Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
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Índice Geral
Objectivo do Relatório de Inflação
O Relatório de Inflação é uma publicação trimestral do Banco Nacional de Angola que
tem como principais objectivos avaliar a inter-relação entre as variáveis do Sector Real,
Fiscal, Monetário e Externo, analisar o comportamento do Índice Geral de Preços, bem
como disponibilizar informação aos agentes económicos, instituições académicas e outros
operadores da Economia Nacional. O documento constitui um meio de comunicação sobre
a conjuntura económica nacional e internacional e sobre a fundamentação das decisões de
política monetária do BNA.
Esta edição examina o II trimestre de 2014 e é constituída por sete capítulos: Economia
Internacional, Relações com o Exterior, Estado da Economia Nacional, Inflação, Políticas
Macroeconómicas, Perspectivas e Previsão da Inflação.
Lista de Acrónimos..............................................................................................................................................6
Sumário Analítico................................................................................................................................................7
Economia Internacional............................................................................................................................13
Actividade Económica.....................................................................................................................................13
Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola e Mercados Monetários.....15
Mercado das Commodities............................................................................................................................19
Relações com o Exterior...........................................................................................................................25
Mercados Cambiais Internacionais..............................................................................................................25
Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados.................................................................................26
Comércio Externo e Reservas Internacionais..............................................................................................28
O Estado da Economia Nacional...........................................................................................................31
PIB.......................................................................................................................................................................31
Indicador de Clima Económico (I Trimestre de 2014).................................................................................33
Inflação............................................................................................................................................................37
Índice de Preços no Consumidor de Luanda...............................................................................................37
Desagregação do Índice de Preços no Consumidor por Categoria.........................................................40
Contribuição...................................................................................................................................................40
Índice de Preços no Grossista de Luanda....................................................................................................42
Índice de Preços no Consumidor – Outras Províncias...............................................................................43
Previsão da Inflação.........................................................................................................................................46
Políticas Macroeconómicas..................................................................................................................48
Política Fiscal.....................................................................................................................................................48
Receitas..............................................................................................................................................................48
Despesas...........................................................................................................................................................50
Saldos Fiscais e Financiamento.....................................................................................................................54
Política Monetária............................................................................................................................................56
Reservas Livres e Mercado Monetário Interbancário...............................................................................60
Base Monetária................................................................................................................................................63
Depósitos do Sistema Bancário....................................................................................................................65
Crédito à Economia..........................................................................................................................................68
Meios de Pagamento......................................................................................................................................73
Glossário.........................................................................................................................................................75
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
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Lista de Acrónimos
BCB – Banco Central do Brasil
BCE – Banco Central Europeu
BM – Banco Mundial
BNA – Banco Nacional de Angola
BoE – Banco de Inglaterra
BoJ – Banco do Japão
BoZ – Banco Central da Zâmbia
BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
EIA – Agência de Informação sobre Energia
EDEL – Empresa de Distribuição de Electricidade
FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
Fed – Reserva Federal Norte-americana
FMI – Fundo Monetário Internacional
GEP – Global Economic Prospects
MPDT – Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial
NRCSP – Novo Regime Cambial do Sector Petrolífero
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo
RBI – Banco Central da Índia
SACU – União Aduaneira da África Austral
SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
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Sumário Analítico
1. O presente relatório tem como objectivo analisar a evolução dos principais indicadores macroeconómicos
da economia angolana em particular e da economia internacional em geral, que poderão ter influenciado a
variação do nível geral de preços de Luanda. O documento inclui a análise:
(i) Do contexto económico internacional, com especial ênfase para os fundamentos que podem influenciar a
trajectória do preço do petróleo e das commodities alimentares, que assumem um papel importante dado o
elevado grau de dependência quer das exportações de petróleo, quer das importações de bens, decorrente dos
níveis insuficientes de produção interna para satisfazer a procura;
(ii) Da economia nacional, particularmente dos sectores real, fiscal, externo e monetário.
2. A nível internacional, as últimas estimativas confirmam que a tendência de recuperação iniciada em 2013
poderá fortalecer-se nos próximos dois anos. Ainda assim, várias instituições internacionais reviram em baixa
o crescimento económico mundial para 2014 devido, fundamentalmente, a factores considerados pontuais:
as condições climatéricas adversas nos EUA durante o Inverno, a turbulência nos mercados financeiros com
a introdução do tapering por parte da Reserva Federal Norte-americana (Fed) e a tensão na Crimeia. Estes
acontecimentos contagiaram as perspectivas e a confiança dos agentes económicos, fragilizando assim o rítimo
da actividade económica, que só deverá ganhar maior velocidade em 2015.
3. O Índice geral de preços das commodities registou um aumento face ao período anterior, influenciado pela
subida do índice de preços dos combustíveis (energia) que, por conseguinte, esteve associado à subida do
sub-índice de preços relativo ao petróleo. Em oposição, os índices correspondentes ao sector não-petrolífero,
nomeadamente o sub-índice de alimentos e bebidas e o sub-índice de inputs industriais, apresentaram uma
variação negativa.
8. Em relação à economia nacional, o clima económico manteve-se acima da média no I trimestre de 2014,
tendo registado uma aceleração ligeira comparativamente ao trimestre anterior. As últimas projecções do PIB,
provenientes do Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial para 2014, apontam para uma taxa
de crescimento de 4,4%, representando uma revisão em baixa em 3,8 p.p. relativamente à revisão anterior e
2,4 p.p. em relação a 2013. De acordo com a referida revisão, o PIB Não Petrolífero deverá crescer 8,2%, menos
2,7 p.p. que o projectado para 2013, enquanto o PIB Petrolífero deverá decrescer 3,5%, contra os -0,9% para
2013. Na base da diminuição das estimativas para 2014 esteve, maioritariamente, a quebra considerável no
crescimento do sector da Agricultura de 42,3% para 6,7%. No entanto, a desaceleração acentuada do sector
da Agricultura foi compensada em parte por acelerações nos sectores das Pescas e Derivados e Serviços
Mercantis.
9. A taxa de inflação teve uma evolução descendente no II trimestre de 2014, em relação ao período anterior,
passando de 1,76% para 1,71%, retratando uma variação em relação ao trimestre anterior de -0,05 p.p.. A
inflação homóloga tem evidenciado uma tendência descendente, tendo registado um abrandamento de 9,19%
para 6,89% entre o II trimestre de 2013 e o II trimestre de 2014. A desaceleração do IPC no II trimestre de
2014 face ao período homólogo de 2013 poderá estar relacionada com o decréscimo nos preços mundiais dos
bens alimentares e com a estabilidade da taxa de câmbio. Uma análise mais pormenorizada da evolução do
IPC mostra que a Classe 1, da Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas, tem vindo a reduzir as suas taxas de
contribuição homólogas.
Gráfico 1 – Evolução da Inflação da Classe 1 – Alimentação e Bebidas Não-Alcóolicas
14,00%
12,00%
10,00%
4. A subida do sub-índice de preços do petróleo foi a principal razão pelo aumento dos preços do sector de
energia durante o II trimestre de 2014, devido às preocupações com a ruptura da oferta da matéria-prima
influenciada pelo aumento das tensões geopolíticas no Médio Oriente.
8,00%
5. No mercado cambial, verificou-se uma depreciação do Kwanza em relação ao Dólar norte-americano em
quase todos os mercados, à excepção do mercado primário. Entre Abril e Junho de 2014, o diferencial da taxa
de câmbio do Kwanza face ao Dólar norte-americano, entre o mercado informal e o mercado secundário (notas),
aumentou em praticamente todas as províncias. Este comportamento da taxa de câmbio AKZ/USD poderá ter
sido influenciado pela escassez de notas em Dólares norte-americanos no mercado informal.
2,00%
6,00%
4,00%
de
z/1
1
fe
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12
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4
0,00%
IPC
6. No contexto do comércio externo e relações internacionais, no II trimestre de 2014, registou-se um ligeiro
aumento das exportações angolanas, devido ao incremento dos preços, que compensou a ligeira queda
verificada na produção de petróleo bruto. Para além das exportações de petróleo, verificou-se também um
aumento das exportações de diamantes, devido quer do aumento da quantidade exportada, quer do preço
médio. No entanto, verifica-se uma contracção na Conta de Bens, resultante de um aumento superior das
importações face às exportações.
7. A desaceleração da produção petrolífera em Angola pressionou negativamente a receita fiscal e,
consequentemente, as reservas internacionais líquidas, que passaram de 7,48 meses de importação em Março
para 7,18 em Junho.
Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas
Média da Série
10. Com efeito, em Dezembro de 2011, a Classe 1, da Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas apresentava
uma inflação homóloga de 6,16%, equivalente a 54% da inflação global. Em Junho de 2014, a mesma classe
apresentava uma inflação homóloga de 3,06%, equivalente a 44% da inflação global. Por outro lado, e à
semelhança de análises feitas em relatórios de inflação anteriores, algumas classes têm vindo a aumentar a
sua contribuição para a inflação global, conforme se mostra a seguir:
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
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Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas
jun/14
fev/14
abr/14
out/13
dez/13
jun/13
ago/13
fev/13
abr/13
out/12
dez/12
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Média da Série
ago/12
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de
z/1
fe 1
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1
ab 2
r/ 1
jun 2
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ag 3
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r/ 1
jun 4
/1
4
IPC
abr/12
IPC
Lazer e Cultura (Eixo à direita)
jun/14
fev/14
abr/14
out/13
dez/13
jun/13
Educação (Eixo à direita)
ago/13
fev/13
abr/13
out/12
dez/12
jun/12
ago/12
fev/12
abr/12
IPC
Média da Série (Eixo à direita)
15,00%
IPC
Vestuário e Calçado (Eixo à direita)
Média da Série (Eixo à direita)
0,18%
0,16%
0,14%
0,12%
0,10%
0,08%
0,06%
0,04%
0,02%
0,00%
dez/11
jun/14
fev/14
abr/14
out/13
dez/13
jun/13
ago/13
0,00%
dez/11
0,00%
0,00%
fev/13
0,20%
abr/13
0,40%
5,00%
0,05%
out/12
0,60%
dez/12
10,00%
0,10%
jun/12
0,80%
14,00%
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
0,15%
ago/12
1,00%
fev/12
15,00%
0,20%
abr/12
14,00%
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
14,00%
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
dez/11
Painel 1 – Contribuições no IPC de Luanda
Média da Série (Eixo à direita)
15,00%
0,60%
1,20%
1,00%
0,50%
10,00%
10,00%
0,40%
0,80%
0,60%
0,30%
5,00%
Média da Série (Eixo à direita)
jun/14
IPC
Comunicações (Eixo à direita)
jun/14
abr/14
fev/14
dez/13
out/13
ago/13
Média da Série (Eixo à direita)
jun/14
abr/14
fev/14
out/13
dez/13
ago/13
jun/13
fev/13
abr/13
out/12
dez/12
ago/12
jun/12
fev/12
abr/12
dez/11
jun/14
fev/14
abr/14
out/13
dez/13
jun/13
ago/13
fev/13
abr/13
out/12
dez/12
jun/12
ago/12
abr/14
jun/14
fev/14
dez/13
out/13
ago/13
jun/13
abr/13
fev/13
dez/12
out/12
-20,00%
ago/12
0,00%
jun/12
abr/14
fev/14
dez/13
out/13
ago/13
jun/13
abr/13
fev/13
dez/12
0,00%
20,00%
abr/12
jun/14
fev/14
abr/14
out/13
dez/13
jun/13
ago/13
fev/13
abr/13
out/12
dez/12
0,00%
dez/11
jun/14
abr/14
fev/14
out/13
dez/13
jun/13
ago/13
abr/13
fev/13
dez/12
out/12
0,00%
ago/12
0,00%
jun/12
0,00%
abr/12
2,00%
fev/12
0,10%
dez/11
jun/12
0,00%
4,00%
2,00%
Transportes (Eixo à direita)
ago/12
6,00%
jun/13
0,20%
4,00%
8,00%
0,01%
abr/13
0,30%
6,00%
40,00%
0,01%
fev/13
8,00%
Média da Série (Eixo à direita)
10,00%
80,00%
60,00%
0,01%
dez/12
0,40%
Gráfico 2 – Evolução dos Meios de Pagamento em Moeda Nacional
fev/12
0,50%
12,00%
out/12
10,00%
14,00%
ago/12
12,00%
0,60%
fev/12
14,00%
Saúde (Eixo à direita)
IPC
Bens e Serviços Diversos (Eixo à direita)
Média da Série (Eixo à direita)
11. Do conjunto de gráficos apresentados em cima, nota-se que as Classes 3 – Vestuário e Calçado, 5 –
Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção, 9 – Lazer e Cultura, 11 – Hotéis, Cafés e Restaurantes e 12
– Bens e Serviços Diversos assumiram tendências crescentes nos últimos meses. O aumento da inflação nestas
classes é coincidente com a variação acentuada dos meios de pagamento em moeda nacional, da liquidez dos
bancos comerciais e, consequentemente, da redução das taxas de juro passivas.
dez/11
IPC
out/12
IPC
Mobiliário, Equip.Doméstico e Manut. (Eixo à direita)
Média da Série (Eixo à direita)
ago/12
dez/11
jun/14
fev/14
abr/14
out/13
dez/13
jun/13
ago/13
fev/13
abr/13
dez/12
out/12
jun/12
ago/12
0,00%
jun/12
0,20%
0,00%
jun/12
0,40%
5,00%
abr/12
0,60%
IPC
Hoteis, Cafés e Rest. (Eixo à direita)
Média da Série (Eixo à direita)
0,00%
0,45%
0,40%
0,35%
0,30%
0,25%
0,20%
0,15%
0,10%
0,05%
0,00%
abr/12
10,00%
14,00%
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
fev/12
0,80%
IPC
abr/12
0,20%
0,00%
1,00%
abr/12
0,40%
0,20%
0,00%
0,00%
abr/12
0,60%
5,00%
IPC
Habit., Água, Elect., e Combust. (Eixo à direita)
Média da Série (Eixo à direita)
15,00%
fev/12
0,80%
0,00%
fev/12
10,00%
0,40%
0,10%
dez/11
1,00%
IPC
Bebidas Alcoólicas (Eixo à direita)
Média da Série (Eixo à direita)
dez/11
1,20%
fev/12
jun/14
fev/14
abr/14
out/13
dez/13
jun/13
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fev/13
abr/13
out/12
dez/12
jun/12
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fev/12
abr/12
dez/11
15,00%
dez/11
0,35%
0,30%
0,25%
0,20%
0,15%
0,10%
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0,00%
14,00%
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
5,00%
0,20%
-40,00%
M1MN
M2MN
M1MN - M2MN
12. No Gráfico 2, observa-se que desde a segunda metade de 2013, os meios de pagamento M1 e M2, em
moeda nacional, assumiram uma trajectória de crescimento que culminou com taxas de variação de 12 meses
superiores às verificadas no resto da série em análise. O início dessa trajectória coincide com a adopção de
um curso fiscal expansionista, a partir do segundo semestre de 2013. O gráfico também mostra que a diferença
entre o M1 e o M2 foi aumentando nesse período, indicando uma menor propensão para a poupança por parte
dos agentes económicos.
0,00%
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
10
Economia Internacional
Gráfico 3 – Evolução dos Meios de Pagamento em Moeda Nacional
20,00%
15,00%
10,00%
-15,00%
-20,00%
-25,00%
M1MN - M2MN
abr/14
jun/14
dez/13
fev/14
out/13
ago/13
abr/13
jun/13
fev/13
ago/12
out/12
dez/12
jun/12
-10,00%
fev/12
-5,00%
abr/12
0,00%
dez/11
5,00%
10,00%
9,00%
8,00%
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
Taxa de Juro Passiva 1AMN (Eixo à direita)
13. A liquidez crescente levou à redução das taxas de juro passivas dos bancos comerciais, conforme se pode
observar no gráfico em cima. As taxas de juro passivas baixas, em níveis inferiores aos da inflação, podem
justificar um maior aumento do M1 relativamente ao M2, em moeda nacional.
14. Da coordernação da autoridade monetária e fiscal na condução de políticas resultou um crescimento
reduzido da base monetária em moeda nacional. Já a base monetária ampla apresentou uma elevada expansão,
que se fez reflectir no crescimento da reserva bancária em moeda estrangeira.
15. O comportamento dos depósitos e do crédito verificado nos últimos trimestres e a entrada em vigor, no
dia 1 de Julho de 2013, da obrigatoriedade de pagamentos em moeda nacional, no mercado interno, pelo
sector petrolífero vem confirmar a tendência de desdolarização da economia angolana. De facto, observou-se
no período em referência um crescimento dos depósitos e do crédito em moeda nacional e uma diminuição
dos depósitos e crédito em moeda estrangeira. As taxas de juro praticadas pelos bancos em moeda nacional
sofreram, na generalidade, uma ligeira redução no II trimestre do ano.
16. No II trimestre de 2014 não ocorreram alterações significativas na estrutura do crédito, mantendo-se os
financiamentos concedidos pelos bancos comerciais concentrados nos sectores de serviços e de construção.
17. A restante abordagem deste documento descreve a evolução dos principais indicadores que comportam
os diferentes sectores da economia nacional bem como da economia internacional. Deste modo, o documento
inclui um capítulo sobre a Economia Internacional, onde, dentre outros se abordam a evolução dos indicadores
da actividade económica internacional e dos preços das commodities; um capítulo sobre o Sector Externo, onde
se apresenta o comportamento da taxa de câmbio e da conta corrente da balança de pagamentos; um capítulo
sobre a economia nacional e a evolução dos preços e, finalmente, um capítulo sobre a política macroeconómica,
que encerra a análise das políticas fiscal e monetária. O documento termina com as perspectivas e breves
recomendações tendo em vista o alcance da meta de 7-9% de inflação no médio prazo.
Actividade Económica
18. Depois do FMI e da OCDE, em Junho de 2014, o Banco Mundial (BM) reviu em baixa a previsão de crescimento
da economia mundial para 2,80% em 2014 (valor abaixo dos 3,00% apontados em Janeiro deste ano), mas
permanecendo acima do crescimento de 2013; seguida de avanços de 3,40% e 3,50% nos anos seguintes,
segundo o Relatório Global Economic Prospects. A revisão em baixa do PIB foi motivada por vários factores que
ocorreram durante a primeira metade do ano, dos quais: as condições climatéricas adversas nos EUA durante
o Inverno, a turbulência nos mercados financeiros com a introdução do tapering por parte da Reserva Federal
Norte-americana (Fed) e a tensão na Crimeia.
19. Estes acontecimentos contagiaram as perspectivas e a confiança dos agentes económicos, desacelerando
assim o ritmo da actividade económica, no entanto espera-se maior velocidade em 2015.
Tabela 1 – Principais projecções económicas do FMI e Banco Mundial (2012-2015)
Unidade: percentagem
FMI (Jan’14)
BM (Jan’14)
FMI (Abr’14)
BM (Jun’14)
Países/Região
2013
2014
2015
2013
2014
2015
2013
2014
2015
2013
2014
Economia Mundial
3,00
3,70
3,90
2,40
3,20
3,40
3,00
3,60
3,90
2,40
2,80
2015
3,40
Economias Avançadas
1,30
2,20
2,30
1,30
2,20
2,40
1,30
2,20
2,30
1,30
1,90
2,40
EUA
1,90
2,80
3,00
1,80
2,80
2,90
1,90
2,80
3,00
1,90
2,10
3,00
Reino Unido
1,70
2,40
2,20
…
…
…
1,80
2,90
2,50
…
…
…
Zona Euro
-0,40
1,00
1,40
-0,40
1,10
1,40
-0,50
1,20
1,50
-0,40
1,10
1,80
Japão
1,70
1,70
1,00
1,70
1,40
1,20
1,50
1,40
1,00
1,50
1,30
1,30
Economias Emergentes e em
Desenvolvimento
4,70
5,10
5,40
4,80
5,30
5,50
4,70
4,90
5,30
4,80
4,80
5,40
China
7,70
7,50
7,30
7,70
7,70
7,50
7,70
7,50
7,30
7,70
7,60
7,50
Índia
4,40
5,40
6,40
4,80
6,20
6,60
4,40
5,40
6,40
4,70
5,30
5,90
2,70
Brasil
2,30
2,30
2,80
2,20
2,40
2,70
2,30
1,80
2,70
2,30
1,50
Rússia
1,50
2,00
2,50
…
…
…
1,30
1,30
2,30
…
…
…
Nigéria
6,20
7,40
7,00
6,70
6,70
6,80
6,30
7,10
7,00
7,00
6,70
6,50
África do Sul
1,80
2,80
3,30
1,90
2,70
3,40
1,90
2,30
2,70
1,90
2,00
3,00
SADC
4,90
…
…
4,90
…
…
4,90
…
…
4,83*
…
…
Fonte: World Economic Outlook, FMI, Abril de 2014 e Global Economic Prospects, Banco Mundial, Junho de 2014.
*SADC Macroeconomic Information, June 2014.
20. De acordo com o Relatório GEP do BM, grande parte do crescimento económico está condicionado ao
comportamento das economias avançadas, nomeadamente EUA e Zona Euro, que registam, actualmente,
crescimentos menos afectados por problemas fiscais, dada a consolidação fiscal em curso nessas economias,
a melhoria das condições nos mercados de trabalho e uma procura interna mais dinamizada. Deste modo,
depois de um crescimento de 1,30% em 2013, prevê-se que as economias avançadas cresçam 1,90% em 2014,
atingindo os 2,40% em 2015.
21. No caso da economia norte-americana, o BM prevê um crescimento de 2,10% em 2014, e de 3,00% em 2015.
Esta revisão reflecte o inesperado decréscimo da actividade económica no início do ano, devido a condições
climatéricas desfavoráveis. Como tal, a Fed poderá ser forçada a manter as taxas de juro perto de zero para
além do tempo esperado pelos agentes económicos.
22. Na Zona Euro, depois da contracção da actividade económica em 2012 e 2013, espera-se um crescimento
de 1,10% em 2014, consolidando a retoma económica com uma taxa de crescimento de 1,80% em 2015. O BM
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
12
reconhece uma recuperação lenta, que reflecte debilidades que ainda persistem em alguns estados membros
da Zona Euro. A necessidade de uma consolidação orçamental e de políticas de austeridade levadas a cabo por
grande parte dos países europeus tem levado a uma diminuição do consumo interno.
Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola e Mercados
Monetários
23. No Reino Unido e Japão, as perspectivas são bastante mais optimistas. No Reino Unido o crescimento da
actividade económica tem sido sólido, com o PIB a aumentar no II trimestre de 2014, o que conduziu a uma
revisão da taxa de crescimento para 2014 em alta, mais 0,40 p.p., para os 3,20% . No Japão, perante uma
recuperação mais rápida do que o esperado no II trimestre, espera-se um crescimento de 1,30% em 2014, que
deverá manter-se em 2015, devido à introdução de estímulos fiscais.
31. Até ao final do ano existem diversos riscos nas economias avançadas, que no caso da Zona Euro prendemse com a fragmentação financeira, os elevados níveis de endividamento e eventuais choques adversos, que
possam conduzir a uma desaceleração ainda maior dos preços, aumentando o risco de deflação. Enquanto que
em relação às economias emergentes e em desenvolvimento, estas ainda estão a ajustar à maior restritividade
das condições financeiras, o que implicou maiores custos de capital desde Maio de 2013, e trajectórias de
crescimento económico mais baixos no médio e longo prazo.
24. Quanto ao crescimento das economias emergentes e em desenvolvimento, o BM mostra-se preocupado
com os dados económicos do II trimestre de 2014 uma vez que estes apresentam taxas de crescimento muito
menores quando comparadas aos anos anteriores. Após ter previsto em Janeiro um crescimento de 5,30% para
este grupo de países, o BM reviu em baixa a previsão para os 4,80%. Para 2015, o BM projecta um crescimento
económico de 5,4%.
25. Espera-se que a segunda maior economia do mundo (China) cresça este ano 7,60%, dependendo de como
se adaptará às reformas estruturais em curso. Para 2015, espera-se que o PIB chinês abrande para os 7,50%.
32. Um outro aspecto muito importante a ter em conta é a tendência decrescente dos preços das commodities
alimentares e dos metais. Este é um factor propenso a atenuar a pressão sobre a inflação, para países
importadores dessas mesmas commodities, como é o caso de Angola. Contudo, verifica-se uma fuga de capitais
em alguns países emergentes (Brasil e África do Sul) com grande dependência em relação às exportações
de matérias-primas. Este aspecto está relacionado com a diminuição das vendas que condiciona o próprio
crescimento económico local, acrescentando dificuldades ao nível da balança corrente.
26. Nas restantes economias emergentes, a Índia deverá acelerar em termos de crescimento, com taxas de
crescimento reais de 5,30% em 2014 e 5,90% em 2015. O Brasil, após sucessivas revisões em baixa, deverá ter
um crescimento de 1,50% em 2014 e de 2,70% em 2015. Por fim, na África do Sul, também houve uma revisão
em baixa no crescimento do PIB na ordem dos 0,30 p.p. para os 2,00% no final do ano. Esta contracção foi
causada sobretudo por problemas internos que têm prejudicado a produção do sector mineiro.
27. Os países da África Subsaariana mantém um ritmo de crescimento económico elevado, suportado em parte
por fluxos de capital estrangeiro direccionados para sectores de exploração de recursos minerais e para o
desenvolvimento de infraestruturas. Em 2014, o crescimento dessas economias deverá também beneficiar da
recuperação da Zona Euro no que respeita às suas exportações bem como das reformas estruturais em curso
em alguns desses países.
28. Em síntese, as revisões em baixa para o crescimento mundial devem-se fundamentalmente a factores
considerados pontuais, para além de outros argumentos para acreditar que o III e IV trimestres de 2014 serão
melhores.
29. No entanto, deve-se reconhecer que os desafios persistem, dado o agravamento dos riscos geopolíticos
num quadro de recuperação lenta da procura agregada global, devido à intensificação das tensões na Ucrânia e
face à imposição de sanções à Rússia, mas também pelos recentes conflitos no Médio Oriente e na Líbia, que
podem trazer perturbações para os mercados das commodities.
30. Além disso, o II trimestre de 2014 continuou a ser marcado por um dinamismo excessivo nos principais
mercados financeiros, que não foi acompanhado por um crescimento na economia real. No mercado accionista,
os índices bolsistas nos EUA atingiram máximos históricos e os spreads dos activos de maior risco no mercado
obrigacionista encontram-se em níveis muito baixos, deixando a percepção de que o apetite dos investidores
pelo risco tornou-se excessivo face ao prolongamento de políticas monetárias acomodatícias.
Taxas de inflação
33. Os sinais de recuperação económica nos EUA e na Zona Euro, num contexto de baixa inflação, não deixam
de ser positivos para as economias emergentes e seus activos. De facto, o ambiente favorece o comércio
externo formando expectativas de crescimento. Num contexto de inflação em níveis baixos, antecipa-se que
as taxas de juro de longo prazo permaneçam em torno dos níveis actuais. No entanto, importa referir que um
ambiente de estabilização dos fluxos financeiros, influenciará as taxas de juro de referência, em linha com o
crescimento nominal de longo prazo.
34. No que respeita à taxa de inflação do II trimestre de 2014, as pressões inflacionistas nas principais
economias avançadas subiram 0,60 p.p. nos EUA (para os 0,50%), 2,00 p.p. no Japão (para os 3,60%) e 0,30
p.p. no Reino Unido (para os 1,90%). Relativamente à Zona Euro, os dados de Junho indicam que o nível geral
de preços manteve-se constante nos últimos dois meses, situando-se nos 0,50%.
35. Entre Abril e Junho de 2014, o nível geral de preços de algumas economias emergentes acelerou: no Brasil
0,37 p.p., para os 6,52%, e na Rússia 0,90 p.p., para os 6,90%; e abrandou: na China 0,10 p.p., para os 2,30%,
e na Índia 1,00 p.p., para os 7,31%.
36. Nos países que compõem o bloco da SADC, no período alvo de análise, o IPC apresentou resultados
heterogéneos: acelerou 0,20 p.p. para os 4,60% no Botswana; 0,80 p.p. para os 6,10% Namíbia; 0,60 p.p. para
os 6,60% na África do Sul; 0,30 p.p. para os 6,40% na Tanzânia; 0,20 p.p para os 7,90% na Zâmbia; e 0,81
p.p. para os -0,10% no Zimbabwe; e desacelerou nas restantes economias da região: 0,43 p.p. para os 6,89%
em Angola; 0,59 p.p. para os 0,70% na RDC; 1,50 p.p. para os 22,50% no Malawi; 1,20 p.p para os 3,30% nas
Maurícias; 0,25 p.p. para os 2,75% em Moçambique; e 1,10 p.p. para os 1,10% nas Seychelles.
37. O comportamento dos preços, na generalidade dos principais parceiros comerciais de Angola deverá
continuar a contribuir para a tendência decrescente dos preços em Angola, ceteris paribus.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
14
Gráfico 4 - Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola
Gráfico 5 – Comportamento das taxas de juro directoras – Economias Avançadas
1,00
Percentagem
8,0
6,0
0,75
0,50
0,25
I Trim 2013
II Trim 2013
2,0
EUA
Fonte: Bloomberg
Jun/14
Mai/14
Abr/14
Mar/14
África do Sul
Taxas de juro de referência
38. Em princípio, os bancos centrais das principais economias avançadas continuarão a ter uma postura
preventiva de suporte ao crescimento económico e prática de um conjunto de políticas monetárias flexíveis. No
entanto, o seu grau de expansionismo deverá ser cuidadosamente acompanhado, devendo ser o mais adequado
possível à realidade dessas economias.
39. Neste âmbito, começam a crescer as expectativas relativamente à possibilidade de alterar os contornos da
política monetária de algumas autoridades, nomeadamente o Banco de Inglaterra (BoE), pondendo este subir
a sua taxa de intervenção para fazer face aos riscos que o mercado imobiliário enfrenta, ainda que por agora
considere que o nível de taxas de juro seja adequado, dadas as baixas pressões inflacionistas.
40. O crescimento económico ténue nos principais blocos comerciais e a ausência de pressões inflacionistas
justificam a persistência das taxas de juro de longo prazo em níveis historicamente baixos. No entanto, os
spreads entre as Treasuries norte-americanas e as Bunds alemãs têm-se distanciado em reflexo de desempenhos
económicos distintos, bem como os diferentes níveis das taxas de juro directoras.
41. Adicionalmente, a Fed pondera no próximo ano subir a taxa fed funds, enquanto na Zona Euro o Banco Central
Europeu (BCE) poderá ainda reforçar a sua política monetária acomodatícia atráves do recurso a “medidas não
convencionais” se a inflação da Zona Euro continuar baixa.
Reino Unido
Japão
a.Considerando os indicadores económicos positivos, a Fed segue com o seu programa de quantitative easing,
com uma redução periódica de USD 10 mil milhões de um pacote actual de USD 35 mil milhões, que terminará
em Outubro deste ano. Quanto à taxa de juro de referência esta permanece em 0,25%, posição na qual poderá
permanecer por um período considerável.
b.Por seu turno, o BoE sinalizou que a primeira subida da taxa repo poderá ocorrer ainda este ano, dadas as
boas perspectivas quanto à evolução da actividade económica. Esta autoridade monetária também terá em
conta os efeitos de uma subida da taxa directora na taxa de câmbio, que actualmente se encontra forte face
às principais rivais.
c.Em relação ao Banco do Japão (BoJ), este manteve inalterada a sua política monetária e melhorou a sua
avaliação sobre as economias internacionais, sinalizando a confiança de que o país possa cumprir a meta de
preços sem estímulos adicionais. Adicionalmente, o BoJ elevou a base monetária a um ritmo anual entre 60
triliões e 70 triliões de ienes (equivalente a USD 590-688 Mil Milhões), desde o intenso estímulo de Abril de
2013, aquando da compra agressiva de activos para alcançar a sua meta de inflação de 2,00% nos próximos
dois anos.
d.A 5 de Junho, o BCE decidiu cortar a taxa de juro de referência da Zona Euro, de 0,25% para um novo mínimo
histórico de 0,15%, e colocar a taxa de depósitos em -0,10% , deliberou sobre os empréstimos de longo prazo
TLTRO, concebidos para estimular a concessão de crédito à economia real e anunciou regras detalhadas para o
acesso dos bancos. Estas medidas visam assegurar a manutenção de um ambiente financeiro acomodatício para
as empresas e famílias, sendo importantes para acomodar os actuais níveis de expansão e evitar um cenário
de deflação. Procura-se também dinamizar o mercado de crédito, sobretudo nos mercados mais desfavorecidos.
Gráfico 6 – Comportamento das taxas de juro directoras – Economias Emergentes
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
I Trim 2013
Brasil
Fonte: Bloomberg
II Trim 2013
China
III Trim
2013
IV Trim
2013
Rússia
Índia
02/04/14
21/04/14
10/05/14
29/05/14
17/06/14
Brasil
II Trimestre 2014
II Trim 2014
16/01/14
04/02/14
23/02/14
14/03/14
China
Fev/14
Jan/14
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Zona Euro
I Trimestre 2014
I Trim 2014
06/04/13
25/04/13
14/05/13
02/06/13
21/06/13
10/07/13
29/07/13
17/08/13
05/09/13
24/09/13
13/10/13
01/11/13
20/11/13
09/12/13
28/12/13
EUA
IV Trimestre 2013
01/01/13
20/01/13
08/02/13
27/02/13
18/03/13
Fonte: FMI e Bloomberg
III Trimestre 2013
Zona Euro
IV Trim
2013
42. Ao longo do trimestre, os bancos centrais do grupo das economias avançadas, Fed, BoE e Banco do Japão
(BoJ), decidiram manter as suas taxas de juro de referência e as políticas monetárias, com excepção do BCE:
Percentagem
II Trimestre 2013
Ago/13
Jul/13
Jun/13
Mai/13
Abr/13
0,0
III Trim
2013
02/04/14
21/04/14
10/05/14
29/05/14
17/06/14
4,0
16/01/14
04/02/14
23/02/14
14/03/14
01/01/13
20/01/13
08/02/13
27/02/13
18/03/13
06/04/13
25/04/13
14/05/13
02/06/13
21/06/13
10/07/13
29/07/13
17/08/13
05/09/13
24/09/13
13/10/13
01/11/13
20/11/13
09/12/13
28/12/13
Percentagens
0,00
I Trim 2014
II Trim 2014
África do Sul
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
16
43.No II trimestre de 2014, dois bancos centrais (Brasil e Rússia), duas economias dos BRICS, decidiram subir
as suas taxas de juro directoras. Assim, o Banco Central do Brasil (BCB), no início de Abril, elevou a sua
taxa de referência “Selic”, de 10,75% para os 11,00% (uma subida de 0,25 p.p.) após a inflação ter atingido
o limite superior do intervalo (6,50%) na sequência de um fraco crescimento económico (de 1,5%). Por seu
turno, o Banco Central da Rússia elevou, a 28 de Abril, a sua taxa de juro de referência (key rate) em 0,50 p.p.,
situando-se agora nos 7,50%, mas manteve a taxa de refinanciamento em 8,25%, devido às preocupações com
a estabilidade financeira e a inflação.
Gráfico 7 - Comportamento do Índice de preços das Commodities
250
225
200
175
II Trimestre 2013
45.Enquanto que a maior parte dos bancos centrais da região da SADC, entre Abril e Junho de 2014, decidiram
manter as suas taxas de juro de política monetária, a excepção vai para o Banco Central da Zâmbia (BOZ),
que decidiu aumentar a taxa de juro de referência em 1,70 p.p., para os 12,00% no início de Abril de 2014,
assim como o coeficiente de reservas obrigatórias de 8,00% para 14,00%, com objectivo de travar a pressão
inflacionária registada no país (perto dos 8%).
46.De forma geral, a manutenção de taxas de juro em níveis baixos poderá provocar uma pressão indesejável
nos preços dos imóveis. Consequentemente, como o FMI já tem alertado, tal situação poderá provocar uma nova
bolha no sector imobiliário, dado que os preços das casas em muitos países se encontram acima do seu valor,
sobretudo em países como o Reino Unido, Canadá, Austrália, China e Brasil.
A.3. Mercado das Commodities
47.De acordo com o Departamento de Pesquisa da área das Commodities do FMI, o II trimestre de 2014 registou
uma inversão da tendência, passando o índice geral de preços das commodities a registar uma subida 1,13%,
influenciado pela subida do índice de preços dos combustíveis (energia) em 3,39% face ao trimestre anterior.
Por conseguinte, esse aumento esteve associado à subida do sub-índice de preços relativo ao petróleo, que
cresceu 4,14% no trimestre. Em oposição, os índices correspondentes ao sector não-petrolífero, nomeadamente
o sub-índice de alimentos e bebidas e o sub-índice de inputs industriais, apresentaram uma variação negativa
de 3,91% e 2,36%, respectivamente.
48.Diversos acontecimentos relacionados com a oferta e conflitos geopolíticos foram as principais razões
por detrás das mudanças nos preços médios das commodities no período em análise. Os preços do sector
energético aumentaram como causa das preocupações de possíveis interrupções no fornecimento de petróleo
decorrentes de eventos geopolíticos no Médio Oriente e Europa de Leste. Os preços dos produtos agrícolas
caíram com base na expectativa de subida da oferta global de cereais, como resultado de boas colheitas na
Europa e melhoria das condições meteorológicas nos EUA. Os preços dos metais registaram igualmente uma
queda, apesar de melhores perspectivas de produção industrial nos EUA e na China, embora isso tenha sido
contrabalançado pelo excesso de capacidade na indústria de metais. Enquanto isso, os preços médios de ouro
apresentaram algumas oscilações no trimestre, derivado das incertezas em torno da política monetária das
principais economias avançadas.
III Trimestre 2013
Commodities
Energia *
IV Trimestre
2013
I Trimestre 2014
Não-petrolíferas
Petróleo
Jun/14
Mai/14
Abr/14
Mar/14
Fev/14
Jan/14
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
Jul/13
Jun/13
Mai/13
150
Abr/13
44.O Banco Central da Índia (RBI), apesar de ter mantido a taxa de juro de referência, reduziu o montante
exigido dos valores em títulos do governo dos bancos comerciais no Banco Central, a Reserva Estatutária de
Liquidez, em 50 p.b. para os 22,50%, com o objectivo de aumentar o crédito bancário e reduzir a liquidez cedida
ao abrigo do mecanismo de refinanciamento de crédito à exportação de 50,00% para os 32,00%.
II Trimestre 2014
Alimentos e Bebidas
Fonte: FMI, Commodity Market Monthly, 9 Abril de 2014
* Índice de preços dos combustíveis (energia), inclui os índices de preços do crude (petróleo), gás natural e carvão
49. Especificamente, o sub-índice de preços do petróleo passou de 195,16 pontos no I trimestre para 200,03
pontos no II trimestre de 2014, mais 4,87 pontos em termos trimestrais. Essa subida foi a principal razão pelo
aumento dos preços do sector da energia durante o II trimestre de 2014, devido às preocupações com a ruptura
da oferta da matéria-prima com o aumento das tensões geopolíticas no Médio Oriente. Os preços do gás
natural dos EUA mantiveram-se estáveis na sequência de aumentos verificados nos stocks durante o trimestre.
Enquanto isso, o gás natural russo continuou a ser exportado para a Europa, apesar da Gazprom ter cortado o
fornecimento à Ucrânia. Este acontecimento, juntamente com maiores importações de gás, a concorrência das
energias renováveis e dos preços de carvão mais baixos, têm contribuído para alcançar o armazenamento pleno
de gás natural até ao final do Verão.
50. A melhoria das condições económicas na China, no Japão e nos EUA, os estímulos monetários anunciados
pelo BCE para alcançar a meta de inflação na Zona Euro e as tensões geopolíticas, são factores que poderão
continuar a contribuir para a volatilidade dos preços das commodities nos próximos meses. Também é importante
observar de perto o impacto das decisões da Fed em relação ao seu programa de compra de activos, como o
aumento das taxas de juros e do dólar norte-americano pode colocar pressão sobre os preços das matériasprimas e condicionar os esforços das autoridades chinesas para limitar os financiamentos em commodities
sobre a importação de matérias-primas.
Commodities de Petróleo
51. Estima-se que o crescimento da procura global de petróleo em 2014 seja de 1,13 Milhões de barris/dia,
praticamente inalterada face ao relatório anterior. A procura mundial de petróleo em 2015 está prevista crescer
a um ritmo de 1,21 Milhões de barris/dia. Espera-se que o crescimento da procura da OCDE seja positivo pela
primeira vez desde 2010, enquanto o consumo dos países fora da OCDE contribua com 1,18 Milhões de barris/
dia para o crescimento da procura de petróleo. O progresso do desenvolvimento económico nas principais
economias mundiais é o principal factor de risco que afecta a projecção da procura mundial de petróleo em
2015.
52. Segundo a OPEP, a procura global de petróleo no II trimestre de 2014 manteve-se inalterada face ao trimestre
anterior, encontrando-se presentemente nos 90,20 Milhões barris/dia. Entre o I trimestre e o II trimestre de
2014, a procura de petróleo nos países da OCDE caiu 0,60 Milhões de barris/dia; enquanto que a procura de
petróleo nos país fora da OCDE subiu 0,60 Milhões de barris/dia.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
18
130
120
110
100
90
Tabela 2 - Comportamento da Oferta e Procura Global (em Milhões de barris/dia)
Petróleo
2013
II Trimestre 2013
III Trimestre 2013
Ramas Angolanas
Brent
IV Trimestre 2013
WTI
I Trimestre 2014
Jun/14
Mai/14
Abr/14
Mar/14
Fev/14
Jan/14
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
Jul/13
Jun/13
Mai/13
80
55. Para 2014, é esperado um aumento de 1,47 Milhões de barris/dia na oferta de petróleo dos países fora da
OPEP, para os 55,65 Milhões de barris/dia, após uma revisão em alta de 30 toneladas barris/dia face ao anterior
relatório. Os países americanos que compõem a OCDE irão ser o principal factor para o crescimento este ano.
56. Em 2015, a oferta de petróleo dos países fora da OPEP está projectada para um ritmo de crescimento mais
lento, de 1,31 Milhões de barris/dia para uma méda de 56,96 Milhões de barris/dia. Os países da OPEP NGL’s
e Óleos não-convencionais deverão crescer 150 toneladas barris/dia para os 5,81 Milhões de barris/dia este
ano e está previsto um crescimento de 220 toneladas barris/dia para uma média de 6,03 Milhões de barris/dia,
em 2015.
16
14
12
10
8
6
4
2
0
-2
-4
Abr/13
54. A produção de petróleo bruto total da OPEP diminuiu 79 toneladas barris/dia para os 29,70 Milhões de
barris/dia, em Junho. A produção de petróleo do bloco da OPEP, excluindo o Iraque, foi em termos médios de
26,54 Milhões de barris/dia, o que representa um aumento de 90 toneladas em relação ao mesmo período. O
Iraque contribuiu para a diminuição da produção de petróleo bruto, enquanto a produção de petróleo da Árabia
Saudita e da Nigéria aumentou.
Gráfico 8 - Evolução dos preços do petróleo
USD/Barril
53. Em relação à oferta global de petróleo, a oferta caiu no II trimestre 0,20 Milhões de barris/dia para os 90,90
Milhões de barris/dia, derivado essencialmente da queda da oferta dos países fora da OPEP. Contrariamente,
a oferta de gás natural aumentou 0,10 Milhões de barris/dia para os 5,80 Milhões de barris/dia, devido,
sobretudo, ao agravamento das tensões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia
II Trimestre 2014
Spread Brent/Ramas Angolanas
Spread Brent/WTI
Fonte: Bloomberg
58. O spread Brent/WTI encerrou o trimestre mais baixo (nos USD 6,79 por barril) depois de ter alcançado os
USD 9,23 por barril nos primeiros três meses do ano, com o Brent a atingir um pico de nove meses , devido
a preocupações sobre a redução das exportações do Iraque. Enquanto que o WTI foi suportado por dados
económicos positivos nos EUA. O spread Brent/Ramas angolanas encerrou o trimestre mais estreito nos USD
1,59 por barril, embora tenha sido positivo.
Tabela 3 - Projecção dos preços de petróleo de referência para 2014
2014
I Trim
II Trim
III Trim
IV Trim
Anual
I Trim
II Trim*
III Trim*
IV Trim*
anual*
Países da OCDE
45,90
45,40
46,10
46,20
45,90
45,80
45,20
46,00
46,20
45,80
Países Fora da OCDE
43,20
43,80
44,50
44,90
44,10
44,40
45,00
45,90
46,10
45,30
Jan-14
Feb-14
Mar-14
Apr-14
May-14
Jun-14
2014
2015
Trim
Acum. Anual
12 Meses
Procura Global
89,10
89,20
90,60
91,10
90,00
90,20
90,20
91,90
92,30
91,10
BRENT
$107,11
$108,80
$107,77
$108,18
$109,15
$111,97
$109,55
$104,92
3,90%
1,15%
8,35%
WTI
$94,86
$100,66
$100,49
$102,06
$101,72
$105,15
$100,98
$95,17
4,64%
7,41%
9,76%
Ramas angolanas
$106,87
$107,30
$109,19
$106,27
$108,06
$110,20
…
…
0,92%
0,73%
7,33%
Preços de Petróleo de
Referência
I Trim 2014
II Trim 2014
Países da OPEP
30,20
30,60
30,40
29,70
30,20
29,80
29,70
…
…
…
Países Fora da OPEP
53,70
53,60
54,10
55,20
54,20
55,60
55,40
55,50
56,10
55,60
OPEP Gás Natural**
5,80
5,80
5,80
5,90
5,70
5,70
5,80
5,80
5,90
5,80
Fonte: Bloomberg (Brent e WTI), DES/BNA (Ramas angolanas).
Oferta Global
89,70
90,00
90,30
90,80
90,10
91,10
90,90
…
…
…
*EIA,U.S. Energy Information Administration (Estimativas 2014), 8 de Abril de 2014.
Fonte: OPEP, Monthly Oil Market Report, 10 Julho de 2014
*Previsões realizadas pela OPEP para o Ano de 2014 e II, III e IV Trimestre de 2014
**Óleos não convencionais
57. O preço de referência da OPEP aumentou no II trimestre USD 3,16 (ou 2,97%) para os USD 107,89/barril,
o valor mais elevado deste ano, tendo o seu valor médio anual sido de USD 105,30 barril. No mercado ICE
, mercado de futuros e derivados, os preços do Brent (preço de referência para o petróleo angolano) e das
Ramas angolanas subiram USD 4,20 (ou 3,90%) para os USD 111,97 por barril e USD 1,01 (ou 0,92%) para
os USD 110,20 por barril, respectivamente, devido ao acentuar da tensão geopolítica no Médio Oriente e no
Leste Europeu. No mercado Nymex, os preços do WTI valorizaram USD 4,66 (ou 4,64%), encontrando-se nos
USD 105,15 por barril. Os futuros do petróleo estavam em forte alta, devido à tensão geopolítica que poderá
interromper o fornecimento de petróleo, nomeadamente na Líbia (a produção da Líbia está abaixo de 0,20
Milhões de barris/dia em relação ao nível pré-guerra de 1,60 Milhões de barris/dia). Apesar disso, os mercados
de petróleo bruto foram fornecidos adequamente.
Estimativas*
Variações
59. No dia 8 de Julho, a Agência de Informação sobre Energia (AIE) norte-americana elaborou uma nova
estimativa, onde prevê que o preço do Brent alcance os USD 109,55 por barril em 2014 e os USD 104,92 por
barril em 2015; e espera-se que o WTI atinja os USD 100,98 por barril em 2014 e os USD 95,17 por barril.
Commodities Alimentares
60. No que respeita às commodities alimentares, pode-se visualizar no gráfico infra que o índice geral de preços
de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) foi em termos médios
206 pontos em Junho de 2014, situando-se 7,80 pontos (ou -3,66%) abaixo do valor de Março (213,80 pontos)
e menos 5,96 pontos do que em Junho de 2013. A redução do índice geral de preços dos bens alimentares
foi pressionada pela diminuição dos preços dos lacticínios (-11,93%), dos óleos vegetais (-7,76%) e dos
cereais (-6,10%). No entanto, os índices de preços da carne e do açúcar obtiveram ganhos de 4,70% e 1,57%,
respectivamente.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
20
Gráfico 9 - Evolução dos Índices Alimentares da FAO (Base 100 = 2002-2004)
300
250
Relações com o Exterior
210
64. Ao longo dos três meses, o Dólar norte-americano tem-se apreciado face às principais moedas internacionais,
com os indicadores económicos a demonstrarem que os EUA já se encontram num ciclo de consolidação do
crescimento, dada a perspectiva de alteração da política monetária.
200
Jun/14
Mercados Cambiais Internacionais
66. No II trimestre de 2014, o Euro e o Rand sul-africano depreciaram-se face ao Dólar norte-americano em
0,60% e 1,03%, respectivamente. Contrariamente, o Real brasileiro e o Renminbi chinês apreciaram-se face ao
Dólar em 2,57% e 0,23%, respectivamente.
Gráfico 10 - Mercado Cambial Internacional
0,82
6,35
USD/EUR
0,80
6,25
0,78
6,20
0,76
6,15
0,74
6,10
0,72
6,05
0,70
III Trim
2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
II Trim
2014
II Trim
2013
USD/BRL
2,30
211,5
209,8
206,0
-3,66%
-0,10%
-2,81%
1,80
8,00
Índice de preços da carne
186,6
180,0
179,7
182,17
181,82
185,5
190,4
192,8
194,2
4,70%
4,64%
8,08%
Índice de preços dos lacticínios
258,8
253,5
246,2
267,66
275,38
268,5
251,5
238,9
236,5
-11,93%
-10,47%
-3,95%
Índice de preços dos cereais
230,7
234,8
232,3
191,42
198,59
208,9
209,2
207,0
196,2
-6,10%
1,69%
-15,56%
Índice de preços do óleo
194,0
194,3
193,5
188,55
197,79
204,8
199,0
195,3
188,9
-7,76%
-3,61%
-2,36%
Índice de preços do açúcar
252,6
250,1
242,6
221,65
235,36
254,0
249,9
259,3
258,0
1,57%
9,85%
6,37%
II Trim
2013
Fonte: Bloomberg
III Trim
2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
II Trim
2014
II Trim
2013
III Trim
2013
IV Trim 2013
30/06/14
30/05/14
30/04/14
31/03/14
28/02/14
31/01/14
I Trim 2014
30/06/14
213,8
30/05/14
208,60
30/04/14
203,21
31/03/14
211,9
28/02/14
214,6
30/06/14
216,9
30/05/14
Índice de preços dos bens alimentares
30/04/14
8,50
31/03/14
1,90
28/02/14
12 Meses
31/01/14
Acum. Anual
31/12/13
Trim
30/11/13
Jun-14
31/10/13
May-14
30/09/13
Apr-14
30/08/13
Mar-14
31/07/13
Feb-14
28/06/13
Jan-14
31/05/13
jun/13
30/04/13
mai/13
31/01/14
9,00
2,00
abr/13
Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Union
31/12/13
9,50
31/12/13
Variações
30/11/13
10,00
2,20
II Trim 2014
II Trim
2014
USD/ZAR
11,00
30/11/13
I Trim 2014
I Trim 2014
10,50
2,10
II Trim 2013
IV Trim 2013
11,50
2,50
2,40
Alimentos
III Trim
2013
31/10/13
30/06/14
30/05/14
30/04/14
31/03/14
28/02/14
31/01/14
31/12/13
30/11/13
31/10/13
30/09/13
30/08/13
31/07/13
28/06/13
31/05/13
30/04/13
6,00
II Trim
2013
Tabela 4 - Cálculo das Variações para as commodities alimentares
USD/Renminbi
6,30
31/10/13
62. Paralelamente, o índice de preços dos óleos vegetais diminuiu, em reflexo das cotações mais baixas dos
óleos de palma e soja. Os preços do óleo de palma caíram devido ao aumento da produção no Sudeste Asiático
e à apreciação da moeda da Malásia. A queda do preço do óleo de soja foi causada pela melhoria das previsões
de produção de soja. A queda dos preços do óleo resultou principalmente de uma melhoria nas disponibilidades
globais de exportação e a perspectiva de uma produção record na União Europeia. As perspectivas do girassol e
da oferta de óleo para 2014/15, também pesaram sobre o índice. Já a queda dos preços dos cereais foi causada
principalmente por um enfraquecimento das cotações de trigo e milho, as quais caíram perto de 7,00%, um
reflexo de uma melhoria nas perspectivas de cultivo mundial e preocupações decrescentes sobre a interrupção
dos embarques da Ucrânia.
30/09/13
61. Especificamente, o índice de preços dos lacticínios diminuiu no II trimestre de 2014, após um período
excepcionalmente elevado em 2013 e no início de 2014, afectado, sobretudo, por exportações limitadas no lado
da oferta. O mercado dos produtos lácteos tem sido afectado pela diminuição da procura na China (o principal
importador de leite em pó integral e o segundo maior importador de leite em pó desnatado) e na Rússia (o
principal importador de manteiga). Além disso, nos últimos meses, as perspectivas de produção melhoraram
no Hemisfério Norte e na Oceânia e, em geral, os consumidores estão a adquirir apenas para satisfazer
as necessidades imediatas, na expectativa de que os preços caíssem ainda mais (cenário de deflação), e
consequentemente, os preços médios das restantes commodities caíram no período em análise.
30/08/13
Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Union
30/09/13
índice de preços dos cereais (eixo à direita)
31/07/13
índice de preços dos laticínios (eixo à direita)
65. O ambiente económico actual apresenta maior tranquildade e menor risco, o que tem permitido o retorno
dos fluxos financeiros às economias emergentes. No entanto, as tensões entre a Rússia e a Ucrânia provocaram
alguma instabilidade, sobretudo, com impacto nos fluxos de capitais da Rússia, com a imposição de sanções.
Contudo, para 2014 são esperados menores fluxos comparativamente a 2013. Nesse sentido, segundo o Instituto
Financeiro Internacional, as regiões mais afectadas serão a Europa de Leste e os BRICS. A instabilidade dos
fluxos de capital é elevada, concentrando-se nos riscos geopolíticos e nas políticas monetárias dos principais
bancos centrais, ao qual acresce as perspectivas de desaceleração da actividade económica na China e a
possível instabilidade política associada a eleições a realizar nalguns países.
30/08/13
índice de preços da carne (eixo à direita)
28/06/13
índice de bens alimentares (eixo à esquerda)
31/07/13
II Trim 2014
31/05/13
Mai/14
Abr/14
Mar/14
Fev/14
I Trim 2014
28/06/13
IV Trim 2013
Jan/14
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
III Trim 2013
30/04/13
II Trim 2013
Jul/13
Jun/13
Mai/13
Abr/13
Mar/13
150
31/05/13
200
30/04/13
220
63. As preocupações com a oferta de petróleo provocaram uma subida nos preços do sector energético, enquanto
o alívio das tensões na Ucrânia e a melhoria das condições meteorológicas pressionaram negativamente os
preços agrícolas, sobretudo dos cereais.
II Trim
2014
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
22
Tabela 5 - Comportamento da taxa de câmbio dos Mercados Primário, Secundário, Informal e Casas de Câmbio
67. Apesar das medidas adoptadas pelo BCE ao longo do II trimestre, o Euro depreciou-se face ao Dólar norteamericano para os 0,7305 USD/EUR, afectado pela expectativa de que o Dólar se torne mais forte até ao final
do ano. Contudo, vários factores continuam a suportar o Euro, com destaque para os fluxos de capitais que
continuam a fluir para a região dado o afastamento de cenário de ruptura e as apostas na convergência de taxas
nos países periféricos. Mas este equilíbrio poderá sofrer alterações com a proximidade do primeiro leilão de
operações direccionadas de refinanciamento de longo prazo (TLRO) por parte do BCE.
II Trim 2013
I Trim 2014
II Trim 2014
Variações
Abr/13
Mai/13
Jun/13
Jan/14
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Trim.
Acum. Anual
12 Meses
Compra
95,805
95,928
96,086
97,371
97,359
97,368
97,392
97,416
97,336
-0,033%
-0,040%
1,301%
Venda
96,284
96,408
96,566
97,858
97,846
97,855
97,879
97,903
97,823
-0,033%
-0,040%
1,302%
Média
96,045
96,168
96,326
97,615
97,603
97,612
97,635
97,660
97,580
-0,033%
-0,040%
1,302%
Compra
95,532
95,581
95,864
97,830
97,237
97,214
98,512
99,621
98,605
1,430%
1,173%
2,859%
Venda
99,194
99,231
99,375
100,007
100,243
100,369
100,501
100,461
100,493
0,123%
0,340%
1,125%
Média
97,363
97,406
97,619
98,919
98,740
98,791
99,507
100,041
99,549
0,766%
0,751%
1,976%
Compra
95,519
95,375
95,980
97,254
97,091
97,354
96,963
97,047
97,740
0,397%
0,223%
1,833%
Venda
99,418
99,509
99,517
101,019
100,932
100,999
100,877
101,527
101,534
0,529%
0,599%
2,027%
Média
97,468
97,442
97,749
99,137
99,012
99,176
98,920
99,287
99,637
0,464%
0,414%
1,932%
Mercado Primário (Taxa Referência)
68. São referidos como factores causadores da depreciação do Rand sul-africano em relação ao Dólar norteamericano, a tensa situação laboral nos sectores mineiros e da indústria automóvel, as dificuldades registadas
no fornecimento energético, o fraco investimento privado e a fragilidade da economia aos efeitos negativos da
inflação elevada, tendo afectado também as moedas do Botswana, Namíbia, Lesoto e Suazilândia por fazerem
parte da SACU. Neste contexto a Fitch reviu a previsão de crescimento do PIB do país, que agora deverá crescer
2,00% este ano, em vez dos 2,30% previstos.
Bancos (Divisas)
Bancos (Notas)
69. O movimento de apreciação do Real foi resultado do aumento do fluxo de entradas de divisas, após
intervenções do BCB, além da revisão em baixa do PIB dos EUA. Contribuíram igualmente para essa tendência
de subida, o aumento da taxa de referência “Selic”.
Mercado Informal (Notas)
70. Perante os actuais desafios que a China enfrenta, aposta no mercado interno e reformas estruturais ao nível
do sistema financeiro, para além da internacionalização, espera-se uma manutenção da estabilidade do câmbio
e não do retorno à política de apreciação da moeda chinesa.
Compra
104,167
102,833
102,000
102,333
102,333
102,333
105,667
112,833
113,667
11,075%
11,075%
11,438%
Venda
107,167
106,750
105,500
107,000
106,333
106,500
112,833
122,167
120,000
12,676%
12,150%
13,744%
Média
105,667
104,792
103,750
104,667
104,333
104,417
109,250
117,500
116,833
11,891%
11,624%
12,610%
Compra
101,300
100,980
100,950
101,250
100,950
101,550
102,300
103,450
106,150
4,530%
5,833%
5,151%
Venda
104,420
104,430
103,830
104,530
104,470
105,220
106,660
109,340
114,310
8,639%
10,402%
10,093%
Média
102,860
102,705
102,390
102,890
102,710
103,385
104,480
106,395
110,230
6,621%
8,153%
7,657%
Casas de Câmbio
Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados
Fonte: BNA/DMA/DSI/DES
71. No II trimestre de 2014, verificou-se uma depreciação do Kwanza em relação ao Dólar norte-americano em
quase todos os mercados, à excepção do mercado primário (taxa de referência).
*Informação obtida a partir do SSIF.
* Até Março de 2013, as taxas do mercado secundário foram calculadas com base no método manual.
75. Entre Abril e Junho de 2014, o diferencial da taxa de câmbio do Kwanza face ao Dólar norte-americano, entre o mercado
informal e o mercado secundário (notas), aumentou em todas as províncias mais de 10 p.p., com excepção da provínca de
Benguela em que o diferencial subiu apenas 6,21 p.p. Se alargarmos o período de análise para os últimos 12 meses, observa-se
que a província de Cabinda foi a que registou o maior diferencial (18,33%) e a província de Benguela foi a que apresentou o
menor diferencial (5,87%). Novamente, o comportamento da taxa de câmbio AKZ/USD foi influenciado pela escassez de notas
em USD no mercado e verificou-se um efeito irregular provocado pelo aumento na procura por Dólares norte-americanos para
compras e outros pagamentos no exterior.
72.Particularmente, o mercado primário registou, no II trimestre de 2014, uma apreciação da moeda nacional
(Kwanza) face ao Dólar norte-americano de 0,03%. Em termos acumulados desde o início do ano de 2014, o
Kwanza registou uma ligeira apreciação de 0,04% em relação ao Dólar. Em tendência oposta, nos últimos 12
meses, isto é, de Junho do ano anterior a Junho do ano corrente, o Kwanza depreciou face ao Dólar 1,30%, em
termos médios.
73. Nos balcões, o Kwanza depreciou-se face ao Dólar no II trimestre de 2014 em 0,77% (Divisas) e de 0,46%
(Notas). Em termos acumulados e nos últimos 12 meses, a taxa de câmbio AKZ/USD depreciou-se em 0,75% e
1,98% (divisas) e 0,41% e 1,93% (notas), respectivamente.
74. Finalmente, no mercado informal e nas casas de câmbio (notas), a taxa de câmbio média do Kwanza
face ao Dólar depreciou-se significativamente 11,89% e 6,62%, respectivamente, em termos trimestrais.
Concomitantemente, verificaram-se depreciações desde o início do ano (11,62% e 8,15%, respectivamente) e
nos últimos 12 meses (12,61% e 7,66%, respectivamente).
Tabela 6 - Comportamento da taxa de câmbio Euro e Rand no Mercado Primário (Taxa Referência)
II Trim 2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
II Trim 2014
Variações
Taxas Médias
Abr/13
Mai/13
Jun/13
Out/13
Nov/13
Dez/13
Jan/14
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Trim.
Acum. Anual
12 Meses
KZ/EUR
124,212
124,438
125,941
133,602
132,583
134,386
132,556
133,281
134,328
134,947
132,973
132,986
-1,00%
-1,05%
5,44%
Compra
…
124,438
125,632
133,279
132,257
134,056
132,240
132,953
133,998
134,615
132,651
132,659
-1,00%
-1,05%
5,44%
Venda
…
125,041
126,250
133,926
132,909
134,717
132,872
133,609
134,658
135,278
133,295
133,313
-1,00%
-1,05%
5,44%
10,624
9,768
9,637
9,824
9,525
9,306
8,731
9,059
9,214
9,227
9,352
9,193
-0,22%
-1,22%
-4,71%
…
9,768
9,637
9,749
9,455
9,281
8,713
9,034
9,187
9,202
9,327
9,167
-0,21%
-1,23%
-5,00%
…
9,814
9,637
9,898
9,596
9,332
8,749
9,084
9,241
9,253
9,378
9,220
-0,23%
-1,21%
-4,43%
KZ/RAND
Compra
Venda
Fonte: DES/BNA
76. Em termos de câmbios no mercado primário (taxa de referência), do Kwanza face ao Euro e ao Rand, foram registadas apreciações,
em termos trimestrais, 1,00% e 0,22%, respectivamente. Apesar do período ter sido marcado por alguma volatilidade inicial derivada
da alteração da Lei Cambial, a estabilidade cambial persiste, contribuindo de alguma forma para o controlo da inflação.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
24
Comércio Externo e Reservas Internacionais
Tabela 8 - Peso das importações angolanas por país de origem
77. No II trimestre de 2014, as transacções com o exterior resultaram numa nova diminuição do saldo da conta
de bens, embora em menor amplitude (menos 1,12% em comparação com o trimestre anterior), situando-se nos
USD 9.702,18 Milhões. Esta quebra relaciona-se com um aumento superior das importações (6,84%) face às
exportações (1,89%). No período em análise, o aumento considerável das importações poderá ser explicado
pela importação de combustíveis, que passou de USD 209,9 Milhões (em Abril de 2014) para os USD 409,9
Milhões (em Junho de 2014). Por outro lado, observou-se aumentos na importação de mercadorias relacionados
com a categoria Outros, nomeadamente em bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres, metais (ferro, aço, chumbo
e estanho), instrumentos e aparelhos de óptica, e mobiliário.
Países
Portugal
Bélgica
China
EUA
Brasil
África do Sul
Emirados Árabes Unidos
I Trim 2013
18,94%
6,11%
14,33%
5,34%
5,83%
3,92%
4,28%
II Trim 2013
16,15%
5,67%
10,79%
4,49%
4,65%
4,43%
3,39%
III Trim 2013
18,46%
5,60%
11,04%
5,50%
4,87%
4,52%
4,99%
IV Trim 2013
18,25%
5,96%
11,04%
4,51%
4,57%
3,87%
4,32%
I Trim 2014
16,51%
6,47%
11,81%
4,54%
4,44%
3,77%
5,64%
II Trim 2014
19,19%
9,14%
13,70%
11,87%
4,99%
4,38%
6,85%
Fonte: DES/BNA
Tabela 7 - Saldo da Conta de Bens (Exportações vs Importações)
5.468,80
16.230,41
…
…
…
1.500,98
1.851,72
5.112,95
…
…
…
Conta de Bens
11.920,53
3.345,51
4.154,88
3.617,08
11.117,46
…
…
…
Exportações
15.777,26
4.902,32
5.639,93
5.533,66
16.075,91
1,89%
0,27%
-0,95%
Importações
5.965,45
1.880,79
2.234,44
2.258,50
6.373,73
6,84%
-2,08%
24,66%
Conta de Bens
9.811,81
3.021,53
3.405,49
3.275,16
9.702,18
-1,12%
1,88%
-12,73%
2014
81. Em termos acumulados, desde o início do ano foram exportados 282,59 milhões de barris, estando 7,81%
abaixo do volume registado face ao período homólogo. A redução da exportação de petróleo pode ser justificada
pela desaceleração da produção como resultado de problemas técnicos em vários campos petrolíferos.
Gráfico 12 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas
Fonte: DES/BNA
78. No trimestre em análise, os países que mais se destacaram em termos de origem das importações foram
os EUA com uma subida de 105,41% e a Bélgica com uma subida de 10,83%. As importações provenientes dos
EUA subiram drasticamente, no seguimento da aquisição de novos aparelhos aéreos. A Boeing entregou em
Maio de 2014 o primeiro avião 777-300 ER à TAAG no valor de Kz 500 milhões na sequência de uma encomenda
de três aviões realizada em Março de 2011. Espera-se que a entrega do segundo e do terceiro avião ocorra em
Dezembro de 2015 e Março de 2016, respectivamente.
Gráfico 11 - Países de origem das importações
37.000,00
USD Milhões
35.000,00
33.000,00
31.000,00
29.000,00
27.000,00
25.000,00
Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jan/14 Fev/14
500
II Trimestre 2013
Mil Milhões de USD
400
Reservas Brutas
31.438,40
5.655,86
1.760,25
32.115,89
5.105,75
5.219,97
32.355,92
17.140,50
2013
Exportações
Importações
32.801,81
II Trim
31.988,98
Jun
32.646,41
Mai
Var. 12
Meses
34.723,39
Abr
Var.
Acumulada
36.672,49
I Trim
Var.
Trimestral
35.390,69
Unidades: em milhões USD
80. No que respeita às exportações, no II trimestre de 2014, registou-se um ligeiro aumento de 1,89%,
influenciado, sobretudo, pelas exportações de petróleo que aumentaram 3,97%, devido ao aumento das
quantidades de petróleo bruto (2,35%) e da subida ligeira do seu preço (1,62%); e pelas exportações de
diamantes que cresceram no trimestre 41,41%, dos quais 19,49% correspondiam a um aumento da quantidade
exportada e os restantes 21,92% correspondiam a um aumento do preço médio (USD por quilate).
Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14
I Trimestre 2014
II Trimestre 2014
Reservas Internacionais Líquidas
300
Fonte: DES/BNA
200
82. Em relação às Reservas Internacionais Líquidas (RIL) estas alcançaram os USD 29.574,07 Milhões em Junho
de 2014, uma diminuição de 4,10% em relação a Março de 2014, representando 7,18 meses de importação. Em
termos trimestrais, contribuíram para uma diminuição das RIL, a desaceleração da produção petrolífera.
100
III Trim 2013
PORTUGAL
IV Trim 2013
BELGICA
CHINA
I Trim 2014
EUA
BRASIL
ÁFRICA DO SUL
Jun/14
Mai/14
Abr/14
Mar/14
Fev/14
Jan/14
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
Jul/13
0
II Trim 2014
EMIRADOS ÁRABES
Fonte: DES/BNA
79. Contudo, no II trimestre do ano, Portugal continuou a apresentar o maior peso das importações angolanas
por país de origem, seguido da China e dos EUA, com 19,19%, 13,70% e 11,87%, respectivamente.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
26
Tabela 9 - Principais Rubricas dos Activos Externos
II Trimestre 2013
Apr-13
I Trimestre 2014
May-13
Jun-13
Jan-14
II Trimestre 2014
Feb-14
Mar-14
Apr-14
May-14
Variações
Jun-14
Trim
Acum. Anual
12 Meses
Milhões de Kwanzas
Reservas Brutas
35.390,69
36.672,49
34.723,39
32.646,41
31.988,98
32.801,81
32.355,92
32.115,89
31.438,40
-4,16%
-5,09%
-9,46%
Reservas Internacionais
Líquidas
32.997,64
34.385,44
32.443,13
30.551,26
29.978,60
30.837,23
30.378,92
30.164,37
29.574,07
-4,10%
-4,43%
-8,84%
Ouro
84.131,26
80.805,61
68.247,80
71.825,30
76.759,61
75.004,99
74.765,07
72.359,08
76.792,22
2,38%
10,53%
12,52%
Disponibilidades
237.997,56
148.536,41
148.536,41
72847,42
132.994,73
69.758,03
73.330,03
159.916,94
175.870,48
152,12%
84,84%
18,40%
86.Consoante o que se pode verificar no quadro abaixo apresentado, na base da diminuição das estimativas
para 2014 esteve, maioritariamente, a previsão de uma quebra considerável no crescimento do sector da
Agricultura de 35,6 p.p. (de 42,3% para 6,7%). No entanto, a desaceleração acentuada do sector da Agricultura
foi compensada em parte por acelerações nos sectores das Pescas e Derivados (+2,9p.p.) e Serviços Mercantis
(+3,0p.p.).
Tabela 10 - Taxas de Crescimento do PIB por Sectores de Actividade (%)
Milhões de Kwanzas
Aplicações
3.076.969,82
Obrigações de curto
prazo
-229.840,16
3.297.378,21
3.131.596,07
-219.940,94
-219.613,46
3.042.090,23
2.912.449,77
-204.516,67
-196.217,79
3.057.070,81
-191.766,00
3.010.986,30
-193.025,42
2.904.144,05
-190.584,14
2.815.080,27
-181.919,78
-7,92%
-5,13%
-8,27%
-14,51%
Taxas de Crescimento do PIB real (%)
2012
2013*
2014*
2014 (Rev1)
2014 (Rev2)
2014 (Rev3)
2015*
-22,5
42,3
25,5
25,5
25,5
6,7
4,7
Pescas e derivados
9,7
2,4
8,5
8,5
8,5
5,3
5,4
Diamantes e outros
0,3
3,3
11,9
15,5
5,0
1,0
0,7
Petroleo
4,3
-0,9
4,0
-3,5
-3,5
-3,5
10,7
Indústria transformadora
14,0
8,6
8,6
8,6
8,6
8,6
8,8
Construção
11,7
8,1
8,0
8,0
8,0
8,0
10,5
Energia
10,4
34,4
32,1
32,1
32,1
32,1
34,9
Serviços mercantis
13,4
7,0
10,0
10,0
10,0
10,0
10,0
Outros
8,3
0,7
6,0
6,0
6,0
6,0
4,5
Agricultura
-10,11%
-17,16%
Fonte: DES/BNA
83. Os últimos dados mostram que o rácio de cobertura das reservas cambiais atingiu os 7,18 meses de
importação de bens e serviços em Junho de 2014, contra os rácios de 7,33, 7,39 e 7,48 meses de importações
em Maio, Abril e Março, traduzindo-se numa queda trimestral de 0,31 meses (inferior à descida registada no
trimestre anterior).
Fonte: MinPlan
O Estado da Economia Nacional
87. Os sectores cujas projecções são mais promissoras em 2014, em termos de crescimento, são: Energia
(32,1%), Serviços Mercantis (10,0%) e Indústria Transformadora (8,6%) apesar do sector da Energia registar
indícios de uma desaceleração em 2014 face a 2013 (de 34,4% para 32,1%). Os sectores da Agricultura, da
Construção e das Pescas e derivados foram estimados com um crescimento médio de 6,6%.
PIB
84. De acordo com o Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial (MPDT), as estimativas para o PIB
de 2013 (6,8%), superam as de 2012 (5,2%), que poderá estar associado à expansão do sector não petrolífero,
para o qual se estima uma taxa de crescimento de 10,9%, contra os 5,6% em 2012.
Gráfico 13 – Taxas de Crescimento do PIB (%)
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
- 2,0
- 4,0
- 6,0
5,2
5,6
11,8
11,8
10,9
9,3
11,5
6,7
6,8
4,3
8,9
8,2
8,1
10,7
4,4
4,0
- 0,9
2012
6,9
2013*
- 3,5
2014*
PIB não petrolífero
2014 (Rev1)
- 3,5
2014 (Rev2)
PIB petrolífero
- 3,5
2014 (Rev3)
2015*
PIB pm
Fonte: MinPlan
85. Relativamente às últimas projecções do PIB para 2014, face a 2013 estima-se um decréscimo de 2,4 p.p.,
passando de 6,8% para 4,4%, representando uma desaceleração de 2,4 p.p.
88. No caso do sector da energia, ainda se faz sentir o impacto da instalação de 570 megawatts (MW) de
capacidade nas províncias de Luanda, Benguela, Namibe, Cunene, Kuando-Kubango, Luanda Norte e Huambo,
no âmbito de um programa de reforço da produção de energia, com a construção de novas subestações pela
Empresa de Distribuição de Electricidade (EDEL).
89. No que respeita aos serviços mercantis, as medidas administrativas em curso na organização e disciplina
do exercício desta actividade, bem como a criação de infraestruturas de logística e da rede da distribuição
(armazéns, mercados), deverão contribuir para o crescimento do sector.
90. O sector petrolífero é um dos sectores onde se projecta a maior contracção da taxa de crescimento (-3,5%
em 2014) levando a uma produção média de 1,656 milhões de barris/dia. Os factores que poderão estar na
base desse fraco desempenho do sector estão associados a restrições de produção devido a necessidades de
manutenção e reparação por problemas mecânico-operacionais, tendo levado ao fecho de alguns poços em
blocos específicos.
91. O Sector da Agricultura poderá crescer a uma taxa de 6,7%, contra os 25,5% previstos anteriormente, cujas
justificações assentam no fraco desempenho em quase todas as fileiras (excepto as hortícolas), durante a 1ª época da
campanha agrícola de 2014, devido ao comportamento irregular das quedas pluviométricas nos meses de Dezembro
de 2013 e Janeiro de 2014 que afectou a produção . Contudo, espera-se um aumento da produção na 2ª época da
campanha 2014/15, dado a uma maior probabilidade de quedas pluviométricas nos meses de Fevereiro, Março e Abril.
92. O Sector Diamantífero poderá crescer a uma taxa de 1%, abaixo dos 5% previstos na revisão anterior do
PIB; os factores na base desse comportamento são: existência de minas paralisadas e outras em reabilitação.
As minas que entraram em funcionamento são de pequena e média escala, cuja produção ainda se encontra
em fase piloto.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
28
93. No que respeita ao Sector das Pescas as projecções foram revistas também em baixa, dos 8,5% para 5,3%,
devido ao volume de capturas da pesca industrial e semi-industrial que representa 82% do total, que poderá
crescer em apenas 5,2%, apesar dos níveis de captura da pesca artesanal continental ter apresentado uma
variação bastante acentuada, durante o primeiro trimestre de 2014, em resultado da criação de cooperativas
nas comunidades e melhor acompanhamento das mesmas.
94. A taxa acima referida, poderá estar associada ao crescimento esperado em todos os sectores da actividade
económica, com especial destaque para os Sectores da energia (34,9%), petróleo (10,7%), construção (10,5%),
serviços Mercantis (10,0%) e indústria (8,8%).
Indústria Transformadora
98. Segundo os dados apurados no I trimestre de 2014, o indicador de confiança do sector de indústria
transformadora demonstrou uma trajecória positiva na sua evolução em relação ao período homólogo e ao
período anterior, tendo-se mantido acima da média. Contribuiu para esse comportamento a superação de
algumas dificuldades das empresas do sector no desenvolvimento das suas actividades.
Gráfico 15 – Indicador de Confiança para a Indústria Transformadora
20
95. Os principais factores que poderão influenciar a taxa de crescimento do sector petrolífero, para o ano de
2015, poderão ser justificados fundamentalmente pela entrada em funcionamento de novos campos.
18
15
Indicador de Clima Económico (I Trimestre de 2014)
97. Esta trajectória, deveu-se ao comportamento positivo de todos os sectores em análise, embora alguns se
tenham situado abaixo das suas respectivas médias.
Gráfico 14 – Indicador de Clima Económico
20
18
18
17
12
IV Trim. 2013
I Trim. 2014
5
96. O Indicador de Clima Económico calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mede o desempenho
dos sectores da economia. A abordagem deste indicador cingir-se-á ao I trimestre de 2014, visto que esta
estatística é divulgada pelo INE com um desfasamento trimestral. Este indicador contrariou o comportamento
descendente do trimestre anterior, tendo também permanecido acima da média da série e evoluído positivamente
em termos homólogos e trimestrais.
10
16
9
10
15
12
11
0
I Trim. 2013
II Trim. 2013
III Trim. 2013
IC Indústria Transf.
Média
Fonte: INE
Construção
99. Relativamente aos resultados obtidos para o I trimestre de 2014, apesar do indicador de confiança da
construção se encontrar abaixo da média do período em análise, o seu comportamento foi melhor quando
comparado com o trimestre anterior. O comportamento favorável de todas as variáveis que compõem o indicador,
em relação ao período, anterior estive na base de uma evolução menos negativa do indicador de confiança em
relação ao período anterior.
Gráfico 16 – Indicador de Confiança para o Sector da Construção
13
0
5
-10
0
I Trim. 2013
II Trim. 2013
III Trim. 2013
ICE
IV Trim. 2013
I Trim. 2014
-20
Média
Fonte: INE
-25
-23
-26
-30
-30
-39
-40
-50
I Trim. 2013
II Trim. 2013
III Trim. 2013
IC Construção
Fonte: INE
IV Trim. 2013
Média
I Trim. 2014
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
30
Comércio
Turismo
100. Não obstante a tendência descendente do indicador, a conjuntura económica permaneceu favorável para
as empresas com actividade no sector do comércio no I trimestre de 2014, mostrando uma trajectória crescente.
Ainda assim, o indicador de confiança permanece abaixo da média.
102. O indicador de confiança do turismo continua favorável, tendo mantido o crescimento registado no
trimestre anterior e evoluído positivamente em relação ao período homólogo, bem como superado a média do
período em análise.
Gráfico 17 – Indicador de Confiança para o Sector do Comércio
103. O comportamento positivo da perspectiva e da actividade actual das empresas do sector vem justificar o
anteriormente constatado, de acordo com os dados acerca da produção actual, perspectivas de produção e de
emprego.
23
25
20
24
Gráfico 19 – Indicador de Confiança para o Sector do Turismo
17
15
12
15
10
20
5
15
0
I Trim. 2013
II Trim. 2013
III Trim. 2013
IC Comércio
IV Trim. 2013
16
12
10
I Trim. 2014
Média
18
5
Fonte: INE
0
Transportes
101. No I trimestre de 2014, verificou-se que o indicador de confiança no sector dos transportes evidenciou uma
conjuntura económica favorável, pois apesar de se ter mantido abaixo da média da série, evoluiu positivamente
em relação ao período anterior. Este comportamento deveu-se ao aumento das perspectivas da actividade e da
perspectiva de emprego.
Gráfico 18 – Indicador de Confiança para o Sector dos Transportes
50
45
-2
-1
I Trim. 2013
II Trim. 2013
-5
42
III Trim. 2013
IC Turismo
IV Trim. 2013
I Trim. 2014
Média
Fonte: INE
Indústria Extractiva
104. A conjuntura económica do sector da indústria extractiva permaneceu favorável, tendo o indicador de
confiança invertido o comportamento descendente do trimestre anterior, mas permanecendo abaixo da média.
42
105. O aumento da produção e das perspectivas de exportação justifica o comportamento favorável do sector.
40
33
35
27
30
21
25
Gráfico 20 – Indicador de Confiança para a Indústria Extractiva
20
15
35
10
30
5
31
25
25
0
I Trim. 2013
II Trim. 2013
III Trim. 2013
IV Trim. 2013
20
I Trim. 2014
15
IC Transportes
14
18
20
10
Média
5
0
I Trim. 2013
Fonte: INE
II Trim. 2013
III Trim. 2013
IC Extractiva
Fonte: INE
IV Trim. 2013
Média
I Trim. 2014
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
32
Inflação
110. As Classes 08-Comunicações e 10-Educação não registaram qualquer tipo de variação nos preços no
II trimestre de 2014, e a classe 04-Habitação, Água, Elect., Gás e Combustível (0,50%) seguida da classe
01-Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas (1,40%) registaram as menores variações, durante o II trimestre de
2014.
Índice de Preços no Consumidor de Luanda
106. A taxa de inflação teve uma evolução descendente, no II trimestre de 2014, em relação ao período
anterior de 1,76% para 1,71%, retratando uma variação em relação ao trimestre anterior de -0,05 p.p. e, uma
desaceleração face ao período homólogo em cerca de 0,40 p.p., de 2,11% para 1,71%.
107. Esta diminuição do nível do IPC no II trimestre de 2014 face ao trimestre anterior poderá ser justificada pela variação do
índice geral de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) que foi em
termos médios 206,0 pontos em Junho de 2014, situando-se abaixo do valor de Março (213,8 pontos), sobretudo impulsionado
pela diminuição do índice de preços dos lacticínios (-11,93%) e do óleo (-7,76%).
111. A inflação homóloga tem evidenciado um percurso tendencialmente descendente, tendo registado uma
queda de 9,19% para 6,89%, entre o II trimestre de 2013 e o II trimestre de 2014.
112. A referida desaceleração pode ser associada ao efeito positivo da redução de 5,9 pontos, nos preços
mundiais dos produtos alimentares, tendo o seu índice geral passado de 211,9 pontos para 206,0 pontos, e das
medidas do BNA destinadas a estabilizar a taxa de câmbio nominal do Kwanza face ao dólar.
Gráfico 23 – Inflação Mensal e Homóloga
108. No que respeita aos meses que compõem o II trimestre de 2014, os mesmos registaram variações dos
preços na ordem dos 0,51% em Abril, 0,62% em Maio e 0,57% em Junho.
1,20%
9,19%
6,89%
1,00%
Gráfico 21 - Análise da Inflação Trimestral
0,80%
0,63%
0,57%
0,60%
2,50%
0,40%
2,11%
0,20%
1,00%
Inflação Mensal
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
1,50%
set/13
0,00%
jun/13
1,57%
1,71%
ago/13
1,76%
1,68%
jul/13
2,00%
10,00%
9,00%
8,00%
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
Inflação Homóloga
Fonte: BNA
0,50%
113. Por sua vez, a inflação homóloga apresentou variações na ordem dos 7,22 % em Abril, 6,95% em Maio e
6,89% em Junho.
0,00%
II Trim. 2013
III Trim. 2013
IV Trim. 2013
I Trim. 2014
II Trim. 2014
Fonte: DEE-BNA/INE
Tabela 11 – Variação mensal, homóloga e acumulada do IPC
109. De acordo com a variação do IPC por classes, verifica-se que as classes 12-Bens e Serviços Diversos
(3,76%), seguida de 05- Mobiliário, Equip. Dom. e Manutenção (3,04%) e da classe 03- Vestuário e Calçado
(2,96%) registaram as maiores variações de preços no II trimestre de 2014.
2013
CLASSES
Gráfico 22 - Contribuição da Classe 01 – Alimentação e Beb. Não-Alcoólicas no IPC de Luanda
6,00%
5,00%
3,06%
3,24%
3,44%
1,00%
3,55%
3,75%
4,01%
4,23%
4,41%
4,60%
4,70%
2,00%
4,82%
4,94%
3,00%
4,02%
4,00%
Classe 01 - Alimentação e bebidas não alcoólicas
14
Ju
n/
14
4
M
ai/
r/1
Ab
4
M
ar
/1
14
Fe
v/
14
n/
Ja
3
z/1
De
13
v/
3
No
3
t/1
Ou
t/1
Se
13
o/
3
Ag
l/1
Ju
Ju
n/
13
0,00%
Fonte: DEE-BNA/INE
II Trim.
2014
I Trim.
II Trim.
01. ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS
2,44%
1,68%
1,40%
02. BEBIDAS ALCOÓLICAS E TABACO
1,63%
1,93%
2,72%
03. VESTUÁRIO E CALÇADO
2,23%
2,42%
2,96%
04. HABITAÇÃO, ÁGUA, ELECTR., GÁS E COMBUST.
1,95%
0,72%
0,50%
05. MOBILIARIO,EQUIP. DOMESTICO E MANUTENÇÃO
2,19%
3,02%
3,04%
06. SAÚDE
2,05%
1,65%
1,52%
07. TRANSPORTES
1,44%
0,36%
1,72%
08. COMUNICAÇÕES
0,00%
0,00%
0,00%
09. LAZER, RECREAÇAO E CULTURA
1,85%
3,01%
1,57%
10. EDUCAÇAO
0,00%
0,40%
0,00%
11. HOTÉIS,CAFÉS E RESTAURANTES
2,46%
2,34%
2,67%
12. BENS E SERVIÇOS DIVERSOS
2,36%
4,14%
3,76%
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
34
114. Relativamente ao período homólogo, a classe 12-Bens e Serviços Diversos foi a que obteve a maior variação
positiva (de 2,36% para 3,76%), enquanto que, a classe 04 – Habitação, Água, Elect., Gás e Combustível foi a
que registou o maior abrandamento (de 1,95% para 0,50%).
118. Por último, a subcategoria “Bens Alimentares Processados” registou no II trimestre de 2014, uma variação
de 1,41%, valor inferior ao observado no mesmo trimestre do ano anterior em 1,00 p.p. (2,41%), enquanto a
subcategoria “Bens Alimentares Não Processados” registou uma variação de 1,41%, cifra também inferior à
registada no seu período homólogo em 1,17 p.p. (2,59%).
Tabela 12 – Variação do IPC Trimestral por Classes
2013
Variação
Variação
Mensal
Homóloga
Acumulada
Mensal
Homóloga
Acumulada
Jan.
0,61%
8,90%
0,61%
0,76%
7,84%
0,76%
Fev.
0,82%
9,04%
1,44%
0,49%
7,48%
1,25%
Mar.
0,66%
9,11%
2,11%
0,51%
7,32%
1,76%
Abr.
0,60%
9,00%
2,72%
0,51%
7,22%
2,28%
Mai.
0,87%
9,25%
3,62%
0,62%
6,95%
2,91%
Jun.
0,63%
9,19%
4,27%
0,57%
6,89%
3,50%
0,52%
9,04%
4,81%
0,54%
8,97%
5,38%
Set.
0,50%
8,93%
5,91%
Out.
0,41%
8,38%
6,34%
Nov.
0,52%
7,94%
6,89%
120. Das Classes que compõe o IPC, as que mais influenciaram o IPC de Luanda no II Trimestre de 2014 foram as
Classes 03 – Vestuário e Calçado, 05 – Mobiliário, Equipamento doméstico e Manutenção, 11 – Hotéis, cafés
e restaurantes e 12 – Bens e Serviços Diversos, conforme se pode constar no painel seguinte.
Painel 2 – Contribuições no IPC de Luanda
0,80%
6,00%
5,00%
0,75%
5,00%
4,00%
0,70%
4,00%
Fonte: DEE-BNA/INE
3,00%
0,65%
3,00%
2,00%
0,60%
2,00%
Desagregação do Índice de Preços no Consumidor por Categoria
1,00%
0,55%
1,00%
0,00%
0,50%
0,00%
7,69%
115. Consoante se pode verificar na tabela abaixo, a categoria de “Bens” registou uma variação de 1,85% no II
trimestre de 2014, que corresponde a uma variação nula relativamente ao trimestre anterior (1,85%) e 0,52p.p.
abaixo do II trimestre de 2013 (2,37%). Por sua vez, a categoria de “Serviços” registou uma variação de 1,34%,
0,14p.p. abaixo do registado nesse mesmo período homólogo (1,47%), e 0,18p.p. abaixo do trimestre anterior
(1,52%).
Linear (Classe 03 – Vestuário e Calçado (Eixo à Direita))
6,00%
0,34%
6,00%
0,28%
0,00%
Classe 01 - Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas
2014
2013
Alimentares
Classe 11 - Hotéis, Cafés e Restaurantes (Eixo à Direita)
Linear (Classe 11 - Hotéis, Cafés e Restaurantes (Eixo à Direita))
Outros Bens
Não processados
Processados
II Trimestre
2,11
2,37
2,46
2,59
2,41
2,22
1,47
III Trimestre
1,57
1,86
1,65
1,43
1,74
2,22
0,84
IV Trim. 2013
1,69
1,92
1,76
1,37
1,92
2,19
1,07
I Trimestre
1,76
1,85
1,66
1,39
1,77
2,16
1,52
II Trimestre
1,71
1,85
1,41
1,41
1,41
2,58
1,34
Fonte: BNA/DEE
117. Relativamente à subcategoria “Bens Alimentares”, registou no trimestre em análise uma variação de 1,41%, valor inferior
ao observado no mesmo trimestre do ano anterior em 1,05 p.p. (2,46%), enquanto que a subcategoria “Outros Bens” registou
uma variação de 2,58%, cifra superior à registada no trimestre anterior em 0,42 p.p. (2,16%).
0,90%
0,80%
0,70%
0,60%
0,50%
0,40%
0,30%
0,20%
0,10%
0,00%
Ju
n/
13
0,00%
Jun/14
Tabela 13 – Variação trimestral do IPC e das suas Categorias (classificação – BNA)
Abr/14
1,00%
Mai/14
0,29%
Fev/14
1,00%
Mar/14
2,00%
Jan/14
0,30%
Dez/13
2,00%
Nov/13
3,00%
Set/13
0,31%
Out/13
3,00%
Ago/13
4,00%
Jul/13
0,32%
Jun/13
0,33%
4,00%
Serviços
0,00%
Classe 01 - Alimentação e bebidas não alcoólicas
Classe 05 – Mobiliário, Equip. Dom. e Manut. (Eixo à Direita)
Linear (Classe 05 – Mobiliário, Equip. Dom. e Manut. (Eixo à Direita))
5,00%
Bens
0,20%
Classe 03 – Vestuário e Calçado (Eixo à Direita)
116. Em síntese, a notável desaceleração dos preços dos serviços no II trimestre de 2014 face ao trimestre
anterior justifica a desaceleração da inflação nesse mesmo período de 1,76% para 1,71%, e a desaceleração do
IPC face ao II trimestre de 2013 de 2,11% para 1,71% deve-se sobretudo à variação trimestral negativa sentida
na classe de bens em 0,52p.p..
Inflação
0,40%
Classe 01 - Alimentação e bebidas não alcoólicas
5,00%
Total
0,60%
Ju
7,69%
n/
13
Ju
l/1
Ag 3
o/
1
Se 3
t/1
Ou 3
t/1
No 3
v/
1
De 3
z/1
Ja 3
n/
1
Fe 4
v/
14
M
ar
/1
Ab 4
r/1
M 4
ai/
1
Ju 4
n/
14
0,75%
Ju
Dez.
0,80%
n/
1
Ju 3
l/1
Ag 3
o/
1
Se 3
t/1
Ou 3
t/1
No 3
v/
1
De 3
z/1
Ja 3
n/
1
Fe 4
v/
M 14
ar
/1
Ab 4
r/1
M 4
ai/
1
Ju 4
n/
14
6,00%
l/1
Ag 3
o/
1
Se 3
t/1
Ou 3
t/1
No 3
v/
1
De 3
z/1
Ja 3
n/
1
Fe 4
v/
14
M
ar
/1
Ab 4
r/1
M 4
ai/
1
Ju 4
n/
14
Jul.
Ago.
Contribuição
Ju
Período
119. O que se conclui que a menor variação dos bens alimentares, no II trimestre de 2014 face ao trimestre
anterior e ao II trimestre de 2013, é justificada pelo movimento dos bens alimentares processados.
2014
Classe 01 - Alimentação e bebidas não alcoólicas
Classe 12 - Bens e Serviços Diversos (Eixo à Direita)
Linear (Classe 12 - Bens e Serviços Diversos (Eixo à Direita))
121. Relativamente às componentes do IPC, a categoria de “Bens” contribuiu para 78% do IPC, nomeadamente
0,02 p.p. abaixo do valor observado no seu período homólogo do ano passado (80%), e a categoria de “Serviços”
contribuiu com 0,02 p.p. representando 22% da inflação, valor acima do registado no seu período homólogo do
ano passado, 20%.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
36
Gráfico 24 – Variação trimestral do IPG
Tabela 14 – Representatividade das Componentes do IPC
Total
2,50%
Inflação
Bens
Serviços
Alimentares
2014
2013
II Trimestre
2,11
80%
2,00%
Outros Bens
Não processados
Processados
30%
70%
65%
35%
2,08%
1,86%
1,56%
20%
III Trimestre
1,57
85%
55%
25%
75%
45%
15%
IV Trimestre
1,69
82%
57%
22%
77%
43%
18%
I Trimestre
1,76
76%
56%
24%
76%
44%
24%
II Trimestre
1,71
78%
47%
29%
71%
53%
22%
1,27%
1,50%
1,25%
1,00%
0,50%
0,00%
Fonte: BNA/DEE
II Trim. 2013
122. A subcategoria “Bens Alimentares” da categoria “Bens” registou, neste período, uma contribuição de 0,87
p.p. representando 47% da contribuição da categoria bens, enquanto a subcategoria “Outros Bens” registou
0,98p.p. representando 53%.
123. Por último, relativamente à subcategoria de “Bens Alimentares Processados” destacou-se com uma
contribuição de 1,00 p.p. na inflação dos “Bens alimentares” representando 71% comparativamente aos 0,40
p.p. dos “Bens Alimentares Não Processados” representando 29%.
III Trim. 2013
IV Trim. 2013
I Trim. 2014
Fonte: DEE-BNA/INE
126. Como pode ser observado na tabela abaixo, no II trimestre de 2014, a variação dos preços dos produtos
nacionais foi de 1,78%, superior à registada para os produtos importados em 0,68 p.p. e inferior à verificada
no I trimestre de 2014 (1,97%).
Tabela 16 – Variação no IV Trimestre por secções dos Produtos Nacionais e Importados
I Trim. 2014
Tabela 15 - Contribuição trimestral das categorias, subcategorias e grupos do IPC (classificação INE - BNA)
Total
Inflação
Bens
Serviços
Alimentares
Outros Bens
Não processados
Processados
II Trim. 2014
Secção
II Trim. 2014
∆% Prod. Nacionais
∆% Prod. Importados
∆% Prod. Nacionais
∆% Prod. Importados
Agric. Prod. Animal, Caça e Silvicultura
2,03%
1,69%
Pescas
2,95%
1,07%
1,88%
Indústria Transformadora
1,85%
1,06%
2,22%
1,07%
Total
1,97%
1,09%
1,78%
1,10%
3,03%
Fonte: DEE-BNA/INE
1,69
1,53
0,74
1,71
0,83
0,42
1,33
1,03
0,41
1,24
0,83
0,24
1,69
1,38
1,09
0,39
1,36
0,82
0,30
2013
2,11
1,57
IV Trimestre
I Trimestre
1,76
1,33
1,03
0,40
1,26
0,81
0,43
2014
II Trimestre
III Trimestre
II Trimestre
1,71
1,33
0,87
0,40
1,00
0,98
0,37
127. Para os produtos nacionais, o sector das Pescas foi o que registou uma maior variação, com 3,03%. Enquanto
para os produtos importados foi a secção Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura com 1,88%.
Gráfico 25 – Variações mensais do IPC e do IPG
Fonte: BNA/DEE
124. Em conclusão, de facto a classe de bens é a que mais justificou a variação descendente verificada no IPC
no II trimestre de 2014 face ao II trimestre de 2013, dada a sua elevada representatividade no IPC.
1,20
1,00
0,63
0,57
0,60
Índice de Preços no Grossista de Luanda
0,40
125. Conforme se pode observar graficamente, o índice de preços no grossista teve o registo de uma variação
trimestral na ordem dos 1,25%, no II trimestre de 2014, o que corresponde a uma evolução descendente de 0,32
p.p. comparativamente ao mesmo trimestre do ano de 2013 (1,56%) e a um decréscimo na ordem dos 0,03 p.p.
face ao trimestre anterior (1,27%).
0,00
0,41
0,20
Fonte: DEE-BNA / INE
IPG
IPC
Mai/14
Abr/14
Mar/14
Fev/14
Jan/14
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
Jul/13
Jun/13
0,27
Jun/14
%
0,80
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
38
128. Numa análise trimestral, a variação do IPC está em linha com a variação do IPG em períodos anteriores,
conforme sugere a teoria económica, ceteris paribus. 2014.(ver gráfico acima)
Transportes, com 0,66%. Conclui-se que o abrandamento entre a variação do IPC de Março de 2014 (0,19%) e
a variação do IPC de Junho de 2014 (0,13%) se deve ao comportamento da classe 01- Alimentação e Bebidas
não Alcoólicas (de 0,34% para 0,03%).
Índice de Preços no Consumidor – Outras Províncias
136. O Índice de Preços no Consumidor da província de Cunene registou uma variação de 0,11%, durante o
período de Fevereiro a Março de 2014. As classes que apresentaram maior variação foram as classes 06Saúde, com 0,82%, influenciada pela subida de preços dos produtos “Amoxicilina” com 3,23%, “Metranidazol”
e “Paracetamol” com 2,33% cada e “Ibucape” com 1,27%; e a classe 05- Mobiliário, Equipamento Doméstico
e Manutenção, com 0,43%, influenciada pela subida dos produtos “Lençol de casal” com 3,35%, ”Panela”
com 2,90% e “Cama de casal” com 2,71%. Por sua vez, a classe 06- Saúde foi a que registou o maior aumento
de preços (0,96%) seguida da classe 05- Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção, com 0,28%, que
justifica a variação do IPC (0,15%), durante o período de Maio a Junho de 2014. Por último, o aumento registado
na variação do IPC de Março de 2014 (0,11%) e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,15%) foi justificado pela
classe 06- Saúde, com uma variação do IPC de Março de 0,82% para uma variação do IPC de Junho em torno
dos 0,96%.
129. Em Março de 2014, o Instituto Nacional de Estatística (INE) deu início à digulgação dos resultados das
variações mensais do Índice de Preços no Consumidor das províncias de Luanda, Benguela, Cabinda, Cunene,
Huíla, Huambo e Namibe, com o ano base de Dezembro de 2011.
130. De acordo com os referidos dados, expressos na tabela abaixo, no II trimestre, a província do Namibe
(1,16%) foi a que registou maior inflação no trimestre, enquanto que Cabinda registou a menor inflação (0,37%).
Tabela 17 - Variações mensais do IPC por Província
Províncias
Abr/14
Mai/14
Jun/14
II Trim 2014
Benguela
0,24%
0,19%
0,25%
0,68%
Cabinda
0,15%
0,09%
0,13%
0,37%
Cunene
0,12%
0,16%
0,15%
0,43%
Huambo
0,25%
0,37%
0,43%
1,05%
Huíla
0,26%
0,38%
0,34%
0,98%
Namibe
0,23%
0,44%
0,49%
1,16%
Fonte: DEE-BNA/INE
131. De acordo com a tabela acima, é de notar um abrandamento da variação mensal do IPC na província de
Cabinda de 0,19% para 0,13%, entre Março e Junho de 2014, respectivamente.
132. Contudo, esta teve um comportamento contrário nas províncias de Benguela, Cunene, Huíla e Namibe,
onde ocorreu um aumento da inflação: em Benguela acelerou de 0,07% para 0,25%, no Cunene acelerou de
0,11% para 0,15%, em Huíla acelerou de 0,08% para 0,34% e, no Namibe acelerou de 0,21% para 0,49%.
133. Huambo foi a única província onde a variação mensal do IPC se manteve, entre Março e Junho de 2014
(0,43%).
134. O Índice de Preços no Consumidor da província de Benguela registou uma variação de 0,07%, durante o
período de Fevereiro a Março de 2014, cujas classes que apresentaram uma maior variação foram a Classe
01- Alimentação e Bebidas não Alcoólicas com 0,16%, influenciada principalmente pela subida dos preços dos
produtos “Beringela” com 1,95%, “Laranja” com 1,90% e “Coxas de frango” com 1,30%; e a Classe 02- Bebidas
Alcoólicas e Tabaco com 0,07%, influenciada pela subida dos produtos “Amarula” com 0,27% e “Cerveja
nacional” com 0,21%. No entanto, durante o período de Maio a Junho de 2014, a variação do IPC (0,25%) foi
justificado pelas variações das classes- 12 Bens e Serviços Diversos, com 0,93%, seguida da classe 06- Saúde,
com 0,46%. Para além disso, constata-se que o aumento registado na variação do IPC de Março de 2014 (0,07%)
e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,25%) foi justificado pela classe 12- Bens e Serviços Diversos, com uma
variação do IPC de Março de 0,02% para uma variação do IPC de Junho em torno dos 0,93%.
135. No que respeita a Cabinda, o IPC registou uma variação de 0,19%, durante o período de Fevereiro a Março
de 2014, cujas classes que apresentaram uma maior variação foram a Classe 01- Alimentação e Bebidas não
Alcoólicas, com 0,34%, influenciada sobretudo pela subida dos preços dos produtos “Açúcar branco” com
1,82% “Frango congelado” e “Coxas de frango” com 1,60% cada e “Chouriço” com 0,54%; e a classe 11Hotéis, Cafés e Restaurantes, com 0,09%, influenciada pela subida do produto “Arroz com peixe” com 3,09%.
Contudo, durante o período de Maio a Junho de 2014, a variação do IPC (0,13%) foi justificado pelas variações
das classes 06- Saúde, com 0,72%. Destacam-se também os aumentos dos preços verificados na classe 07-
137. No que concerne à província de Huambo, o IPC registou uma variação de 0,43%, durante o período de
Fevereiro a Março de 2014, justificada pela variação das classes 08- Comunicações, com 0,88%, influenciada
pela subida de preço do “Telefone fixo” com 3,87%; e pela variação da classe 07- Transportes, com 0,83%,
influenciada pela subida do produto “Motorizada” com 1,83%. Todavia, a classe 06- Saúde foi a que registou o
maior aumento de preços (1,58%) seguida da classe 07- Transportes, com 0,88%, durante o período de Maio a
Junho de 2014, que justifica a variação do IPC (0,43%).
138. O Índice de Preços no Consumidor da província de Huíla registou uma variação de 0,08%, durante o período
de Fevereiro a Março de 2014, influenciada pelas classes que registaram maior aumento do nível geral de
preços, nomeadamente: a classe 02- Bebidas Alcoólicas e Tabaco, com 1,16%, influenciada pelo aumento de
preço de “Cerveja importada” com 3,02%; e a classe 03- Vestuário e Calçado, com 0,91%, influenciada pela
subida do preço de “Calças para senhora” com 2,58%. A classe 12- Bens e Serviços Diversos foi a que registou
o maior aumento de preços (0,87%) e a classe 03- Vestuário e Calçado, com 0,86%, que justifica a variação do
IPC (0,34%), durante o período de Maio a Junho de 2014. Por fim, a incremento registado na variação do IPC de
Março de 2014 (0,08%) e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,34%) foi justificado sobretudo pela classe 07Transportes, com uma variação do IPC de Março de 0% para uma variação do IPC de Junho em torno dos 0,59%.
139. Por último, o Índice de Preços no Consumidor da província de Namibe registou uma variação de 0,21%,
durante o período de Fevereiro a Março de 2014, cujas classes que registaram maior aumento do nível geral
de preços foram a classe 06- Saúde, com 0,81%, %, influenciada pela subida dos produtos “Paracetamol”
com 3,77%, “Despesas em clinicas privadas” com 2,43% e “Consulta médica” com 1,34%; e a classe 12- Bens
e Serviços Diversos, com 0,80%, influenciada pela subida dos produtos “Corte de cabelo para homem” com
3,59%, “Papel higiénico” com 2,98% e “Serviço de cabeleireiro para senhora” com 2,66%. Mas, a classe 03Vestuário e Calçado foi a que registou o maior aumento de preços com 0,87%, onde se destacam também os
aumentos dos preços verificados na classe 07- Transportes, com 0,78%, que justifica a variação do IPC (0,49%),
durante o período de Maio a Junho de 2014. Em última conclusão, o aumento registado na variação do IPC de
Março de 2014 (0,21%) e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,49%) foi justificado pela classe 03- Vestuário e
Calçado, com uma variação do IPC de Março de 0,03% para uma variação do IPC de Junho em torno dos 0,87%.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
40
Previsão da Inflação
Riscos Externos:
140. As perspectivas de evolução futura do nível de inflação do III trimestre de 2014 encontram-se num intervalo
de 1,37% a 1,81%, situando-se a previsão central em 1,59%, conforme se pode constatar graficamente. Esta
prevsão central é inferior em 0,12 p.p. face à inflação acumulada registada no período anterior, e 0,01 p.p.
superior ao observado no período homólogo do ano passado (1,57%).
Gráfico 26 – Previsão da Inflação Acumulada
1. Volatilidade da taxa de câmbio no trimestre, resultante de uma maior necessidade de divisas para liquidação
das importações;
2. O possível aumento de preço de algumas commodities alimentares e a pressão moderada e crescente dos
preços externos sobre os preços internos.
Riscos Internos:
2,50%
1. Provável expansão dos Meios de pagamentos e da Base Monetária em Moeda Nacional;
2. Factores estruturais relacionados com a cadeia de distribuição e importação de alimentos e outros bens;
3. Riscos climatéricos.
2,00%
Políticas Macroeconómicas
1,50%
1,00%
II Trim. 2013
Política Fiscal
III Trim. 2013
IV Trim. 2013
Limite Inferior
Fonte: BNA/DEE
I Trim. 2014
Inflação Observada
II Trim. 2014
III Trim. 2014
(Previsão)
Limite Superior
141. Para o nível de inflação homóloga prevê-se um intervalo de 7,14% a 6,68%, cuja previsão central
corresponde a 6,91%, sendo superior ao observado no período anterior em 0,01 p.p. (6,89%) e inferior ao seu
período homólogo do ano passado em 2,02 p.p. (8,93%).
Gráfico 27 – Previsão da Inflação Homóloga
144. A Programação Financeira Trimestral (PFT) para o II trimestre de 2014 foi executada na base do desempenho
dos seguintes pressupostos: as exportações de petróleo atingiram uma média de 148,43 Milhões de barris/
dia (5,2% abaixo do programado), o preço médio do petróleo situou-se nos USD 106,43 barril (1,50% acima
do programado), e a taxa de câmbio média foi de Kz/USD 97,53 (apresentando um desvio de -0,2% face ao
programado).
Receitas
Tabela 18 - Receitas Previstas e Realizadas - Informação Preliminar
11,00%
(em Milhões de Kwanzas)
II Trim. 2013
Prog.
10,00%
Receitas de Exercícios Anteriores
7,00%
Fonte: BNA/DEE
Limite Inferior
IV Trim. 2013
I Trim. 2014
Inflação Observada
II Trim. 2014
III Trim. 2014
(Previsão)
Limite Superior
142. Os pressupostos que serviram de base para justificar a previsão da inflação foram os que se seguem:
• Evolução da taxa de câmbio;
• Programação Macro-Fiscal;
• Efeito do IPG desfasado em quatro períodos;
• Efeito Sazonal;
• Tendência assumida pela inflação.
143. Contudo, existem alguns riscos associados às previsões da inflação, propensos a influenciar a volatilidade
em torno dos limites definidos:
% Exec.
Prog.
Exec.
% Exec.
-
-
-
-
-
-
50.000,00
-
-
240.000,00
210.000,00
87,50%
219.334,26
163.197,71
74,41%
260.207,27
99.622,68
38,29%
486.108,64
187.526,96
38,58%
371.945,45
175.919,78
47,30%
Receitas do Exercício
1.127.114,77
1.171.171,50
103,91%
1.222.278,52
956.394,85
78,25%
1.197.972,49
935.923,83
78,13%
Receitas Correntes
1.126.607,77
1.170.943,28
103,94%
1.221.199,52
955.964,98
78,28%
1.196.746,49
935.770,88
78,19%
Petrolíferas
894.954,77
924.085,94
103,26%
879.559,52
701.471,78
79,75%
801.424,49
630.063,36
78,62%
Não petrolíferas
231.652,00
246.857,34
106,56%
341.640,00
254.493,20
74,49%
395.322,00
305.707,53
77,33%
507,00
228,22
45,01%
1.079,00
429,87
39,84%
1.226,00
152,94
12,48%
184.584,78
162.375,43
87,97%
170.920,94
3.075,55
1,80%
177.695,55
12.706,06
7,15%
Total das Receitas
1.437.322,05
1.270.794,18
88,41%
1.948.387,16
1.353.921,81
69,49%
1.789.252,20
1.275.041,32
71,26%
Total das Receitas Líquidas
1.252.737,27
1.108.418,75
88,48%
1.777.466,22
1.350.846,26
76,00%
1.611.556,65
1.262.335,26
78,33%
Receitas Consignadas
III Trim. 2013
II Trim. 2014
Exec.
-
Receitas de Capital
6,00%
II Trim. 2013
Prog.
-
Desembolsos de Financiamentos
8,00%
% Exec.
-
Saldos L. Acum. No Exerc. Anterior
9,00%
I Trim. 2014
Exec.
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
145. Do Total das Receitas, que somou Kz 1.275.041,32 Milhões (com uma taxa de execução de 71,26%), 73%
correspondem a Receitas do Exercício, 14% dizem respeito a Desembolsos de Financiamentos e 13% a Saldos
Livres Acumulados no Período Anterior. Esta rubrica (total de receitas) contraiu 5,83% em relação ao trimestre
anterior, e expandiu ligeiramente em cerca de 0,33% face ao mesmo período de 2013. A contracção face ao
trimestre anterior deveu-se essencialmente à redução registada nas Receitas Petrolíferas e à fraca execução
da rubrica Desembolsos de Financiamentos, como será analisado mais adiante.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
42
Gráfico 28 - Receitas Totais
150. O peso das Receitas Petrolíferas continua a ser relevante na estrutura das receitas fiscais, apesar de se
registarem taxas de variação negativas nos últimos tempos. Estas receitas, equivalem, no trimestre em análise,
a 67,33% do total das Receitas Correntes e a 67,32% das Receitas do Exercício. As Receitas provenientes do
Sector Petrolífero apresentam uma execução de 78,62% face ao programado para o trimestre, tendo registado
uma diminuição de 31,82% em termos homólogos e de 10,18% face ao trimestre anterior. As operações realizadas
pela Sonangol, incluíndo os serviços da Concessionária, atingiram os Kz 333.716,44 milhões, acrescidos de
saldos transferidos das Escrow Accounts num total de Kz 52.107,07 milhões. Os pagamentos de impostos
relativos a outras companhias representam 39% da receita petrolífera num montante de Kz 244.239,84 milhões.
Kz Milhões
2.500.000,00
2.000.000,00
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
-
II Trim. 2013
I Trim. 2014
Receitas Programadas
II Trim. 2014
Receitas Executadas
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
146. Com a consignação de receitas no valor executado de Kz 12.706,06 Milhões (que assumiu uma variação
negativa de 92,17% face ao mesmo período de 2013, e uma positiva de 313,13% face ao trimestre precedente),
as Disponibilidades Líquidas somaram o valor de Kz 1.262.335,26 Milhões sendo de notar, por um lado, uma
contracção de 6,55% face ao trimestre anterior e, por outro, uma expansão de 13,89% comparativamente ao
período homólogo de 2013.
147. Os Desembolsos de Financiamentos, apesar de terem registado uma taxa de execução de 47,30% face
ao programado (Kz 175.919,78 Milhões), apresentam um crescimento significativo de 76,59% em relação ao
período homólogo de 2013, tendo no entanto registado uma contracção de 6,19% face ao trimestre anterior.
Contribuíram para essa variação homóloga, os Desembolsos de Financiamento Interno com 83,26% (Kz
146.477,04 milhões), para financiamento das despesas do OGE 2014 e Desembolsos de Financiamento Externo
com 16,74% (Kz 29.442,73 milhões), onde grande parte dos fluxos está associada à Linha de Crédito “DB
Espanha”, com projectos adstritos à Angola Telecom e ao MININT.
151. No trimestre em análise, as Receitas Não petrolíferas expandiram 23,84% face ao mesmo período do ano
passado e 20,12% face ao trimestre anterior. A sua taxa de execução foi de 77,33% face à PFT. Denota-se,
assim, os efeitos positivos no âmbito do projecto da Reforma Tributáriae à introdução da Nova Pauta Aduaneira.
Face a estes resultados, o peso da Receita Não petrolífera atingiu cerca de 32,67% das Receitas Correntes e
cerca de 23,97% da Receita Total, contra os 18,79% do trimestre precedente, muito embora se deva considerar
a desaceleração da Receita fiscal Petrolífera que ocorreu em paralelo.
152. Cerca de 86% das Receitas Não petrolíferas correspondem a Outros Impostos, que incorporam impostos
sobre os rendimentos auferidos pelos cidadãos e pelas empresas, e impostos sobre o consumo (que representam
42% dos Outros impostos). Ainda sobre as Receitas Não petrolíferas, a receita referente ao Comércio Externo
executou em cerca de 80%, tendo sofrido um aumento de 40% face ao mesmo período de 2013. Os impostos
com importação tiveram um papel importante no desempenho da categoria com um incremento de cerca de 11%
em relação ao período homólogo de 2013.
Gráfico 30 - Estrutura das Receitas Correntes
II Trim. 2014
148. Tendo em conta os factores que levaram aos resultados apurados no II Trimestre de 2014, a Receita do
Exercício ascendeu a Kz 935.923,83 Milhões, correspondendo a uma execução de 78,13% face ao programado
para o trimestre em análise. Em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2013, registaram-se
contracções na ordem dos 2,14% e dos 20,09%, respectivamente.
I Trim. 2014
II Trim. 2013
149. As Receitas Correntes continuam a representar maior peso na estrutura das Receitas Totais (conforme
se pode verificar no gráfico seguinte), atingindo um peso de cerca de 99% e um grau de execução de 78,19%,
tendo as mesmas contraído cerca de 2,11% face ao trimestre anterior. No entanto, as Receitas de Capital
mantiveram o seu peso comparativamente ao período homólogo de 2013 e apresentaram uma ligeira variação
negativa de 2p.p. quando comparadas ao trimestre anterior.
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
Gráfico 29 - Estrutura das Receitas Totais
Despesas
II Trim. 2014
99,98%
0,02%
I Trim. 2014
99,96%
0,04%
II Trim. 2013
99,98%
0,02%
0,00%
10,00%
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
20,00%
30,00%
40,00%
Correntes
50,00%
Capital
60,00%
70,00%
80,00%
90,00% 100,00%
67,33%
32,67%
73,38%
26,62%
78,92%
21,08%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00%
Petrolíferas
Não Petrolíferas
153. O Fluxo Total da Despesa no período foi programado em cerca de Kz 1.709.103,92 Milhões, dos quais
executaram Kz 1.277.071,74 Milhões, o que corresponde a uma taxa de 74,72%. Do total executado, Kz
1.042.656,72 Milhões correspondem a Despesas do Período, Kz 190.705,88 Milhões referentes a Períodos
anteriores e Kz 43.709,13 Milhões referentes a despesas transitadas (restos a pagar), que conseguiram taxas
de execução na ordem dos 71,09%, 113,26% e 59,04%, respectivamente. Quando comparado com o trimestre
anterior, o Fluxo Total da Despesa contraiu 8,71%, com as Despesas Correntes a justificarem grande parte
desta contracção. Face ao período homólogo, verificou-se uma expansão de 12,29%, devido ao incremento das
Despesas do Período anterior e do Serviço da Dívida.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
44
Despesas Correntes
% Exec.
Prog.
Exec.
% Exec.
Prog.
Exec.
% Exec.
-
6.332,00
-
-
-
-
168.373,00
190.705,88
1.425.861,54
1.131.010,77
79,32%
1.607.495,20
1.187.156,22
73,85%
1.466.701,48
1.042.656,72
113,26%
71,09%
719.967,71
708.219,61
98,37%
873.768,98
753.691,56
86,26%
779.887,98
619.664,53
79,46%
Despesas de Capital
493.086,03
271.420,82
55,05%
591.257,47
275.278,18
46,56%
429.183,40
184.406,89
42,97%
Serviço da Dívida
212.807,80
151.370,37
71,13%
142.468,75
158.186,48
111,03%
257.630,10
238.585,31
92,61%
Total das Despesas
1.425.861,54
1.137.342,80
79,77%
1.807.594,02
1.398.878,05
77,39%
1.709.103,92
1.277.071,74
74,72%
Saldo do Exercício
-173.124,27
-28.924,01
16,71%
-30.127,80
-48.031,79
159,43%
-97.547,27
-14.736,48
15,11%
173.124,26
28.999,38
16,75%
65.618,18
66.415,35
101,21%
98.427,28
14.736,48
14,97%
Cobertura do Défice do Período
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
155. Como se pode verificar no gráfico seguinte, a componente que no II trimestre de 2014 mais contribuiu
no Total das Despesas continua a ser a relativa às Despesas Correntes que, todavia com um peso sobre as
Despesas Totais menor, quer comparativamente ao trimestre anterior, como ao trimestre homólogo de 2013. As
Despesas Correntes diminuíram em 17,78% e 12,50% relativamente ao I Trimestre de 2014 e ao II Trimestre de
2013, respectivamente. As Despesas de Capital, por sua vez, representam 17,69% do total das despesas, peso
que foi ultrapassado pelos 22,88% referentes ao Serviço da Dívida.
Gráfico 31 - Estrutura das Despesas Totais
13%
Despesas Correntes
II Trim. 2013
Despesas de Capital
64%
I Trim. 2014
100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Outras Despesas de Capital
Aplicações em Activos Financeiros
Transferência de Capital
Investimentos Públicos
18%
I Trim. 2014
II Trim. 2014
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
23%
23%
63%
Gráfico 32 - Estrutura das Despesas Correntes
II Trim. 2013
13%
24%
159. O aumento das Despesas com Pessoal face ao trimestre anterior pode estar relacionado com o aumento
salarial observado no mês de Junho, na ordem dos 8%. Todas as restantes têm mantido a tendência decrescente
registada em trimestres anteriores.
Executado
Despesas do Período Anterior
Despesas do Período
Exec.
II Trim. 2014
Programado
Prog.
I Trim. 2014
Executado
II Trim. 2013
Programado
(em Milhões de Kwanzas)
Executado
Tabela 19 - Despesas Previstas e Realizadas - Informação Preliminar
158. Como já visto anteriormente, as Despesas Correntes continuam a representar a maior componente das
Despesas Totais, apesar de terem diminuído. A taxa de execução no trimestre em análise foi de 79,46%. Das
sub-rubricas que a compõe, as Despesas com Pessoal continuam a representar a maior parcela, contando com
uma participação de 46,59%. Seguem-se os Subsídios com 27,88%, as Despesas em Bens e Serviços com
19,49% e, por fim, as Transferências Correntes com 6,04%. Destas quatro sub-rubricas, apenas as Despesas
com Pessoal registaram aumentos tanto em relação ao trimestre anterior (3,38%) como ao trimestre homólogo
de 2013 (16,07%).
Programado
154. Já as Despesas do Período alcançaram um nível de execução de 71,09%, tendo atingido os Kz 1.042.656,72
Milhões, sendo este um valor mais baixo do que os registados para a mesma rubrica no trimestre anterior, que foi de
Kz 1.187.156,22 Milhões e no mesmo trimestre do ano passado, calculado em Kz 1.131.010,77 Milhões. A Tabela 19
apresenta uma síntese dos principais resultados em termos de programação e execução das Despesas.
59%
Serviço da Dívida
II Trim. 2014
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
156. O peso do Serviço da Dívida nas Despesas do período sofreu um incremento de 10 p.p. face ao trimestre
anterior e ao trimestre homólogo de 2013, conforme é visível no gráfico acima. A sua taxa de execução foi de
92,61%. A componente de Juros, especificamente Juros da Dívida Interna, obteve uma performance acima do
programado, ao somar uma taxa de execução de 103,02%, mas foi na rubrica de Juros da Dívida Externa que
se verificou uma taxa de execução mais elevada, calculada em 114,00%. No total, foram pagos Juros num
montante de Kz 40.577,05 Milhões.
157. No que à rubrica de Amortização diz respeito, os registos apontam uma execução de 88,43% e um total
executado de Kz 198.008,26 Milhões, dos quais Kz 143.664,16 Milhões afectos à amortização da Dívida Interna
(tendo executado 81,25% do programado) e o diferencial de Kz 54.344,10 Milhões são referentes a amortização
da Dívida Externa (superando o valor programado em 15,39 p.p.). A rubrica Serviço da Dívida registou uma
expansão de 50,83% face ao trimestre anterior, justificada principalmente devido ao aumento de 54,46% na
rubrica Amortização da Dívida Interna.
160. As Despesas de Capital, conforme já verificado, continuam a registar contracções tanto a nível homólogo
(32,06%) como a nível trimestral (33,01%). As rubricas que mais influenciaram esta redução a nível trimestal
foram o PIP Sectorial, que reduziu Kz 43.107,33 Milhões e o PIP Provincial com uma redução na ordem dos Kz
21.036,77 Milhões, em termos absolutos.
161. No trimestre em análise, as Despesas de Capital registaram uma taxa de execução de apenas 42,97%,
tendo executado um valor absoluto de Kz 184.406,89 Milhões face ao programado de Kz 429.183,40 Milhões.
As rubricas que mais contribuíram para esta taxa de execução foram a referente aos Investimentos Públicos,
conforme se verá em detalhe mais adiante, que executou em cerca de Kz 154.850,28 Milhões a uma taxa de
51,20% face ao programado e a rubrica Outras Despesas de Capital, que apresentou uma taxa de execução de
19,01%, para um valor executado de Kz 18.853,44 Milhões face ao programado de Kz 99.186,11 Milhões.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
46
Gráfico 34 – Programa de Investimento Público
Gráfico 33 - Estrutura das Despesas de Capital
450.000,00
400.000,00
350.000,00
300.000,00
Subsídios
Transferências Correntes
Despesas em Bens e Serviços
Despesas com Pessoal
Programado
Executado
II Trim. 2013
Programado
Executado
I Trim. 2014
Programado
Executado
II Trim. 2014
Milhões de Kz
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
250.000,00
200.000,00
150.000,00
100.000,00
50.000,00
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
-
162. Numa análise aos Programas de Investimento Público, que constitui uma importante ferramenta do Executivo
para propiciar condições infraestruturais e outras à economia, por forma a fomentar o seu desenvolvimento,
verifica-se pelo gráfico seguinte que os valores executados nos vários programas de investimento foram
mais baixos quando comparados com o trimestre anterior e o trimestre homólogo do ano anterior. Os valores
afectos ao PIP Sectorial executaram Kz 135.187,35 Milhões. Este valor representa uma redução de 24,18%
relativamente ao trimestre anterior.
163. Os projectos ligados ao PIP Provincial executaram apenas 36,37% do montante programado, ou seja, Kz
15.148,35 Milhões. Esta rubrica apresenta fortes contracções tanto a nível trimestral (58,14%) como a nível
homólogo de 2013 (65,46%). Já os projectos ligados aos Programas Municipais somaram Kz 4.514,57 Milhões,
tendo sido a rubrica com desempenho mais satisfatório dentro dos Investimentos Públicos, com uma execução
de 100,48% face ao programado na PFT. No entanto, também apresenta fortes quebras a nível trimestral e
homólogo, de 46,42% e 56,65%, respectivamente.
164. As Unidades Orçamentais com maior desempenho no período dizem respeito ao Ministério dos Transportes,
da Construção, Operações Centrais do Estado, Ministério da Energia e das Águas e Ministério dos Petróleos. Os
pagamentos associados a estas UO’s estão relacionados com um contrato de empreitada para a construção e
fornecimento de equipamento para a construção de infraestruturas de apoio.
Programado
Executado
Programado
II Trim. 2013
Executado
Programado
I Trim. 2014
PIP Sectorial
PIP Provincial
Total
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
Saldos Fiscais e Financiamento
166. O Saldo do Exercício para o II Trimestre de 2014 apresenta-se deficitário em Kz 14.736,48 Milhões,
assegurado por emissão de Bilhetes do Tesouro. Este défice ficou muito abaixo do programado (Kz 97.547,27
Milhões), e do verificado no trimestre anterior (Kz 48.031,79 Milhões). Relativamente ao Saldo Corrente,
verificou-se um superávit de Kz 316.106,35 Milhões no II trimestre de 2014, com uma variação positiva de
56,28% face ao trimestre anterior, potenciado por uma diminuição significativa das Despesas Correntes. Já no
caso do Saldo Primário Não petrolífero, verifica-se que este mantém a trajectória descendente, tendo registado
uma considerável diminuição entre o I trimestre de 2014 e o II trimestre de 2014, calculada em 18,08%,
continuando no entanto deficitário em Kz 591.515,73 Milhões no trimestre em análise.
Gráfico 35 - Saldos Fiscais Realizados
600.000,00
400.000,00
200.000,00
Milhões de Kz
165. Em termos de afectação da despesa de capital por programas (excluindo os programas com actividades
permanentes e Aplicações Financeiras), o maior volume de pagamentos está associado ao Programa de
recuperação e modernização de infraestruturas aéreos e do transporte aéreo, Reabilitação e construção de
infraestruturas de transporte rodoviário, Promoção, fomento e desenvolvimento da actividade económica e, por
último, Ordenamento do território.
Executado
II Trim. 2014
-
II Trim. 2013
I Trim. 2014
II Trim. 2014
(200.000,00)
(400.000,00)
(600.000,00)
(800.000,00)
(1.000.000,00)
Saldo do Exercício
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
Saldo Corrente
Saldo Primário não petrolífero
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
48
Política Monetária
Gráfico 36 - Necessidade de Financiamento Interno do Tesouro
70.000,00
170. No II trimestre do ano, o BNA optou pela condução de uma política monetária acomodatícia em linha
com a execução fiscal, de modo a criar um ambiente macroeconómico propício à redução da taxa de inflação,
crescimento económico e estabilidade financeira.
50.000,00
40.000,00
30.000,00
20.000,00
10.000,00
I Trim. 2014
Desmobilização de Recursos Anteriores e Consignados
II Trim. 2014
Antecipação de Receitas (Emissão BT)
Gráfico 38 - Comportamento das Taxas de Juro Directoras
Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014
12,00%
167. No II trimestre de 2014, o Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC) sofreu uma expansão em relação
ao trimestre anterior em 43,61% e comparativamente a uma contracção de 4,44% registada no ao período
homólogo de 2013. Este comportamento de expansão do CLGC vem no seguimento da diminuição verificada
nos Depósitos do Governo no BNA, derivada de uma menor captação de receitas face ao trimestre anterior,
conforme demonstra o gráfico abaixo.
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
Milhões de Kz
Gráfico 37 - Crédito Liquido ao Governo Central (CLGC)
II Trimestre de 2013
III Trimestre de 2013 IV Trimestre de 2013
TAXA BNA
TX F.A. OVERNIGHT
I Trimestre de 2014
Jun/14
Mai/14
Abr/14
Mar/14
Fev/14
Jan/14
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
0,00%
Jul/13
3.000.000,00
2.500.000,00
2.000.000,00
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
0,00
-500.000,00
-1.000.000,00
-1.500.000,00
2,00%
Jun/13
II Trim. 2013
Mai/13
-
171. Na reunião de Maio do Comité de Política Monetária (CPM) o BNA decidiu encurtar a amplitude do corredor
do mercado monetário, tendo procedido ao aumento da taxa de juro da facilidade de absorção overnight para
1,75% e optou pela manutenção da taxa de juro básica nos 9,25% e da taxa de juro da facilidade de cedência
de liquidez nos 10%, de modo a atingir os objectivos de política monetária propostos. Esta decisão afecta a
liquidez e as taxas de juro do mercado monetário interbancário e consequentemente a economia real por via
das taxas de juro.
Abr/13
Milhões de Kz
60.000,00
II Trimestre de 2014
TX F.C. OVERNIGHT
Fonte: DES/BNA
II Trim. 2013
CLGC
I Trim. 2014
Activos (Créditos)
II Trim. 2014
Depósitos
172. Para além das decisões atrás referidas o BNA utilizou as operações de política monetária em coordenação
com as operações de política fiscal para gerir a liquidez do sistema bancário e controlar a expansão monetária
na economia. As operações de política monetária apresentaram um impacto expansionista sobre a liquidez de
Kz 77.288,66 milhões, ao contrário do que ocorreu no I trimestre de 2014, no qual se registou uma contracção
de Kz 107.602,05 milhões, enquanto no trimestre homólogo de 2013 apresentaram um impacto expansionista
sobre a liquidez de Kz 20.987,41 milhões.
Fonte: Contas Monetárias 2013-2014
168. De uma forma geral, verifica-se uma orientação expansionista da política orçamental, tendo em conta,
a aceleração das despesas. No entanto, nota-se um maior grau de execução das despesas correntes, face a
execução das despesas de capital, o que cria alguns entraves à prossecução do programa de investimentos
públicos.
169. Por sua vez, tendo em conta, a trajectória decrescente das receitas petrolíferas, torna-se necessário,
cada vez mais, uma maior eficiência em relação as politícas de reforma fiscal, no sentido de permitir maior
dinâmica ao Sector Não petrolífero, criando estímulos ao alargamento consistente da base tributária, de forma
a permitir captação de receitas estáveis, comparativamente a vulnerabilidade das receitas petrolíferas e melhor
contributo na planificação do OGE.
173. O efeito líquido das operações de política monetária observada no II trimestre deveu-se às operações
monetárias executadas pelo BNA, que apresentaram um saldo líquido de Kz 99.253,32 milhões, enquanto as
operações cambiais apresentaram um saldo nulo e as reservas obrigatórias apresentaram um saldo negativo
sobre a líquidez de Kz -21.964,65 milhões.
174. O efeito expansionista das operações monetárias foi fundado no seguinte: (i) efeito líquido expansionista
das facilidades permanentes de cedência e absorção de liquidez em Kz 90.938,16 milhões (ii) efeito expansionista
das operações de mercado aberto em Kz 8.315,16 milhões, e (iii) efeito nulo das operações de mercado primário
(TBC).
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
50
Gráfico 40 – Efeito Líquido Conjunto das Operações Fiscais e Operações Monetárias
150.000
Gráfico 39 - Efeito Líquido Trimestral das Operações de Política Monetária
150.000
102.469
100.000
56.228
50.000
Kz Milhões
175. O efeito líquido expansionista das facilidades de cedência e absorção de liquidez resultou do retorno dos
montantes aplicados na facilidade de absorção overnight, uma vez que os bancos não recorreram à facilidade
de cedência de liquidez, enquanto o efeito líquido expansionista das operações de mercado aberto resultou da
absorção de liquidez realizada através das operações ocasionais de regularização. Tal como no Relatório de
Inflação anterior, o período em análise continua a ser caracterizado pela não emissão e resgates de TBC’s no
mercado primário.
12.757
9.591
0
-9.400
-50.000
-100.000
100.000
77.289
-150.000
14.129
II Trim 2014
Efeito Líquido Conjunto
I Trim 2014
Operações Monetárias BNA
Variação das Reservas Obrigatórias
Operações Cambiais
Efeito Líquido da Política Monetária
II Trim 2014
Gráfico 41 – Operações de Política Fiscal
Fonte: DMA&DES/BNA
120.000
176. O aumento das reservas obrigatórias em moeda nacional no II trimestre do ano em Kz 21.964,65 milhões
provocou um efeito líquido negativo sobre a liquidez. As reservas obrigatórias apresentam um comportamento
contrário ao verificado no I trimestre, em que se tinha observado um efeito líquido de Kz 23.191,67 milhões,
resultante da diminuição efectuada ao coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional efectuado em
Fevereiro.
100.000
178. O efeito líquido expansionista verificado, deveu-se ao efeito líquido positivo das operações de política
monetária, atenuado pelo efeito líquido das operações de política fiscal, o que terá contribuído para a
estabilidade e controlo da base monetária.
60.000
Kz Milhões
177. As operações de política fiscal e de política monetária apresentaram no II trimestre do ano um efeito
líquido conjunto positivo sobre a liquidez de Kz 12.757,14 milhões, o que corresponde a uma expansão de
235,72% relativamente ao efeito líquido contraccionista des Kz 9.399,76 milhões do I trimestre do ano. No
trimestre homólogo de 2013 o efeito líquido conjunto das operações de política monetária e fiscal foi de Kz
9.590,54 milhões.
80.000
40.000
20.000
0
-20.000
-40.000
-64.532
IV Trim 2013
179. No concernente às operações de política fiscal, o seu efeito sobre a liquidez foi contraccionista em Kz
64.531,52 milhões. No I trimestre de 2014, as operações de política fiscal apresentaram um efeito líquido
expansionista de Kz 98.202,29 milhões sobre a liquidez, enquanto no trimestre homólogo de 2013 apresentaram
um efeito contraccionista de Kz 11.396,87 milhões.
98.202
III Trim 2013
I Trim 2014
Efeito Líquido da Política Monetária
88.340
-107.602
II Trim 2013
IV Trim 2013
Fonte: DMA&DES/BNA
-50.987
-100.000
-150.000
III Trim 2013
Efeito Líquido da Ops. Fiscais
0
-50.000
II Trim 2013
107.215
20.987
-11.397
Kz Milhões
50.000
-60.000
-80.000
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
II Trim 2014
Fonte: DMA&DES/BNA
180. O efeito líquido negativo da política fiscal no II trimestre do ano foi provocado pelo levantamento de Kz
943.386,27 milhões da Conta Única do Tesouro (CUT), contra os Kz 1.007.917,79 milhões esterilizados para fins
de execução do OGE. A esterilização para fins de execução do OGE incidiu sobre a arrecadação de impostos
não petrolíferos no montante de Kz 294.823,83 milhões, emissão de títulos do tesouro no montante de Kz
161.213,52 milhões, leilões de divisas no montante de Kz 505.121,32 milhões, regularizações no montante de
Kz 46.752,05 milhões e outras receitas no montante de Kz 7,06 milhões.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
52
Gráfico 42 – Esteril. para fins de execução do OGE Gráfico 43 - Levantamentos da CUT
Reservas Livres e Mercado Monetário Interbancário
1.400.000
100.000
90.000
80.000
70.000
182. A redução de liquidez no sistema bancário e o consequente aumento das taxas LUIBOR provocou um
aumento na generalidade das taxas de juro dos bilhetes do tesouro, com excepção para a maturidade a 91 dias
que registou uma redução. A taxa de juro das emissões de bilhetes do tesouro nas maturidades de 182 dias e
364 dias aumentou para 4,37% e 5,41%, respectivamente, enquanto na maturidade de 91 dias se registou uma
diminuição face às emissões do I trimestre, para os 3,64%.
183. No II trimestre do ano foram emitidos Kz 161.213,52 milhões em titulos do tesouro e obrigações do tesouro
o que correponde a uma diminuição face ao trimestre anterior em que se observou vendas de Kz 177.361,11
milhões.
Tabela 20 - Evolução das taxas de juro dos títulos públicos
TBC 28 DIAS
TBC 63 DIAS
BT 91 DIAS
BT 182 DIAS
BT 364 DIAS
II Trim 2013
Meses
7,25
3,62
3,00
4,31
5,96
III Trim 2013
7,25
3,62
2,46
2,94
3,97
IV Trim 2013
7,25
3,97
3,64
4,60
5,75
I Trim 2014
7,25
3,97
3,82
4,06
5,07
II Trim 2014
7,25
3,97
3,64
4,37
5,41
Fonte:DMA & DES/BNA
184. A actuação coordenada dos decisores de política fiscal e monetária permitiu que as suas decisões tivessem
um efeito neutro sobre a liquidez bancária, contribuindo para a estabilidade da base monetária, que por sua
vez contribui para que a execução do Orçamento de Estado não colocasse em causa a estabilidade da evolução
dos preços. De referir que o sucesso desta coordenação de políticas tem reflectido nna tendência decrescente
da inflação.
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
0
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
Junho
10.000
Maio
181. O aumento observado nos leilões de divisas de Kz 367.017,67 milhões no I trimestre de 2014 para os Kz
505.121,32 milhões no II trimestre de 2014 contribuiu tambem para a contracção de liquidez em moeda nacional.
O aumento das vendas de divisas provocou a redução das reservas livres das instituições bancárias em moeda
nacional e o aumento das suas reservas em moeda estrangeira. O stock de reservas livres em moeda nacional
era no final de Março Kz 73.141,48 milhões enquanto em Junho era de Kz 58.373,09 milhões, observando-se
uma redução de 20,19%. Já o stock de reservas livres em moeda estrangeira aumentou no mesmo periodo Kz
109.311,28 milhões, ao passar de Kz 7.719,54 milhões em Março para Kz 117.030,82 milhões em Junho, a que
corresponde o crescimento de 1.416,03%.
Abril
Fonte: DMA&DES/BNA
Março
Outras receitas
Fevereiro
II Trim 2014
Janeiro
Regularizações
II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014
Dezembro
Financiamento
II Trim 2014
Novembro
Leilão de divisas
I Trim 2014
Outubro
Titulos do tesouro
IV Trim 2013
Setembro
Arreca. Imp. não petro.
III Trim 2013
Agosto
II Trim 2013
186. A contracção das reservas livres no final do periodo em análise resultou do efeito líquido das políticas
monetária e fiscal, de Kz 12.757,14 milhões não ser totalmente compensado pelo efeito líquido das outras
operações de Kz -27.525,07 milhões que resultou do saldos líquidos negativos de Kz 6.784,79 milhões das
operações de pagamentos/recebimentos e Kz 20.740,28 milhões correspondentes ao aumento das notas e
moedas em circulação. Desta forma, do efeito líquido das outras operações e do efeito líquido da política
monetária e fiscal resultou um efeito global sobre as reservas livres de Kz -14.767,93 milhões.
Gráfico 44 - Evolução das Reservas Livres (Média Semanal)
Julho
0
Junho
0
Maio
200.000
185. No II trimestre de 2014, as reservas livres das instituições bancárias contraíram 20,29%, passando o seu
stock de Kz 73.141,48 milhões em Março para Kz 58.373,09 milhões em Junho, enquanto no I trimestre do ano,
se observou uma expansão de 75,51% das reservas livres passando o seu stock de Kz 41.672,78 milhões em
Dezembro para Kz 73.142,50 milhões em Março. No trimestre homólogo de 2013, as reservas livres expandiram
43,82%, para o stock de Kz 15.931,66 milhões.
Abril
400.000
100.000
943.386,27
600.000
200.000
905.601
800.000
973.918
Kz Milhões
300.000
864.196
Kz Milhões
1.000.000
400.000
1.176.378
1.200.000
500.000
Kz Milhões
600.000
II Trim 2014
Fonte: DES/BNA
187. No que respeita às operações monetárias, a redução das reservas livres observada no II trimestre não se
reflectiu nas facilidades de absorção overnight, tendo registado um aumento de 90,89%, para Kz 2.344.343,49
milhões. No I trimestre de 2014 a facilidade de absorção overnight expandiu 4,71%, para Kz 1.228.129,01milhões.
De facto, desde a alteração do coeficiente de reservas obrigatórias até ao mês de Maio os montantes aplicados
na facilidade de depósito overnight cresceram, no entanto em Junho reduziram-se acompanhando a redução
das reservas livres. A redução das reservas livres por parte de algumas instituições bancárias levou a um
aumento de 218,66% (Kz 1.428.390,82 milhões) das transacções no mercado interbancário de forma a manter
um maior equilíbrio na liquidez.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
54
190. No I trimestre as taxas LUIBOR reduziram-se em todas as maturidades á excepção da LUIBOR a 12 meses.
As taxas LUIBOR a 1, 3, 6 e 9 reduziram-se 19 p.b, 4 p.b., 6 p.b. e 4 p.b. respectivamente, enquanto a LUIBOR a
12 meses aumentou 17 p.b. para os 9,51%. No trimestre homólogo de 2013 as taxas LUIBOR a 1, 6, 9 e 12 meses
aumentaram 3 p.b., 4 p.b., 19 p.b. e 20 p.b. para os 8,03%, 9,42%, 9,98% e 10,43%, respectivamente, enquanto
a LUIBOR a 3 meses reduziu 2 p.b. para os 8,87%. A evolução mais lenta das taxas LUIBOR parece dever-se ao
aumento da taxa de juro das facilidades de cedência de liquidez que influenciou a evolução da LUIBOR overnight
e foi transferido às taxas LUIBOR de maturidades superiores por via do mecanismo de formação de taxa de juro.
Gráfico 47 – Evolução da LUIBOR
Gráfico 45 – Evolução das reservas Livres e Depósitos Overnight
350.000
250.000
200.000
150.000
100.000
III Trim 2013
IV Trim 2013
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
Dezembro
Novembro
Outubro
Junho
II Trim 2013
Setembro
10,50%
Agosto
0
Julho
11,00%
Maio
50.000
Abril
Milhões de Kwanzas
300.000
10,00%
9,50%
I Trim 2014
9,00%
II Trim 2014
8,50%
R.L(Média Semanal)+Depósito Overnight
Reservas Livres (Média Semanal)
8,00%
Fonte: DES/BNA
7,50%
7,00%
188. O aumento do nivel de liquidez do mercado monetário influenciou a tendência decrescente que a taxa
LUIBOR overnight tem vindo a apresentar, tendo esta registado uma redução de 21 p.b. ao passar de 3,15% em
Março para 2,94% em Junho. No I trimestre do ano a LUIBOR overnight desceu em 156 p.b. ao passar de 4,71%
em Dezembro para 3,15% em Março enquanto no trimestre homólogo de 2013, esta reduziu-se 3 p.b. ao passar
de 6,16% em Março de 2013 para 6,13% em Junho de 2013.
6,50%
6,00%
Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14
II Trim 2013
LUIBOR 1 MÊS
III Trim 2013
LUIBOR 3 MESES
IV Trim 2013
LUIBOR 6 MESES
I Trim 2014
LUIBOR 9 MESES
II Trim 2014
LUIBOR 12 MESES
Gráfico 46 – Evolução da LUIBOR Overnight
Fonte: DES/BNA
7,00%
Base Monetária
6,00%
5,00%
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
3,15%
3,06%
2,96%
2,94%
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Fev/14
Jan/14
0,00%
Dez/13
1,00%
Mar/14
3,57%
5,20%
Nov/13
4,15%
5,37%
Out/13
2,00%
4,71%
5,52%
5,94%
Jul/13
Set/13
6,13%
Jun/13
5,51%
6,14%
Mai/13
Ago/13
6,17%
3,00%
Abr/13
4,00%
II Trim 2014
Fonte: DES/BNA
189. No final do II trimestre, as taxas LUIBOR para as maturidades de 1, 3, 6 e 9 meses registaram ligeiras
reduções, passando de 6,80%, 7,46%, 8,06% e 8,78% em Março de 2014, para 6,78%, 7,32%, 8,01% e 8,70%
em Junho, respectivamente. Pelo contrário, a taxa LUIBOR a 12 meses aumentou 6 p.b., ao passar de 9,51% em
Março para 9,57% em Junho. A evolução das taxas LUIBOR tem acompanhado o comportamento das taxas de
juros directoras e da taxa de inflação.
191. No II trimestre de 2014, a Base Monetária Ampla situou-se nos Kz 1.322.894,11 milhões e a Base Monetária em
Moeda Nacional (MN) nos Kz 839.419,21 milhões, o que representa um crescimento de 21,66% e 3,44%, relativamente
ao I trimestre de 2014. O comportamento observado no II trimestre de 2014 foi contrário do I trimestre, em que se observou
a contracção da Base Monetária Ampla e da Base Monetária MN em 6,28% e 4,58%, respectivamente, enquanto no
trimestre homólogo de 2013 se verificou o crescimento da Base Monetária Ampla e a Base Monetária MN em 4,84% e
6,50%, respectivamente.
192. O crescimento de 3,44% da Base Monetária MN corresponde à expansão de Kz 27.936,54 milhões no periodo em
análise que resultou do efeito expansionista das Operações Monetárias do BNA e contraccionista da CUT e Operações de
Pagamento/Recebimento do BNA em Kz 99.253,32 milhões, Kz 20.775,22 milhões e Kz 9.636,55 milhões, respectivamente,
o que compensou a contracção provocada pelas operações cambiais, Kz 85.312,07 milhões e Outras Contas em Kz
16.416,34 milhões, respectivamente.
193. A expansão da Base Monetária Ampla em Kz 235.556,31 milhões, resultou da expansão da Base Monetária MN e
do crescimento da reserva bancária ME em Kz 207.619,77 milhões. No II trimestre do ano, a reserva bancária em moeda
estrangeira, Kz 483.474,90 milhões, foi superior à reserva bancária em moeda nacional.
194. O efeito negativo das operações cambiais sobre a base monetária deve-se a maior venda de divisas relativamente
às compras. O aumento da procura de divisas no II trimestre, levou a um aumento de 37,63% das vendas, para os Kz
505.121,32 milhões, que não foi totalmente compensado pela arrecadação de impostos petroliferos, de mais 9,14%, para
Kz 419.814,91 milhões. As operações cambiais apresentam desta forma um impacto negativo de Kz 85.312,07 milhões
sobre a base monetária em moeda nacional, resultando num aumento da reserva bancária em moeda estrangeira.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
56
Gráfico 49 - Evolução das Contrapartes da Base Montária (em Milhões de Kz)
Gráfico 48 – Comportamento da Base Monetária em 2014 (Milhões de Kz)
4000000
1400000
3000000
1200000
2000000
1000000
1.000.000
1000000
800000
800.000
0
600000
-1000000
400000
-2000000
200000
1.400.000
Kz Milhões
1.200.000
600.000
400.000
-3000000
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
0
II Trim 2014
200.000
AIL
II Trim 13
BM Ampla
BM (MN)
III Trim 13
IV Trim 13
Reserva Bancária MN
I Trim 14
Reserva Bancária ME
AEL
BMMN (Eixo à direita)
Reserva monetária (Eixo à direita)
BM AMPLA (Eixo à direita)
II Trim 14
N.Moedas em Circulação
Fonte: DES/BNA
195. A expansão da Base Monetária Ampla reflectiu-se na expansão da Reserva Bancária ME em 75,26%, da
Reserva Bancária MN em 1,60% e das Notas e Moedas em Circulação em 5,71%. No I trimestre de 2014 a
Reserva Bancária ME e as Notas e Moedas em Circulação contrairam 10,97% e 11,51% enquanto no trimestre
homólogo de 2013 expandiram 1,17% e 3,65%, respectivamente.
196. As taxas de crescimento observadas no II trimestre de 2014 correspondem a um crescimento nominal da
Reserva Bancária ME e das Notas e Moedas em Circulação de Kz 207.619,77 milhões e Kz 20.740,28 milhões,
respectivamente. A elevada expansão destas variáveis contrasta com a ligeira expansão da Reserva Bancária
MN em Kz 7.196,26 milhões.
Tabela 21 – Comportamento da Base Monetária
II Trim 13
III Trim 13
IV Trim 13
I Trim 14
II Trim 14
BM Ampla
4,84%
2,87%
14,79%
-6,28%
21,66%
BM (MN)
6,50%
3,80%
19,32%
-4,58%
3,44%
Reserva Bancária MN
8,74%
-2,32%
14,75%
1,88%
1,60%
N.Moedas em Circulação
3,65%
11,98%
24,64%
-11,51%
5,71%
Reserva Bancária ME
1,17%
0,71%
3,98%
-10,97%
75,26%
Fonte: DES / BNA
197. A expansão da Base Monetária Ampla e dos Outros Depósitos em 21,66% e 43,12%, respectivamente,
levaram a um crescimento de 21,68% da Reserva Monetária. A Reserva Monetária aumentou Kz 235.915,50
milhões, passando de Kz 1.088.170,77 milhões em Março para 1.324.086,27 milhões em Junho.
Fonte: DES / BNA
199. A contracção das RIL em 4,13%, deveu-se à redução de 7,92% das aplicações sobre não residentes que
não foi totalmente compensada pelo crescimento das reservas brutas de ouro em 2,38%, das disponibilidades
sobre não residentes em 152,12% e das obrigações de curto prazo em 5,13%. Este comportamento é explicado
pelo aumento do volume de vendas de divisas no trimestre em análise.
Depósitos do Sistema Bancário
200. No II trimestre de 2014, os depósitos bancários do sistema financeiro Angolano seguiram a tendência
expansionista verificada nos trimestres anteriores, com um crescimento de 2,19%, atingindo um stock de Kz
4.406.167,50 milhões. O crescimento observado no II trimestre foi inferior ao do I trimestre, onde se observou
o crescimento de 4,99% assim como o do trimestre homólogo, em que se registou uma taxa de crescimento de
8,31%.
Gráfico 50 – Evolução dos Depósitos Totais
3.000.000,00
2.500.000,00
2.000.000,00
Kz Milhões
000
70,00%
54,08%
52,96%
60,21%
57,59%
61,56%
50,00%
47,04%
45,92%
42,41%
1.500.000,00
39,79%
38,44%
40,00%
30,00%
1.000.000,00
20,00%
500.000,00
198. A evolução dos Activos Externos Líquidos (AEL) e Activos Internos Líquidos (AIL), contrapartes da Reserva
Monetária, justificam a expansão desta no II trimestre do ano. No final do II trimestre de 2014, os AEL variaram
-5,10% enquanto os AIL variaram 19,68%, tendo os seus stocks situado-se em Kz 2.928.721,11 milhões e Kz
1.604.634,85 milhões, respectivamente. A contracção dos AEL no II trimestre em análise deveu-se à diminuição
das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) em 4,13% e dos Outros Activos Externos Líquidos em 43,50%. A
expansão dos AIL foi provocada pelo crescimento de 23,78% do Crédito Interno Líquido e 14,07% dos Outros
Activos Líquidos. O crescimento do Crédito Interno Líquido reflecte a expansão de 7,51% do Crédito à Economia
e a expansão de 23,77% do Crédito ao Governo Central.
60,00%
0,00
10,00%
II Trim 2013
III Trim 2013
Depósitos em MN
Fonte: DES/BNA
IV Trim 2013
Depósitos em ME
I Trim 2014
% Depósitos MN
II Trim 2014
% Depósitos ME
0,00%
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
58
202. Os depósitos em moeda nacional representam 61,56% dos depósitos totais enquanto os depósitos em
moeda estrangeira representam 38,44% no II trimestre de 2014 enquanto no I trimestre do ano os depósitos em
moeda nacional representavam 60,21% dos depósitos totais e no trimestre homólogo de 2013, 47,04%.
Gráfico 52 – Evolução trimestral dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo
5.000.000,00
4.500.000,00
3.500.000,00
2.500.000,00
2.500.000,00
Kz Milhões
2.000.000,00
54,08%
52,96%
60,21%
57,59%
61,56%
70,00%
1.000.000,00
60,00%
500.000,00
50,00%
0,00
47,04%
45,92%
42,41%
1.500.000,00
39,79%
38,44%
1.000.000,00
20,00%
500.000,00
10,00%
II Trim 2013
III Trim 2013
Depósitos em MN
0,86%
2.186.062,91
1.671.759,15
4,22%
7,98%
IV Trim 2013
Depósitos em ME
I Trim 2014
% Depósitos MN
II Trim 2014
-0,50%
3,11%
2.515.617,24
2.554.272,13
2.301.706,31
2.185.657,76
14,52%
-0,02%
II Trim 2013
III Trim 2013
5,31%
IV Trim 2013
9,29%
I Trim 2014
1,54%
II Trim 2014
40,00%
30,00%
0,00
1.604.070,89
1.500.000,00
3.000.000,00
1.851.895,38
1.805.127,03
3.000.000,00
2.000.000,00
Gráfico 51 – Evolução dos Depósitos por Moeda
1.796.041,08
4.000.000,00
Kz Milhões
201. O crescimento observado no II trimestre resulta da expansão de 4,48% dos depósitos em moeda nacional,
cujo stock passou a ser de Kz 2.712.592,75 milhões, enquanto se continuou a verificar a contracção dos depósitos
em moeda estrangeira, com uma queda trimestral de 1,28% atingindo um stock de Kz 1.693.574,76 milhões.
No primeiro trimestre de 2014 os depósitos em moeda nacional expandiram 9,77% enquanto os depósitos em
moeda estrangeira contrairam 1,50%. No trimestre homólogo de 2013, o comportamento dos depósitos foi
diferente do verificado este trimestre, com os depósitos em moeda nacional a crescerem 5,39% e os depositos
em moeda estrangeira a crescerem 11,05%.
0,00%
% Depósitos ME
Fonte: DES /BNA
203. A redução do peso dos depósitos em moeda estrangeira relativamente aos depósitos totais do sistema
financeiro angolano é resultado da implementação de um conjunto de medidas regulatórias e da estabilidade
macroeconómica do País reconhecida por diversos Organismos Internacionais, que têm permitido um aumento
de confiança na moeda nacional.
204. Relativamente à maturidade dos depósitos, os depósitos à ordem aumentaram 1,54% para um stock de Kz
2.554.272,13 milhões e os depósitos a prazo aumentaram 3,11% reflectindo-se num stock de Kz 1.851.895,38
milhões. A expansão moderada dos depósitos à ordem e a prazo contrasta com os comportamentos apresentados
no trimestre anterior, em que se observou a elevada expansão dos depósitos à ordem, 9,29%, e a ligeira
contracção dos depósitos a prazo, 0,50%. Esta alteração na composição dos depósitos, representa um aumento
da poupança dos agentes. No trimestre homólogo de 2013 os depósitos a prazo e os depósitos à ordem
expandiram 0,86% e 14,52%, respectivamente.
Dep. à Ordem (MN+ME)
Dep. a Prazo (MN+ME)
Fonte: DES /BNA
205. A expansão trimestral dos depósitos à ordem deveu-se ao crescimento de 3,85% dos depósitos à ordem em moeda
nacional enquanto os depósitos à ordem em moeda estrangeira reduziram 2,66%. Já a expansão dos depósitos a prazo foi
impulsionada pelo crescimento de 5,54% dos depósitos em moeda nacional e pelo crescimento de 0,23% dos depósitos em
moeda estrangeira.
206. As taxas de juro praticadas pelos bancos nos depósitos a prazo em moeda nacional sofreram uma ligeira redução no II
trimestre do ano, à excepção da taxa de juro dos depósitos a prazo a 90 dias que aumentou de 3,38% no I trimestre para 3,90%
no II trimestre. As taxas de juro dos depósitos a prazo em moeda nacional para os periodos de 91 a 180 dias, de 181 dias a 1
ano e a mais de ano reduziram-se 0,05 p.p., 0,49 p.p e 3,39 p.p., dos 4,52%, 6,02% e 4,87% em Março para os 4,46%, 5,53%
e 1,48% em Junho, respectivamente.
207. O facto das taxas de juro dos depósitos a prazo em moeda nacional terem apresentado uma redução inferior à taxa de
inflação, resultou na melhoria das taxas de juro reais em moeda nacional, com excepção para as maturidades de 181 dias a 1
ano e a mais de ano, em que se observaram reduções. As taxas de juro reais dos depósitos a prazo em moeda nacional para as
maturidades de 90 dias e de 91 a 180 dias aumentaram 1,11 p.p. e 0,39 p.p. ao passarem de -3,93% e -2,67% em Março para
-2,82% e -2,29% em Junho, respectivamente. As taxas de juro reais para as maturidades de 181 dias a 1 ano e a mais de 1 ano
dimuíram 0,07 p.p. e 2,78 p.p. ao passarem de -1,23% e -2,29% em Março para -1,29% e -5,08% em Junho, respectivamente.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
60
211. O crédito concedido a empresas públicas foi o que mais contribuiu para o crescimento do crédito à
economia, com uma expansão de 8,05%, enquanto o crédito ao sector privado expandiu 4,68%. O crédito às
empresas públicas representa 3,14% do crédito à economia enquanto o crédito ao sector privado representa
96,86%. O crescimento do crédito às empresas públicas resultou de uma expansão de 25,97% do crédito moeda
estrangeira, para os Kz 29.746,55 milhões, enquanto o crédito em moeda nacional expandiu 1,83% para os Kz
69.217,93 milhões. Relativamente ao sector privado verifica-se que o crédito em moeda nacional registou a
preferência dos agentes e expandiu-se 7,81% enquanto o crédito em moeda estrangeira contraiu 0,83% no
mesmo período.
Gráfico 53 – Evolução Mensal das Taxas de Juro Passivas MN
8,00%
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
Tabela 22 – Variação do Crédito à Economia por Moedas
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
II TRIM 2013
Fonte: DES /BNA
III TRIM 2013
IV TRIM 2013
I TRIM 2014
Dep.prazo até 90 dias MN
Dep.prazo 91 a 180 dias MN
Dep.prazo de 181 dias - 1 ano MN
Dep.prazo mais de 1 ano MN
II TRIM 2014
Crédito à Economia
209. No II trimestre do ano o crédito à economia cresceu 4,78% para o montante de Kz 3.153.813,81 milhões. Este
crescimento é resultante da expansão de 7,60% do crédito concedido em moeda nacional, para Kz 2.075.336,71
milhões e da contracção de 0,25% observado no crédito em moeda estrangeira, para os Kz 1.078.477,11 milhões.
3.000.000,00
II Trim 2013
III Trim 2013
Crédito à Economia em MN
IV Trim 2013
2.075.336,71
I Trim 2014
1.078.477,11
1.928.737,89
1.081.131,24
1.852.258,17
1.074.506,04
1.685.723,11
1.130.265,43
1.632.079,63
2.000.000,00
1.120.840,78
Kz Milhões
2.500.000,00
0,00
I Trim 2014
II Trim 2014
3,93%
2,84%
4,78%
Crédito à Economia em MN
3,69%
3,29%
9,88%
4,13%
7,60%
Crédito à Economia em ME
1,78%
0,84%
-4,93%
0,62%
-0,25%
Tabela 23 – Peso do Crédito à Economia por Moedas
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
II Trim 2014
Crédito à Economia
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
Crédito à Economia em MN
59,29%
59,86%
63,29%
64,08%
65,80%
Crédito à Economia em ME
40,71%
40,14%
36,76%
35,92%
34,20%
Fonte: DES/BNA
3.500.000,00
500.000,00
IV Trim 2013
2,29%
212. O crescimento do crédito à economia por moedas acompanha a tendência dos últimos trimestres, que se
resume num aumento do peso do crédito em moeda nacional, tendo atingido 65,80% do crédito total, 34,20%
em moeda estrangeira. No trimestre anterior o crédito concedido à economia em moeda nacional era de 64,08%
enquanto o crédito concedido em moeda estrangeira era de 35,92%, no trimestre homólogo de 2013 este
representava 59,29% em moeda nacional e 40,71% em moeda estrangeira, um comportamento em linha com a
tendência de desdolarização da economia.
Gráfico 54 – Crédito em MN e ME
1.000.000,00
III Trim 2013
2,90%
Fonte: DES/BNA
208. A ligeira redução das taxas de juro praticadas nos depósitos a prazo acompanha a redução das taxas
LUIBOR das diversas maturidades, com excepção da LUIBOR a 1 ano que aumentou 0,06 p.p. no periodo em
análise enquanto a taxa de juro dos depósitos a prazo a mais de 1 ano se reduziu.
1.500.000,00
II Trim 2013
Crédito à Economia
213. A expansão trimestral do crédito à economia resulta do crescimento do crédito em todos os sectores à excepção do
sector da indústria extrativa que apresenta uma contracção de 7,05%. Observou-se um aumento da exposição do sector
bancário ao sector de imobiliário e construção, com o sector das actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às
empresas a crescer 9,10%, seguido do sector da construção com um crescimento de 9,01%. O crédito ao sector das indústrias
transformadoras cresceu 5,59%, ao sector do comércio por grosso e a retalho, 5,33%, aos particulares, 4,16%, transportes,
armazenagem e comunicações, 3,99%, outros com um crescimento de 2,66% e outras actividades de serviços colectivos,
sociais e pessoais com 0,21%.
Tabela 24 – Taxa de Crescimento do Crédito por Sector de Actividade
II Trim 2014
II Trim 2013
III Trim 2013
IIV Trim 2013
I Trim 2014
II Trim 2014
Outras Activ.de Serv. Colect., Sociais e Pessoais
-1,49
10,55
1,30
4,10
0,21
Particulares
1,27
4,62
11,07
1,94
4,16
Comércio por Grosso e a Retalho
6,82
3,14
7,60
2,29
5,33
Activ. Imob.,Alugueres e Serv.Prest. as Empresas
-8,91
8,25
18,83
-2,51
9,10
Construção
9,99
-0,84
3,30
3,00
9,01
Indústrias Transformadoras
1,43
24,57
4,55
3,77
5,59
Transportes, Armazenagem e Comunicações
17,88
-12,09
9,05
10,20
3,99
Indústria Extrativa
11,83
12,79
-14,67
-8,38
-7,05
Outros
7,26
-26,56
222,11
5,88
2,66
Total
2,90
2,29
26,60
3,03
3,87
Crédito à Economia em ME
Crédito à Economia
Fonte: DES /BNA
210. O comportamento do crédito à economia no trimestre em análise está em linha com a tendência de
crescimento observada nos últimos trimestres. No I trimestre do ano o crédito à economia cresceu 2,84%, com
o crédito em moeda nacional a expandir 4,13% e o crédito em moeda estrangeira 0,62% enquanto no trimestre
homólogo se observou um crescimento do crédito à economia de 2,90% que resultou do crescimento do crédito
de 3,69% do crédito em moeda nacional e de 1,78% do crédito em moeda estrangeira.
Fonte: DES/BNA
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
62
214. Os sectores que apresentaram um maior volume de crédito concedido são as Outras Actividades de Serviços
Colectivos, Sociais e Pessoais com o montante de Kz 666.113,23 milhões, o sector particular com o montante
de Kz 598.769,77 milhões, o comércio por grosso e a retalho no montante de Kz 537.377,03 milhões, o sector
das Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas, cujo montante de financiamento
ascendeu aos Kz 342.080,77 milhões e por último o sector da construção com o montante de Kz 323.847,55
milhões. Os outros sectores representam a maior parte do crédito concedido com Kz 928.690,71 milhões.
Tabela 25 – Valor do Crédito por Sector de Actividade (Kz Milhões)
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
I Trim 2014
II Trim 2014
Outras Activ.de Serv. Colect., Sociais e Pessoais
570 175,80
630 350,70
638 561,21
664 737,64
666 113,23
Particulares
485 272,36
507 714,18
563 941,82
574 876,47
598 769,77
Comércio por Grosso e a Retalho
449 433,65
463 549,25
498 798,87
510 203,65
537 377,03
Activ. Imob.,Alugueres e Serv.Prest. as Empresas
250 016,25
270 634,66
321 595,04
313 536,64
342 080,77
Construção
281 593,75
279 236,29
288 442,67
297 082,71
323 847,55
Indústrias Transformadoras
169 487,89
211 126,21
220 730,19
229 050,42
241 843,55
Transportes, Armazenagem e Comunicações
86 076,40
75 672,77
82 518,88
90 939,05
94 570,77
Indústria Extrativa
99 693,22
112 442,89
95 952,69
87 913,18
81 719,50
Outros
Total
361 171,09
265 261,59
854 427,67
904 663,37
928 690,71
2 752 920,41
2 815 988,54
3 564 969,04
3 673 003,12
3 815 012,87
217. Comparativamente ao II trimestre do ano, verifica-se que ocorreu a diminuição da taxa para os
financiamentos com maturidade de até 180 dias e o aumento da taxa para os financiamentos com maturidades
de 181 dias a 1 ano e superiores a um ano. No período homólogo de 2013 as taxas activas aplicadas foram de
15,86% para as maturidades até 180 dias, 14,52% para as maturidades de 181 dias a 1 ano e 15,85% para os
financiamentos com maturidade superiores a um ano.
218. Relativamente às taxas aplicadas aos financiamentos do sector particular em moeda nacional no II trimestre
de 2014, manteve-se a trajectória das diversas maturidades verificada no I trimestre do ano. A taxa praticada
nos financiamentos até 180 dias em MN foi de 13,37%, apresentando-se como a mais elevada. A taxa para
a maturidade de 181 dias a 1 ano em MN foi de 12,70%, enquanto a taxa para os financiamentos superiores
a um ano foi de 11,98%. No período homólogo de 2013 as taxas activas aplicadas foram de 16,89% para as
maturidades até 180 dias, 12,20% para as maturidades de 181 dias a 1 ano e 13,48% para os financiamentos
com maturidade superior a um ano.
Gráfico 56 – Evolução Mensal das Taxas de juro activas MN - Particular
17,00
16,00
Fonte: DES/BNA
215. No II trimestre de 2014 não ocorreram alterações significativas na concentração de crédito, mantendo-se
os financiamentos concedidos pelos bancos comerciais concentrados nos sectores dos serviços e da construção.
Os sectores indústriais apresentam um reduzido volume de crédito o que poderá ser prejudicial a diversificação
da actividade económica.
(%)
15,00
14,00
13,00
12,00
216. No II trimestre de 2014 as taxas de juro activas para o sector empresarial em moeda nacional seguiram
a trajectória verificada no trimestre anterior. No mesmo período, a taxa praticada para os financiamentos até
180 dias foi de 15,12%, apresentando-se como a mais elevada, a taxa para a maturidade de 181 dias a 1 ano
em moeda nacional foi de 14,18%, enquanto a taxa para os financiamentos superiores a um ano foi de 13,21%.
11,00
II Trim 2013
Até 180 dias
III Trim 2013
IV Trim 2013
De 181 dias a 1 ano MN
I Trim 2014
II Trim 2014
Mais de 1 ano MN
Fonte: DES/BNA
Gráfico 55 – Evolução Mensal das Taxas de juro activas MN – SPE
219. O comportamento das taxas de juro praticadas na concessão de crédito ao sector empresarial e aos
particulares acompanha na generalidade as reduções verificadas nas diversas maturidades das taxas LUIBOR.
222. O aumento superior do crédito relativamente aos depósitos provocou um aumento da taxa de transformação.
A taxa de transformação no II trimestre de 2014 foi 71,58%, apresentando um aumento relativamente ao I
trimestre de 2014 que foi de 69,81% e um declinio relativamente ao trimestre homólogo de 2013, onde foi
72,63%.
16,00
15,50
15,00
(%)
14,50
14,00
13,50
13,00
12,50
12,00
II Trim 2013
Até 180 dias MN
Fonte: DES/BNA
III Trim 2013
IV Trim 2013
De 181 dias a 1 ano MN
I Trim 2014
II Trim 2014
Mais de 1 ano MN
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
64
Gráfico 58 – Variação trimestral dos Meios de Pagamento
Gráfico 57 – Taxa de transformação
5.000.000,00
4.500.000,00
73,00
72,63
71,27
74,00
14,00%
72,00
12,00%
71,58
4.000.000,00
10,00%
70,00
69,81
8,00%
3.500.000,00
68,00
66,00
2.500.000,00
64,00
2.000.000,00
62,00
1.500.000,00
6,00%
Rácio de Tranformação (%)
4,00%
2,00%
0,00%
II Trim 13
III Trim 13
IV Trim 13
I Trim 14
II Trim 14
60,00
1.000.000,00
M3
500.000,00
58,00
0,00
56,00
M2
M1
Fonte: DES/BNA
II Trim 2013
III Trim 2013
Crédito à Economia
IV Trim 2013
Depósitos
I Trim 2014
II Trim 2014
225. No II trimestre de 2014 o multiplicador monetário (mm) foi de 3,57, representando uma redução
relativamente ao I trimestre de 2014 ( 4,26). No periodo homólogo de 2013 o multiplicador monetário foi 4,12.
A redução observada no II trimestre é justificada pelo aumento superior da reserva monetária relativamente
ao M3.
Gráfico 59 – M3 e Multiplicador Monetário
Rácio de Transformação (CE/D)
Fonte: DES/BNA
220. Este comportamento revela que a concessão de crédito aumentou a um ritmo de crescimento superior
ao dos depósitos contrariamente ao que se verificou nos últimos trimestres com impacto expansionista no
crescimento da Base Monetária, por via da criação de moeda de segunda ordem.
Meios de Pagamento
222. A expansão de 1,97% do M1 no II trimestre do ano reflectiu-se no aumento de 1,54% dos depósitos à
ordem e no aumento das notas e moedas em poder do público em 6,19%. A expansão dos depósitos à ordem
reflecte a expansão de 3,85% dos depósitos em moeda nacional e a contracção de 2,66% dos depósitos em
moeda estrangeira, de acordo com a tendencia verificada desde Julho de 2013.
4,26
4.500.000,00
4.000.000,00
221 No II trimestre de 2014, os agregados monetários M1, M2 e M3 variaram 1,97%, 2,42% e 2,04%,
relativamente ao trimestre anterior, periodo em que se verificou o crescimento de 7,72%, 4,33% e 4,59%,
respectivamente. No período homólogo de 2013 os agregados monetários M1, M2 e M3 variaram 13,04%,
7,81% e 7,70%, respectivamente.
4,40
5.000.000,00
4,12
4,20
4,12
3.500.000,00
4,00
3.000.000,00
Kz Milhões
Kz Milhões
3.000.000,00
3,80
2.500.000,00
3,78
2.000.000,00
3,57
1.500.000,00
1.000.000,00
3,60
3,40
500.000,00
223. O crescimento do M1 por força do aumento dos depósitos à ordem, acompanhado de um aumento da taxa
de transformação, que reflecte um aumento da concessão de crédito à economia face aos depósitos, indica-nos
que a criação de moeda de 2ª ordem acelerou.
224. A expansão de 3,11% dos depósitos a prazo teve um efeito positivo sobre a variação do M2, cuja expansão
de 2,42% no trimestre em análise ocorreu por via do crescimento de 1,97% do M1 e de um crescimento superior
dos depósitos a prazo face aos depositos à ordem.
228.
O crescimento do M2 acompanhado da redução de 24,30% dos outros instrumentos financeiros
permitiu uma expansão de 2,04% do M3, por sua vez explicada pela variação de -6,70% dos AEL e de 19,19%
dos AIL.
0,00
II Trim 2013
III Trim 2013
M3
IV Trim 2013
RM
I Trim 2014
II Trim 2014
Multiplicador Monetário
Fonte: DES/BNA
226. No final do II trimestre de 2014 o rácio M1/M2 foi de 60,46%, apresentando uma redução de 0,26 p.p.
face ao trimestre anterior, 60,73%. Esta variação deve-se ao crescimento superior do M2 relativamente
ao M1, originada pela expansão superior dos depósitos a prazo relativamente aos depósitos à ordem. Este
comportamento revela uma maior preferência dos agentes económicos por poupança.
231. As notas e moedas em poder do público expandiram 6,19% no II trimestre do ano, contra uma contracção
de 5,41%, no I trimestre e no trimestre homólogo (0,87%). O aumento das notas e moedas em poder do
público infere um crescimento em menor grau da preferência dos agentes económicos por notas e moedas em
detrimento dos depósitos á ordem.
3,20
66
Glossário
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
Índice de Preços Grossista (IPG): Corresponde à variação dos preços dos bens produzidos no país, assim
como os produtos importados comercializados internamente, nos primeiros níveis de transacção.
Aplicações em Activos Financeiros: Neste agrupamento económico contabilizam-se as operações
financeiras quer com a aquisição de títulos de crédito, incluindo obrigações, acções, quotas e outras formas de
participação, quer com a concessão de empréstimos e adiantamentos ou subsídios reembolsáveis.
Investimento Público: Significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da
capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infra-estrutura) ou seja em bens de capital.
Base Monetária: A base monetária representa as responsabilidades monetárias líquidas do estado perante
a sociedade e corresponde à soma de todas as notas e moedas emitidas pelo Banco Central e colocadas à
disposição do público e que podem estar sob a forma de dinheiro na posse das famílias e das empresas ou sob
a forma de reservas bancárias, na posse das instituições financeiras bancárias.
Meios de Pagamento: São os meios através dos quais são efectuadas as transacções monetárias. No caso
da economia Angolana os meios de pagamento são compostos pelos agregados monetários M3 (M2 + Outros
Instrumentos Financeiros), M2 (Me + Quase-Moeda ou Depósitos a Prazo) e M1 (Notas e Moedas em Poder do
Público + Depósitos à Ordem).
BRICS: Acrónimo referente a um grupo de países cujo desenvolvimento económico se destaca entre as
economias emergentes, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC): Reflecte o crédito concedido ao Estado pelo sistema bancário,
líquido dos depósitos do Governo no BNA.
Multiplicador Monetário: Indicador monetário que resulta da divisão do agregado monetário M3, o agregado
monetário mais amplo, pela reserva monetária. Este indicador procura medir o efeito multiplicador associado
à actividade bancária.
Desembolsos de Financiamentos: As transferências recebidas que não constituem receitas correntes nem
de capital e que não implicam contra-prestações de bens ou serviços e são oriundas da administração central,
da administração local, de pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos,
do interior ou do exterior do país, e das famílias.
Despesa com o Pessoal: Neste agrupamento devem considerar-se todas as espécies de remunerações
principais, de abonos, acessórios e de compensações que, necessariamente, requeiram processamento
nominalmente individualizado e que, de forma transitória ou permanente, sejam satisfeitos pelo Estado, tanto
aos seus funcionários e agentes como aos indivíduos que, embora não tendo essa qualidade, prestem, contudo,
serviço ao Estado nos estritos termos de contratos a termo, em regime de tarefa ou avença.
Despesas Correntes: Despesas destinadas à manutenção ou operação de serviços anteriormente criados,
bem como as transferências realizadas com igual propósito. O saldo das despesas correntes é constituído
pelos saldos das rubricas: despesas com o pessoal; despesas em bens e serviços; transferências correntes e
subsídios.
Despesas de Capital: Despesas destinadas à formação ou aquisição de activos permanentes, à amortização
da dívida, à concessão de financiamentos ou à constituição de reservas, bem como às transferências realizadas
com igual propósito. O saldo das despesas de capital é constituído pelo saldo das rubricas investimentos
públicos, transferências de capital, aplicações em activos financeiros, e outras despesas de capital.
Despesas em Bens e Serviços: Despesas que asseguram a criação de utilidades, através da compra de bens
e serviços pelo Estado.
Despesas Públicas (Despesa Total no Exercício): Conjunto de dispêndios realizados pelo Governo durante
um determinado período, para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para
a realização de investimentos (despesas de capital).
Índice de Confiança: Índice que é calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que mede a
percepção dos empresários sobre o desempenho tendencial do respectivo sector de actuação num período
curto determinado.
Índice de preços no consumidor (IPC): É uma medida do preço médio necessário para comprar bens de
consumo e serviços. O índice, calculado pelo Instituto Nacional de Estatística, é usado para observar tendências
de inflação. A variação percentual do preço num determinado período é uma das medidas da inflação.
Orçamento Geral de Estado: É o instrumento de gestão que contém a previsão das receitas e despesas
públicas.
Outras Despesas de Capital: Trata-se de um agrupamento económico com carácter residual.
Período Homólogo: Refere-se ao período equivalente do ano anterior.
Política Fiscal Contraccionista: Implementada quando o objectivo é reduzir a procura agregada, quando
a economia está num período de expansão excessiva (super aquecimento económico) e há a necessidade de
retracção económica, em consequência da excessiva inflação que se constrói neste cenário.
Política Fiscal Expansionista: Implementada quando o objectivo é estimular a procura agregada,
especialmente quando a economia está a atravessar um período de recessão e precisa de um “empurrão” para
se expandir. Como resultado, temos a tendência de défice do saldo fiscal e a tendência de aumento da inflação.
Política Fiscal: Também conhecida por Política Orçamental, é um ramo da política económica que define
o orçamento e seus componentes, os gastos públicos e impostos como variáveis de controlo para garantir e
manter a estabilidade económica, amortecendo as flutuações dos ciclos económicos e ajudando a manter uma
economia crescente, o pleno emprego e a inflação baixa.
Produto Interno Bruto (PIB): representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais
produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado.
Rácio de Transformação: Trata-se de um indicador das contas monetárias que resulta da divisão do total dos
créditos sobre o total dos depósitos.
Receita Pública (Receita Total no Exercício): é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro
Nacional num determinado período, incorporado ao património do Estado, que serve para custear as despesas
públicas e as necessidades de investimentos públicos. A Receita Total do exercício compreende o somatório
das rubricas Receitas Correntes e Receitas de Capital.
Receitas Correntes: As receitas tributárias, patrimoniais, de serviços, industriais, os saldos não comprometidos
de exercícios anteriores e outras, bem como as transferências recebidas para realizar as despesas classificáveis
como Despesas Correntes.
68
Receitas de Capital: As provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de operações de crédito,
da conversão em espécie de bens e direitos, de saldos não comprometidos de exercícios anteriores, bem como
as transferências recebidas para realizar despesas classificáveis como Despesas de Capital e ainda superavit
do Orçamento Corrente.
Receitas não Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro,
que advêm das actividades do sector não petrolífero.
Receitas Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro, pela
Sonangol e outras companhias que actuam no sector petrolífero.
Receitas Tributárias: Toda a fonte de renda que deriva da arrecadação estatal de tributos que são os Impostos,
as Taxas, as Contribuições de Melhoria, os Empréstimos Compulsórios e as Contribuições Especiais.
Saldo Corrente: é dado pela diferença entre as receitas correntes e as despesas correntes, ou seja, exclui do
cálculo os gastos de capital e é comum ser usado como medida da poupança pública.
SADC: Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral constituída pelos seguintes países: África
do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias,
Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Saldo Primário: O resultado primário é definido pela diferença entre receitas e despesas do Governo,
excluindo-se da conta as receitas e despesas com juros. Caso essa diferença seja positiva tem-se um superávit
primário; caso seja negativa tem-se um déficit primário. O superávit primário é uma indicação de quanto o
Governo economizou ao longo de um período de tempo (um mês, um semestre, um ano), com vista ao pagamento
de juros sobre a sua dívida. O saldo primário é um conceito chave para definir a solvência e a sustentabilidade
fiscal.
Saldo Primário não Petrolífero: Trata-se de um indicador das contas do Governo, que corresponde ao total
das receitas, excluindo as receitas petrolíferas que subtrai as despesas totais (expurgando os juros da dívida
pública).
Saldos Fiscais: Refere-se à diferença entre as receitas e as despesas do Orçamento Geral do Estado (OGE).
Serviço da Dívida: Abrange as despesas destinadas ao pagamento dos encargos e dos passivos financeiros.
O saldo dessa rubrica é constituído pelo somatório dos saldos das rubricas de Juro e de Amortização da Dívida,
interna e externa.
Subsídios: São os fluxos financeiros do Estado não reembolsáveis para a economia (ou para os diversos
sectores económicos), com o objectivo de influenciar níveis de produção, preços ou remunerações dos factores
de produção.
Transferências Correntes: São os recursos financeiros auferidos sem qualquer contrapartida, destinados ao
financiamento de despesas correntes ou sem afectação preestabelecida.
Transferências de Capital: Neste agrupamento são contabilizadas as importâncias a entregar a quaisquer
organismos ou entidades (unidades orçamentais) para financiar despesas de capital, sem que tal implique, por
parte das unidades orçamentais, qualquer contraprestação directa.
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
70
Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014
72
Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, Angola - Caixa Postal 124
3
Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125
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