Programa Piloto da Rede Social do Concelho de Ovar
I. A esfera dos aspectos metodológicos no processo de investigação
empírica
No planeamento dos processos de investigação procurou-se a conjugação de uma
diversidade de técnicas metodológicas, e a sua aplicação em diferentes domínios, a
ponto de enriquecer os resultados alcançados. Após a construção de um conjunto
organizado de conceitos e relações interconceitos «substantivos», referidos directa ou
indirectamente ao real, insurge-se a necessidade de procedimentos, baseados num forte
rigor, da investigação empírica, seleccionando variáveis, indicadores e técnicas de
tratamento da informação, operadores dos eixos teóricos.
Realçamos, na sua totalidade, a importância de uma visão de complementaridade das
abordagens qualitativas e quantitativas e do seu equilíbrio na balança metodológica,
segundo Virgínia Ferreira1.
1. A opção das técnicas de investigação empírica
1.1. A utilização do inquérito por questionário
Assente numa metodologia quantitativa, o inquérito por questionário, na sua aplicação
sistemática, foi a concretização operatória de um conjunto de aporias teóricas,
revelando-se a técnica mais adequada na obtenção dos objectivos da pesquisa, pela sua
performance em «objectivar» informação e pela sua capacidade de captar os aspectos
1
Silva, Augusto Santos; Pinto, José Madureira (orgs.); Costa, António Firmino da; Esteves, António
Joaquim; Castro, Armando; Bessa, Daniel; Almeida, João Ferreira de; Jesuíno, Jorge Correia; Vala,
Jorge; Reis, José; Iturra, Raúl e Ferreira, Virgínia, in Metodologia das Ciências Sociais, Biblioteca das
Ciências do Homem, Ed. Afrontamento, 1986, p. 194.
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contabilizáveis dos fenómenos. E apesar do reduzido número de instituições e
organismos questionados, particularmente na área da “Habitação(...)”(9) e da “Saúde”
(12), o inquérito possibilita conclusões estruturadas acerca das suas normas, valores,
atitudes, representações, quadros de referência, comportamentos, motivações e
processos, nunca esquecendo que são construções sociais. Possibilita, de igual modo,
contactos relacionais e comparativos entre o conjunto de elementos e informações
recolhidas.
Foi efectuada uma contabilização das entidades/organismos e instituições insertas nas
áreas em análise, mais concretamente, no Associativismo (...), na Habitação (...), Acção
Social, Saúde, Emprego e Formação Profissional e Educação, tendo em consideração
uma perspectiva relacional estabelecida entre:
Uma detalhada caracterização sócio-demográfica e jurídica da entidade;
A indicação das suas valências e actividades, projectos, parcerias, etc.;
O universo de utentes a quem destinam os seus serviços;
Uma caracterização dos seus recursos humanos, técnicos e físicos;
Os principais constrangimentos e hiatos de ordem humana, técnica e física;
Atendendo, com grande constância, à lógica espaço-tempo, indo, por conseguinte, de
encontro ao pretendido nos objectivos subjacentes a um diagnóstico social. Portanto,
não se trata de uma mera descrição sintética da existência das entidades e organismos,
motores do desenvolvimento sócio-económico do Concelho mas, por o serem, trata-se,
acima de tudo, de uma introspecção aprofundada sobre todos os seus recursos e
equipamentos e a procura da (des)adequação dos mesmos às necessidades da população
do Concelho, destoldando tanto as suas insuficiências, bem como as potencialidades.
Acrescente-se a exposição mais sensitiva acerca da adesão da população, através das
várias formas de voluntariado, nas áreas apresentadas que envolvem o social em geral,
pelos olhos do nosso universo inquirido, introduzindo formas de participação, o seu
grau de frequência, etc.
Por último, mas não menos importante, procuramos inquirir sobre as opiniões do nosso
universo face aos problemas sociais de maior premência no Concelho, tendo em conta,
as patologias sociais que mais tocam a consciência colectiva inquirida, ou seja, as
anomias sociais mais visíveis, integrando nesta visibilidade a menção a zonas, bairros e
grupos da população por elas afectados. Essa demonstração, baseada quase por inteiro
no senso comum - visto que haverá uma parcela inquirida constituída por técnicos
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ligados ao social -, terá por base a aproximação habitacional do inquirido à área
problemática, ou o conhecimento geral por estigma da área, zona ou bairro. Neste
âmbito, identificam, de forma semelhante, os maiores problemas de ordem física
(habitacionais, arquitectónicos, ecológicos, de acessibilidade, viários ...), especificando,
apropriadamente, a falta de equipamentos sociais, de saúde, educativos, desportivos,
culturais, de lazer, expondo as deficiências dos existentes, encarados como situaçãoproblema. E, identificando, num outro flanco, o das potencialidades concelhias nestes
mesmos planos ( o social, cultural ... ), dos quais têm conhecimento de uma ou outra
forma. Esta identificação das insuficiências, constrangimentos e potencialidades dos
recursos é realizada em espaço aberto à expressão, onde são igualmente abordados os
recursos que, supostamente, deveriam ser criados no Concelho, com o intuito de
melhorar o cenário sócio-económico. Mais uma vez, os fios condutores a essa expressão
descritiva são do foro social, cultural, educativo, e assim por diante.
Embora conscientes das limitações teóricas e metodológicas da prática do inquérito por
questionário, estritamente conexionadas com as condições sociais em que os discursos
ocorrem, com os universos linguísticos produzidos em função da pertença a categorias
sociais e com o cunho individualizado desses discursos, as potencialidades do inquérito
não podem ser questionadas, visto que o que está em causa é o estudo sistemático dos
decursos procriados por grupos vastos de inquiridos nas várias áreas do Social aduzidas.
No interior do inquérito por questionário saliente-se a importância dada a algumas
questões semiabertas e abertas, tradutoras da riqueza opinativa e avaliativa com que
cada inquirido visualizou, em sentido restrito, a situação das insuficiências e
potencialidades no interior da “sua” área, e, num sentido lato, a visão geral das
insuficiências e potencialidades de todo o Concelho.
1.2. O processo de construção da amostra
A metodologia-base de recolha de informação teve como população-alvo os
representantes de todas as entidades interligadas às áreas seleccionadas.
Na primeira área diagnosticada, a do Associativismo ( ... ), a população-alvo seria,
então, de preferência, o conjunto de dirigentes e de elementos da direcção de todas as
associações, grupos, colectividades e entidades afins existentes no Concelho. Nesta área
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em questão, de acordo com os dados oficiais existentes, somaram-se um total de 103
associações.
Associativismo, Equipamentos Desportivos, Culturais e Recreativos
Designação de Entidade
A.D.O. – Secção de Atletismo
Academia de Artes Maria Amélia Dias Simões
ADO – Basquetebol Assoc. Desportiva Ovarense
AFIS – Atletas de Fim de Semana
Arada Atlético Clube
ARVOR – Assoc. Rec. “Os Veteranos de Ovar”
Assoc. Adm. Cult. Fest. Sanjoaninas de Esmoriz
Associação dos Amigos do Seixo Branco
Assoc. Antigos Alunos da Escola de Esmoriz
Assoc. Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes
Associação Cultural e Recreativa da Ribeira
Associação Cultural “Grupo de Teatro Dreno”
Associação Cultural Atlético de Guilhovai
Associação Cultural e Recreativa de Valdágua
Assoc. Cult. Recreat. e Desportiva Bairro de S. José
Assoc. Cult., Rec. Sande, Salgueiral e Cimo de Vila
Associação Desportiva e Cultural do Torrão Lameiro
Associação Desportiva Ovarense – Futebol
Associação dos Viajantes de Esmoriz
Associação Emigrantes de Sta. Maria de Válega
Assoc. Rec. Carnavalesca de Ovar “Escola de Samba Kan-Kans”
Associação Recreativa e Cultural da Ponte Nova
Associação Recreativa e Cultural S. Cristovão Ovar
Associação Recreativa e Cultural S. Vicente Pereira
Associação Reformados, Pensionistas e Idosos de Cortegaça
Associação “ O Ajulejo”
Associação de Surf de Ovar
Bairro do Conjunto Habitacional do Furadouro
Banda Filarmónica Ovarense
CAIO – Clube Atlético Independente de Ovar
Centro Cultural e Recreativo de Maceda
Centro Cult., Rec. e Desp. Bairro da Misericórdia
Centro Cultural e Recreativo de Válega
Centro de Cultura e Desporto da “Velha Escolinha”
Centro Popular de Esmoriz
Clube de Caça e Pesca de Ovar
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Continuação
Clube de Campismo “Os Nortenhos de Cortegaça”
Aliança Futebol Clube
Clube Desportivo, Cultural e Social da Habitovar
Clube Desportivo do Furadouo
Clube Ornitológico de Esmoriz
Clube Recreativo Beneficiente de Cortegaça
Clube Recreativo de Arada
Clube de Ténis de Ovar
Comissão de Melhoramentos de Cortegaça
Comissão de Melhoramentos do Furadouro
Comissão Promotora das Comemor. Do 25 Abril
Conjunto Típico “Os Marinheiros de Ovar”
Contacto – Companhia de Teatro “Água Corrente”
CRECOR
Escola de Música Joc Loc
Escola de samba Costa de Prata
Esmoriz Ginásio Clube
Futebol Clube de Cortegaça
Grupo de Acção Cultural de Válega
Grupo de Atletismo da Barrinha de Esmoriz
Grupo de Bandolins de Esmoriz
Grupo Cénico de Esmoriz
Grupo Columbófilo de Arada
Grupo Columbófilo de Esmoriz
Grupo Coral e Cultural “Sol Poente”
Grupo Coral e Recreativo da Marinha
Grupo Coral de Esmoriz
Grupo Danças e Cantares de Cortegaça
Grupo Danças e Cantares de S. Pedro – Maceda
Grupo Danças e Cantares de Sta. Maria de Esmoriz
Grupo de Arte e Cultura “Os Arautos”
Grupo Desp. Cultural de Guilhovai
Grupo Desportivo e Recreativo Locomotivas
Grupo Dinamizador de S. João
Grupo Etnográfico de Esmoriz
Grupo Folclórico “Os Fogueteiros de Arada”
Grupo Folclórico “ As Morenitas”
Grupo Folclórico “As Tricanas de Ovar”
Grupo Folclórico “As Varinas”
Grupo Folclórico “ O Cancioneiro de Ovae”
Grupo Folclórico “OS Moliceiros”
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Continuação
Grupo Folclórico da Região de Ovar
Grupo Recreativo “Escola Samba Charanguinha”
Grupo de Teatro Renascer
In Ovar – Associação Cultural de Ovar
Juventude Desportiva e Recreativa Praia Esmoriz
Juventude Operária Assoc. Desp. Rec. de Esmoriz
Liga Operária Católica de Ovar
Museu de Arte Sacra da Ordem
Museu de Ovar
NADO – Náutica Desportiva Ovarense
Núcleo Futebol Clube do Porto de Ovar
Núcleo Sportinguista de Ovar
Núcleo Org. Manifest. Etno-Folclóricas de Ovar
Orfeão de Ovar
Os Amigos de Ovar
Rancho Folclórico “Casa Povo de Sta. M.ª Válega”
Rancho Folclórico da Ribeira
RONCOS
Os Falta de Ar
Soc. Columbófila da Assoc. Cult. Rec. Sande, Salgueiral e Cimo de Vila
Sociedade Columbófila de Cortegaça
Sociedade Columbófila de Maceda
Sociedade Columbófila Ovarense
Sociedade Columbófila de Válega
Sociedade Musical Boa União
Sporting Clube de Esmoriz
STOP – Futebol Clube
Surf – Clube de Cortegaça
Vareiro – Cultura e Desporto
Vitória Clube de Ovar
Voadores, Fundistas do Beira Mar
No tema da Habitação ( ... ), a população-alvo abrangia representantes máximos de
IPSS’s, Juntas de Freguesia do Concelho, da Câmara Municipal e das Associações de
Moradores, totalizando, segundo fontes oficiais, as 15 entidades e que, de algum modo,
se relacionassem com as questões da Habitação. Destas 15 obtivémos 9 inquéritos em
resposta.
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Habitação, Habitação Social e Infra-Estruturas de Saneamento Básico
Designação da Entidade
Associação Cultural, Recreativa e desportiva do Bairro de S. José
Associação de Moradores do Bairro 25 Abril
Associação de Moradores “Habitar é Viver”
C.M.O. – Serviço de Acção Social
Habitovar – Coop. Hab. Econ.
Junta de Freguesia de Arada
Junta de Freguesia de Cortegaça
Junta de Freguesia de Esmoriz
Junta de Freguesia de Maceda
Junta de Freguesia de Ovar
Junta de Freguesia de S. João
Junta de Freguesia de S. Vicente de Pereira
Junta de Freguesia de Válega
SMAS de Ovar
Na área da Acção Social, a população-alvo integrava as IPSS’s - Instituições
Particulares de Solidariedade Social - e ONG’s – Organizações Não Governamentais –
do Concelho. Dos 23 inquéritos enviados adquirimos resposta de 17 instituições e
organismos de acção social.
Acção Social
Designação da Entidade
Assoc. Fraterna Prevenção e Ajuda a Dependentes Toxicómanos
Associação de Diabéticos de Ovar
Centro de Assistência Social de Esmoriz
Centro de Promoção Social do Furadouro
Centro Social Cortegacense “Olívia e Florindo Cantinho”
Centro Social e Paroquial de S. João de Ovar
Centro Social e Paroquial de S. Pedro - Maceda
Centro Social e Paroquial de S. Cristovão
Centro Social Jesus Maria e José
Cercivar
Clube Desportivo, Cultural e Social da Habitovar
Comissão de Protecção de Menores de Ovar
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Continuação
Espaço Aberto
Fundação Maria do Carmo e Manuel Rodrigues Pepolim
Fundação Pe. Manuel Pereira de Pinho e Irmã
Grupo de Acção Social de S. Vicente de Pereira
Mutualidade de Santa Maria de Esmoriz
Projecto de Luta Contra a Pobreza de Esmoriz e Cortegaça
Rotary Clube de Ovar
Santa Casa da Misericórdia de Ovar
Serviços Sociais e Culturais dos Trabalhadores do Município de Ovar
No âmbito da Saúde, o inquérito dirigia-se ao Hospital de Ovar, ao Centro de Saúde de
Ovar e suas Extensões, nomeadamente 8, a Associação de Diabéticos, a Clínica de
Desabituação R12, e, por fim, uma força de segurança. Apenas nesta área foi
concretizado o objectivo inicial - a coincidência entre o número de inquéritos esperado
e o número de inquéritos obtido - 12.
Saúde
Designação de Entidade
Associação de Diabéticos do Concelho de Ovar
Clínica de Desabituação R12
Centro de Saúde de Ovar
Extensão de Saúde de Arada
Extensão de Saúde de Cortegaça
Extensão de Saúde de Esmoriz
Extensão de Saúde de Furadouro
Extensão de Saúde de Maceda
Extensão de Saúde de S. Vicente de Pereira
Extensão de Saúde de Válega
Força de segurança
Hospital de Ovar Dr. Francisco Zagalo
No plano do Emprego e Formação Profissional, a população-alvo sofreu um processo
de triagem, dada a extensão do sector secundário/industrial no Concelho, e visto que,
desse universo muitas empresas não se relevam, quer:
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pela falta de adesão a acções de formação;
pela falta de participação visível no movimento de inserção na vida activa da
população jovem e desempregada;
pela falta de articulação, através de acordos, com o Centro de Emprego e com a
Autarquia, etc.
Por isso mesmo, optou-se pela amostragem estratificada, baseada na dimensão sócioeconómica da empresa, além de todos os factores acima expostos. Procurou-se, em
proporção e dimensão, abarcar todas as empresas do Concelho que correspondessem aos
requisitos de selecção. Foram, por fim, 48 as empresas seleccionadas, das quais apenas
responderam 19.
Emprego e Formação Profissional
Designação da Entidade
Alcobre Condutores Eléctricos
BI SILQUE – Artigos para Casa e Escritório, Lda.
Comércio de Sucatas Godinho, Lda.
CORDEX
Cordoaria Vicente R. Oliveira SARL
DCB – Componentes Calçado, Lda.
EFACEC – Motores Eléctricos
EXPORPLÁS – Ind. Export. Plásticos, Lda.
F. Ramada
Ferreira Malaquias, Lda.
FERROMAR
FERRAL – José Luís & Ca. , Lda.
GAVEX – Exportadora do Gavinho, Lda.
INELSA – Instalações Eléctricas Sanitárias, Lda.
Irmãos Marques, Lda.
Larcozi – Indústria de Mobiliário
Orlando de Sá – Comércio e Indústria
OSCACER – César Rola, Lda.
Óscar Pacheco & Fs., Lda.
Ovargado
Ovarmadeiras – Indústria de Madeiras
OVARPACK
Pais Ferreira & Ca., Lda.
Philips Portuguesa, S. A.
Provimi Portuguesa
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Continuação
Ramalho & Ramalho, Lda.
Rolmetais
Sal Maricéu
Salvador Caetano
SICOR – Sociedade Industrial Cordoaria, S. A.
Sociedade Empreitadas Ferroviárias, Lda.
Sociedade Portuguesa Cavan, S. A.
SOMA – Sociedade de Montagem de Automóveis
SORGAL – Sociedade de Óleos e Rações
Teicocil – Teixeira Costa e Silva, Lda.
TOVARTEX – Indústria Têxtil, Lda.
Vassouras Baiana, Lda.
Viveiros Europlantas, Lda.
Yazaki Saltano Portugal CEA, Lda.
Na área da Educação, a população-alvo formava-se de todos os consignatários dos
estabelecimentos de ensino da Rede Pública e Privada, englobando a Educação Préescolar, o Ensino Básico do 1.º , 2.º e 3.º Ciclos, e Secundário. Congregam, no seu todo,
os 78 estabelecimentos de ensino, dos quais, 47 aderiram ao inquérito.
Educação
Designação da Entidade
Escola Básica 2º e 3º ciclos Antº Dias Simões – Ovar
Escola Básica 2º e 3º ciclos Florbela Espanca – Esmoriz
Escola Básica 2º e 3º ciclos M. Miguel Oliveira, Válega
Escola Básica 2º e 3º ciclos de Maceda
Escola Secundária José Macedo Fragateiro
Escola Secundária Júlio Dinis
Escola Secundária de Esmoriz
Escola EB1 de Oliveirinha nº 2 – Ovar
Escola EB1 da Ribeira – Ovar
Escola EB1 de Habitovar – Ovar
Escola EB1 do Furadouro – Ovar
Escola EN1 do Carregal – Ovar
Escola EB1 da Marinha – Ovar
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Continuação
Escola EB1 do Torrão do Lameiro – Ovar
Escola EB1 da Quinta e Rego n.º 1 – Válega
Escola EB1 da Quinta e Rego n.º 2 - Válega
Escola EB1 de S. João de Válega - Válega
Escola EB1 de Seixo de Baixo - Válega
Escola EB1 de Carvalho - Válega
Escola EB1 do Cadaval - Válega
Escola EB1 de Paçô - Válega
Escola EB1 de Bustelo - Válega
Escola EB1 da Mata – S. Vicente de Pereira
Escola EB1 de Pereira – S. Vicente de Pereira
Escola EB1 da Relva – S. Vicente de Pereira
Escola EB1 dos Combatentes – Ovar
Escola EB1 de S. Miguel – Ovar
Escola EB1 de S. João - S. João Ovar
Escola EB1 de Cabanões - S. João de Ovar
Escola EB1 de S. Donato – S. João de Ovar
Escola EB1 da Ponte Nova 1
Escola EB1 da Ponte Nova 2
Escola RB1 da Relva n.º 1 – Esmoriz
Escola EB1 da Relva n.º 2 – Esmoriz
Escola EB1 da Relva n.º 3 – Esmoriz
Escola EB1 da Relva n.º 4 – Esmoriz
Escola EB1 da Relva n.º 5 – Esmoriz
Escola EB1 Praia – Esmoriz
Escola EB1 de Gondesende – Esmoriz
Escola EB1 do Gavinho – Cortegaça
Escola EB1 Praia – Cortegaça
Escola EB1 de Maceda
De todas as áreas em análise, foi a primeira área apresentada aquela, onde,
incontestavelmente, verificamos a maior descoincidência entre o número de inquéritos
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esperados (103) e o número de inquéritos obtidos (45). Um total de 65 questionários
ficaram aquém da resposta.
No mesmo sentido, duas outras áreas, designadamente a da Educação e a do Emprego e
Formação Profissional demonstram a mesma não coincidência nos inquéritos. No plano
educativo, foram enviados 78. Apenas 47 foram recebidos, ficando de fora 31
estabelecimentos de ensino que não corresponderam ao nosso desafio de diagnosticar a
situação educativa do Concelho. Já na área cujas empresas sofreram uma minuciosa
selecção, foram enviados 48 inquéritos e 19 corresponderam, ficando de fora 29
empresas.
Para as temáticas da Habitação e da Acção Social estava prevista a recepção de 15 e 23
inquéritos respectivos. No entanto, em ambos os casos não obtivemos 6 respostas.
Ora, procuramos os porquês desta visível descoincidência entre o envio e a recepção,
tendo em conta que, mesmo após o envio, com data marcada de recepção, foi necessário
o contacto telefónico e, após, novo envio de inquéritos, pois alguns sofreram de
extravio.
Quanto às causas, deparamo-nos com extremas dificuldades amplamente relacionadas
com as características temporais da pesquisa, entrelaçadas com a exaustividade e
extensão do inquérito com uma edificação similar a todas as áreas, à excepção dos
inquéritos orientados a favor das idiossincracias do sistema educativo e do Emprego e
Formação Profissional, tendo tido, por conseguinte, uma constituição adaptada.
A exaustividade e extensão do inquérito - com um processo paulatino de atenção às
perguntas inseridas num sistema alternativo de conjuntos de respostas, lembrando a
quantidade de perguntas semi-abertas e abertas - leva-nos a concluir que a
descoincidência entre o envio e a minguada recepção, principalmente por parte das
associações, terá a ver com a falta de tempo dos potenciais inquiridos e, mediante outros
assuntos mais urgentes do quotidiano, com as prioridades.
1.3. A entrevista semidirectiva
A entrevista, na sua variante expressiva e comunicacional de interacção,
preenche-se de elementos de reflexão extremamente ricos, pelo seu contacto directo de
impressões, interpretações e reflexões. A sua liberdade de expressão é limitada pelo
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Programa Piloto da Rede Social do Concelho de Ovar
nosso espírito teórico, na procura de elementos de análise o mais perto possível dos
nossos objectivos programados. A sua semidirectividade traduz-se nem pela sua inteira
abertura, nem pelo seu total controle através de um grande número de perguntas
precisas. Assim, são colocadas ao entrevistado uma série de perguntas-guias
relativamente abertas, sem terem, necessariamente, uma ordem e uma formulação
previstas. A sua utilização revela-se de extrema importância, na medida em que é
direccionada para os agentes directamente ligados ao Social, colocando em confronto
perspectivas, sistemas de valores, referências normativas, pontos de vista distintos ou
semelhantes, sistemas de relações e interpretações com diferentes significados acerca
das várias problemáticas que compõem o Social, de entre outras questões envolventes.
Servirá, de igual forma, para uma análise relacional e comparativa. Tal é o caso das
entrevistas realizadas a quatro dirigentes de associações, escolhidos devido à sua
prolongada experiência e participação no cerne do movimento associativo, a entrevista
realizada, no âmbito da Saúde, ao Director do Hospital Dr. Francisco Zagalo - Dr. Pinto
Ribeiro -, pelo seu profundo conhecimento em matérias da saúde e, por último, mas não
menos importante, ao Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Dr. Armando França,
cuja palavra é essencial numa visão global e englobalizante de todo o Social,
colmatando, consequentemente, algumas lacunas que o inquérito por questionário, pela
sua natureza quantitativa, deixa transparecer. Assim, a entrevista é implicitamente
completiva de todo o processo metodológico.
Partidários que somos de uma visão metodológica pluridimensional, não podemos
deixar de acentuar que os estruturados procedimentos técnico-quantitativos não são
totalmente exímios na sua neutralidade, devendo sempre obediência à função de
comando da teoria. Como sugere Jorge Vala:
"A quantificação é sem dúvida uma estratégia cheia de virtualidades,
mas não há justificação para não reconhecer os sucessos das
investigações de orientação qualitativa. O rigor não é exclusivo da
quantificação, nem tão pouco a quantificação garante por si a validade
e a fidedignidade que se procura."2
2
Id., pp. 103.
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1.4. A análise quantitativa e a análise qualitativa. A sua simbiose.
Relacionaremos, neste momento, os procedimentos do processo técnico-metodológico.
A análise quantitativa que engloba o inquérito por questionário remete-se à populaçãoalvo de cada área temática já explicitada, com o intento de acumular informação
relacionada com os tópicos, de igual modo, já mencionados. Desta forma, o inquérito
por questionário torna-se um instrumento valioso para a obtenção de um conjunto de
regularidades ou tendências que constituam respostas definidoras, ou pelo menos
delineadoras, dos constrangimentos e potencialidades em cada área temática
componente do Diagnóstico.
A abordagem inclusiva dos processos qualitativos composta pela entrevista semidirectiva, serve, aqui, um processo simbiótico, relacional e processual, compondo certos
hiatos informativos advindos da análise quantitativa.
A análise qualitativa compõe-se, de acordo com os nossos objectivos, não só da
entrevista semi-directiva, mas também da análise a fontes documentais primárias e
secundárias, em dados e informação de matérias estatísticas recolhidas do INE, tabelas e
quadros de recursos humanos, técnicos e físicos (suas potencialidades e insuficiências)
existentes e potenciais no Concelho, caracterizações demográficas e enquadramento
territorial das oito Freguesias englobadas no Concelho de Ovar, e o enquadramento do
mesmo no Distrito de Aveiro.
Este processo analítico preenche-se, ainda, do trabalho realizado em parceria, com o
cunho pessoal de cada técnico envolvido na pesquisa, enriquecendo em muito o
Diagnóstico, com uma diversidade de prismas provenientes da experiência pessoal
aliada a uma certa aporia teórica de base, e entrosadas à informação de semblante
quantitativo.
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BIBLIOGRAFIA
SILVA, Augusto Santos; PINTO, José Madureira (orgs.); COSTA, António Firmino da;
ESTEVES, António Joaquim; CASTRO, Armando; BESSA, Daniel; ALMEIDA, João
Ferreira de; JESUÍNO, Jorge Correia; VALA, Jorge; REIS, José; ITURRA, Raúl e
FERREIRA, Virgínia, in Metodologia das Ciências Sociais, Biblioteca das Ciências do
Homem, Ed. Afrontamento, 1986.
17
Download

G-Aspectos metodológicos