ano 5 - número 24 - Setembro/Outubro 2013
Desapropriações da Cemig
no Vale do Mutuca
“A Cemig está sim, com um projeto de reforma, repotencialização
e modernização da rede de transmissão de energia que passa pelo
vale do Mutuca. Portanto, tendo em vista a possibilidade da rede
de energia passar por algum terreno particular, a empresa já está
em contato com os proprietários desses terrenos, e o entendimento
está sendo tratado caso a caso com cada um deles.”
Há alguns meses, moradores
do vale do Mutuca e do bosque do
Jambreiro foram informados, extra oficialmente, que a Companhia
Energética de Minas Gerais - Cemig
está implantando um projeto de desapropriação de áreas de terrenos que
estão sob suas redes de alta tensão,
sendo que algumas dessas desapropriações atingirão diretamente casas
de moradores desses condomínios.
Buscando obter mais informações a respeito do assunto para esclarecer os moradores sobre a real
situação, a Promutuca solicitou
à Cemig uma entrevista com algum dos responsáveis pelo projeto.
Infelizmente, nenhum especialista
foi indicado, mas a assessoria de
comunicação nos enviou a resposta que publicamos, na íntegra, no
início desta matéria.
24
FEAM busca apoio
da Promutuca
para projeto de
“Reconversão de
territórios”
A Promutuca recebeu, no dia
24 de maio, a visita de Sabrina
Accioly, analista ambiental da
Fundação Estadual do Meio
Ambiente (FEAM), que quer contar com o apoio da ONG para o
desenvolvimento de seu projeto
“Reconversão de territórios”. A
entidade busca aprimorar a política de reabilitação de áreas degradadas pela mineração no estado.
O presidente da Promutuca,
Flávio Krollmann, salienta que
a ONG tem o maior interesse em
acompanhar essa questão, visto
que atua em uma região limítrofe
de áreas ocupadas pela mineração, sobretudo em locais que estão em fase de término de produção. “Queremos discutir o futuro
dessas áreas, bem como a revitalização das mesmas”, assinala.
Animais da fauna silvestre
são vistos com frequência na região
A presença de animais de médio e grande portes, como onça parda, jaguatirica e lobo, é verificada
há bastante tempo pelos moradores
dos condomínios do vale do Mutuca.
Recentemente, um grupo de onças circulou pelas proximidades da entrada
do Condomínio Estância Serrana e um
lobo foi filmado por um morador, em
junho último. “A expansão da malha
urbana para o Vetor Sul suscita o avistamento desses animais e justifica a
criação de um corredor ecológico para
protegê-los”, salienta Junio Augusto
dos Santos Silva, responsável pelo
Núcleo de Fauna Silvestre do Ibama
de Minas Gerais.
A Promutuca comunicou o avistamento recente desses animais ao
Ibama, que ficou de instalar arma-
dilhas fotográficas para confirmar a
presença deles. Elas são dotadas de
sensores que fotografam e filmam os
animais que passam nas suas proximidades. Segundo Junio, esses registros são importantes para o controle
da fauna silvestre e servem também
como documentos para serem anexados em processos como o que está
sendo elaborado com o apoio da
Promutuca, para se criar o corredor
ecológico unindo as bacias dos rios
Paraopeba e Velhas.
São necessários alguns cuidados
ao se avistar esses animais. No caso da
onça parda, Junio ensina que o ideal é
fazer bastante barulho para que o animal ache que a pessoa é maior do que
ela. Nunca se deve tentar aproximar-se deles nem lhe dar as costas. Caso
o animal esteja nas proximidades de
casa, como ocorreu com uma jaguatirica que, em 2008, invadiu o galinheiro de uma residência no Condomínio
Serra Del Rey, deve-se chamar a
Polícia Militar Ambiental ou os bombeiros para efetuar a captura. “Isso
evita acidentes e preserva a saúde desses
animais”, salienta o técnico do Ibama.
I N F O R M AT I V O
PROMUTUCA
CONSELHO DELIBERATIVO
Cristiano M. Nascimento/Vila d’El Rey
Elpídio Cosenza Arruda/Vila d’El Rey
Fernando Ernesto/Vila d’El Rey
Gisele Kimura/Vila do Conde (Presidente)
João Batista Pacheco A. de Carvalho/Vila Castela
José Alfredo Baracho/Vila d’El Rey
Júlio César Dutra Grillo/Vila d’El Rey
Maria do Carmo/Vila Castela
Nanci Silva/Vila d’El Rey
CONSELHO FISCAL
Ayrton Rocha/Village Terrasse
Eugênia Lage/Vila Campestre
Marcelo de Araújo Castro/Bosque da Ribeira
SUPLENTE
Clarice Prates/Villa Alpina
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente
Flávio Krollmann/Villa Alpina
Secretária Geral
Denise Brandão Almeida/Vila d’El Rey
Diretora de Educação Ambiental
Maria Cristina Brugnara Veloso/Villa Alpina
Diretor Administrativo Financeiro
Matias Pinheiro de Castro Lopes/Bosque da Ribeira
SÍNDICOS DOS CONDOMÍNIOS ASSOCIADOS
Antônio Augusto de Lima Barbosa Mello/Vila Verde
Antônio Augusto G. Tavares/Estância d’El Rey
Alexander Bis Kupski/Village Terrasse
Eleonora Negromonte de Moura/Vila d’El Rey/anexo
Roberto Mauro Melo Lima/Estância Serrana
Antonio Augusto Lima Barbosa Mello/
Clube Campestre (Presidente)
Matias Pinheiro de Castro Lopes/Bosque da Ribeira
Fernando Luiz Dantas/Vila d’El Rey
Murilo Guimarães de Oliveira/Vila do Conde
Rogério Schubert/Villa Alpina
Sérgio Nahas/Vila Campestre
José Carlos Ribeiro/Vila Castela
INFORMATIVO
Projeto gráfico e editoração - Totem Comunicação
Redação - Letra A Comunicação
(Jornalistas responsáveis: Eduardo Franco/MG 03730
JP e Vânia Queiroz/MTB 3.727/MG)
Revisão - Verônica Alves
Tiragem - 1300 exemplares
Impressão - Rona Editora
Associação para Proteção Ambiental do
Vale do Mutuca - Promutuca
Rua dos Bem-te-vis, 300 - Condomínio Vila Alpina
Nova Lima/MG - CEP: 34000-000
CNPJ: 65.139.958/0001-03
Fone: (31) 3581-1166 / (31) 8494-8098
Email: [email protected]
Site: www.promutuca.org.br
Selo FSC
Presença do lobo-guará foi registrada
5
Área de soltura aumenta população
de pássaros no vale do Mutuca
6
Os moradores do vale do Mutuca têm o
privilégio de acordar com o canto e apreciar
uma grande variedade de pássaros que, em
número expressivo, povoam o local. Isso
porque, há cerca de dois anos, o Condomínio
Estância Serrana obteve um certificado do
IBAMA para servir como área de soltura de
pássaros e animais apreendidos pela fiscalização. “Como temos uma área de mais de
200 hectares, onde já havia uma grande variedade de pássaros, aves e animais, fizemos
um pedido ao IBAMA que, após um longo e
minucioso estudo, efetuou o cadastramento
respectivo”, relata o morador e ex-síndico,
Manoel Augusto Caillaux.
Grande parte dos 106 moradores abraçou a ideia e participou do plantio de uma
grande variedade de árvores frutíferas típicas da mata Atlântica, como palmeiras
jussara e jerivá, várias espécies de araçás,
guabiroba verde, grumixama, bacupari e
pitomba. “Com isso, aumentamos a oferta
de alimentos para toda a fauna, inclusive, os
pássaros que são soltos”, comenta Caillaux.
O Centro de Triagem de Animais
Silvestres (CETAS) do IBAMA separa os
pássaros que estão em perfeito estado de
saúde e faz a soltura na área do Estância
Serrana. Conforme Caillaux, os moradores
relatam o aumento do número de pássaros
no condomínio, notadamente em suas matas. Existem no vale do Mutuca vários pássaros como, por exemplo, saíras de várias
espécies, tucanos, sabiás, canários-da-terra,
coleiros, sanhaços, tangarás-dançarinos e
guaxos. “Estamos contribuindo para proteger essas espécies e ainda somos recompensados com a beleza do canto e da plumagem
desses passarinhos”, assinala o morador,
com emoção.
COLUNA DO SÍNDICO
Vila Verde: a preservação
como compromisso
O administrador de empresas Antônio
Augusto de Lima Barbosa Mello, casado e
pai de dois filhos, é síndico do Condomínio
Vila Verde há dois anos. A possibilidade de
conviver com a natureza e a proximidade
do local com o Clube Campestre de Belo
Horizonte, do qual é presidente, foram as
principais razões que levaram o administrador de empresas a escolher o Vila Verde
para morar, há 14 anos.
Na opinião do síndico, o condomínio
tem como diferencial o número reduzido
de moradores. Além disso, por estar localizado entre o bosque da Ribeira e o Clube
Campestre, também não é local de passagem para outros condomínios. “O lugar é
arborizado, silencioso e possui uma fauna riquíssima. Desde quando comecei a
construção da minha casa, há 17 anos, tenho o hábito de alimentar os passarinhos.
Também tenho o privilégio de conviver
com animais como pacas, micos e quatis”,
afirma Antônio Augusto.
Para ele, o condomínio não apresenta
grandes desafios. Como síndico, seu papel
tem sido, principalmente, cuidar da preservação do meio ambiente. Embora não participe diretamente de nenhuma associação
ou movimento ambiental, Antônio Augusto
diz que, por meio do Clube Campestre, estabelece parcerias importantes com diversas instituições. Entre estas parcerias, ele
ressalta a Promutuca, cujo trabalho considera “essencial porque possibilita visibilidade aos interesses comuns entre os moradores do vale”.
Ano 5
Número 24
Set/Out | 2013
24
Associação para Proteção Ambiental do Vale do Mutuca
Editorial
INFORMATIVO
CORREDOR ECOLÓGICO GANHA
FORÇA, MAS AUMENTA A
PRESSÃO CONTRA A SUA
REGULAMENTAÇÃO
Atualmente, ao sul da Região Metropolitana
de Belo Horizonte, a única conexão física entre as
bacias do rio Paraopeba e do rio das Velhas, em um
raio de aproximadamente 40 quilômetros, fica no
limite entre os municípios de Brumadinho, Nova
Lima e Belo Horizonte, no vale do ribeirão do
Mutuca.
O projeto da Promutuca para a criação de um
corredor ecológico ligando o ecossistema do rio
Paraopeba ao ecossistema do rio das Velhas, no
município de Nova Lima (MG), está mais perto de
se tornar realidade.
Depois de realizar estudos que comprovaram a
sua viabilidade e demarcaram sua área, nos meses
de janeiro e fevereiro de 2013, a Promutuca preparou a documentação necessária para embasar o
projeto de lei de criação do Corredor Ecológico do
Vale do Mutuca.
Os documentos já foram entregues à Presidente
da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos
Vereadores, Ângela Lima, que está preparando o
texto da lei complementar, conforme exigência do
atual Plano Diretor de Nova Lima, em seu artigo
50, para a regulamentação da nova reserva.
Outra conquista importante foi que a
Conferência da Cidade de Nova Lima, realizada no
último mês de maio, com a participação expressiva
de representantes da Promutuca, votou e aprovou,
como pressuposto para a revisão do atual Plano
Diretor, a regulamentação dos corredores ecológicos do município.
Paralelamente, a Ação Civil Pública que o
Ministério Público de Minas Gerais está movendo
contra o Estado em relação ao zoneamento da Área
de Proteção Ambiental (APA) Sul condenou o réu
a implantar, no prazo de 12 meses, os programas
de gestão, conservação e preservação dos atributos
naturais e culturais da área, previstos no Plano de
Manejo, entre os quais, a criação de corredores ecológicos, interligando as diversas unidades de conservação federais, estaduais e municipais.
Os ganhos a serem obtidos com o Corredor
Ecológico do Vale do Mutuca serão imensos. Por
meio da faixa de mata em torno do ribeirão do
Mutuca será possível ligar importantes remanescentes florestais, permitindo o deslocamento de
animais como onças, lobos, raposas, micos e pássaros de diversas espécies que, comprovadamente,
circulam pelo vale.
Defender o pouco que restou do ecossistema
da RMBH é, antes de tudo, um dever ético, diante da dívida ambiental acumulada com a natureza
e as espécies vivas da região. Mas também é uma
forma de garantir a continuidade da disponibilidade de água limpa e de qualidade para os habitantes
urbanos.
Infelizmente, a pressão por parte dos interesses
imobiliários para que os corredores ecológicos não
sejam formalizados sempre foi, e continua sendo,
muito grande. Por isso, torna-se imprescindível o
apoio e a participação da sociedade para fortalecer
o projeto do Corredor Ecológico e, assim, garantir
a conservação dessa pequena parte do ecossistema
que ainda se mantém viva, dando esperança de uma
convivência harmoniosa entre o ser humano e as
demais espécies da natureza.
Os corredores ecológicos da região serão tema
de um seminário a ser promovido no mês de setembro pelo Comitê da Bacia do Rio das Velhas.
Você, caro leitor, está convidado a participar.
Será um momento importante para mostrar a nossa
força e a nossa união para manter viva a esperança de pessoas e de entidades, como a Associação
Promutuca, que defendem o desenvolvimento com
sustentabilidade.
Julio Grillo
Conselheiro da
Promutuca
Entrevista
2 e3
Secretário de
Meio Ambiente de Nova
Lima defende criação de
corredores ecológicos.
MUDANÇAS
CLIMÁTICAS
4
Região
Metropolitana
tem grande elevação de
temperatura em virtude
da redução de áreas
verdes e emissão de CO2.
6
pássaros no vale
Área de soltura
certificada
pelo Ibama
faz aumentar
população de pássaros no
vale do Mutuca.
INFORMATIVO
ENTREVISTA
Roberto Messias Franco, Secretário Municipal de Meio Ambiente de Nova Lima
“A preocupação de formar os corredores ecológicos é a de ter uma área preservada e que
tudo possa ser interligado, para que haja movimentação de todas as formas de vida.”
A importância dos corredores ecológicos é reconhecida pelo secretário municipal de Meio Ambiente de Nova Lima, Roberto Messias
Franco. Ele ressalta que a criação deles protegerá nascentes, água,
vegetação e fauna.
Um dos esforços de Franco tem sido estreitar o contato com as
ONGs que defendem o desenvolvimento sustentável do município.
Ele fala ainda da reestruturação do Codema, da Conferência de
Meio Ambiente e dos monumentos naturais criados pela Prefeitura.
A Prefeitura de Nova Lima criou quatro monumentos naturais, atendendo
as reivindicações de ONGs e pessoas
que lutam pelo desenvolvimento sustentável do município. Qual o objetivo
dessa medida?
Fizemos a criação de quatro unidades
consideradas de proteção integral, que
são os monumentos naturais. Eles são
previstos e descritos na Lei Nacional
do Sistema de Meio Ambiente, e o
objetivo dessa medida é preservar
paisagens notáveis, consideradas patrimônio ambiental. No caso desses
quatro monumentos, é porque entendemos que a partir de uma solicitação
por parte de movimentos sociais para
a serra do Souza, o prefeito resolveu
ampliar e incluir também o morro do
Elefante, o morro do Pires e a serra
da Calçada.
Com esse ato, a Prefeitura de Nova
Lima procura preservar esses monumentos da especulação imobiliária que
tanto ameaça o município?
Sim. Se há alguns lugares como esses com paisagens notáveis e eles
estiverem protegidos é um pouco a
2
ideia que se passa de que o território
tem que ser ocupado racionalmente. Haverá lugares onde serão construídas casas, edifícios, complexos
industriais ou de serviços, mas tem
outros lugares que queremos que
não se construa para ficarem como
a vista coletiva da população. Esse
foi o espírito que o prefeito Cássio
Magnani quis dar a essa criação
dos monumentos.
A 1ª Conferência Municipal de Meio
Ambiente, realizada no dia 6 de julho,
em Nova Lima, e que vai se realizar em
âmbito federal em outubro próximo,
teve como tema central os resíduos sólidos. Esse parece ser um problema sério
do município.
Em todas as cidades, praticamente. O
Ministério do Meio Ambiente convocando a Conferência sobre esse tema
foi muito feliz, pois está presente em
todas as cidades e é muito oportuno
para nós, em Nova Lima. O primeiro
valor que a gente tem dessa conferência é ter presente que toda a ação de
coleta de lixo e sua destinação é um
problema basicamente ambiental. O
lixeiro não é alguém que passa, leva
o lixo para longe e nós não temos
nada a ver com isso. Não. Muitas
vezes, mais do que ter a engenharia
do processo de coleta e destinação
de lixo, é preciso educar as pessoas
a produzirem menos lixo e destiná-lo
corretamente.
Há uma área que fica depois dos condomínios, chegando a Macacos e ao
Jardim Petrópolis, utilizada para trilha e
prática de esporte, que pode ser alvo da
especulação imobiliária. Existe algum
projeto de preservação dela?
Temos uma coisa importante que
deve ser feita e da qual estão partindo
as primeiras discussões, ouvindo as
manifestações de alguns grupos, que
é a questão dos corredores ecológicos
de Nova Lima. É nesse contexto que
temos que ver quais são as áreas que
merecem ter mais atenção para serem
preservadas. Nova Lima tem hoje,
entre as áreas ocupadas, se olharmos
no mapa, um pouco mais de 60% do
território municipal que ainda está
como área verde. Ou seja, que é vegetação natural ou no máximo uma
pastagem natural que foi roçada, mas
temos uma área verde ainda grande.
Quais dessas áreas podem ser usadas
e quais devem ser preservadas? As
que devem ser preservadas temos o
princípio do corredor ecológico, também descrito na legislação de áreas
para conservação. A preocupação de
formar os corredores ecológicos é a
de ter uma área preservada e que tudo
possa ser interligado, para que haja
movimentação de todas as formas de
vida. É nesse contexto que vamos lidar
com todas as áreas de Nova Lima.
Animais de médio e grande porte, como
onças e lobos, têm sido vistos na região
do Vale do Mutuca. Os corredores ecológicos seriam também uma forma de proteger a fauna e flora da região?
Claro. Nos corredores ecológicos há
três eixos fundamentais que justificam
a sua criação. Primeiro, proteger as
nascentes e as águas, porque se você
não fizer isso não haverá o básico da
vida. Aí temos uma interação grande dos corredores ecológicos com o
tipo de esgoto que pode ser lançado.
Segundo ponto são os corredores de
vegetação, porque no caso da Mata
Atlântica, por exemplo, em vez de ter
fragmentos espalhados, os trechos se
comunicam para que as espécies vegetais possam se frutificar e se multiplicar. E o terceiro eixo é a fauna que,
da mesma forma é beneficiada com a
ligação das reservas ecológicas através
desses corredores.
Uma área que é motivo de preocupação para os moradores dos condomínios
do vale do Mutuca é a que é conhecida
como Anexo do Vila Del Rey, do qual já
foi visto até um projeto de empreendimento imobiliário. A Secretaria de Meio
Ambiente tem monitorado isso?
Os projetos que chegam à Secretaria
de Meio Ambiente para aprovação, o
espírito que olhamos é sempre esse:
existem áreas no município que serão
utilizadas, mas todas aquelas que têm
uma função ecológica e são importantes para o equilíbrio ambiental, nós
colocamos as restrições que são necessárias. Isso evita a fragmentação que
prejudica os corredores ecológicos.
Na gestão municipal anterior havia algumas críticas em relação ao funcionamento do Codema. Que mudanças serão
feitas para corrigir esses problemas?
O Codema já é paritário entre membros da sociedade e do governo. O que
estamos fazendo, em primeiro lugar,
é qualificar as reuniões e as deliberações, o papel do Codema. O prefeito é
muito enfático nisso, no sentido de que
o Conselho mantenha seu poder deliberativo, seja cada vez mais participativo e que possa tratar dos temas mais
relevantes. Não é à toa que estamos levando para o Codema questões como
a realização da Conferência Municipal
de Meio Ambiente, a aprovação dos
planos diretores para as unidades de
conservação, o acompanhamento do
plano municipal de saneamento.
24
Mudanças climáticas: 2015, o ano da esperança!
Curso básico de
combate a
incêndios florestais
A fim de preparar os vigilantes,
porteiros e outros funcionários dos
condomínios para que tomem as primeiras medidas para o combate a incêndios florestais até que os bombeiros ou brigadistas cheguem ao local, a
Promutuca promoveu um curso básico,
teórico e prático, nos dias 24 e 25 de
julho, no Condomínio Villa Alpina.
Um instrutor especializado ministrou
o curso para duas turmas, com 15
pessoas cada uma, que trabalham nos
condomínios Villa Alpina, Bosque da
Ribeira, Vila Del Rey e Village Terraz.
A Promutuca também elaborou
um plano básico de combate a incêndios florestais, com orientações sobre
as primeiras providências a serem tomadas, e os números de telefones do
Corpo de Bombeiros, equipes de brigadistas da Vale no vale do Mutuca e
outros. Esse material será oferecido
aos condomínios, para que seja afixado nas portarias. Os interessados
podem ligar para a Promutuca, no
telefone 31 3581-1166.
A temperatura do planeta subiu cerca de
0,7 graus nos últimos 100 anos, segundo o
Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas – IPCC. Considerando tratar-se
de um fenômeno mundial, há de se perguntar o que está acontecendo com o nosso planeta. Mais ainda, a situação é irreversível?
O que cada um de nós pode fazer diante desta
realidade?
O meteorologista Ruibran dos Reis,
mestre em Saneamento, Meio Ambiente e
Recursos Hídricos, professor da PUC Minas
e Diretor Regional da Climatempo-Minas,
explica que o aquecimento global está ocorrendo desde o início da Revolução Industrial,
em consequência do aumento de cerca de
40% na concentração de dióxido de carbono
(CO2) na atmosfera, que provoca o chamado
efeito estufa. Os principais gases responsáveis pela intensificação do efeito estufa são:
dióxido de carbono, óxido nitroso e metano.
Segundo o especialista, a situação é grave e a única solução é a diminuir a emissão
desses gases. “Infelizmente o Protocolo de
Quioto foi ratificado, mas não houve diminuição nas emissões. Estão ocorrendo reuniões para que se chegue a um novo tratado de
diminuição em 2015, com metas para 2050 e
2100. Se não ocorrer diminuição dos gases, o
planeta pode aquecer de 2 a 5 graus”, afirma.
Na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, que já foi considerada de clima
ideal para a saúde, e hoje sofre com grande
elevação da temperatura em algumas épocas
do ano, além do fenômeno global, o principal
problema é a diminuição das áreas verdes em
função da urbanização.
Se não houver mudanças significativas na forma de administrar as cidades e,
sobretudo, de tratar o Planeta, as consequências serão desastrosas. “O IPCC está prevendo o aumento de fenômenos catastrófi-
cos: furacões, tornados, intensificação das
secas e aumento do nível do mar”, afirma
o especialista, lembrando que em Minas
Gerais já se observa um aumento de temporais, chuvas de granizos, fortes rajadas de
ventos e intensificação da seca nas regiões
norte e nordeste.
Ruibran dos Reis confirma elevação de temperatura na RMBH
2ª Feira de Adoção de
Animais no Villa Alpina
A 2ª Feira de Adoção de Cães e Gatos
foi realizada, no dia 6 de julho, na entrada do Condomínio Villa Alpina. A promoção foi da ONG Cão Viver, com apoio da
Promutuca. A moradora Germana Moro
Chaves, integrante da Cão Viver, explica
que o objetivo é possibilitar aos moradores adotarem cães e gatos sem raça defi-
Como tem sido o relacionamento da
Secretaria de Meio Ambiente com as
ONGs que trabalham há várias décadas
em defesa do desenvolvimento sustentável de Nova Lima?
Pretendo estreitar cada vez mais essa
relação para as melhores contribuições.
No meu entendimento, Nova Lima tem
entre os seus capitais, seja ele natural
ou cultural, entre outros, um capital
intelectual grande de pessoas que têm
um grande percepção da importância
do espaço em que habitam. E, no caso,
a Promutuca e toda a região sabem disso e têm uma contribuição grande para
dar nesse processo.
ano 5 - número 24 - Setembro/Outubro 2013
Participantes recebem aulas práticas
Animais recebem o carinho de moradores, que procuram conhecê-los antes de fazer sua escolha
3
4
nida, que foram acolhidos e tratados pela
ONG. Todos são vermifugados e vacinados, sendo entregues aos moradores em
ótimo estado de saúde. Dessa vez, três cães
e um gato foram adotados na feira. “Esses
animais foram reintegrados a um lar,
dando alegria e carinho aos moradores”,
salienta Germana.
Download

INFORMATIVO - Nova Lima