Hospital Geral do Exército de Curitiba-PR –HGeC Instituto Paranaense de Pesquisas e Ensino em Odontologia - IPPEO CONE-MORSE OU HEXÁGONO EXTERNO: ANÁLISE COMPARATIVA ENTE OS DOIS SISTEMAS QUANTO A QUEBRA E SOLTURA DOS PARAFUSOS, MICRO-FENDAS DA JUNÇÃO E PERDA ÓSSEA PERIIMPLANTAR CURITIBA 2010 CONE-MORSE OU HEXÁGONO EXTERNO: ANÁLISE COMPARATIVA ENTE OS DOIS SISTEMAS QUANTO A QUEBRA E SOLTURA DOS PARAFUSOS, MICRO-FENDAS DA JUNÇÃO E PERDA ÓSSEA PERIIMPLANTAR Autora: Taís Cristina da Rosa 1 Orientador: Alberto João Zortéa Júnior 2 1 Aluna 2 do Curso de Especialização em Implantodontia do HGeC-PR Especialista e Mestre em Periodontia; Especialista e Doutor em Implantodontia; Coordenador do Curso Especialização Implantodontia do HGeC-PR CURITIBA 2010 Revisão de Literatura 1996-2009 Introdução • Sucesso de Implantes do Sistema Branemark; • Restaurações Unitárias, depende da estabilidade da união entre a restauração protética e o implante. Introdução Algumas complicações comumente encontradas: - Soltura e quebra do parafuso protético; - Reabsorção óssea ao redor do implante. Introdução • Cone-Morse: Sistema de encaixe de fricção em que o “macho” cônico encaixa na “fêmea” também cônica. • O ângulo cone-morse é determinado pelas propriedades mecânicas do material Introdução Fonte: http://www.dentsply-friadent.com/en/525.htm Objetivo da Revisão Bibliográfica: Comparar as falhas de soltura ou quebra dos parafusos do abutment, micro-fendas da junção implante-abutment e perda óssea periimplantar entre os sistemas de Hexágono Externo e ConeMorse. Material e Método: • Busca eletrônica nas bases de dados Medline, Lilacs e Pubmed; • Descritores: “cone-morse”; “hexágonoexterno”; “abutment”; “perda óssea periimplantar” ou “biomecânica”; REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Segundo Binon (1996) e Binon & Mchugh (1996), quanto melhor a adaptação entre o hexágono e o abutment, menor a chance de soltura do parafuso do abutment. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Jemt & Lekholm (1998) realizaram um estuto “in vivo” em coelhos para verificar a perda óssea marginal ao redor de implantes Branemark. • Foram inseridos 3 implantes na tíbia de 4 coelhos, após 8 semanas foi colocada estrutura metálica representando uma fixa de 3 elementos. • Demonstrou-se movimento vertical de 150 µm, sempre combinado com rotação da superestrutura. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Gross et al (1999) avaliaram a infiltração de fluidos na interface implante/intermediário em 5 sistemas de implantes (Spline Sulzer Calciteck, ITI Straumann, Nobel Biocare, Steri-Oss e 3I). - A infiltração foi observada em todos os sistemas avaliados. Os resultados indicam que fluidos contendo moléculas pequenas são capazes de passar em todas as interfaces estudadas. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Modelos tridimensionais em iguais condições foram criados para comparar mecanicamente as conexões de hexágono externo com cone-morse, utilizados em dinâmicas imitando condições de longo prazo. As conclusões de Merz et al (2000) é que cone-morse (ITI 8˚) é superior quanto as propriedades mecânicas. Fig.1. Montagem da configuração de teste empregada para os testes cíclicos. Fonte: Merz et al 2000 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Fig. 2. Implante cone - morse Fig.3. Implante hexágono externo Fonte: Merz et al 2000 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Fig. 4a e 4 b. Distribuição de estresse equivalente (MPa) sob carga não axial em 30 ˚ de 380 N. • O lado direito está sob tração e o esquerdo sob compressão. • Em “a” os níveis críticos de estresse são limitados e pequenos e rosca é protegida pela articulação cônica. Fig. a. Cone-Morse Fig. b. Hexágono Externo Fonte: Merz et al 2000 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Segundo o estudo de Schwarz (2000), o implante cone-morse ITI (8˚), diminui a incidência de afrouxamento e fratura do parafuso, em função do chanfro de 45˚ no ombro do implante e parede vertical do abutment de 1,5 mm; • Diâmetros reduzidos devem ser usados com cautela em implantes ocos posteriores (Schwarz 2000). REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Small & Tarnow (2000) realizaram um estudo para verificar o tecido mole ao redor dos implantes de cone-morse (ITI) e hexágono externo (Nobel Biocare). Fizeram medições logo após a cirurgia, após 1 semana, 1 mês, 3, 6, 9 e 12 meses depois. Resultados: - maior recessão nos 3 primeiros meses. - 80% exibiu recessão por vestibular - Regra geral 1mm de recessão por vestibular é esperado. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Constantino (2001) avaliou 5 marcas comerciais de HEXÁGONO EXTERNO (Implamed, Nobel Biocare, Restore, Calcitek, Intra-Lock) através de imagens ampliadas e medidas de alta precisão. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Constantino (2001) - observou que TODOS apresentam micro-movimentações rotacionais, advindas principalmente do processo de usinagem. Fig. 5. Imagens de componentes em cortes, ilustrando espaços determinados por folgas e tolerâncias amplas. Fonte: Constantino 2001 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Nos estudo de Khraisat et al (2002) comparou em estudo laboratorial, os efeitos de fadiga e fratura do abutment entre o sistema ITI e Branemark. Conclusão desse estudo: Os efeitos de fadiga e fratura de abutment para um modelo de implante unitário foram significativamente melhores para o sistema ITI (P > 0,001). REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Joly & Lima (2003) analisaram as características, tamanhos e locais das fendas do sistema implante-intermediário em sistema de cone-morse e hexágono externo. - Com microscopia eletrônica de varredura, observaram que não teve diferença estatística entre os tamanhos das fendas dos dois sistemas. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Chou et al (2004) avaliaram 1500 implantes Ankylos (4˚ de conicidade) durante 36 meses e observaram que a perda óssea foi de 0,2 mm/ano. • Morris et al (2004) realizaram um estudo clínico internacional, abrangente, multicentrado. Avaliaram durante 3 a 5 anos, mais de 1500 implantes Ankylos colocados em função e concluíram que a sobrevivência foi de 97,5%. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Nentwig (2004) avaliou, entre outubro de 1991 a outubro de 2002, os dados de 5439 implantes Cone-Morse Ankylos instalados. Bem sucedidos: - estabilidade e função clínica - nenhuma inflamação tecidos duros e moles - sem perda progressiva do osso e mucosa - satisfação do paciente REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Resultados encontrados por Nentwig(2004), num período de carga média de 56,8 meses: - Dos 943 implantes unitários = 98,7% sucesso - Prótese de extremidade livre em sela/ dos 1679 implantes = 97,9% sucesso - Grande área edêntula / 805 = 97,3% sucesso - Dentição reduzida / 606 = 95,8% sucesso REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Araújo et al (2008) realizaram um estudo clínico e radiográfico randomizado. objetivo foi o de avaliar desempenho biológico e mecânico do sistema cone-morse da Neodent - 40 pacientes/ 80 implantes instalados/ 67 colocados em função; - Acompanhamento por 2 a 15 meses; - 2 implantes perdidos; - Nenhum implante apresentou perda óssea marginal ou falhas mecânicas. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • Freitas et al (2009)- revisão de literatura de 1991 a 2007; - Compararam: Cone-Morse X Hexágono Externo - Em relação: as propriedades mecânicas, biológicas e estéticas dos sistemas de implante. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - Conclusão de Freitas et al (2009): Cone-Morse - maior resistência mecânica; - melhor distribuição e transmissão da força ao longo do implante para o tecido ósseo; - redução do gap, com menor possibilidade de invasão bacteriana e redução do afrouxamento de parafusos. Hexágono Externo - mais soluções protéticas; - custo reduzido; - maior domínio da técnica pelos profissionais. Discussão • Nos trabalhos de Binon (1996) observa-se que a redução/eliminação das discrepâncias entre o hexágono do implante e do intermediário = união + estável, menor possibilidade de soltura do parafuso. Discussão • E no estudo de Schwarz (2000) conclui que é alta a incidência de afrouxamento e/ou fraturas mecânicas no sistema de hexágono externo, enquanto o conemorse tem eliminado o afrouxamento e fratura do parafuso, mesma conclusão que Merz et al (2000). Discussão • Constantino (2001), demonstra que o hexágono externo estará sempre sujeito a micromovimentações _ processo de usinagem. Discussão • Apesar de Khraisat et al (2002) ter concluído em seu estudo laboratorial que para implante unitário o sistema ITI foi superior ao sistema Branemark quanto a fadiga e fratura do parafuso, os autores sugeriram que esta falha do parafuso pode servir como um mecanismo de segurança para proteger o implante e a estrutura circundante de uma sobrecarga de flexão. Discussão • Jemt & Lekholm (1998) sugerem que o resultado da desadaptação dos componentes pode ocasionar uma concentração de deformação óssea, e esta pode ser o fator inicial da perda óssea marginal observada após a inserção das próteses sobre implantes. • Segundo os estudos de Joly e Lima (2003), o cone-morse que apresenta uma única fenda entre implante e prótese e esta localizada distante da crista óssea, pode minimizar o efeito da contaminação bacteriana. Discussão • Contudo nos estudos de Gross et al(1999) indicam que fluidos contendo pequenas moléculas são capazes de passar através de todas as interfaces estudadas. É presumível que todo o espaço interno dos implantes estejam contaminados e seja a causa do mau cheiro sentido clinicamente, da mucosite periimplantar e da periimplantite. Conclusão A partir dos estudos descritos, pode-se sugerir que: - os implantes cone-morse são superiores aos hexágonos externo quanto as propriedades de soltura e quebra do parafuso do abutment; Conclusão - O sistema cone-morse e hexágono externo apresentam microfendas no encaixe, com a diferença que a única fenda do cone-morse localiza-se entre o corpo do implante e a conexão protética que estará distante da crista óssea alveolar; - As mucosites periimplantares e periimplantites podem ser decorrentes dos fluidos contaminados que atravessam as interfaces dos sistemas; Conclusão - faltam estudos conclusivos para avaliar a perda óssea marginal ao implante comparando os dois sistemas; Referências Bibliográficas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Araújo CRP, Araújo MAR, Conti PCR, Assis NMSP, Maior BSS. Estudos clínico e radiográfico randomizado (RCT) prospectivo com implantes Cone-Morse. ImplantNews, 2008; 5(2):191-5. Binon P. The effect of implant/abutment hexagonal misfit on screw Joint stability. Int. J. Prosthodont 1996; 9(2): 149-60. Binon P, Mchugh M. The effect of eliminating implant/abutment rotational misfit on screw join stability. Int. J. Prosthodont 1996; 9(6) :511-19. Chou C-T, Morris HF, Ochi S, Walker L, DesRosiers. AICRG, Part II: Crestal Bone Loss Associated with the Ankylos Implant: Loading to 36 moths. J Oral Implantology. 2004; 3(3): 134- 43. Constantino A. Caracterização e avaliação do hexágono externo na interconexão de implantes orais à seus respectivos componentes. Rev. Brás. Implant. 2001; Apr-Jun :12-8. Gross M, Abramovich I, Weiss EI. Microleakage at the Abutment-Implant Interface of Osseointegrated Implants: A Comparative Study. Int. J. Oral Maxilofac. Implants. 1999, 14(1): 94-100. Freitas CVS, Mello EDA, Mello GPS, Araujo CS, Mendes JA. Estudo comparative das propriedades de conexões implanteabutment do tipo hexágono externo e Cone-Morse. ImplantNews. 2009; 6(6): 663-71. Jemt T, Lekholm U. Measurements of bone and frame-work deformations induced by misfit of implant superstructures. Clin Oral Impl Res. 1998; 9: 272-80. Joly JC, Lima AFM. Características da superfície e da fenda implante-intermediário em sistemas de dois e um estágios. J. Appl. Oral Sci. 2003; 11(2) 107-13. Khraisat A, Stegaroiu R, Nomura S, Miyaakawa O. Fatigue resistance of two implant/abutment joint designs. J. Prosthet. Dent. 2002, 88(6): 604-10. Merz BR, Hunenbart S, Urs CB. Mechanics of de Implant-Abutment Connection: an 8-degree Taper Compared to a Butt Joint Connection. Int. J. Oral Maxilofac. Implants. 2000; 15 (4): 519-26. 13 14 Morris HF, Ochi S, Crum P, Orenstein IH, Winkler S. AICRG Part I: a 6-Year Multicentered, Multidisciplinary Clinical Study of a New and Innovative Implant Design. J. Oral Implantology. 2004; 3(3): 125-33. Nentwig GH. The Ankylos Implant System: Concept and Clinical Aplicattion. J. Oral Implantology. 2004; 3(3), 171-7. Schwarz M. 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