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O Lx Factory tem uma nova pizzaria. Chama-se A Mesa e faz jus ao
nome: só tem mesmo um sítio para se sentar, conta Mariana Correia
de Barros.
Vasco Barbosa e João Maior fazem parte das famílias numerosas. Não da
associação propriamente dita, mas daquelas famílias gigantes, com grande
tradição de tardes e noites passadas à volta de uma mesa. Lembraram-se
então de transportar essa experiência para um restaurante. Mandaram
construir uma mesa comprida, treinaram uma equipa nas pizzas e abriram
portas no Lx Factory com um conceito inovador, que só não surpreende no
nome: A Mesa.
Assim vão directos ao assunto. “Só há mesmo uma mesa”, diz Vasco.
Onde cabem 50 pessoas. “Quisemos fugir à ideia de restaurante
tradicional. Este serve para conviver e conversar com os do lado.” Ao bom
estilo de um refeitório. Mas um refeitório à séria e muito bem arranjadinho.
Do projecto com os arquitectos Ana Duarte Pinto e José Manuel Alves
nasceu um restaurante em forma de “L”. A perna mais comprida tem a
mesa de 16 metros em ferro e tampo de azulejos. A mais curta tem uma
zona lounge de entrada, a cozinha aberta para o exterior e uma mesa para
o buffet dos almoços.
Os dois sócios conheceram-se quando João Maior trabalhava no
Simplesmente Pizza Bar. “Lancei-lhe o desafio e ele aceitou logo.” À dupla
juntou-se Betina Conceição. Estavam prontos para inaugurar em
Dezembro, mas atraso aqui, complicação ali, só na semana passada é que
conseguiram abrir portas.
João escolheu a trupe da cozinha. “Trouxe um pizzaiolo que conhecia
bem.” E aqui só se fazem pizzas fininhas, daquelas que saem do forno a
estalar. “Mas com consistência”, avisa. Dá para experimentar o conceito ao
almoço, quando funcionam apenas em modo buffet, ou ao jantar. Durante o
dia, existem quatro menus (entre os 6,50€ e os 8,50€), todos eles com
fatias de pizza à descrição, saladas e fruta (pelo menos) e outros pratos
que fazem oscilar o preço. E é de dia que mais se sente o lado cantina. Os
individuais são de papel e as pessoas sentam-se sem ordem. Ao jantar, o
cenário muda. “Cada grupo tem cor de marcador específica”, explica
Vasco. A carta, também é outra. Bruschettas, saladas e pizzas com nomes
de zonas da cidade. Exemplos? Calvário, Lapa, Marvila ou Serafina. À
sobremesa, mais pizzas, com ingredientes como goiabada, queijo ou
banana.
A excepção a Itália faz-se apenas com o brunch diário entre as 15.00 e as
19.00. Que tem tapas, tostas e ovos de codorniz. Sim, assim mesmo,
sozinhos. Aos 20 em cada pedido. Mas, por mais que queira, não vai
esquecer que está numa pizzaria. Só passam música italiana, dos anos 40,
50 e 60, e na parede escreveram frases de um poeta gastronómico
napolitano. “Estão mal escritas”, dirão muitos pseudo-entendidos na língua.
Não, não estão. Fazem parte do idiolecto do poeta.
Lx Factory. Rua Rodrigues Faria, 103. 21 362 4351. Seg-Qui 11.00-00.00,
Sex 11.00-01.00, Sáb 16.00-01.00
terça-feira, 15 de Março de 2011
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