OFICINA DE REDAÇÃO- 2ºS ANOS.
PROPOSTA DE NOVEMBRO DE 2015
Bandido bom é bandido morto?
É ponto pacífico que a violência está presente na realidade brasileira, seja nas
grandes cidades, seja nos pequenos municípios do interior. A criminalidade é enorme e
o Brasil foi considerado o décimo primeiro país mais inseguro do mundo, segundo a
ONG norte-americana Social Progress Alternative (dados de 2014). Contudo, a
violência não ocorre apenas da parte dos bandidos, mas igualmente por parte das
polícias. São frequentes nos meios de comunicação as notícias sobre ações violentas
de policiais. Recentemente o Instituto Datafolha conduziu uma pesquisa que mostra
que 50% da população das grandes cidades brasileiras concordam com a frase
"bandido bom é bandido morto", o que revela que metade dessa população, de certa
forma, aprova a violência por parte dos agentes da lei. O que você pensa disso?
Concorda ou não com essa frase? Por quê? Redija uma dissertação apresentando
argumentos para justificar o seu ponto de vista.
ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:
Cena do filme "Tropa de Elite", que foi um dos maiores sucessos do cinema brasileiro
contemporâneo, e põe em foco a violência em nossa sociedade.
A pesquisa
Segundo
pesquisa
Datafolha,
encomendada pelo Fórum Brasileiro
de Segurança Pública, ONG que
reúne especialistas em violência
urbana do país, metade da população
das grandes cidades brasileiras
acredita que "bandido bom é bandido
morto". As informações são do
jornal Folha de S.Paulo. O instituto
ouviu 1.307 pessoas em 84 cidades
com mais de 100 mil habitantes. Para
a pergunta se bandido bom é bandido
morto, 50% disseram concordar, 45%
discordaram e o restante não soube
responder ou não concorda nem
discorda. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, há
empate técnico, e a pesquisa indica a sociedade dividida.
[BOL Notícias/Datafolha]
Violência contra violência
A alta letalidade policial no Brasil ainda é pequena na opinião do deputado federal Jair
Bolsonaro (PP-RJ). Em vídeo postado pelo seu filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro
(PSC-SP), o parlamentar fluminense afirmou que “violência se combate com violência”, e não com
bandeiras de direitos humanos, como as defendidas pela Anistia Internacional. Questionado sobre
um levantamento da organização que mostrou que a polícia brasileira é a que mais mata no
mundo, Bolsonaro se irritou e disse que ainda é pouco diante da criminalidade que impera no
país. “Eu acho que essa Polícia Militar do Brasil tinha que matar é mais. Quase metade dessas
mortes são em combate, em missão. Então, a Anistia Internacional está na contramão do que
realmente precisa a segurança pública do nosso país”, afirmou o parlamentar do PP.
[Revista Exame]
Tolerância da sociedade
"A tolerância da sociedade a uma polícia violenta contribui para a criação de um terreno fértil
para o surgimento de grupos de extermínio (integrados por policiais)", afirmou a pesquisadora
Camila Nunes Dias, da Universidade Federal do ABC e associada ao Núcleo de Estudos da
Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP). Segundo ela, um dos reflexos dessa posição
da sociedade é que jurados em tribunais civis tendem a absolver muito mais policiais acusados de
homicídio do que a própria Justiça Militar. Outro fator que mostra essa tendência é o fato de que
cada vez mais políticos vêm sendo eleitos com discursos baseados em ações robustas da polícia
para o combate à violência.
[BBC Brasil]
Sem ordem nem lei
A ausência de respeito ao modelo de “ordem sob a lei” tem se perpetuado dentro da estrutura
policial brasileira por razões diversas – como a falência dos modelos policiais, o descrédito nas
instituições do sistema de justiça e segurança, a impunidade – mas principalmente por uma certa
tolerância da própria sociedade com esse tipo de prática. Analisando o problema do ponto de vista
sociopolítico veremos que a violência policial tem raízes culturais muito antigas (desde a
implantação do regime colonial e da ordem escravocrata), e que estas têm uma relação
diretamente proporcional à ineficiência do Estado de punir, na maioria dos casos, as práticas
criminosas dos agentes de segurança.
É difícil admitir, mas existe uma demanda dentro da sociedade para a prática da violência
policial. É esta violência que serve à sociedade dentro de diversos aspectos e circunstâncias, mas
especialmente no tocante à solução dos crimes contra o patrimônio e na repressão às classes
perigosas. Por isso mesmo, a dificuldade do Estado no âmbito da segurança pública, no final do
século XX, continua sendo o controle da violência legítima, do qual decorreria consequentemente
a extinção do uso ilegítimo da força por parte dos organismos policiais.
[dh.net.org.br]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativo-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Entrega dia 23/11
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