Revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo
introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede.
Características:
- Globalização de atividades econômicas;
- por sua forma de organização em redes;
- pela flexibilidade e instabilidade do emprego e
- a individualização da mão de obra.
No último quarto de século observamos o avanço de expressões
poderosas de identidade coletiva que desafiam a globalização e o
cosmopolitismo em função da singularidade cultural.
Diversos fatores contribuem para o aumento da globalização.
1) Fim da Guerra Fria; o colapso do comunismo de estilo soviético e o
crescimento de formas internacionais e regionais de governança
aproximaram os países;
2)
A difusão da tecnologia da informação facilitou o fluxo de informação
ao redor do globo e encorajou as pessoas a adotarem uma
perspectiva global.
3) As corporações transnacionais cresceram em tamanho e influência,
construindo redes de produção e consumo que atravessam o globo e
ligam os mercados econômicos.
CASTELLS, M. O Poder da Identidade. Cap. 1: Paraísos comunais:
identidade e significado na sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra,
2002.
Identidade: processo de construção de significado com base em um atributo
cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados, o(s)
qual(is) prevalece(m) sobre outras fontes de significado.
Múltiplas identidades – fonte de tensão e contradição tanto na ato-representação
quanto na ação social.
Distinção entre identidades e papéis sociais.
Papéis = são definidos por normas estruturadas pelas instituições e organizações
da sociedade (trabalhador, mãe, vizinho, militante socialista, fumante, jogador de
basquete).
Identidades = constituem fontes de significado para os próprios atores, por eles
originadas, e construídas por meio de um processo de individuação. Identidades
organizam significados, enquanto papéis organizam funções.
Significado = identificação simbólica, por parte de um ator social, da
finalidade da ação praticada por tal ator.
Do ponto de vista sociológico, toda e qualquer identidade é construída.
Hipótese: quem constrói a identidade coletiva, e para quê essa identidade é
construída, são em grande medida os determinantes do conteúdo simbólico
dessa identidade, bem como de seu significado para aqueles que com ela
se identificam ou dela se excluem.
Construção da identidade – ocorre em um contexto marcado de relações de
poder. 3 formas de construção de identidades.
-Identidade legitimadora: dá origem a uma sociedade civil, ou seja, um
conjunto de organizações e instituições, bem como uma série de atores
sociais estruturados e organizados, que, embora, às vezes de modo
conflitante, reproduzem a identidade que racionaliza as fontes de
dominação estrutural. Ex.: teorias do nacionalismo.
-Identidade de resistência: criada por atores que se encontram em
posições/condições desvalorizadas ou estigmatizadas pela lógica da
dominação, construindo, assim, trincheiras de resistência e sobrevivência
com base em princípios diferentes dos que permeiam as instituiçoes da
sociedade ou mesmo opostos a estes últimos, e que pode explicar o
surgimento da política de identidade. Ex.: nacionalismo por etnias.
-Identidade de projeto: quando os atores sociais, utilizando-se de
qualquer tipo de material cultural ao seu alcance, constroem uma nova
identidade capaz de redefinir sua posição na sociedade e, ao fazê-lo, de
buscar a transformação de toda a estrutura social. Ex.: femininsmo.
Características do fundamentalismo religioso:
Islâmico
A identidade islâmica é (re)construída pelos fundamentalistas por oposiçao ao
capitalismo, ao socialismo e ao nacionalismo, árabe ou de qualquer outra
origem, que, em sua visão são todas ideologias fracassadas provenientes da
ordem pós-colonial.
Estado religioso acima do estado-nacão
Cristão
Ameaça da globalização e
Crise do patriarcalismo
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O Poder da Identidade