UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS
FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS
CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL
Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a
promoverem as transformações futuras”.
ANÁLISE LABORATORIAL DE DIFERENTES MARCAS DE
ÁGUAS MINERAIS COMERCIAIS
THYARA CAMPOS MARTINS
Foz do Iguaçu - PR
2010
i
THYARA CAMPOS MARTINS
ANÁLISE LABORATORIAL DE DIFERENTES MARCAS DE
ÁGUAS MINERAIS COMERCIAIS
Trabalho
Final
de
Graduação
apresentado à banca examinadora da
Faculdade Dinâmica das Cataratas
(UDC), como requisito para obtenção
do grau de Engenheiro Ambiental.
Prof (a). Orientador (a):
Cristina de Oliveira Laurindo
Foz do Iguaçu – PR
2010
Marlene
ii
TERMO DE APROVAÇÃO
UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS
ANÁLISE LABORATORIAL DE DIFERENTES MARCAS DE ÁGUAS
MINERAIS COMERCIAIS
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL
Acadêmico (a): Thyara Campos Martins
Orientadora: Ms. Marlene Cristina de Oliveira Laurindo
Nota Final
Banca Examinadora:
Prof(ª). Ângela Marcondes
Prof(o). Fernando Henrique Borba
Foz do Iguaçu, 30 de novembro de 2010.
iii
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho a Deus pela vida e sabedoria, e aos meus pais Hélio Martins Filho e
Fátima Aparecida Campos Martins, que ao longo dessa caminhada sempre estiveram me apoiando e
incentivando, e pela compreensão na realização deste trabalho.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que iluminou minha caminhada ao longo de minha
graduação e me deu forças para vencer os desafios.
Agradeço aos meus familiares, que me impulsionaram e ajudaram a tornar realidade
à concretização desta graduação em especial a minha mãe Fátima Aparecida
Campos Martins por todo amor e compreensão.
Agradeço em especial a Professora Orientadora Marlene Cristina de Oliveira
Laurindo, que esteve me auxiliando no desempenho deste trabalho, com paciência e
dedicação.
Agradeço ao Laboratório Ambiental da Itaipu Binacional, em especial a Leonilda
Correia dos Santos, quem muito me ensinou e foi fundamental para realização deste
trabalho.
Agradeço também aos meus professores que no decorrer do curso estiveram me
auxiliando no estudo.
v
MARTINS, Thyara Campos. Análise laboratorial de diferentes marcas de águas
minerais comerciais. Foz do Iguaçu, 2010. Projeto de Trabalho Final de Graduação Faculdade Dinâmica de Cataratas.
RESUMO
O aumento do consumo de água mineral no Brasil decorrente da preocupação da
população em relação à qualidade da água distribuída, faz com que seja necessário
o constante monitoramento microbiológico das águas minerais comercializadas,
como forma de se assegurar a qualidade do produto. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a qualidade microbiológica de águas minerais comercializadas na cidade de
Foz do Iguaçu – PR, identificando e quantificando uma possível presença de
coliformes totais, Escherichia coli, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa,
Clostrídios sulfito redutores ou C. perfringens, através da técnica de membrana
filtrante, bactérias heterotróficas, técnica de pour plate, presença de Acanthamoeba
sp. e o potencial hidrogeniônico (pH). Todas as marcas analisadas foram aprovadas
segundo os parâmetros da Resolução n° 54, de 15 de junho de 2000, 50% das
amostras apresentaram mais de 500 UFC/mL de bactérias heterotróficas e em 20%
das amostras foi identificado a presença de Acanthamoeba sp. Algumas marcas
apresentaram crescimento de outras bactérias como: Proteus mirabilis, Proteus
vulgaris, Serratia sp. e Alcaligenes sp. O número de marcas com presença de
bactérias foi relativamente alto, apesar de não condenar as amostras, representando
riscos para o consumo e, demonstra negligência em alguma etapa da
industrialização, seja ela, na retirada da água da fonte, lavagem dos garrafões,
envase, higiene da maquinaria do processo ou mau acondicionamento do produto
no ponto de venda.
Palavras-Chave: Monitoramento microbiológico – Coliformes totais – Acanthamoeba
sp.
vi
MARTINS, Thyara Campos. Laboratory analysis of different commercial mineral
water brands. Foz do Iguaçu, 2010. Project to Completion of Course Work Faculdade Dinâmica de Cataratas.
ABSTRACT
The increasing in mineral water consumption in Brazil is due to the population’s
concern about the water that has been distributed, which makes necessary its regular
microbiological monitoring as a way to assure the product’s quality. The purpose of
this work was to evaluate the microbiological quality of mineral water brands that are
commercialized in Foz do Iguaçu – PR, identifying and quantifying total coliforms,
Escherichia coli, Enterococci, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium sulphite
reducing or C. perfringens, through the membrane filter technique, heterotrophic
bacteria, pour plate technique, presence of Acanthamoeba sp. and the hydrogen
potential (pH). All brands were approved according to the parameters of Resolution
# 54, of July 15th 2000, 50% of the samples presented more than 500 UFC/ml of
heterotrophic bacteria and in 20% of the samples the presence of Acanthamoeba
sp was identified. Some samples showed the growth of o other bacteria like: Proteus
mirabilis, Proteus vulgaris, Serratia sp. e Alcaligenes sp. The number of brands with
bacteria’s growth were relatively high. Although the samples were not condemned,
these bacteria might pose risks to consumption and it represents that some stage of
industrialization is neglected, it may be from the water’s withdrawal at source, water
bottles’ washing, filling, machinery hygiene or poor packaging of the product at the
point of sale.
Keywords: Microbiological monitoring - Total coliforms - Acanthamoeba sp.
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano ..16
Tabela 2: Parâmetros microbiológicos para análise de água mineral ......................20
Tabela 3: Resultados das análises bacteriológicas ..................................................42
Tabela 4: Crescimento bacteriano nas amostras de água mineral ...........................42
Tabela 5: Resultados das análises de bactérias heterotróficas ................................48
Tabela 6: Resultados quanto à presença ou ausência de Acanthamoeba sp ..........49
Tabela 7: Resultados do pH ......................................................................................50
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For Evaluation Only.
viii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10
1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 11
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................ 12
2.1 ÁGUA.............................................................................................................. 12
2.2 QUALIDADE DA ÁGUA .................................................................................. 13
2.3 ÁGUAS MINERAIS ......................................................................................... 16
2.4 COLIFORMES ................................................................................................ 22
2.4.1 Escherichia coli ............................................................................................ 24
2.4.2 Enterobacter ................................................................................................ 25
2.4.3 Klebsiella...................................................................................................... 25
2.4.4 Citrobacter ................................................................................................... 25
2.4.5 Shigella ........................................................................................................ 26
2.4.6 Edwardsiella................................................................................................. 26
2.4.7 Serratia sp......................................................................................................27
2.4.8 Proteus sp. e Providencia sp. ...................................................................... 27
2.4.9 Alcaligenes sp.............................................................................................. 27
2.5 PSEUDOMONAS sp....................................................................................... 28
2.6 CLOSTRÍDIOS SULFITO REDUTORES ........................................................ 29
2.7 ENTEROCOCOS............................................................................................ 30
2.8 BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS.................................................................. 30
2.9 ACANTHAMOEBA sp. .................................................................................... 32
2.10 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH)......................................................... 35
3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 36
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E DESCRIÇÃO DO LOCAL DAS
ANÁLISES ............................................................................................................ 36
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 36
3.2.1 Pesquisa de Coliformes Totais, Coliformes Fecais (Escherichia coli),
ix
Pseudomonas aeruginosa, Clostrídios Sulfito Redutores e Enterococos ............. 37
3.2.2 Determinação de Bactérias por Meio de Rugai............................................ 37
3.2.3 Bactérias Heterotróficas............................................................................... 40
3.2.4 Pesquisa de Acanthamoeba sp. .................................................................. 40
3.2.5 Medição de pH............................................................................................. 41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 42
5 CONCLUSÃO.................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 54
10
1 INTRODUÇÃO
A água constitui um elemento indispensável à vida, não só na cobertura
das necessidades hídricas do indivíduo, mas também por ser utilizada em muitas
outras atividades, igualmente indispensável à qualidade de vida do homem, tais
como fonte de energia, matéria-prima de produção, via de transporte e suporte das
atividades recreativas que a vida moderna exige cada vez mais.
Os maiores riscos associados à água, é devido à sua contaminação,
direta ou indireta, pelos excrementos dos animais de sangue quente, incluindo o
homem. O destino adequado deste excreto é um pré-requisito para a existência de
água potável, segura do ponto de vista da saúde pública. Os tratamentos das águas
brutas e das águas residuais são, sem dúvida, fatores fundamentais que contribuem,
de maneira decisiva, para a proteção e salvaguarda da qualidade da água, e logo,
da saúde pública.
A água é um dos principais recursos naturais funcionando como elo de
relação mútua entre solo, clima e vida. Entretanto, atualmente os recursos hídricos
disponíveis para o abastecimento humano, além de escassos, estão cada vez mais
pobres em qualidade. Por isso, há uma preocupação em escala mundial com relação
à escassez, deterioração e uso ineficiente da água doce, sendo este problema cada
vez mais iminente nas discussões sobre água e meio ambiente em conferências
internacionais.
Ela contém uma série de microorganismos, alguns naturais do
ecossistema aquático e outros, microorganismos transitórios, provenientes do solo e
de dejetos industriais e domésticos.
O controle dessa população bacteriana é de fundamental importância,
visto que densidades elevadas de microorganismos na água podem determinar a
deterioração de sua qualidade, com desenvolvimento de odores e sabores
desagradáveis e produção de biofilmes. Além disso, quantidades elevadas de
bactérias podem apresentar risco à saúde dos consumidores, pois algumas delas
podem atuar como patogênicos oportunistas, especialmente problemáticas para
indivíduos debilitados imunologicamente.
11
Por ser um bem apreciável e necessário à vida, é importante o
monitoramento microbiológico da água mineral comercializada, como forma de se
assegurar a qualidade do produto.
1.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a qualidade bacteriológica de seis marcas de águas minerais
comerciais destinadas ao abastecimento público da cidade de Foz do Iguaçu – PR.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar e quantificar uma possível presença de coliformes totais,
Escherichia
coli,
Enterococos,
Pseudomonas
aeruginosa,
Clostrídios
sulfito
redutores ou C. perfringens e bactérias heterotróficas, pesquisar a presença ou
ausência de Acanthamoeba sp. e verificar o potencial hidrogeniônico (pH) das
amostras de águas minerais, para averiguar se os resultados obtidos estão de
acordo com a Resolução n°54 de 15 de junho de 2000, fornecendo um perfil
microbiológico das amostras avaliadas e comparar os resultados obtidos nas
amostras de 20L com os das amostras de 500mL.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ÁGUA
A água é ingerida pelo homem em maior quantidade que todos os outros
alimentos reunidos e é, também, a sua principal excreção. Um adulto ingere por dia
mais de dois litros de água, cerca de 3% do seu peso corpóreo que, por sua vez, é
constituído por mais de 80% de água (TOMINAGA, 1999).
A água é a substância mais abundante da biosfera e o componente
majoritário dos seres vivos. Possui propriedades físico-químicas que são
responsáveis por sua importância biológica, atuando como o principal transporte de
substâncias entre o interior da célula e o meio extracelular, contribuindo para a
manutenção da temperatura corporal e representando o solvente universal dos
líquidos orgânicos (MACÊDO, 2004).
Os padrões de qualidade da água referem-se a um número de parâmetros
capazes de refletir a presença efetiva ou potencial de algumas substâncias ou
microorganismos que possam comprometer sua qualidade do ponto de vista estético
e de sua salubridade. Do ponto de vista da sua salubridade, exige-se que a água
não contenha patogênicos ou substâncias químicas em concentrações tóxicas ou
que possam tornar-se nocivas à saúde pelo seu uso continuado. Do ponto de vista
estético, as exigências são nos aspectos físicos e organoléptico que tornem a água
repugnante ao consumidor (REBOUÇAS et al., 2006).
A função dos microrganismos indicadores é informar presença de
patogênicos, de forma que estão presentes sempre que um patogênico associado
existe, mesmo que em amostra paralela. Em função de sua presença e quantidade,
evidenciam possível contaminação fecal, deterioração, falhas de processamento e
contaminação ambiental. Ou seja, qualquer condição sanitária inadequada que
ofereça risco ao produto (PELCZAR et al., 1996).
O método que identifica a presença de coliformes, parte do princípio de
que qualquer microorganismo patogênico eventualmente transmitido pela água se
13
encontre inevitavelmente associado às fezes, que são sua origem (REBOUÇAS et
al. 2006), levando em consideração que diariamente estamos em contato e
ingerimos microorganismos fecais em maior ou em menor grau, dependendo da
nossa idade e do estado de saneamento ambiental. (SCHAECHTER et al., 2002).
2.2 QUALIDADE DA ÁGUA
A qualidade da água tornou-se uma questão de saúde pública no final do
século XIX e início do século XX, devido à compreensão da relação água
contaminada e doença (FREITAS e FREITAS, 2005). As doenças de veiculação
hídrica são caracterizadas principalmente pela ingestão de água contaminada por
microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, transmitidos
basicamente pela rota fecal-oral (TORTOTA et al., 2005).
A água pode também servir como veículo para a transmissão de uma
variedade de doenças causadas por microorganismos resultantes da ingestão de
água contaminada que pode ocorrer por dejetos provenientes do homem e de
animais além do solo e vegetais que representam a principal fonte de sua
contaminação,
desenvolvendo-se
microorganismos
patogênicos
que
podem
transmitir doenças que atingem principalmente o trato gastrintestinal (MACÊDO,
2004).
O Brasil possui altos índices de incidência de doenças intestinais
transmitidas pela água. Esses índices se refletem nas elevadas taxas de
mortalidade, em especial nas taxas de mortalidade infantil (REBOUÇAS et al., 2006).
Segundo dados da OMS - Organização Mundial de Saúde, “cerca de 80%
de todas as doenças que se alastram nos países em desenvolvimento são
provenientes da água de má qualidade (RICHTER, 1991). Uma série de doenças
pode ser associada à água, seja em decorrência de sua contaminação por excretas
humanas ou de outros animais, seja pela presença de substâncias químicas nocivas
à saúde humana” (CETESB, 1996; NASCIMENTO et al., 2000).
14
Essa contaminação vem ocorrendo ao longo dos anos, sendo causada
pelo crescente desenvolvimento industrial, pelo crescimento demográfico e pela
ocupação do solo de forma intensa e acelerada, aumentando consideravelmente o
risco de doenças de transmissão hídrica (GUILHERME e SILVA, 2000).
As infecções causadas por agentes biológicos veiculados pela água
possuem elevada taxa de mortalidade em indivíduos com baixa resistência,
especialmente os idosos e crianças abaixo de cinco anos (ORGANIZACION
PANAMERICANA DE LA SALUD, 2000).
No Brasil, o controle da qualidade da água para consumo humano tornouse uma questão de saúde pública a partir da década de 70 com o decreto federal nº
79.367 de 09/03/1977, que estabelecia como competência do Ministério da Saúde
(MS) a definição do padrão de potabilidade da água para consumo humano. As
normas e o padrão de potabilidade da água foram instituídos pela portaria nº
56/Bsb/1977, que se constituiu na primeira legislação federal sobre a potabilidade de
água para consumo humano editada pelo MS (FREITAS e FREITAS, 2005),
(BRASIL, 2005). Atualmente está em vigor a portaria nº 518/2004, a qual estabelece
a determinação da presença de coliformes totais e termotolerantes (Escherichia coli)
e a contagem de bactérias heterotróficas para verificar a qualidade da água para
consumo humano, sendo que a contagem padrão de bactérias heterotróficas não
deve exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/mL).
Em função do baixo custo e facilidade de perfuração, a captação de água
do aquífero livre, embora mais vulnerável à contaminação, é mais frequentemente
utilizada no Brasil. Foster (1993), Assis da Silva (1999) apud Silva e Araújo (2003)
relatam que a água pode ser obtida por diferentes fontes. Uma dessas fontes, o
manancial subterrâneo, é um recurso utilizado por ampla parcela da população
brasileira. A água subterrânea pode ser captada no aquífero confinado ou artesiano,
que se encontra entre duas camadas relativamente impermeáveis, o que dificulta a
sua contaminação, ou ser captada no aquífero não confinado ou livre, que fica
próximo à superfície, e está, portanto, mais susceptível à contaminação.
A prevenção da qualidade das águas é uma necessidade universal, que
exige séria atenção por parte das autoridades sanitárias e órgãos de saneamento,
impondo-se exames rotineiros visando à avaliação físico-química e bacteriológica,
15
levando-se em consideração a pesquisa de microrganismos indicadores de
contaminação fecal. Tendo-se como principal indicador de contaminação fecal a
Escherichia coli, esse microrganismo é frequentemente isolado de fezes humanas
(TRANCREDI e MARINS, 2003).
A Portaria no 518, de 25 de março de 2004 que substituiu a Portaria no
1.469,
de
29
de
dezembro
de
2000,
estabelece
os
procedimentos
e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
CAPITULO II
DAS DEFINIÇÕES
Art 4o Para os fins que se destina esta Norma, são adotadas as seguintes
definições:
I. água potável – água para consumo humano cujos parâmetros
microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e
que não ofereça riscos à saúde;
VI. coliformes totais (bactérias do grupo coliforme) ... A maioria das
bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter,
Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies pertençam ao
grupo;
VIII. Escherichia coli - ... sendo considerada o mais específico indicador
de contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos.
CAPÍTULO IV
DO PADRÃO DE POTABILIDADE
Art.11. A água potável deve estar em conformidade com o padrão
microbiológico conforme Tabela 1.
16
Tabela 1 - Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano.
PARÂMETRO
VMP (¹)
Água para consumo humano
Escherichia coli ou
coliformes
2
Termotoleráveis ( )
Coliformes totais
Ausência em 100ml
Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês
Ausência em 100ml em 95% das amostras examinadas no mês.
Sistemas que analisam 40 amostras por mês:
Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado
positivo em 100ml
Fonte: Ministério da Saúde, 2004.
Notas:
(1) Valor Máximo Permitido.
(2) A detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada.
O § 8º do Art.11 estabelece que: “Em complementação, recomenda-se a
inclusão de pesquisa de organismos patogênicos, com o objetivo de atingir, como
meta, um padrão de ausência, dentre outros, de enterovírus, cistos de Giardia spp. e
oocistos de Cryptosporidium sp”.
O § 9º do Art.11 estabelece que: “Em amostras individuais procedentes
de poços, fontes, nascentes e outras formas de abastecimento sem distribuição
canalizada, tolera-se a presença de coliformes totais, na ausência de Escherichia
coli e, ou coliformes termotolerantes, nesta situação devendo ser investigada a
origem da ocorrência, tomadas providências imediatas de caráter corretivo e
preventivo e realizada nova análise de coliformes”.
Silva e Araújo (2003) no trabalho sobre qualidade da água do manancial
subterrâneo em áreas urbanas de Feira de Santana (BA), em 120 amostras de água
obtiveram 65,8% de positividade para Escherichia coli.
2.3 ÁGUAS MINERAIS
O mercado mundial de água envasada vem apresentando constante
expansão, verificando-se, nos últimos anos, um crescimento da ordem de 20% ao
17
ano, segundo estatísticas do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e
da Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral (ABINAM) (RESENDE, 2008).
A produção e consumo mundial de água mineral, em 2001, foram estimados em
107,5 bilhões de litros, com destaque para a liderança da Europa com 42,3 bilhões
de litros, seguida pela América Latina, América do Norte, Ásia e Austrália e Norte da
África e Oriente com consumo de 22,9; 20,4; 18,6 e 6,2 bilhões de litros,
respectivamente.
O consumo per capita brasileiro evoluiu de 15,13 litros por ano, em 1995,
para 23,8, em 2001. A região Sudeste é responsável pela maior produção do país
(53%), sendo que 36,9% se dão no Estado de São Paulo. A região Nordeste é a
segunda região em produção, sendo que este aumentou sua produção em 40%,
respondendo por 25,10% da produção nacional (RAMIRES et al., 2004). O aumento
no consumo de água mineral no Brasil tem ocorrido em função de uma possível
desconfiança da qualidade microbiológica da água ofertada.
A princípio, os consumidores preferem à água mineral por não possuir
gosto residual de cloro, por vezes perceptível na água tratada. Mas aponta-se como
principal causa atual da substituição da água potável “de torneira” a preocupação
das pessoas com sua saúde e bem-estar. A água mineral (ou ainda as águas
envasadas, em geral) é aceita como mais pura e segura, em aspectos sanitários.
Contudo, a água envasada não é mais vista como produto de propriedade medicinal
(FERRIER, 2001).
O Brasil, sétimo maior consumidor de águas engarrafadas no mundo,
consumiu, em 1999, três milhões de litros, segundo o Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM) (MARQUES, 2000). Este mercado está em crescimento,
condicionado pela insatisfação da população com a água dos sistemas públicos de
abastecimento e à proliferação de redes de distribuição que popularizam a utilização
dos garrafões de 20 litros.
O Brasil é um país rico em água subterrânea, inclusive em regiões
afetadas pela seca (BRASIL, 1994). Dados de 1990 mostraram 202 concessões de
lavras existentes para exploração de fontes de água mineral em todo o território,
obtidas junto ao Ministério das Minas e Energia, órgão responsável pela
regulamentação (BRASIL, 1991).
18
Em 1993, a região Sudeste respondeu por 55,37% da produção nacional
de água mineral, a região Nordeste por 21,42%, a região Sul por 11,84%, a CentroOeste por 6,13% e a Norte por 5,24% (BRASIL, 1994). Ao mesmo tempo, São Paulo
foi o Estado que mais engarrafou água mineral e potável de mesa (37,44%), seguido
por Minas Gerais (9,14%), Pernambuco (7,10%), Rio de Janeiro (6,83%), Ceará
(6,16%), Paraná (4,24%), Santa Catarina (3,97%), Bahia (3,95%) e Rio Grande do
Sul (3,62%) (BRASIL, 1994).
O consumo de água mineral engarrafada no Brasil apresenta um
crescimento contínuo, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste (BRASIL,
1994). Em 1993, o consumo nacional foi da ordem de 1.109 milhões de litros, o que
representou um crescimento de 26% em relação a 1992 (BRASIL, 1994).
Segundo o presidente da ABINAM (ABINAM, 2010), o Brasil, por ser
detentor da maior reserva de água mineral do mundo (cerca de 30%), já é visto
internacionalmente como o maior mercado potencial de água potável, com
capacidade para abastecimento global.
A crescente preocupação da população em relação à qualidade da água
disponível na rede pública tem contribuído para o aumento do consumo de água
mineral no Brasil (COELHO et al., 2010).
Apesar de conceitualmente água mineral estar associada à pureza,
existem indícios desse conceito estar equivocado, mesmo sabendo-se que a
extração desse produto é proveniente de mananciais subterrâneos (TANCREDI e
MARINS, 2003).
As águas minerais são classificadas quanto à sua composição química,
conforme o elemento predominante e sua composição varia de acordo com as
rochas e terrenos pelos quais a mesma percorre enquanto infiltra-se no solo,
podendo, também, apresentar alterações em sua composição devida ás águas
meteóricas, o clima e a biota (MORGANO et al., 2002).
A exploração de água mineral ou potável de mesa no Brasil é
regulamentada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério de
Minas e Energia (DNPM/MME). A definição, bem como o controle da potabilidade, é
de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde (ANVISA/MS). Em 1945, diante da necessidade de se padronizar o
19
aproveitamento das águas minerais utilizadas para a comercialização por meio do
engarrafamento e para outros fins, foi assinado o Decreto-Lei, nº. 7.841, publicado
no Diário Oficial da União (DOU), de 20 de agosto de 1945, conhecido como "Código
das Águas Minerais", em vigor até hoje, com algumas alterações (BRASIL, 2000).
Segundo a Resolução nº. 54, de 15 de junho de 2000, “Entende-se por
água mineral aquela obtida diretamente de fontes naturais ou artificialmente
captada, de origem subterrânea, caracterizada pelo conteúdo definido e constante
de sais minerais (composição iônica), presença de oligoelementos e outros
constituintes”. A coleta deve ser realizada sob condições que garantam a
manutenção de suas características originais no poço ou fonte; essas águas devem
permanecer estáveis dentro dos limites de flutuação, sem influência direta de águas
superficiais. No Brasil, a maior parte das ocorrências de águas mineralizadas se dá
na forma de fontes naturais (BRASIL, 2000).
A água mineral natural deve apresentar qualidade, garantindo ausência
de risco à saúde do consumidor, devendo ser captada, processada e envasada
obedecendo às condições higiênico-sanitárias e as boas práticas de fabricação. As
operações de captação, decantação, adução (canalização), elevação mecânica,
armazenamento, filtração, envase, adição de dióxido de carbono, transporte e
manuseio não devem alterar os elementos de sua composição original (BRASIL,
1999).
Na fonte, poço ou local de surgência e na sua comercialização, a água
mineral natural e a água natural não devem apresentar risco à saúde do consumidor
(ausência de microrganismos patogênicos) e estar em conformidade com as
características microbiológicas conforme apresentado na Tabela 2.
20
Tabela 2 - Parâmetros microbiológicos para análise de água mineral.
Microrganismo
E. coli ou coliforme (fecais) termotolerantes,
em 100 Ml
Coliformes totais, em 100 mL
Amostra
indicativa
limites
Ausência
Enterococos, em 100 mL
Pseudomonas aeruginosa,
em 100 mL
Clostrídios Sultito Redutores ou C.
perfringens, em 100 mL
Fonte: Ministério da Saúde, 2000.
Amostra representativa
n
c
m
M
5
0
-
Ausência
5
1
5
1
5
1
5
1
2,0 UFC ou
2,2 NMP
2,0 UFC ou
2,2 NMP
2,0 UFC ou
2,2 NMP
2,0 UFC ou
2,2 NMP
Notas:
n: é o número de unidades da amostra representativa a serem coletadas e analisadas
individualmente.
c: é o número aceitável de unidades da amostra representativa que pode apresentar resultado
entre os valores "m" e "M".
m: é o limite inferior (mínimo) aceitável. É o valor que separa uma qualidade satisfatória de uma
qualidade marginal. Valores abaixo do limite "m" são desejáveis.
M: é o limite superior (máximo) aceitável. Valores acima de "M" não são aceitos.
A amostra é condenada (rejeitada) quando for constatada a presença de
Escherichia coli ou coliformes (fecais) termotolerantes ou quando o número de
coliformes totais e ou Enterococos e ou Pseudomonas aeruginosa e ou Clostrídios
Sulfito Redutores ou C. perfringens for maior que o limite estabelecido para amostra
indicativa (BRASIL, 2000).
O grupo dos coliformes termotolerantes, cujo habitat geralmente é o trato
intestinal do homem indica contaminação de origem ambiental e fecal do produto
(MOTTA et al., 2000). A pesquisa de coliformes termotolerantes e de Escherichia coli
nos alimentos fornece com maior segurança informações sobre as condições
sanitárias do produto e melhor indicação da eventual presença de enteropatógenoos
(APHA, 2001).
Atualmente, sabe-se, que o grupo dos coliformes inclui pelo menos três
gêneros: Escherichia, Enterobacter e Klebsiella, dos quais incluem cepas de origem
não fecal (água, solo e vegetais). Por esse motivo, a presença de coliformes
termotolerantes é menos representativa, como indicação de contaminação fecal, do
que a enumeração de Escherichia coli, porém muito mais significativa do que a
21
presença de coliformes totais dadas à alta incidência de Escherichia coli no grupo
fecal (SILVA et al., 2001).
A integridade física de embalagens utilizadas para o envase de água
mineral deverá sofrer inspeção individual, seguida de sanificação em lavadoras
específicas que devem localizar-se o mais próximo da sala de envase (ABERC,
1999).
A sanificação deve ser realizada por meios físicos ou químicos
empregando-se procedimentos de eficácia comprovada. Na sanificação por meios
físicos emprega-se calor (vapor; água quente) e radiação ultravioleta (Pinheiro, 1978
apud Cardoso et al., 2003), enquanto que a sanificação através de agentes químicos
depende de uma série de compostos bactericidas, desde ácidos orgânicos até
agentes umectantes complexos. Por questões econômicas, na prática os compostos
clorados, iodados e os quartenários de amônia são os mais utilizados (ABERC,
1999).
A sanificação inadequada das embalagens ou a sua contaminação
posterior resulta na condenação do lote de água mineral. Segundo o Ministério da
Saúde, neste produto não podem ser constatadas as presenças de Escherichia coli
ou
coliformes
(fecais)
termotolerantes
ou
coliformes
totais,
Enterococos,
Pseudomonas aeruginosa e/ou Clostrídios sulfito redutores, em quantidade superior
a 2 UFC/mL (BRASIL, 1999).
No caso das empresas que envasam água subterrânea para o consumo,
exige-se além da higiene pessoal dos funcionários, a sanificação adequada dos
garrafões, instalações, máquinas e equipamentos para evitar que bactérias
patogênicas afetem a qualidade da água produzida e a saúde do homem
(VAITSMAN e VAITSMAN, 2005).
Segundo Alves et al. (2002), em 18 amostras de diferentes águas
minerais comerciais em embalagens de diversos tamanhos, foi encontrada a
contaminação por grupo de coliforme total em uma amostra.
22
2.4 COLIFORMES
Dentre os parâmetros utilizados para se avaliar o grau de contaminação
da água, ressalta-se a pesquisa de coliformes, em que a presença desse grupo de
bactérias denota que ocorreu interferência externa na água mineral, já que não
fazem parte da composição natural dessa água (FARACHE FILHO e DIAS, 2008).
Em vista da dificuldade de pesquisar microrganismos patogênicos de
maneira direta, devido sua sensibilidade quando em baixo número, a necessidade
de procedimentos complexos e onerosos, a avaliação microbiológica da água é
realizada com o emprego de bactérias coliformes (CETESB, 1991).
As bactérias do grupo coliformes totais são bacilos gram-negativos,
aeróbios ou anaeróbios facultativos, não formadores de esporos (BRASIL, 2004). O
grupo dos coliformes totais é formado por diversas bactérias pertencentes à família
Enterobacteriaceae, incluindo os gêneros Citrobacter, Eriterobacter, Klebsiella e
Escherichia (SILVA JR, 2002).
Segundo Tavares (2002), as bactérias constituem um grande grupo de
células vegetais unicelulares e microscópicas. Apresentam, quanto à morfologia, três
formas principais: cocos, bastonetes e espiralados. Quanto à coloração, dividem-se
em gram-positivas, as que retêm a genciana ou o violeta cristal, quando submetidas
à ação descolorante do álcool, apresentando a cor azul; e gram-negativas as que
fixam a genciana ou o violeta cristal, apresentando a cor rósea.
Quanto à necessidade ou não de ar ou oxigênio para manutenção da
vida, são classificadas em aeróbias e anaeróbias total ou parcial, sendo as primeiras
exigentes de oxigênio e as segundas não. Podem ser móveis, encapsuladas ou
esporogênicas, produzir diversas atividades bioquímicas e enzimáticas e, por fim,
saprófitas ou patogênicas (TAVARES, 2002).
De acordo com Funasa (2006), denominam-se de bactérias do grupo
coliforme bacilos gram negativos, em forma de bastonetes, aeróbios ou anaeróbios
facultativos que fermentam a lactose a 35-37ºC, produzindo ácido, gás e aldeído em
um prazo de 24-48 horas. São também oxidase-negativos e não formam esporos. A
razão da escolha desse grupo de bactérias como indicador de contaminação da
23
água deve-se aos seguintes fatores: estão presentes nas fezes de animais de
sangue quente, inclusive os seres humanos; sua presença na água possui uma
relação direta com o grau de contaminação fecal; são facilmente detectáveis e
quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis, em qualquer tipo de
água; possuem maior tempo de vida na água que as bactérias patogênicas
intestinais, por serem menos exigentes em termos nutricionais, além de ser
incapazes de se multiplicarem no ambiente aquático; são mais resistentes à ação
dos agentes desinfetantes do que os germes patogênicos.
O “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”
define o grupo coliforme como: “todas as bactérias aeróbias ou anaeróbias
facultativas, gram negativas, não esporuladas e na forma de bastonete”, as quais
fermentam a lactose com formação de gás dentro de 48h a 35ºC. Neste grupo
incluem-se organismos que diferem nas características bioquímicas, sorológicas e
no seu habitat. Podem ser classificadas em: Escherichia, Aerobacter, Citrobacter,
Klebsiela e outros gêneros que quase nunca aparecem em fezes como a Serratia
(CETESB, 1997).
Procedimentos
mais
restritivos
em
relação
às
características
microbiológicas existem para a água mineral na Resolução da Diretoria Colegiada
RDC n° 275 de 22 de setembro de 2005. O número de amostras representativas
determinada nesta resolução é cinco e a amostra é condenada quando for
constatada a presença de Escherichia coli ou quando o número de Coliformes
Totais, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa e Clostrídios sulfito redutores ou
Clostridium perfringens de uma das cinco amostras representativas estiver acima de
2,0 UFC/100mL ou 2,2 NMP/100mL; ou quando mais de uma amostra dentre as 5
amostras forem positivas mesmo estando abaixo do máximo permitido (BRASIL,
2005).
A determinação da concentração de coliformes assume importância como
parâmetro indicador da possibilidade da existência de microrganismos patogênicos e
que transmitem doenças tais como: febre tifóide, desenteria bacilar e cólera
(CETESB, 1997).
24
Segundo Sant'Ana et al. (2003), os microrganismos indicadores são
rotineiramente empregados para avaliar a qualidade do produto final e a higiene
empregada no seu processamento.
Frischknecht (2006) analisou vinte amostras de água mineral envasadas,
de diferentes marcas, que foram examinadas quanto à contaminação por coliformes
totais, coliformes a 45°C e Escherichia. coli, 01 amostra envasada em galão de 20
litros, oriunda do Núcleo Bandeirante, uma das 28 regiões administrativas situado no
Distrito Federal, apresentou coliformes totais.
Cabrini e Gallo (2001) analisaram 21 amostras de águas minerais naturais
comercializadas em Piracicaba – SP, e destas apenas duas apresentaram-se
contaminadas por coliformes totais.
2.4.1 Escherichia coli
Cerca de 95% dos coliformes existentes nas fezes humanas e de outros
animais são de Escherichia coli e, dentre as bactérias de habitat reconhecidamente
fecal, dentro do grupo dos coliformes fecais, é a mais conhecida e a mais facilmente
identificada. Por isso, a enumeração direta de Escherichia coli tem se tornado muito
útil (SILVA et al., 2004; CETESB, 1997).
Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada na flora normal do íleo
e do cólon do homem e dos animais. Escherichia coli é a bactéria isolada com mais
frequência em microbiologia. Responsável por infecção urinária, enterite, meningite
neonatal,
pneumonia,
septicemia
hospitalar,
endoftalmite,
artrite
séptica,
endocardite, abscessos hepático e cerebral (TAVARES, 2002).
A Escherichia coli tem como habitat primário o trato intestinal do homem e
demais animais homeotérmicos, estando sempre presente nas fezes desses seres.
A utilização dos coliformes totais como indicadores de contaminação fecal não é
possível, uma vez que bactérias dos gêneros Citrobacter, Eriterobacter e Klebsiella
podem ser também encontradas no solo e em vegetais (FRANCO; LANDGRAF,
1999).
25
2.4.2 Enterobacter
Segundo Tavares (2002), é uma enterobactéria gram-negativa, aeróbia,
encontrada no intestino grosso do homem e dos animais. Agente etiológico de
infecção urinária, pneumonia e meningite hospitalar; geralmente apresentam
resistência a múltiplos antibióticos e infectam pacientes em estado clínico grave.
As bactérias do gênero Enterobacter estão presentes em humanos,
animais, na água, no esgoto e no solo. São a causa de infecções humanas em
vários órgãos, mas principalmente infecções urinárias e respiratórias. Essas
bactérias têm como característica a capacidade de contaminar equipamentos
médicos e soluções de aplicação endovenosa (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008).
2.4.3 Klebsiella
Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada no cólon e aparelho
respiratório do homem e de animais (TAVARES, 2002).
Há linhagens de Klebsiella muito resistentes a antibióticos e grandes
responsáveis por infecções hospitalares, e por estarem também presentes
normalmente na nasofaringe, favorece o desenvolvimento de pneumonia, que
normalmente
é
adquirida
por
pessoas
imunossuprimidas
(TRABULSI
e
ALTERTHUM, 2008).
2.4.4 Citrobacter
Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada na água, alimentos e
fezes de indivíduos assintomáticos. São responsáveis por infecção urinária,
26
meningite, abscesso cerebral em recém-nascido, septicemia e infecção hospitalar
(TAVARES, 2002).
Encontradas na água, alimentos e constituintes da microbiota intestinal e
por isso não são consideradas enteropatogênicas. Porém são ligadas a meningite,
infecções urinárias e respiratórias (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008).
Outras bactérias que também podem ser encontradas na água:
2.4.5 Shigella
Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, parasita exclusiva do homem.
Responsável pela shigelose. Encontradas nas fezes de pacientes, na água e em
alimentos como ovos, queijo e camarão (TAVARES, 2002).
Infecta principalmente o homem e raríssimas vezes os primatas,
causando disenteria bacilar ou shigelose, e assim como as Escherichia coli, causam
diarréia do viajante e podem causar disenterias mortais (TRABULSI e ALTERTHUM,
2008).
2.4.6 Edwardsiella
Segundo Tavares (2002), é uma enterobactéria gram-negativa, aeróbia,
encontrada em animais de sangue frio. Apesar de não estar entre os
enteropatógenos pode provocar diarréias. Mas é principalmente conhecida por
causar gastrenterites e infeccionarem feridas.
27
2.4.7 Serratia sp.
Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada no solo e na água.
Responsável por diversas infecções hospitalares (TAVARES, 2002).
2.4.8 Proteus sp. e Providencia sp.
Segundo Tavares (2002), são enterobactérias gram-negativas, aeróbias,
encontradas no intestino do homem e dos animais, esgoto, solo e vegetais.
Responsáveis por infecção urinária e diversas infecções hospitalares.
Elas diferem apenas pela produção de sulfeto de hidrogênio, onde
Proteus sp. produz e Providencia sp. não. Estão frequentemente relacionadas a
infecções do trato urinário, contribuindo para a formação de cálculos, estão também
relacionadas a lesões na pele e diarréias infantis (LEVINSON e JAWETZ, 2005).
2.4.9 Alcaligenes sp.
Faz parte da microbiota humana, além de ser encontrada no solo e na
água. Está associada a infecções tanto locais como sistêmicas, como a meningite,
pneumonia, infecção urinária e osteomielite (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008).
28
2.5 PSEUDOMONAS sp.
As bactérias do gênero Pseudomonas são amplamente encontradas no
ambiente, sendo consideradas bactérias oportunistas responsáveis por graves
infecções (SANTOS et al., 2007).
Segundo Trabulsi et al. (1999) as Pseudomonas são bacilos gramnegativo normalmente diferenciados por provas bioquímicas, teste de sensibilidade a
antibióticos, formação de pigmentos, número e localização de flagelos. Cerca de 30
espécies de Pseudomonas sp. são relacionadas ao homem. Das espécies de
Pseudomonas, a Pseudomonas aeruginosa é a mais frequentemente encontrada em
infecções, sendo que esta espécie normalmente habita o solo, água e vegetais, mas
pode ser encontrada na pele e tem sido isolada das fezes e garganta de 3% a 5%
dos indivíduos normais. Em pacientes hospitalizados a taxa de portadores pode ser
bastante elevada.
Segundo Tavares (2002), é uma enterobactéria gram-negativa, aeróbia.
Pseudomonas aeruginosa é encontrada no solo, na água não-poluída, no esgoto, no
intestino dos animais, na água do mar próxima aos dejetos de esgotos ou foz de rios
poluídos e inúmeros reservatórios hospitalares. Responsável por diversas infecções
hospitalares em pacientes imunologicamente deprimidos, como infecção urinária.
No Brasil, a Pseudomonas tem aparecido com relativa frequência em
exames bacteriológicos de águas cloradas, não-cloradas e até minerais naturais
(COELHO et al., 2010).
Segundo Wagner et al. (2003) apud Coelho et al. (2010) a Pseudomonas
é microrganismo envolvido em contaminação de água, cujas espécies estão
distribuídas no solo, na água e algumas vezes em matéria orgânica em
decomposição e podem ser isoladas da pele, garganta e fezes de pessoas doentes.
Esse microrganismo está relacionado com surtos de gastrenterites veiculadas pela
água.
A Pseudomonas aeruginosa produz uma substância denominada
“Pseudocin”, que tem efeito bacteriostático sobre o crescimento de Escherichia coli,
29
Aerobacter aerogenes, Citrobacter freundii e Klebsiella sp., podendo dificultar o
isolamento destes, alterando os resultados laboratoriais (COELHO et al., 2010).
Pseudomonas aeruginosa está relacionada com infecções auditivas em
usuários de águas recreativas contaminadas, em surtos de gastrenterites veiculadas
também pela água, além de produzir septicemias em indivíduos debilitados
(TRANCREDI e MARINS, 2003).
Levando-se em conta que esse microrganismo inibe o crescimento dos
coliformes, temos que estar alertas quanto a sua presença em águas de consumo
humano (GUILHERME e SILVA, 2000).
Nascimento et al. (2000) verificaram que, das 70 amostras de águas
minerais provenientes de duas marcas, consumidas na cidade de São Luís, Estado
do Maranhão, 35 (50%) encontravam-se fora dos padrões para águas minerais, por
ultrapassarem o número máximo permitido (NMP) para Pseudomonas aeruginosa.
2.6 CLOSTRÍDIOS SULFITO REDUTORES
Segundo Tavares (2002), são bastonetes gram-positivos, anaeróbios,
esporulados. O gênero mais comumente encontrado em análises de água é o
Clostridium perfringens – encontrado no cólon de animais e do homem, no solo e na
pele, especialmente no períneo, nádegas e coxas. Um dos agentes etiológicos da
gangrena
gasosa,
colecistite
gangrenosa,
infecção
pós-aborto,
pneumonia
necrotizante, septicemia; e intoxicação alimentar, devida à contaminação de carnes
e ovos.
O grupo dos Clostrídios sulfito redutores é comumente utilizado com
indicadores em análises de produtos cárneos e também de água mineral. Por serem
produtores de esporos e, por isso, resistirem a condições ambientais adversas, são
indicadores de contaminação remota (HOADLEY; DUTKA, 1977 apud MARTINS et
al., 1991).
30
2.7 ENTEROCOCOS
Esse grupo reúne bactérias do grupo Estreptococos fecais, que pertence
ao gênero Enterococcus (CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, 2000).
Essas bactérias são encontradas nas fezes de animais de sangue quente
ou frio, mas também podem ser encontradas amplamente distribuídas no ambiente.
Dessa
forma,
os
Enterococos
não
são
necessariamente
indicadores
de
contaminação fecal (FRANCO; LANDGRAF, 1999).
Os Enterococos sobrevivem por mais tempo que os coliformes e a maioria
dos patógenos entéricos em água proveniente de reservatório, sendo mais
resistentes às condições ambientais adversas que os coliformes (McFETERS (1974)
apud SANT'ANA (2003).
Devido à sua resistência ambiental, os Enterococos se destacam por
indicarem contaminação não necessariamente recente. Mas como indicador de
contaminação fecal, sua presença evidencia inadequação das práticas sanitárias
(FRANCO; LANDGRAF, 1999).
Dias (2008) em estudo sobre qualidade microbiológica de águas minerais
em garrafas individuais e comercializadas em Araraquara - São Paulo das sessenta
e nove amostras provenientes de dezessete marcas analisadas, encontrou-se duas
amostras (2,9%), de duas marcas (11,8%) apresentando contaminação por
Enterococos.
2.8 BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS
A contagem de bactérias heterotróficas, genericamente definidas como
microrganismos que requerem carbono orgânico como fonte de nutrientes, fornece
informações sobre a qualidade bacteriológica da água de uma forma ampla. O teste
inclui a detecção, inespecífica, de bactérias ou esporos de bactérias, sejam de
origem fecal, componentes da flora natural da água ou resultantes da formação de
31
biofilme no sistema de distribuição. Servindo, portanto, de indicador auxiliar da
qualidade da água, ao fornecer informações adicionais sobre eventuais falhas na
desinfecção, colonização e formação de biofilme no sistema de distribuição
(GUERRA et al., 2006), (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
A contagem de bactérias heterotróficas é amplamente utilizada como
indicador da qualidade da água para consumo humano. A contagem destes
microrganismos é geralmente realizada em placas contendo meios não seletivos
ricos em nutrientes que permitam a multiplicação de uma ampla faixa de
microrganismos (WHO, 1993, apud GUERRA et al., 2006).
A importância da determinação da densidade de bactérias tem em vista
que um aumento na população bacteriana pode comprometer a detecção de
bactérias do grupo coliformes. Apesar da maioria das bactérias heterotróficas não
ser patogênica, pode representar riscos a saúde, como também deteriorar a
qualidade da água, provocando o aparecimento de odores e sabores desagradáveis
(FUNASA, 2006). A portaria nº. 518 de 2004 do Ministério da Saúde determina a
contagem mensal de bactérias heterotróficas em sistemas de distribuição e limita a
contagem destas em 500 UFC/mL (BRASIL, 2004).
As bactérias, ditas heterotróficas, da flora natural da água não são
consideradas patogênicas, porém é importante que sua densidade seja mantida sob
controle, pois uma concentração muito elevada de microorganismos na água pode
causar riscos à saúde dos consumidores, tendo em vista que podem atuar como
patogênicos oportunistas e causam deterioração da qualidade da mesma,
ocasionando odores e sabores desagradáveis e produzindo limbo ou películas.
Também podem influenciar como inibidoras de alguns microrganismos, os quais,
quando presentes em número elevado, podem impedir a detecção de coliformes
(SANTOS, 1999).
As bactérias mesófilas aeróbias heterotróficas estão presentes em grande
número e são indicativas de insalubridade. Segundo Farache Filho et al. (2008),
mesmo que a maioria das bactérias heterotróficas da flora natural da água não seja
considerada patogênica, é importante que sua densidade seja mantida sob controle,
pois densidades muito elevadas dessas bactérias na água podem causar riscos à
saúde do consumidor.
32
Em pesquisa realizada por Domingues et al. (2007) sobre contagem de
bactérias heterotróficas na água para consumo humano na cidade de Santa Maria,
observaram que das 43 amostras analisadas, 23 resultaram em mais de
500UFC/mL.
2.9 ACANTHAMOEBA sp.
Conforme descrito na Portaria n° 518, de 25 de março de 2004, tem-se a
recomendação da inclusão da pesquisa de organismos patogênicos, desta maneira
inclui-se a pesquisa de cistos viáveis de Acanthamoeba sp., a qual pode estar
presente na água tratada, sendo que a exposição através do banho ou lavagem do
rosto, a água contaminada por esta ameba pode causar sérios danos, como a
ceratite, principalmente em pessoas que utilizam lentes de contato.
As amebas de vida livre (AVL) constituem um grupo de protozoários de
ampla dispersão ambiental, isoladas em praticamente todos os ambientes da água,
solo e do ar. Foram isoladas em todos os continentes, nas mais diversas altitudes.
Resistem a extremas condições de temperatura e de pH, bem como ao cloro e a
outros sistemas de desinfecção (FORONDA, 1999; SILVA e ROSA, 2003).
Santos (2007a); Santos (2007b) relata o isolamento de AVL em água in
natura (água mineral, rios, lagos), água tratada com cloro, biofilme, poeira, vegetais
e fezes (animais).
As AVL na forma de trofozoítos são ativas e alimentam-se de bactérias e,
na forma de cistos, são encontradas no solo seco ou na poeira. Ocorre
desencistamento, quando os cistos entram em ambiente úmido na presença de
bactérias (NEVES et. al. 1998). Dentre as AVL citam-se como patogênicas para o
homem, os gêneros: Acanthamoeba, Naegleria e Balamuthia; sendo consideradas
como agentes etiológicos das seguintes infecções: meningoencefalite amebiana
primária (MAP), encefalite amebiana granulomatosa (EAG) e ceratite por
Acanthamoeba (CA) (FORONDA, 1999), (NEVES et al., 1998), (ALVES, 2001).
33
Em casos da presença de AVL em amostras ambientais em hospitais,
relate-se um estudo em sistema de ar condicionado em três hospitais, do Estado do
Paraná – Brasil, onde a Acanthamoeba sp. foi encontrada em cinco de 67 (7,5%)
das amostras; nos seguintes locais: água de bandeja de máquina de sistema de ar
condicionado, água de condensação de torre de resfriamento e biofilme de bandeja
de ar condicionado de parede (SANTOS e PENKAL, 1999).
As amebas do gênero Acanthamoeba são encontradas sob duas formas:
trofozoítos, que são as formas vegetativas da célula, e cistos que são as formas de
resistência. Os trofozoítos, forma em que as amebas se locomovem, alimentam-se e
se reproduzem, são células de formato variável, com 20 a 40 µm de tamanho, e
portadoras de um núcleo bem definido e nucléolo grande (ALVES, 2001).
Os cistos, resistentes por longos períodos de tempo à dessecação,
extremos de temperatura e produtos químicos diversos, tipicamente variam de
diâmetro entre 13 e 20 µm. São compostos por celulose e diversas proteínas, e
possuem duas paredes: o endocisto e o ectocisto. Apresentam um opérculo, um
ponto determinado do cisto por onde a ameba sai ao desencistar, assim que as
condições ambientais forem favoráveis (ALVES, 2001).
O gênero Acanthamoeba é facilmente distinguível de outras amebas
devido às formas características dos cistos e trofozoítos (ALVES, 2001).
Michel; Burghardt e Bergmann (1995) relatam a multiplicação intracelular
de Pseudomonas aeruginosa em amebas de vida livre, Acanthamoeba e
Eschinamoeba, em um sistema de água potável em um hospital.
A identificação e a caracterização da endosimbiose entre a bactéria e o
protozoário de vida livre suportam significantes implicações para o nosso
entendimento da ecologia e a identificação de outras atípicas micobactérias
patogênicas (YU et al., 2007).
Drancourt; Adékambi e Raoult (2007) investigaram a interação entre a
Mycobacterium xenopi e a Acanthamoeba no biofilme de um sistema de distribuição
de água de um hospital; tendo demonstrado que a M. xenopi estava localizada
dentro da Acanthamoeba.
A Acanthamoeba pode causar duas doenças bem reconhecidas, a
encefalite granulomatosa amebiana e a ceratite por Acanthamoeba (KHAN, 2006;
34
ODDÓ, 2006). A ceratite por Acanthamoeba é uma infecção ocular grave, que
apesar dos recentes progressos no diagnóstico e no tratamento, ainda provoca
prolongada morbidade e perda da acuidade visual (OBEID et al., 2003).
Santos (2007) alerta para ocorrência da endossimbiose entre protozoário
e a bactéria, o que pode interferir no tratamento das infecções, principalmente nas
infecções hospitalares, sugerindo para estes casos o seguinte mecanismo
relacionando a cadeia alimentar e a endossimbiose: a Acanthamoeba sp. alimentase de bactérias, porém é hospedeiro natural destas bactérias. Quando se administra
um medicamento para eliminar as bactérias causadoras de infecção, o medicamento
pode não eliminar o protozoário. Então, as bactérias são eliminadas pelo protozoário
colonizando novamente o local. Dessa forma, ocorrendo as reincidências das
infecções
bacterianas.
Assim,
demonstra-se
a
importância
ecológica
da
Acanthamoeba sp.
Os sintomas mais comuns da ceratite por Acanthamoeba são fotofobia,
opacidade da córnea, dores intensas (normalmente desproporcionas a gravidade
aparente das lesões) e diminuição da visão (VISVESVARA et al., 1990;
ILLINGWORTH, COOK, 1998 apud ALVES, 2001).
Salazar et al. (1982), em um estudo de isolamento de amebas de vida
livre a partir de água mineral engarrafada na cidade do Rio de Janeiro, verificaram
que foram isolados oito diferentes gêneros de amebas de vida livre, sendo que
Acanthamoeba e Hartmanella estiveram presentes em seis das dez marcas
pesquisadas.
Santos e Manus (2008) verificaram a presença de Acanthamoeba sp. em
31,4% do total de 156 amostras de água in natura, tratada, mineral e água de
bandeja de sistema de ar condicionado.
Santos et al. (2009), realizaram um estudo para determinar a presença de
Acanthamoeba sp. em 121 amostras de diferentes águas, como: tratada, lagos,
poços, mineral e esgoto, do município de Foz do Iguaçu – PR. Destas, 85 (70,25%)
foram positivas para presença de cistos, sendo que 42 amostras eram águas
tratadas com um índice de positividade de 66,67%, correspondendo a 28 amostras.
35
2.10 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH)
O termo pH representa a concentração de íons hidrogênio em uma
solução. Na água, este fator é de excepcional importância, principalmente nos
processos de tratamento. Na rotina dos laboratórios das estações de tratamento ele
é medido e ajustado sempre que necessário para melhorar o processo de
coagulação/floculação da água e também o controle da desinfecção. O valor do pH
varia de 0 a 14. Abaixo de 7 a água é considerada ácida e acima de 7, alcalina.
Água com pH 7 é neutra (FUNASA, 2006).
A Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde recomenda que o pH da
água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5 no sistema de distribuição.
Morgano et al. (2002) em um estudo sobre avaliação físico-química de
águas minerais comercializadas na região de Campinas - SP encontraram apenas
uma amostra com pH fora da faixa recomendada.
36
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E DESCRIÇÃO DO LOCAL DAS
ANÁLISES
O município de Foz do Iguaçu localiza-se no extremo Oeste do Paraná,
fazendo divisa com Paraguai e Argentina, possui uma área territorial de 589,00 km²
e com uma população de 319.189 habitantes. Suas coordenadas geográficas são:
latitude: 25°32’ 45” e longitude: 54º53’07. A altitude média é de 173 metros. A região
apresenta clima temperado subtropical úmido, possuindo temperatura média anual
de 27,7°C e está sob domínio da Floresta Estacional Semidecidual. A maior parte do
município é caracterizada por solos do tipo Latossolo Roxo Distrófico e Eutrófico
(FOZ DO IGUAÇU, 2006).
As análises microbioógicas e químicas foram realizadadas no Laboratório
Ambiental da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O mesmo monitora periodicamente a
qualidade da água dos rios e do ar na região do entorno do reservatório.
Toda água mineral consumida pela empresa passa por análises
microbiológicas.
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foram analisadas 10 amostras provenientes de seis diferentes marcas de
águas minerais não gaseificadas, sendo três de 500 mL e sete embalagens de 20
litros. As amostras foram adquiridas aleatoriamente, em épocas e estabelecimentos
diferentes para que fossem originadas de lotes diversos. Estas amostras não
estavam refrigeradas.
37
3.2.1 Pesquisa de Coliformes Totais, Coliformes Fecais (Escherichia coli),
Pseudomonas aeruginosa, Clostrídios Sulfito Redutores e Enterococos
A técnica utilizada para a quantificação de Escherichia coli, Coliformes
totais, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa e Clostrídios Sulfito Redutores ou C.
Perfringens, foi a de Membrana Filtrante de acordo com Santos (1999). A técnica de
membrana filtrante é um método rápido e preciso para isolamento e identificação de
colônias de bactérias. Esta técnica é recomendada pelo “Standart of Methods for the
Examination of Water and Wasterwater”, referência internacional em análises de
águas. Após o crescimento das bactérias nos meios seletivos, para a identificação
das colônias foi realizada a identificação bioquímica pelo meio de Rugai que
diferencia e determina cepas de bactérias. O resultado é expresso em UFC/100 mL
de água.
3.2.2 Determinação de Bactérias por Meio de Rugai
Conforme o número de colônias contadas nas placas de cada meio
seletivo, aplicaram-se os testes com Rugai. Foram feitos no máximo sete testes para
cada cor de colônia em cada placa, por exemplo; se contadas duas colônias rosa,
então dois tubos com Rugai, se 15 colônias vermelhas, somente sete tubos foram
inoculados com colônias vermelhas.
Após 24 horas em estufa a 37ºC, os tubos de Rugai foram lidos utilizando
alguns critérios como cor da base, fermentação de gás, produção de sacarose,
hidrólise da uréia, reação de indol e no caso de dúvidas entre uma ou mais bactérias
é feito prova de motilidade ou teste em meio de Lisina:
1. Base amarela (fermentação da glicose ou glicose positiva): Escherichia coli,
Shigella sp., Klebsiella sp., Enterobacter sp., Serratia sp., Providencia sp., Vibrio
cholerae, Vibrio parahaemolyticus ou Alkalescens sp. ou Salmonella typhi.
38
a) Formação de gás (base)
- com gás (formação de bolhas ou arrebentamento do meio) – Escherichia coli,
Klebsiella sp. ou Enterobacter sp.
- sem gás – Shigella sp., Serratia sp., Providencia sp., Vibrio cholerae, Vibrio
parahaemolyticus ou Alkalescens sp. ou Salmonella typhi.
b) Sacarose (ápice)
- positiva (amarela ou marrom) – Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp.,
Providencia sp., Vibrio cholerae ou Serratia sp.
- negativa (verde garrafa) – Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp.,
Shigella sp., Serratia sp., Providencia sp., Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus
ou Alkalescens sp. ou Salmonella typhi.
c) Indol (tampa de algodão)
- positivo (vermelho) – Escherichia coli, Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus ou
Alkalescens sp., Salmonella typhi., Shigella sp. ou Providencia sp.
- negativo (não muda a cor) – Klebsiella sp., Enterobacter sp., Shigella sp. ou
Serratia sp.
d) Motilidade (parte inferior do meio) ou prova em lâmina
- positiva (crescimento além da picada ou turvação do meio ou movimento das
bactérias) – Escherichia coli, Enterobacter sp., Serratia sp., Providencia sp., Vibrio
cholerae, Vibrio parahaemolyticus, Alkalescens sp ou Salmonella typhi.
- negativa (crescimento só na picada ou sem movimentos) – Escherichia coli,
Shigella sp. ou Klebsiella sp.
e) Gram (verificar a diferença entre Providencia sp. e Vibrio sp. por intermédio da
forma). Se tiver formato de vírgula é Vibrio sp., se for BGN é Providencia sp. Se não
fermentar a glicose e permanecer verde a base, verificar se fermentou a sacarose e
prosseguir verificando as provas de gás, indol e motilidade.
OBS: A bactéria Pseudomonas sp. é uma não fermentadora, portanto não deverá
mudar o meio de Rugai, além de ter o odor característico (putrefação) e catalase
positiva.
2. Base Azul (Hidrólise da uréia) – Alcaligenes sp. ou Proteus sp. – Ambos dão
provas de gás negativa, sacarose negativa, sendo a diferenciação pela prova de
motilidade.
39
a) Motilidade (parte inferior do meio) ou prova em lâmina
- positiva (crescimento além da picada ou turvação do meio ou movimento das
bactérias) – Proteus sp.
- negativa (crescimento só na picada ou sem movimentos) – Alcaligenes sp.
OBS: As colônias de Alcaligenes sp. possuem um odor adocicado característico. Há
gêneros de Proteus sp. com formação de gás.
b) Indol (tampa de algodão)
- positivo (vermelho): Proteus vulgaris
- negativo (não muda a cor): Proteus mirabilis
3. Base Preta (Formação de H2S) – Edwardsiella sp., Salmonella sp., Citrobacter
sp., Proteus mirabilis ou Proteus vulgaris.
a) Formação de gás (base)
- com gás (formação de bolhas ou arrebentamento do meio) – Edwardsiella sp.,
Salmonella sp. ou Citrobacter sp.
- sem gás – Proteus mirabilis, Proteus vulgaris ou Salmonella typhi.
b) Sacarose (ápice)
- positiva (amarela ou marrom) – Citrobacter sp.
- negativo (verde garrafa) – Salmonella sp., Citrobacter sp., Edwardsiella sp.,
Proteus vulgaris ou Proteus mirabilis.
c) Indol (tampa de algodão)
- positivo (vermelho) – Edwardsiella sp., Proteus vulgaris ou Citrobacter sp.
- negativo (não muda a cor) – Salmonella sp., Proteus mirabilis ou Citrobacter sp.
d) Motilidade (parte inferior do meio) ou prova em lâmina
- positiva (crescimento além da picada ou turvação do meio ou movimento das
bactérias) – Edwardsiella sp., Salmonella sp., Citrobacter sp., Proteus vulgaris ou
Proteus mirabilis.
- negativa (crescimento só na picada ou sem movimentos) – Edwardsiella sp.
e) Manitol
- positivo (virou meio amarelo) – Citrobacter sp. ou Salmonella sp.
- negativo (não muda a cor do meio) – Edwardsiella sp.
40
4. Lisina descarboxilase
- Positivo – Salmonella sp. ou Edwardsiella sp. (qualquer cor diferente de amarelo).
- Negativo – Citrobacter sp. (amarelo).
3.2.3 Bactérias Heterotróficas
Para a contagem padrão de bactérias heterotróficas, as amostras de água
foram processadas através da técnica de pour plate. Após a homogeneização
adequada da amostra, com o auxílio de uma pipeta estéril de 1mL e obedecendo
aos cuidados de assepsia, transferiu-se 1mL da amostra para placas de Petri
identificadas com o volume da diluição correspondente, seguindo a adição de 10 a
15mL do meio Plate Count Ágar (ACP), previamente fundido e mantido em banhomaria para estabilização da temperatura a 45-50°C, fazendo movimentos circulares
para a homogeneização.
Após a solidificação do meio, as placas foram incubadas a 35°C por um
período de 48 horas. A contagem das unidades formadoras de colônias foi efetuada
com auxílio de um contador, e os resultados foram expressos em unidades
formadoras de colônias de bactérias heterotróficas por mililitro (UFC/mL).
3.2.4 Pesquisa de Acanthamoeba sp.
A análise de Acanthamoeba sp. descrita por Santos e Manus (2008)
consiste na utilização de um meio de cultura para crescimento, caldo BHI (Brain
Hearth Infusion), onde 0,5 mL do sedimento foi incubado a 35ºC por 48h. Após este
período, analisou-se a cultura entre a lâmina e lamínula após a adição do corante
Trypan Blue (teste de viabilidade). O Trypan Blue é um corante vital que interage
com a célula caso haja ruptura na membrana da mesma. Desta forma o protozoário
41
viável apresenta-se na cor esverdeada e o protozoário inviável na cor azul
significando o rompimento da membrana.
3.2.5 Medição de pH
A determinação do pH é feita através do método eletrométrico, utilizandose para isso um pHmetro eletrônico calibrado com soluções tampão pH=7 e pH=4,
para que o valor das amostras analisadas ficassem no valor intermediário das
soluções (SANTOS, 1999).
42
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 3 apresenta os resultados de coliformes totais (CT por UFC/mL),
coliformes fecais (CF por UFC/100mL), Clostrídios sulfito redutores (Cl. por
UFC/100mL), Pseudomonas aeruginosa (Ps. por UFC/100mL) e Enterococos (Ent.
por UFC/100mL) das análises realizadas.
Tabela 3 - Resultados das análises bacteriológicas.
Amostras
A1 – 500mL
A2 – 500mL
A3 – 500mL
A4 – 20L
A5 – 20L
A6 – 20L
A7 – 20L
A8 – 20L
A9 – 20L
A10 – 20L
CT UFC/
100mL
CF UFC/
100mL
Cl. UFC/
100mL
Ps. UFC/
100mL
Ent. UFC/
100mL
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
É possível observar na Tabela 3 a ausência de coliformes totais,
coliformes fecais, Clostrídios Sulfito Redutores, Pseudomonas aeruginosa e
Enterococos.
A Tabela 4 apresenta crescimento de outras bactérias não descritas na
legislação.
Tabela 4 - Crescimento bacteriano nas amostras de água mineral.
Amostras
A1 – 500mL
A2 – 500mL
A3 – 500mL
A4 – 20L
A5 – 20L
A6 – 20L
A7 – 20L
A8 – 20L
A9 – 20L
A10 – 20L
UFC/100mL
0
0
0
2.399 P.mirabilis
224 P. mirabilis
19 P. mirabilis e 06 Alcaligenes
0
1.027 P. vulgaris e 4.109 Serratia sp.
0
0
As amostras A4, A5, A6 e A8, apresentaram crescimento de outras
bactérias.
43
Todas as amostras de água mineral apresentaram resultados negativos
quanto à presença de coliformes totais, coliformes fecais, Clostrídios Sulfito
Redutores, Pseudomonas aeruginosa e Enterococos, estando assim, dentro dos
padrões propostos pela Resolução n°54/2000. Porém algumas destas amostras
apresentaram crescimento de outros tipos de bactérias.
A amostra A4, apresentou 2.399 UFC/100mL de Proteus mirabilis,
enquanto a amostra A5 apresentou 224 UFC/100mL. A amostra A6 apresentou 6
UFC/100mL de Alcaligenes e 19 UFC/100mL de Proteus mirabilis e a amostra A8
apresentou 1.027 UFC/100mL de Proteus vulgaris e 4.109 UFC/100mL de Serratia
sp.
Resultado também apresentado por Resende (2008), que das dez marcas
de águas minerais comercializadas no Distrito Federal que foram analisadas,
nenhuma apresentou resultados positivos para a presença de coliformes totais e/ ou
termotolerantes (fecais). Já na contraprova, quando foram utilizadas amostras de
outro lote das referidas marcas, apenas uma amostra, apresentou resultado positivo
para coliformes totais.
Segundo Resende (2008), a presença de coliformes a 35ºC não significa
necessariamente contaminação fecal, sendo, contudo, um poderoso indicador das
condições higiênicas do processo. A presença de coliformes totais em água e
alimentos, em alguns casos, pode não ser indicativa de contaminação fecal porque
participam deste grupo bactérias cuja origem direta não é exclusivamente entérica.
Este mesmo autor cita ainda que esse fato decorra da capacidade de colonização
ambiental destes microrganismos, em especial do solo. Sendo assim, a presença de
coliformes totais nestes materiais pode também estar relacionada a práticas
inadequadas de sanificação e processamento desses produtos, ou mesmo sua
recontaminação após estes procedimentos.
Alves et al. (2002) analisaram microbiologicamente águas minerais em
Marília, Estado de São Paulo, e encontraram 5,5% das amostras contaminadas por
coliformes
totais
e
nenhuma
apresentou
contaminação
por
coliformes
termotolerantes. As amostras avaliadas neste estudo mostraram que 94,5% das
águas minerais comercializadas na região de Marília estão aptas para o consumo.
44
De acordo com a Resolução n°54, para água mineral natural e água
natural, devem estar ausente bactérias do grupo Coliformes totais e fecais, quanto
aos padrões microbiológicos.
Para Alves et al. (2002), o fato de ser encontrada uma amostra de água
mineral contaminada permite afirmar que sua contaminação pode ter sido durante a
fase de captação e processamento do produto. A legislação vigente para águas
minerais, após sofrer atualização pela Resolução RDC5 melhorou o espectro
microbiológico a ser avaliado, mas ainda é insuficiente para regularizar o controle de
qualidade e aquém do que exige a legislação internacional (americana e européia)
para o comércio. Por isso, o risco de contaminação da população pelo produto
permanece.
Avaliando a qualidade microbiológica de águas minerais consumidas na
região metropolitana de Recife, no Estado de Pernambuco Coelho et al. (2010),
verificaram a presença de bactérias do grupo coliformes totais em 46 amostras
(38,33%), enquanto os coliformes termotolerantes estavam presentes em 12
amostras (10,00%), que as qualificaram como impróprias para o consumo segundo a
legislação. Seis cepas de Escherichia coli foram isoladas das 12 amostras positivas
para coliformes termotolerantes, o que representa um potencial risco à saúde do
consumidor.
Os autores citam que a presença de coliformes nas águas analisadas
indica ser uma contaminação de origem externa, tornando-as impuras. Esta
contaminação pode ter ocorrido na fonte, no envase (reutilização de embalagem
sem a devida higienização) ou no transporte e armazenamento, no caso de a
embalagem não ser absolutamente fechada. A presença de Escherichia coli indica
poluição fecal, o que torna a água potencialmente prejudicial à saúde dos seus
consumidores.
No mesmo estudo, Coelho et al. (2010) confirmaram ainda a presença de
Pseudomonas spp. em 24 amostras (20,00%), enquanto para Pseudomonas
aeruginosa obteve-se positividade em 22 amostras (18,33%), encontrando-se em
todas as dez marcas analisadas, o que as caracterizou como impróprias para o
consumo, de acordo com a legislação vigente.
Os autores afirmam que a presença de Pseudomonas spp. e
45
Pseudomonas aeruginosa nas amostras denota a provável contaminação durante o
engarrafamento e armazenamento, visto que as embalagens de PVC (garrafões) são
reutilizadas várias vezes, podendo, assim, contribuir em parte para a carga
bacteriana do produto final, principalmente quando não são submetidas a uma
lavagem e desinfecção eficientes.
Ao se analisarem 44 amostras de água mineral de diferentes marcas,
originárias do Estado do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e comercializadas em
Vassouras, Estado do Rio de Janeiro, Sant’Ana et al. (2003) encontraram coliformes
totais em 11 amostras (25%) e Escherichia coli em nove (20,4%).
Os autores confirmam que tal fato indica falha nas boas práticas de
fabricação da planta de processamento, no que concerne aos procedimentos de
limpeza e sanificação, captação e embalagem, como já haviam afirmado também
Alves et al. (2002) e Coelho et al. (2010). Os galões retornáveis são possíveis fontes
de contaminação do produto, quando a sua inspeção, limpeza e desinfecção são
negligenciadas.
Alguns controles podem ser adotados visando-se reduzir a possibilidade
de contaminação da água pelos galões, como: avaliação individual das embalagens
retornáveis e rejeição daquelas com defeitos que comprometeriam a qualidade ou
segurança do produto, desinfecção das embalagens e tampas, cuidados no
transporte e armazenamento das embalagens (SANT’ANA et al., 2003).
Segundo Sant’Ana et al. (2003), Pseudomonas. aeruginosa, Escherichia
coli, Clostridium perfringens e estreptococos fecais não foram isolados em nenhuma
das amostras. Das 44 amostras analisadas neste estudo, nenhuma se apresentou
contaminada por Clostrídios sulfito redutores a 46°, Enterococos e Pseudomonas
aeruginosa.
Para Silva e Araújo (2003) foi expressivo o percentual de amostras com
coliformes
totais
(90,8%)
e
fecais
(65,8%),
variando
de
2
a
mais
de
1.600UFC/100ml.
A Pseudomonas foi pesquisada por Farache Filho et al. (2008) em águas
minerais não-carbonatadas em embalagens de 1,5 L, comercializadas em
Araraquara, Estado de São Paulo, onde verificaram presença de Pseudomonas
46
aeruginosa em cinco amostras (4,5%) provenientes de quatro marcas (18,2%)
diferentes, não atendendo ao padrão para água mineral.
Estes mesmos autores verificaram que todas as amostras foram
negativas para coliformes totais e coliformes fecais (Escherichia coli).
Para Guerra et al. (2006), das 362 amostras de água coletadas do
sistema principal 31 (8,56%) apresentaram contaminação por Psedomonas
aeruginosa, enquanto que 12 (23,53%) das 51 amostras coletadas do sistema
secundário apresentaram tal contaminação e nenhuma das amostras analisadas
apresentou contaminação por bactérias do grupo coliforme.
Farache Filho e Dias (2008) avaliando a qualidade microbiológica de
águas minerais em galões de 20 litros verificaram que duas amostras (2,4%) de
duas marcas (9,5%) estavam fora do padrão para coliformes fecais, 13 amostras
(15,5%) de oito marcas (38,1%) estavam fora do padrão para coliformes totais, oito
amostras (9,5%) de seis marcas (28,6%) estavam fora do padrão para
Pseudomonas aeruginosa.
Das 21 amostras de água minerais naturais analisadas por Cabrini e Gallo
(2001), apenas duas, correspondentes a galões de 10 litros (cada uma pertencente
a uma marca diferente) apresentaram-se contaminadas por coliformes totais.
Das 69 amostras de água mineral analisadas por Dias (2008), todas as
amostras de todas as marcas (100%) apresentaram ausência de coliformes
fecais/Escherichia coli, duas amostras (2,9%) de uma marca (5,9%) apresentaram
contaminação por coliformes totais, duas amostras (2,9%), de duas marcas (11,8%)
apresentaram contaminação por Enterococos, três amostras (4,3%) de duas marcas
(11,8%) apresentaram Pseudomonas aeruginosa.
Tancredi e Marins (2003), avaliando a qualidade sanitária de águas
minerais na cidade do Rio de Janeiro, constataram também a presença de bactérias
pertencentes ao grupo dos coliformes totais em 57,14% das amostras analisadas,
revelando ser este um dos parâmetros responsáveis pela reprovação da qualidade.
Encontraram ainda Pseudomonas aeruginosa em 57,14% das amostras.
Nascimento et al. (2000), analisaram setenta amostras de duas marcas de
água mineral provenientes de fontes da própria cidade e comercializada em São
47
Luís - Maranhão, do total de 100% das amostras, 35 (50%) de uma marca foram
consideradas como impróprias para consumo humano.
Guilherme e Silva (2000) analisaram 571 amostras de água, sendo que
333 amostras eram tratadas, 134 não tratadas, 44 minerais naturais e 60 para
hemodiálise. Na comparação dos resultados numéricos e percentuais, chegou-se à
conclusão que muitas destas amostras foram consideradas satisfatórias e liberadas
para consumo, de acordo com a legislação vigente no país, embora tenha sido
detectada a presença em muitas delas, de Psedomonas aeruginosa.
Pesquisando sobre a identificação de Pseudomonas sp. na água tratada
coletada em hospitais, Santos et al. (2007) encontraram 10 amostras positivas para
Pseudomonas sp.; do total de 188 amostras analisadas, sendo o percentual de
positividade de 5,32%.
Segundo a Resolução - RDC nº. 54, de 15 de junho de 2000 - ANVISA Ministério da Saúde - Brasil a amostra é condenada quando for constatada a
presença de Escherichia coli ou coliformes (fecais) termotolerantes ou quando o
número de coliformes totais e ou Enterococos e ou Pseudomonas aeruginosa e ou
Clostrídios sulfito redutores for maior que o limite estabelecido para amostra
indicativa.
De acordo com a legislação citada acima, todas as amostras analisadas
neste estudo estão dentro dos padrões exigidos.
Para diminuir o risco de contaminações o Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM), através da portaria de número 387/2008, exige que a
data limite de três anos, venha explicita nos vasilhames retornáveis de água.
A legislação brasileira relativa a águas minerais tem melhorado bastante
nos últimos anos, sugere-se uma melhoria na fiscalização em todo processo de
industrialização e no ponto de venda da água mineral comercializada.
A Tabela 5 mostra os resultados das análises quanto à contagem de
bactérias heterotróficas.
48
Tabela 5 - Resultados das análises de bactérias heterotróficas.
Amostras
A1 – 500mL
A2 – 500mL
A3 – 500mL
A4 – 20L
A5 – 20L
Heterotróficas
UFC/mL
0
0
0
230
1.184
Amostras
A6 – 20L
A7 – 20L
A8 – 20L
A9 – 20L
A10 – 20L
Heterotróficas
UFC/mL
837
39
4.346
989
4.350
Como se pode observar na Tabela 5, apenas três amostras (30%) não
apresentaram crescimento de bactérias heterotróficas, sendo todas elas de
embalagem de 500mL. Das amostras de 20L, apenas duas (20%) apresentaram
valores abaixo de 500UFC/mL, estabelecido pela legislação e as outras 5 amostras
(50%) apresentaram valores bem acima do permitido em legislação.
Domingues et al. (2007) observaram que das 43 amostras de água de
poços artesianos analisadas 23 (53,5%) resultaram em mais de 500 UFC/mL. Os
autores citam ainda que o elevado percentual de amostras com UFC/mL acima do
limite permitido pela portaria do Ministério da Saúde é preocupante, pois favorecem
o aparecimento de doenças de veiculação hídrica que atingem, principalmente,
crianças e idosos.
Embora a legislação para águas minerais não determine as contagens de
bactérias heterotróficas como parâmetro de qualidade, tomando-se como base a
recomendação da Portaria nº 518 (BRASIL, 2004) para água de consumo humano,
Coelho et al. (2010) verificaram que a maioria (65%) excedeu o limite de 500
UFC/mL preconizado na legislação brasileira.
Nascimento et al. (2000) verificaram que, das 70 amostras de águas
minerais provenientes de duas marcas, consumidas na cidade de São Luís, Estado
do Maranhão, 35 (50%) encontravam-se fora dos padrões para águas minerais, por
ultrapassar o NMP para Psedomonas aeruginosa e contagem de bactérias
heterotróficas acima dos padrões.
Das 120 amostras de água do manancial subterrâneo de Feira de Santa
na Bahia analisadas por Silva e Araújo (2003), 71,4% estavam com mais de
500UFC/mL.
Das 84 amostras de 21 marcas (100%) analisadas por Farache Filho e
Dias (2008), 52 (61,9%) apresentaram contagens elevadas (> 500 UFC/mL) para
bactérias heterotróficas.
49
Para Farache Filho et al. (2008), grande parte das amostras (36,4%)
proveniente de nove marcas (40,9%) tiveram contagem para bactérias heterotróficas
maior que 500 UFC/mL, gerando dúvidas quanto à segurança e qualidade dessas
águas para consumo humano.
Das amostras analisadas por Guerra et al. (2006), apenas uma amostra
do sistema principal apresentou contagem de bactérias heterotróficas acima do limite
permitido (500 UFC/mL).
Na maioria das amostras analisadas por Cabrini e Gallo (2001), verificouse contagem elevada de bactérias heterotróficas, o que sugere maiores cuidados
com relação às condições higiênicas das unidades industriais, a fim de assegurar a
boa qualidade do produto.
Para Dias (2008), quarenta amostras (58%) de doze marcas (70,6%)
analisadas apresentaram contagens acima de 500 UFC/mL para bactérias
heterotróficas.
Os
dados
encontrados
para
bactérias
heterotróficas
estão
em
conformidade com outros autores, que identificaram não cumprimento da legislação
no parâmetro bactérias heterotróficas.
A Tabela 6 mostra os resultados quanto à presença ou ausência de
Acanthamoeba sp.
Tabela 6 – Resultados quanto à presença ou ausência de Acanthamoeba sp.
Amostras
A1 – 500mL
A2 – 500mL
A3 – 500mL
A4 – 20L
A5 – 20L
Acanthamoeba
sp.
Ausente
Ausente
Ausente
Viável
Viável
Amostras
A6 – 20L
A7 – 20L
A8 – 20L
A9 – 20L
A10 – 20L
Acanthamoeba
sp.
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Pode-se observar que das dez amostras analisadas, somente em duas
(20%) amostras foi encontrada a presença de Acanthamoeba sp. viável. No restante
ela estava ausente.
Examinando diferentes marcas de água mineral vendidas na cidade do
Rio de Janeiro, Salazar et al. (1982), verificaram que 90% das amostras permitiram o
isolamento de protozoários, sendo que 60% delas foram positivas para amebas do
gênero Acanthamoeba.
50
Para o autor, esses níveis de contaminação não deveriam ocorrer em
águas servidas à população e provavelmente são devidas à falta de tratamento da
água a ser engarrafada, pois os achados correspondem a levantamentos feitos em
locais onde fatores diversos podem, ocasional ou permanentemente, contribuir para
aumento da população microbiana.
O mesmo ainda cita que por outro lado, como o principal alimento das
amebas de vida livre são microorganismos, fica claro que elas aumentam em
número com a contaminação bacteriana. Esses resultados apontam também para as
falhas ao nível do processamento e do controle de produtos consumidos em larga
escala, quase sempre como opção de quem deseja usar um produto mais limpo e
seguro.
Santos e Manus (2008) verificaram a presença de Acanthamoeba spp. em
31,4% do total de 156 amostras de água in natura, tratada, mineral e água de
bandeja de sistema de ar condicionado.
Das 121 amostras de diferentes águas analisadas por Santos et al.
(2009), em Foz do Iguaçu – PR, 85 (70,25%) foram positivas para presença de
cistos, sendo que 42 amostras eram águas tratadas com um índice de positividade
de 66,67%, correspondendo a 28 amostras.
O presente estudo apresentou resultados inferiores aos relatados por
Salazar et al. (1982) e Santos et al. (2009).
A Tabela 7 mostra os resultados quanto à verificação do potencial
hidrogeniônico (pH) das amostras.
Tabela 7 – Resultados do pH
Amostras
A1 – 500mL
A2 – 500mL
A3 – 500mL
A4 – 20L
A5 – 20L
pH
7,53
6,70
7,57
6,75
7,66
Amostras
A6 – 20L
A7 – 20L
A8 – 20L
A9 – 20L
A10 – 20L
pH
7,69
8,59
8,44
8,52
8,15
De acordo com a Tabela 7, todas as amostras mostraram-se dentro dos
padrões estabelecidos pela legislação, que segundo a Portaria nº 518/2004 do
Ministério da Saúde recomenda que o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5
no sistema de distribuição.
51
Resultados também encontrados por Resende (2008), que avaliando o
perfil microbiológico da água mineral comercializada no Distrito Federal, em relação
ao pH, os resultados obtidos na primeira análise estavam dentro dos padrões
estabelecidos pela legislação.
Guerra et al. (2006) também observaram que o pH de todas as amostras
analisadas estava dentro dos padrões estabelecidos pela legislação.
Morgano et al. (2002) fazendo a avaliação físico-química de águas
minerais comercializadas na região de Campinas (SP), os valores de pH obtidos
(9,55 a 9,92) nas amostras foram sempre acima da faixa recomendada pela
legislação brasileira que é de 6 a 9,5. Segundo os autores, este fato foi confirmado
na análise de alcalinidade que indicou em duas épocas a presença de íons hidróxido
e carbonato. O Ministério da Saúde determina que as águas minerais não devam
apresentar alcalinidade em hidróxido.
Nas demais águas analisadas pelos autores, os valores de pH estiveram
próximos da neutralidade e dentro da faixa recomendada, sendo que a alcalinidade
nestas amostras foi devida apenas à presença de íons bicarbonato.
Silva e Araújo (2003) encontraram 82,8% de amostras com pH ácido,
abaixo de 6,0, não atendendo ao recomendado legalmente em estudo sobre a
qualidade da água do manancial subterrâneo em áreas urbanas de Feira de Santana
(BA).
52
5 CONCLUSÃO
As seis (100%) marcas de águas minerais foram aprovadas quanto à
presença de coliformes totais, Escherichia coli, Clostrídios Sulfito Redutores,
Pseudomonas aeruginosa, e Enterococos, pois não foi encontrada nenhuma
bactéria indicadora de contaminação, estando às amostras em conformidade com a
legislação.
A contagem padrão de bactérias heterotróficas feita em meio Agar Count
Plate (ACP), para verificação do controle higiênico na industrialização da água, em
relação aos galões de 20 L, duas amostras (28%) analisadas apresentaram valores
satisfatórios e cinco (72%) apresentaram valores insatisfatórios, considerando-se a
legislação para água potável que fixa um valor máximo de 500 UFC/mL de água,
uma vez que a legislação para água mineral não traz nenhum índice reprovatório
para o número de bactérias heterotróficas em placas.
O gênero Acanthamoeba sp. foi identificado em duas amostras (20%),
porém a legislação não à menciona, este fato não as condena, sua qualificação
serve para conhecimento de sua presença devido ao fato de ser uma ameba de vida
livre isolada em praticamente todos os ambientes, como solo, água e ar.
O pH de todas as amostras apresentou valores correspondentes aos
preconizados pela legislação vigente.
Portanto, do total de três amostras analisadas de embalagem de 500mL
todas (100%) amostras apresentaram resultado negativo, em relação às sete
amostras de embalagens de 20 litros analisadas cinco (72%) amostras
apresentaram presença de bactérias heterotróficas acima de 500 UFC/100mL.
Os dados obtidos nas análises comprovam que as amostras de
embalagens de 20 litros apresentam maior nível de contaminação quando
comparadas às amostras de embalagens de 500mL.
Este fato justifica-se, pois os vasilhames de 20 litros são de maiores
extensões e por isso estão mais susceptíveis a contaminação do que as embalagens
de 500 mL, além de serem retornáveis sendo passíveis de contaminação, quando a
sua inspeção, limpeza e desinfecção são negligenciadas.
53
O número de marcas com presença de bactérias foi relativamente alto,
apesar de não condenar as amostras, representando riscos para o consumo e,
demonstra negligência em alguma etapa da industrialização, seja ela, na retirada da
água da fonte, lavagem dos garrafões, envase, higiene da maquinaria do processo
ou mau acondicionamento do produto no ponto de venda.
54
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