O Estado do Maranhão - São Luís, 13 de janeiro de 2012 - sexta-feira
Obra de Adelino
Fontoura em
livro digital
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Divulgação
/Capa
Reprodução
Publicação, coordenada pelo
professor de Letras José Neres, traz
informações e resumo da obra do
escritor, maranhense de Axixá e
patrono da cadeira número 1 da
Academia Brasileira de Letras
P
atrono da cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras (ABL), o
ator, jornalista e poeta maranhense Adelino Fontoura
(1859-1884) é homenageado
com livro digital que reúne artigos escritos por pesquisadores da obra do autor e compilação de poemas. O título O Verso e o Silêncio de Adelino Fontoura, organizado pelo especialista José Neres, está disponível
para download ou visualização
na Internet pelo blog www.joseneres.blogspot.com.
O trabalho traz uma linha do
tempo sobre a vida do autor,
além de estudos curtos sobre a
sua produção literária e os fatores de seu esquecimento no
cenário das letras. A meta, segundo o organizador, é criar
um público novo para a obra
de Adelino Fontoura. A publicação procurou trazer para os
leitores informações e resumo
da obra do escritor pouco conhecido até mesmo dentro da
ABL. “Embora seja o patrono
número 1 da ABL, ele é desconhecido no país inteiro. Ana
Maria Machado, ao assumir a
cadeira que tem Adelino como
patrono, decidiu não falar sobre o autor por não ter conhecimento de sua obra”, comentou José Neres.
Os produtores encararam o
desafio de organizar a edição
que contém uma seleção de 43
sonetos, triolets e outros poemas. Os estudos foram escritos
por José Neres, Jheysse Lima
Coelho e Viviane Ferreira. A publicação faz parte do projeto de
pesquisa Sistema Literário Maranhense: Hipermídia e Hipertexto desenvolvido pela Faculdade Atenas Maranhense (Fama). Além do livro digital, foram impressos cerca de 100
exemplares que estão sendo
Saiba Mais
Adelino Fontoura nasceu em Axixá, no Maranhão,
e faleceu em Lisboa, Portugal, aos 25 anos. Quando fundada a
ABL, a cadeira número 1 foi inaugurada por Luís Murat, que
escolheu o amigo Adelino Fontoura como patrono. Trata-se do
único caso de patrono sem livro publicado em vida.
Atualmente, o assento é ocupado por Ana Maria Machado.
Também já ocuparam o posto Afonso d’Escragnolle Taunay,
Ivan Lins, Bernardo Élis e Evandro Lins e Silva.
encaminhados a bibliotecas,
institutos e casas de cultura.
Esquecimento – A publicação
coordenada pelo professor de
Letras José Neres, especialista
em Literatura Brasileira pela
Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais,
aborda o esquecimento e a falta de conhecimento sobre a
obra de Adelino Fontoura. O livro conta algumas tentativas de
agrupamento da escassa produção literária do autor. O primeiro a tentar reunir os trabalhos foi Arthur Azevedo. Em
1904, Coelho Neto também
empregou forças para agrupar
os poemas de Adelino, mas não
obteve sucesso. Escragnolle Dória embarcou na tentativa de
mostrar os valores da obra do
autor axixaense, porém, o trabalho nunca foi publicado. De
modo similar, Luís Murat partiu para a organização dos poemas, mas, com sua morte, o trabalho ficou perdido.
Na publicação virtual também são poucas as referências
a Adelino Fontoura entre os historiadores da literatura nacional. Um dos poucos a citar o
axixaense é Massaud Moisés,
no estudo Realismo do Brasil.
Jomar Moraes, em Apontamentos da Literatura Maranhense,
arrebata afirmando que Adelino Fontoura “deixou uma obra
pequena e sem importância
para a poesia brasileira”, apesar
de reconhecer o talento do poeta. Já Tobias Pinheiro, em artigo breve, destaca os poemas
Atração e Repulsão e Celeste como poesias exemplares para a
literatura brasileira. Clóvis Ramos, Humberto de Campos e
Isarael Souza Lima são outros
que também fazem referência
a Adelino.
O livro conta que, além de
produzir sonetos, Adelino Fontoura se dedicou aos triolets –
poema de forma fixa, que se caracteriza pela repetição de alguns versos, com uma ou mais
oitivas e métrica heptassílaba
ou octassílaba. A publicação digital mostra sete triolets constituídos nesse formato, entre
eles, A uma cubana, Bilhete e O
bandolim da senhorita.
Serviço
• Livro digital
O Verso e o Silêncio de Adelino
Fontoura, de José Neres,
Jheysse Lima Coelho
e Viviane Ferreira
• Editora
JNEdições, 2011
• Páginas
83
• Visualização
www.joseneres.blogspot.com
Ministério da Cultura
prevê investimentos
para o ano de 2012
Expectativa da pasta é atingir R$ 2 bilhões com novos aportes
do PAC 2 e do Fundo Setorial do Audiovisual para o Brasil
BRASÍLIA - O Ministério da
Cultura (MinC) comemora desempenho recorde na sua execução orçamentária no ano
passado. Dados da Secretaria
Executiva mostram que a pasta empenhou, em 2011, cerca
de R$ 1,07 bilhão, 99% do limite autorizado pelo Ministério
do Planejamento.
"É um dos melhores resultados do governo e que indica
um certo grau de eficiência da
gestão”, comemora o secretário-executivo e ministro interino, Vítor Ortiz, que projeta dobrar os investimentos do MinC
neste ano. “Esse número deve
ficar mais próximo dos R$ 2 bilhões em 2012”, estima Ortiz.
A projeção otimista tem lastro no aporte previsto da ordem de R$ 500 milhões a ser in-
corporado aos investimentos
do MinC neste ano pelo Programa Praças dos Esportes e da
Cultura (que faz parte do PAC
2) e ainda por mais R$ 300 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que passará a
contar com R$ 400 milhões em
2012. Os recursos não são contingenciáveis. O crescimento
do FSA está associado à sanção,
pela presidenta Dilma Rousseff,
ano passado, da Lei 12.485, que
prevê a ampliação do mercado
de TV por assinatura.
O secretário Vítor Ortiz avalia que a aplicação do orçamento do MinC vai se dar de
forma ainda mais qualificada e
transparente do que foi em
2011. “Temos um orçamento
maior e melhor, porque é mais
realista e está mais próximo
do investimento que será efetivamente autorizado para o
Ministério neste ano”, observa. O Minc planeja construir
cerca de 400 praças do PAC ao
longo deste ano em 362 municípios, além de 52 usinas
culturais (novos equipamentos de cidadania cultura ligado às metas do Fórum de Direitos de Cidadania).
O orçamento aprovado pelo Congresso Nacional para o
MinC para 2012 é de R$ 2,38 bilhões, valor que segue a linha
de crescimento que vem sendo observada desde 2003. O
número final, no entanto, só
será conhecido após a avaliação da peça pelo o Ministério
do Planejamento e sanção presidencial – o que deve ocorrer
no mês de fevereiro.
Adelino Fontoura, patrono da cadeira número 1 da ABL, tem obra desconhecida até mesmo na entidade
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