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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAIS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ANÁLISE DA CAPTAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DA
ÁGUA DA CHUVA EM PERSIGAIS
Fabiano José Volkweis
Chapecó
06/10
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FABIANO JOSÉ VOLKWEIS
ANÁLISE DA CAPTAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DA
ÁGUA DA CHUVA EM PERSIGAIS
Trabalho de Monografia II apresentado
ao Curso de Engenharia Civil, área de
ciências exatas, da Universidade
Comunitária da Região de Chapecó,
como requisito à obtenção do grau de
Engenheiro Civil.
Orientador: Profª. Andrea
Foltran Menegotto
Chapecó
06/10
Giovana
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Dedico este trabalho a minha família, base
da minha vida para todos os momentos,
sejam eles bons ou ruins.
4
AGRADECIMENTOS
À meus pais, meus irmãos, meus avós, meus amigos de faculdade, que com muito
carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha
vida.
Ao Professor e orientador Mauro Leandro Menegotto pela dedicação na orientação e
incentivo o que tornou possível a conclusão desta monografia.
A professora e orientadora Andrea Giovana Foltran Menegotto, por seu apoio, paciência
e auxílio no aprimoramento dos meus conhecimentos e conceitos que me levaram a
execução e conclusão desta monografia.
5
Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz
somente até onde os outros foram.
Grahan Bell
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RESUMO
VOLKWEIS, F. J. Análise da Captação e Quantificação da água da Chuva em
Persigais. 2010. Trabalho de Conclusão – Curso de Graduação em Engenharia Civil,
Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Unochapecó, Chapecó, 2010.
O presente trabalho de conclusão de curso, trás em suma uma breve pesquisa histórica
sobre a captação da água da chuva, ressaltando a importância em se coletar a água
originada de precipitações pluviométricas e os cuidados que devem ser tomados neste
processo. Tendo como objetivo maior, analisar um sistema de captação da água da
chuva quanto à viabilidade de uso em um persigal. E também quantificar a água
utilizada no processo de engorda suína. Para a verificação e obtenção dos dados foi
necessário utilizar-se de revisões bibliográficas tendo autores como referências. Para
ampliar a coleta de dados foi necessário recorrer a pesquisas a campo. Deste modo
pode-se afirmar que um sistema de captação de água da chuva é constituído
basicamente por: área de captação, calhas coletoras, filtro, tubos condutores e cisterna.
O local onde se situa a superfície de captação, assim como, as calhas, são mecanismos
fundamentais para a qualidade da água coletada, podendo essa ser de qualidades
variáveis dependendo do grau de contaminação desses fatores. A água captada pelo
sistema estudado visa o uso da água para fins não potáveis, ou seja, não é usada para
ingestão. Para o bom funcionamento do sistema de captação foi possível verificar que
devem ser tomados alguns cuidados como: não permitir o acesso de animais sobre a
área de captação e descartar a água dos primeiros 15 minutos de chuva. Com isso, é
possível aumentar a qualidade da água e do sistema em si. Em relação à quantificação
da água utilizada para a engorda suína, o processo de contabilizar a água se faz
importante no quesito de obtenção de dados, pois certos alimentos ou produtos levam
uma carga de água muito grande para serem processados, tendo em vista a escassez que
a humanidade vem enfrentando, isso futuramente pode acarretar na inviabilidade do uso
desses produtos, devido à quantidade excessiva de água consumida no processo de
produção. A quantificação da água efetuada no trabalho em questão mostra que à
medida que esses animais se desenvolvem, o consumo de água diminui, tendo em vista
a massa corporal desses indivíduos. Isso é explicado, devido a animais da espécie suína
de maior porte possuir capacidade mais elevada de retenção de urina e menor perda de
água pelos pulmões.
Palavras chave: captação da água, persigal, quantificação da água, suínos, escassez.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1:Pedra Moabita da civilização Inca....................................................................14
Figura 2: Fortaleza de Massada em Israel.......................................................................15
Figura 3: Fortaleza dos Templários em Portugal............................................................16
Figura 4: Pocilga analisada para a quantificação da água...............................................38
Figura 5: Maternidade, subdivisão do persigal................................................................39
Figura 6: Creche, subdivisão do persigal.........................................................................39
Figura 7: Bebedouro do tipo chupeta..............................................................................40
Figura 8: Caixa de água do persigal................................................................................43
Figura 9: Ramificação do tubo de água que abastece o persigal.....................................43
Figura 10: Hidrômetro.....................................................................................................43
Figura 11: Rompimento do tubo para instalação do hidrômetro.....................................44
Figura 12: Instalação do hidrômetro ao tubo...................................................................44
Figura 13: Primeira leitura realizada pelo hidrômetro.....................................................44
Figura 14: Detalhe da calha.............................................................................................51
Figura 15: tubulações na parte externa do solo...............................................................52
Figura 16: Cisterna construída próximo ao desnível.......................................................52
Figura 17: Caixa de dejetos próximo ao telhado de captação.........................................53
Figura 18: Local de instalação do filtro...........................................................................53
Figura 19: Peneira usada no filtro....................................................................................54
Figura 20: Parafuso utilizado para auxiliar na remoção da peneira................................54
Figura 21: Tubo de PVC usado para o corpo do filtro....................................................55
Figura 22: Abraçadeiras metálicas utilizadas para fixação das peneiras.........................55
Figura 23: Detalhe das abraçadeiras fixando as peneiras................................................56
Figura 24: Luva alterada para auxiliar na manutenção do filtro......................................56
Figura 25: Remoção do filtro para limpeza.....................................................................57
Figura 26: Material retido na peneira..............................................................................57
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tratamento da água em relação à utilização das água pluviais.....................23
Tabela 2 – Grau de pureza relacionado à área de coleta indicando a sua utilização.......24
Tabela 3 – Dados obtidos para a quantificação da água nos meses de fevereiro a
abril........................................................................................................................ .........65
Tabela 4 – Laudo da análise microbiológica antes da instalação do filtro......................71
Tabela 5 – Laudo da análise microbiológica após a instalação do filtro.........................72
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇAO........................................................................................................ 11
1.1 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 12
1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA .......................................................................................13
1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................... 13
1.4 OBJETIVO GERAL.................................................................................................13
1.4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................13
2.1 CAPTAÇÃO E APROVEITAMENTO DA ÁGU DA CHUVA...........................14
2.1.1 Captação e aproveitamento da águ da chuva....................................................14
2.2.IMPORTÂNCIA
EM
SE
COLETAR
ÁGUA
DA
CHUVA............................................................................................................................7
2.2.1 Conceito sobre água de qualidade ......................................................................19
2.3 CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS QUANTO AO USO A ÁGUA
CAPTADA DA CHUVA..............................................................................................25
2.4 SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA............................................ 27
2.4.1 Componentes do sistema de captação da água da chuva..................................... 28
2.4.1.1 Superficie de captação da água da chuva ......................................................... 29
2.4.1.2 Calhas e tubulações ......................................................................................... 29
2.4.1.3 Cisternas e reservatórios .................................................................................. 30
2.5 NECESSIDADE EM QUANTIFICAR A ÁGUA .............................................. 32
3 TIPO DE PESQUISA UTILIZADA PARA O TEMA EM ESTUDO
.................................................................................................................34
Pesquisa
de
Campo
................................................................................................34
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 34
4. ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 36
3.1.
4.1 PERSIGAL ONDE FOI ELABORADO A QUANTIFICAÇÃO DA
ÁGUA DE ANIMAIS DA ESPÉCIE SUÍNA .......................................... 36
4.1.1 Quantificação da água para criação suína realizada pelo
proprietário do persigal, sem auxilio de medidores de água .............. 36
4.2. LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DO TOTAL DE SUÍNOS DO
PERSIGAL PARA A QUANTIFICAÇÃO DA ÁGUA REALIZADA
COM O AUXÍLIO DO HIDRÔMETRO .............................................40
4.2.1Quantificação
da
água
do
persigal
com
hidrômetro...........................Erro! Indicador não definido.1
o
uso
de
4.2.2 Amostragem gráfica da quantificação de água do persigal,
realizada com o auxílio de um hidrômetro ........................................... 44
4.2.3 Análise gráfica do consumo de água contabilizada com o uso de
um hidrômetro nos meses de março, abril e maio ............................... 46
4.2.4 Análise gráfica do consumo de água por unidade suína nos meses
de março, abril e maio ............................................................................ 48
4.3 ANÁLISE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA
REALIZADA NO PERSIGAL ................................................................. 49
4.3.1 Proposta do filtro para captação da água da chuva ................... 51
4.3.1.1 Funcionamento e manutenção do filtro .................................... 56
4.3.2 Laudo da análise microbiológica da água do persigal ................ 57
10
4.3.2.1 Esclarecimentos sobre a análise microbiológica realizada no
persigal ..................................................................................................... 57
4.4. ESTUDO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NECESSÁRIA
PARA ENCHER O RESERVATÓRIO DE ÁGUA DO PERSIGAL ...... 58
5. RESULTADOS E ANÁLISES ........................................................... 59
5.1. RESULTADOS OBTIDOS PELA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA
DA ÁGUA EM FUNÇÃO DO FILTRO NO PERSIGAL ....................... 59
5.2. CONSUMO DE ÁGUA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA ........60
5.3. COMPARAÇÃO DOS DADOS ENTRE OS MÉTODOS DA QUANTIFICAÇÃO
REALIZADA PELO PRODUTOR E HIDRÔMETRO NO PERSIGAL .................... 61
APÊNDICES.................................................................................................................63
5. CONCLUSÃO...........................................................................................................72
REFERÊNCIAS...........................................................................................................75
11
12
1.INTRODUÇÃO
A escassez dos recursos hídricos obriga a mudança do regime das águas, tornando-as
públicas, fazendo com que se dê ênfase à preservação dos cursos d’água e à sua
qualidade. O Código Florestal foi consideravelmente modificado no ano de 1989 para
dar proteção mais abrangente aos cursos e corpos d’água. A ênfase legislativa, por
tanto, incide na racionalização do uso primário da água, estabelecendo princípios e
instrumentos para sua utilização. Pouco ou quase nada houve de preocupação
legislativa no Brasil para fixação de princípios e critérios para reutilização ou para
captação da água. (MANCUSO; SANTOS, 2003).
Segundo os dados fornecidos pelo Banco Mundial (2000), no Brasil, cerca de 61% da
água doce é consumida pela agricultura, 18% pela indústria e 21% para usos
domésticos. Outro dado muito relevante é que o consumo de água no país duplicou
nesses últimos 40 anos, esse fato mostra que a maior preocupação com a demanda de
água está relacionada com a agricultura, o que requer uma maior conscientização da
parte dos agricultores para que os mesmos saibam qual o consumo de água utilizada em
sua propriedade (GUILHERME; MATTOS, 2005).
Segundo Palhares (2005), se o produtor de suínos souber o quanto de água necessita
para atender a demanda de sua produção, ele saberá se as fontes disponíveis na
propriedade são suficientes e, caso não sejam, cabe a ele providenciar medidas capazes
de atender as exigências estabelecidas em relação ao consumo de água. Outra vantagem
em se conhecer o consumo de água da propriedade diz respeito ao meio ambiente, pois
a água é um recurso natural que deve ser conservado, sendo aproveitada em sua
totalidade, de modo que não ocorram desperdícios.
De acordo com Palhares (2005), a prática da suinocultura é marcada pela grande
utilização de água consumida em sua produção e limpeza de suas instalações e é
classificada como uma atividade potencialmente impactante quando relacionada com o
consumo de água. A utilização de água de rio para retirada de dejetos suínos de uma
instalação é proibida, isso requer que o produtor encontre outra forma de aquisição para
esta prática, e uma opção é a utilização de um sistema de captação da água da chuva
como meio alternativo.
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Segundo Perdomo (2001), na suinocultura a água da chuva pode ser usada para fins de
limpeza e manutenção e isso implica em menos desperdício de água potável. Os
desperdícios podem ter várias implicações, a exemplo do umedecimento do piso e
estímulo ao comportamento excretório dos animais em áreas impróprias, diluição e
aumento do volume de água para a higienização e elevando os custos de coleta,
armazenagem, tratamento e distribuição. Seja qual for a forma de criação, a
suinocultura é atividade de grande potencial poluidor, face ao elevado número de
contaminantes gerados pelos seus efluentes, cuja ação individual ou combinada, pode
representar importante fonte de degradação do ar, dos recursos hídricos e do solo.
1.1 JUSTIFICATIVA
O tratamento Jurídico das águas no Brasil, até o advento da constituição Federal de
1988, sempre considerou a água como bem inesgotável, passível de utilização
abundante e farta. Esse pensamento, aliás, pauta a utilização de recursos ambientais no
mundo até pouco tempo, mais da metade do século XX. Onde a constituição assegurava
o uso gratuito de qualquer corrente ou nascente e tratava os conflitos sobre o uso das
águas como meras questões de vizinhança. A consciência de que os recursos hídricos
tem fim e, portanto, merecem um tratamento jurídico mais adequado, ganha contorno
definido com a própria Constituição Federal de 1988 e a da lei que instituiu a Política
Nacional de Recursos Hídricos (MANCUSO; DOS SANTOS, 2003).
Além dos problemas relacionados à quantidade de água tais como estiagens e cheias, há
também aqueles relacionados à qualidade da água. A contaminação de mananciais
impede, por exemplo, seu uso para abastecimento humano. A alteração da qualidade da
água agrava o problema, contribuindo para a falta desse recurso, o que mostra mais a
importância em preservá-la e buscar alternativas para o uso correto e consciente da
água (BRAGA; SPENCER, 2004).
O estudo da viabilidade de uso na captação da água da chuva e da quantificação de
água em persigais é de grande importância no quesito de conscientizar na redução e na
necessidade de usar a água de forma correta e consciente, assim como, no fato de obter
formas alternativas de coleta e armazenamento de água para esse fim em ocorrência de
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da grande demanda de água usada para a produção de suínos, tendo em vista a escassez
desse líquido que cada vez se torna mais honorável.
1.2. DEFINIÇÃO DO TEMA
Análise da captação e uso da água da chuva para fins de limpeza e manutenção de
pocilgas, bem como a quantificação da água necessária para o desenvolvimento da
espécie suína enquanto permanentes no local de estudo.
1.3. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Como a análise da eficiência do sistema de captação da água proveniente de
precipitações pluviométricas podem gerar vantagens e economia em relação ao uso
indiscriminado de água potável para desenvolvimento de atividades suínas?
1.4. OBJETIVOS
1.4.1. Objetivo Geral
Analisar a viabilidade de uso do sistema de captação de água da chuva de um persigal,
em virtude da economia e a contribuição ecológica fornecida pelo sistema quanto ao
desperdício de água de qualidade, e quantificar toda a água necessária para a atividade
em estudo.
1.4.2. Objetivos Específicos
a) Realizar uma breve pesquisa histórica e apresentar os resultados gerados pela
captação e utilização da água da chuva.
b) Ressaltar a importância e a necessidade da coleta de água através de meios
alternativos, especificamente água originada por precipitações hidrográficas para fins
não potáveis.
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c) Quantificar a água utilizada no processo de engorda suína, através de hidrômetro.
d) Analisar a viabilidade do uso da água originada de precipitações pluviométricas para
lavagem e manutenção de persigais.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. CAPTAÇÃO E APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA
2.1.1. Captação da água da chuva e seu contexto histórico
Segundo Gnadlinger (2000), a captação ou coleta da água da chuva vem sendo uma
técnica usada há muitos anos por alguns povos, principalmente em regiões áridas e
semi-áridas onde as chuvas são escassas durando apenas poucos meses e ocorrem em
locais diferentes. A técnica da coleta da água da chuva foi desenvolvida e difundida
independentemente em diversas partes do mundo e em diferentes continentes há
milhares de anos, o primeiro registro que se tem do uso da água da chuva é verificado
na pedra Moabita (figura 1), data de 830 a.C, que foi achada na antiga região de Moab,
perto de Israel.
Ainda Gnadlinger (2000), o rei Mesa dos Mohabita no Oriente Médio, sugestiona que
seja feito um reservatório para captação e aproveitamento da água da chuva em
residências e estabelecimentos comerciais, pois não havia cisternas dentro da cidade de
Qarhoh, por isso disse ao povo: Que cada um de vós faça uma cisterna para si mesmo,
na sua casa. A fortaleza de Massada em Israel (figura 2), cerca de 150 a 76 a.C, possui
dez reservatórios cavados nas rochas com capacidade total de 40 milhões de litros.
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Figura 1: Pedra Moabita
Figura 2: Fortaleza de Massada, Israel
Diz Tomaz (2003), em Portugal na cidade de Tomar, encontra-se a fortaleza dos
templários (figura 3), cuja construção data no início de 1160 d.C, essa construção
contém dois reservatórios com a finalidade de captação de águas pluviométricas, sendo
um com capacidade de 215 m³ e o outro com 145 m³ de armazenamento. Os principais
motivos que os levaram a construir esses reservatórios foram basicamente os seguintes:
a) Conscientização e sensibilidade da necessidade da conservação da água;
b) Região com disponibilidade hídrica menor que 1200 m³/hab./ano;
c) Instabilidade do fornecimento de água pública;
d) Exigência de lei específica;
e) Locais onde a estiagem é maior que 5 meses;
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f) Locais ou regiões onde o índice de aridez seja menor ou igual a 0,50.
Figura 3: Fortaleza dos templários, Portugal
O México é um dos países mais ricos em construções e civilizações antigas que
possuíam coleta e armazenagem da água da chuva, civilizações do século X, como
Aztecas e Maias, tinham em suas arquiteturas sistemas de captação e armazenagem tão
bem elaborados que a agricultura desses povos era basicamente irrigada com a água
dessas cisternas (GNADLINGER, 2000).
De acordo com Tomaz (2003), em Roma no ano de 1885 foram encontrados doze
reservatórios subterrâneos com entrada superior. Cada uma dessas unidades tinha
capacidade de armazenamento de 98 m³, esses reservatórios tinham a finalidade de
abastecer as comunidades. No palácio de Knossos, na Ilha de Creta, em meados de
2000 a.C., era aproveitada a água da chuva para descargas em bacias sanitárias.
2.2. IMPORTÂNCIA EM SE COLETAR A ÁGUA DA CHUVA
Segundo Pandolfo et al.(2002), as precipitações médias anuais nas diferentes regiões
catarinenses varia de 1100 a 2900 mm. Estes valores indicam uma disponibilidade
hídrica de razoável a excelente em se tratando de aproveitamento de água da chuva.
As atividades humanas associadas ao crescimento demográfico, vem exigindo maior
atenção quanto ao uso de água para as mais diversas finalidades. Essas necessidades
cobram seus tributos tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, gerando uma
questão de maior atenção em centros urbanos de maior desenvolvimento industrial e
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agrícola. Há também a problemática de regiões onde a escassez e a má distribuição de
água são fatores que limitam o processo de desenvolvimento, e essa situação tende a se
agravar ao longo do tempo em razão do crescente uso da água nos próximos anos. Isso
decorre do aumento populacional, da instalação de mais indústrias e do uso mais
intensivo do solo para fins agrícolas (MANCUSO; SANTOS, 2003).
A utilização da água da chuva é um fator importante a ser considerado pois seria uma
medida de controle contra a falta ou até mesmo o excesso de água, o qual causa
inundações e outros processos desagradáveis comprometendo a saúde pública. A água
reaproveitada pode ser utilizada na recarga do lençol freático, na geração de energia, na
irrigação, na reabilitação de corpos d’água, na refrigeração de equipamentos, na
lavagem de ruas e feiras livres, na limpeza de monumentos, na descarga sanitária e
limpeza de banheiros, em sistemas de controle de incêndio, lavagem de pátios, em
irrigação de jardins e da agricultura, nas fontes luminosas, etc. Em vários países do
mundo a coleta da água da chuva é uma prática utilizada e planejada de acordo com o
horizonte de trabalho para o qual se destina, e tem obtido muito sucesso em diversos
processos. Com isso, preserva-se a água potável para o atendimento exclusivo das
necessidades que exigem sua pureza e para o consumo humano (ZAIZEN et al, 1999).
A produção de água de boa qualidade, dentro dos padrões mundiais de potabilidade,
torna-se cada vez mais onerosa, induzindo-se a priorização do abastecimento para
consumo humano. Ao mesmo tempo, a adoção de tarifas escalonadas vem,
gradualmente, tornando proibitivo o uso de água potabilizada para processos
industriais. Em decorrência dessas tendências, uma alternativa para a atividade
industrial é a utilização de água captada por precipitações pluviométricas, assim como
uma saída muito eficaz seria o reuso da água. (MANCUSO; SANTOS, 2003).
De acordo com Fendrich e Oliynik (2002), a captação de águas pluviais além de
auxiliar na redução de enchentes e na diminuição do uso de água de melhor qualidade
para fins não nobres, ela garante suprimento de água no lençol freático, devido que com
a captação de água da chuva a infiltração é mais lenta pois terá menos quantidade de
água permitindo uma maior absorção de água no solo, gerando melhorias ambientais e
mantendo vazões adequadas em rios nos períodos de seca, colaborando para uma
diminuição de poluição hídrica e aumentando seu poder de autodepuração.
Coletar e armazenar água de chuva para ser utilizada nas descargas de vasos sanitários,
lavação de carros e calçadas, irrigação de jardins, pode se tornar uma solução desejável
para minimizar os problemas de abastecimento de água em regiões litorâneas onde
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ocorre uma notável escassez principalmente em períodos veraneios em que suas
populações praticamente duplicam, além de ir de encontro à preservação ambiental do
planeta (SICKERMANN, 2003).
Segundo Braga e Spencer (2004): “é essencial que nos preocupamos em captar e
armazenar a água da chuva”. Determinados usos de recursos hídricos fazem com que
parte da água que é utilizada não retorne ao corpo de água do qual foi retirada. Tais
usos são denominados consuntivos. Exemplos de usos consuntivos são a irrigação, o
abastecimento urbano e o abastecimento industrial. Usos consuntivos em geral
conflitam com outros usos em função da retirada da água que provocam no sistema
aquático. Sendo que nesses locais há uma necessidade ainda maior de reposição de
água, e a prática mais eficiente a curto prazo seria a captação e armazenamento de
águas pluviais, a qual minimizaria o problema.
Brunet (2001), afirma que com a captação da água da chuva em pequena ou grande
escala, é possível diminuir o uso da demanda de água superficial ou subterrânea para
irrigação. Cerca de 40% da água destinada à áreas urbanas são para fins de irrigação.
Esta utilização é especialmente indicada para ambientes rurais, devido ao tamanho e
área necessária para os reservatórios. Sistemas completos de coleta de águas pluviais,
são capazes de fornecer água de acordo com a demanda total para uso doméstico.
Há muito tempo ouve-se falar que a água é um bem finito. Muitos a
classificam como insumo do século, e afirmam ainda que ela será causa de
conflitos internacionais em razão de sua disputa. Esse “insumo básico” de
quase todos os processos industriais, a água é vital para a produção de
alimentos e ao mesmo tempo para o crescimento da população, que por sua
vez, vem demandando continuamente utilizando mananciais e os deixando
cada vez mais poluídos e deteriorados. Além disso, novos mananciais,
necessários para suprir essas demandas, encontram-se cada vez mais
distantes dos centros consumidores. (MANCUSO; SANTOS, 2003).
Tendo em vista o custo da água nas cidades ser de baixo valor econômico levando em
consideração água de origem residencial, isso inviabiliza qualquer aproveitamento no
quesito financeiro da captação da água da chuva, no caso das indústrias e
estabelecimentos comerciais o cenário é diferente, devido a grande quantidade de água
necessária para desenvolver algumas atividades e o valor dessa água ser um valor
expressivo no final do mês, a água da chuva pode ser usada para resfriamento de
telhados e maquinários, assim como na limpeza e climatização interna, (NOGUEIRA,
2007).
20
Porém Zampieron e Vieira (2005), enfatizam que os meios naturais de transformação da
água da chuva em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Toda água da
chuva deve ser coletada e manipulada com racionalidade, preocupação e moderação,
não devendo ser desperdiçada, poluída, ou envenenada, pois a água precipitada é pura
antes de atingir o telhado o qual irá coletar a água, e ali ocorre uma poluição desse
líquido devido a poluentes já citados anteriormente, e essa contaminação torna o
processo de purificação lento e muito sensível quase que inviabilizando o procedimento.
De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento, para
que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das
reservas atualmente disponíveis. Para tanto, sugere-se então, a adoção da captação e uso
da água da chuva como ferramenta que venha auxiliar em atividades cujos processos
não necessitam de água potável, mas o fato dessa água não ser potável, não significa
que essa água não seja de qualidade.
2.2.1. Conceito sobre água de qualidade
A qualidade de vida dos seres humanos esta diretamente ligada à água, pois ela é
utilizada para o funcionamento adequado de seu organismo, preparo de alimentos,
higiene pessoal e de utensílios. Usamos a água também para irrigação de jardins,
lavagem de veículos e pisos, uso esses com exigências menores em relação à qualidade.
(BRAGA; SPENCER, 2004).
Nas atividades econômicas do homem, o conceito de qualidade é invariavelmente
associado ao uso de um bem ou serviço. O estabelecimento de padrões de qualidade, ou
seja, características que definem um bem ou serviço que atende às necessidades do uso
a que ele se destina. A adequação ao uso resulta da conformidade daquele bem ou
serviço, e a aplicação desses conceitos ao caso da água e seus diversos usos levou à
definição dos padrões de qualidade de água. A qualidade de “uma água” como uma
porção limitada de água pode ser avaliada a partir da sua comparação com esses
padrões. (MANCUSO; SANTOS, 2003).
Água potável é aquela que não causa danos a saúde nem prejuízo aos sentidos. Deve
haver uma preocupação com a aparência da água porque um consumidor insatisfeito
com o aspecto da água oferecida pode usar água de outro manancial com melhor
aspecto. Todavia, não existe uma relação biunívoca entre aspecto e qualidade da água,
de modo que uma água com melhor aspecto pode ser mais nociva à saúde do que outra
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de aspecto pior, dependendo das substãncias dissolvidas e organismos patogênicos
existentes em ambas. (BRAGA; SPENCER, 2004).
Quando se trata de avaliar a qualidade de água para consumo humano, tendo em vista
que essa água seja proveniente de reuso ou captação pluviométrica, deve-se levar em
conta que não são ainda suficientemente conhecidos os efeitos sobre a saúde
provocados pela presença de várias substâncias químicas, especialmente compostos
orgânicos. Além disso, não conhecemos o bastante os efeitos da associação de duas ou
mais substâncias, daí a necessidade de se estabelecer critérios tanto para a água de
reuso quanto para a de precipitações, que essa água seja utilizada para serviços ou bens
que não se restrinjam a padrões de qualidade, mas que incluam também exigências
relativas à fonte de água utilizada e a especificação do nível e confiabilidade do
tratamento requerido para a água, tendo em vista os usos pretendidos. (MANCUSO;
SANTOS, 2003).
Segundo Braga e Spencer, 2004, para a caracterização da qualidade da água, são
coletadas amostras para fins de exames e análises, devendo-se obedecer a cuidados e
técnicas apropriados, com volume e número de amostras adequados. Os exames e
análises são feitos segundo métodos padronizados e por entidades especializadas.
Porém se esta água for utilizada para fins de limpeza ou para atividades que não
implicam numa qualidade de água mais rigorosa, não há uma necessidade em se fazer
exames e análises periódicas da água, mas mesmo assim requer cuidados para que esta
não prejudique ou cause danos à saúde das pessoas que irão manuseá-la.
Outro fator a ser considerado é o da qualidade da água utilizada exceder a que seria
suficiente para atender às necessidades de determinado uso, caso em que,
possivelmente, esta ocorrendo um desperdício de recursos, principalmente se a água
necessitou de algum tratamento para atingir essa qualidade. Isso é típico no uso de água
potável para muitas aplicações que dispensariam esse nível de qualidade, como vários
processos industriais, de irrigação e limpeza. (MANCUSO; SANTOS, 2003).
Existem várias maneiras de se tratar a água, mas esta deverá ser tratada de acordo com
o fim para o qual se destina. Em caso do uso de água proveniente de captação
pluviométrica para uso de fins não potáveis, devemos ter um cuidado maior quanto a
questão das peças de condução, se a água possuir agentes corrosivos podem deteriorar
as
tubulações e o reservatório, diminuindo a vida útil dos materiais. (BRAGA;
SPENCER, 2004).
22
Tordo (2004) refere que, a partir de estudos, houve resultados sobre a qualidade das
águas de chuvas que atingem diretamente o solo e cujas características são diferentes
das águas, escoadas sobre telhados, em função do contato com áreas mais poluídas.
Embora, poucas informações são disponíveis sobre a qualidade das águas, coletadas de
telhados.
Appan (1999) avaliou a possibilidade de aproveitamento das águas de chuvas, coletadas
de telhados, para uso não-potável, para uma região urbana, onde a precipitação média
anual é da ordem de 2250 mm. Apresentou as qualidades das águas das chuvas
coletadas (ph, cor, turbidez, sólidos totais suspensos e dissolvidos, dureza, fosfato,
coliformes fecais e totais), e as dimensões do tanque de armazenamento, em função da
percentagem de utilização assim como do processo automático de bombeamento. Ao
que concluiu que a água detém qualidades aceitáveis, para usos não-potáveis, é,
portanto, recomendável a realização da elevação do pH e desinfecção.
Na região de Blumenau (SC), Tordo (2004) realizou estudos para avaliar a qualidade da
água em três diferentes tipos de cobertura, quais sejam: fibrocimento, cerâmica e
metálica; com relação aos parâmetros - pH, alcalinidade total, cloretos, cor aparente,
dureza total, ferro total, sílica, turbidez e coliformes - e cujos resultados mostraram que
a concentração iônica da água é diferente em bairros diferentes, e se associam às
atividades antrópicas locais (poluição industrial) e também à contribuição natural
oceânica.
A água é usada na indústria em seu processo produtivo, por exemplo, como
solvente em lavagens e em processos de resfriamento. Não existe um
requisito de qualidade da água genérico para todas as indústrias, pois cada
uso especifico apresenta requisitos particulares. Indústrias que processam
produtos farmacêuticos, alimentícios e de bebidas estão entre aquelas que
precisam de qualidade elevada. Indústrias que utilizam a água para
resfriamento devem usar água isenta de substancias que causem o
aparecimento de incrustações e corrosão nos condutos. Sendo assim,
atividades relacionadas a prática da suinocultura como a lavagem e a
manutenção dos estabelecimentos podem ser efetuados com água
proporcionada de captação pluviométrica, pois não necessita de uma água de
qualidade elevada, a qual diminuiria o uso de água potável naquele local.
(BRAGA; SPENCER, 2004).
Coombes, Argue e Kuczera (1999) monitoraram, durante dois anos, um conjunto
habitacional cujas águas de chuvas, coletadas de telhados, servem tanto para usos
domésticos, recargas de aqüíferos e/ou retenções superficiais. Foram analisadas a
qualidade das águas, escoadas sobre telhado. Pesquisas mostram que o telhado de
fibrocimento apresenta uma capacidade de neutralizar os ácidos presentes na água da
23
chuva, maior que as outras duas coberturas estudadas (metálico e cerâmico). Quanto ao
aspecto bacteriológico, as amostras apresentaram elevada quantidade de organismos
patogênicos e, em algumas amostras, a turbidez e a cor aparente não alcançaram o
padrão de potabilidade , filtração e desinfecção desejáveis, o qual inviabiliza o uso para
consumo humano.
A questão da adequação da água a determinados usos exige um
conhecimento suficiente sobre suas características e seus efeitos, tendo-se
em vista os usos praticados, devendo-se também conhecer os riscos que
podem apresentar para a saúde e o meio ambiente. Esse conhecimento é de
fundamental importância para uma decisão consciente de como a água pode
ser utilizada para determinado fim, visando evitar que seu uso seja
impróprio. O objetivo principal desses estudos é preservar e manter os
recursos naturais e o estoque de água potável. É sempre bom ter em mente
que a escassez de água potável é o principal responsável pelos problemas
mais graves de saúde pública. (MANCUSO; SANTOS, 2003).
24
2.3 CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS QUANTO AO USO DA
ÁGUA CAPTADA DA CHUVA
A água de chuva pode ser tratada, canalizada e armazenada para distribuição, e
utilizada para os mais diversos fins, desde que receba tratamento adequado. A água da
chuva armazenada sem tratamento adequado pode ser utilizada apenas para consumo
não potável. Entretanto, esta água tem potencial para utilização na descarga de vasos
sanitários, irrigação de jardins, na lavagem de calçadas e pátios, em sistemas de arcondicionado e em sistemas de combate a incêndios, entre outros. Para que não
ocorram riscos a saúde de seus usuários deve-se verificar a qualidade da água de chuva
da região em que esta será utilizada, bem como as finalidades de sua utilização
(AZEVEDO NETO, 1991).
A água coletada deve seguir níveis de qualidade para os diferentes modos de utilização,
os quais variam com o grau de poluição do ar e com a condição de limpeza da área de
coleta.
Os tratamentos para os diversos fins de utilização das águas pluviais são
apresentados na Tabela 1 (FENDRICH; OLIYNIK, 2002).
Tabela 1 – Tratamento da água em relação à utilização das águas pluviais
Utilização das águas pluviais
Tratamento da água
Regar Plantas
Não é necessário tratamento
Aspersores de Irrigação
Combate à incêndios
ar- condicionado
Tratamento é necessário para manter o
equipamento em boas condições.
Lago/fonte
descarga sanitária
Lavar roupa/ lavar carros
Tratamento Higiênico é necessário
devido ao possível contato humano
com a água.
Piscina/Banho
A desinfecção é necessária porque a água
Beber/ Cozinhar
é ingerida direta ou indiretamente.
Fonte: (FENDRICH; OLIYNIK, 2002)
Embora o processo de coleta, armazenamento e utilização da água de chuva seja
bastante simples, recomenda-se alguns cuidados como a identificação e sinalização da
tubulação de condução da água da chuva, do reservatório e demais equipamentos, a
instalação de filtros e de um reservatório de auto-limpeza. É importante também o
cuidado para que as instalações hidráulicas das águas pluviais sejam independentes das
demais instalações, pois não pode haver risco de contaminação da água tratada pela
água de chuva. Outro fator importante é a necessidade de manutenção constante do
reservatório de auto-limpeza, sempre que houver uma precipitação mais intensa.
25
Quanto ao reservatório de armazenamento recomenda-se a manutenção com freqüência
anual (AZEVEDO NETO, 1991).
Segundo Fendrich e Oliynik (2002), a localização da área de coleta limita a utilização
das águas pluviais porque o grau de limpeza esta em função desta área. A Tabela 2
mostra o grau de pureza da água referente ao local onde foi coletada.
Tabela 2 – Grau de pureza relacionado à área de coleta indicando a sua utilização
Grau de pureza
A
Área de coleta das águas pluviais
Utilização das águas pluviais
Telhado (locais não utilizados por
pessoas ou animais).
equipamento em boas condições.
Vaso sanitário, regar plantas e,
se purificadas, são potáveis para
o consumo.
Telhado (locais utilizados
Vasos sanitário, regar plantas,
B
por pessoas e animais).
outros usos, mas impróprias
para o consumo.
C
Jardins artificiais,
estacionamentos.
Vaso sanitário, regar plantas,
outros usos, mas impróprias
D
Estradas, estradas elevadas
(viadutos, ferrovias e rodovias)
para o consumo.
Vasos sanitário, regar plantas,
outros usos, mas impróprias
para o consumo.
Fonte: (FENDRICH; OLIYNIK, 2002)
Nos meses em que os períodos de precipitações são mais intensos é necessário que se
faça uma limpeza nas calhas de captação e no telhado, antecedendo as chuvas, isso para
que a o sistema de captação seja mais eficiente e a água de melhor qualidade
(BOTELHO, 1998).
Segundo Andrade Neto (2004), perda de qualidade e a contaminação da água de chuva
ocorre, sobretudo, na superfície de captação ou quando está armazenada de forma não
protegida. Quando escoa sobre a superfície de captação a água lava e arrasta a sujeira
acumulada no telhado. A proteção sanitária de cisternas é relativamente simples.
Basicamente requer o desvio das primeiras águas das chuvas, que lava a atmosfera e a
superfície de captação e não deve ir para a cisterna, o ideal seria ignorar as chuvas dos
primeiros quinze minutos para que esta lave o telhado ou o local de captação, e assim
garantir que a água armazenada possua melhor qualidade, e se encontrar livre da
algumas impurezas mais grosseiras.
Além de todo o material particulado emitido pelos veículos e indústrias que
está no ar e se deposita nos telhados, também encontramos folhas de árvores,
galhos, fezes de pássaros e pequenos animais mortos. Toda essa sujeira
acumulada, principalmente depois de um longo período de seca, desce com a
água. Por isso, uma das recomendações de pesquisadores para a coleta é
descartar a água proveniente dos primeiros quinze minutos de chuva, tempo
necessário para que seja feita a limpeza do telhado. Os dados coletados e
26
analisados mostram que dá para aproveitar a água de chuva, mas é necessário
ter alguns cuidados. "Encontramos coliformes fecais, provenientes de animais
de sangue quente, como pássaros, gatos e ratos, além de outras bactérias que
impedem sua utilização para higiene pessoal ou lavagem de roupas." Para
esses usos, é necessário que ela seja tratada. Já para as plantas, quintais,
calçadas e carros, não há maiores problemas, isso mostra que para o uso rural
ou em atividades como avicultura ou suinocultura, a água da chuva se mostra
eficiente para finalidades de limpeza ou refrigeração desses ambientes
(PRADO, 2005).
Segundo Andrade Neto (2004), ainda para evitar a contaminação que vem do telhado é
aconselhável evitar a entrada das primeiras águas escoadas do telhado na caixa,
desviando a(s) bica(s) ou tubos de condução para fora do orifício de entrada do
reservatório. O tempo de "lavagem" do telhado vai depender da intensidade da chuva;
pode ser de 1 hora no caso de chuva forte, ou até um ou dois dias no caso de uma chuva
fina e constante. Mesmo realizando a "lavagem" antes de captar a água, os ventos
costumam trazer folhas e sujeiras mais grossas para dentro da caixa, assim para se
resolver este problema coloca-se um filtro ou coador na boca de entrada do reservatório,
ou seja, entre a bica de condução da água e o reservatório.
2.3.1. Telhas de amianto, um risco à saúde
Szilassy apud Martines (2007), o amianto também conhecido como asbesto é um grupo
de minerais sílicas, fibroso, inorgânico, ocorrendo naturalmente. O Brasil encontra-se na
terceira colocação em produção deste minério, principalmente no estado de Goiás. O
amianto foi um dos minerais mais utilizados pela indústria durante o século passado.
Sua utilidade é variada e pode ser encontrada em caixas de água, lonas e pastilhas de
freio dos carros, telhas e pisos, tintas e tecidos antichamas, e foi usado como insulador e
em filtração. Tão resistente quanto o aço, é imune ao fogo.
Segundo Buchinder (2001), a telha de fibrocimento é constituído 90 % de cimento e
10% de amianto crisotila. Apesar dos perigos por inalação do amianto ser grande e
muito prejudicial à saúde podendo levar até a doenças como o câncer, não há relatos de
contaminação por ingestão de água captada em telhados de amianto. A coordenação da
Universidade Gestora Microrregional (UGM) de Minas Gerais, questionou a
Coordenação Executiva (CE) de Caruarú São Paulo, no início do mês de março 2007,
devido ao posicionamento de proibição da coleta de água da chuva em telhados de
amianto. Na reunião mensal da Coordenação Executiva realizada nos dias 08 e 09 de
março a mesma reafirmou sua posição pela não construção de cisternas em casas com
27
telhados de amianto, permitindo apenas o uso da telha de cerâmica e argumento que o
uso da telha de amianto para a finalidade em questão deve ser um assunto estudado com
maior profundidade.
Ainda Buchinder (2001), enquanto a legislação brasileira nada faz a respeito, temos que
na legislação americana, a Agência de Proteção ao Meio Ambiente (Environmental
Protection Agency EPA) determina para água potável o nível máximo de
contaminantes. No caso de amianto, o máximo permitido de fibra maior de 10
micrometros é 7 milhões de fibras por litro de água. Segundo a EPA os efeitos
potenciais na saúde pela ingestão de água contaminada com amianto é um risco maior
de desenvolver doenças intestinais benignas, para uso em irrigação de plantas e outros
manuseios que não tem como objetivo o consumo humano ou animal não há dados na
legislação que impeçam ou que inviabilizam o seu uso.
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) da
Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, elaborou um trabalho
sobre os riscos de contaminação de água com telhas de amianto. Todos os
estudos realizados tanto de origem nacional como internacionalmente
apontam efeitos graves no uso do amianto apenas na inalação e não devido a
ingestão desse composto químico, isso devido que na inalação das fibras do
amianto por longos períodos e elevadas concentrações permite que as fibras
pequenas penetrem no tecido dos pulmões e outras membranas do corpo,
causando doenças como o câncer dos pulmões, e o câncer da membrana que
envolve os pulmões (pleura), e doença como a asbestose (doença respiratória
provocada pela inalação de fibras de asbesto). A Agency for Toxic
Substances and Disease Registry (ATSDR) dos Estados Unidos também
mostrou trabalhos acadêmicos com os mesmos riscos para saúde (inalação e
não ingestão de água) (SZILASSY apud MARTINES, 2007).
Segundo Alem Sobrinho (2007), pesquisador na área de qualidade de água, da
Universidade de São Paulo (USP), e um dos elaboradores da Portaria Nº. 518 do
Ministério da Saúde. O autor foi consultado para pronunciar-se a respeito do risco de
contaminação por consumo de água captada de telhado de amianto. Na sua resposta no
dia 14/06/2007 informou a proibição do uso de tubos e reservatórios de fibrocimento
com amianto para uso de ingestão humana, por existir potencial de carcinogenicidade
(propriedade que tem a substância capaz de provocar alterações responsáveis pela
indução de câncer) pelo consumo da água transportada e / ou reservada com o uso de
fibrocimento.
Por isso, a coordenação da Unidade Gestora Microrregional de Cáritas Caruaru entrou
em contato no mês de abril de 2007 com o Departamento de Engenharia da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Campus Agreste, solicitando informação
28
se realmente existe risco à saúde pela captação de água de chuva de telhados de
amianto, pois mesmo que o uso da água for para fins não potáveis, a água pode ser
ingerida por acidente causando danos ao usuário. Mas até o presente momento não foi
comprovado que o amianto causa problemas de saúde devido a ingestão de água. Porém
pesquisadores afirmam que não há nenhuma restrição de uso da telha de amianto
apenas para fins não potáveis, e devido ao grande questionamento sobre a água para
ingestão prejudicar ou não a saúde, recomenda-se usá-la apenas para fins não potáveis
(SZILASSY apud MARTINES, 2007).
2.4. SISTEMAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA
A captação da água de chuva é uma maneira rápida de se obter um grande volume de
água em um período de tempo bastante reduzido, e de razoável qualidade. Existem
duas maneiras conhecidas de se captar: a primeira é aproveitando o teto da casa, e o
segundo é revestindo o subsolo de uma área de encosta com plástico e canalizando a
água, pré-filtrada pelo solo, até uma caixa ou reservatório. A sua armazenagem poderá
ser feita em uma caixa separada ou diretamente na cisterna (SICKERMANN, 2003).
Para se captar a água de chuva, podemos usar qualquer superfície que tenha
como condensar o escoamento da água para uma vertente, podendo utilizar
como condutores, lajes, pátios e telhados de casas, desde que não tenha
tráfego de pessoas, animais ou em alguns casos automóveis. Após escolher a
área de captação, devemos observar tudo o que está acima e ao redor desta
área, para que não tenhamos problemas futuros na hora de executar o
sistema. Alguns fatores sempre deverão ser bem observados, como por
exemplo a presença de árvores com galhos acima dessa área, e se esses
soltam muitas folhas, flores ou frutos. Outro fator importante é a incidência
de aves que rodeiam, ou constroem ninhos próximos ao local de captação.
Como também o cuidado com a questão da incidência de animais como
ratos e gatos tendo acesso ao local. Outro aspecto a ser considerado é a
análise da quantidade de poluição atmosférica, se fica próximo a fábricas ou
rodovias, isso será fácil de observar analisando a quantidade de fuligem
(poeira preta) que escorre junto com a água, principalmente logo no começo
da chuva. O tipo e a inclinação da cobertura da área de captação, das calhas e
tubos de drenagens, também podem influenciar muito, quanto mais lisos e
inclinados, melhor (AZEVEDO NETO, 1991).
De acordo com Sickermann (2003), o dimensionamento dos sistemas de captação de
água da chuva devem ser elaboradas e executadas de acordo com as condições de cada
obra, podendo projetar sistemas bem simples até sistemas sofisticados totalmente
automatizados. Os estudos para elaboração são feitos a partir da definição da área de
29
captação das águas, da precipitação pluviométrica local e a demanda de água não
potável que cada empreendimento necessita.
2.4.1. Componentes do sistema de captação de água da chuva
Segundo Silva Prado (2007), os componentes de um sistema de aproveitamento de
águas pluviais variam com as características de cada edificação ou do local onde se
deseja executá-lo. Dependendo do uso pretendido, da qualidade desejada para a água,
das características das fontes coletoras, das fontes de água que alimentarão as cisternas,
do espaço existente para a instalação dos equipamentos e do orçamento disponível. Em
suma os principais componentes de um sistema de captação pluvial são:
a) Área de captação, que é a superfície onde a chuva cai;
b) Calhas e tubulações, que transportam a água da superfície de coleta ao tanque de
armazenamento;
c) Telas ou peneira, para filtragem da água;
d) Cisternas ou tanques, onde a água da chuva coletada é armazenada;
e) Tubulações ou distribuidores, entregam a água até o local de uso.
De acordo com Campos (2004), os elementos que constituem os sistemas para captação
de água de chuva são entendidos como área de captação, componentes de transporte
(calhas e tubos de quedas) e a cisterna. A área de captação é aquela onde ocorre toda a
coleta da água pluvial. É um ponto crítico para o dimensionamento correto do sistema,
pois, a partir dele é que será determinada a água possível de ser captada e aproveitada.
Na captação de água de chuva, todas as partes constituintes do sistema de
abastecimento, com exceção do manancial e da instalação em si, são integradas,
constituindo uma
unidade denominada sistema de captação de águas pluviais,
composto basicamente de três elementos: área de captação (telhado); subsistema de
condução (calhas e dutos) e reservatório (cisterna). Para o máximo rendimento do
sistema, é importante que os três elos (área de captação, calhas/dutos e reservatório)
sejam implementados adequadamente (BONFIM, 1995).
30
2.4.1.1. Superfície de captação da água da chuva
De acordo com Cunliffe (1998), a qualidade da água recolhida no telhado depende dos
materiais utilizados na sua construção, dos materiais que nele se depositam e da sua
manutenção. Os telhados devem ser limpos e lavados uma ou duas vezes por ano, em
particular no fim da estação seca. Árvores eventualmente pendentes sobre eles devem
ser podadas de forma a reduzir a quantidade de folhas e impossibilitar o acesso de gatos,
roedores ou pássaros, os quais conduzem ao aumento da deposição de detritos.
Enfatiza Bertolo (2006) que os telhados podem ser constituídos por uma variedade de
materiais, tais como telha de cimento ou argila, lâminas de liga zinco/alumínio e de aço
galvanizado, fibrocimento, lâminas de policarbonatos ou de fibra de vidro e ardósia. Em
telhados novos, independentemente do material utilizado, é aconselhável desviar do
reservatório a primeira chuva significativa. Deste modo é desviado o pó e outros
detritos deixados no telhado resultantes da construção.
Segundo Bonfim (1995), recomenda-se para uso de coleta de água da chuva telhados
constituídos no mínimo por duas águas, para usar justamente as duas partes do telhado.
Há muitas ocorrências de situações em que as calhas são instaladas apenas em uma das
laterais da casa, isso ocorre, na maioria das vezes, em decorrência da falta de recursos
por parte do usuário, impossibilitando a instalação de calhas em todos os beirais. Em
outros casos, o fato justifica-se pela dificuldade de se encontrar uma solução técnica
viável para comunicar fisicamente todo o deságüe do telhado com a cisterna, pois
freqüentemente esta é situada em local que não facilita esse trabalho e, dessa forma, a
área de captação é aproveitada de maneira parcial, reduzindo o potencial de
armazenamento de água de chuva.
Geralmente são os telhados de casas, prédios ou indústrias os telhados usados para
coletar água da chuva. Podem ser telhas cerâmicas, telhas de fibrocimento, telhas de
zinco, galvanizadas, telhas de concreto armado, telhas de plástico, telhado plano
revestido com asfalto etc. O telhado pode ser inclinado ou plano (TOMAZ, 2003).
A recolha de água da chuva varia com o tamanho e a textura do telhado. Um telhado de
material mais macio, liso e impermeável contribui para o aumento da qualidade e
quantidade da água recolhida. Em coberturas de metal as perdas são desprezíveis, em
coberturas de cimento a média das perdas é inferior a 10 % e em coberturas à base de
betume e de cascalho o máximo são 15% de perdas. As perdas também podem ocorrer
nos órgãos de condução e no armazenamento (BERTOLO, 2006).
31
Azevedo Neto (1991),propõe para captação de água da chuva em telhados, uma taxa de
50% para fins de dimensionamento.
Já Sickermann (2003), recomenda para a mesma finalidade que se tenha uma
consideração para taxa de captação da água da chuva nos telhados como 70% para fins
de dimensionamento.
2.4.1.2. Calhas e tubulações
De acordo com Bonfim (1995), quanto aos suportes das calhas e dutos, as observações
conduzem à constatação de que estes representam “o elo fraco no desempenho do
sistema”.
Basicamente todos os problemas relacionados com as calhas estão
diretamente associados aos suportes, ou a maneira de como estas são confeccionadas e
fixadas ao telhado. A precariedade dos subsistemas de calhas, suportes e dutos
observados em diversas pesquisas podem explicar, em grande parte, o baixo rendimento
dos sistemas de captação instalados.
Calhas e tubulações conduzem a água captada ao reservatório. Podem ser de PVC ou
materiais metálicos. Peneiras podem ser acopladas nas calhas, a fim de evitar o
entupimento devido a folhas ou materiais sólidos de maior porte que por ventura
possam estar presentes na área de captação (TOMAZ, 2006).
Segundo Bertolo (2006), a água da chuva que escorre no telhado é recolhida nas calhas
e conduzida através dos tubos de queda ao reservatório de armazenamento. As calhas
recolhem não apenas a água, mas também os resíduos, as fezes de pássaro e de outros
animais, folhas e detritos. A acumulação destes materiais nos órgãos de condução pode
proporcionar o crescimento de bactérias e contribuir para a contaminação da água
armazenada, e diminuir o volume de água que pode ser recolhido. De forma a limitar a
contaminação da água deverá realizar-se a inspeção regular e a limpeza dos sistemas de
condução. Pesquisas realizadas revelam que calhas que não eram limpas a mais de dois
anos tinham a qualidade da água compatível com a água de calhas que possuíam uma
manutenção regular. Porém é recomendável que a limpeza das calhas seja feita
anualmente.
Os órgãos de condução necessitam ser corretamente dimensionados e instalados, de
forma a maximizar a quantidade de água da chuva recolhida. As calhas devem ter
inclinação contínua e suficiente em direção aos tubos de queda, de forma a prevenir a
32
concentração de água, a qual pode conduzir ao aumento da acumulação de detritos, ao
crescimento de algas e possivelmente proporcionar um local para criação de mosquitos.
É razoável instalar as calhas com uma inclinação de 1/100 a 1/500. Tal como na
superfície de recolha, é importante assegurar que os órgãos de condução não tenham
chumbo, nem qualquer outro tratamento que possa contaminar a água da chuva
(BERTOLO, 2006).
Segundo Braga e Spencer (2004), muitas vezes dependendo das condições do telhado
ou de onde está localizado o sistema de captação, existe o problema de acides elevada
na água podendo comprometer os condutores devido à corrosão. O controle de corrosão
é utilizado em alguns casos para remoção do excesso de dióxido de carbono (por
exemplo por aeração). Em outros casos, aumenta-se a alcalinidade da água pela
aplicação de um produto químico alcalino, tal como a cal e o carbonato de sódio.
2.4.1.3. Cisternas e reservatórios
Observamos que os recursos hídricos são usados de diversas maneiras, atendo a várias
necessidades simultaneamente. Essa é uma exigência importante não só do ponto de
vista econômico, mas também do ponto de vista do abastecimento, em função da
crescente escassez da oferta de recursos hídricos diante da demanda sempre crescente.
A necessidade de ajustar a variação temporal da oferta natural de água à sua demanda
pode levar à necessidade da criação de meios que permitam a captação ou coleta de
água, sendo que muitos desses meios exigem um reservatório. No caso de uso de
reservatório esse deve ser instalado ou construído para satisfazer as necessidades para
o qual ele se destina, de forma segura e que satisfaça as condições de qualidade
exigidas pela atividade praticada, não comprometendo a qualidade da água que ali será
depositada. (BRAGA; SPENCER, 2004).
Segundo Bertolo (2006), um dos componentes mais importantes a ser analisado é a
cisterna de armazenamento da água da chuva. Enquanto que o telhado é um custo
assumido na maior parte dos projetos, o reservatório representa o investimento mais
significativo no sistema de recolha de água da chuva. De forma a aumentar a eficiência
do sistema, o seu intuito de construção deverá refletir decisões acerca da sua melhor
localização, da sua capacidade e da seleção do material. É recomendado que o
dimensionamento da cisterna seja realizado de modo que possua uma capacidade de
armazenamento de água para abastecer a demanda de 15 dias de uso.
33
Geralmente, o reservatório é a parte mais onerosa de um sistema de captação de água de
chuva, devido à área necessária à sua construção, para que possa armazenar volumes
significativos de água. Muitas vezes essas cisternas, têm como objetivo armazenar a
água captada para posterior utilização. Esses reservatórios podem ser feitos de vários
materiais, como concreto armado, alvenaria, plástico, poliéster etc. Podem ser apoiados,
enterrados ou elevados (TOMAZ, 2006).
Os tubos de saída de água dos reservatórios devem estar pelo menos 5 cm acima do
fundo dos mesmos, em especial se as taxas de acumulação de detritos forem elevadas. O
fundo do reservatório deve ser inclinado em direção a uma depressão e deve ter uma
entrada de homem para inspeção. Estes elementos facilitarão as operações de limpeza
do reservatório (BERTOLO, 2006).
Segundo Sickermann (2003), o dimensionamento da caixa de captação vai depender de
sua utilização. Se o objetivo for apenas para uso não potável, por exemplo, o uso de
água para manutenção e limpeza em geral, o volume da caixa a ser construída deverá ser
determinada em função de alguns fatores:
a)
Conhecer o consumo de água necessária para suprir necessidades de manutenção
e limpeza desse local num prazo de um ano, meses ou dias, dependendo da
necessidade e das condições climáticas de cada região;
b) Medir a quantidade de água da chuva que a cisterna pode captar e armazenar,
durante este mesmo período de tempo;
c)
A quantidade de chuva precipitada na região;
d) A área disponível para captação;
e)
Tipo da superfície coletora de água da chuva, pois pode ocorrer perdas
dependendo dos tipos de telhados.
Segundo Oliveira (2005), a cisterna ou reservatório deve ser montado no lugar mais
baixo que o as calhas, para receber por gravidade á água escoada do telhado. Procurar
solos de preferencialmente arenosos ou sem pedras grandes, e o tipo do terreno
estabelece a profundidade possível para a escavação, que pode levar a caixa a ter um
volume reduzido. Por outro lado, a presença de material duro no fundo da caixa a ser
construída, torna-a mais segura. Deve-se procurar um local afastado de árvores ou
arbustos cujas raízes possam provocar rachaduras e conseqüente vazamento na parede
34
da cisterna. Para prevenir o perigo de contaminação da água armazenada, a caixa deve
ser implantada a pelo menos, 10 metros de distância de fossas, latrinas, currais e
depósitos de lixo.
2.5. NECESSIDADES EM SE QUANTIFICAR A ÁGUA
O conceito de quantificação da água, segundo o qual a água seria uma medida indireta
dos recursos hídricos consumidos por um bem, produto ou serviço. Segundo este
conceito, a mesma está embutida nos produtos, não apenas no sentido visível, físico,
mas também no sentido virtual, considerando a água necessária aos processos
produtivos. As discussões técnicas caminham no sentido de que esse parâmetro seja
considerado como um instrumento estratégico em políticas públicas e privadas do uso
da água (GUIMARÃES, 2007).
Para a segurança alimentar da espécie humana o tema da água quantificada mostra-se
bastante significativo, em face dos elevados níveis deste recurso utilizados na produção
de alimentos ou em outras culturas utilizadas como fonte de energia renovável,
especialmente no Brasil, que desponta como potencial mundial no setor produtivo de
pecuária, agricultura e suinocultura. Segundo dados da UNESCO apenas o comércio
global de alimentos movimenta um volume de água virtual na ordem de 1.000 a 1.340
km³ por ano, dos quais 67% são relacionados com o comércio de produtos agrícolas,
23% relacionados com o comércio produtos animais e 10% relacionados com produtos
industriais (CARMO, 2005).
De acordo com Guimarães (2007), a China é um dos maiores mercados consumidores
do mundo, importa cerca de 18 milhões de toneladas de soja por ano, a um custo de 3,5
milhões de dólares, o que equivale a 45 milhões de metros cúbicos de água. Em 2003, o
Brasil exportou 1,3 milhões de toneladas de carne bovina, com uma receita cambial de
1,5 milhões de dólares. Por esse caminho, exportou também 19,5km³ de água virtual (
água necessária para toda produção).
Para que se avance em direção à quantificação da água e perceber que esse processo é
primordial, é preciso que a carga humana esteja em consonância com a capacidade de
suporte do ecossistema. Em outras palavras, é preciso que se adéqüe os níveis de
consumo, os estilos de vida, a utilização dos recursos e a assimilação dos resíduos com
as condições ecológicas, a fim de que não se consumam os produtos e os utilize, mais
rapidamente do que possam ser regenerados e ou absorvidos. É essencial que se estime
35
e continuamente se reavalie os limites finitos do espaço que o homem ocupa e sua
capacidade de suporte, e que se tomem passos que assegurem as futuras gerações, e a
presente humanidade, de terem os recursos necessários para uma vida satisfatória a
todos (PEREIRA, 2004).
36
3. TIPO DE PESQUISA UTILIZADA PARA O TEMA EM ESTUDO
3.1. Pesquisa de Campo
A pesquisa em estudo tem como finalidade analisar o sistema de captação de água da
chuva em um persigal quanto a sua eficiência e funcionamento, bem como, quantificar
a água usada no processo de criação suína e limpeza e manutenção da pocilga enquanto
esses animais permanecerem no local onde a quantificação de água será realizada.
3.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foi analisado o estado do telhado o qual irá ser usado para captar a água da chuva,
observando condições como a limpeza do telhado, se há vegetação próxima ao telhado
que possa dar acesso há gatos, ratos e pássaros, assim como moscas e outros fatores que
possam prejudicar a qualidade da água. Também foi verificado o estado de conservação
do telhado, se esse se encontra esburacado ou possua algum material que comprometa a
qualidade da água para a atividade em estudo, e se possuir, que tipo de manutenção é
feito nesse telhado para impedir que a qualidade da água seja comprometida. Outro
fator importante é o tipo de material usado no telhado de captação, se esse é constituído
de telha cerâmica, zinco, amianto, etc.
A verificação da área útil do telhado que foi usado para captação é analisada de forma
que viabilize o seu uso em relação à água captada, e o conjunto calha cisterna, em que
prevê armazenar o máximo de água no menor tempo possível dentro das condições
fornecidas pelo sistema tornando-o eficiente. Outro fator verificado é a quantidade de
‘águas’ que possui esse telhado e se a água é captada em todo perímetro do telhado.
Quanto as calhas, elas foram analisadas de acordo com o tipo e a inclinação, se possui
inclinação mínima de 0,5%, e se elas se encontram em toda a extensão do telhado ou
em um lado apenas, e quantos canos de fuga elas possuem para levar água para a
cisterna. Outro fator verificado é o tipo de suporte que fixa a calha, e se as calhas
possuem algum tipo de peneiramento para impedir o acesso de folhas ou material mais
graúdo, impedindo que esses se desloquem até a tubulação. Outro fator que se destaca,
esta relacionado com a limpeza das calhas, se essa é realizada periodicamente, ou se
não há manutenção das calhas, assim como, foi observado o seu estado de conservação
quanto ao funcionamento e a qualidade com que conduz a água.
37
Quanto ao encanamento a verificação foi feita no sentido de viabilizar a eficiência do
sistema, se a água esta sendo conduzida até o destino com qualidade suficiente para a
atividade em questão, ou se a quantidade de água que essas tubulações transportam é
suficiente para o exercício de manutenção e limpeza desse persigal. Ainda se na
tubulação não há nenhum tipo de agente corrosivo que possa danificá-los ou apresentar
riscos ao sistema
Com a captação da água da chuva para uso não nobre a demanda de água potável que
será necessária para a criação da espécie suína irá diminuir consideravelmente,
contribuindo para um melhor manejo e racionalização da água, o que comprova a
viabilidade de uso e sua importância nessa área de atividade. A análise do sistema de
captação de água foi realizada de acordo com a sua eficiência, isso, por meio de estudos
relacionados a autores, e comparada com o sistema usado em estudo, que inclui a
correta implantação do sistema quanto as suas derivações, ou seja, as calhas, filtros,
bombas, condutores e a cisterna.
Foi realizada a análise de dois persigais para o estudo proposto, os persigais estão
localizados na área rural de Guarujá do Sul em Santa Catarina. Em um dos persigais
estudados foi elaborado a quantificação da água utilizada para a produção de suínos no
processo de criação. O segundo persigal analisado teve como objetivo verificar um
sistema de captação de água da chuva, existente e utilizado pelo produtor para auxiliar
na manutenção e limpeza deste estabelecimento.
No persigal 1 foi elaborado o estudo da quantificação da água, teve seu processo divido
em duas etapas: a primeira teve a quantificação realizada manualmente, ou seja, sem
ajuda de instrumentos, realizada apenas pelo controle do proprietário do persigal. Já a
segunda contabilização ocorrida no mesmo persigal (persigal 1), foi elaborada com o
auxilio de um hidrômetro, isso, para que no final do estudo esses dados possam ser
comparados.
38
4. ESTUDO DE CASO
Foi realizada a análise de dois persigais para o estudo proposto, os persigais estão
localizados na área rural de Guarujá do Sul em Santa Catarina. Em um dos persigais
estudados foi elaborado a quantificação da água utilizada para a produção de suínos no
processo de criação. O segundo persigal analisado teve como objetivo verificar um
sistema de captação de água da chuva, existente e utilizado pelo produtor para auxiliar
na manutenção e limpeza deste estabelecimento.
O persigal (1), o qual foi elaborado o estudo da quantificação da água teve seu processo
divido em duas etapas: a primeira teve a quantificação realizada manualmente, ou seja,
sem ajuda de instrumentos, realizada apenas pelo controle do proprietário do persigal.
Já a segunda contabilização ocorrida no mesmo persigal (persigal 1), foi elaborada com
o auxilio de um hidrômetro, isso, para que no final do estudo esses dados possam ser
comparados.
4.1. PERSIGAL (1), PERSIGAL ONDE FOI ELABORADO A
QUANTIFICAÇÃO DA ÁGUA DE ANIMAIS DA ESPÉCIE SUÍNA
4.1.1 Quantificação da água para criação suína realizada pelo
proprietário do persigal, sem auxilio de medidores de água
A análise desta pocilga teve como finalidade obter uma estimativa aproximada de
quantos litros de água são necessários para a criação de um animal da espécie suína,
esta pesquisa foi elaborada nos meses de setembro a novembro de 2009.
Essa análise foi realizada com base nos dados fornecidos pelo produtor, pois o mesmo é
responsável por encher a caixa de água, procedimento que consta em acionar uma
chave manualmente para que a bomba de água seja ligada, captando a mesma do lençol
subterrâneo. Desta forma, cada vez que a caixa esvaziasse sabia-se que 5000 litros de
água foram consumidos, fazendo esse controle era possível saber quanta água era
necessária diariamente para abastecer o persigal. Esse procedimento foi elaborado
39
apenas no tempo que esses animais ficaram permanentes no local de estudo, o que
equivale a um período de 62 dias.
A pocilga analisada (figura 4) possui uma extensão de 90m de comprimento por 18m
de largura, onde se faz a prática de criação de suínos, ou seja, o sistema de produção
está direcionado apenas para a prática de criação de suínos, não constando a prática da
engorda, essa atividade se divide em etapas que são:
a)
Confinamento, os suínos são mantidos em piquetes, que podem ser divididos
conforme a necessidade do produtor. As matrizes que são responsáveis pela
produção do plantel ficam agrupadas no máximo em 8 indivíduos por piquete
(isso na pocilga analisada), os reprodutores ficam em piquetes individuais, e os
leitões são destinados à piquetes especiais, chamados de creches. A partir do
momento em que as matrizes passam para a fase gestante, elas são
encaminhadas para as maternidades onde ficam alojadas individualmente;
Figura 4: Pocilga analisada para quantificação da água
b) Maternidade (figura 5), após as fêmeas passarem do período de gestação, elas
entram em processo de parto, sendo então encaminhadas para as maternidades, e
ali permanecem por um tempo de aproximadamente 27 dias, o que permite o
processo de parto que leva em média 5 dias, após esse período são determinados
mais 22 dias até o desmame dos leitões e esses possam ser encaminhados para
as creches;
40
Figura 5: Maternidade
c)
Creches (figura 6), depois da etapa do desmame dos leitões eles são destinados
para as creches, num grupo de aproximadamente 20 indivíduos, onde termina o
processo de criação, e esses permanecem no local por aproximadamente 40 dias e
são entregues para a engorda com média de 23 a 25kg.
Todas as etapas de produção a partir da maternidade estão previstas para serem
desenvolvidas seguindo o princípio, onde os animais de cada lote ocupam ou
desocupam uma sala num mesmo momento. Este manejo possibilita a limpeza e
desinfecção completa das salas e a realização do vazio sanitário.
Figura 6: Creche
Segundo Morés (2004), quando se utiliza o manejo de produção em lotes, recomendase a realização de vazio sanitário, que é um período em que a instalação permanece
vazia, após ter sido limpa e desinfetada. Este sistema, além de racionalizar a mão-deobra e aperfeiçoar as instalações, permite reduzir a pressão infectiva na granja, e
conseqüentemente a ocorrência de doenças.
O levantamento quantitativo mostra que no persigal em estudo nesta primeira etapa,
constam com a existência de 4 reprodutores os quais permaneciam isolados cada um
em um local, 150 matrizes eram divididas em grupos de 5 a 8 no mesmo piquete, e
aproximadamente 520 permaneciam nas creches em grupos de 20 elementos.
Quanto às instalações, a pocilga era abastecida por água de poço o qual possui uma
bomba de água para elevar água até o persigal como relatado anteriormente. A caixa de
41
água principal possui capacidade de armazenamento de 5000 litros, e a secundária que
abastece o local de permanência das matrizes antes do período de gestação possui
capacidade de armazenamento de 1000 litros de água. A pocilga apresenta 68
bebedouros do tipo chupeta. O bebedouro do tipo chupeta é constituído por uma
válvula de controle do escoamento da água, acionada pelo próprio animal, atua como
um bebedouro que dispensa o cocho armazenador da água (figura 7).
Figura 7: Bebedouro tipo chupeta
No persigal analisado foi feita uma quantificação de água no caso das matrizes
separadamente dos demais e obteve-se uma média de 20L de água por dia para cada
matriz, sendo que cada matriz pesa em média 250 kg, logo isso corresponde a 8% do
seu peso corporal, segundo o proprietário do persigal esse valor varia com a época do
ano.
No caso dos leitões e dos reprodutores não foi possível fazer a quantificação
separadamente, logo o consumo de água do conjunto foi de 500 litros para cada 20
indivíduos, o que corresponde a 25 litros de água por elemento em um dia. O peso
médio desses suínos (leitões e reprodutores) foi em média de 17 kg, a água
contabilizada teve como finalidade abastecimento para o consumo do plantel, limpeza e
irrigação do assoalho devido ao calor excessivo. A irrigação era feita uma vez por dia, e
a limpeza total do estabelecimento é realizada uma vez por semana. Esses foram os
dados extraídos da pocilga em estudo, não foi possível obter dados mais precisos
devido a condições em que o local se encontra, pois não oferece subsídios para uma
pesquisa mais exata.
42
4.2. LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DO TOTAL DE SUÍNOS DO
PERSIGAL (1) PARA A QUANTIFICAÇÃO DA ÁGUA REALIZADA
COM O AUXÍLIO DO HIDRÔMETRO
O persigal analisado apresenta algumas variações em relação aos dados da pesquisa
realizada anteriormente, variações essas devido ao sistema de ciclo do plantel, que foi
implantado recentemente. Nesta etapa do estudo foi quantificada a água do mesmo
conjunto matrizes, leitões e reprodutores, porém em números diferentes da pesquisa
realizada no processo de quantificação feita pelo proprietário do persigal, vista
anteriormente.
No processo de avaliação foi quantificada a água de apenas 28 matrizes, apesar desse
persigal possuir um total de 206 matrizes, isso se explica devido ao processo de ciclo
ou rotatividade elaborada como um plano de produção.
Esse ciclo acontece a cada 25 dias, ou seja, das 206 matrizes apenas 28 ficam em
processo de gestação e irão gerar novos indivíduos para que a rotatividade aconteça a
cada 25 dias. Esse processo é constituído por:
a) Maternidades: Local onde permanecem as matrizes pós gestação com os suínos
recém nascidos, assim como na avaliação realizada na pesquisa anterior, cada
matriz gera uma média de 14 leitões por gestação, porém somente 12 desses
chegam à fase adulta. Esses suínos são alimentados pelo leite materno num
período de 10 dias, e após isso consomem uma ração especial como
complemento alimentar juntamente com o leite materno, isso enquanto
permanecem na maternidade. Ficam nesse local até serem desmamados, isso
acontece num período de 25 dias, e ao final desse período apresentam uma
massa de aproximadamente 5 kg sendo então encaminhados para a creche que é
a próxima etapa;
b) Creche: local onde ficam confinados os suínos após o período de desmame e
devem permanecer por mais 25 dias e alcançar uma massa de aproximadamente
12 kg e passar para a fase final que é a de entrega;
c) Fase de entrega: Esse é o local constituído pelas unidades vindas da creche,
permanecem por mais 25 dias nesse local até atingir o peso de entrega que é de
43
aproximadamente 23 kg (valor estimado através da média do plantel, utilizado
para fins de cálculo). Após esse processo os leitões saem do local de estudo e
passam para outros criadores que irão engordá-los até a fase adulta.
Com esse procedimento em andamento foi realizado a quantificação da água desse
persigal, que conta com uma permanência total de 75 dias por parte dos leitões e no
caso das matrizes e dos reprodutores até o descarte. O descarte é um fator que está
relacionado diretamente com a genética de cada animal, sendo que esse processo não
ocorreu durante a pesquisa.
Das 178 matrizes restantes que se encontram no persigal não foi possível quantificar a
água, pois essas são confinadas em um local onde o abastecimento de água é realizado
por outra caixa de água, independente da caixa onde foi instalado o hidrômetro. Essa
caixa serve também para o abastecimento de água dos ovinos, sendo assim,
impossibilita a quantificação por espécies.
Além das matrizes o persigal ainda é constituído de um ciclo de 1008 leitões e 5
reprodutores. Foi realizada a quantificação de um total de 1041 suínos no persigal em
estudo, tendo como média dos pesos das matrizes 270kg, dos reprodutores de 300 kg,
dos leitões de 10 kg .
Em suma, a água quantificada nesse persigal é utilizada para: abastecimento dos
animais da espécie suína; limpeza diária do maquinário usado para a confecção do
alimento dos suínos; irrigação diária (nos meses de fevereiro a abril) com a finalidade
de diminuir a sensação térmica do local, e também para a limpeza semanal do persigal.
4.2.1 Quantificação da água do persigal (1) com o uso de hidrômetro
A caixa de água (figura 8), que abastece o persigal possui capacidade de 5000 litros
sendo abastecida com água de poço, como citado na quantificação da água realizada
pelo controle do produtor. No tubo de saída foi instalado o hidrômetro, e a partir deste,
saem as demais ramificações que percorrem toda extensão do persigal e abastecem os
piquetes (figura 9).
44
Figura 8: Caixa de água do persigal
Figura 9: Ramificação do tubo de água que abastece o persigal
Através do auxílio deste hidrômetro (figura 10) foi possível quantificar a água usada no
processo de criação suína, iniciado no dia 27 de fevereiro de 2010 sendo contabilizada
até o dia 14 de maio do mesmo ano. Esse medidor possibilitou chegar a uma quantidade
de consumo de água bem próximo do consumo real da pocilga.
Figura 10: Hidrômetro
A primeira verificação a ser feita antes da instalação do hidrômetro é analisar se há
algum tipo de vazamento de água no trajeto percorrido até o abastecimento do persigal.
Para a verificação quanto a existência de vazamento, todas as torneiras e bebedouros
dos piquetes foram fechados, e então marcou-se na caixa de água, com auxílio de um
pincel, a altura de água. As torneiras ficaram fechadas durante duas horas e verificou-se
a marca na caixa de água e o nível não havia baixado, logo o sistema não apresentava
vazamentos e o hidrômetro poderia ser instalado.
Para realizar a quantificação da água com o auxílio do hidrômetro, foi necessário deixar
a caixa de água esvaziar, isso para que a instalação do hidrômetro seja realizada (figura
45
11 e 12). Este procedimento foi realizado com o auxilio do proprietário do persigal, em
27 de fevereiro de 2010.
Figura 11: Rompimento do tubo para a instalação do hidrômetro
Figura 12: Instalação do hidrômetro ao tubo
A leitura correta dos dados fornecidos pelo hidrômetro torna-se fundamental neste
processo. A figura 13 mostra o primeiro valor obtido no dia 28 de fevereiro, um dia
após a sua instalação.
Figura 13: Primeira leitura realizada pelo hidrômetro
As instruções para a leitura do hidrômetro são as seguintes: começando da direita para a
esquerda, a cada número que gira (no caso o 9), isso significa que 10 litros de água
passaram pelo hidrômetro, a cada giro do segundo contador (mostra zero no marcador),
46
isso significa que foram registrados 100 litros de água, e conseqüentemente os
próximos números marcam a água em metros cúbicos, ou seja, 24,09 m³.
As leituras do hidrômetro foram feitas em torno das 18h para obter uma padronização
de utilização. Um cuidado que se teve, foi orientar os funcionários para que ao
realizarem a limpeza ou irrigação do ambiente, esta fosse feita em um tempo
determinado, para que a variação da água para essa atividade seja a menor possível.
No decorrer dos meses de fevereiro, março, abril e maio foram realizados as
quantificações de água do persigal com o uso de um hidrômetro, e a quantidade de água
contabilizada durante este período foi de 363392 litros de água, para um total de 1041
suínos. As tabelas com maiores informações sobre o consumo de água nesses meses
podem ser encontradas no apêndice.
4.2.2 Amostragem gráfica da quantificação de água do persigal (1),
realizada com o auxílio de um hidrômetro
Não foi possível fazer as análises gráficas do mês de fevereiro devido ao número de
dados ser insuficientes, pois só foi realizada uma medição no mês.
Através dos dados obtidos na quantificação da água foi possível elaborar dados gráficos
para os meses de março, abril e maio. E por meio destas amostras foi calculado a média
e o desvio padrão apresentados na figura 14, 15 e 16.
47
Figura 14: dados de consumo de água em março
Figura 15: Consumo de água no mês de abril
48
Figura 16: Consumo de água no mês de maio
4.2.3 Análise gráfica do consumo de água contabilizada com o uso de
um hidrômetro nos meses de março, abril e maio
É possível perceber que o maior consumo de água no mês de março foi observado no
período dos 10 aos 15 dias, com um total de 25320 litros, sendo que a média do mês é
de aproximadamente 24793 litros, isso mostra que o consumo nestes dias está 527 litros
acima da média. O menor consumo observado no mês foi no período dos 20 aos 25
dias, com um consumo de 1132 litros abaixo da média e 484 litros dispersos do desvio
padrão.
Já no mês de abril o maior consumo de água foi de 24866 litros, fator observado entre
os dias 30 de março a 04 de abril, sendo que a média do mês de abril é de
aproximadamente 24261 litros, isso mostra que o maior consumo de água ficou 605
litros acima da média e 10 litros dispersos do desvio padrão. O menor consumo de água
considerado no mês de abril foi observado no período dos 09 aos 14 dias, com um
consumo de 23538 litros de água. Os dados dos dias 24 a 29 que mostram um consumo
de 23512 litros não foram utilizados, pois o primeiro dado teve contabilizado a água da
lavagem do persigal, fator que contribuiu para esse aumento no consumo, devido a esse
fato o menor consumo no mês adotado foi de 23538 litros. Esse valor encontra-se
723 litros abaixo da média e 128 litros dispersos do desvio padrão.
49
No mês de maio é possível observar a maior diferença em litros entre o consumo mais
elevado e mais baixo em relação a média, assim como mostra a figura 16. Esse fato se
deve a irrigação do assoalho do persigal, pois no período de maior consumo que foi de
23842 litros, verificado nos dias 29 de abril a 04 de maio, neste consumo consta a água
utilizada para o abastecimento suíno e a água gasta para irrigação do assoalho, fato que
não ocorreu na medição observada nos dias 09 a 14 de maio, onde se observa um
consumo de 20188 litros. A diferença entre a média e o maior valor contabilizado é de
2120 litros, sendo que a média calculada é de 23842 litros. O menor valor contabilizado
no mês de maio foi 20188 litros, sedo a diferença entre esse valor e a média de
1534 litros.
A seguir serão apresentados os valores gráficos do consumo de água para cada unidade
suína nos meses de estudo. Apresentando também a média de água consumida em cada
período (figura 17, 18 e 19).
Figura 17: dados do consumo de água por unidade suína no mês de março
50
Figura 18: dados do consumo de água por unidade suína no mês de abril
Figura 19: dados do consumo de água por unidade suína no mês de maio
4.2.4 Análise gráfica do consumo de água por unidade suína nos meses
de março, abril e maio
Esses dados foram extraídos do cálculo do consumo de água contabilizada em cada
período do mês e da divisão desse valor pelo número de suínos existentes no persigal.
Como exemplo de cálculo foi utilizado o mês de maio, a água contabilizada no período
dos dias 04 a 09 de maio mostram um consumo de 21136 litros de água (figura 16),
sendo que o número de suínos que tiveram a água contabilizada foram 1041 unidades,
51
logo dividindo 21136 litros por 1041 unidades eu tenho um total de 20, 3 litros por
unidade suína, assim como mostra a figura 19.
4.3. ANÁLISE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA
REALIZADA NO PERSIGAL (2)
O persigal em estudo possui dimensões de 12m de largura por 90m de comprimento,
onde conta com um sistema de captação de água da chuva para as finalidades de
limpeza e manutenção do mesmo. Segundo dados dos autores e tendo eles como
referência quanto aos requisitos do sistema para um bom funcionamento e normas de
aplicação, foi analisado o sistema em questão. Para a captação da água foi utilizado o
próprio telhado do persigal em estudo.
O telhado da pocilga apresenta dimensões de 7m de largura por 90m de comprimento
em ambos os lados, pois esse é dotado de duas águas, ou seja, dois telhados para escoar
a água, porém, foi observado que apenas em um dos lados do telhado existe calha para
a captação da água, havendo um desperdício na coleta de água. O telhado usado para a
captação é de amianto e as calhas são de alumínio de formato retangular, tendo como
distribuidores canos de PVC. A cisterna é constituída de fibra com capacidade de
armazenamento de 20000 litros.
A superfície de captação utilizada foi o telhado da pocilga como mencionado
anteriormente, e nele pode-se constatar que existe muitas irregularidades como falta de
manutenção, no que diz respeito a sujeiras como folhas, dejetos de animais, e uma
quantidade de mosca que transitam sobre o telhado. O correto seria cortar as pontas das
árvores para que o acesso de alguns animais fosse impedido, e contribuindo também
com a limpeza do telhado, pois a presença de folhas sobre o mesmo é exagerada e
acaba interrompendo a passagem de água pela calha e conseqüentemente captando
menos água, e de menor qualidade. Outra irregularidade observada é o uso da telha para
a captação ser de amianto, pois ainda não são conhecidos os problemas que a ingestão
dessa água captada por essa telha, mesmo que por acidente pode causar a saúde.
As calhas são constituídas de metal (figura 20), e foram bem fixadas para uma maior
segurança do sistema. No que diz respeito a limpeza, a situação da calha é a mesma que
a do telhado, apresentando dejetos de animais, acúmulo de folhas e quantidade
52
volumosa de moscas sobre sua superfície. A calha não apresenta nenhum tipo de
peneira para impedir que matérias sejam arrastados com a chuva até os canos de
condução. Quanto ao caimento da calha, está dentro das conformidades, sendo dividida
em duas, pois o tubo de condução se localiza no centro da calha, isso devido ao
caimento da calha ser das duas extremidades do telhado tendendo-se a encontrar no
centro. Devido a extensão do telhado ser muito longa o que implica num caimento da
calha muito acentuado, foi optado por utilizar a calha com o caimento voltado para o
centro. No local em que se localiza o cano coletor da água que desce da calha foi
verificado uma quantidade ainda maior de sujeira das mais variadas, pois com o trajeto
da água a mesma arrasta consigo esse tipo de material o qual vai se acumular na entrada
do cano coletor.
Figura 20: Detalhe da calha
As tubulações analisadas estão em más condições de funcionamento devido a grande
quantidade de material não peneirado ou filtrado que passam por ele e que impedem o
trajeto da água. Quanto a filtração, não foi observado nenhum tipo de filtro em todo o
sistema de captação da água da chuva, ou seja, assim que a água cai sobre a superfície
do telhado ela é captada pelas calhas e daí percorre pelos canos condutores até a
cisterna sem ser filtrada ou ainda sem dispositivos de retenção de material impróprio, e
isso ocasionou uma perda de eficiência do sistema, quanto a passagem de água pelos
tubos e aumentando na contaminação agindo diretamente na qualidade da água.
A tubulação de abastecimento da pocilga percorre a parte externa do solo e não
apresenta proteção (figura 21).
Figura 21: Tubulações na parte externa do solo
53
A cisterna possui capacidade de armazenagem de 20000 litros, o que implica num uso
de água considerando caixa cheia, num período de 3 dias, sendo que o recomendável
seria 15 dias. A caixa reservatório não possui tubulação de saída de água superior
(ladrão), ocasionando o transbordamento da mesma quando cheia.
Outro fator importante também é a localização da cisterna, que se encontra
nas
proximidades da caixa de dejetos suínos (esterqueira), o que implica num acúmulo
ainda maior de detritos e contaminação da água, além de apresentar risco de
desmoronamento devido à inclinação do terreno (figura 22). O sistema de captação
analisado não possui bomba para elevar água até o estabelecimento, o mesmo é feito
por gravidade, ou seja, as pocilgas do local analisado são construídas com diferenças de
nível, então a água captada no telhado de um persigal é enviada para abastecer a outra
que se encontra no nível mais abaixo.
Figura 22: Cisterna construída próximo ao desnível
4.3.1 Proposta do filtro para captação da água da chuva
No estudo proposto foi confeccionado um filtro artesanal para melhorar a qualidade da
água, tentando minimizar a quantidade de poluentes e dejetos presentes .
No início, verificou-se que o telhado que capta a água da chuva fica próximo do local
onde de armazenamento dos dejetos de origem suína (figura 23). Este fato pode
contribuir para um aumento no grau de contaminação da água coletada, pois vários
animais (insetos, aves, roedores) que tem acesso a caixa de dejetos, podendo
posteriormente transitar sobre a superfície do telhado.
Em função do uso da água, apenas para a limpeza e manutenção, buscou-se a instalação
de um filtro que reduzisse a passagem de material de maior granulometria que possam
54
obstruir o fluxo de água na tubulação que conduz ao reservatório. Observa-se que esta
água não era utilizada para a ingestão animal.
Figura 23: Caixa de dejetos próximo ao telhado de captação
Inicialmente foi realizado um estudo do local onde seria instalado o filtro, e foi
observado que esse local não suportaria muito peso (figura 24), pois para a implantação
seria necessário que o filtro ficasse suspenso preso apenas pelo tubo condutor de água,
e esse fator descartou algumas possibilidades de filtros que poderiam ser usados para
essa situação, como por exemplo, um filtro de madeira.
Figura 24: Local de instalação do filtro
O filtro elaborado apresenta um sistema de peneiramento confeccionado de madeira
maciça do tipo Cedro (figura 25). As propriedades dessa madeira mostram-se
resistentes às intempéries e em contato com a água, porém é recomendado a troca da
peneira num período de 3 anos, isso para um melhor funcionamento do sistema.
Figura 25: Peneira confeccionada de madeira, e que contem um parafuso
para auxiliar na retirada da mesma
55
Foi realizada a limpeza das peneiras uma vez a cada duas semanas. A espessura da
peneira é de 2,5 cm, com circunferência ligeiramente inferior a 100 mm, para melhor
fixação no interior de um tubo de PVC de 100 mm de diâmetro. Outro detalhe que pode
ser observado foi a fixação de um parafuso na peneira para auxiliar na remoção da
mesma e efetuar a limpeza (figura 26).
Figura 26: Detalhe do parafuso usado para auxiliar na remoção da
peneira
A madeira cedro é considerada de resistência moderada ao ataque de organismos
xilófago, segundo observações práticas a madeira é leve, com cor variando do begerosado ou castanho-claro-rosado, mais ou menos intenso. Possui textura grossa direta
ou ligeiramente ondulada, superfície lustrosa e cheiro característico agradável. Algumas
aplicações dessa madeira são observadas por a mesma apresentar retratibilidade linear e
volumétrica baixas, e propriedades mecânicas entre baixas e médias, é particularmente
indicada na construção civil como venezianas, forros e rodapé. A madeira cedro
classifica-se entre as madeiras leves, que tem mais diversificação e é superada somente
pela madeira Pinho-do-Pará. (SOUZA, 2000).
Figura 27: tubo de PVC usado para corpo do filtro
Outro material usado para compor o filtro foi um tubo de PVC de 40 cm (figura 27),
servindo para envolver as peneiras de madeira. O PVC foi escolhido por se tratar de um
material leve e não causar riscos ao sistema, além das perdas de condução de água
serem quase nulas.
56
Para uma maior fixação das peneiras no tubo de PVC e evitar que essas se desloquem
das suas posições pertinentes foi fixado uma abraçadeira sobre elas para impedir
qualquer movimentação que possa comprometer o sistema (figura 28). As abraçadeiras
são de origem metálica e resistentes a intempéries, além de ser fator fundamental para o
bom funcionamento do sistema ela se mostra pratica no quesito da remoção das
peneiras. Para isto basta descomprimir as abraçadeiras e retirar as peneiras do interior
do tubo (figura 29), para cada peneira existente no interior do tubo, existe a mesma
quantidade de abraçadeira impedindo sua movimentação.
Figura 28: Abraçadeiras metálicas usadas para fixar as peneiras
Figura 29: Detalhe das abraçadeiras fixando as peneiras
Para unir o filtro ao tubo de condução de água foram utilizadas duas luvas simples de
100 mm, sendo que uma delas sofreu alteração (figura 30) para uma maior facilidade no
desencaixe do filtro com o sistema de condução. A luva modificada além de ser
encaixada no sistema, recebe o auxilio de uma abraçadeira para não comprometer o
sistema com um possível deslocamento do filtro.
57
Figura 30: Luva alterada para auxiliar na manutenção do filtro
Como leito filtrante propôs-se o uso de carvão vegetal, porém observou-se que o
material não foi aprovado. O filtro inicialmente foi instalado com carvão como material
filtrante, objetivando uma melhor purificação e por possuir peso reduzido.
Após uma semana em que o filtro foi instalado observou-se que havia mofo ocasionado
pela degradação do carvão, isso devido à exposição do mesmo ora em contado com a
água ora em exposição ao sol, logo o primeiro comportamento que o carvão apresentou
foi de degradação, o que poderia comprometer a filtragem e conseqüentemente a
qualidade da água, e por esses motivos foi descartado o seu uso.
4.3.1.1 Funcionamento e manutenção do filtro
Procurou-se instalar o filtro de tal forma que seja fácil a sua remoção, para que
qualquer pessoa possa fazê-lo. Basta desprender a abraçadeira do lado direito e
desencaixar o filtro da luva modificada (figura 31).
A limpeza é realizada retirando-se as peneiras e enxaguando-as com água corrente, o
procedimento é rápido e acessível a qualquer pessoa. Após esse processo, o filtro pode
ser recolocado em sua posição original. É recomendado que se faça a limpeza do filtro
uma vez a cada 15 dias, isso para um melhor funcionamento do sistema, pois foi
possível observar neste período que houve um acúmulo razoável de folhas que foram
barradas nas peneiras (figura 32).
58
Figura 31: Remoção do filtro para limpeza
Figura 32: Material retido na peneira
Para verificar a qualidade da água, antes a após a instalação do filtro, foi realizado
análises microbiológicas em laboratório especializado no município Dionísio
Cerqueira, uma coleta antes da instalação do filtro, e outra após.
4.3.2 Laudo da análise microbiológica da água do persigal (2)
A água coletada para fazer as análises microbiológicas foi retirada diretamente do
reservatório nas duas situações (antes e após a instalação do filtro). O método utilizado
para análise foi o método Nefelométrico, e a através deste método foi possível extrair as
informações desejadas. Nas duas análises foi possível observar a presença de
coliformes termo tolerantes, que são organismos que continuam ativos mesmo na
presença de temperaturas elevadas. Outro fator que pode ser observado nos dois casos é
o aspecto límpido da água e sem odor. A única mudança observada diz respeito à
turbidez da água, no laudo sem o filtro a turbidez encontrada foi de 3,7 UT e no laudo
com o filtro essa turbidez baixa para 3,4 UT. O laudo da análise considerou a água
59
imprópria para consumo nas duas situações sendo ela sem e com a presença do filtro.
As tabelas dos laudos estão disponíveis no apêndice, tabelas 4 e 5.
4.3.2.1 Esclarecimentos sobre a análise microbiológica realizada no
persigal (2)
Segundo Moruzzi 2007, para melhor esclarecimento, a turbidez pode ser entendida
como o grau de nitidez ou transparência da água, e essa pode ser melhorada através de
sedimentação simples, utilizando-se decantadores e ou flotação por ar dissolvido. A
filtração pode ser entendida como fator complementar dos meios anteriores.
Outro fator que foi possível observar pela análise é a presença de bactérias e coliformes
termo tolerantes. As bactérias do grupo termo tolerantes são consideradas os principais
indicadores de contaminação fecal, essas bactérias reproduzem-se ativamente a uma
temperatura de 44,5ºC e são capazes de fermentar carboidratos (MORUZZI, 2007).
De acordo com Moruzzi 2007, a determinação da concentração dos coliformes assume
importância
como
parâmetro
indicador
da
possibilidade
da
existência
de
microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação
hídrica, tais como febre tifóide, febre para-tifóide, disenteria bacilar e cólera. Essas
doenças são um risco quando manuseadas sem nenhum meio preventivo.
4.4 ESTUDO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NECESSÁRIA
PARA ENCHER O RESERVATÓRIO DE ÁGUA DO PERSIGAL (2)
Nesta etapa do estudo foi proposto verificar a quantidade de água necessária para
encher uma caixa de água de 20000 litros, para isso conta com um telhado de 90 m de
comprimento e 7 m de largura. De acordo com os danos fornecidos, a quantidade de
precipitação mensal do município encontra-se na faixa de 150 mm, esse dado indica um
bom índice pluviométrico e compensa sua captação.
Segundo Castello (2005), para encontrar o valor da chuva em (mm) capaz de encher a
caixa de água, basta partir do principio que 1mm de água da chuva equivale a 1litro/m².
Com base nos dados de Castello (2005) mais a área do telhado que é de 630m² é
possível encontrar a quantidade necessária de chuva em (mm) para encher uma caixa de
60
água de 20000 litros. Ou seja, (630m² x chuva em mm = 20000 litros), então
(chuva em mm = 20000 litros/630m²), esse cálculo mostra que é necessário uma chuva
de aproximadamente 32 mm, para encher o reservatório.
Com uma área de captação de 630m² e o reservatório com capacidade de
armazenamento 20 mil litros, é necessário uma chuva de intensidade igual a 32 mm
para encher esse reservatório.
61
5. RESULTADOS E ANÁLISES
5.1. RESULTADOS OBTIDOS PELA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA
DA ÁGUA EM FUNÇÃO DO FILTRO NO PERSIGAL (2)
O laudo da análise microbiológica apresentado após a instalação do filtro mostra que,
ocorreu uma pequena melhoria com o uso do filtro um relação à turbidez, que passou
de 3,7 UT para 3,4 UT, mas esta melhora não foi significativa. Porém, o fato que se
destaca é o uso da água para fins não nobres, esta informação aprova o uso do filtro
mesmo não agindo de forma significativa em relação à turbidez. O filtro, na função de
impedir que materiais de aspectos variados passem diretamente pela tubulação se
mostrou muito eficiente, assim como mostra a figura 32. Esse aspecto prova que é
viável o seu uso como mecanismo filtrante, contribuindo para a melhoria do sistema de
captação. Nos demais aspectos da análise, como a presença de organismos termo
tolerantes ou em relação à água ser límpida ou mesmo ao odor, não foi observado
nenhuma mudança a respeito destes dados nas análises.
Segundo a análise realizada, foi possível constatar a presença de coliformes termo
tolerantes em ambas as situações, isto requer muito cuidado no manuseio da água,
independente da atividade em que a água será aplicada, pois os riscos de adquirir
doenças são grandes. Para minimizar os risco e prevenir essas doenças é necessário o
uso de luvas, deve haver concentração de cloro nas cisternas entre 0,5 e 3,0 mg/l,
sempre lavar bem as mãos após o manuseio da água, descartar os primeiros quinze
minutos de chuva, afim de eliminar boa parte desses organismos presentes no telhado
de captação, não ingerir esta água em hipótese alguma, além de instalar placadas
informativas acima das torneiras informando a origem da água e se é imprópria para o
consumo.
62
5.2. CONSUMO DE ÁGUA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
No decorrer dos meses de fevereiro, março, abril e maio foram realizadas as
quantificações de água do persigal (1) com o uso de um hidrômetro, e a quantidade de
água contabilizada durante este período foi de 363392 litros de água, para um total de
1041 suínos.
A relação de consumo de água por unidade suína estudada no persigal (1) esta ligada
com o fator temperatura. Dependendo da temperatura será o consumo de água desses
animais, podendo oscilar para mais ou para menos. Outro fator que esta relacionado
com o consumo de água em relação a prática da suinocultura é a incidência com que o
sol atinge o persigal, se o persigal não tiver nenhum tipo de isolamento, assim como o
persigal estudado, os suínos irão sofrer mais com o calor e conseqüentemente consumir
mais água. Devido a estes fatores o consumo de água por unidade suína pode variar de
um persigal para outro, e de região para região.
É possível observar nos dados do mês de abril (figura 18) que houve uma significativa
queda de temperatura no período do dia 9 ao dia 14 do mesmo mês, onde foi verificado
um consumo de 22,6 litros/unidade, esta foi a média mais baixa se for comparada com
os dados anteriores. Esse fato é explicado por mudanças climáticas ocorridas nesta
época em toda região do oeste catarinense.
Segundo Pereira (2010), na primeira quinzena de abril de 2010 o clima da região oeste
de Santa Catarina foi influenciado por fatores climáticos vindos da região do Rio
Grande do Sul, provocando uma diminuição das temperaturas.
De acordo com o mesmo autor, pôde-se observar que nos dias 11 a 13 de abril ocorreu
uma frente fria devido a uma forte massa polar que passava pela região, ocasionando
uma diminuição na temperatura do extremo oeste catarinense. Na cidade de Guarujá do
Sul onde se desenvolveu o estudo da quantificação de água, os termômetros marcaram
temperaturas médias mínimas de 18ºC neste mesmo período de tempo. E esse fato
contribuiu para uma diminuição no consumo de água.
63
5.3. COMPARAÇÃO DOS DADOS ENTRE OS MÉTODOS DA
QUANTIFICAÇÃO
REALIZADA
PELO
PRODUTOR
E
HIDRÔMETRO NO PERSIGAL (1)
A quantificação realizada pelo produtor visava uma permanência dos animais de 62
dias no persigal, e contava com um número menor de suínos, porém foi quantificada a
água das matrizes separadamente do restante do plantel o qual não foi possível fazer na
quantificação realizada com o auxílio do hidrômetro.
A quantificação apresentada pelo produtor prevê um consumo de 20 litros por dia para
cada matriz, o que representa um percentual de 8% da massa corporal desse animal,
tendo em vista que cada matriz pesa em média 250 kg. No caso dos leitões e dos
reprodutores, o consumo de água do conjunto foi de 500 litros para cada 20 indivíduos,
o que corresponde a 25 litros de água por elemento em um dia. O peso médio desses
suínos (leitões e reprodutores) foi em média de 17 kg, a água contabilizada teve como
finalidade abastecimento para o consumo do plantel, limpeza e irrigação do assoalho
devido ao calor excessivo.
Percebe-se que na contabilização apresentada pelo produtor obteve-se uma média de
22,5 litros por unidade ao dia. Na quantificação obtida pelo uso do hidrômetro foi
possível observar um consumo médio de 23 litros de água por unidade ao dia. Apesar
dos resultados serem aproximados, o número de suínos entre as duas medições são
diferentes, assim como, o peso desses animais nas duas análises se diferenciaram e
também a época do ano não coincidir, logo a comparação entre as duas quantificações
causam atrito devido a estes critérios.
Para uma melhor aproximação, esses dados foram analisados com referências de outras
pesquisas na mesma área e região onde foi elaborada a pesquisa em questão. Os dados
abaixo mostram a produção de suínos para sistemas de média tecnologia, característico
da Região Oeste de Santa Catarina.
Segundo Perdomo 2005, a quantidade de água utilizada por dia para a necessidade de
uma matriz é de 24 litros/dia, para unidade de terminação dos leitões é de 6,5 litros por
dia e considerando a unidade de ciclo completo é de 64 litros por dia.
De acordo com Palhares 2005, para suínos de até 55 dias seriam necessários para a
necessidade desses animais 3 litros de água por cabeça ao dia, animais de 56 a 95 dias
de idade é necessário a quantidade de 8 litros de água por cabeça ao dia, animais de 96
64
a 156 dias há uma necessidade de 12 litros de água ao dia por cabeça. Animais em fase
de abate o que ocorre com suínos de 157 a 230 dias, verifica-se para esses animais uma
necessidade de 20 litros de água por dia/cabeça. Para leitoas a quantidade de água fica
em torno dos 16 litros por cabeça ao dia, e para os machos 20 litros por cabeça ao dia.
Porém para esses dados não foi considerado a água para limpeza e manutenção do
estabelecimento, tendo em vista apenas o consumo animal.
Logo, pelos dados apresentados pelos autores em comparação com os dados
apresentados no persigal em estudo persigal (1), pode-se perceber que o consumo de
água fornecida pelos autores é menor em relação ao consumo de água do persigal (1),
porém nos dados fornecidos pelos autores não foi contabilizado a água para limpeza e
manutenção do estabelecimento, justificando o menor consumo.
65
APÊNDICE
66
Tabela 3: dados obtidos para a quantificação da água nos meses de fevereiro a abril
DADOS DO MÊS DE FEVEREIRO
LEITURA NO MÊS
28/02/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= 24090 LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
24090
1041
1
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me= (24090/1041) 23,14 litros/und
DADOS DO MÊS DE MARÇO
LEITURA NO MÊS
05/03/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (150065-24090)/5 25195
LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
150065
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(25193/1041) 24,2 litros/und
LEITURA NO MÊS
10/03/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (271900-150065)/5 24367
LITROS
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(24367/1041) 23,41 litros/und
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
271900
1041
5
67
LEITURA NO MÊS
15/03/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (398500-271900)/5 25320
LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
398500
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(25320/1041) 24,32 litros/und
CONTINUAÇÃO DOS DADOS DO MÊS DE MARÇO
LEITURA NO MÊS
20/03/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (524033-398500)/5 25107
LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
524033
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(25107/1041) 24,12 litros/und
LEITURA NO MÊS
25/03/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (643237-524033)/5 23661
LITROS
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(23661/1041) 22,73 litros/und
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
643237
1041
5
68
LEITURA NO MÊS
30/03/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (524033-398500)/5 25107
LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
769661
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(25107/1041) 24,12 litros/und
DADOS DO MÊS DE ABRIL
LEITURA NO MÊS
04/04/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (893990-769661)/5 24866
LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
893990
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(24866/1041) 23,89 litros/und
LEITURA NO MÊS
09/04/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (1017145-893990)/5 24631
LITROS
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(24631/1041) 23,66 litros/und
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
1017145
1041
5
69
LEITURA NO MÊS
14/04/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (1134835-1017145)/5 23538
LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
1134835
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(23538/1041) 22,61 litros/und
CONTINUAÇÃO DOS DADOS DO MÊS DE ABRIL
LEITURA NO MÊS
19/04/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (1258250-1134835)/5 24683
LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
1258250
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(24683/1041) 23,71 litros/und
LEITURA NO MÊS
24/04/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (1379935-1258250)/5 24337
LITROS
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(24337/1041) 23,38 litros/und
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
1379935
1041
5
70
LEITURA NO MÊS
29/04/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (1497493-1379935)/5 23512
LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
1497493
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(23512/1041) 22,58 litros/und
DADOS DO MÊS DE MAIO
LEITURA NO MÊS
04/05/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (1616705-1497493)/5
23842LITROS
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
1616705
1041
5
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(23842/1041) 22,9 litros/und
LEITURA NO MÊS
09/05/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (1722386-1616705)/5 21136
LITROS
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(21136/1041) 20,30 litros/und
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
1722385
1041
5
71
LEITURA NO MÊS
14/05/2010
MÉDIA DO CONSUMO DE ÁGUA
DURANTE O PERIODO
M= (1823324-1722385)/5 20188
LITROS
MÉDIA DE CONSUMO POR UNIDADE
DURANTE O PERIODO
Me=(20188/1041) 19,39 litros/und
LEITURA DO
HIDRÔMETRO
QUANTIDADE PERIODO
EM LITROS
DE SUINOS
EM DIAS
1823320
1041
5
72
Tabela 4: Laudo da análise microbiológica da água antes da instalação do filtro
LAUDO DE ÁNALISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA
Tipo de abastecimento: Solução
Alternativa Individual
Tipo De Água: Não Tratada / In Natura
Município: Guarujá Do Sul
Endereço do Local de Coleta: Linha
Possato
Ponto de Coleta: Direto do reservatório
Data de Entrada no Laboratório:
04/5/2010
LEITURAS DE CAMPO
Data de Coleta: 04/5/2010
Hora da Coleta: 08:40
Nome do Coletador: Hélio
Horário de Entrada no Laboratório: 10:35
VALORES DE REFERÊNCIA
(Portaria 518/MS de 25/03/2004)
Cloro Residual Livre
mg/L
Min. 0,2 mg/L na rede de distribuição
pH:
Entre 6,0 e 9,5 na rede de distribuição
Cloro (LACEN)
mg/L (método
colorimétrico - DPD)
RESULTADOS ANÁLITICOS
PARÂMETROS
MÉTODO
Características Organolépticas
Aspecto: Límpido
Odor: Não Objetável
Características Físico-Químicas
Turbidez: 3,7 UT
Características Microbiológicas
Coliformes Totais: Presença em
100 ml
Coliformes Termo tolerantes:
Presença em 100 ml
VALORES DE
REFERÊNCIA
(Portaria 518/MS de
25/03/2004)
Não Objetável
Nefelométrico
Máx. 5 UT
Ausência em 100 ml
Ausência em 100 ml
CONCLUSÃO
A amostra realizada NÃO ATENDE aos padrões de potabilidade estabelecidos na
Portaria N° 518/MS de 25/03/2004, no que se refere às características
MICROBIOLÓGICAS, abordadas no presente laudo.
Dionísio Cerqueira, 5/5/2010
73
Tabela 5: Laudo da análise microbiológica da água após a instalação do filtro
LAUDO DE ÁNALISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA
Tipo de abastecimento: Solução
Alternativa Individual
Tipo De Água: Não Tratada / In Natura
Município: Guarujá Do Sul
Endereço do Local de Coleta: Linha
Possato
Ponto de Coleta: Direto do reservatório
Data de Entrada no Laboratório:
12/5/2010
LEITURAS DE CAMPO
Data de Coleta: 12/4/2010
Hora da Coleta: 9:45
Nome do Coletador: Hélio
Horário de Entrada no Laboratório: 10:50
VALORES DE REFERÊNCIA
(Portaria 518/MS de 25/03/2004)
Cloro Residual Livre
mg/L
Min. 0,2 mg/L na rede de distribuição
pH:
Entre 6,0 e 9,5 na rede de distribuição
Cloro (LACEN)
mg/L (método
colorimétrico - DPD)
RESULTADOS ANÁLITICOS
PARÂMETROS
MÉTODO
Características Organolépticas
Aspecto: Límpido
Odor: Não Objetável
Características Físico-Químicas
Turbidez: 3,4 UT
Características Microbiológicas
Coliformes Totais: Presença em
100 ml
Coliformes Termo tolerantes:
Presença em 100 ml
VALORES DE
REFERÊNCIA
(Portaria 518/MS de
25/03/2004)
Não Objetável
Nefelométrico
Máx. 5 UT
Ausência em 100 ml
Ausência em 100 ml
CONCLUSÃO
A amostra realizada NÃO ATENDE aos padrões de potabilidade estabelecidos na
Portaria N° 518/MS de 25/03/2004, no que se refere às características
MICROBIOLÓGICAS, abordadas no presente laudo.
Dionísio Cerqueira, 19/5/2010
74
5. CONCLUSÃO
Pode-se observar através do estudo aplicado ao persigal (1) que o consumo de água
utilizada para produção suína encontra-se na faixa de 23 litros de água por dia para cada
unidade suína, considerando nesta quantificação o consumo dos animais da espécie
suína, a irrigação do ambiente em dias de temperaturas elevadas, a limpeza do
estabelecimento e higienização do maquinário utilizado para confecção do alimento
consumido no persigal.
Segundo dados de autores o consumo de água por unidade suína na fase adulta é de
24 litros por dia, e em fase de desenvolvimento é de 6,5 litros por indivíduo, porém
esses dados não levam em consideração o consumo de água utilizada na limpeza e
manutenção do persigal o que explica a média de água mais elevada no estudo
elaborado.
O consumo de 23 litros de água por dia para cada suíno é um valor considerado
relativamente alto. Isso pode inviabilizar a prática da suinocultura futuramente,
decorrente do alto teor de consumo de água em relação à produtividade, pois a água
vem sendo um bem cada vez mais escasso e precioso no meio em que vivemos.
De fato pode-se perceber que um meio alternativo e econômico para minimizar esse
quadro do consumo de água na suinocultura em curto prazo, seria a implantação de
sistemas de captação da água da chuva, que mostram-se versáteis e acessível
economicamente, tendo a possibilidade de adicionar a eles sistemas artesanais como
filtros para complemento de eficiência.
O filtro elaborado para melhorar a qualidade do sistema de captação no
persigal (1) mostrou-se insuficiente no melhoramento da turbidez da água, mas
eficiente em reter materiais de maior granulometria impedindo que esses causassem
danos ao sistema, logo pode-se comprovar que ouve um melhoramento no sistema de
captação com a instalação do filtro. Os sistemas de captação da água da chuva
requerem manutenção e cuidados com o manuseio da água, pois a água pode estar
contaminada e entrando em contado com a pele ou mesmo na ingestão da água, esta
pode causar doenças como cólera e febre tifóide.
75
Portanto através dos resultados obtidos e analisados foi possível contabilizar a água
consumida no persigal (1) e relatar a influência da temperatura no consumo da água,
assim como, a importância em criar meios alternativos para minimizar os efeitos da
escassez da água, como a implantação de sistemas de captação da água da chuva. Os
cuidados com os sistemas de captação da água da chuva, e que com medidas simples e
econômicas pode-se implementar esses sistemas deixando-os mais eficazes.
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análise da captação e quantificação da água da chuva em persigais