São [email protected]
Revista Acadêmica do Grupo Comunicacional de São Bernardo
www.metodista.br/unesco/GCSB/index.htm
Ano 2 - nº 3 - (janeiro/junho de 2005)
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Textos previamente apresentados em reuniões científicas e
selecionados pelos membros do comitê editorial
Gestão da informação e da comunicação no grupo de Bauru
selecionados pelos membros do comitê editorial
Ana Maria Dantas de Maio,
Eligiane Gorete Corrêa Godoy,
Ieda Cristina Borges,
Marcos Vicente Coffani Lock e
Michelle Roxo de Oliveira
(UNESP-Bauru)
Trabalho apresentado no Regiocom´2004
1. INTRODUÇÃO
As exigências impostas aos profissionais da comunicação social pela sociedade
contemporânea, chamada por alguns autores de Sociedade do Conhecimento, estão reconfigurando
sua área de atuação. Aos comunicadores foi lançado um novo desafio: produzir informações para que
elas circulem de forma eficiente e gerem conhecimento no receptor. Esse processo de gestão da
informação e da comunicação foi explorado neste trabalho, que o projeta sobre o Grupo
Comunicacional de Bauru.
Sabemos que hoje o profissional da comunicação está estrategicamente ligado à
administração das organizações. Mas nem todos estão capacitados para oferecer esse diferencial.
Além de se preocupar com a coleta, a produção e a circulação das informações, o comunicador
precisa estar atento à armazenagem, à oferta e aos efeitos que essa informação vai gerar.
A informação ganhou um status poderoso na sociedade pós-moderna. A chamada Revolução
das Tecnologias da Informação vem sendo comparada por alguns estudiosos à Revolução Industrial
do século XVIII. Se a humanidade se transformou radicalmente depois da invenção da máquina a
vapor, o que podemos esperar da “pós-humanidade” da Era Digital?
Faz-se necessária uma interação entre a informação e o conhecimento, tema tratado na
primeira parte do presente trabalho. Se a informação, por si só, não basta, o conhecimento que não
circula também se torna obsoleto. Com a proposta de fazer o conhecimento circular e a informação
gerar conhecimento, surge o Grupo de Bauru, o GB.
Projetado por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Midiática da
Unesp (Universidade Estadual Paulista), essa organização informal tinha como modelo, a princípio, o
Grupo de São Bernardo, ligado à Universidade Metodista. Para conhecer melhor a dinâmica e o
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funcionamento de uma organização de fomento à pesquisa, vários grupos comunicacionais brasileiros
foram estudados. Este é o conteúdo da segunda parte.
A proposta para a implantação do Grupo de Bauru, sua contextualização e seus objetivos
aparecem nas páginas seguintes. Criar vínculos entre os pesquisadores, facilitar as investigações e
promover o intercâmbio com outros grupos, brasileiros ou não, fazem parte do rol de pretensões
dessa organização. O interior paulista é tido como um rico cenário para a pesquisa midiática.
Em seguida traçamos as necessidades comunicacionais do próprio GB, que precisa de uma
política de gestão da informação e da comunicação para os relacionamentos internos e externos.
Neste caso, essa gestão será não apenas uma estratégia de trabalho do grupo, mas um objeto de
pesquisa, para que as possibilidades de se gerar conhecimento através da difusão da produção
científica sejam sempre revistas, ampliadas e aprimoradas.
As tecnologias da informação constituem instrumento básico para o sucesso do grupo. O
próprio distanciamento físico entre os pesquisadores e a universidade e a necessidade de
intercâmbio com outros grupos comunicacionais do Brasil, da América Latina e de outros continentes
tornam imprescindível o uso dessas tecnologias. Apresentamos, no final, o projeto de um site próprio
do GB, com as seções que foram previamente discutidas por alguns dos integrantes.
O empenho com que os pesquisadores de Bauru pretendem implantar e estudar a gestão da
informação e da comunicação se justifica pela própria natureza do grupo. É fundamental que um
grupo comunicacional saiba gerir as informações em âmbito interno e externo para criar vínculos,
estabelecer relacionamentos, difundir sua produção científica e gerar conhecimento. A experiência
pode enriquecer a própria linha de pesquisa sobre o assunto, oferecida pelo Programa de Mestrado
da Unesp/Bauru, e se transformar em modelo para outras áreas de conhecimento.
A pesquisa bibliográfica é a base metodológica desta monografia. Mas os autores têm
profundo interesse em prosseguir com um estudo de campo, assim que o Grupo de Bauru estiver
efetivamente criado e com sua gestão de informação e comunicação implantada. A avaliação de
resultados é uma das etapas previstas num planejamento de gestão e nós, pesquisadores,
apostamos no comprometimento do GB com a seriedade, a responsabilidade e o rigor científico.
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2. INFORMAÇÃO X CONHECIMENTO
Depois do advento da Sociedade da Informação estamos agora presenciando uma nova era,
denominada Sociedade do Conhecimento. As transformações nas economias mundiais, a
globalização e a emergência da era digital nos trazem a necessidade não só de termos acesso à
informação, bem como saber utilizá-la e empregá-la da forma mais eficiente e mais eficaz.
É neste cenário que a capacidade humana de transformar informações em conhecimento
aflora fazendo do capital humano um bem valioso. A capacidade de transformar seus conhecimentos
em benefícios para a humanidade acaba por prevalecer sobre qualquer outro bem. “Comunicação e
informação são palavras importantes de nossa época. Toda relação humana pressupõe uma forma
de comunicação. Todo conhecimento começa por uma informação sobre o que acontece, o que se
faz, o que se diz, o que se pensa” (GUINCHAT; MENOU, 1994, p.19).
Estar informado significa também poder analisar situações, encontrar soluções para
problemas administrativos ou políticos, julgar com conhecimento de causa. A redução das dúvidas
conduz naturalmente a melhores decisões, que determinam, pelas escolhas sucessivas, o futuro de
um setor, de uma atividade, de um país. Além disso, a comunicação propicia a reflexão e o
envolvimento dos profissionais da área com os novos desafios da tecnologia da informação.
Hoje as organizações exigem dos comunicadores perspectivas como a antecipação de crises
e a superação de obstáculos com prejuízos mínimos. A comunicação, aliada às tecnologias da
informação, é uma ferramenta a serviço dos objetivos organizacionais.
A necessidade de acrescentar novas visões aos profissionais da comunicação é urgente.
Novas abordagens de atuação são vitais simplesmente porque, até então, os modelos tradicionais
vigentes bastavam. Hoje são nitidamente inadequados a uma postura profissional condizente com os
avanços tecnológicos das últimas décadas. A comunicação mudou, o mundo mudou e, com isso, são
emergentes novas ações.
O profissional da comunicação não pode ser apenas mais um cidadão (mais
apropriadamente uma cidadã, já que a mulher é maioria nesta área) que só
entende de comunicação. Ele agora se transformou num gestor de
informações, com o domínio de várias línguas e discursos, além de
conteúdos que se situam em outras esferas, como a administração, a
sociologia, a antropologia (os estudos de cultura da organização estão na
crista da onda neste início do milênio) e a tecnologia da informação. Passou a
utilizar mais amplamente bancos de dados inteligentes e a exigir, dos seus
profissionais, uma postura de estrategista, que saiba planejar, antecipar
mudanças. (BUENO, 2003, p.xi)
Aliado às publicações impressas, o acesso à informação e às oportunidades de trocas é
infinitamente maior, utilizando-se cada vez mais os recursos tecnológicos, principalmente através da
internet. Esta modalidade, que combina alta tecnologia, acessibilidade e disponibilidade de
informações, merece atenção especial por parte de pesquisadores e estrategistas, não somente pela
facilidade e velocidade com que as informações circulam pela rede, mas para que os resultados
destas veiculações sejam efetivamente positivos.
Os repórteres, redatores, diagramadores e coordenadores de eventos
continuam sendo imprescindíveis [...] mas certamente a cabeça do negócio
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da comunicação estará, cada vez mais, no profissional que concilia
competência técnica com uma visão gerencial moderna e que sabe
vislumbrar, com lucidez, a íntima relação entre comunicação e negócios. A
esse profissional está reservado o comando. Pensando bem, ele merece o
cargo. (BUENO, 1995, p. 25)
2.1 Demanda informativa
Percebemos no início do século 21 uma busca incessante do ser humano por informações. A
mídia – imprensa, rádio, televisão, internet – dissemina em velocidade espantosa milhares de
informações a um público cada vez mais exigente na qualidade e veracidade de conteúdos. Na área
da comunicação, as organizações necessitam a cada dia de informações precisas e seguras para o
gerenciamento de suas decisões administrativas.
O profissional da comunicação precisa de elementos básicos para uma atuação eficaz junto a
seus clientes. Diariamente, os comunicadores produzem informações direcionadas a públicos
internos e externos, mas a inexistência de uma organização sistemática destas informações pode
comprometer a qualidade do serviço prestado a estas organizações.
O cidadão, na ausência de outros mediadores sociais, vê-se compelido a crer no que lhe
informa seu noticiário favorito. Este processo ocorre na dimensão apontada por Marcondes Filho
(1993, p.16): "[...] tudo gira em torno do que se fala, do que é promovido, do que é comunicado, do
que ganha a dimensão pública, do que atinge as massas”.
A tecnologia digital permitiu a compactação de todos os tipos de mensagens, inclusive sons,
imagens e dados, e esta possibilidade gerou novos recursos para a área de comunicação social,
principalmente na distribuição e disposição de seus materiais jornalísticos, antes restritos apenas a
fotos, press-kits e brindes. O ciclo de relacionamento proporcionado pelo uso das tecnologias da
informação e comunicação transformou a relação empresa/imprensa.
Outro problema resulta do desequilíbrio da documentação entre a imensa quantidade de
papel impresso e conservado e, por outro lado, a pobreza freqüente dos arquivos de empresa que
permitem descrever a história de um jornal, de uma estação de rádio, de uma televisão.
Os profissionais dos meios de comunicação social raramente têm um
pensamento histórico, mais que a cronologia verdadeira e o sentido dos
movimentos de conjunto. Nestas profissões, um acontecimento precede o
outro e cada um tende a viver o instante, a guardar poucos papéis pessoais,
a não se preocupar com o passado de uma forma refletida e organizada [...].
(JEANNENEY, 1996, p. 6)
Contando com este recurso facilitador e pensando na transformação Informação x
Conhecimento, nasceram as primeiras idéias de socialização da produção científica gerada pelos
alunos do mestrado da Unesp de Bauru, entendendo que o conhecimento, por si só, já não constitui
diferencial.
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A multidisciplinaridade e a conexão das várias faces dos conhecimentos é que vão compor a
vantagem competitiva, determinando a trajetória de sucesso de uma organização. Pensando nisso, o
Grupo de Bauru, ou simplesmente GB, se forma com a intenção de estabelecer vínculos entre as
diferentes propostas de pesquisas nascidas com a reestruturação do referido programa de mestrado,
implantada em 2002.
Estas pesquisas, embora diferentes em seus objetivos ou objetos, apontam para uma
perspectiva de contribuição social, ou seja, não são um fim nelas mesmas, mas propõem uma nova
contextualização: a pesquisa integrada e consciente de sua principal missão na construção social.
É a necessidade mais uma vez presente nas idéias mais brilhantes. É assim que surge o
Grupo de Bauru, da necessidade de se criar algum tipo de vínculo para as pesquisas da pósgraduação ou mesmo da iniciação científica da graduação. E também de fomentar novas pesquisas e
o intercâmbio com outros grupos comunicacionais.
3. GRUPOS COMUNICACIONAIS
A idéia de criar o Grupo de Bauru nasceu na informalidade, durante conversas entre alunos
do curso de mestrado em Comunicação Midiática da Unesp, no segundo semestre de 2003. A
princípio, o modelo adotado seria semelhante ao prestigiado Grupo de São Bernardo, ligado à
Universidade Metodista de São Bernardo do Campo.
Aos poucos a idéia foi amadurecendo e o Grupo de Bauru entrou na pauta de discussões de
um subgrupo de mestrandos. Surgiu, em uma das disciplinas cursadas naquele semestre, a
oportunidade de planejar a gestão da informação e da comunicação em determinada instituição e
esse subgrupo optou por criar um projeto que combinasse as duas iniciativas.
O tema foi, então, aprofundado, e o embrião do que se espera transformar-se um dia em um
verdadeiro grupo comunicacional começou a ser gerado. O primeiro passo foi conhecer melhor outros
grupos comunicacionais brasileiros, como funcionam, qual sua formação, seus objetivos e sua
dinâmica.
3.1 Grupo de São Bernardo
O Grupo de São Bernardo foi criado em 1978 e tem sua identidade consolidada. É formado
atualmente por 17 docentes do curso de pós-graduação em Comunicação Social da Universidade
Metodista de São Bernardo do Campo, pesquisadores expoentes da comunicação social no Brasil e
na América Latina. O doutorado é condição para adquirir o status de pesquisador independente e
ingressar no grupo comunicacional.
A Cátedra Unesco-Umesp de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, instalada na
Metodista em 1996, estimula as pesquisas, colóquios internacionais e publicações. Destacam-se
neste seleto grupo nomes como José Marques de Melo, Anamaria Fadul, Adolpho Queiroz, Cicilia
Peruzzo, Onésimo Cardoso, Wilson da Costa Bueno, entre outros. Trata-se de “uma equipe
intelectualmente motivada, com significativo índice de produtividade acadêmica” (MELO; BRANCO,
1999, p. 627).
O Grupo de São Bernardo teve uma constituição pioneira, responsável pelas idéias
germinadoras. Este período durou de 1978 a 1989 e foi marcado pela heterogeneidade, favorecida
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pela não-endogenia dos integrantes e pela absoluta liberdade de pesquisa dentro de um eixo
temático polissêmico. Mas houve, neste período, uma atenção maior das pesquisas relacionadas à
comunicação periférica em detrimento à grande imprensa. Essa tendência se explica até pelo cenário
político e social da região do Grande ABC na época, quando fervilhavam os movimentos populares e
sindicais a favor da abertura. A comunicação alternativa chamou a atenção dos pesquisadores do
então Instituto Metodista.
A produção intelectual do Grupo de São Bernardo se concentrava em duas linhas: estudos de
mídia, que pesquisava os fenômenos massivos em suas dimensões históricas, econômicas, culturais
e comportamentais, e estratégias e políticas de comunicação, que focava os processos de
comunicação pública e sua difusão de idéias pelos meios de comunicação.
Em 2000, começa uma nova fase. É adotada uma outra área de concentração, chamada de
“Processos comunicacionais”, com duas linhas de pesquisa: comunicação massiva e comunicação
segmentada. Essa reformulação foi uma demanda da emergente sociedade da informação e a ênfase
fica para os processos sociais globais-locais.
O Grupo Comunicacional de São Bernardo não existe juridicamente, embora alguns
integrantes estejam cogitando eventual formalização o que ele não impede que ele seja considerado
o mais coeso, organizado e conhecido dos grupos comunicacionais brasileiros.
3.2 Grupos do Centro-Oeste
O eixo da pesquisa em comunicação social extrapola o rico acervo produzido em São
Bernardo e se expande para outras regiões do país. No centro-oeste estão se destacando alguns
pesquisadores ligados a instituições como UniCEUB e UnB, no Distrito Federal, UFMT (Universidade
Federal do Mato Grosso), UFG (Universidade Federal de Goiás) e UFMS (Universidade Federal do
Mato Grosso do Sul).
Entre as características desses grupos estão a rica diversidade da produção dos
pesquisadores e o interesse deles pelos fenômenos locais e regionais. O livro “Memória das ciências
da comunicação no Brasil: os grupos do centro-oeste”, organizado por Marques de Melo e Jorge
Duarte, traz o perfil biobibliográfico de aproximadamente 30 pesquisadores que tiveram forte vínculo
com a região em algum momento de sua vida.
A formação do Grupo do Mato Grosso, por exemplo, teve forte ligação com a Escola de
Comunicação e Artes da USP (Universidade de São Paulo). Impossibilitada de liberar docentes para
a pós-graduação fora do Estado, a UFMT conseguiu colocar seus 18 professores do Departamento
de Comunicação no Subprograma de Mestrado Interinstitucional em Ciências da Comunicação,
iniciado em 1997. Docentes da USP foram ao Mato Grosso para capacitar os mestrandos. Em janeiro
de 2000, 15 já tinham defendido suas dissertações.
3.3 Grupo Gaúcho
Ligado à PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul, o Grupo Gaúcho
também vem se destacando nos estudos comunicacionais do país. Três gerações de pesquisadores
são citadas no livro “Memória das ciências da comunicação no Brasil: o grupo gaúcho”, publicado
pela EDIPUCRS em 1997.A primeira é a dos desbravadores e reúne as personalidades que lançaram
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as sementes para as gerações futuras. Seus componentes e suas pesquisas nem sempre estiveram
vinculados a universidades. Fazem parte desta geração Ivo Schneider, Alberto André, Walter Galvani
e outros.
A geração seguinte é a dos sedimentadores, formada por egressos dos cursos de mestrado e
doutorado em comunicação ou áreas conexas. Esses pesquisadores, em pleno amadurecimento
científico, desenvolveram seus estudos sobre objetos imersos na indústria cultural. São líderes
acadêmicos de universidades locais, como Antonio Hohlfeldt, Pedrinho Guareschi, Sérgio Caparelli e
outros.
Na geração dos continuadores temos nomes como Francisco Rudiger, Daniel Herz e Juremir
Machado da Silva, que em 1997 despontavam no cenário gaúcho das pesquisas comunicacionais.
4 . GRUPO DE BAURU
A proposta inicial do GB tem diferenças e semelhanças em relação a esses grupos
comunicacionais. A diferença mais marcante talvez seja sua origem, pois ele nasce por iniciativa dos
alunos do curso de pós-graduação, e não dos docentes, como nos casos anteriores. Embora alguns
integrantes já exerçam a docência em outras instituições de ensino superior dos Estados de São
Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, a motivação para a criação do grupo centralizou-se na
Universidade Estadual Paulista de Bauru.
O GB surge com a proposta de ser aberto a pesquisadores ligados à Unesp, sejam eles
doutores e docentes da pós e da graduação, mestres, mestrandos e alunos da graduação envolvidos
com a iniciação científica. Fomentar a pesquisa, centralizar toda a produção do curso de
comunicação social da Unesp de Bauru e integrar os pesquisadores são as principais metas do
grupo.
Para concretizá-las, faz-se necessário organizar a produção e garantir espaço para a
publicação periódica de artigos, estudos, resenhas, ensaios, dissertações e teses. Nas primeiras
reuniões do subgrupo, surgiu a idéia de gerenciar a comunicação e o conhecimento através de um
site próprio do GB. Mas a publicação eletrônica (ainda) não elimina a necessidade de um canal
impresso para a divulgação da produção científica.
4.1 Objetivos
A seguir os principais objetivos a serem buscados pelo Grupo de Bauru:
• O contato entre os pesquisadores
• Orientação e auxílio de pesquisas (individuais e em grupos)
• Volume de produção científica para a publicação
• Apresentação de trabalhos em eventos científicos
•
Intercâmbio com outros grupos
•
Referência sobre estudos midiáticos no interior paulista
5. GESTÃO DA INFORMAÇÃO
Com base na contextualização da Sociedade do Conhecimento e nas necessidades
organizacionais do Grupo de Bauru, é imprescindível elaborar uma política estratégica de gestão de
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informação e da comunicação. Os caminhos a percorrer são extensos. Mesmo que o GB siga o
modelo informal de São Bernardo, não deixará de ser uma organização, com uma missão definida e
metas a serem cumpridas.
O primeiro passo é a identificação do próprio grupo. Quem são os integrantes? Quais as
atribuições de cada um? Qual o perfil do GB? Será fundamental a criação de um cadastro de todos os
membros para facilitar a circulação de informações. Como boa parte dos pesquisadores não mora em
Bauru, o correio eletrônico será uma ferramenta básica de comunicação.
A gestão da comunicação levará em conta não apenas a circulação interna de informações,
mas também o contato do grupo com o público externo. Por se tratar de uma organização que
envolve a produção de conhecimentos, torna-se essencial garantir uma política adequada de difusão
das pesquisas comunicacionais para que a produção científica não pereça nas prateleiras e nas
gavetas da universidade. Essa disseminação tem sido feita com excelência pelo Grupo de São
Bernardo.
Também vai depender dessa política de gestão da informação e da comunicação do Grupo
de Bauru o sucesso do intercâmbio com outros grupos comunicacionais. Embrionário, o GB terá que
se fazer ouvir e precisará se tornar conhecido para atrair o interesse das outras organizações com as
quais pretende se relacionar. Mais uma vez as tecnologias da informação serão de utilidade ímpar
para garantir essa troca de experiências, já que os pesquisadores ligados à Unesp/Bauru têm a
intenção de expandir os contatos com outros grupos do país, da América Latina e de outros
continentes.
5.1 Tecnologias da informação
O Grupo de Bauru tem como estratégia de atuação o uso das tecnologias de informação.
Correio eletrônico, internet, intranet, videoconferências, CD-ROMs, softwares, hardwares, telefonia
celular... todos os aparatos disponibilizados pela universidade e pelos próprios pesquisadores serão
utilizados para que se cumpram os objetivos do GB.
Um dos canais de comunicação já implantado há cerca de um mês é um e-mail participativo
denominado [email protected], onde todos os atuais integrantes já estão matriculados.
Ao se enviar uma mensagem para este correio eletrônico, automaticamente todos recebem a
mensagem simultaneamente. Está em fase de projeto um site que possibilitará o diálogo, interação e
intercâmbio entre os pesquisadores e estudantes do Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Midiática da Unesp de Bauru e de outros grupos de discussão e de pesquisa dentro e fora do Brasil.
Esse canal de comunicação permitirá um contato dinâmico entre os pesquisadores e
possibilitará a divulgação e o acompanhamento dos estudos desenvolvidos pelos integrantes do
grupo, como a publicação periódica de artigos, estudos, resenhas, monografias, ensaios,
dissertações e teses. A página deve explorar várias ferramentas inauguradas pelas novas
tecnologias, como a interatividade, capacidade de armazenamento, velocidade de transmissão e a
conjugação de texto, imagem e som numa só estrutura.
Além da centralização e divulgação de produções acadêmicas do curso de comunicação
social da Unesp de Bauru, o site terá links voltados para a prestação de serviços e de caráter
interativo, como fóruns e chats. O objetivo é fomentar a discussão sobre temas do universo da
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comunicação social, aproveitando-se das possibilidades interativas que distingue a internet das
mídias tradicionais. “A tecnologia da Internet permite uma verdadeira comunicação bi-direccional,
utilizando o correio electrônico e os fóruns de discussão como meios de interligação na comunicação
de massas ou na comunicação interpessoal em pequena escala.” (KOPPER, apud BARBOSA, 2001)
5.1.1 Seções propostas para a homepage
•
Destaques –
Este será o espaço jornalístico do site, que terá um caráter dinâmico,
contando com atualização contínua dos dados. O objetivo é informar o usuário sobre os temas
diversos de destaque da semana, como a realização de encontros de comunicação, publicação de
livros, visita de pesquisadores etc. A seção trará notícias de “última hora” na área da comunicação
social.
• Discussão da semana –
O Grupo de Bauru definirá todas as semanas assuntos que
estarão na página inicial do site. O objetivo é divulgar o conteúdo de pesquisas que estão sendo
desenvolvidas e fomentar a produção de conhecimento, abrindo espaço para fóruns de discussão
online.
• Enquete – Outro canal interativo dentro do site, a enquete colocará em votação assuntos
polêmicos, como a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. O objetivo
dessas sondagens de opinião é auscultar o que os pesquisadores, estudantes e comunicadores
pensam sobre diversos temas.
• Eventos – Esse será um link de prestação de serviços. No espaço, constarão datas e
locais de congressos, cursos, seminários, ou seja, uma espécie de agenda eletrônica do meio
acadêmico.
• Biblioteca online – Tomando como exemplo a iniciativa da Biblioteca Online de Ciências
da Comunicação (Bocc), da Universidade da Beira Interior, de Portugal,
o Grupo de Bauru vai
viabilizar por meio do site uma espécie de banco de dados na área de comunicação, abrindo aos
pesquisadores a possibilidade de publicar na íntegra suas monografias, dissertações e teses,
centralizando toda a produção do curso de Comunicação Social da Unesp de Bauru.
• Sugestões de leitura – Espaço destinado para referências bibliográficas, subdivido por
temas. As obras virão acompanhadas de resumos, que devem trazer ao leitor os aspectos mais
importantes dos textos. O objetivo é criar um canal para indicações de livros, dentro de cada área de
pesquisa.
• Links – Nesta seção serão disponibilizados links de sites de instituições que possuem
algum vínculo com o Grupo de Bauru, como é o caso da Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação (Faac/Unesp), além de páginas de interesse que têm a comunicação midiática como
tema central.
• Chats – Sala de bate-papo disponibilizada aos usuários da página.
O site também contará com as seções Fale conosco, para o envio de e-mails aos integrantes
do grupo e administradores de conteúdo; Quem somos, com uma breve apresentação da história e
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objetivos do GB; e Cadastre-se, para o registro de dados dos usuários da página. O link Galeria de
Fotos trará imagens de eventos, festas, defesas de dissertações e outros momentos de interação
entre os pesquisadores. Com o desenvolvimento dos trabalhos, outros links e serviços devem ser
incorporados ao site, cuja responsabilidade de atualização será dos próprios integrantes do GB.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na sociedade contemporânea, a gestão da informação e da comunicação faz-se necessária
em qualquer organização, seja pública, privada, formal ou informal. Com um planejamento adequado,
ganha-se tempo, precisão e credibilidade, quesitos bastante valorizados em todos os setores.
Já foi colocado que hoje não basta fazer a informação circular de forma eficaz. A
comunicação precisa se efetivar e resultar na produção de conhecimento. Se esse pré-requisito é
essencial em qualquer setor, ele torna-se obrigatório em uma organização que tem como objeto a
produção científica. E mais: precisa ser adotado de forma exemplar porque essa produção é na área
comunicacional. Se não conseguirmos suprir nossas próprias necessidades comunicacionais, fica
comprometido o suporte que as ciências da comunicação podem oferecer a todos os demais setores
sociais, a todas as outras áreas de conhecimento.
A gestão da informação e do conhecimento no Grupo de Bauru ganha uma dupla finalidade:
será uma importante ferramenta de trabalho e um interessante campo de investigação. Os próprios
integrantes do GB vão continuar se dedicando a essa linha de pesquisa, uma das três oferecidas pelo
Programa de Mestrado na área de Comunicação Midiática. As outras duas são Cultura Midiática e
Sociedade e Gêneros, Formatos e Produção de Sentido.
Para concluir, lembramos que o Grupo Comunicacional de Bauru está em fase de
implantação. Nossa intenção é que esse projeto se concretize e que o GB se torne uma importante
fonte de fomento à pesquisa. O comprometimento de cada integrante será fundamental para
alcançarmos essa diretriz. E a gestão da informação e da comunicação um instrumento indispensável
para a disseminação do conhecimento.
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