Claudia Gaiovis
Unfadenite Caseosa Caprina
Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterimiria
da Faculdade de Ciencias Biol6gicas e da Saude da
Universidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial para
obtem;ao do titulo de Medico Veterinario.
Professor Orientador: Dr. Shigehiro Funayama
Curitiba
Maio/2004
SUMARIO
LlSTA DE FIGURAS
iii
RESUMO
ABSTRACT
iv
.
1 INTRODUVAO
2 REVISAO DE LlTERATURA
.
2
2.1 Etiologia
2
2.2 Ocorrencia ..
4
2.3 Patologia
.
5
2.4 Patogenia
.
9
2.4.1 Mecanismo delnfecC(8o
10
2.5 Diagnostico
11
2.6 Prafilaxia. ..
14
2.7Vacinas
13
2.8 Contrale.
15
2.9 Problemas econ6micos
15
Conclusoes
18
Referencias
19
LlSTA DE FIGURA
FIGURA 1- BANHO PARASITICIDA
4
FIGURA 2- CORTE DE UM NODULO...
7
FIGURA 3- CABRA COM ABSCESSO ROMPIDO...............
8
FIGURA 4- OVELHA COM ABCESSO
8
NO PESCOC;:O.
RESUMO
A
linfadenite
caseosa
pseudotuberculosis.
nos
linfonodos
principalmente
e
uma
patologia
provocada
pelo
Esta infecyao acarreta 0 aparecimento
e em
6rgaos
internos.
nas regioes de grandes
A doenya
cria90es
apresentam
perda de peso, baixa capacidade
Nao existe
uma medida
profilatica
eficaz
e
cosmopolita
de cabras.
reprodutiva
Corynebacterium
de abscessos
Os animais
linfonodos, abscessos,
para a erradica9ao
da doen9a,
pseudotuberculosis,
doen9a cosmopolita.
iii
infectados
e pouca produ9ao de leite.
programas de controle como a vacina9ao.
Pa"lavras Chaves: linfadenite caseosa, Corynebacterium
caseosos
e endemica,
apenas
ABSTRACT
The
caseous
lymphadenitis
pseudotuberculosis.
is
This infection
a
pathology
causes
caused
the appearance
by
Corynebacterium
of caseous
lymph nodes and in inside organs. The disease is cosmopolite
abscess
and endemic,
in regions with large goat breeding. All animals infected have shown weakness,
capacity
of
prophylactic
reproduction
procedure
and
to
deficient
eradicate
milk
this
production.
disease,
but
There
only
is
some
no
Corynebacterium
nodes, abscess, cosmopolite
disease.
iv
pseudotuberculosis,
low
efficient
vaccinations
program.
Key words: caseous lymphadenitis,
in
mainly,
lymph
1 INTRODUC;Ao
A linfadenite caseosa (LAC) e uma molestia cr6nica de ovinos e caprinos,
freqOentemente
como
ocorre como infecc;:ao ina parente, e assim sendo detectada
achado
incidental
Corynebacterium
produtor
em
pseudotuberculosis
de uma exotoxina
abscessos
abatidos.
(C. avis),
(uma fosfolipase
t6xico, que Ihe permite sobreviver
E uma
animais
0
microrganismo
um bacilo difter6ide
D) e que contem
no interior do macr6fago
e exerce
poucos
efeitos
A infecc;:ao raramente
sido originalmente
e observada
em bovinos,
e
gram-positivo
(JONES et aI., 2000).
no estado
menDs que a doenc;:a se generalize (BLOOD e RADOSTITS,
apenas
causal
lipidio de superficie
doenc;:a cr6nica dos ovinos e caprinos, caracterizada
nos linfonodos
que
pela formac;:ao de
geral do ovino,
a
1992).
embora essa molestia tenha
descrita em 1888 de um caso de linfangite
bovina (JONES et aI.,
2000).
A doenc;:a ocorre em todo 0 mundo e e uma infecc;:ao endemica
regioes onde ha .grandes criac;:oes de ovelhas e cabras (FRASER,
importante
aI., 1985\
1
citado em www.icb.ufmg.br/-vasco/coryne/lac.htm
nas
1997 e UNANIN et
em 07/05/04.
2
2 REVISAO
DE LlTERATURA
2.1 ETIOLOGIA
o
Corynebacterium
pseudotuberculosis
pode ser produzida experimentalmentepor
ou por via intravenosa
possui
forma
intracelulares.
de
(BLOOD
bastonetes
inoculagao dos bacilos em tecido linfatico
e RADOSTITS,1992).
pequenos,
0 microrganismo
e 0 agente etiol6gico da doenga, que
e
e encontrado
ovelhas
e cabras
e um grupo
(isolados dos bovinos sao umgrupo
exotoxina
antagonicamente
C. pseudotuberculosis
gram-positiv~
e
causa
infecgoes
no solo e em estrume contaminado
com exsudato purulento. Dois bi6tipos foram identificados:
que infecta
0
um grupo nitrat~-negativ~
nitrato-positivo
que infecta
cavalos
heterog{meo). Todas as cepas produzem uma
similar com atividade
(fosfolipase
D), que
parece ser leucot6xica, podendo lesar as celulas endoteliais e disseminar-se
do local
inicial da infecgao
para linfonodos
quimica
paredes
de
microrganismo
suas
a resistir
a
regionais
celulares
e 6rgaos
(conteudo
agao fagocitaria
enzimatica
viscerais.
lipidico
A composigao
elevado)
capacita
0
dos macr6fagos
mantendo
assim a
a frequemcia de ovelhas
infectadas
em uma
infecgao em estagio cr6nico (FRASER, 1997).
Numa populagao australiana,
inspegao em abatedouros
adultas, mencionando
foi de 3,45 entre cordeiros
e 54% entre as ovelhas
indices similares nas Americas do Norte e do SuI. A doenga
foi descrita em cabras domesticas
com taxa de prevalencia
de 8% em grande
populagao. Em alguns rebanhos caprinos ele ja e estabelecido
muito significativa
de perdas.
Uma prevalencia
selvagens (BLOOD e RADOSTITS,
como uma causa
similar foi registrada
em cabras
1991).
A infecgao pode ocorrer ap6s penetragao do microrganismo
atraves da pele
intacta ou das membranas mucosas; entretanto, em muitos casos, e provavel iniciarse por contaminagao das feridas na pele com material purulento dos abscessos
de
3
outras
ovelhas
e cabras-
Os abscessos
frentes primarias de contaminayao
alimenta<;:ao e manuseio
pulmonares
ambiental.
contaminados
em um rebanho
pela entrada
de um portador
saudavel
de
linfaticos.
infec980
a infecyao
castra<;:ao que
se
por
constituida
dos microrganismos
Com frequencia
contaminadO
pus
pelo
proveniente
como
mostra
a Figura
amitraz, emulsificante
Composi<;:ao:
Composi<;:ao: amitraz),
intacta.
semanas
secre<;:oes procedentes
solo,
ou
pelo
recem
formados.
1. A bacteria
e surfactante);
e ou
lavados
com
estao especialmente
esses
Entretanto,
importante
os suscetiveis
e 0
pode sob reviver
Ectocid
Ectobion
liquidos
e
cirurgico
®
®
®
em
(Bayer
(Vansil Ind. Com.
(Probion
Ltda
durante pelo menos 24 horas, e a infec<;:ao se propaga
Os carneiros
de tosquia,
pode
caudectomia
material
para este fim como, por exemplo, 0 Bovitraz
Cypermetrina);
dos
ou dos abrigos
por longos perfodos no meio ambiente.
de abscessos
SA - Composiyao:
pele
de um rebanho
ha pouco tempo que outra forma de contaminayao
elaborados
-
pelas
pr6prio
liquidos comerciais
Ltda
provindo
introduzida
1997).
ocorre devido as lesoes das tosquias,
contaminam
banho por parasiticida
Rep.
que podem sobreviver
A contamina<;:ao do solo ou das camas
propiciar a permanencia
demonstrou-se
esta
de
pel a dissemina<;:ao do
e no solo. A doenya e comumente
infectado ou at raves do contato nos pastos (FRASER,
A fonte
rotos sao as
Tonel de banho, tosa, equipamento
sao responsaveis
0 pus contem grande numero de bacterias
microrganismo.
durante meses no feno, raspadeira
ganglios
e superficiais
infectados
ap6s
-
pel a
duas
a infec<;:ao pela facilidade
de contamina<;:ao pel a bacteria e a pele (BLOOD e RADOSTITS,
1992).
4
FIGURA 1- BANHO PARASITICIDA
2.2 OCORRENCIA
A linfadenite
verificada
caseosa
em paises
e uma enfermidade
como: Australia,
Estados Unidos da America
Argentina,
(MERCHANT
de ocorrencia
Nova Zelandia,
e PACKER;
como a causadora
da linfadenite
No Brasil, a ocorrencia
diversos
estados.
rebanhos
de caprinos
30%. Segundo
apontou-se
e
Holanda e Canada
caseosa em camelos (AFZAL e SAKIR).
a distribui<;:ao geografica
da Empresa
MAlA ROCHA,
Baiana
0 prejuizo
a quatro
de Desenvolvimento
causado
milh6es
pela incidencia
(www.bahia.ba.gov.br/).
epocas e em
da LAC nos
em torno de
Agricola
-
da LAC no
de reais por ano, levando-se
conta que 20% do rebanho caprino da Bahia e contaminado
pseudotuberculosis
do Sui e
a C. pseudotuberculosis
no Estado da Bahia e relata ram uma incidencia
da Bahia pode chegar
sendo
ANDERSON
da LAC tem side relatada em diferentes
et al. estudaram
0 presidente
EBDA, HERMiNIO
estado
COSTA
Africa
CAMPBELL;
NAIRN; BATEY), Egito, india, Turquia, Sudao, Fran<;:a, Noruega,
(AWAD; BARAKA et al.; BATEY). No Paquistao,
universal,
em
com 0 Corynebacterium
5
No nordeste
destes
pequenos
observa-se
a maior frequemcia
ruminantes,
orientac;:ao adequada
no Brasil,
da vegetac;:ao contendo
pela concentrac;:ao
espinhos
e da falta
a sanidade
aos criadores de caprinos e ovinos, quanto
de
de seu
rebanho. (www.caprinet.com.br)
No Ceara, SILVA et ai, estudaram
cativeiro,
dos
quais
submandibulares,
testfculos.
50%
mostraram
retrofaringeos,
durante dois anos caprinos
comprometimento
cadeia
cervical,
dos
mantidos
gtmglios
pre-escapulares,
em
protfdeos,
pre-curais
SILVA, ainda no Ceara, estudou 656 caprinos e observou
e
uma incidencia
de 41,6% de abscess os superficiais
sendo a regiao pre-escapular
a mais afetada.
Neste
486
que
desses,
internos
nos
trabalho,
apresentaram
foram
abscessos
abatidos
externos
caprinos,
e
11,5%
sendo
abscessos
epididimo, figado, bac;:o, ubere, rins, linfonodos retrofaringeos
No Estado
do Rio de Janeiro,
LANGENEGGER
17,3%
pulmoes,
e mediastinicos.
et aI., encontraram
uma
incidencia de 29,4% da LAC em 13 rebanhos de caprinos leiteiros. Estudos na
regiao Sudeste relataram que a incidencia da LAC e de 33% (MAGALHAES
et al.).
2.3 Patologia
A
linfadenite
tambem conhecida
caseosa
consiste
numa
Os caprinos e ovinos sao muito sensiveis
pela hipertrofia
dos ganglios
linfaticos
animal. A maior fonte de infecc;:ao
cuja drenagem
abscessos
doenc;:a infecto-contagiosa
como "mal do caroc;:o" ou falsa tuberculose"
cronica,
(AYERS;
BROWN).
a este tipo de infecc;:ao que se caracteriza
localizados
nas diversas
e a secrec;:ao proveniente
regioes do corpo do
de abortos e abscessos
natural ocorre de nove a 40 dias ap6s a fistulac;:ao. 0 conteudo
e rico em C. pseudotuberculosis
animais ou ainda contaminar
podendo
infectar
a agua, 0 solo e os alimentos,
diretamente
expondo,
dos
outros
indiretamente,
outros animais (GOUVEIA).
Embora este microrganismo
rico e umido (oito meses)
seja capaz de prolongada
e em materia organica,
possa se multiplicar no solo (JUBB).
sobrevivencia
nao ha evidencias
em solo
de que ele
6
A LAC e uma doenya
recorrente
e cronica.
Um abscesso
lentamente, localizado e nao doloroso pode se desenvolver
que aumenta
no ponto de entrada da
pele ou no linfonodo regional, a partir do qual pode se disseminar atraves do sangue
ou do sistema
linfatico
e causar
abscesso
de linfonodos
ou 6rgaos
internos
(FRASER, 1997). Evidemcias microsc6picas indicam que a lesao tem inicio como um
pequeno ninho de celulas epiteli6ides,
necrose de caseayao,
mas logo em seguida e substituida
que passa a ser a caracteristica
predominante.
por uma
A massa
caseosa central logo e circundada por uma delgada camada de celulas epiteli6ides
mescladas com linf6citos, e a essa camada e acrescentada
externo de tecido
conjuntivo
fibroso.
A
medida
uma camada reforyo
que a lesao vai crescendo,
as
camadas reativas epiteli6ides e fibrosa sofrem necrose; a camada epiteli6ide morre
primeiro. Enquanto a camada fibrosa ainda permanece
camadas
exte rnas
sucessivamente.
com um aspecto
centimetros
a
esta,
que
por
sua
vez
visivel, formam-se
tambem
0 resultado e uma massa concentricamente
de cebola
cortada,
que pode atingir
vao
necrosando
laminada, esferica, e
um diametro
de varios
como pode ser observada na Figura 2. Pode ocorrer calcificayao,
nao sao observadas celulas gigantes (JONES et al).
FIGURA 2- CORTE DE UM N6DULO
novas
mas
7
Tem-se proposto que os linfonodos superficiais tais como os pre-curais e preescapulares
(mandibula,
abaixo
da orelha,
escapula,
crural
e regiao
mamaria)
constituem, geralmente, os sitios primarios da infec<;ao, enquanto que na fase tardia
da doen<;a pod era ocorrer
particularmente
a forma<;ao de abscessos
nos linfonodos
viscerais
os mediastinais, bronquiais e sublombares. A infecyao generalizada
pode apresentar abscessos nos pulm6es, figado, rins e, em menor escala, no ba<;o,
na medula e no sistema reprodutivo (FRASER, 1997)
Alem dos caprinos e ovinos, esta enfermidade causa linfangite ulcerativa em
eqOideos
e abscessos
laborat6rio
(www.caprinet.com.br).
caracteristico;
lesao
superficiais
0
aspecto
suinos,
cervos
macrosc6pico
e animais
dos
de
linfonodos
e
todo node fica muito aumentado e e praticamente substituido por uma
glob6ide
concentricas;
em bovin~s,
solitaria.
Nas
sec<;6es transversais,
observam-se
camadas de capsula fibrosa alternam-se
caseoso
que pode ter uma cor esverdeada
arenosa.
Nos pulm6es, as les6es sao semelhantes
lamina<;6es
com um material friavel e
e ocasionalmente
Gom uma textura
a abscessos,
contendo
uma
massa semifluida central de pus amarelado ou esverdeado (JONES et aI., 2000). Os
abscessos
superficiais
aumentam
e pod em romper-se,
como mostra a Figura 3. Em ovelhas de pastagem,
superficiais
nas
regi6es
pre-escapular
e
liberando
ocorrem
pre-femoral,
pus infeccioso
muitos abscess os
provavelmente
transmissao ocorrendo no momenta da tosa. Eles ocorrem principalmente
com
na cabeya
e regiao do pesco<;o de cabras e ovelhas para a produ<;ao como mostra a Figura 4,
devido
animais
a
transmissao
por alimentos,
nao apresentam
localiza<;ao do abscesso
nenhuma
cevador e outros fomites contaminados.
caracteristica
que interfere
6bvia da doenya,
Os
a nao ser a
nas fun<;6es de respira<;ao ou degluti<;ao.
Pode haver recidiva no mesmo local (FRASER,1997).
8
FIGURA 3 - CABRA COM ABSCESSO
ROMPIDO
FIGURA 4- OVELHA COM ABSCESSO
BLOOD
preenchidos
e
com
menor extensao
RADOSTITS
(1991),
pus amarelo-esverdeado
NO PESCO<;:O
descrevem
os
principalmente
abscessos
caseosos
nos linfonodos
e em
nos mais internos. Na fase inicial, 0 pus e mole e pastoso e na fase
final e firme e seco, com uma apar€mcia laminada caracteristica.
A broncopneumonia
e difusa
tambem
presente.
com pus mais liquido
e de colorayao
semelhante
pode estar
9
2.4 PATOGENIA
A
patogenia
totalmente
da
elucidada.
vias respiratorias,
infecyao
Acredita-se
percutanea
pela
C.
pseudotuberculosis
ainda
que a bacteria penetre no hospedeiro
e digestiva. A contaminayao
de instalayao,
umidade e do acumulo de restos de materia organica, propiciando
Em algumas criayoes 0 contagio
frequente
devido
manejo
infecyoes
atraves
tambem
pode
verifica
ao
inadequado
de ferimentos
de tosquia,
importante
naturalmente
ser
nas regioes
caprinos e extensivo
aridas
do nordeste
e a vegetayao
do
estes
bastonetes
possibilidade
vivam
no
com material
animal,
e traumatica,
intestino
da
causando-Ihes
multiplas
do manejo,
onde 0 regime
pela via digestiva
e CORREA,
e penetram
na
e mais
Essa via
como
se
de criayiio
de
lesoes na pele
e menos frequente
1992). Suspeita-se
pele
purulentas
atraves
presentes
e
que
de feridas
no solo. Ha
ingestao. (UNESP, 2004)
no tecido subcutaneo,
a C. pseudotuberculosis
induzindo a formayao
caracteristicos
sao formados.
denso,
e amarelado,
branco
0 exsudato
torna-se
que aumenta
diametro (FRASER,
Estes
abscessos
de consistencia
podendo
1988; CORREA e CORREA,
local mente
sendo em seguida
regionais onde os abscessos
constituem-se
do tipo queijo
mais seco e permanece
lentamente,
multiplicam-se
de micro abscessos,
carreado pela corrente linfatica aferente aos linfonodos
conspicua,
a permanencia
podendo ocasionar
fecal ou descargas
Ao penetrar no hospedeiro
cronicas,
de
pel a via percutanea
independente
ocorre devido as lesoes de mucosa (CORREA
contaminadas
a presenya
corte de cauda e marcayao.
brasileiro,
e na mucosa oral dos animais. A infecyao
atraves das
e h8 precariedade
no que tange a falta de ventilayao,
C. pseudotuberculosis.
esta
por meio da primeira via e
mais comum quando os animais sao criados em regime fechado
nas condiyoes
nao
de pus caseoso,
coalho.
Em lesoes
conti do em uma capsula
medir de um a dois centimetr~s
1992).
de
10
24.1 MECANISMO
o
DE INFEC<;Ao
C. pseudotuberculosis
macrofagos
funde-se
(JOLLY
ELLIS et a; GYLES
com 0 lisossomo,
fagolisossomo
possui a capacidade
resultando
et al). Apos a fagocitose,
e as bacterias
continuam
na morte da celula hospedeira
novas bacterias (HARD: TASHJIAN
Este
microrganismo
como os
0 fagossomo
a multiplicar-se
dentro
do
e na libera<;:ao de inumeras
e CAMPBELL).
produz
uma
potente
difierica (JOLLY; ONON) que estruturalmente
a
de invadir fagocitos,
exotoxina,
a
semelhante
toxina
se trata de um lipidio toxico associ ado
parede celular. A extra<;:ao desse lipidio nao afeta a viabilidade
do microrganismo
(HARD; MUCKLE e GYLES)
A caracteriza<;:ao das proteinas soluveis da C. pseudotuberculosis
que 0 alto conteudo
de lipidios da parede Ihe permite resistir
celular, bem como propicia sua permanencia
como patogeno
em macrofagos
et al ).
JOLLY
exotoxina
(BENTO e ZONI; CARVALHO
na decada
tin ham potencial
camundongos
receberam
e que
para aumentar
anticorpos
que extratos
presentes
0 principal
linfonodos.
parece
extravasamento
aumentando
ser
papel da toxina
0
de facilitar
de plasma
enzimatica
intracelular
facultativo
vascular
no soro
da exotoxina,
a multiplica<;:ao e/ou 0 transporte
a digestao
de bacterias
a permeabilidade
antitoxina,
varias inje<;:oes com doses subletais
dessa, retardando
naturais,
de 60, evidenciaram
contendo
em cobaias
de equin~s
neutralizavam
de C. pseudotuberculosis,
da infec<;:ao para
para os
em infec<;:oes
conduzindo
os linfonodos
dessa forma, as chances de bacterias infectantes
e
que
a a<;:i3o
desse microrganismo
a dissemina<;:i3o da bacteria
no sitio
demonstrou
a um
regionais,
serem carreadas
pela
drenagem linfatica (CARNE; JOLLY).
CARNE
uma
e ONON
fosfolipase
(ceramida),
possiveis
tratando-se
de
a exotoxina
converter
do C. pseudotuberculosis
esfingomielina
de uma esfingomielinase.
em
Estes autores
de a<;:i3o para a exotoxina
de um efeito indireto,
associados
5-hidroxitriptamina
identificaram
capaz
mecanismos
primeiro consistindo
intimamente
D
como
N-acetilesfingosil
propuseram
dois
da C. pseudotuberculosis,
0
em que a toxina atuaria em mastocitos
aos vasos sanguineos,
que atuariam nas membranas
levando
a
libera<;:i3o de histamina
do tecido endotelial adjacente,
e
11
aumentando
sua
permeabilidade.
Ja 0 segundo
prop6e
uma
ayao
direta
da
exotoxina nas celulas endoteliais, pel a atividade esfingomielinastica.
2.5 DIAGNOSTICO
o
diagnostico
linfonodos
clinico
superficiais
abscessos.
da linfadenite
para verificar
e realizado
apalpando-se
os
a existe!ncia de hipertrofia
caseosa
e supurayao
de
Cuidados especiais devem ser tomados,
confundir este diagnostico,
a
superficial
devido
pyogenes
e Staphylococcus
formayao
causado por Fasciola
pois alguns sintomas podem
tanto na forma superficial como na visceral.
de abscessos
aureus;
hepatica;
externos
causados
com a formayao
com a formayao
Na forma
por Actinomyces
de edema
submandibular
de cisto salivar, linfosarcoma
e
outros tumores e com a inoculayao sUbcutanea de vacinas. Ja na forma visceral
devido a adenomatose pulmonar, pasteurelose, neoplasia, paratuberculosis
(www.snagricultura.org.br.
Alem
diferentes
do
2004).
diagnostico
tecnicas
sorologicos
e outros
clinico,
indiretas,
LANGENEGER
propostas
(soroneutralizayao
para
e
LANGENEGER
ao longo dos anos,
antitoxinas
da
C.
tais como:
relatam
testes
pseudotuberculosis,
imunodifusao em gel de agarose, hemaglutinayao
indireta, fixayao do complemento,
Enzyme-
identifica
Linked-
Immunosorbent
(ELISA)
que
tanto
anticorpo
como
antigeno e a imunidade mediada por celula, a partir de testes alergicos. Em virtu de
das divergencias
dos resultados
dos testes indiretos
caprina, 0 isolamento direto da C. pseudotuberculosis
para 0 diagnostico
da LAC
a partir do material purulento
I
de
linfonodos
permanece
como
um
dos
procedimentos
mais
fidedignos
de
diagnostico in vivo.
o
diagnostico
geralmente
pode se basear em sinais clinicos e historias do
rebanho. Para diagnostico definitiv~, um aspirado de abscesso deve ser submetido a
exame bacteriologico;
C. pseudotuberculosis
pode ser facilmente
isolada, embora
possa ser recuperada em culturas mistas com outros microrganismos
piogenicos. A
linfadenite supurativa e os abscessos tambem pod em ser causados por varios outros
microrganismos piogenicos, tais como Actinomyces
pyogenes,
Staphylococcus
12
aureus
e Pasteurella
epididimo
multicida.
ou testiculos,
ser examinados
Abscessos
escrotais
geralmente
nao envolvem
como com Brucella ovis. Animais definhados
para pneumonia
progressiva
ovina,
0
tambem devem
paratuberculose
e parasitismo
(FRASER,1997).
JONES et al (2000), relatam que os achados macrosc6picos
se tipicos,
nada
sao praticamente
acrescentam.
A
conclusivos.
identificac;:ao
Comumente
causal
demonstrac;:ao de sua morfologia
difter6ide
cultura.
descreveram
BLOOD
linfonodos
et al
perifericos
(1992)
sao um problema
dos
que
e diagn6stico.
a melioidose,
superficial.
que
embora
as
infecc;:§o por
Pasteurella
dos carneiros,
causada
caseosa
les6es
das
linfadenite
multocida
presenc;:a de pus esverdeado
depende
da
de crescimento
hipertrofias
em carneiros
em
palpaveis
dos
geralmente
se
com presenc;:a de pus caseoso
tem evoluc;:ao muito mais cronica
duas
doenc;:as ten ham
supurativa
e tambem
em abscessos
por micrococo
as
de rebanho
A linfadenite
Tem side encontrada
os testes de patogenicidade
microrganismos
e das caracteristicas
deve a esta doenc;:a. Por ter valor patognomonico
esverdeado
e microsc6picos,
em cordeiros,
uma
situados
semelhanc;:a
causada
pela
doenc;:a caracterizada
pel a
muito pr6ximos aos linfonodos
gram-positivo.
A ultima doenc;:a ocorreu
na
Franc;:a e no Quenia, sendo referida como doenc;:a de Morel.
2.6 PROFILAXIA
o tratamento
o microrganismo
responder
nao costuma ser tentado, segundo BLOOD et al (1992), embora
seja
sensivel
a outros tratamentos
progressiva
penicilina.
Nao ha um tratamento
faz-se
devido
a
efetivo
desnecessario
locais
e a natureza
parecem
nao
realmente
nao
na maieria dos casos.
para a LAC, 0 usa de antibi6ticos
impossibilidade
necessario
doenga. Recomenda-se,
Os abscessos
que nao 0 cirurgico
da doenc;:a torna 0 tratamento
recomendavel,
portanto
a
deste penetrar
0 usa de medidas
na capsula
para tentar
conter essa
a inspeyao peri6dica do rebanho, 0 isolamento
dos animais
doentes, a incisao cirurgica dos abscessos
profilaticas
nao e
dos abscessos,
perifericos antes que estes se rompam
13
espontaneamente,
desinfecyao
ferimento
pois 0 escudado
constitui
foco ativo de infec<;:ao, tratamento
e
do umbigo dos animais recem nascidos assim como de qualquer tipo de
superficial
com soIUl;:ao de iodo a 10%. Alem
limpeza e desinfecyao
das instalayoes,
A formayao
de abscessos
tratamento
profilatico
rebanhos
ou individuos
em quarentena
fazer a
e realizar exames peri6dicos
2004).
limita a penetrayao
e terapelltico
infectados,
deve-se
que devem ser venti ladas, de modo a evitar
umidade, manter os animais adquiridos
no rebanho (www.snagricultura.org.br.
disso,
nao
e eficacia
eliminara
os abscessos
0
dos antibi6ticos.
a C. pseudotuberculosis
recorrem
de
ap6s a drenagem
ou
tentativa de excisao cirurgica (FRASER,1997).
2.7VACINAS
Na Argentina
desenvolver
nos anos 60, Dr. Quevedo
da C. pseudotuberculosis
alcanyaram
foi 0 primeiro grupo de cientistas
uma vacina contra a C. pseudotuberculosis.
formalizada
Eles utilizaram
em adjuvante
de aluminio,
uma reduyao de 60% da infecyao (EGGLETON
a
uma cultura
desta
forma,
et al.). Tem surgido na
literatura relatos de testes de vacina viva atenuada contra a C. pseudotuberculosis.
RIBEIRO
uma
et ali desenvolveram
linhagem
naturalmente
letais da toxina
bacteriana,
desenvolvimento
uma atenuayao
porem
dos abscessos
dessa
uma vacina viva, preparada
bacteria
com a vacinayao
disseminayao
obtiveram
sistemica
83%
de
contra efeitos
pode ocorrer
com 0
e cabras com mutantes
da C.
produzidos em seu laborat6rio.
ALVES e OLANDER
avaliaram
a eficacia de uma vacina no controle da LAC
usando um tox6ide a 3%, produzido
pseudotuberculosis.
e
e a proteyao
com
(BLOOD et al 1991) Ja SIMONS et al. observaram
da doenya ao vacinar camundongos
pseudotuberculosis
em caprinos,
atenuada
0 que se consegue
imunoproteyao.
e testaram
Um grupo
de caprinos
vezes, essa vacina, por via sllbcutanea,
a partir da exotoxina
da raya
pardo
alpino
senda tambem desafiada
PLD do C.
recebeu
par via
duas
14
intradermica
com inoculo
parametros
observados
detectados
pelo
macroscopicos
propagagao
contendo
foram:
teste
de
4,2 x 10'/mL
manifestag6es
Inibiyao
demonstraram
da
de C. pseudotuberculosis.
patologicas
Hemolise
e titulos
Sinergica
(IHS).
Os
sorologicos
Os
achados
que a vacina toxoide a 3%, reduz a multiplicagao
da C. pseudotuberculosis
do local da infecc;:ao para outras
e a
partes do
corpo do animal, reduzindo a extensao da doenc;:a.
A Empresa Baiana de Desenvolvimento
2000 uma vacina viva atenuada,
ovino,
a qual
Abastecimento
foi
- EBDA - langou em maio de
a 1002 contra a linfadenite
recentemente
para produyao
Agricola
liberada
pelo
e comercializagao
comece
em caprinos,
aos dois a tres meses
desaparece.
de idade,
da
e do
nacional.
uma eficiencia
recomenda-se
quando
de caprino e
Agricultura
em todo 0 territorio
vacina foi testada em campo e em laboratorio e apresentou
Com base em achados
caseosa
Ministerio
Essa
de 83%.
que a imunoprofilaxia
a imunidade
passiva
da mae
(BLOOD et ai, 1992).
A imunizac;:ao utilizando essa vacina somente
pode ser feita apos tres meses
de vida do animal, sua protegao e de um ano, devendo ser repetida anualmente.
conservac;:ao
da
1002
(www.bahia.ba.gov.br.
A
tentativa
favoravelmente
deve
ser
feita
em
refrigerayao
entre
de
imunizac;:ao
utilizando
a
vacina
BCG
tem
sido
citada
e a de que os carneiros confinados
area no controle
consiste
reagem
por periodos longos relata BLOOD et ai, 1992.
Nos ultimos anos tem surgido as vacinas de DNA, representando
introduzi-Ios
8°C
para ovinos, em particular quando se vacinam os carneiros em torno
bem ao teste de tuberculina
promissora
a
2004).
de um mes de idade. Uma desvantagem
tecnica
2°
A
em clonar
de doenc;:as infecciosas
acidos
nucleicos
em
dentro de celulas vivas que codificarao
do DNA plasmidial
carregando
relagao a vacinas
utilizando
em animais e humanos.
ou proteinas
Essa
plasmideos
e posteriormente,
um antigeno
especifico.
um gene vacinal constitui
patogenos
uma nova e
0 usa
uma grande vantagem
recombinantes
(OLIVEIRA
em
e
AZEVEDO).
Grupos de ovinos vacinados
gene da fosfolipase
com vacina de DNA, ou seja, plasmideos
D modificado geneticamente,
com 0
induziam uma protec;:ao nesses
15
animais, quando foram inoculados
da C. pseudotuberculosis
experimentalmente
,demonstraram
com uma linhagem
selvagem
CHAPLIN et al.
2.8 Controle
Alem da vacina, pode se fazer um contrale da eliminayao
pela separayao
de todos
os carneiras
que tenham
da fonte de infecyao
linfonodos
aumentados
de
preferemcia na epoca da tosquia, quando a palpayao e mais facil (BLOOD et al.).
FRASER
microrganismo
aqueles
ve
a prevenyao
a partir de animais
com
importantes
(1997),
abscessos
para serem
baseada
infectados
recorrentes
a
devem
separados,
aqueles
suscetiveis.
jovens
devem
ser criados
isolados
reduzida
Animais
ser separados.
com
desinfetados
abscesso
todas
devem
as vezes
ser tosados
que foram
por
Ferimentos cutaneos devem ser tratados topicamente
Partos
e amputayao
da cauda
ultimo,
contaminados
devem
com
animais
de iodo.
infectados,
mais velhos
e os equipamentos
exsudato
drenado.
e suturados se necessario
ser feitos
em locais
campos novos. Alem de tomar cuidados com 0 liquido das banheiras
sendo valiosa a adiyao de um agente bactericida
e
muito
de abscess os
tendo-se em mente que os fomites podem transmitir a doenya. Animais
e aqueles
sao
e lavados com soluyao
dos mais velhos,
do
definhados
Quando
com desenvolvimento
devem ser isolados e estes abscess os lancetados
Animais
na transmissao
limpos
ou em
carrapaticidas
eficiente ao liquido de imersao das
banheiras relata BLOOD et aI., 1992.
2.9 PROBLEMAS ECONOMICOS
A LAC trata-se de um serio problema
atraves
da diminuic;ao
da produc;ao
com perdas econ6micas
de leite,
desvalorizaC;8o
evidenciadas
da pele,
cicatrizes, ao custo das drogas e da mao de obra para tratar os abscessos.
devido
As perda
a
16
na produyao sao observadas quando
0
linfonodos afetado esta localizado em area
especffica (mandibular, regiao crural, ubere). diminuiyao as atividades normais do
animal, como mastigayao, locomo<;:aono pasto, a procura de alimenta<;:aoe a
lacta<;:ao. Na forma visceral, a doen<;:a atinge os 6rgaos
0
que resulta no
emagrecimento, condenayao da carcaya e a morte do animal (CAPRINET,2004). As
perdas economicas resultam da redu<;:aodo ganho de peso, capacidade reprodutiva
e produ<;:aode leite, bem como da condena<;:aoda carcaya e desvaloriza<;:aodo
couro (FRASER, 1997).
17
CONCLUSOES
A linfadenite
caseosa
e uma doenc;a que causa grandes
perdas economicas
para 0 produtor, podendo infectar 0 rebanho todo.
A enfermidade
pode se instalar atraves de ambientes
mal desinfectados,
materiais
purulentos
pseudotuberculosis
e 0 agente
e por fezes.
etiol6gico
da
contaminados,
A bacteria
doenc;a,
que
fomites
Corynebacteriun
infecta
atraves
da
penetrac;ao da pele ou mucosas intactas ou nao.
o tratamento
nao e realizado com freqOencia
por nao ter a eficacia esperada,
sendo a vacinac;ao e programas de controle da doenc;a os recursos mais utilizados.
A detecc;ao da infecc;ao podera
encontrar
um aumento
dos linfonodos
eficientes, quando os abscessos
ser feita at raves da palpac;ao procurando
perifericos.
Muitas vezes este exame nao e
estao localizados em 6rgaos internos.
Para manutenc;ao de um capril sadio deve-se
cuidar na aquisic;ao de novos
animais, exigindo a certificac;ao de vacinas contra a LAC.
Todos os animais adquiridos
sinais que caracterizam
devem ficar em quarentena
a enfermidade.
para observac;ao dos
18
Referimcias
AYERS,
JL. Caseous
pathogenesis,
BROWN,
lymphadenitis
in goats
and sheep:
a review
of diagnosis,
and immunity. J Am Vet Med Assoc, 1977
CC, Olander
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BLOOD, D.C. RADOSTISTS,
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BLOOD, D. C; RADOSTISTS,
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CORREA, W.M; CORREA, C. N. Enfermidades
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FRASER, C.M. Manual
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JONES, T. C; HUNT, R.D; KING,N.W
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www.fmvz.unesp.br/neurologia/ovabces.htm
www.caprinetcom.br/artigo12032004-0
1.sthm
www.snagricultura.or/artigos/arttec-cabra.htm
Veterinaria.
6° ed. Sao Paulo.
"'I
r
7
{-
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Curso de Medicina Veterinaria
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO
(T,e,e.)
Curitiba
Maio/2004
;-.'
if
Reitor
Prof" Luiz Guilherme Rangel Santos
Pro-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pro-Reitora Academica
Prof" Carmen Luiza da Silva
Pro-Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Pro-Reitora de Pos-Gradua\fao, Pesquisa e Extensao
Prof" Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
Secretilrio Geral
Prof" Joao Henrique Ribas de Lima
Diretor da Faculdade de Ciencias Biologicas
Prof" Joao Henrique Faryniuk
e da Saude
Coordenador do Curso de Medicina Veterinaria
Prof" !talo Minardi
Coordenador de Estilgio Curricular
Prof" Sergio Jose Meireles Bronze
do Curso de Medicina
Metodologia Cientifica
Prof" Lucimeris Ruaro Schuta
CAMPUS TORRES
Avenida Comendador Franco, 1860 - Jardim Botanico
CEP 80.215-090 - Cur'itiba - PR
Fone: (41) 331-7600
Veterinaria
APRESENTACAO
Este Trabalho
Medicina
de Conclusao
Veterinaria
Universidade
da
Faculdade
de Curso
de
(T.C.C.)
Ci€mcias
Tuiuti do Parana, tem como requisito
Medico Veterinario.
Este T.C.C. e composto
relatadas as atividades
desenvolvidas
abril de 2004, na Cabanha
Germani,
cumprimento
curricular
ao
estagio
apresentado
6iOl6gicas
parcial
a
e
ao Curso
da
obtenyao
Saude
do tftulo de
durante 0 periodo de 27 de fevereiro
e
iii
da
do Relatorio de Estagio, no qual estao
localizada
Caseosa".
de
da
no municipio
Monografia
de Gravataiintitulada:
a 10 de
RS em
"Linfadenite
Ao meu pai Raul e minha mae Jayr, as minhas irmas Candida e Camila, aos tios, primos,
amigos, professores e demais colegas que
estiveram sempre presentes ao meu lado, me orientando e incentivando,
OED/CO
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado a vida e me iluminado
de minha caminhada,
serei eternamente
As
minhas
pelas lagrimas derramadas,
irmas
Candida
e
mais dificeis
grata.
Aos meus pais, Raul e Jayr, pela dedica9ao,
pela saudade superada,
nos momentos
Camila,
pelas dificuldades
passadas,
meu muito obrigada.
pelo
carinho,
pela
amizade
e
reconhecimento.
Ao avo Jose Candido
(in memoriam),
que me incentivou
e me apoiou ate 0
momento de sua morte.
Aos demais familiares
e amigos que de uma forma ou de outra contribuiram
para a realiza9ao desse momenta tao especial.
Aos proprietarios
da Cabanha Germani,
Mario e Beatriz e demais amigos que
fiz no periodo de estagio, agrade90.
Aos professores,
funcionarios
e colegas da Universidade
Tuiuti do Parana, 0
meu reconhecimento.
A Cristiane Gugelmin,
pela sua dedica9ao
e apoio para aquisiyi:io desse titulo
agrade90.
Ao Professor,
ensinamentos
orientador
passados,
e acima de tudo amigo, Shigehiro
pelas conversas,
de tudo confian9a depositada,
explica90es,
serei eternamente
v
grata.
incentiv~s,
Funayama,
pelos
amparo e acima
"Quando voce admite
a
ignorancia,
voce esta abrindo
a porta
da sabedoria.
Socrates
vi
U
Claudia Gaiovis
RELATORIO
DE EST AGIO CURRICULAR
Relat6rio de Estagio Curricular apresentado ao Curso de
Medicina Veterinaria da Faculdade de Cie!ncias Biol6gicas e
da Saude da Universidade Tuiutido.Parana,
como requisito
parcial para obten~o do titulo de Medico Veterinario.
Professor Orientador: Dr. Shigehiro Funayama
Orientador Profissional: Dr. Marlize Germer.
Curitiba
Maio/2004
SUMARIO
LlSTA DE TABELAS
.
.
iv
v
LIST A DE FIGURAS ..
RESUMO... ..
....H....
1 INTRODUCAO
2 HISTORICO
..
......H
vi
.
.
DA PROPRIEDADE
3 ATIVIDADES
REALIZADAS
3
NO ESTAGIO
3.1 MANEJO ALiMENTAR.
.
4
.
4
3.1.1 Ra980
4
3.1.2 Cevada
6
3.1.3 Farinha de citrus.............................................................................................
6
3.1.4 Frutas....
7
'.' .
3.1.5. Pastagem
..
.
7
3.1.5.1 Milheto
.
3.1.5.2 Cameron
7
8
.
3.1.5.3 Aveia
.
9
3.1.6 Sal Mineral.
9
3.2 MANEJO REPRODUTIVO
3.2.1 Monta natural..
3.2.2 Insemina<;8o artificial (IA)
10
.
....................
10
......................................................................
3.3 NASCIMENTOS.
13
15
3.4 MANEJO SANITARIO
18
..
3.4.1 Vacina<;8o e vermifuga980.
18
3.4.2 Enterotoxemia.
19
3.4.3 Suplemento vitamfnico
19
3.4.4 Toxemia da prenhes
3.4.5 Prolapso vaginaL..
3.4.6 Mamite ou mastite
19
..
20
21
3.4.7 Linfadenite caseasa............................................................................
25
.3.4..8 Tetana...
25
3.5 PRODUCAo
4 SUGESTOES
DE LEITE
'
26
DE MELHORIAS ..
27
28
5 RELAGAO DE MEDICAMENTOS
6 CONCLUSAO.
.
.
30
31
Literatura consultada
iii
LlSTA DE TABELAS
TABELA 1- NUMERO DE ANIMAlS ADUL TOS E A QUANTIDADE
TABELA 2- IDADE DO ANIMAL, NUMERO DE ANIMAlS
QUANTI DADE DE RA<;AO.............
TABELA 3- NUMERO DE ANIMAlS
DE RA<;AO...
POR BAIA E A
6
POR BAIA E A QUANTIDADE
TABELA 4- OAT AS DAS COBERTURAS,
REPRODUTOR
TABELA 5- DATA DA INSEMINA<;AO,
UTILIZADO
5
DE CEVADA.
6
CABRAS COBERT AS E
13
NUMERO DA CABRA E SEMEM
14
TABELA 6- NUMERO DA CABRA, NASCIMENTOS
VIVOS
E NUMERO
DE FETOS
TABELA 7- EXAMES REALIZADOS EM 25 CABRAS DA PRODU<;AO
UTILIZANDO 0 TESTE DE CMT......
iv
17
25
L1STA DE FIGURAS
FIGURA 1 - CUL TURA DE MILHETO
(Pent'iisetum typhoides.)
8
FIGURA 2 - REPRODUTOR
SAANEN "FRANJINHA"..
11
FIGURA 3 - REPRODUTOR
SAANEN "GRANOAO"
11
FIGURA 4 -INICIO
DE UM PARTO...
.
FIGURA 5 - RECEM NASCIDO SAANEN, AP6s
FIGURA 6 - PROLAPSO
VAGINAL
SER UMPO
E PARTO
AP6s
FIGURA 9 - RECEM NASCIDO COM TETANO
v
COM JORNAL....
.
FIGURA 7 - INICIO DA MAMITE GANGRENOSA
FIGURA 8 - MAMITE GANGRENOSA
16
17 DIAS
16
21
.......................................
22
.
22
26
RESUMO
Neste
cinqOenta
cidade
descritas
relat6rio
e duas
constam
as atividades
horas de estagio
de Gravatai
IRS,
distrito
curricular
durante
na Cabanha
de Morungava.
neste relat6rio foram relacionadas
manejo e sanidade
realizadas
Germani,
As atividades
a caprinocultura
animaL Todas as atividades
foram
situada
na
e
leiteira, COni enfase ao
praticos desse tipo de manejo.
Palavras-chave:
Saanen,
Staphylococcus aureus, leite,
nascidos.
vi
e
desenvolvidas
muito importantes,
consolida<;:ao dos conhecimentos
alimenta<;:ao,
as trezentas
para a
recem-
1 INTRODUCAO
Em
Portugal,
abastecimento
ate
fin&
do
seculo
XVIII
e
come<;:o do
seculo
XIX,
0
de leite as popula<;:oes era feito pela cabra, dar 0 ditado "Ieite de
cabra, manteiga de vaca, queijo de ovelha",
indicando-se
com isto as voca<;:oes do
leite de cada uma dessas femeas para uma c~rreta utiliza<;:ao pelo homem.
A cabra e 0 animal por excelencia
para ser explorado
por pequenos
e medios
produtores, e a mais apta das especies para valorizar tanto 0 leite como a carne.
o
leite de cabra e um produto
Produ980
e uma exigEmcia da ciencia
de relevantes
moderna
qualidades
dieteticas.
da nutric;:ao que obrigou
A sua
a rever
para melhor se adaptar aos pad roes atuais. 0 leite de cabra e mais
certos conceitos
que um alimento;
e mais que um fator
economico;
e um valioso
medicamento
natural. (Fernando Vieira de Sa, 1988).
A maioria
Nestes sistemas,
casos
dos rebanhos
0 manejo
sao mantidos
vantagens
maiores,
em pastagens
na criagao de caprinos
especializada,
assim como,
porque
necessidade
0 controle
Alguns produtores
ou semi-extensiva.
E em certos
rusticas,. nativas. ou artificiais.
A& principais
neste metodo sao 0 baixo custo de mao de obra
com ra<;:ao e com galpoes.
reprodutivo
e &anilario
Ja as desvantagens
dos animais
e mais difrcil,
sao
ha
sucesso
Este sistema e 0 utilizado no local do
era pequena.
da caprinocultura
ambientais
depende
de varios
e do clima que infiuenciam
do manejo, dos fatores economicos,
com os anima is, do emprego de tecnologias
conforme a regiao e a epoca.
(intensivo},. que se caracteriza
no entanto,. aumenta 0 custo. com mao de obra, custo
e de plantagao de pastagens.
estagio,. ja que a propriedade
pastagens,
extensiva
utilizam 0 sistema confinado
areasgrandes,
com construgoes
o
de forma
de uma area maior para a criagao e facilidade para roubos.
p~r dispensar
condigoes
e criada
e pouco exigente 0 que diminui os custos.
fatores
a disponibilidade
tais
como:
das
de agua e de
da dedica<;:ao, do tempo dispendido
apropriadas
e da situac;:ao de mercado
2
De modo geral, a caprinocultura requer cui dad os basicos como qualquer outra
cultura,
seja para os pequenos,
medios
e grandes
produtores.
Esta atividade
constitui uma renda extra para as famflias dos pequenos e medios produtores.
Este relat6rio tem como objetivo mostrar a realidade da cria980 de cabras,
dando enfase
causadores
proprietarios.
ao manejo
com alimenta9i3o, sanidade
de doen98s, os quais causam grandes
e controle
dos principais
perdas econ6micas
para os
2 HISTORICO DA PROPRIEDADE
o estagio
distrito
foi realizado
de Morungava.
foram acompanhadas
na Cabanha
As atividades
Germani
na cidade de Gravataf
desenvolvidas
nesta
caprinocultura
- RS no
leiteira
e registradas.
A propriedade
possui uma area territorial
uma parte (um hectare)
e utilizada
de tres hectares
aproximadamente,
para as plantac;Xies de milheto
(Pennisetum
typhoides) e aveia (Avena sativa L) que sao utilizadas como pastagens.
o
cabras
plantel da Cabanha
adultas,
terneiras,
e constitufdo
recem-nascidas
cria<;:ao e do tipo intensivo
confinamento
Germani
por noventa
e bodes.
dois metodos:
com variac;ao de 5 a 10% dependendo
realizadas
eram liberadas
a
do
a monta natural com bodes
e a inseminac;ao artificial realizada pelo pr6prio proprietario.
A produ<;:ao de leite foi em media de trezentos
de
leiteiras
durante uma hora por dia.
pre-selecionados
numero
contando
Por opc;ao do proprietario
e apenas as cabras adultas
Para reproduc;ao foram utilizados
cooperativa
animais,
animais
em
produ<;:ao. Parte
local para processamento
vendas
e cinqOenta litros semanais,
da estac;ao do ano, pico de lactac;ao e do
do
leite
coletado
e transportado
de leite pasteurizado
para particulares
das cidades
media diaria do plantel era em torno de cinqOenta litros, levando-se
duas orden has (manha
e tarde)
a
e comercializa<;:ao, e a cad a quinze dias sao
e a media
individual
vizinhas.
A
em conta as
e de um litro por animal
ordenhado.
o
numero
de anima is em lacta<;:ao era de aproximadamente
trinta cabras,
mas esse numero varia conforme a epoca do ana e do perfodo reprodutivo.
o
exemplo,
proprietario
informou
a linfadenite
que ocarrem
caseosa
alguns problemas
e enterotoxemia,
bem
adotados para mante-Ios sob controle em baixos nfveis.
sanitarios,
como
como par
os procedimentos
4
3 ATIVIDADES
REALIZADAS
DURANTE
0 EST AGIO
3.1 MANEJO ALiMENTAR
A alimenta~o
e um fator limitante para cria~o,
principalmente quando
0
objetivo e a produ~o de leite em que uma dieta balanceada deve ser idealizada
para que os componentes da dieta sejam convertidos em leite com bom rendimento.
Desde que a meta e a produ~ao de leite de boa qualidade, os alimentos
oferecidos aos animais devem ser cuidadosamente balanceados para evitar a
produ~ao de leite com taxas de proteinas, gorduras, vitaminas e sais minerais
inferiores aos valores normais. A dieta mal balanceada causa a diminui~ao do
periodo de lacta~o,
0
que acarreta prejuizos para 0 produtor.
Outra razao pela qual se deve levar em conta uma boa alimenta~o
e a
manuten~o do bom estado fisico do animal, evitando dessa forma problemas como
a perda de periodos de cio e subseqOentementea baixa produ~o de leite.
A alimenta~o
utilizada na propriedade era do tipo basico, isto e, aquela
utilizada pela maioria das culturas leiteiras que visam a boa produ~ao de leite e
enrique~m a qualidade do mesmo. 0 plantio de forrageiras que se adaptam nas
varia~6es climaticas da regiao era uma pratica rotineira na propriedade. Entretanto,
como a dieta nao foi s6 de forrageiras, utilizava-se ainda um tipo de ra~o adequada
para melhorar 0 rendimento da produ~o de leite.
3.1.1 Ra~ao
A ra~ao oferecida as cabras durante
esta~6es do ano. Utilizava-se
0
0
verao e a mesma oferecida em outras
mesmo tipo de ra~o para vacas leiteiras. Todos os
animais da Cabanha Germani recebiam
0
mesmo tipo de ra~ao, desde as novilhas
ate as cabras adultas. Por motivo nao informado,
0
proprietario nao usou uma ra~ao
apropriada
efetuadas
para cad a esl<3gio de desenvolvimento
composi90es
em grande
quantidade
do animal.
Normalmente
de ra9ao prontas
eram
para 0 consumo
animal.
A ra9ao possui os seguintes componentes:
•
Farelo de Milho: obtido da moagem
tegumento
graos
integrais,
energetico
•
e parte amilacea),
sendo
seca do grao (mistura
com pouco
mais
volumoso
do germen,
mais de proteina
por conter
fibra
do que os
e com
valor
equivalente;
Sorgo: rico em energia e energia nao metabolizavel
(ENM), principalmente
amido, pobre em fibras e valor proteico igual ou maior que 0 milho;
•
Farelo de soja: residuo do processo de extra9ao do grao, sobra da casca e
fragmentos
da soja, formando 0 farelo, rico em proteina (17%) e fibra bruta
(29%);
•
Casca de Arroz (alto teor de lignina e silicia e baixo valor nutritivo);
•
Outros componentes
em menores escalas.
Este tipo de ra9i3o era adicionado
nos cochos duas vezes ao dia para cabras
adultas e em lacta9i3o, varian do 0 numero de animais e a quantidade
de ra9ao como
mostra a tabela a seguir:
TABELA 1- NUMERO DE ANIMAlS ADUL TOS POR BAIA E A QUANTI DADE DE
RA<;Ao
NUMERO
DE ANIMAlS POR BAIA
QUANTI DADE DE RA<;AO
2 a 3 animais
800 9 ou 1 pote de medida
4 a 5 animais
1,2 kg ou 1 pote e meio de medida
A quantidade
de ra9i3o sendo
de ra9i3o mostrada
adicionada
na Tabela
aos animais
1 refere-se
ap6s a ordenha
a uma administra980
da manha
e antes
da
ordenha da noite.
As terneiras,
cabras com idade entre 6-8 meses, cabras
meses de idade e entre dois a quatro meses que pertencem
com quatro
a seis
a outras faixas etarias
recebiam a mesma ra((80 de acordo com os valores indicados na Tabela 2.
6
TABELA 2-IDADE
DO ANIMAL, NUMERO DE ANIMAlS
QUANTI DADE DE RA<;:Ao
IDADE DO ANIMAL
NUMERO DE ANIMAlS
POR BAIA
12
6 - 8 meses
4 - 6 meses
08
2 - 4 meses
05
POR BAIA E
QUANTI DADE DE RACAO
1,6 kgl 2 potes de medida
1,2 kgl 1pote e meio de medida
800g1 1 pote de medida
3.1.2 Cevada ou residuo de cervejaria
A cevada e uma das materias
residuo
resultante
para os animais,
do processo
primas utilizadas
de fabrica980
com alto valor proteico
outros nutrientes com boa digestibilidade
Para as cabras
em Produ980,
ap6s terem se alimentado
as quantidades
de cerveja.
0
da cerveja e utilizado como alimento
(24%), vitaminas
como niacina, tiamina
e
e palatabilidade.
a cevada
era disponibilizada
imediatamente
com a ra98o, isto e, duas vezes ao dia e de acordo com
indicadas na Tabela 3.
TABELA 3- NUMERO DE ANIMAlS
NUMERO
na fabrica980
DE ANIMAlS
POR BAIA E QUANTI DADE DE CEVADA
POR BAIA
QUANTIDADE
DE CEVADA
4 - 5 animais
2,4 kg 1 2 potes de medida
2 - 3 animais
1,2 kg 11 pote de medida
3.1.3 Farinha de citrus ou poJpa de citrus
Como a cevada, a farinha de citrus resulta da tritura980 das cascas e baga90s
de frutas citricas, incluindo as sementes.
Eo um alimento pobre em proteina digestivel
""
(2,5%),
mas por outro lado, rico em nutrientes
adidonado
cal a polpa, este subproduto
As
cabras
quando
de bicarbonato
totais
torna-se rico em caldo,
2%, e pobre em f6sforo. (ANDRIGUETTO,
suplementa980
digestiveis
alimentadas
(74%).
Quando
podendo conter ate
1981)
com
este
alimento
recebem
uma
de s6dio para diminuir 0 alto grau de acidez ruminal.
7
3.1.4 Frutas
Apesar
da pequena
produyao
da propriedade,
frutas como a goiaba,
para, laranja e bergamota eram utilizadas como complemento
caqui,
alimentar.
3.1.5 Pastagem
A
mudanya
necessaria,
do tipo
de
uma vez que existem
forrageiras
em
funyao
plantas que se adaptam
da
estayao
climatica
e
melhor em determinado
clima que em outro.
A propriedade
bem definidas,
esta situada em uma regiao, onde as estay6es
0 verao e muito quente e seco, e 0 inverno
muita umidade. 0 plantio de determinada
da capacidade
planta forrageira
climaticas
sao
e rigoroso com geadas e
deve ser feito em funyao
de adaptayao do vegetal ao solo e clima.
3.1.5.1 Milheto
No verao
tambem conhecido
a 150 dias,
e semeado
na propriedade
0 milheto
(Pennisetum
typhoides),
como pasto italiano ou tif6ide, possui um cicio vegetativo
respondendo
bem atrav8s
da brotayao,
a ate cinco
cortes
de 120
ao ano,
finalizando com 0 pastoreio.
o
milheto ap6s atingir um tamanho
altura aproximadamente)
apropriado
para 0 consumo
(50 cm de
pode-se utiliza-Io para 0 consumo, como mostra a Figura 1,
sendo colhido de forma parcelada.
0 vegetal era cortado com uma foice e colocado
em um balaio para posterior distribuiyao
a lotayao da baia. Essa alimentayao
as cabras, em quantidades
correspondentes
era feita uma vez pela manha, ap6s a rayao e
outra no fim da tarde ap6s a ordenha.
No sistema de pastoreio, era permitido as cabras se alimentarem
nas culturas
uma hora por dia, no perfodo
fazendo um aproveitamento
da pastagem.
da tarde entre
diretamente
14:00 e 15:00 horas,
FIGURA 1- CUL TURA DE MILHETO (Pennisetum
typhoides)
3.1.5.2 Cameron
Outra
purpureum
graminea
consumida
Schum), tambem
como graminea
perene,
pelos
conhecido
animais
era
0
cameron
como napier e capim elefanle.
usada principalmente
(Pennisetum
Classificada
como fonte de pasto reserva
para
alimentalYao verde ou para a silagem. Nao era plantada em grandes quantidades
local, sendo necessario
buscar em uma propriedade
de grande porte, podendo
nas formas
descritas,
propriedade
vizinha.
Por ser uma graminea
atingir entre 3 a 5 metros de altura, ela era cortada
pedalYos menores para melhor aproveitamento,
Regularmente,
proxima.
em
da alimentalYao peros animais.
tanto 0 milheto como 0 cameron
dependendo
no
eram oferecidos
da sua disponibilizalYao
aos animais
na propriedade
ou da
9
3.1.5.3 Aveia
Com
para
0
0
fim do verao e a entrada do outono, inicia -se a preparayao do solo
plantio de forrageiras que serao consumidas no inverno. Por ser uma das
pastagens mais usadas e que melhor se adapta a temperaturas baixas, a aveia
(Avena sativa L), era a pastagem utilizada na propriedade. Recomendada para 0
corte e pastoreio, tem um inicio de atividade de corte a partir de 60 dias ap6s a
semeadura, dependendo das condic;:oesciimaticas.
o
mesmo processo de corte que ocorre com
0
milheto e
0
cameron dava-se
com a aveia, com as mesmas quantidades de distribuic;:aoe freqCII@!ncia.
Todas as pastagens cultivadas eram oferecidas a todos os animais da
propriedade, au seja, em todas as faixas etarias.
3.1.6 Sal mineral
A deficiencia de cloreto de s6dio na alimentac;:aoconduz a disturbios sobre a
saude e a produtividade animal. Em animais adultos carentes, observa a apatia,
apetite depravado, pelagem aspera, queda da produc;:ao,perda da fecundidade e
morte ap6s certo periodo. Os animais produtores de leite sao mais sensiveis a dietas
pobres em cloreto de s6dio, observando queda nitida na produc;:aode leite.
Alem do cloreto de s6dio, outros sais minerais como, por exemplo,
0
f6sforo,
calcio, ferro, magnesia, cobalto e tambem algumas vitaminas sao imprescindiveis
nas dietas dos animais destinados a produyao de leite.
Os sais minerais eram colocados
essa finalidade.
a
vontade nos cochos construidos para
10
3.2 MANEJO REPRODUTIVO
Para
importante,
qualquer
tipo
pois deve-se
de
criayao
que ocorra este processo
fisiol6gico
ano, 0 manejo
e a sanidade
desarmonia,
reproduyao
alimentar
ou
animal,
0
manejo
levar em conta tres fatores
melhor,
em
nao acontecera,
e
muito
que sao indispensaveis
reprodutivo
para
natural mente. Estes fatores
situayao
animal.
precaria,
Se um desses
todo
0
sao: a epoca do
itens estiver
processo
ou se ocorrer, tera serios problemas
fisiol6gico
em
da
tanto para 0 animal
quanto para 0 criador.
Na propriedade
Germani, os metodos de reproduyao
natural (MN) e a inseminayao
As cabras da cabanha
utilizados foram a monta
artificial (IA).
iniciaram
do cio em 26 de marya, totalizando
seu periodo fertil ou demonstraram
0 inicio
um numero de vinte seis animais cobertos
doze dias de trabalho entre monta natural e inseminayao
em
artificial.
3.2.1 Manta natural
Para a monta natural foram utilizados
Saanen
e um da raya Anglo-nubiana.
Franjinha,
pr6xima
tres reprodutores,
Um reprodutor
como mostra a Figura 2, pertencente
a propriedade,
ao galpao das cabras. Assim com a sua presenya,
demonstrando
reprodutor
coberturas.
seu periodo fertil (cio) com mais intensidade,
e forte
e atrai
a femea.
Este
sendo dois da raya
Saanen
reprodutor
com 0 nome
de
ficava em uma baia
as cabras
acabavam
pois 0 odor exalado pelo
realizou
um total
de seis
13
FIGURA 2- REPRODUTOR
o segundo
criador.
Foi
responsavel
reprodutor
usado
para
SAANEN "FRANJINHA"
Saanen como mostra a Figura 3, era de um outro
que
por sete coberturas
FIGURA 3-REPRODUTOR
se
nivelasse
0
na propriedade.
SAANEN "GRANDAO"
padrao
das
crias,
sendo
14
o reprodutor
da rac;:aAnglo-nubiana
participava das coberturas,
Com a monta natural, qualquer
demonstrava
pessoa levava 0 bode ate a cabra que
estar no cio e deixava fazer a cobertura.
o controle
estimativa
era jovem sendo a primeira vez que
pertencia a cabanha, e cobriu seis cabras.
reprodutivo
de quando
e muito importante
acontecerao
mesmo padrao de idade e tamanho
com a cabra e 0 recem nascido.
certificar
se 0 animal
metodos.
0 primeiro
foi
mantendo
um plantel
com 0
e podendo fazer uma melhor observac;:ao
E
necessario
realmente
e 0 mais
para 0 criador para se ter uma
os partos,
saber a data da cobertura
coberto
utilizando-se
para
isso
e
dois
simples, e usado tinta at6xica no peito do bode
que marcara a cabra coberta, mas este metodo nao da a certeza de que houve
a fecundac;:ao. 0 ultra-som
e 0 segundo
fecundac;:ao e acompanhar
a gestac;:ao.
numero
cobertura,
de identificac;:ao da cabra
metodo,
Tambem
coberta
com ele pode-se
e
muito importante
e 0 reprodutor
para que nao tenha consanguinidade
A Tabela 4 mostra a data das coberturas,
que
garantir
a
anotar 0
realizou
a
entre os animais.
0 numero da cabra coberta
e 0
reprodutor utilizado.
TABELA 4- DATAS DAS COBERTURAS,
REPRODUTOR
DATA DA COBERTURA
29/mar
NUMERO
CABRA COBERTA
DA CABRA
E
REPRODUTOR
98209 SA
Franjinha SA
30/mar
1 AN
BodinhoAN
30/mar
2AN
BodinhoAN
30/mar
02009 SA
Grandao SA
30/mar
93001SA
Grandao SA
30/mar
096 SA
BodinhoAN
30/mar
99053 SA
Franjinha SA
30/mar
00003 SA
Grandao SA
02/abr
01 AN
BodinhoAN
02/abr
Velha c/ estrela AN
BodinhoAN
02/abr
99178 SA
Franjinha SA
04/abr
02010 SA
Franjinha SA
04/abr
0515 SA
Franjinha SA
15
04/abr
1001 SA
Grandao SA
04/abr
1034 SA
Grandao SA
Grandao SA
OS/abr
SIN SA
06/abr
1006 SA
Grandao SA
06/abr
00002 SA
Franjinha SA
07/abr
Maos brancas AN
NOTA: SA (Saanen)
BodinhoAN
AN (Anglo-nubiana)
3.2.2 Inseminac;:ao artificial (IA)
Como ja foi citado,
0 metodo
de reprodUl;:ao de monta
natural foi no
momento 0 escolhido pelo criador, no entanto a IA, tambem aconteceu.
Alguns
animais foram cobertos p~r este metodo. As inseminac;:6es eram realizadas
animais
linhagem
com
maior
valor
e da qualidade
zootecnico,
dos
visando
rebanhos.
As
sempre
em
0 melhoramento
inseminac;:6es
artificiais
da
eram
realizadas pele pr6prio criador, 0 Sr. Mario Germani.
o Sr. Mario realizava
os pr6prios criadores
IA em caban has vizinhas.
Em algumas situac;:6es,
levavam suas cabras no periodo fertil ou pr6ximo deste,
para realizar a inseminac;:ao na Cabanha
Germani,
diminuindo
as chances
de
perder 0 cio. Todas as inseminac;:6es foram feitas em cabras anglo-nubianas,
pois na presente data, 0 criador mantinha a disposic;:ao somente semen dessa
raya. Na Tabela
5 pede-se
analisar
a data da lA, 0 numero
da cabra e 0
semem utilizado.
TABELA 5 - DATA DA INSEMINA~Ao,
UTILIZADO
DATA DA INSEMINA<;AO
I
NUMERO DA CABRA SEMEM
NUMERO
DA CABRA
SEMEM UTILIZADO
27/mar
11 AN
Biscuitt
30/mar
06 AN
Richard
01/abr
10AN
Richard
04/abr
05 AN
Richard
06/abr
25 AN
Richard
16
06/abr
08AN
Richard
06/abr
07 AN
Richard
NOTA: (AN) Anglo nubiano
3.3 NASCIMENTOS
A gestac;:aoda cabra varia entre 145 a 158 dias, sendo esta varia<;ao
normal. Uma antecipa<;aosignificativa em relac;:aoao periodo minimo pode ser
considerada anormal, denominando-se de parto prematuro, ou pode ser
considerado aborto se
as nao prenhes e
0
feto nascer com ate dois meses antes da data
0
prevista. Na propriedade,
manejo empregado para as cabras prenhes e para
0
mesmo com rela<;aoao tipo de alimenta<;ao e pastoreio
(FERNANDO VIEIRA DE sA, 1988).
Observou-se os seguintes sinais de aproxima<;8odo parto:
• A partir de oito dias antes do parto, a excitac;:aoda cabra era cada
vez maior; tendo esta, dificuldade em manter a. mesma posi<;aopor
muito tempo, levantando-se e deitando-se com frequelncia. Os
tecidos da vulva entumesciam, os labios da vulva ficavam salientes,
vermelhos, deixando sair corrimento viscoso e limpido, sinais que
evoluiam a medida que a hora do parte se aproxima.
Outros sinais de aproxima<;aodo parto sao descritos em literaturas, tais
como:
• Seis horas antes do parto, inicia-se
0
periodo de c6licas; as orelhas
tomam varias posi<;6es; olhos salientes; aspecto de sofrimento,
fianco cava-se;
0
0
osso da bacia torna-se muito saliente devido a
queda do ventre dado
respira<;ao acelerada;
0
relaxamento dos ligamentos sacro-iliacos;
libere
entumecido
e
a
vulva
secreta
abundante muco.
• 0 inicio do parto se da pela saida da bolsa de agua. A cabra deitada
de fianco tem os dois membros do mesmo lado debaixo do corpo, os
outros dois estao livres. A femea come<;a os puxos e a bolsa vai
saindo lentamente ate se romper, surgindo de imediato as patas
17
dianteiras
e 0 focinho que serve de dilatador
da vulva e em poucos
minutos e expulso. Este sinal pode ser visualizado
na Figura 4.
FIGURA 4- INfclO DE UM PARTO
•
Ap6s 0 nascimento,
limpa-se 0 focinho e a cabe<;:a do recem-nascido
a tim de come<;:ar a respirar livremente
palha, manta ou com jornal
e em seguida
limpo 0 corpo do animal,
limpa-se
com
mantendo-o
limpo e ativando a circula<;:8o do mesmo, como mostra a Figura 5.
FIGURA 5 - RECEM NASCIDO SAANEN, AP6s
JORNAL
SER LlMPO COM
18
•
Em seguida
eram levados
para baia dos recem-nascidos
realizada a limpeza do umbigo. Utilizava-se
onde era
como metodo alternativo
de cura do umbigo, 0 mata bicheira, previne a instala<;ao de mifases
e demais agentes causadores
•
Na cabra.ocorre
de infee<;ao.
a elimina<;ao dos inv61ucros fetais ou as bolsas que
devem estar eliminadas
em 8 horas, caso contrario
deve-se
utilizar
metodos farmacol6gicos.
Em outubro de 2003, oito cabras foram cobertas
iniciados no dia 16 de mar<;o e finalizados
oito cabras, apenas
no dia 22 do corrente
uma teve complica<;oes
tiveram de ser retirados
e tiveram
no momenta
seus partos
meso Destas
do parte e os fetos
por via cervical com ajuda da forya humana,
mesmos estavam
mortos dentro da cabra e a mesma nao conseguia
los naturalmente.
As outras cabras tiveram
intervenyao
humana.
Abaixo,
na Tabela
parte normal,
6, pode-se
pois os
expulsa-
nao precisando
verificar
0 numero
de
de
animais que criaram eo numero de animais que sobreviveram.
TABELA 6- NUMERO DA CABRA, NASCIMENTOS
VIVOS
CABRA
FETOS
E NUMERO DE FETOS
MACHOS VIVOS
FEMEAS VIVAS
NASCIDOS
2020
2
2015
4
2
2022
2018
2
2017
2
2
2021
2
2
2023
3
2
2019
2
Pode-se
observar
fetos bem formados.
um numero muito grande de mortes intra-uterina
de
19
3.4 MANEJO
o
rebanho.
SANITARIO
manejo
sanitario
Fazer 0 controle
e muito
importante
para
ou ate mesmo a erradicagao
podendo ser de ordem viral, bacteriana ou parasitaria,
desempenho
bem
estar
de algumas
e necessario
de um
doengas
para 0 bom
do animal.
Alguns metodos de controle faram realizados
exemplo,
0
vacinagao
contra carbunculo
sintomatico,
na propriedade
enterotoxemia
como, por
e gang rena
gasosa, vermifugagao.
3.4.1 Vacinagao
e vermifugagao
A realizagao
da vacina
Gasosa e Enterotoxemia®,
contra
0 Carbunculo
na quantidade
Sintomatico,
Gangrena
de 2 mL par animal, via subcutanea,
na regiao do vazio.
Tambem
terneiras,
foi realizada
a vermifugagao
sendo usado 0 Albendathor
dependendo
das cabras
recem
10® , via oral na quantidade
nascidas
e
de 3 a 5 mL
do peso do animal.
3.4.2 Enterotoxemia
A enterotoxemia
a
pode levar
morte do animal. Na propriedade
surto desta patologia,
pode ser encontrado
ocorrendo
e uma doenya que dependendo
houve ha um tempo, um grande
levando ao 6bito muitos animais.
ficou contaminado,
alguns casos de diarreia
pelo Clostridium perfringens.
Foram
administrado
Como e um bacilo e
no solo, ou ate na agua, 0 ambiente
ate os dias atuais, de forma esporadica,
ocasionada
do grau de severidade
atendidos
um antibi6tico,
via intramuscular.
dezoito
animais
a Tormicina
com
sinais
de
diarreia,
sendo
LA®, com indicagao de 0,5 a 2 mL por
20
Em
casos
observava-se
severos,
em
que
nas fezes sementes
em que eram
soltos
para
0 animal
de goiabas,
ir ao campo,
melhoras, era tambem administrado
dose de 20 mL foi administrada
estava
muito
ingeridas
e 0 antibi6tico
um antit6xico,
debilitado
e
pelo animal na hora
n80 apresentava
0 Mercepton
injetavel®. Uma
por via intramuscular.
Tambem foi realizado como metodo de preVen((80, a limpeza das baias,
e a pulveriza((80 com cal virgem nas mesmas.
3.4.3 Supiemento Vitaminico
A pedido
subcutanea,
do proprietario
foi aplicada
0 Profit Modificador
Organico
uma
dose
Leivas Leite~
de 5 mL por via
em todos os animais
da propriedade.
3.4.4 Toxemia da prenhez
Na propriedade
prenhes.
A primeira
Apresentou,
foram tratadas
criou quatro
duas cabras com sinais de toxemia
animais,
mas dois encontravam-se
da
mortos.
em seguida sinal de decubito esternal, falta de apetite e limitava-
0 tratamento
se em beber agua.
foi a apliCa((80 de 500 mL via
instituido
endovenosa
de Polijet ® ; 4 mL de Tormicina
Calfomag®
por via subcutanea.
LA® via intramuscular;
Foram necessarios
e 30 mL de
sete dias para a cabra
voltar a comer e andar, obtendo sua total reabilita((80.
No segundo
realizada
a
intramuscular
recUpera((80.
caso, a cabra apresentava
mesma
de
5
terapia
mL.
Este
adicionando-se
animal
os mesmos
apenas
demorou
15
sinais clinicos,
0
dias
Ferrodex®
para
sua
foi
via
total
21
3.4.5 Prolapso vaginal
Urn caso
acometida
de
prolapso
vaginal
foi
observado
no perlodo.
por esta patologia estava em estado gestacional
meses, quando apresentou
geneticamente,
0 problema.
0 prolapso
assim, a mae dessa cabra apresentou
e uma
A cabra
de tres para quatro
doen<;a transmitida
a doen<;a em sua quarta
gesta<;ao, sendo retirada ap6s 0 parto da reprodu<;ao. A cabra acima descrita
estava
em sua primeira
gesta<;ao.
para expulsao do feto como mostra a Figura 6, mas os mesmos ja
infec<;ao ocasionada
Foram retirados usando a for<;a humana.
FIGURA 6 - PROLAPSO
VAGINAL
3.4.6 Mamite ou mastite
E PARTO
e come<;ou a fazer
que
0 parto,
a
0 prolapso,
as contra<;5es
movimentos
mortos devido
recolheu
iniciaram
antecedem
estavam
a cabra
Quando
os
pela exposi<;ao do prolapso.
22
3.4.6 Mamite ou mastite
Ap6s
apresentou
ter
criado,
uma mamite
a
cabra
fulminante
acima
negro azulado como pode ser observado
gangrenoso,
com
direito,
VIEIRA
DE
sA,
1988). Apresentou
0 tratamento
7 mL de Tormicina
vaginal,
a cor para
na Figura 7, desenvolvendo
tipo seroso. 0 rumen parou de funcionar.
10 mL intramamario;
prolapso
alterando
sendo um sinal de infecc;:ao por Staphylococcus
spp (FERNANDO
Propilenoglicol
descrita
no quarto
um ubere
spp. e Clostridium
pouca secrec;:ao lactea,
usado foi Pathozone®
LA® intramuscular;
e 1 litro de
via oral (50 mL a cada 4 horas). Ap6s tres dias de tratamento,
animal voltou a comer, a ruminar normalmente
comec;:ou a secar
como
0
e 0 quarto afetado pela infecc;:ao
pode ser visualizado
na Figura
colocado em uma baia de engorda para posterior abate.
FIGURA 7- INICIO DA MAMITE GANGRENOSA
8. Este animal
foi
23
FIGURA 8 - MAMITE GANGRENOSA
AP6s
17 DIAS
A mamite ou mastite e uma das doenr;:as que mais causa danos tanto a
nivel comercial como sanitario. Os principais microrganismos
enfermidade
sao os Staphylococcus
aureus, Streptococcus
causadores
desta
sp., Escherichia
coli
e alguns tipos de fungos. Os meios de contaminar;:ao podem se dar atraves do
proprio
ambiente
em que 0 animal
vive,
ordenhadeira
les6es de teto ou ubere, maos do ordenhador
meci!mica,
e de uma maneira
manejo de ordenha. A mastite pode levar ao comprometimento
fomites,
em geral, 0
total ou parcial
do ubere e em casos mais severos, 0 animal pode ir a obito.
A ordenha realizada
na propriedade
no manejo na hora da ordenha,
instituidas
possuia deficiemcias principal mente
onde medidas de higiene e de limpeza eram
de maneira erroneas.
Atraves
do teste California
grande numero de animais
Mastites Test (CMT), pode se observar
acometidos
pela mastite subclinica.
realizado no momento da ordenha, tomando-se
bom resultado
totalizando
do mesmo
sendo aplicado
e
para 0
em produr;:ao
um numero de vinte cinco animais. 0 maior motivo da instalar;:ao da
mastite no plantel foi 0 manejo deficiente
copos
os cuidados necessarios
em todas as cabras
um
Este teste foi
as
mangueiras
com
na ordenha.
solur;:ao
propria
0 ordenhador
para
a
lavava os
desinfecr;:ao
da
24
ordenhadeira
ordenhada
no infcio e no fim dos trabalhos,
ele nao realiza a desinfecyiio
mas entre cada cabra a ser
dos mesmos,
tornando
assim,
um
meio muito facil de contagio.
As mangueiras
de conservayao
utilizadas
e limpeza.
usando detergentes
na ordenhadeira
Apresentavam
nao estavam
material
em bom estado
de cor
negra,
mesmo
clorados, nao tiveram nenhum resultado na limpeza.
Tambem havia erros na limpeza dos tetos, onde apenas era esguichada
agua
a
distancia,
"Iavagem",
nao realizando
uma total desinfecyao
dos tetos. Ap6s esta
0 ubere e tetos eram secos com um pan~, sendo
usado 0 mesmo
para todas as cabras. Outro dado importante e que 0 ordenhador
nao lavava as
maos em soluyao
pois era feito
manualmente
desinfetante,
0 esgotamento
entre
e outra,
no final da ordenha.
A Tabela 7 mostra 0 resultado
propriedade,
uma ordenha
do exame realizado
com os animais
da
utilizando 0 teste de CMT.
TABELA 7- EXAME REALIZADO
UTILIZANDO
TESTE DE CMT
NUMERO DA CABRA
004
EM 25 CABRAS DA PRODU<;Ao
TETO DIREITO
N
TETO ESQUERDO
N
93001
N
N
0002
N
N
2010
P
N
0005
P
P
0003
N
N
2009
P
P
96065
N
N
99059
N
P
99064
P
P
10026
N
P
98209
P
N
0006
P
P
01001
P
P
00515
N
N
25
01034
P
P
0007
N
N
SA 01
N
P
AN 01
N
P
2022
P
P
2023
N
P
2018
P
P
2020
P
P
2015
P
P
2017
P
N
3.4.7 Linfadenite caseosa
A linfadenite
economicas,
caseosa
e uma das patologias
que causa grandes
com reduc;:ao do ganho de peso, reduc;:ao da produc;:ao de leite,
condenac;:ao da carcac;:a e desvalorizac;:ao do couro. A cabanha
venda de animais como tambem leva para julgamentos
e uma doenc;:a que leva a desclassificac;:ao
cuidado com a transmissao
nao utilizac;:ao do colostro
cuidados
descrito
da linfadenite.
de estagio.
animais
apresentam
a
com
em feiras, e neste caso
ha um certo
Um dos metodos de prevenc;:ao e a
para os recem nascidos,
com a reutilizac;:ao dos fomites.
no perfodo
trabalha
do animal. Portanto,
drenagem
Nenhum
A cabanha
possui
caso
doenc;:a, muitos
deles
dos abscessos,
de linfadenite
alguns
doenc;:a, usa os metodos de prevenc;:ao acima descritos,
alguns
perdas
cuidados
foi
com a
mas, mesmo assim,
vindos
de
outras
propriedades.
3.4.9 Tetano
Apenas
um caso de tetano foi descrito
que pode ser observado
no estagio.
na Figura 9, apresentou
Um recem nascido,
sinais de pedalagem,
ereta, aumento da frequElncia cardfaca e diminuic;:ao da frequencia
cabega
respiratoria.
26
o tetano
e causado
Gram-positivo.
pelo Clostridium
tetani, um bacilo anaer6bio
facultativo
e
A provavel porta de entrada para a contamina<;:ao foi 0 umbigo,
que ap6s 0 nascimento
usou-se spray mata bicheiras.
FIGURA 9 - RECEM NASCIDO COM TETANO
3.5 PRODU<;Ao DE LEITE
Ap6s a ordenha,
resfriador
contendo
cooperativa
0 leite era transferido
para baldes e colocado
em um
agua e a cada sete dias, 0 leite era entregue
para a
local. Na pr6pria
utilizando-se
propriedade
panelas de aluminio.
panelas tampadas
envasado
com suas respectivas
essa temperatura
em embalagens
ao resfriador
Ap6s
em um fogao a
de 65° C a chama era desligada,
tampas
e cobertas
por 30 minutos.
de 1 litro, tampadas
par 24 horas.
a pasteuriza<;:ao lenta,
As mesmas eram colocadas
gas, tipo industrial, ao atingir a temperatura
qual mantinha
realizava-se
as
por um tecido 0
Em seguida,
0 leite
era
com tampas pr6prias e levadas
este processo,
0 leite ja
pasteurizado
e
27
resfriado,
passava
por outra fase, a de congelamento,
onde permanecia
ate 0
momenta de entrega ao consumidor.
4 SUGESTOES DE MELHORIAS
•
Usar uma ra~ao para cada fase da cria~ao, melhorando
0 rendimento
do
animal;
•
Cabras em gesta~ao avan~ada,
alimenta~o
•
devem ficar em baias separas,
recebendo
e observa~ao especifica;
Sele~ao mais apurada das ra~as, tirando da reprodu~ao
animais com baixo
indice zootecnico;
•
A
introdu~o
total
da
insemina~ao
artificial,
utilizando
semen
de
boa
cada
cio,
qualidade;
•
Manejo higienico sanitario rigido, na ordenha;
•
Testes mensais ou quinzenais do CMT, para controle da mastite;
•
Afastar da produ~ao animais doentes ou que estejam em tratamento;
•
Controle
dos
medicamento
animais
utilizando
aplicado, vermifugo,
fichas
individuais,
vacinas, partos etc.
anotando
28
5 RELA<;AO DE MEDICAMENTOS
VACINAS
Carbunculo sintomatico,
Vencofarma
gang rena gasosa e enterotoxemia.
do Brasil
Culturas de Clostridium
chauvoei;
C. septicum;
C. perfringes
(Welchii)
tipo B-C
e D; C novyi.
VERMIFUGO
Albendathor
10
Tortuga Cia Zootecnica
Albendazole
Agraria
10%
ANTIBI6TICO
Tormicina LA
Tortuga Cia Zootecnica
Oxitetraciclina
Agraria
base; lidocaina
Pathozone
Pfizer Ltda
Cefaperazone
s6dica
ANTIT6xICO
Mercepton
Injetavel
Bravet Ltda
Acetilmetionina;
piridoxina;
cloridrato
cloridrato
de
colina;
de L- arginina;
calcio; glicose e agua destilada.
SUPLEMENTO
Profit Modificador
Leivas Leite S.A
cloridrato
ribofJavina;
VITAMiNICO
Organico Leivas Leite
de
tiamina;
nicotinamida;
cloridrato
de
pantotenato
de
29
Monoglutamato
de s6dio;
leucina; cloridrato
sulfato
de L- histidina;
de cobre;
hipofosfito
cloridrato
iodeto
de L- lisina;
L-triptofano;
de potassio;
DL- metionina;
L- valina; cloridrato
cloreto
de calcio; cloreto de magnesio;
oleico; metil parahidroxibenzoato;
glicina;
de zinco;
vitamina
L-
de cobalto;
cloreto
de s6dio;
B12, 02, tween 80; acido
fenol trietanolamina;
hidr6xio
de alumfnio
e
agua destilada.
FERRO
Ferrodex
Totuga Cia Zootecnica
Agraria
Ferro elementar
REPOSITOR
DE ELETROLITOS
Polijet
Fagra Farmagrfcola
Frutose;
magnesio;
cloreto
S.A
de s6dio,
bicarbonato
cloreto
de s6dio;
de potassio,
vitamina
cloreto
de calcio;
B1, B2, B6,
B12;
cloreto
de
nicotinamida;
inasitol e agua bidestilada.
Calfomag
Leivas Leite S.A
Borogluconato
de calcio; glicerosfato
solU980 estabilizada
de dextrose
de s6dio; cloreto de magnesio;
cafefna e
30
5 CONCLUSOES
A criayao
de cabras,
cuidados especfficos
Pode-se
econ6micos
como
de qualquer
outra
cultura,
necessita
de
para 0 bom desempenho.
conciuir
que a estayao
da regiao sao fatores
ciimatica,
importantes
manejo
utilizado
e fatores
para 0 bom desempenho
dos
animais.
A falta de estrutura
erradicayao
do
comprometendo
capril.
plantel,
0 fndice zootecnico
0 controle
zootecnico.
pode levar ao surgimento
ocasionando
sanitario
grandes
perdas
de doenyas
para
dos anima is, diminuindo
e imprescindfvel
de diffcil
criador
ou
a credibilidade
do
para manutenyao
0
deste
padrao
31
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J.J. Anatomia
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linfadenite caseosa de caprino - TCC On-line