, feito para mulheres da classe C,
provavelmente é mais lido por homens da
classe B.
Corações Solitários
• Em síntese = nada é o que aparenta ser.
• Neste “palácio de ilusões”, o narrador acaba
desvendando a verdadeira identidade sexual
do editor chefe.
• A mudança da relação pessoal entre o
editor, Peçanha, e o narrador, por conta da
descoberta da identidade do leitor
homossexual.
Corações Solitários
• Ao descobrir que o leitor homossexual que
lhe escrevia (Pedro Redgrave) era na
verdade o próprio editor, o tolerante
conselheiro (Nathanael Lessa = o narrador)
se vê levado, no final do conto, a um
constrangido sentimento de cumplicidade
com seu chefe.
Corações Solitários
• A revelação do homossexualismo enrustido
do editor, só manifesto nas cartas sob
pseudônimo, traduz a dificuldade ainda
existente, na década de 1970, de um
indivíduo assumir sua sexualidade
independentemente dos padrões
convencionais de comportamento.Isso é
reforçado pelo doloroso suspiro de Peçanha
no final do relato.
Corações Solitários
• As pretensões culturais do narrador:
sonhava em ser escritor = seu pseudônimo
Nathanael West é uma homenagem a dois
autores importantes = Nathanael West,
autor de Miss Corações Solitários
(romance sobre um jornalista que também é
responsável pela edição do correio
sentimental e enfrenta dificuldades com o
cínico e brutal editor que comanda a
publicação), e Ivan Lessa, cronista do
Pasquim, famoso por sua veia satírica.
Corações Solitários
• O narrador também faz uma série de
referências literárias que de nada servem
naquele jornal popularesco.
• Quando se vê obrigado a escrever as
fotonovelas, adota o pseudônimo de Clarice
Simone (homenagem a Clarice Lispector e
a Simone de Beauvoir, escritora feminista
francesa, companheira de J. P. Sartre).
Corações Solitários
• Também recorre a plágios de peças de
dramaturgos clássicos que conhece, de
Sófocles a Tchekhov.
• O conto é marcado por um mergulho no
cotidiano das classes baixas da grande
cidade, representado tanto pelo uso do
imaginário e da cultura kitsch ( cultura de
massas) quanto pelo registro do ambiente
degradado do jornal.
Botando pra quebrar
• Narrado em primeira pessoa, o conto é
praticamente um monólogo de um sujeito
encurralado pelas agruras da vida e pela
falta de oportunidades devido a sua condição
de ex-presidiário.
Botando pra quebrar
•
A resposta às injustiças do
mundo por meio da violência
irracional é típica de
protagonistas de muitos contos
de Rubem Fonseca.
Botando pra quebrar
• Como acentuou o crítico Alfredo Bosi, há
nestas histórias “uma impossibilidade de
encontro, de diálogo,(...) e uma
declaração explicita de apelo à violência
como única forma de resolução de
conflitos.(...) Trata-se de um universo que
encerra a desesperada alienação do
homem urbano.”
Botando pra quebrar
• A exemplo dos outros contos de Feliz ano
novo, este tem sua situação dramática
apresentada em “lances rápidos, de
impressionante realismo e concisão”, tanto
na caracterização dos personagens quanto
na descrição do ambiente.
Intestino Grosso
• Narrado em primeira pessoa por um
repórter = composto por uma entrevista
realizada com um Autor (sem identidade
esclarecida).
• A estrutura do conto possui o aspecto de
uma entrevista jornalística, seguindo um
formato que mais se assemelha a um
texto de jornal ou revista do que a de um
conto.
Intestino Grosso
• Para muitos críticos, este conto é uma
espécie de “profissão de fé” de Rubem
Fonseca, pois aqui ele faz uma declaração
explícita sobre o que considera pornografia,
expressa seu repúdio à censura, e debate o
significado de sua literatura no cenário
contemporâneo do Brasil.
Intestino Grosso
• Discussão entre o que é de fato
pornográfico e obsceno: o sexo
escancarado (o uso de expressões cruas)
ou a pobreza (representada pela falta de
dentes) é bastante pertinente à década de
1970, quando a censura vigiava
intensamente a criação artística.
Intestino Grosso
• Neste sentido, a crítica do escritor
dirige-se à superficialidade do debate
literário no Brasil, já que enquanto se
vivia um período de repressão estatal, do
governo ditatorial, e a miséria germinava
na periferia das grandes cidades, a
polêmica em torno do uso ou não de um
palavrão parecia mais importante.
Intestino Grosso
• De certa maneira, o escritor revelado em
Intestino Grosso antecipa a época do
artista-celebridade, do espetáculo da
mídia, do ser que se torna famoso mais
por suas declarações e conduta pública
do que pela própria obra.
Referência Bibliográfica
• Leituras Obrigatórias 2011/Sergius
Gonzaga, Flávio Azevedo, Altair Martins,
Eduardo Wolf, Antonio Sanseverino,
Fernando Brum, Ana Cristina Pereira,
João Armando Nicotti, Vanderlei Vicente,
José Hildebrando Dacanal, Dionísio
Monteiro, Pedro Gonzaga. – Porto Alegre:
Leitura XXI, 2010.
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FELIZ ANO NOVO (1975) RUBEM FONSECA