MOVIMENTO ECUMÊNICO ESPIRITUALISTA UNIVERSAL ESTA É UMA OBRA DA CIDE - CASA DE INVESTIGAÇÕES E DESENVOLVIMENTO ESPIRITUALISTAS EM COMEMORAÇÃO A III FESTA DE NOSSA SENHORA DO MOVIMENTO ECUMÊNICO ESPIRITUALISTA UNIVERSAL PIRACICABA - SÃO PAULO - 08 E 09 DE DEZEMBRO DE 2.001 Todos os textos e fotos deste material foram colhidos no site "Nossa Senhora de Todo Mundo" www.geocities.com/heartland/buffets/6737 Material de uso exclusivo das Casas do Movimento não podendo ser comercializado. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 2 . MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 3 "CONVERTASE PARA O AMOR UNIVERSAL" 1 - TÍTULOS MARIANOS MEEU MARIA - MÃE DA TERRA ABADIA, Nossa Senhora da Também conhecida como Santa Maria do Bouro, por ser originária do convento do Bouro, próximo à cidade de Braga, em Portugal. A imagem, muito antiga, pertencia a um recolhimento religioso chamado Mosteiro das Montanhas, que existia naqueles arredores por volta do ano 883. Com a invasão dos sarracenos, os religiosos escaparam levando consigo a imagem da Virgem. No tempo do Conde Dom Henrique, um fidalgo chamado Pelágio Amado, tendo-se enviuvado, decidiu consagrar sua vida à oração e à penitência, abandonando a corte. Dirigindo-se a Braga, ali encontra, mais precisamente na ermida de São Miguel, um santo ermitão chamado Frei Lourenço. Pelágio o procura suplicando-lhe para que o aceitasse como discípulo. O velho eremita, a princípio, duvidou que um homem tão débil fosse capaz de seguí-lo em sua vida austeríssima. Frei Lourenço tirou-lhe os nobres trajes e ofereceu-lhe o hábito de eremita. Pelágio cresceu de tal forma na vida de santidade que causou admiração ao próprio mestre. Cada um vivia em sua cela. Certa noite, o novo eremita Pelágio observou no meio do vale uma grande claridade. Contando ao velho a respeito da estranha luminosidade, na noite seguinte ficaram vigiando e os dois viram o resplendor que saía de uma das pedras iluminando grande parte daqueles vales. Ao amanhecer, trataram de constatar a razão do fenômeno. Para surpresa de ambos, encontraram entre as pedras uma imagem muito antiga da Virgem Maria. Felizes por tal descoberta, ajoelharam-se agradecendo a Deus por aquele favor. Mudaram as celas do alto do monte para aquele local. Fizeram uma ermida e ali depositaram reverentemente a santa imagem. O arcebispo de Braga teve notícia da prodígio e foi pessoalmente visitar o eremitério. Vendo a pobreza com que aqueles homens viviam, ordenou o prelado a construção de uma igreja de pedra lavrada digna de abrigar a Mãe de Deus. Aos poucos foram aparecendo homens dispostos a se consagrarem a Deus e, unidos aos primeiros eremitas, formaram uma comunidade religiosa. Espalhou-se a fama de Nossa Senhora da Abadia. Seus milagres foram-se difundindo pela terra portuguesa. O próprio rei Dom Afonso Henriques foi pessoalmente visitar o santuário, onde deixou uma boa esmola para o culto divino e as necessidades daqueles servos de Deus. Após a descoberta do novo mundo, a imagem de Nossa Senhora d'Abadia foi trazida ao Brasil, certamente, por algum devoto bracarense, que a entronizou nos chapadões do próspero "Triângulo Mineiro", onde encontramos várias cidades que têm Santa Maria do Bouro como padroeira. Passou depois para Goiás, localizando-se principalmente em Muquém e na antiga capital da província, a Vila Boa, que ainda conserva sua bela matriz, construída no século XVIII. Página 4 Na progressista cidade de Uberaba, Minas Gerais, cultua-se mui piedosamente a Virgem Maria sob o título de Santa Maria do Bouro. Sua igreja, construída em fins do século passado, possuía em suas proximidades uma cisterna cuja água era considerada milagrosa. Fiéis vinham de longe em busca dessa água santa. Devido aos abusos, certo dia, inexplicavelmente, a cisterna secou. Celebrada no dia 15 de agosto, a festa de Nossa Senhora da Abadia reúne centenas de devotos que se dirigem à Virgem do Bouro para fazer seus pedidos e apresentar sua gratidão pelas graças recebidas. ACHIROPITA, Nossa Senhora O culto a Nossa Senhora Achiropita teve início na cidade de Rossano, na região da Calábria, Itália. Nesta vila, numa pequena gruta, no final do século VI, morava eremita santo Efrém, devoto da Virgem Maria. No ano de 590, ele conseguiu do imperador Maurício, imperador de Constantinopla, autorização para transformar a gruta num Santuário dedicado a Nossa Senhora. O governador Filípico, cunhado do imperador, visando agradar o monarca, trouxe competentes artistas de Bizâncio a fim de pintarem uma imagem da Virgem Maria no fundo do templo. Infelizmente, o trabalho dos pintores resultava sempre em fracasso. Durante o dia trabalhavam incansavelmente em sua obra. À noite, a imagem desaparecia misteriosamente. O governador, insatisfeito com o ocorrido, ordenou que a gruta fosse vigiada. Certa noite, o guarda cumpria seu dever em frente à gruta, quando vê surgir do nada uma jovem senhora, de rara beleza, trajando uma túnica de seda pura, muito alva, resplandecente de luz. A senhora pediu ao guarda para que se afastasse do local. Informado do ocorrido, na manhã seguinte, o governador dirigiu-se à igreja e, para sua surpresa e de todos que o acompanhavam, deparou-se com uma bela imagem da Mãe de Deus pintada exatamente no lugar onde os artistas, em vão, tentaram elaborar a imagem. Nossa Senhora havia pintado a sua própria imagem! A notícia difundiu-se por toda a vila. Os fiéis começaram a chegar ao lugar do milagre e aclamavam entre lágrimas e cânticos de louvor: "Achiropita! Achiropita", que quer dizer: "imagem não pintada por mãos humanas!" Os vários milagres ocorridos através de Nossa Senhora aumentaram a popularidade daquele lugar. O imperador Maurício de Constantinopla ordenou a construção de uma basílica dedicada à Virgem Achiropita. No entanto, tudo leva a crer que a atual imagem venerada não seja a primitiva. Os pesquisadores crêem que a pintura de hoje possa ser uma restauração, caso a primeira tenha realmente existido. A opinião dos estudiosos não interessa ao povo simples que prossegue procurando a proteção de Nossa Senhora. Imigrantes calabreses trouxeram para São Paulo uma cópia fiel daquela que se encontra na basílica de Rossano. Os religiosos da Congregação de Dom Orione, com a ajuda de muitos membros da colônia italiana em São Paulo, construíram uma igreja no conhecido bairro Bixiga, na capital paulista. Este templo é a igreja matriz da Paróquia da Bela Vista, desde 1926. Ali pode-se contemplar uma MEEU MARIA - MÃE DA TERRA escultura da Virgem Achiropita que foi criada a partir da cópia fiel do quadro original. ÁFRICA, Nossa Senhora da Argel, com uma população de mais de um milhão de habitantes, ao norte da África, é a capital da Argélia, o segundo maior país da África. No século IV havia neste país entre 600 e 700 bispos católicos. Santo Agostinho, um dos maiores santos da Igreja, era argelino. Os árabes aí impuseram a religião islâmica a partir do século VII. Hoje o Islamismo é a religião do estado, praticada por 98% da população. Nas quatro dioceses argelinas não há mais que cerca de 60.000 católicos. Em Argel encontra-se um célebre santuário mariano dedicado a Nossa Senhora da África. Duas mulheres foram as idealizadoras deste templo: Margarita Bergezio e Anna Cuiquien, francesas, de origem italiana. Elas acompanharam o bispo Dom Pavy, em 1846, para dedicarem-se às obras sociais que o mesmo bispo fundara na Argélia. Quando ali chegaram as missionárias não encontraram nenhum santuário mariano. Por isso colocaram uma pequena imagem da Virgem sobre uma oliveira nas proximidades de Argel. Pouco a pouco o lugar se transformou num centro de peregrinação por parte de numerosos devotos de Nossa Senhora. As piedosas mulheres recolheram dinheiro e construíram uma capela provisória em 1857. O atual santuário foi concluído em 1872 sobre um promontório que domina o mar e a cidade de Argel. Numerosos são os peregrinos que o visitam. Há milhares de ex-votos espalhados nas paredes. Não apenas católicos, como também muçulmanos, especialmente as mulheres, vêm de todas as partes para rezar ante a imagem da Santíssima Virgem, chamada em árabe de "Lalla Mariam". AGONIA, Nossa Senhora da Foi nas vésperas do Natal de 1994 que a imagem de Nossa Senhora da Agonia chegou ao nosso país, como um grande presente para o Brasil. Sua entrada solene na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Soledade emocionou os que lá estavam e também os ouvintes da Rádio Itajubá, que participavam da missa das 19 horas de domingo. Tudo começou quando um rico português radicado no Brasil, Sr. Antônio de Lima Costa, nascido em Lanheses - cidade próxima a Viana do Castelo, onde existe um Santuário dedicado a Nossa Senhora da Agonia - foi inspirado a trazer para o Brasil uma imagem, réplica da imagem de Portugal, para ser venerada numa igreja, cujo terreno, no alto de um monte, ele próprio faria doação à Diocese. Tão logo se tomou conhecimento da existência desse terreno (mesmo sem a imagem ter chegado a Itajubá), as pessoas começaram a fazer "vias-sacras", saindo da porteira da fazenda do Sr. Costa, seguindo as "estações" Página 5 por uma estradinha de terra que contorna o monte, sendo rezada a "última estação", no local do futuro Santuário. Só mais tarde, no Brasil, se soube que também em Portugal, tudo começou com uma "via-sacra" que, partindo do Convento Franciscano de Santo Antônio, terminava no "Morro da Forca", onde se rezava a "décima-quarta estação" no local que, mais tarde, se construiu a Igreja. A devoção a Nossa Senhora da Agonia em Viana do Castelo é tão grande que, durante três dias, toda a cidade trabalha dia e noite, para cobrir de tapetes de flores o trajeto que a Senhora faz indo em direção ao mar, onde acontece uma linda procissão de barcos. Nossa Senhora da Agonia em Portugal, é protetora dos pescadores, que a ela confiam as suas "agonias" (lutas) travadas com o mar bravio daquela região e, por isso, não medem esforços para realizar essa maravilhosa festa que recebe, todos os anos, cerca de duzentos e cinqüenta mil romeiros nos três dias de festa: 18, 19 e 20 de agosto (dia de Nossa Senhora da Agonia). Mas, voltemos ao Brasil, onde a imagem da Senhora da Agonia acabara de chegar após um ano e meio de espera e, ainda, a construção de seu Santuário nem começara. Ao lado da imagem da Padroeira do Brasil, ela fica então, por mais de ano, na Igreja Matriz Nossa Senhora da Soledade, onde é venerada por muitas pessoas que começam a alcançar graças e mais graças, pela sua intercessão. Começa-se, então um "sem fim de passeios" com a imagem, que vai, em um andor, para as praças e garagens de casas, onde são realizadas várias Celebrações Eucarísticas; aliás, a imagem não chega nem a ter um altar, mas é fixada permanentemente no andor, o que facilita a sua locomoção. Enquanto isso, a Comunidade da qual ela é padroeira começa a crescer e a se fortalecer com suas catequeses em garagens, terços nas casas, novenas na praça e viassacras nas ruas e no Monte do futuro Santuário. Sentiu-se, então, a necessidade de um lugar, onde a Comunidade pudesse se encontrar e concentrar seus trabalhos, pastorais e movimentos, que foram sendo criados paulatinamente. A "Igreja-viva" (a mais importante) estava sendo construída rapidamente a olhos vistos, mas a "Igreja-depedras" ainda continuava no papel. Foi então que no dia 19 de maio de 1996, a imagem de Nossa Senhora da Agonia foi entronizada numa cerimônia de Primeira Comunhão, numa pequena capela provisória situada à Rua Prefeito Tigre Maia, em um terreno emprestado por um gentil morador de um dos bairros que rodeiam o Monte onde será construído o Santuário. Um ano depois acontece, também numa Celebração de Primeira Eucaristia, a entronização do Santíssimo Sacramento nesta Capelinha, o que veio a fermentar ainda mais a vida em comunidade e as devoções eucarística e mariana. Uma oração a Nossa Senhora da Agonia, composta por uma carmelita de Pouso Alegre, recebeu aprovação eclesiástica, por ocasião de sua primeira festa aqui no Brasil; a partir de então, milhares de estampas da Virgem, contendo essa oração, estão sendo distribuídas por todo o território nacional e até mesmo fora dele. Dentre alguns fatos que mostram o poder da Mãe de Deus, sob a invocação de Nossa Senhora da Agonia, MEEU MARIA - MÃE DA TERRA destacamos um particular, o ocorrido quando de sua chegada ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. A comitiva designada para trazer a imagem para Itajubá encontrou grandes embaraços para retirá-la do aeroporto. Além de uma quantia em dinheiro que não se dispunha na ocasião, foram exigidos documentos que não tinham vindos de Portugal e, por isso, não era possível liberar a imagem. Rezava-se e invocava-se a intervenção de Nossa Senhora da Agonia, quando o principal encarregado pela liberação da preciosa encomenda na alfândega aparece e pergunta ao Sr. Azevedo (português amigo do Sr. Costa, que recebeu a procuração do nosso pároco para representá-lo na retirada da imagem): O senhor é o Padre Tarcísio? Não, eu sou o seu procurador, respondeu o Sr. Azevedo, com sotaque português Ainda bem, pois eu não gosto de padres! Mas para o senhor vou contar o que me aconteceu. Eu sou ateu, não acredito em nada, mas, ao abrir a caixa da mercadoria de vocês, logo que retirei sua tampa e afastei com as mãos as palhas que protegiam a imagem, apareceu o rosto de Nossa Senhora com aquelas lágrimas... Bem, alguma coisa aconteceu dentro de mim. Quer saber de uma coisa? Podem levá-la e que ela nos proteja! E as pessoas da comitiva, alegres, festejaram e agradeceram a Senhora da Agonia pelo seu primeiro "milagre" em terras do Brasil, feito no coração daquele que se dizia ateu. AKITA, Nossa Senhora de Em 28 de junho de 1973 uma ferida em forma de cruz apareceu na palma da mão esquerda da Irmã Agnes. A ferida sangrou abundantemente e causou-lhe muita dor. Em 6 de julho a Irmã Agnes ouviu uma voz vinda da estátua da Bem-aventurada Virgem Maria na capela onde ela estava rezando. A estátua foi esculpida de um único bloco de madeira de uma árvore Katsura e tem um metro de altura. Nossa Senhora falou com a Irmã Agnes e lhe deu uma mensagem. No mesmo dia, algumas das irmãs notaram gotas de sangue fluindo da mão direita da estátua. Em quatro ocasiões este ato de escorrimento de sangue se repetiu. A ferida na mão da estátua permaneceu até 29 de setembro, quando desapareceu. Em 29 de setembro, o dia em que a ferida na estátua desapareceu, as irmãs perceberam que a estátua agora tinha começado a "suar", especialmente na testa e pescoço Em 3 de agosto, a Irmã Agnes recebeu uma segunda mensagem. Em 13 de outubro, ela recebeu a terceira e última mensagem. Dois anos depois, em 4 de janeiro de 1975, a estátua da Bem-aventurada Virgem começou a chorar. Ela continuou a chorar, com intervalos, pelos próximos 6 anos e oito meses. Ela chorou 101 vezes. Uma religiosa, Agnes Katsuko Sasagawa recebeu os estigmas e também recebeu mensagens de Nossa Senhora. Junho de 1988, Cidade do Vaticano: Joseph Cardeal Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, proferiu julgamento definitivo sobre os eventos e mensagens de Akita como confiáveis e dignos de fé. Página 6 A Igreja aprovou as mensagens e as lacrimações da estátua como sobrenaturais. Abril de 1984: O Reverendíssimo John Shojiro Ito, Bispo de Niigata, Japão, após anos de extensas investigações, declarou que os eventos de Akita, Japão são de origem sobrenatural, e autorizou para toda a diocese a veneração da Santíssima Mãe de Akita. Em 22 de abril de 1984, após oito anos de investigações, após consulta com a Santa Sé, as mensagens de Nossa Senhora de Akita foram aprovadas pelo Bispo da diocese. Na vila japonesa de Akita, uma estátua da Mãe, de acordo com o testemunho de mais de 500 cristãos e nãocristãos, incluindo o prefeito da cidade, budista, exalou sangue, suor e lágrimas. (VER MENSAGENS - AKITA) ALEGRIA, Nossa Senhora da Gianna Talone Sullivan é a vidente de Emmitsburg, estado de Maryland. Ela recebe mensagens de Nossa Senhora. Mensagem principal: Conversão, humildade diante de Deus. Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé Apostólica. VER MENSAGENS (EMMITSBURG) ALMUDENA, Nossa Senhora da Padroeira de Madri - Espanha Como se sabe, a bela capital espanhola é antiquíssima. Roma ainda nem fora fundada e Madri já se orgulhava de sua antigüidade. Foi ela uma das primeiras vilas da Península Ibérica a se cristianizar. Reza a tradição, São Tiago aí pregou o evangelho, construindo um pequeno templo, com a ajuda de seus discípulos, dedicado à Maria Santíssima, onde teria deixado uma imagem de Nossa Senhora esculpida em madeira. A perseguição romana levou a Igreja local a possuir muitos mártires. Os invasores godos, contudo, após vencerem os romanos, abraçaram a fé cristã e uma outra igreja foi construída no lugar da primitiva capela de São Tiago. O conde D. Julián, cujo nome permanece execrado nos anais da história espanhola como traidor, facilitou a entrada dos árabes do norte da África na península. Transcorria o ano 714 e os invasores se aproximavam da capital. O povo cristão, desesperado, reuniu-se em torno da Virgem para suplicarem auxílio. Entretanto, a vila não dispunha de recursos suficientes para resistir. Surge, então, um problema: o que se faria com a tão venerada imagem para preservá-la da destruição? Decidiram escondê-la num vão da muralha da cidade. Confiantes de que poderiam resgatá-la mais tarde, assim fizeram. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Os vitoriosos, certos de que permaneceriam para sempre na vila, transformaram a capela em mesquita. Trezentos e sessenta e nove anos depois, D. Alfonso VI, rei de Castela, auxiliado pelo célebre D. Rodrigo Díaz de Bivar, El Cid Campeador, derrotou os mouros em Toledo, tornando viável a reconquista de Madri, o que aconteceu pouco depois. Dessa forma, em 1083, a antiga igreja foi reconsagrada e novamente dedicada à Virgem. Os habitantes ainda se recordavam, meio vagamente, de que uma imagem da Virgem ficara escondida na muralha por ocasião da conquista da vila. O próprio Rei se dispôs a achá-la. Por um pregão, ordenou que toda a população, por meio de jejuns, orações e penitências, suplicassem à Nossa Senhora que se dignasse mostrar o lugar onde fora guardada a sua escultura. No dia 9 de novembro de 1083, nono dia, os citadinos em massa dirigiram-se em procissão até a igreja. Em meio à nobreza, eclesiásticos e cavaleiros, destacavase El Cid, herói nacional, vencedor de sete reis mouros. Após a celebração da missa, o cortejo começou a percorrer a vila, em piedosa investigação. Mas ninguém encontrou nada. O desânimo tomou conta de todos. Mas a tristeza não duraria muito tempo. Durante essa mesma noite, a muralha partiu-se, deixando aparecer em um nicho a milagrosa imagem, tão bem conservada como se tivesse sido ali depositada na noite anterior. E ainda puderam ser acesas as velas que ali tinham sido colocadas há quase quatro séculos. Foi feita uma nova procissão, ainda mais solene, que conduziu a Virgem ao seu antigo altar. D. Alfonso VI quis que ela passasse a se chamar Santa Maria la Real de la Almudena, por haver permanecido tantos séculos escondida em um local da muralha perto do almudin (mercado ou armazém) que os mouros ali haviam instalado. A Santíssima Virgem foi ainda proclamada Padroeira de Madri. Pouco depois da morte de Alfonso VI, Madri foi mais uma vez atacada pelos mouros, comandados por Alí-Abenjucet. Mais uma vez a cidade estava despreparada para a defesa. Alí Jucet determinou manter o cerco à cidade, até que a fome obrigasse o povo a se render. Os sitiados recorreram à Virgem, que os atendeu. Uma peste terrível assolou o campo inimigo. Os que não foram atingidos pela peste foram obrigados a fugir desesperados. Novo assalto ocorreu vinte anos depois. Os sarracenos usaram a mesma tática: sitiaram a cidade esperando a sua rendição por causa da fome. Quando já não havia o que comer, uns meninos que brincavam junto à igreja, abriram um pequeno buraco num de seus pilares. Por ele começou a escorrer um pó branco que se verificou ser farinha de trigo de excelente qualidade. Derrubaram então uma parte da parede lateral da igreja, onde o pilar se encostava e descobriu-se aí um silo desconhecido. O trigo era tão abundante que os espanhóis jogaram parte dele sobre os mouros, exibindo fartura, para que perdessem a esperança de vencê-los pela fome. Os mouros, uma vez mais, bateram em retirada. A esta imagem recorreu Santo Isidro, o Lavrador, quando seu filho caiu em um poço. Assim que suplicou à Virgem, as águas do poço começaram a subir suavemente até que o pai pôde resgatar seu filho são e salvo. A milagrosa imagem é esculpida em madeira odorífica, que lembra os cedros do Líbano. A pintura é tão consistente que mesmo os desgastes naturais do tempo não conseguiram deteriorá-la. Uma particularidade surpreende, comprovada historicamente: é impossível conseguir-se fazer Página 7 uma cópia idêntica ao original. Muitos artistas tentaram reproduzi-la, mas confessaram seu fracasso. No dia 29 de agosto de 1640, instituiu-se na igreja de Santa Maria a "Esclavitud de la Virgen de la Almudena", constituindo-se seu primeiro escravo o próprio Rei, D. Felipe IV, no que foi seguido por seus sucessores. Nossa Senhora da Almudena é uma das nove imagens objeto de devoção das Rainhas da Espanha. Estas, quando estão para dar a luz, costumam visitar tais imagens quando suplicam a Maria Santíssima a graça de um bom parto. ALTAGRACIA, Nossa Senhora de Há mais de três séculos, um colonizador espanhol, muito rico, residente na região de Duey, São Domingos, fez uma viagem à cidade de Ozam para vender gado, no começo de Janeiro. Possuía duas filhas: a mais velha, mais vaidosa, pediu-lhe que trouxesse de presente vestidos e colares. A outra, com apenas 14 anos, mais voltada à piedade, pediu uma imagem da Virgem de Altagracia. O pai estranhou tal pedido, já que nunca ouvira falar dessa Nossa Senhora. De qualquer modo, a menina garantiu-lhe que a encontraria. De retorno, levava os presentes da filha mais velha e, no coração, um profundo pesar por não ter encontrado a Virgem de Altagracia para a menina. Procurara a imagem por todos os lugares onde passara, chegando a consultar os Cônegos do Cabido e ao próprio Arcebispo, que não conheciam tal invocação mariana. Ao passar por Los Dos Rios, pernoitou em casa de um velho amigo. Nessa passagem, ao anoitecer, enquanto ceavam, o hóspede falou sobre sua tristeza em chegar em casa sem o presente que prometera à sua filha predileta. Oportunamente, um senhor idoso, que havia pedido para lhe deixarem passar ali aquela noite, levantou-se do lugar afastado onde se encontrava, aproximou-se à mesa e disse: "Como não existe a Virgem de Altagracia? Eu a trago comigo". E enfiou a mão em seu alforge, e mostrou uma pintura de Maria adorando a um menino. O pai, vendo realizado o sonho de sua filha, convidou o ancião que passasse em sua casa para receber um donativo em retribuição à sua generosidade. No dia seguinte, ao se levantar, a família procurou e não encontrou aquele senhor idoso. Eis, em linhas gerais, a história do aparecimento deste primeiro quadro de Nossa Senhora de Altagracia. Ele possui 33 centímetros de largura e 45 de altura. Segundo a opinião dos especialistas, trata-se de uma obra primitiva da escola espanhola pintada nos finais do século XV. A tela, que mostra uma cena da natividade, foi restaurada com sucesso, na Espanha, em 1978. Agora é possível apreciarse toda sua beleza e cores originais. Sobre a tela aparece a cena do nascimento de Jesus. A Virgem, formosa e serena ocupa o centro do quadro. Conta a tradição que, a menina, acompanhada de várias pessoas, foi receber seu pai no mesmo local onde hoje se situa o Santuário de Higüey. Ela, aos pés de uma laranjeira que ainda se conserva, apesar dos anos, mostrou às pessoas, naquele dia 21 de janeiro, sua tão desejada imagem. A partir desse dia, ficou estabelecido o culto à Virgem de Altagracia, que foi também chamada de Virgem da Menina. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA A devoção à Virgem de Altagracia tornou-se muito popular. Ao seu santuário, todos os anos, acorrem milhares de romeiros. A moderna basílica, em Higüey, capital da Província de Altagracia, construída entre 1974 e 1978, é o monumento religioso mais importante de Santo Domingo e centro religioso que atrai a atenção de todos os povos latino-americanos. É o lugar onde o povo dominicano encontra sua padroeira, a Virgem de Altagracia. AMEIJOEIRA, Nossa Senhora da Em Portugal, no final do século XIII, Nossa Senhora foi venerada com este título num grandioso templo. Ao redor do templo havia uma casa para abrigar os romeiros e na qual residia o ermitão. Do lado esquerdo da construção se vêem vestígios de uma piscina, na qual, segundo a tradição, se operaram vários milagres. A origem desta devoção data do ano de 1217, quando frei Soeiro, depois de fundar o primeiro Convento da sua Ordem dos Pregadores, no alto da serra da Neve, viu brilhar ao longe uma luz e, seguindo sua direção, foi encontrar uma imagem de Nossa Senhora com o Menino nos braços, num lugar chamado a Ameijoeira. Daí o nome que se dá a Maria Santíssima nessa região. O terremoto de 1755 destruiu totalmente o templo. A imagem de Nossa Senhora foi removida para a igreja paroquial de Abrigada, para onde os romeiros começaram a se dirigir. Outro terremoto, o do ano de 1908, destruiu a igreja paroquial de Abrigada, sendo então a imagem colocada na capela de São Roque da mesma freguesia, onde ainda se encontra. AMOR DIVINO, Nossa Senhora do Na localidade de Correias, próxima à cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil, encontrase uma capela histórica dedicada à Senhora do Amor Divino, talvez a primeira do Brasil sob este orago. Este culto, de origem portuguesa, teria sido praticado anteriormente na fazenda "Rio da Cidade", em oratório particular, onde foi construído um templo consagrado em meados do século XVIII Dom Pedro I várias vezes se prosternou ante a imagem para implorar o restabelecimento da saúde de sua filha Paula Mariana, hospedada na fazenda do Padre Correia durante muito tempo por indicação médica. O Imperador assistiu ali, quando voltava de sua viagem a Minas, à primeira missa do ano 1831, último de sua estadia no Brasil. Na década de 1930, o santuário deixou de celebrar o culto público, que foi transferido para a atual matriz de Correias, mais moderna. Porém, o artístico altar assim como a imagem da Virgem do Amor Divino foram levados para o novo templo. A matriz de Correias é sede da única paróquia brasileira dedicada a este título mariano. Há um santuário de Nossa Senhora do Amor Divino em Roma. O Seminário Diocesano de Petrópolis tem Nossa Senhora do Amor Divino como patrona. Página 8 AMPARO, Nossa Senhora do Nos primeiros trezentos anos da História da Igreja, os cristãos se preocuparam com a própria existência, por força das perseguições romanas. Realizavam os cultos às escondidas, nas Catacumbas. Por isso, era impossível aprofundar as belezas contidas nas palavras dos evangelistas. Constantino I, denominado, também, de "o Grande" nasceu em Naissus no ano 274. Na véspera da batalha, na luta de sucessão, ele teve um sonho, no qual lhe pareceu ver um escudo com uma cruz, e ouviu uma voz que dizia "com este sinal, vencerás". Ele mandou, então, pintar nos escudos dos seus soldados o símbolo da salvação. Realmente, venceu. Tornou-se imperador no ano 306. Foi consagrado protetor da nova religião, com sua vitória sobre Maxêncio, junto às muralhas de Roma. Em 313, decidiu, definitivamente que o Cristianismo seria a religião do Império. Pelo edito de Milão, os adeptos da nova fé, ficavam livres para praticar a sua religião livremente. Essa liberdade trouxe a grande vantagem de poderem meditar mais sobre o conteúdo das palavras de Cristo. Entre elas, foi a doação de Sua Mãe Maria, como nossa mãe espiritual, quando, pregado na cruz, olhando para São João, que nos representava, lhe disse: "Eis tua mãe". Conforme narra a lenda, os cristãos quiseram representar essa incumbência, para sempre. A pedido de Nicodemos, São Lucas pintou e esculpiu Maria ao pé da cruz, recebendo o mandato de ser mãe de todos, representados por São João. Ao evangelizar a Península Ibérica, São Tiago levou consigo a pintura para homenagear a Mãe de Deus e nossa. Daí se explica a grande devoção popular à Mãe de Deus em toda aquela região. Muitos santuários foram construídos para veneração daquela que Jesus nos deixou por mãe. A devoção do povo não demorou em perpetuar a grande bondade de Cristo em dar Maria como protetora. Referindose aos seus cuidados maternos, todos queriam colocar-se sob seu "amparo". Assim é que pessoas, vilas, cidades foram postas sob o manto de Maria, representando a proteção celestial da mãe do Salvador e nossa. No Brasil, há três Municípios com nome de Amparo, um, no Estado de São Paulo, outro no Estado de Sergipe: Amparo de São Francisco e no Estado do Minas Gerais: Amparo da Serra. Um dos primeiros templos brasileiros dedicados à Nossa Senhora do Amparo foi o de Olinda, que já existia em 1617 e foi reconstruído trinta anos depois. A cidade de Januária, no estado de Minas Gerais, à beira do Rio São Francisco, a tem como padroeira. No decorrer dos séculos, esse amparo foi simbolizado de diferentes maneiras: Maria cobrindo com seu manto aos seus devotos; Maria sentada, segurando com sua mão esquerda o Menino Jesus de pé sobre os joelhos e com a mão direita em sinal de bênção aos que a invocam; Maria em pé com Jesus deitado no braço esquerdo e com a mão MEEU MARIA - MÃE DA TERRA direita afagando o menino que, por sua vez, nu, quer significar nossa extrema pobreza necessitando da proteção materna. ANGELINA, Nossa Senhora de A Colônia de Angelina foi fundada ao 10 de dezembro de 1860, pelo Presidente da Província Francisco Carlos de Araújo Brusque, também encarregado de criar, na mesma época, as colônias de Teresópolis e Brusque. Logo no início da fundação, foi erigida uma Capela, sob a invocação de São Carlos Borromeu, feita de barro, às margens do rio Mondeo. Em 1863, Pe. Roberto Bucher ali celebrou a primeira Missa. Até 1891 a Capela pertencia à Paróquia de São Pedro de Alcântara. Desta época em diante, até a sua ereção em Paróquia, pertenceu ao Curato de Teresópolis e, posteriormente, à Paróquia de Santo Amaro, sendo atendida pelos Padres Franciscanos. Em 1897 iniciou-se a restauração total da antiga Capela, sendo que, a 08 de janeiro de 1899, Frei Burchardo Sasse OFM, nela celebrou Santa Missa, benzendo as novas instalações. Em 1899 foi iniciada a construção de uma Gruta, em honra de Nossa Senhora de Lourdes. A iniciativa foi de Frei Zeno Wallbroehl OFM, para cumprir promessa feita em 1897, durante uma enfermidade, em que havia sido desenganado pelos médicos. Nesta gruta foi colocada uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes, medindo 1,90 m., doada por Frei Zeno e benta por Dom José de Camargo Barros, Bispo de Curitiba, no dia 14 de agosto de 1902. Os trabalhos de acesso à gruta, que duraram cerca de 5 anos, estiveram a cargo dos Freis Josaphat Immenkoeter e Burchardo Sasse OFM, sendo que somente a 15 de agosto de 1907 foi a imagem colocada em seu nicho, após uma solene Missa e grandiosa procissão comemorativa. A 10 de junho de 1910 foi fundado o Apostolado da Oração na Capela. Em 1920, no definitório dos Padres Franciscanos, foi decidida a instalação de uma Comunidade em Angelina. Após estudos, optou-se por adquirir uma casa já construída, para nela se instalar a nova Comunidade. A 8 de abril de 1921, pelo Decreto nº 6, assinado por Dom Joaquim Domingues de Oliveira, foi criada a Paróquia de Angelina, sob a denominação de Imaculada Conceição de Angelina, com território totalmente desmembrado da Paróquia de Santo Amaro. A cerimônia de instalação e posse do primeiro Vigário, Frei Gervásio Kraemer OFM, foi presidida pelo Côn. Francisco Giesberts, então Pároco de São Pedro de Alcântara, pelas 9 horas do dia 17 de abril de 1921. No dia 26 de fevereiro de 1927, para grande alegria da Comunidade, chegaram as Irmãs Franciscanas de São José, em número de 3 (Irmãs Pelágia, Emanuela e Simplicia). Ali fundaram, com a devida licença do Arcebispo Metropolitano, um Colégio e um Noviciado de Irmãs, este instalado já a 4 de outubro de 1927, com 5 moças aspirantes à vida religiosa. O Colégio, que denominado Nossa Senhora de Angelina, foi inaugurado a 4 de agosto de 1929, iniciando suas atividades a 6 de agosto do mesmo ano, com 30 alunos. A 17 de fevereiro de 1963 fundou-se uma Sociedade Civil sem fins lucrativos, com o objetivo de construir um hospital para a Comunidade. Após a construção, previam os estatutos sociais, a obra deveria ser entregue à Página 9 administração da Congregação das Irmãs Franciscanas de São José. Concluída a obra, a própria Sociedade passou a administrá-la, entregando-a àquelas Irmãs somente em julho de 1983, estando o Hospital funcionando, plenamente, até hoje. A 8 de outubro de 1946 foi iniciada a construção da nova Igreja Matriz, que veio a ser inaugurada a 23 de maio de 1948. Pela Lei Estadual nº 781, de 7 de dezembro de 1961, Angelina foi elevada à categoria de Município. Por Decreto Episcopal de Dom Afonso Niehues, datado de 06 de fevereiro de 1988 foi criado o Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora de Angelina, instalado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e na Gruta anexa. As cerimônias de instalação foram presididas pelo então Bispo Auxilar de Florianópolis, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ, no dia 11 de fevereiro do mesmo ano. O mesmo Decreto determinou que, "o Reverendíssimo Pároco de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de Angelina, assume, cumulativamente, o título e ofício de Reitor do Santuário. " Em consequência desta determinação, foi nomeado primeiro Reitor do dito Santuário Frei Ceciliano Meurer OFM. ANGÜERA, Nossa Senhora de Em 29 de setembro de 1987, três meses após completar 18 anos, ele demaiou quando voltava do colégio em companhia de um colega chamado Celestino Cruz. Pedro caiu sobre um formigueiro a cerca de 500 metros de sua casa O companheiro Celestino correu para a casa de Pedro a fim de chamar os pais dele. Enquanto o colega estava ausente, Pedro viu uma moça vestida de branco, parecendo uma freira. Essa jovem o segurou pelos braços, levantando-o ao mesmo tempo que dizia: "Vou tirar-te das formigas". Quando os familiares de Pedro chegaram ao local o encontraram ainda sem sentidos, na varanda da Escola Capitão Domingos Marques, situada a poucos metros do local onde caíra. Os livros que se espalharam sobre o formigueiro quando ele caiu, estavam arrumados ao seu lado. Levado para casa, Pedro ainda permaneceu inconsciente durante mais duas horas. Ao acordar perguntou pela freira que o havia tirado de cima do formigueiro (ele pensava que tinha sido a filha de uma vizinha, uma freira que morava em Feira de Santana). No dia seguinte, Pedro foi submetido a exames cardiológicos, neurológicos e psiquiátricos que nada revelaram de anormal. A segunda aparição ocorreu em 1º de outubro. Pedro estava em um dos quartos de sua casa, conversando com duas de suas irmãs quando desmaiou. Ao acordar viu a jovem que o ajudara dois dias antes. Ele a apresentou às irmãs, como elas nada viam retiraramse do quarto deixando Pedro a sós. Por uma fresta da porta as irmãs de Pedro ficaram observando-o "conversar" com alguém invisível. Notaram MEEU MARIA - MÃE DA TERRA que não havia qualquer som, apenas os lábios de Pedro mexiam-se como se estivesse dialogando com alguém. De acordo com Pedro, a jovem não se identificou mas o aconselhou a procurar o primeiro padre cujo nome lhe ocorresse dizendo-lhe que esse sacerdote iria ajudá-lo. Pediu-lhe também que passasse a rezar o terço todos os dias juntamente com seus pais, irmãos e irmãs. Depois disso, "a moça prometeu que voltaria e desapareceu". Alguns dias depois Pedro procurou o padre Hermenegildo de Castorano, do município de São Gonçalo narrando-lhe suas visões e diálogos com a Santa. Após refletir por algum tempo depois que Pedro concluiu sua narrativa, o Pe. Castorano bateu no ombro dele dizendo "Meu filho, eu vou te ajudar", tornando-se desde então o diretor espiritual do jovem. No dia 3 de outubro, por volta das 18 horas, a família de Pedro rezava o terço quando ele ouviu uma voz que o chamava para fora da casa. Ele pediu que uma de suas irmãs fosse ver quem era. Ela saiu e não ouviu nem viu nada, entretanto, Pedro continuava a ouvir o chamado, reconhecendo nele a voz da jovem que havia lhe aparecido anteriormente. Pedro resolveu atender ao chamado, saindo para o terreiro da casa onde ainda não havia luz elétrica. A cerca de 200 metros, perto do tanque de água da fazenda ele viu um arco de luz para onde se dirigiu incontinenti. Seus pais e irmãos pensavam que Pedro estivesse ficando louco e tentaram detê-lo, no pressuposto que ele iria se atirar na água. Juntamente com uma irmã, Pedro caminhou em direção à luz que via sobre uma pequena elevação de barro proveniente da construção do tanque. Ao chegar perto da luz, caiu de uma só vez com os dois joelhos no chão, fixando o olhar em ponto no alto. Ele viu, então, envolta naquela luz a mesma moça que lhe aparecera antes. Ela insistia com ele para que todos continuassem orando e disse-lhe que a partir daquele dia ele estaria curado dos desmaios que vinha sofrendo, segundo ela uma preparação para as aparições. Textualmente a visão afirmou: "Não tenhais medo, pois Eu sou a Mãe de Jesus. Estou aqui porque preciso de ti para ajudar Meus pobres filhos que precisam do Meu auxílio." Logo em seguida a jovem desapareceu. Essa foi a terceira aparição de Nossa Senhora a Pedro Régis. A partir de então as aparições vem ocorrendo nesse mesmo lugar, onde Ela pediu que fosse erguida uma cruz. As aparições tornaram-se uma rotina na vida de Pedro. Por volta das 20:30 horas, normalmente às terças-feiras e sábados, após rezar o terço juntamente com as pessoas presentes, Pedro dá dois passos para frente e cai de joelhos, com o terço em uma das mãos e o olhar fixo no ponto mais alto da cruz. Segundo ele, Nossa Senhora se apresenta como uma jovem de mais ou menos 20 anos de cabelos pretos e olhos azuis da cor do céu. Ela aparece quase sempre vestida de branco, às vezes usando também um manto azul, sempre descalça e de mãos postas, pairando uns 30 cm acima do chão, em frente à cruz. Em português ela fala com Pedro, transmitindo-lhe uma mensagem que é rapidamente anotada em folhas soltas de papel oficio sobre uma prancheta portátil. Página 10 Ao término da mensagem, Pedro conversa com a Santa durante uns poucos minutos e a visão desaparece logo em seguida, instantaneamente. Nesse momento Pedro levanta-se e começa a ler a mensagem que recebeu, grafada em garranchos que só ele compreende. Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé Apostólica VER MENSAGENS - ANGÜERA ANGÚSTIAS, Nossa Senhora das Nos primeiros tempos após a reconquista de Granada pelos reis católicos, vários devotos cristãos, membros de uma irmandade, mandaram construir nas imediações da cidade uma ermida que, não se sabe por que motivo, puseram sob a proteção das angústias de Nossa Senhora; mas é de crer que a idéia partisse de algum confrade devoto das dores da Santíssima Virgem. O caso é que com este nome foi conhecida desde logo a ermida, e que os que haviam mandado edificá-la resolveram colocar nela uma imagem de Nossa Senhora que justificasse, com sua figura e aspecto, o seu nome. Com esse intento começaram a tomar as necessárias providências para encontrar um artífice que fizesse a imagem conforme a idealizavam os confrades, e eis que certa tarde entram na ermida dois belos rapazes conduzindo uma senhora coberta com um manto preto. Chegados os três ao pé do altar, aí permaneceram em oração durante muito tempo. Ao escurecer retiraram-se os dois moços, ficando a senhora a orar; segundo Ihes parecia. Os confrades, apesar de estar quase na hora de fechar a ermida, não quiseram perturbar a devoção da enlutada senhora e decidiram esperar que acabasse suas orações. Mas o tempo passava, já era noite cerrada e a necessidade de fechar a ermida impôs-se aos confrades, acima de toda a consideração... Um deles, portanto, aproximou-se discretamente da senhora, anunciando-lhe que iam fechar a ermida, mas não obteve resposta, continuando a senhora na mesma imobilidade. O confrade foi então dar conta aos companheiros da singularidade do caso e, passado mais algum tempo, decidiram ir todos manifestar à misteriosa senhora a necessidade de sair da capela. Assim o fizeram. Porém, não tendo sido atendidas as suas corteses observações, um dos confrades se adiantou para chamar-lhe a atenção e, ao olhar para seu rosto, ficou estupefato, e sem poder proferir uma palavra: a misteriosa senhora tinha no rosto a mesma imobilidade que se notava em seu corpo! Em uma palavra: o que os confrades tinham tomado por um ser humano era uma perfeitíssima escultura! Seu assombro não teve limites diante de tão extraordinária descoberta! Tinham em sua presença a mais exata representação das angústias da Santíssima Virgem ao ver e sentir os martírios da paixão e morte de seu Divino Filho. Era a imagem que tinham em sua mente concebido para ser colocada no altar de sua ermida. O prodígio os deixou extáticos! Prodígio, sim, porque se via claramente, em tudo aquilo, a intervenção milagrosa da providência de Deus. Uns vulgares escultores estavam em trato com a irmandade, que esperava sua resposta estipulando as condições de seu trabalho e, uma vez realizado o contrato, MEEU MARIA - MÃE DA TERRA apressar-se-iam a executar a encomenda. Em vez disso, porém, dois moços desconhecidos trazem a imagem, colocam-na de modo que possa confundir-se com uma piedosa senhora em oração, enquanto desaparecem despercebidamente, evitando chamar a atenção dos devotos que estão na ermida. Não é isso mais que suficiente para os confrades entenderem que a santa imagem que tinham diante dos olhos era um presente do céu? Prostrados ante a sagrada imagem, permaneceram longo tempo a orar. Uma vez satisfeito esse primeiro impulso de sua devoção, partiram para a cidade, para dar notícia da prodigiosa aparição. Desde aquela hora não cessaram os fiéis de acorrer então para ver e admirar a formosa imagem da Virgem angustiada, com o corpo perfeitíssimo de seu Filho no regaço. Foi tal a concorrência que não foi possível entrarem todos de uma vez naquele reduzido espaço, tendo sido preciso dividir os fiéis em turnos para que pudessem todos contemplar as sagradas imagens. Estabeleceu-se rapidamente em Granada e em novos povos dos arredores o culto de Nossa Senhora das Angústias na ermida construída para esse fim, e logo os milagres que nela se operaram deram testemunho da procedência divina da sagrada imagem. Por esse motivo tornou-se logo insuficiente a modesta capela; a primitiva irmandade, composta então de um número reduzido de humildes devotos, aumentou logo em número e qualidade de confrades, a ponto de tornar-se urna das mais importantes de Granada. Com os novos elementos era fácil dotar a santa imagem com um templo suntuoso, e era este o objetivo da irmandade. No entanto, uma piedosa concorrência se estabeleceu entre os confrades e várias ordens religiosas, que desejavam tomar a seu cargo o culto da milagrosa imagem. Interveio então o arcebispo de Granada, o qual, inspirado por luzes do céu, determinou erigir a capela em igreja paroquial, comprando para isso o terreno necessário. Seu desejo foi realizado em 16O9, ano em que começou a funcionar a nova paróquia. O número dos paroquianos foi em princípio reduzido; mas o desejo de se porem tanto quanto possível sob a proteção da santa imagem fez com que em pouco tempo se povoassem os arredores. Em breve a paróquia de Nossa Senhora das Angústias ficou sendo uma das mais numerosas de Granada, e sua demarcação uma das mais formosas pela largura de suas ruas e beleza de seus edifícios. Construída a igreja paroquial, foi a santa imagem conduzida, em solene procissão, de sua capela para a nova igreja e colocada no altar-mor. Desde então o Santuário de Nossa Senhora das Angústias é o predileto dos piedosos granadinos, a tal ponto que teve de ser estabelecido o costume de fechá-lo, à noite, muito mais tarde que os demais, para dar-se maior desafogo a devoção dos fiéis. A Igreja, associando-se às manifestações do fiéis em honra de Nossa Senhora das Angústias, enriqueceu com muitas indulgências a visita à sua igreja, e ultimamente outorgou à santa imagem as honras da coroação, a qual foi realizada em 20 de setembro de 1913. Nossa Senhora das Angústias continua a ser objeto de veneração dos fiéis, atendendo a suas súplicas e velando pelo bem espiritual e material dos granadinos, que sentem por sua excelsa patrona a mesma ardente devoção que os demais habitantes da Espanha têm à Santíssima Virgem sob outros títulos. Página 11 Bibliografia: Edésia Aducci, "Maria e seus títulos gloriosos", Ed. Loyola, 1998, pp. 208-211 ANJOS, Nossa Senhora dos Patrona da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos) Este belo título mariano tem origens franciscanas. A Ordem dos Frades Menores mantém em uma planície próxima à cidade de Assis, na Itália, a majestosa basílica de Santa Maria dos Anjos, que abriga em seu interior a capela da Porciúncula, onde deu-se a morte de São Francisco. Considera-se ali o local da fundação da Ordem Franciscana. O nome de Santa Maria dos Anjos provém do fato de que naquela ermida, fundada por quatro peregrinos de retorno da Terra Santa, era venerado um fragmento do túmulo da Madona e que sempre se ouvia no local o canto dos espíritos celestes. Frei Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco, narra o amor do santo para com aquele local dedicado à Nossa Senhora chamado "Porciúncula", que quer dizer "Pedacinho": "O santo teve uma preferência especial por esse lugar, quis que os frades o venerassem de maneira toda particular e quis que fosse conservado como espelho de toda a sua Ordem na humildade e na altíssima pobreza, deixando sua propriedade para outros e reservando para si e para os seus apenas o uso... O bemaventurado pai dizia que lhe tinha sido revelado por Deus que Nossa Senhora tinha uma predileção por aquele lugar, entre todas as igrejas construídas no mundo em sua honra. E era por isso que o santo gostava mais dela que das outras". (Tomás de Celano, Vida II, Primeiro Livro, cap. 12). Foi naquela capela que Francisco recebeu a célebre indulgência do "Dia do Perdão", celebrado anualmente a 2 de agosto. A festa do Perdão é ainda hoje uma da mais importantes da Ordem Franciscana. Esta indulgência foi estendida à toda Igreja Católica pelo Papa Pio XII. No Brasil existem seis paróquias dedicadas a esta invocação. Belos conventos e templos existem em Penedo (Alagoas), Cabo Frio (RJ) e Ouro Preto (MG). ANJOS DA COSTA RICA, Nossa Senhora dos Padroeira da Costa Rica Em Cartago, cidade da Costa Rica, encontra-se um dos mais importantes santuários da América Central, no qual se venera a imagem de Nossa Senhora dos Anjos. A imagem, feita de pedra é bem pequena. Carrega o Menino Jesus em seus braços e está vestida à moda espanhola. Sobre a origem de seu culto, conta a tradição que no dia 2 de agosto de 1635, uma índia saiu para recolher lenha seca num monte, quando viu sobre um rochedo uma imagem de Maria com o Menino Jesus nos braços. Surpresa com este achado, pegou a imagem com cuidado e a escondeu em sua casa. Voltando ao mesmo MEEU MARIA - MÃE DA TERRA monte no dia seguinte, ficou espantada ao ver a imagem no mesmo lugar de onde a havia retirado no dia anterior. Pensou que se tratasse de alguma brincadeira. Mesmo assim decidiu apanhá-la de novo, levou-a para casa e a guardou. No outro dia aconteceu a mesma coisa. Cheia de temor, a índia foi procurar o sacerdote no povoado para narrar-lhe o ocorrido. O padre pediu à índia que lhe trouxesse a imagem. Assim ela fez, mas a imagem desapareceu novamente da casa do sacerdote e voltou a ser achada no monte. Rapidamente se difundiu a notícia do miraculoso acontecimento e resolveu-se trasladar a imagem para a paróquia. A população acorreu para venerar a imagem que começou a ser chamada "dos Anjos" por ter aparecido no dia em que a Virgem era celebrada com este título. Poucos dias depois a imagem desapareceu do lugar em que fora colocada e novamente foi encontrada na rocha da primeira aparição. Compreenderam então que o desejo da Virgem era que se erguesse um templo naquele local. À primeira vista, a imagem de Nossa Senhora dos Anjos parece uma custódia ou um desses antigos e riquíssimos relicários das catedrais européias. Sobre um pedestal de prata se ergue uma açucena, também de prata, que tem em suas pétalas pequenos anjos de ouro. Sobre a açucena repousa uma meia-lua e frente a ela um serafim de ouro com as mãos levantadas segurando o manto de ouro. A imagem é de pedra. Parece granito ou jade. Um manto de ouro, repleto de valiosas jóias, cobre todo o corpo da Virgem e do Menino Jesus. O rico manto se arremata com uma pequena coroa de ouro, cercada de raios também de ouro. Sobre tais raios encontra-se a valiosa coroa de ouro e pedras preciosas, com a qual a imagem foi solenemente coroada como padroeira da Costa Rica. Da coroa ao pedestal há aproximadamente um metro de altura. Em si, a imagem é pequeníssima. Pequena é a imagem, como pequena é a Costa Rica. A "Negrita", como a chamam carinhosamente os costarriquenhos, foi coroada solenemente no dia 25 de abril de 1926. ANUNCIADA, Nossa Senhora Em Setúbal, Portugal, surgiu a devoção a Maria com o título de Anunciada. Este nome, segundo a tradição, nasceu a partir do "anúncio" que uma senhora fez ao deparar com pequena imagem representando a Mãe de Deus. Uma pobre mulher costumava ir à praia procurar lenha para cozinhar ou para se esquentar. Numa das vezes, ao acender o fogo, quando colocava os gravetos para alimentar as chamas, um deles saltou dali para o meio da casa. Sem nada suspeitar, a anciã recolocou-o no fogão. Novamente o graveto saltou longe, jogado por uma força invisível. Isto aconteceu por umas três vezes, o que despertou a curiosidade daquela senhora. Ela pegou o graveto, para examinar de perto o que o forçava saltar. Observou tratar-se não de um cavaco qualquer, mas, de uma pequena imagem da Mãe de Deus. Estava incrustada naquele pau miúdo, medindo, aproximadamente, "um terço de palmo" conforme relato de José Custódio Vieira da Silva, em Setúbal, 1990. Espantada, a senhora gritou: "Virgem Anunciada"! Saiu às pressas, "anunciar" às vizinhas o fato prodigioso. Daí a origem do nome. As piedosas companheiras foram ver a Senhora Anunciada. Todo o povo de Setúbal e alguns padres foram conferir o acontecido. Os eclesiásticos deliberaram que se colocasse a santa imagem em lugar conveniente. Página 12 Esta tradição que vem de pais para filhos, encontra-se registrada no "Cartório" da Confraria de Nossa Senhora da Anunciada. Ocorreu no tempo dos reis Dom Sancho II ou Dom Afonso III, por volta dos anos 1235 a 1250. Entre os acontecimentos mais notórios ocorridos por intercessão de Nossa Senhora da Anunciada, foi a chuva abundante que caiu, imediatamente quando terminou uma procissão de penitência. A seca vinha a dois anos sacrificando toda a região, reduzindo as terras em seixos, secando os poços, fontes e rios, causando muito incômodo a todos os seres vivos. Tanta repercussão causou esse "milagre" que muitas celebridades solicitaram o ingresso na Irmandade. Entre elas D. João III e Dom Sebastião. A imagem recebeu outros nomes: "Senhora da Água; Senhora Pequenina; Senhora Angelical". O mais conhecido é Anunciada. Em dias determinados, a imagem era exposta à veneração dos fiéis, em agradecimento pelo generoso amparo com a chuva abundante. Celebra-se em 25 de março. APARECIDA, Nossa Senhora Padroeira do Brasil No ano de 1717, Dom Pedro de Almeida e Portugal, Conde de Assumar, passou na Vila de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, estado de São Paulo, com destino a Minas Gerais. A Câmara local, empenhada em receber tão grande autoridade, cuidou de preparar um banquete à altura da importante visita. Para tanto, pescadores locais foram convocados a trazerem muito peixe para o senhor conde e sua comitiva. A ordem foi prontamente atendida pelos pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso que lançaram suas redes no porto de Itaguaçu (no rio Paraíba). Seus esforços revelaram-se inúteis. Fizeram uma segunda tentativa, próximo a Guaratinguetá. Dessa vez, para surpresa dos homens, a rede trouxe uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça. Após mais alguns lançamentos da rede conseguiram a parte que faltava à escultura. Lavaram cuidadosamente a imagem e envolveram-na em panos, prosseguindo a pesca. Tantos peixes vieram à rede que tiveram que finalizar seus trabalhos. Filipe Pedroso, homem piedoso, guardando as redes, levou a imagem para casa. Era de fato uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, feita de terra-cota, de cor escura. O pescador ficou com esta imagem em seu poder durante 15 anos. Quando mudou-se para Itaguaçu, deixou-a com seu filho Atanásio, que construiu um singelo oratório/capela onde amigos e vizinhos se encontravam para rezar o terço. Têm início os prodígios. Certa noite, durante a oração do terço, as velas que iluminavam a imagem se apagaram subitamente, sem que houvesse nenhuma corrente de ar que justificasse tal acontecimento. Silvana Rocha dirigiu-se ao altar para acender as velas novamente. Foi então que tudo se aclarou, as velas se acenderam novamente, sem intervenção de ninguém. Outro acontecimento que mereceu registro: um escravo, de nome Zacarias, veio suplicar à Virgem que o libertasse do jugo de um senhor cruel. Grande milagre sucede: caemlhe das mãos os ferros, sinal de sua condição de escravo. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Nossa Senhora atendera seus rogos. Agora, Zacarias era um homem livre e feliz. As correntes do escravo Zacarias começaram a enriquecer o acervo dos milagres. Foram aumentando as graças concedidas por Nossa Senhora. Era imperioso construir-se uma capela maior num local mais adequado. O vigário de Guaratinguetá pediu licença ao bispo do Rio de Janeiro e, uma vez escolhido o Morro dos Coqueiros como lugar mais apropriado, em 1743 se iniciou a construção de uma espaçosa capela, que ficou concluída em 1745. No dia 26 de julho, na Festa de Santana, foi benta e celebrou-se a primeira missa. E multiplicaram-se as romarias. A capela foi diversas vezes reformada e aumentada, até que em 1846 começou a ser substituída pela atual. A 8 de dezembro de 1888 foi o novo santuário bento e inaugurado pelo bispo D. Lino Rodrigues de Carvalho. Em 1894, chegam os Missionários Redentoristas, que iniciaram um admirável trabalho de evangelização e acolhida dos peregrinos. Eles difundiram por todo o país a devoção à Senhora Aparecida. No dia 8 de setembro de 1904, Dom José de Camargo Barros colocou sobre a imagem da Virgem uma coroa de º ouro e pedras preciosas doada pela Princesa Isabel. O 25 aniversário da coroação da imagem, em setembro de 1929, foi de um brilho inigualável. Grandes romarias, belas celebrações e um Congresso Mariano demonstraram o afeto que o país inteiro devotava à Virgem Aparecida. Nas sessões deste congresso o povo apresentou o desejo de que Nossa Senhora Aparecida fosse declarada padroeira do Brasil. O Papa Pio XI, sensível aos anseios do povo brasileiro, assinou a 16 de julho de 1930 o decreto em que proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira da Nação Brasileira. Diz o decreto: "Declaramos e constituímos a Beatíssima Virgem Maria concebida sem mancha, sob o título de Aparecida, Padroeira de todo o Brasil." Em 1931, a imagem visitou a então capital federal, a cidade do Rio de Janeiro, pela iniciativa do cardeal D. Sebastião Leme. Mais de um milhão de fiéis, aclamaram Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil. Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora Aparecida foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos Missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início a 11 de novembro de 1955 a construção de uma outra igreja, atual Basílica Nova, o maior Santuário Mariano do mundo. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo II e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional. APRESENTAÇÃO, Nossa Senhora da A memória da apresentação da Virgem Maria é celebrada no dia 21 de novembro, quando se comemora um dos momentos sagrados da vida da Mãe de Deus, sua apresentação no Templo por seus pais Joaquim e Ana. Nenhum livro da Sagrada Escritura relata este acontecimento, sendo fartamente tratado nas escrituras apócrifas, que não são reconhecidas como inspiradas. Segundo esses apócrifos, a Página 13 apresentação de Maria foi muito solene. Tanto no momento de sua oferta como durante o tempo de sua permanência no Templo verificaram-se alguns fatos prodigiosos: Maria, conforme a promessa feita pelos seus pais, foi conduzida ao Templo aos três anos, acompanhada por um grande número de meninas hebréias que seguravam tochas acesas, com a presença de autoridades de Jerusalém e entre cantos angélicos. Para subir ao Templo havia 15 degraus, que Maria subiu sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem ainda que Maria no Templo se alimentava com uma comida extraordinária trazida diretamente pelos anjos e que ela não residia com as outras meninas. Segundo a mesma tradição apócrifa ela teria ali permanecido doze anos, saindo apenas para desposar São José, pois durante este período havia perdido seus pais. Na realidade a apresentação de Maria deve ter sido muito modesta e ao mesmo temo mais gloriosa. Foi de fato através deste serviço ao Senhor no Templo, que Maria preparou o seu corpo, mas sobretudo a sua alma, para receber o Filho de Deus, realizando em si mesma a palavra de Cristo. "Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática". Na Igreja Oriental, a festa da Apresentação é celebrada desde o século VII, no dia 21 de novembro, aniversário da Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, em Jerusalém. Contudo , ela só foi estabelecida na Igreja Ocidental no século XIV pelo papa Gregório XI, a pedido do embaixador de Chipre junto à Santa Sé. A cidade de Avinhão, na França, residência dos papas naquela época, teve a glória de ser a primeira do Ocidente a celebrar a nova festividade em 1732. Desde então este episódio da vida de Maria Santíssima começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas, surgindo belíssimas pinturas sobre o tema da Apresentação. A primeira paróquia dedicada a esta invocação mariana no Brasil ocorreu em 1599, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. A cidade de Porto Calvo, em Alagoas, palco de diversas batalhas entre brasileiros e tropas invasoras, durante a guerra holandesa, tem também como padroeira a Senhora da Apresentação. No Rio de Janeiro, o bairro do Irajá, era antigamente um vasto campo público, destinado à pastagem e descanso do gado que descia para o consumo da cidade. Em 1644 ali foi erigida uma pequena e humilde capela sob o patrocínio de Nossa Senhora da Apresentação pelo Pe. Gaspar da Costa, que foi mais tarde o seu primeiro Vigário e cujo pai possuía propriedades nos arredores. A igrejinha foi reformada, ampliada e transformada em paróquia, uma das mais antigas do Rio de Janeiro. ÁRVORE, Nossa Senhora da No departamento francês da Alta Sabóia, havia uma vila chamada Chanonat. Esse aglomerado de casas foi elevado à categoria de cidade com o nome de Chamonix, chegando aproximadamente a três mil habitantes no começo do século XX. Localizava-se perto do Monte Branco, no Vale do Arve. São famosas suas geleiras. Narra a tradição que próximo àquela cidade, num local ameno e ornado de frondosas árvores, havia uma delas, até MEEU MARIA - MÃE DA TERRA bem nova, que apresentava certa cavidade. Nesse nicho, feito pela natureza, fora encontrada uma pequena, mas bela imagem de Nossa Senhora, sem que houvesse uma explicação de como ela foi parar ali. O povo, simples, sempre ávido do sobrenatural, o que não deixa de ser uma demonstração viva da chamada, hoje, saudade de Deus, logo batizou a imagem da Mãe de Jesus, com o sugestivo título de Nossa Senhora da Árvore. Por muitos anos a efígie de Maria, permaneceu ali mesmo, onde foi encontrada, até que seus devotos resolveram construir uma capela para melhor proteger o seu tesouro espiritual. Era, também, como agradecimento pelos favores que já podiam ser contados às centenas. Em 1703, em lugar da simples ermida, ergueu-se um santuário onde se abriga a linda imagem. Não faltaram as visitas periódicas, principalmente no último domingo do mês de setembro. Podemos imaginar o calor piedoso das pessoas humildes que confiantes se dirigem a Deus por meio da Mãe Imaculada, que não cessa de se desdobrar pelo bem espiritual da humanidade. São Bernardo, na oração a ele atribuída, "Lembrai-vos ó piíssima Virgem Maria", nos autoriza acreditar "que jamais se ouviu dizer, que algum daqueles que têm recorrido" à proteção de Maria, "implorado sua assistência e reclamado o seu auxílio, tenha sido por ela desamparado". Também os devotos de Nossa Senhora da Árvore tiveram a mesma felicidade. O que mais falta a Maria fazer para atrair nossa confiança? Cheios de gratidão seja nossa resposta imitar o cantor da Virgem celeste, o Abade de Claraval que nos entusiasma; "animado, eu com igual confiança, a Vós recorro, ó Virgem sem igual, e como Mãe me acolho, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos vossos pés". ASSUNÇÃO, Nossa Senhora da Concebida sem pecado, Maria recebeu a recompensa por todo o bem que fez neste mundo! Ela, a serva fiel, que se entregou a Deus de corpo e alma para gerar o Salvador; ela que, no silêncio tudo guardou no coração sem jamais questionar a vontade do Pai, mereceu um privilégio que não foi concedido a nenhum ser humano: foi elevada aos céus pelos anjos, em corpo e alma. Cremos com a Igreja nessa verdade que foi proclamada como dogma de fé pelo Papa Pio XII, durante o ano santo de 1950: Maria não precisou aguardar, como as outras criaturas, o fim dos tempos para obter também a ressurreição corpórea. A elevação gloriosa de Maria aos céus é celebrada em toda a Igreja no dia 15 de agosto. Ela foi totalmente assumida por Deus e colocada na glória celeste. Deus realiza grandes coisas na vida de Nossa Senhora, fazendo-a acompanhar o Filho nos caminhos da ressurreição. É sempre bom lembrar: Maria Santíssima, Assunta ao céu, é a mesma mulher humilde e servidora, que viveu em total sintonia com o projeto do Reino. A proclamação do dogma da Assunção não é tão antigo. No entanto, desde os tempos apostólicos essa verdade já era Página 14 aceita pelos cristãos. Em Portugal, no século XIV, um grande acontecimento veio aumentar a devoção popular a Nossa Senhora da Assunção. Na véspera da festa da Assunção de 1385, os castelhanos, dispostos a tomar o poder, invadiram Portugal para não permitir que o Mestre de Avis, o futuro D. João I, sucedesse ao rei Dom Fernando, que morrera prematuramente sem deixar herdeiro masculino direto. O poderoso reino de Castela, disposto a arrebatar a coroa lusa, já havia atravessado a fronteira, quando Dom João I, com o apoio de todos os portugueses, recorreu à proteção da Virgem Maria, prometendo construir um grande templo se os lusitanos fossem vitoriosos. Os rogos foram atendidos. Portugal foi salva. Dom João I, num gesto de gratidão, ordenou que todas as catedrais do reino fossem consagradas à Senhora da Assunção, mandando também construir o famoso convento da Batalha. O culto da Virgem da Assunção transpôs os mares e foi implantado no Brasil, onde inúmeras paróquias adotaram-na como patrona, especialmente a matriz de Cabo Frio e a catedral de Mariana. A igreja de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio está situada em frente à atual Praça Porto Rocha, no centro da cidade. Construída em 1615, em estilo jesuítico, possui altares barrocos. No altar-mor está a imagem da padroeira, esculpida em madeira, e na mesma data da construção da Igreja. Possui duas capelas: uma com a imagem de Nosso Senhor Morto e outra com a imagem de Nossa Senhora de Assunção. Esta imagem substituiu a Virgem Aparecida, considerada milagrosa e roubada há alguns anos. Destacam-se ainda as telas dos evangelistas João, Marcos, Mateus e Lucas, no teto sobre o altar-mor. Foi reformada em 1731. A catedral de Mariana foi dedicada à Virgem da Assunção logo após a criação do bispado, em 1745, pelo papa Bento XIV. Em estilo barroco jesuítico é uma das mais ricas e importantes igrejas mineiras. Nela trabalharam Manuel Francisco Lisboa, pai do Aleijadinho, e Manuel da Costa Ataíde, famoso pintor, ao qual se atribui o painel da padroeira. A capital do Ceará, a bela Fortaleza, tem também sua antiga igreja de Nossa Senhora da Assunção. Sobre o altarmor da Matriz aparece uma pintura de Maria elevada ao céu, cercada de anjos. Nossa Senhora da Assunção é a mesma Nossa Senhora da Glória. A iconografia, porém, é diferente. ATOCHA, Nossa Senhora da Na região de Jônia, Ásia Menor, imigrantes gregos construíram muitas cidades como Éfeso que existe ainda hoje. Famosa por causa do Concílio nela realizado de 22 de junho a 2 de julho de 431 (século V) pelo Papa Celestino I, que proclamou Maria como Mãe de Deus contra a heresia de Nestório que lhe negava essa prerrogativa. Na Espanha, para festejar este fato, um artista espanhol esculpiu uma imagem de Maria com o Menino Jesus nos braços. No pedestal estava escrito: Teotocos (Mãe de Deus). Era uma demonstração da grande alegria causada no povo espanhol pela declaração da maternidade divina, feita pelo Concílio de Éfeso. A Espanha sempre foi célebre pela devoção a Maria Mãe de Deus. Principalmente ao tempo da invasão MEEU MARIA - MÃE DA TERRA dos Árabes, na batalha de Guadalete em 711, que dominaram a península Ibérica. No princípio permitiam que os espanhóis praticassem a religião, mas só dentro das igrejas. Entre os devotos de Maria, Mãe de Deus, havia um chamado Gracian Ramíres. Certo dia, quando Gracian cumpria sua devoção costumeira, notou que a imagem não se encontrava no altar. Seu primeiro julgamento foi de que alguma outra pessoa teria escondido a imagem, para evitar que fosse profanada, mas ninguém sabia do paradeiro. Gracian imaginou que teria chegado a hora em que os muçulmanos desencadeariam uma perseguição mais violenta aos cristãos e levaram a imagem para fins sacrílegos. Baseado em outras perseguições brutais contra o povo, resolveu matar a mulher e a filha, para livrá-las da selvageria dos invasores, sem antes pedir às duas que se encomendassem a Deus e à Virgem Maria. Ramíres pressionado pela situação de desespero e inconformado com o desaparecimento da imagem da Mãe de Deus, com outros fiéis, pôs-se a vasculhar todos os recantos onde alguém a poderia ter escondido. Confiando na mesma Senhora, excelsa, amável e poderosa, a cada passo renovava a intenção de proclamá-la rainha da Espanha se a encontrasse. Depois de muita procura encontraram a imagem no meio de uma plantação de "atochas" que em português significa "esparto" — gramínea medicinal e também muito utilizada no fabrico de cestas, esteiras e cordas. Encontrar a imagem provocou grande alegria no pessoal da região que foi se aglomerando em volta. Quiseram recolocá-la no altar da igreja de onde saiu, mas não houve como nem quem pudesse removê-la daquele lugar. Entenderam então que Maria desejava ficar no mesmo "atochal" e fosse construída uma nova igreja. O chefe militar muçulmano, vendo aquela aglomeração, imaginou que haveria alguma revolta do povo e determinou que os soldados atacassem. Mas fracassou e foram rechaçados e vencidos. Gracian Ramírez e os demais entraram gloriosamente em Madri. O povo não falava de outra coisa a não ser da espetacular vitória que, desde já, eles atribuíram a Nossa Senhora da Atocha — A Mãe de Deus, um novo título que Nossa Senhora recebia Se por um lado Marcian Ramírez também podia se alegrar por ter contribuído para a derrota dos mouros, por outro, amargurava-lhe a alma lembrar que sua esposa e filha tinham sido degoladas por ele mesmo!... Chorando, dirige-se ao local do encontro da imagem, onde já se começava a construção da igreja em louvor à Mãe de Deus. Qual não foi seu espanto e alegria encontrar vivas sua esposa e filha, ambas de joelhos diante da imagem, rezando. Ramírez não podia crer no que via. Julgou ser ilusão. Foi necessário que as duas lhe falassem, agradecendo à Mãe de Deus o milagre que Jesus operava por intercessão de Maria! A devoção a N. Senhora da Atocha, se espalhou. Os reis da Espanha a escolheram por padroeira da nação depois que o rei Afonso VI reconquistou Madrid definitivamente. AUXILIADORA, Nossa Senhora Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este Página 15 combate católico. A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos. No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês seqüestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto. O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa. No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice. Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma. O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades. No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que foi dedicado a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos. A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com sua mãe Margarida, a confiar inteiramente em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi "Ela (Maria) quem tudo fez", quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão. Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a "Virgem de Dom Bosco". Escreveu Dom Bosco: "A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso". MEEU MARIA - MÃE DA TERRA AZAMBUJA, Nossa Senhora de As famílias vindas do distrito de Treviglio (Itália), no dia 22 de outubro de 1875, para emigrarem para o Brasil, depois de embarcarem em Le Havre (França), combinaram entre si que ficariam sempre unidas. Para isso levantariam uma igrejinha ou capela em honra da "Madonna de Caravaggio". A promessa de permanecerem sempre juntos não se concretizou, fixando-se no vale de Azambuja (valata Azambuja), situado a três quilômetros de Brusque, apenas 9 colonos. Inicialmente chamado de "Caminho do Ribeirão" ou "Caminho do Meio", tomou o nome de Azambuja, possivelmente em homenagem ao Diretor do Departamento de Terras, Conselheiro Dr. Bernardo Augusto Nascentes d’Azambuja. Já em 1876, apenas tinham chegado os primeiros colonos ao Vale de Azambuja, começaram a pensar em construir uma Capela em honra de Nossa Senhora de Caravaggio. Após algumas discussões de como fazê-la, no primeiro domingo de novembro de 1884, chegaram a uma conclusão: decidiram construí-la de tijolos, para que ficasse mais segura e mais barata, pois tudo se faria alí mesmo. No final deste mês era iniciada a fabricação dos tijolos e das telhas para o futuro templo. Foi erguida uma pequena igreja, medindo 6 metros de comprimento por 3 de largura. Com a sacristia totalizava 36 metros quadrados. O terreno foi doado por Pietro Colzani, possuidor do lote nº 16. Sobre o altar, um quadro de Nossa Senhora de Caravaggio, vindo diretamente da Itália. Este quadro ainda hoje pode ser admirado na gruta anexa ao Santuário. Aqui não se invoca Nossa Senhora de Caravaggio, mas Nossa Senhora de "Azambuja". No dia 24 de abril de 1887 a Capela foi benta pelo Padre Marcello Ronchi SJ, estando presente também o Pe. João Fritzen SJ, Vigário de Brusque. Azambuja logo torna-se um centro de peregrinações. Crescendo o número de romeiros e vendo a importância espiritual que alcançava, Pe. Antônio Eising inicia a construção de uma nova Igreja, no mesmo ano em que chega a Brusque, 1892. A nova Igreja, que mede 10 metros de largura por 12 de comprimento, fora o Presbitério, está concluída em 1894. A antiga ermida, que ficava um pouco abaixo do atual Santuário, conservou o quadro de Nossa Senhora. Encomendaram na Itália as imagens de Nossa Senhora e de Joanita, as mesmas que ainda hoje se encontram no altar-mor do Santuário. A partir de 1892 é comemorada a tradicional festa de 26 de maio, dia da aparição. Em 15 de agosto de 1900 é celebrada pela primeira vez a festa da Assunção de Nossa Senhora . Cada vez mais afluíam devotos para as festas. Consta que na festa de 1900 contaram-se 2.000 romeiros. Crescendo a importância, o Bispo Diocesano de Curitiba Dom Duarte Leopoldo e Silva, a 1º de setembro de 1905, eleva a Capela de Azambuja à dignidade de Santuário Episcopal, com o título de Santuário de Nossa Senhora de Azambuja, desmembrando-o da jurisdição do Vigário de Brusque. Na mesma oportunidade é nomeado Pe. Gabriel Lux, SCJ, "Fabriqueiro-Administrador do Santuário e Delegado da Autoridade Diocesana, com plenos poderes" A finalidade desta criação, basicamente, foi de, através das esmolas dos romeiros, se propiciar condições de subsistência à Santa Casa de Misericórdia de Nossa Senhora de Azambuja, que havia sido criada três anos antes, a 29 de junho de 1902. Página 16 Em abril de 1927 é transferido para Azambuja o Seminário Menor da Aquidiocese de Florianópolis. Pe. Jaime de Barros Câmara, que mais tarde viria a ser Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, foi seu primeiro Reitor. Desde então os sacerdotes professores do Seminário, assumem também a pastoral do Santuário. No dia 2 de novembro de 1927 são retirados da antiga Capelinha os quadros, bancos e ex-votos. No dia seguinte é feita a demolição da mesma. Alí junto à fonte, cujas águas são tidas como miraculosas, dá-se início à construção de uma gruta. Um ano depois, a 9 de dezembro de 1928, Pe. Jaime abençoava e inaugurava o novo monumento de piedade. Na gruta são entronizadas as imagens de nossa Senhora de Lourdes e Bernadete. Sobre a gruta, que está dois metros abaixo do nível do terreno, uma capela, onde estão o quadro de Nossa Senhora de Caravaggio e os exvotos dos romeiros. No dia 8 de dezembro de 1939 era lançada a pedra fundamental do novo e majestoso Santuário, o terceiro a ser edificado. Suas paredes foram erguidas em redor do Santuário anterior. O projeto, idealizado pelo renomado arquiteto Simão Gramlich, prevê uma torre com 40 metros de altura e uma nave central medindo 45 metros de comprimento por 16 metros de largura com uma altura de 20 metros. Entre junho e setembro de 1941 se destrói o antigo Santuário. Embora já estivesse sendo usado desde 1943, somente em 26 de maio de 1956 Dom Joaquim Domingues de Oliveira oficia a consagração do Templo. A partir de 1950 se constroe o "Morro do Rosário": consta dos 15 Mistérios do Rosário, distribuídos ao longo do caminho de acesso ao cume do morro que fica atrás do Santuário. No topo o último dos Mistérios Gloriosos: a coroação da Virgem Maria pela Santíssima Trindade. Cada um dos mistérios consta de estátua ou grupos de estátuas feitas de cimento, em tamanho natural. BEAURAING, Nossa Senhora de Em 1932, 15 anos depois de Fátima, Nossa Senhora aparece 33 vezes a cinco crianças em Beauring (Bela Ramagem), povoado da Bélgica, próximo à França. A primeira aparição deu-se quando as crianças saiam da escola, do lado poente: uma senhora vestida de branco, cercada de luz, passeando pelo ar como por sobre uma nuvem; depois a viram várias vezes no "jardim", quer era o local de recreio da escola. O cinco videntes puderam observar que a Virgem possuía um "coração de ouro". Ela se identificou como a "Mãe de Deus, a Rainha do Céu" e lhes disse: "Orem sempre. Vocês me amam? Pois sacrifiquem-se por mim". Uma aparição muito singela, que conquistou a alma da Bélgica para o Coração de Maria. A seu santuário, no "jardim", peregrinam cerca de 200.000 pessoas anualmente. Nos tempos difíceis da Segunda Guerra Mundial, sob a ameaça de Hitler, a Virgem foi refúgio seguro para os belgas. As cinco crianças se casaram, quatro meninas e um menino. Quatro deles ainda vivem. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA BELÉM, Nossa Senhora de (BETHLÉEM) Ploeren França Belléan é uma aldeia que fica perto do santuário de Nossa Senhora de Belém (Bethléem em francês); supõese por isso que a pronúncia popular de "Belém" influísse no título que deram a Nossa Senhora , de Belém, em vez de Belléan, pois outra explicação não conhecem. O costume tradicional conservou uma regra severa para os dias de peregrinação: exige que as moças que desejam casar-se no decurso do ano acompanhem a pé, sem rir nem falar, o trajeto de Vannes a Belléan. Uma lenda local refere a história do cativeiro de Garo, proprietário do castelo vizinho de Ploeren. Em Lembrança do cativeiro, invoca-se Nossa Senhora de Belém a favor dos prisioneiros. Durante a última guerra, as famílias que estavam sem notícias dos seus deviam mandar tocar o sino do santuário. Realizam-se peregrinações em 15 de agosto e 08 de setembro. BELLEVILLE, Nossa Senhora em A partir de fevereiro de 1993, Ray Doiron recebeu mensagens de Nossa Senhora em Belleville. As mensagens são as mesmas dadas sob a invocação de Rainha da Paz. Mensagem principal: Conversão, oração contínua (reza diária do Rosário completo), leitura diária da Bíblia, jejum, penitência, confissão e comunhão freqüentes. Rezar com o coração, com amor a Deus. Rezar pelo Papa, bispos e todo o clero. Dar testemunho de fé, evangelizar. Muitas das profecias dizem respeito ao castigo que paira sobre os Estados Unidos em particular; foram revelados alguns detalhes sobre o fim dos tempos, com muitas exortações à oração e à confiança em Deus. As frases abaixo foram tiradas de mensagens recebidas por Ray Doiron de 1993 a 1994: Orações: Nossa Senhora pediu que recordemos esta invocação ao rezar o rosário: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Observação: Trata-se de uma aparição que não obteve ainda aprovação oficial da nossa Igreja Católica Apostólica Romana. VER MENSAGENS (BELLEVILLE) Fonte: Colaboração ([email protected]) de Maria Beatriz BELO RAMO, Nossa Senhora do Antes mesmo do descobrimento do Brasil, Nossa Senhora tinha um santuário no Sul da Franca, denominado BÉTHARRAM, vocábulo hebreu que significa "Belo Ramo". Era naquele tempo um dos mais famosos do País dos Francos. A tradição conta que a primitiva imagem teria sido encontrada num espinheiro ardente, que atraiu a atenção dos pastores. Página 17 O nome de Belo Ramo, no entanto, é justificado pela lenda de uma menina salva das águas. Colhendo flores nas encostas do rio Gave, ela escorregou e foi arrastada pela correnteza. Desesperada, pediu socorro a Nossa Senhora e imediatamente viu perto de sua mão um galho, com o auxílio do qual pôde chegar à margem, salvando-se. Para testemunhar sua gratidão a jovem mandou fazer um ramo de ouro, que colocou na mão de sua Protetora As discórdias religiosas do século XVI, época das sistemáticas destruições dos templos católicos pelos protestantes, repercutiram no sul da Franca e em 1589 o santuário foi destruído pelo fogo. A imagem da Virgem, porém, foi levada pelos devotos para a Espanha, onde é venerada com o nome de Nossa Senhora à Francesa, ou Nossa Senhora à Gasconha. A tradição conta que na noite do incêndio um fulgor emanava das ruínas do templo, impressionando a população, que se empenhou em reerguer a Casa de Maria Santíssima. Em 1616 ela foi reedificada e entregue aos Missionários de Garaison. Luís XIII mandou anexar urna capela em honra de São Luís e Luís XIV concedeu ao santuário uma boa renda, com a qual os missionários o reconstruíram inteiramente, ficando o templo de Bétharram concluído em 1661. No século XVII o doutor da Sorbonne Hubert Charpentier ali colocou um calvário e assim grande número de romeiros vinham cultuar a Virgem Maria e a Cruz, num santuário completamente renovado. Conta-se que certa vez a Cruz das Alturas, como que atacada pelas forças infernais, inclinou-se e caiu, levantando-se sozinha momentos depois. Os padres capelães resolveram então erguer ali uma Via-Sacra monumental. Durante a Revolução Francesa, em 1789, o edifício foi poupado, mas as capelas da Via-Sacra foram entregues à sanha dos destruidores. A 14 km de Bétharram, um berço dos altaneiros Montes Pireneus, Nossa Senhora apareceu a Santa Bernadete. Diziam que o santuário de Lourdes iria apagar o do Belo Ramo, mas aconteceu o contrário, o velho templo e mais do que nunca visitado por pessoas que desejam se recolher, receber os sacramentos e agradecer as graças recebidas, comprovadas por inúmeras placas de mármore com inscrição de gratidão. O tesouro Betharramita possui numerosas lembranças históricas. No decorrer de sua longa historia, Betharram foi residência de capelães para atender os romeiros; Seminário Maior do bispado de Bayonne e posteriormente Casa-Mãe da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, fundada por São Miguel Garricoits, em 1841. O padre Garricoits, diretor do Seminário desde 1831, preocupado em dar nova vida ao cristianismo, enfraquecido com as teorias da Revolução Francesa, resolveu iniciar o seu apostolado pela juventude, fundando ali, em 1837, uma escola primária. Dez anos depois criou cursos secundários, tornando uma realidade o Colégio de Betharram, que continua florescente até hoje. Quando o bispo de Bayonne transferiu o Seminário Maior para aquela cidade, Pe. Garricoits sentiu o chamado de Deus para estabelecer ali, naquele local privilegiado pela natureza e pela fé, uma comunidade religiosa, iniciada com pequeno número de sacerdotes, e que rapidamente se desenvolveu com a adesão de muitas pessoas desejosas de se dedicar ao serviço do Sagrado Coração de Jesus. Mais tarde foi organizada também uma sociedade de irmãos MEEU MARIA - MÃE DA TERRA leigos, para os quais o Padre comprou sítios, construiu casas, criou oficinas de alfaiates, padeiros, encadernadores, sapateiros, carpinteiros, lançando vários deles como professores primários. Ele sonhava com um orfanato agrícola e industrial. O antigo prédio do mosteiro ameaçava cair, acontecendo mesmo um início de incêndio na noite de 22 para 23 de julho de 1939, mas o padre Miguel conseguiu impedir que ele se alastrasse. Mandou então restaurar o antigo edifício e o Santuário de Nossa Senhora. Reergueu o Calvário e entregou o trabalho da Via-Sacra a um jovem artista, Alexandre Renoir. Este deixou oito grupos de imagens, cujos baixos-relevos se impõem pela majestade soberana do Cristo. Antes de retirar-se, Renoir ofereceu ao Pe. Garricoits a escultura da "Madona Branca", que desde então reina no centro do magnifico retábulo do altar-mor. No século XIX noventa mil bascos, em busca de trabalho, tinham emigrado para a América Latina. Isolados pela língua, a fé deles definhava. As autoridades civis e o Arcebispo de Buenos Aires pediram ajuda ao bispo de Bayonne, que se dirigiu ao Pe. Garricoits, de origem basca. Atendendo novamente ao chamado de Deus, os religiosos atravessaram o oceano e iniciaram sua obra em Buenos Aires, dando início na América Latina a uma epopéia de fé, que continua até hoje na Argentina, no Uruguai, Paraguai e Brasil. Os Betharramitas chegaram ao nosso pais em 1935, instalando sua Casa-Mãe em Passa Quatro (MG). Em 1942 Os padres do Sagrado Coração de Jesus de Bétharram foram para Conceição do Rio Verde, no Sul de Minas, onde fundaram uma escola primária-internato. Aos poucos eles abriram outras casas sob a proteção de Nossa Senhora, como a do bairro de Vila Matilde, em São Paulo, onde existe a paróquia de Nossa Senhora do Belo Ramo, cuja igreja foi construída em 1979. Ela é ainda Padroeira do bairro Jacqueline, em Belo Horizonte, e em Brumadinho (MG) existem dois santuários consagrados à Madona de Bétharram. BETÂNIA, Nossa Senhora em Venezuela Se há alguém para quem o miraculoso faz parte do diaa-dia, é Maria Esperanza Bianchini. Desde criancinha, Maria Esperanza relatava a ocorrência de numerosas experiências místicas e extraordinárias. Hoje, aos 67 anos de idade, ela é casada e tem sete filhos. Ela é também uma estigmatista, cujos estigmas se manifestam na Sexta-Feira Santa. Já foi vista levitando durante a Missa, e relata ter freqüentes conversas com a Virgem Maria. Seus estigmas foram já examinados por dúzias de médicos; alguns de seus parentes testemunham episódios de bilocação (aparecer em dois lugares ao mesmo tempo) por parte de Maria Esperanza; seus filhos viram-na, à noite, cercada de luz, imersa em profunda oração. Em 1976, dois anos após Maria Esperanza haver adquirido uma fazenda em Finca Betânia, na Venezuela, ela foi agraciada com uma visão da Virgem Maria, na qual esta lhe disse: "Você me verá na terra que comprou". A 25 de Março, festa da Anunciação, Maria Esperanza e cerca de 30 de seus familiares e amigos meditavam a vida de Jesus Cristo diante duma pequena gruta que eles haviam descoberto na propriedade, quando Maria manifestou-se, dizendo: "Minha filha, eu estou lhe dando um pedacinho do Céu. Lourdes...Betânia na Venezuela. Este lugar é para todos, não somente para os Católicos". Página 18 À medida que as aparições se sucederam, mais e mais pessoas relatavam também ver Nossa Senhora em Betânia. A avaliação de parte da Igreja Católica dessas aparições, profecias, luzes místicas, deliciosos aromas insólitos e curas que tiveram lugar em Betânia foi expressa em 1987, após mais de dez anos de investigações. O Bispo Pio Bello Ricardo declarou: "Após haver estudado repetidamente as aparições da SS. Virgem Maria em Betânia, e tendo suplicado ao Senhor por discernimento espiritual, declaro que segundo o meu julgamento as ditas aparições são autênticas e têm caráter sobrenatural. Eu, portanto, aprovo oficialmente que o local onde as aparições ocorreram seja considerado sagrado...". Como que a confirmar as conclusões do Bispo, um evento muito incomum teve lugar na vigília da Imaculada Conceição (8 de Dezembro), em 1991. O Pe. Otty Ossa, diretor espiritual de Maria Esperanza e capelão de Betânia, estava rezando Missa na capela a céu aberto junto à gruta, quando a Hóstia começou a sangrar em sua mão. O Pe. Otty explicou: "Eu parti Hóstia em quatro pedaços. Quando olhei para a patena, não pude acreditar em meus olhos: eu vi um risco vermelho formar-se na Hóstia e sair dele uma substância vermelha, semelhante ao sangue que sai dum ferimento. Após a Missa, eu peguei a Hóstia e a protegi no Sacrário. No dia seguinte, às seis da manhã, observei que o sangue era fluido e havia começado a secar. Entretanto, até hoje ele ainda parece fresco. Surpreendentemente, o sangramento ocorre apenas de um lado, não atingido o outro lado da finíssima Hóstia". Um milagre Eucarístico ocorreu,pois, em Betânia: um episódio sobrenatural que parece indicar a anuência divina com relação às ocorrências dali, como também confirmar mais uma vez a presença real de Jesus na Hóstia Eucarística. A imagem de vídeo digitalizada abaixo mostra o sangue, do qual uma amostra foi encaminhada para análise, que concluiu tratar-se de sangue humano, distilado do centro da Hóstia partida. Um fato similar ocorreu em Stich, Alemanha, em 1970. Nesta ocorrência, o sangue saído duma Hóstia tingiu as vestes do altar da capela bávara local. Os sacerdotes não conseguiram determinar a origem das manchas; por isso, enviaram os panos do altar para análise química no Instituto Policlínico da Universidade de Zurique. Na Universidade, ninguém conhecia a procedência dos panos, e muito menos das manchas. As manchas foram submetidas a quatro diferentes métodos de análise química e, em todos os casos, a conclusão foi sempre a mesma: as manchas eram de sangue humano. VER MENSAGENS (BETÂNIA) Fonte: Colaboração ([email protected]) de Maria Beatriz: BISTRICA, Nossa Senhora de Croácia Aparecem referências ao lugar chamado "Bistrica" na Croácia, em documentos escritos no ano de 1209. Trata-se de um pitoresco vale situado em Hrvatsko Zagorje, a norte de Zagreb. A paróquia e a igreja de "Marija Bistrica" já eram citados no ano 1334. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA A imagem de Nossa Senhora remonta ao século XV. Antes esteve na igreja de Visinski. Por volta do ano 1545, devido à ameaça dos otomanos, ela foi transferida para Bistrica. Em 1650 foi escondida na parede da igreja e logo depois foi esquecida. Em 1684, sob a supervisão do bispo Martin Borkovic a imagem foi novamente encontrada e colocada num altar. Desde então tiveram início as numerosas peregrinações dos devotos de Nossa Senhora. Em 1880, terrível incêndio destruiu a igreja mas a imagem foi milagrosamente preservada. Em seguida o arquiteto Herman Bole cuida da restauração do templo. A imagem de Nossa Senhora de Bistrica é negra. Segundo a história, ela tornou-se preta por causa do incêndio ocorrido em 1880. Há historiadores da arte que reinvidicam que as "madonas" negras eram assim feitas de propósito no século XII. Os artistas teriam-nas esculpido com a tez escura inspirados no Antigo Testamento, no qual o rei Salomão elogia a beleza morena das mulheres de Jerusalém. Em 1715 o parlamento da Croácia presenteou o templo com o principal em honra da "Bistricka Gospa". Anteriormente dedicada a São Pedro e São Paulo, a igreja é colocada sob o patrocínio de "Snijezna Gospa" (Nossa Senhora das Neves). A denominação atual é "Majka Bozja Bistricka" (Mãe de Deus de Bistrica). O Papa Bento XIV (1750-1758) concedeu uma indulgência plenária a todos os peregrinos que naquele santuário confessarem os seus pecados e participarem da Eucaristia. Em 1923 o Papa Pio XI concedeu ao Santuário o honroso título de Basílica Menor. Em 1935 o Arcebispo de Zagreb solenemente coroou a imagem, proclamando-a Rainha de todo o povo da Croácia. Em 1971, a Conferência dos Bispos nomeou o templo como Santuário Nacional. Em 1984 ali se realizou o Congresso Eucarístico Nacional com a presença de centena de milhares de croatas. No dia 3 de outubro de 1998, num sábado, o papa João Paulo II beatificou em Bistrica o Cardel Aloísio Stepinac, conhecido por seu amor e reverência para com a Virgem durante toda sua vida. Mais de 500 mil pessoas participaram da missa solene de beatificação. BOA MORTE, Nossa Senhora da Pode-nos parecer estranha esta associação entre Maria e a morte, quando a veneramos assunta ao céu, em corpo e alma. A tradição católica evita afirmar que Nossa Senhora tenha morrido. Os Padres da Igreja, antigos escritores eclesiásticos, falam em "dormitio" (dormição) de Maria, não em morte. No entanto, a definição dogmática do Papa Pio XII, em 1950, é bastante cautelosa na análise dessa questão: "... a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste". (DS 3903). Antigas tradições esclarecem que Nossa Senhora teria partido deste mundo no ano 42 da nossa Era, quando Maria deveria ter cerca de 60 anos. Seu corpo imaculado teria sido levado ao Getsêmani e colocado num sepulcro novo, sobre o qual mais tarde foi construída uma pequena igreja. Página 19 Três dias depois, os apóstolos foram visitar o sepulcro e, tal como aconteceu com Jesus, encontraram o túmulo vazio. Podia-se sentir um perfume de flores exalando do local onde se colocara o corpo da Virgem Maria. Como tantas outras devocões marianas, o culto de Nossa Senhora da Boa Morte chegou ao Brasil por meio dos portugueses. Encontramo-lo presente, em primeiro lugar, na cidade de São Salvador da Bahia. A imagem de Nossa Senhora da Boa Morte pode ser venerada na igreja da Glória e Saúde. Ainda hoje, na véspera da festa da Assunção, a imagem é depositada num esquife e exposta à visita dos fiéis. Tudo indica que, de Salvador, a devoção tenha se deslocado para a cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano. Nesta cidade, anualmente, a Irmandade da Boa Morte presta homenagens a sua patrona. A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte é a única no Brasil e talvez no mundo com as suas características. Apenas mulheres com mais de 40 anos são admitidas na confraria que existe há mais de dois séculos. O culto a Nossa Senhora da Boa Morte é uma tradição da Igreja Católica e que na Bahia incorporou elementos da cultura afro-brasileira. A cada ano, os rituais promovidos pela irmandade atraem mais turistas e pesquisadores de vários países, principalmente dos Estados Unidos. A Festa de Nossa Senhora da Boa Morte tem início com a da procissão das integrantes da irmandade que tem o nome da santa. Nesta procissão, as irmãs, vestidas de bata redonda e saia branca comprida, iniciam os rituais que duram três dias, conduzindo a imagem de Nossa Senhora no esquife pelas principais ruas do centro histórico. Após o percurso, elas levam a imagem até a sede da irmandade, onde rezam pela memória das irmãs falecidas. Encerrando o culto religioso, participam da ceia branca, quando são servidos pratos à base de frutos do mar, acompanhados de pão e vinho. No segundo dia da programação, as integrantes da irmandade retornam às ruas de Cachoeira, para o ritual da procissão do sepultamento. Vestidas com suas becas pretas, elas carregam a imagem de Nossa Senhora, em silêncio, seguidas pelos músicos da filarmônica, que tocam marchas fúnebres. De volta à capela, com a imagem, participam da celebração que simboliza uma celebração de exéquias. No domingo, quando os festejos atingem o auge da programação, as irmãs comemoram a Assunção de Nossa Senhora da Glória. Neste dia, saem em procissão, em clima de muita alegria. Nas mãos, carregam flores e enfeitam suas becas com colares de contas coloridas e dourados. Ao final da procissão, retornam para a sede da irmandade e trocam as becas por saias batas coloridas. Vestidas assim, recebem todos os convidados para o tradicional banquete da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, dando início a três dias de samba-de-roda. Sob o mesmo título, Nossa Senhora é cultuada em Olinda. Graças à sua proteção, o Convento do Carmo, onde ela se encontra há mais de três séculos, escapou à destruição efetuada pelos holandeses em 1630. Uma Irmandade da Boa Morte foi criada em São Paulo no século XVII. A princípio estabelecidos na igreja do Carmo, os irmãos inauguraram um templo próprio em 1810. Esta igreja possui peças de grande valor histórico, como uma Santa Úrsula do século XVIII e a imagem do Senhor Bom Jesus, vinda da igreja do Pátio do Colégio. Voltada para o antigo caminho da corte (Várzea do Carmo, atual MEEU MARIA - MÃE DA TERRA bairro do Brás), era utilizada como mirante durante o II Reinado, para avistar figuras ilustres que chegassem a São Paulo. O Rio de Janeiro também conta com sua Irmandade da Boa Morte. Infelizmente, que funcionava inicialmente na igreja do Carmo. Em Portugal, temos notícia da localidade chamada Lombo do Atouquia, pertencente à freguesia de Calheta, onde existiu uma capela da invocação de Nossa Senhora da Boa Morte, fundada por Francisco Homem de Couto, no ano de 1661, e ainda ali se encontra a capela de São Pedro de Alcantara, conhecida também em outro tempo por São João Baptista, mandada edificar em 1783 por João Baptista. BOA VIAGEM, Nossa Senhora da Os portugueses, grandes desbravadores dos oceanos, em sua devoção à Virgem não poderiam deixar de invocá-la em suas arriscadas viagens. Assim, deram-lhe o título de "Nossa Senhora da Boa Viagem", desde tempos imemoriais. Entretanto, a primeira igreja erigida em terras lusitanas sob esta invocação deu-se no ano de 1618, perto de Lisboa. No Brasil o culto a Nossa Senhora da Boa Viagem passou primeiramente pela Bahia, onde foi construída uma pequena igreja junto à praia. Em Pernambuco, por volta de 1707, o Pe. Leandro Carmelo construiu uma capela, também junto à praia. Providenciou a confecção de uma imagem da Mãe de Deus que foi colocada sobre o altar-mor do templo, em torno do qual surgiu o famoso bairro da Boa Viagem, ponto turístico da capital pernambucana. Ainda no século XVIII, foi construída, na baía de Guanabara, uma capela no alto da península junto a Niterói. Para custear as despesas do culto instituiu-se uma irmandade de pescadores e homens do mar. Todas as embarcações que aportavam ao Rio de Janeiro pagavam de boa vontade uma quantia para a manutenção do templo. Esta capela foi destruída por um incêndio em 1860 e reconstruída pela Sociedade Protetora dos Homens do Mar. A devoção também aportou em locais afastados do litoral brasileiro. Por algo que só mesmo a Providência Divina pode explicar, a padroeira de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, é Nossa Senhora da Boa Viagem. O historiador Augusto de Lima Jr. conta que, como era costume, em meio a uma esquadra lusitana que chegou ao Rio de Janeiro em 1709 encontrava-se a nau Nossa Senhora da Boa Viagem. Seu comandante, não tendo condições de prosseguir viagem, pediu dispensa da Marinha Real e com alguns companheiros embrenhou-se nos sertões de Cataguás em busca de ouro. Entre os seus sequazes estava o piloto Francisco Homem del-Rei, que antes de arriscar-se no interior de Minas Gerais, retirou do navio abandonado o nicho com a imagem da Virgem da Boa Viagem e a levou como sua protetora. Os aventureiros encontraram bastante ouro e se enriqueceram. Francisco del-Rei adquiriu terras no cerro de Congonhas, águas vertentes de um curral, isto é, fazenda de gado, que abastecia os mineradores da região. O antigo piloto aí construiu uma ermida em honra da Senhora da Boa Viagem, sua padroeira. Página 20 Essa capela foi destruída e em seu lugar, em 1905 ergueram a mais igreja antiga da cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Em estilo neogótico, abriga vitrais de grande beleza. O altar-mor é trabalhado em mármore carrara. A propósito dessa Catedral, circula ainda uma lenda, que foi recolhida pelo estudioso do folclore Saul Martins. A lenda, se não desmente a história que se conta como verdadeira, serve para completá-la: "no começo do séc. XVII um português, acompanhado pôr três escravos de confiança, levava no lombo de dois burros, 15 arrobas ( aproximadamente 200 Kg ) de ouro em barras moedas e jóias. Ele foi perseguido por ladrões, quando passava pelo povoado de Curral d’El Rey. Para escapar do bando, ele resolveu enterrar a fortuna num tacho de cobre a 81 passos, em linha reta, contados da entrada principal da capela, em direção ao pico mais alto, à vista, da serra que deu o nome ao arraial. Vendo que não teria como escapar dos ladrões, o português mandou que um dos escravos levasse um mapa do tesouro para sua esposa em Caeté. Segundo a lenda, o português e os dois escravos foram mortos e o tesouro continua até hoje pôr lá. A antiga capela é hoje a Catedral de Boa Viagem!" Nossa Senhora da Boa Viagem é também venerada na cidade de São Bernardo do Campo (SP), na pároquia com o mesmo nome, criada no dia 21 de outubro de 1812, quando desmembrou-se da freguesia da Sé. Em 1813, o governo adquiriu terras de um certo Sr. Manoel Rodrigues de Barros para criação do novo povoado e edificação do novo templo. Havia naquela época, na freguesia, 1.423 habitantes e 218 habitações, mas ainda não havia sido construída a igreja. Apesar das tentativas do Pe. José Basílio, somente em agosto de 1814 é enviado à freguesia o Tenente Coronel Engenheiro da Corte, Pedro Muller. Ele constatou que tanto a capela estava sem condições, como o local era impróprio para fundar um povoado. Escolheram um local mais aprazível, distante dali por uns 600 pés, cortado pela estrada geral, atual Avenida Marechal Deodoro. Possivelmente o ínicio da construção tenha ocorrido entre 1815 e 1818. Presume-se que sua conclusão só tenha ocorrido por volta de 1848. Segundo consta, desde de sua criação, ela já recebeu a denominação de Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem. Em Portugal, mais precisamente na vila de Ericeira, todos os anos, nos dias 15 a 18 de agosto, desde 1947, a Senhora da Boa Viagem é homenageada com bailes, espetáculos, fanfarras, procissões, missa campal. É uma festa dos pescadores que todos os anos conta com uma comissão organizadora. Todos os anos o mar e a praia são abençoados. BOAS NOVAS, Senhora das Nossa Este título foi dado a Nossa Senhora na ocasião em que se anunciaram as boas notícias referentes à ação heróica de Joana d’Arc pelo livramento da França. "La Pucelle" tinha pedido que dissessem ao rei que mandasse construir em seu reino algumas MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 21 capelas em que se rezasse pela salvação das almas dos soldados, quer ingleses, quer franceses, mortos na guerra. Assim se fez em Chateau-l’Eveque, dando a Nossa Senhora o título de "das Boas Novas". Nossa Senhora do Bom Conselho é a padroeira da Província Jesuíta do Brasil Central. A graça de uma feliz escolha de estado é a graça por excelência de Nossa Senhora do Bom Conselho. BOM CONSELHO, Nossa Senhora do BOM DESPACHO, Nossa Senhora do Não tendo conseguido, com grande pesar, a origem do título Nossa Senhora do Bom Conselho, trasladarei para esta coleção o que diz a história sobre o quadro milagrosamente transportado para a cidade de Genazzano. Com o advento dos imperadores cristãos, Genazzano foi doada aos papas, e Sixto III fez logo edificar, ao lado do convento dos padres agostinianos, uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho. Desde então os dias 25 e 26 de abril não eram mais profanados por festas nas quais se ofendia a Deus e pervertia a mocidade. Eram dias alegres, como outrora, com seus folguedos ao ar livre, segundo o costume do povo, mas ao mesmo tempo santificados pela devoção a padroeira da cidade. Com o correr do tempo, a velha igreja ficou em ruínas, mas os habitantes de Genazzano, por falta de recursos, não podiam construir templo, nem mesmo reformar o antigo Porém uma viúva rica, chamada Pedrina, muito devota de Nossa Senhora do Bom Conselho, toma coragem e empreende a construção da nova igreja, confiando unicamente na Providência Divina e na proteção da Rainha do Céu. Aos que zombavam de sua confiança, tentando dissuadi-la da arriscada empresa, a valorsa senhora respondia: "Não tenham cuidado, pois a Santíssima Virgem e o santo padre Agostinho (de cuja ordem ela era irmã terceira) hão de levar a cabo os meus trabalhos, e dão-me a doce confiança de ver em breve coroados felizmente os meus esforços". No ano de 1467, no pontificado de Paulo II (1464-1471), por vários motivos estavam suspensas as obras do templo, e eis que justamente no dia 25 de abril, dia em que em Genazzano se celebrava a feira pública que substituiu a festa das flores dos pagãos, feira essa festejada sempre com grande afluência de povo, repentinamente uma nuvem em forma de coluna apareceu no ar e, baixando docemente, encostou-se a uma das paredes mais elevadas da construção, e dissipou-se, aparecendo então, pintada a fresco, uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho. Os sinos por si sós repicavam festivamente, como que anunciando o extraordinário acontecimento. Todos perguntavam, admirados, de onde teria vindo aquele quadro, cuja aparição atraiu logo a Genazzano enorme multidão de forasteiros, entre os quais apareceram dois albaneses, Solavis e Georgi, que, chegando ao lugar do milagre, manifestaram grande alegria, o que chamou a atenção dos circunstantes. Foram por isso interrogados e então contaram, sob juramento, que já tinham venerado aquela imagem em uma igreja da Albânia. Acrescentaram que, ao saírem de sua terra, então dominada pelos turcos, viram-na destacar-se da parede e, rodeada por uma nuvem, tomar o rumo da Itália. Impelidos a acompanhá-la, entraram confiadamente no mar, atravessando-o por sobre as ondas, a pé enxuto, e, sempre guiados pela nuvem, chegaram às vizinhanças de Roma, onde a perderam de vista. Logo que desvendaram a misteriosa aparição, redobraram as demonstrações de devoção e alegria, de tal modo que, pouco meses depois, foi continuado e concluído o templo iniciado por Pedrina, o qual se tornou um centro de peregrinações para o povo católico. A devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho iniciouse em Portugal no século XVII, quando se tem notícia das primeiras festas e romarias em Cervães (1644), em Maia (1670) e em Campanário (1672). Por ser muito pitoresca a devoção à Virgem do Bom Despacho em terras lusitanas, copiamos alguns dados colhidos na internet, na página de Nossa Senhora do Bom Despacho: A capela de Nossa Senhora do Bom Despacho, em Maia, no Porto, foi fundada em 1670. Recentemente foi restaurada e é ali que se realizam as Festas da Cidade da Maia e da Paróquia no segundo Domingo de Julho de cada ano. A imagem de Nsª Srª do Bom Despacho é a imagem mais venerada nestas regiões. Esta capela foi construída por emigrantes brasileiros," é muito freqüentada ... pela gente marítima que reconheceu dever à sua poderosa intervenção o livrá-lo de inumeráveis perigos a que estão sujeitos". Na procissão é costume antigo a representação de todas as freguesias do conselho da Maia, com figuras alegóricas e estandartes. No passado ano (1997), nas festas da cidade da Maia, houve uma grande procissão solene na qual participaram 21 andores (19 de Nossa Senhora, um de São Miguel e outro do Menino Jesus de Praga). É sem dúvida a imagem mais venerada no conselho. As romarias a esta festa são freqüentes, principalmente pelos pescadores e gentes dos mares do Norte. Há dezenas de anos atrás, era costume agruparem-se várias pessoas no lugar da Amorosa, freguesia de Leça da Palmeira, e irem a pé, em cumprimento de promessas, às principais romarias da região, nomeadamente à Senhora do Bom Despacho, na Maia, entre outras. Ao som de cavaquinhos, violas, ferrinhos e bombo, lá iam, estrada fora, cantando e dançando, para amenizarem as distâncias. Existe na localidade de Cervães (Vila Verde-Braga) um Santuário a Nossa Senhora do Bom Despacho, fundado em 1644, situado no Mosteiro do Bom Despacho, no Lugar do mesmo nome, freguesia de Cervães, conselho de Vila Verde (Braga) O altar fica situado entre duas grandes rochas que lhe dão o aspecto de gruta. O Santuário foi fundado por iniciativa de João da Cruz, natural de Monção, em cumprimento de um voto que fizera à Virgem por Deus lhe haver restituído a saúde sériamente comprometida. Ali é especialmente atribuída a devoção de graças da saúde (que esteve na sua origem do Santuário), graças relativas à fertilidade, bem como à proteção da produtividade agrícola. Realiza-se também na ilha de Santa Maria dos Açores uma festa de Nossa Sra. do Bom Despacho, a 25 de Julho, numa pitoresca povoação chamada Almagreira (cujo nome evoca a exploração do almagre, terra avermelhada rica em chumbo utilizada no vidrado do barro). Na festa de Nossa Sra. do Bom Despacho, no Campanário, a procissão habitualmente sai da Capela até ao Tornadouro, Porta Nova, Volta do Pico, novamente ao Tornadouro e regressa à Capela. Não atinge a magnitude da procissão da Maia (com 21 andores !...). Mas a devoção do povo não se mede pelo tamanho das procissões. As confrarias, os andores, os cumpridores de promessas, a MEEU MARIA - MÃE DA TERRA banda de música, e os meros acompanhantes, fazem da procissão um dos pontos altos e mais sentidos da festa de Nossa Sra. do Bom Despacho no Campanário. As principais promessas constituem em ofertas em dinheiro, cordões ou anéis de ouro, círios ou velas na procissão, ou simplesmente acompanhar a procissão. Em Maia (Porto), além das tradicionais velas, mortalhas, objetos em ouro, também eram oferecidos quadros de navios, em cumprimento de votos dos pescadores. Segundo o historiador agostiniano Frei Agostinho de Santa Maria, este título foi dado à Nossa Senhora porque foi no "despacho" da Encarnação que se viu o prestígio de Maria perante Deus. Foi a Encarnação do Verbo Divino um dos grandes despachos que os pecadores alcançaram. Em sua narrativa de 1707, Frei Agostinho, citado pelo escritor mineiro Augusto de Lima Júnior, afirma: "Na intercessão da Senhora do Bom Despacho, de que agora tratamos, se tem visto o como os alcança felizes aos seus devotos. No bairro da Mouraria (Lisboa), para a parte do Oriente, fica um monte em que está situado o Castelo de Lisboa que vai quebrar ao postigo que chama de Santo André; nas raízes deste monte, para a parte do Noroeste, se vê situado o Convento do meu Patriarca Santo Agostinho, de que já falamos acima, no título da Senhora da Encarnação ou da Anunciada, porque todas as imagens de Nossa Senhora que se veneram naquela Casa são milagrosas. Nela é muito venerada uma antiga imagem da Rainha dos Anjos com o título de Bom Despacho, porque já no tempo em que os padres da Companhia ali entraram, era muito venerada e servida de uma grande e devota Irmandade e se lhe faziam grandes festas... Com esta Santa Imagem teve particular devoção o glorioso padre São Francisco Xavier; diante dela orava e com ela se recreava todo o tempo em que se deteve em Lisboa e enquanto não fez viagem para o Oriente". Sob este título, Nossa Senhora é a padroeira dos pecadores rebeldes e dos gentios chamados à fé cristã. No Brasil, o culto localizou-se principalmente na Paragem do Picão, atual cidade de Bom Despacho, no estado de Minas Gerais, cuja matriz foi erguida em 1771. Em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, encontra-se também uma capela em honra da Virgem do Bom Despacho, que se tornou histórica devido à realização de um dos mais curiosos episódios da guerra entre paulistas e emboabas: a sagração do reino Nunes Viana. BOM PARTO, Nossa Senhora do Logo após a fundação da cidade do Rio de Janeiro, construiu-se uma capela dedicada a Nossa Senhora do Ó, também chamada da Expectação ou do Parto. Anos depois o templo ruiu e os frades carmelitas edificaram no local uma igreja em homenagem a Nossa Senhora do Carmo. A Virgem do Parto teria caído no esquecimento se não fosse a piedade de um certo João Fernandes, mulato, da Ilha da Madeira, que resolveu levantar uma capela para alojar a imagem que trouxera de sua terra natal. Frei Agostinho de Santa Maria marca o ano de 1653 como o da fundação da igreja do Parto, mas parece que ela já existia em 1649. No início do século XVIII, a Irmandade dos Clérigos de São Pedro ali se estabeleceu e reedificou o Página 22 santuário. Décadas depois o bispo D. Frei Antonio do Desterro ergueu, no terreno contíguo ao templo, um asilo para "mulheres desonestas" que estivessem arrependidas e fundou então o chamado Recolhimento do Parto, de triste memória por ser uma arma terrível na mão dos maridos que queriam desfazer-se de suas esposas. Tornou-se um espectro ameaçador para muitas senhoras e uma arma de prepotência e de disciplina doméstica para os maridos. Uma das mais famosas esculturas brasileiras de Nossa Senhora do Parto é a da matriz de Vila Boa de Goiás, executada pelo escultor e dourador José Joaquim da Veiga Vale, natural de Pirenópolis, que viveu no século passado. Atualmente ela se encontra no Museu de Arte Sacra da capital goiana. Nossa Senhora do Parto teve inúmeros devotos em vários países e em todas as épocas, especialmente entre as mulheres grávidas, pois o parto sempre foi um ponto de interrogação na vida de uma mulher, principalmente no tempo em que a medicina não possuía as condições atuais de proteger a mãe e a criança. Muitos homens casados também a invocavam para que suas esposas fossem bem sucedidas na hora de dar à luz. BOM SUCESSO, Nossa Senhora do Este título teve início em Portugal, no século XVI, onde havia uma irmandade, cuja protetora era "Nossa Senhora do Bom Sucesso dos Agonizantes". Por volta de 1637, veio para o Rio de Janeiro o Padre Miguel Costa, muito devoto da Senhora do Bom Sucesso, que trouxe uma cópia de sua imagem. Dois anos depois, com a ajuda de alguns fiéis, ele providenciou a construção de um templo. Na festa de inauguração, no dia 11 de setembro, estando o Santíssimo Sacramento exposto, três sacerdotes afirmaram ter visto na Hóstia Sagrada a imagem de Maria Santíssima. No final do século XVII havia em Pindamonhagaba, no atual Estado de São Paulo, uma pequena matriz dedicada à Senhora do Bom Sucesso. Entre seus devotos estava o Padre João de Faria Fialho, que reedificou e enriqueceu o templo Alguns anos mais tarde, esse Padre Faria participou em uma das primeiras bandeiras de desbravamento nos sertões dos Cataguás (Minas Gerais antigamente era conhecida como "Campo dos Cataguás" devido à tribo de índios que habitava o seu sertão). Ele descobriu ricas jazidas de ouro no sopé do Itacolomi, no local onde se encontra o bairro da cidade de Ouro Preto, que tomou o seu nome. Confiando na proteção da Virgem do Bom Sucesso, o vigário bandeirante levou uma imagem da Santa em sua ousada expedição e, após o êxito alcançado, ergueu em agradecimento à Mãe de Deus uma pequena capela sob este orago, junto aos veios auríferos. Após a retirada do Pe. Faria de Vila Rica, grande escândalo abalou a ermida, que foi interditada devido ao assassinato de um sacerdote dentro da igreja, quando celebrava a Missa. Os fiéis construíram um outro templo dedicado à sua Padroeira, conhecido atualmente como a "Capela do Padre Faria". Devido ao êxito da "bandeira" do Padre Faria, a Senhora do Bom Sucesso passou a ser invocada também como Protetora dos bens terrenos, não perdendo entretanto seu antigo caráter protetor. O culto espalhou-se pelo Vale do Paraíba e na região das Minas Gerais, onde os santuários mais famosos encontram-se nas cidades de Caeté, Bom Sucesso e Minas Novas. Em 1740 era pároco na Matriz de Vila Nova da Rainha (hoje Caeté) o Pe. Henrique Pereira, homem bom e zeloso do bem de suas ovelhas. Naquela época era costume as MEEU MARIA - MÃE DA TERRA famílias se apresentarem na igreja para se confessarem e depois recebiam um bilhetinho do padre. Este bilhete era denominado "escrito de desobriga", com o qual poderiam receber os sacramentos. Certa vez, um chefe de família muito rígido levou uma de suas filhas à Matriz a fim de ser desobrigada pelo pároco. Tendo ela confessado um pecado que o padre se negou a absolver, a moça, temendo o castigo que o pai lhe infligiria, se não a visse na mesa da comunhão, começou a gritar dizendo: "O Sr. Vigário está me solicitando no confessionário! Meu pai, acuda-me!" O povo amotinou-se dentro da igreja e o sacerdote foi preso, algemado e enviado a Lisboa, pois seu suposto crime era da alçada do Santo Ofício. Atendendo a sugestão de um amigo, o padre Henrique recorreu à proteção da Virgem do Bom Sucesso, prometendo erguer-lhe um magnífico templo em Vila Nova da Rainha, se a verdade fosse descoberta sem que ele tivesse de revelar o segredo da confissão. Por admirável coincidência, no mesmo dia a moça caiu doente e resolveu confessar a outro padre a verdade dos fatos. O sacerdote obrigou a jovem a fazer uma confissão pública diante das autoridades e pouco depois ela morria. Enviada a declaração à rainha D. Maria, o Padre Pereira foi libertado e recebeu trinta mil cruzados para iniciar a construção da igreja dedicada à Senhora do Bom Sucesso. Esta lenda não corresponde à verdade histórica, pois D. Maria I só se tornou rainha em 1777. Segundo o cônego Raimundo Trindade, o padre Henrique foi julgado e reconheceu sua culpa, tendo partido para Portugal a fim de perder de vista a tentação que o ia perdendo. O historiador conta ainda que o vigário de Caeté regenerou-se e morreu chorado pelo povo e com a reputação de um santo. Outra lenda se narra a respeito da chegada da imagem da Senhora do Bom Sucesso a Caeté. Conta-se que o Pe. Pereira, tendo que partir para sua paróquia, ajustou com um tropeiro a condução da estátua da Virgem, adquirida com o donativo de devotos ricos de Lisboa. Certa tarde, enquanto jantava em sua residência, ouviu o tropel de animais à sua porta. Um escravo foi ver quem era e voltou, gritando: É a Santa, meu Senhor!" O sacerdote acudiu logo e, vendo a padiola que carregava a imagem, procurou debalde pelo tropeiro e seus ajudantes. O povo, admirado, exclamou: "Milagre!" Com efeito, o milagre parecia convincente, porque várias horas depois o tropeiro e os tocadores das bestas de carga ainda estavam longe dali, procurando a padiola. A caravana havia sido dispersada por uma nuvem de marimbondos e somente os animais que carregavam a Santa haviam sido poupados e foram parar, sem guia, nas portas do Vigário. Não se sabe ao certo quando foi iniciada a construção da magnífica igreja de Caeté, toda em cantaria azul e branca, um dos mais belos templos de Minas Gerais, atribuído ao arquiteto Bracarena. Diogo de Vasconcelos afirma ser ela uma obra-prima da época e situa a sua inauguração em 1765; todavia no frontispício da igreja figura a data de 1757. BONÁRIA, Nossa Senhora de Sardenha - Itália Ao sudoeste da cidade de Cagliari, em uma colina, fica a cidade de Bonária (Bons Ares), muito conhecida como lugar de peregrinações. Aí fundaram os Irmãos da Misericórdia, em 1330, seu primeiro convento na Sardenha. Foi seu fundador, um Página 23 distinto morador de Cagliari, frei Carlo Catalon, que um dia, durante a oração, tendo sido arrebatado em êxtase, teve uma visão profética, uma cena singular: depois de uma grande tempestade, aproximar-se-ia do porto de Bonária um hóspede misterioso, que traria à cidade grandes benefícios espirituais e também notáveis benefícios materiais O profético acontecimento teve lugar em 25 de março de 1370: um navio mercante viajava da Espanha para a Itália, e eis que repentinamente, quando já se avistava a ilha de Sardenha, desaba um tão grande temporal que o naufrágio parecia iminente, pelo que resolveu o comandante lançar a carga ao mar, para aliviar o navio. Entre a carga havia um pesado caixão, do qual ninguém sabia o conteúdo, e que também foi lançado ao mar. Mas, ó prodígio: mal caiu na água o referido caixão, acalmaram-se as ondas como por encanto! Quiseram então salvar o caixote, para ver o que continha, mas foram baldados os esforços da tripulação, pois ele se esquivou teimosamente e foi como que nadando em direção à praia, até parar defronte da igreja de Bonária. Dois Irmãos da Misericórdia acudiram logo e pegaramno sem nenhuma dificuldade, transportando-o para a igreja. Ao abri-lo, viram diante de si, com grande surpresa, uma imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus! A imagem tinha 56 cm de altura. O semblante da mãe de Deus era meio escuro e muito expressivo; o vestido, carmesim, e o manto, azul escuro; a mão direita estava na posição de quem segurasse uma vela, que de fato mais tarde lhe puseram na mão; no braço esquerdo sustentava o Menino, que tinha na mão esquerda a figura do globo terrestre, estando a direita na posição de abençoar. Como a imagem foi dar na praia defronte da igreja de Bonária, deram-lhe o título de Nossa Senhora de Bonária, e assim Maria Santíssima granjeou um novo título. Nossa Senhora de Bonária é venerada como a padroeira da Sardenha e de Cagliari. Em sua honra fazem muitas festas nas cidades e nas aldeias, e as mães sardenhenses dão a suas filhas, com muito gosto, o nome de Bonária. Como a antiga igreja se tornou pequena para a grande multidão de peregrinos, começaram no princípio do século XX uma grandiosa construção: a nova igreja em estilo barroco, a qual foi consagrada em 22 de abril de 1926. BONATE, Nossa Senhora de Em 1944, na cidade de Bonate, diocese de Bérgamo, Itália, no dia 13 de maio, várias crianças colhiam flores para depositarem aos pés da Virgem Maria. Num dado momento, as meninas que acompanhavam a colega, de nome Adelaide Roncali, dez anos, viram que ela estava imóvel, olhando para o alto, como que alheia a tudo. Não respondendo aos chamados, as amigas foram correndo dizer à mãe de Adelaide que "ela tinha morrido em pé. Acreditou-se, porém, que Nossa Senhora aparecera, a Adelaide. Estava vestida de branco. Espargia muita luz e que Maria a tranqüilizou dizendo: "Não tema, eu sou Maria. Seja boazinha e eu voltarei até você". 0 êxtase se repetiu mais 13 vezes, em duas etapas: de 13 a 21 e de 28 a 31 de maio. Assim como em Lourdes, Fátima, Salete e outros lugares, Nossa Senhora aconselhou a oração, sobretudo a MEEU MARIA - MÃE DA TERRA reza do terço meditado nos mistérios da vida de Jesus. Insistia na penitência. Que acabassem com a impureza e blasfêmia. Como sempre, a notícia logo correu. Muita gente queria se beneficiar das aparições, implorando curas. Conta-se que mais de um milhão de peregrinos se concentrou no local. Umas duzentas pessoas proclamaram-se curadas. 0 Bispo de Bérgamo constituiu uma comissão de médicos para estudar o caso. Dentre os 70 milagres indicados, apenas um cego, vítima de combate na guerra, ficou curado repentinamente. O povo, empolgado por mais essa manifestação, proclamou Maria com mais um título: Nossa Senhora de Bonate. Obs.: O texto acima, de autoria do Pe. Roque Vicente Beraldi, foi transcrito da Revista "Ave Maria", do mês de fevereiro de 1999, à página 15. A imagem foi copiada da mesma página. Na internet, a página da citada revista é a seguinte: http://www.cmf.br/revista/index.html BRASIL, Nossa Senhora do Entre as flores muito apreciadas pelo povo em geral, estão as rosas. De variados matizes de cores, aveludadas umas, lisas outras, todas são formadas de muitas pétalas. Assim os títulos que adornam a Mãe de Deus, nas mais variadas partes do orbe terrestre. Eis mais um glorioso nome que certamente deve agradar muito a Maria: Nossa Senhora do Brasil. Na cidade de Nápoles, na Itália, havia uma igreja dedicada a santo Efrém. Conservava-se aí, uma imagem de Maria Mãe de Jesus, que os frades capuchinhos, de Caravelas (BA), enviaram para lá, por volta de 1829 Um grande incêndio destruiu completamente aquele templo. Todavia, a imagem enviada do Brasil, ficou intata. O povo fiel freqüentador do culto que, diariamente, se praticava naquela casa de oração, passou a chamar ao ícone milagroso, de Nossa Senhora do Brasil. Em 1841, a imagem foi coroada, em meio a grandes festividades. As graças insignes e numerosas recebidas como resposta às preces devotas, comprovam ser muito agradável à Virgem de Nazaré, a veneração com mais um glorioso epíteto nascido do profundo amor a ela consagrado. No Brasil, veneramos a Mãe veneramos a Mãe de Deus com o saudável nome de Aparecida. Em Nápoles, como Nossa Senhora do Brasil. O importante, não é o nome, mas a devoção. Que ela nos mostre em que falhamos no amor a Jesus, para merecermos o amparo celeste. Os antigos israelitas, porque não foram fiéis a Deus, foram deixados por ele na sua dureza de coração. Abramos-nos à devoção verdadeira para merecermos extirpar os males que nos afligem que, por certo, são fruto de falta ou de devoção imperfeita! BOURO, Santa Maria do Ver ABADIA, Nossa Senhora da BUGLOSE, Nossa Senhora de À margem direita do rio Adour, a 12 km de Dax, foi erigida a antiga Página 24 capela de Nossa Senhora de Buglose, porém Nossa Senhora não tinha ainda este título. Tendo Joana d’Albret ordenado a destruição dos oratórios das zonas rurais, alegando que só serviam para tolas superstições, a imagem de Nossa Senhora venerada nessa capela só pôde ser salva do incêndio e escondida; mas só muito tempo depois foi encontrada em uma fonte, informa a lenda, por um boi. Deste pormenor se originou o título dado à imagem, formado de duas palavras gregas significando "langue de boeuf" (língua de boi), daí Buglose. O lugar também tomou este nome. Luís XIII mandou reparar a capela incendiada, mais tarde substituída por uma igreja de três naves, que possui atualmente um carrilhão de 64 sinos. Os Padres Lazaristas assumiram o encargo da conservação da igreja e da organização das peregrinações durante 87 anos. Buglose foi um centro de regeneração cristã. Os milagres se multiplicaram aí durante anos, tendo um grande número de enfermos recuperado a saúde nesse lugar bendito, como atestam numerosos processos verbais. Há, perto do santuário, uma fonte milagrosa, na qual esteve escondida a imagem, dizem, durante 50 anos. Nossa Senhora de Buglose foi coroada em 1866. As peregrinações a este santuário são realizadas em maio e de 8 a 15 de setembro, oitava da Natividade. CAACUPÉ, Nossa Senhora de Padroeira do Paraguai Segundo a lenda, no final do século XVI, no Paraguai, um índio convertido, escultor por ofício, andava sobre uma montanha quando foi atacado pelos Mbayaes, dos quais escapou escondendo-se atrás de um grosso tronco. Nos angustiantes momentos em que ficou escondido, pediu a Nossa Senhora que o livrasse da morte. Quando se viu livre da ameaça, começou a construir uma imagem da Virgem com um pedaço do tronco que o havia acolhido. No ano de 1603, o lago Tapaicuá transbordou e inundou todo o vale de Pirayú, arrastando tudo que estava à sua volta, inclusive a imagem de Nossa Senhora. Quando as águas baixaram, milagrosamente apareceu a imagem que o índio esculpira. Os fiéis começaram a difundir sua devoção e a invocá-la com o nome de "Virgem dos Milagres". Um devoto chamado José, carpinteiro, construiu uma modesta ermida e nela começou a ser cultuada a Virgem de Caacupé. A imagem de Nossa Senhora de Caacupé é bem pequena, medindo pouco mais de cinqüenta centímetros. Ela é a Imaculada Conceição. Seus pés se apóiam sobre uma pequena esfera e suas vestes trazem uma faixa branca de seda. A palavra Caacupé significa "detrás dos montes". O Santuário de Caacupé é um centro nacional de peregrinações. A festa é celebrada anualmente no dia 8 de dezembro. Os peregrinos chegam aos milhares ao Santuário para demonstrar seu amor e gratidão à Mãe de todos, a "Virgem Azul do Paraguai". MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 25 CABEÇA, Nossa Senhora da CABEÇA INCLINADA, Nossa Senhora da Esta devoção mariana, de origem espanhola, teve início na Andaluzia, mais precisamente na Serra Morena, onde se encontra o Pico da Cabeça. O pastor Juan de Rivas, depois de participar das guerras entre os mouros e os reis de Castela, mutilado e sem poder carregar armas, retirou-se à Serra Morena para apascentar um pequeno rebanho de sua propriedade. No dia doze de agosto de 1227, por volta da meia-noite, ouviu, em meio a fortes luzes que iluminavam o monte da Cabeça, o som aprazível de uma campainha. Vencido o temor, aproximou-se do monte e viu, no meio de uma fogueira, a Virgem Maria. A esplendorosa Senhora lhe pediu para ir à cidade de Andújar dizer a todos que era vontade de Deus que ali se construísse um templo. Juan prometeu cumprir o que era pedido, mas manifestou sua insegurança: não acreditariam nele. Adivinhando seus pensamentos, a Virgem restituiu-lhe o braço perdido. Tal prodígio serviria de prova contra aqueles que duvidassem da veracidade de suas palavras. Sem conter sua alegria, Juan dirigiu-se ao povoado para contar o prodígio. A população delirante foi ao monte para ver a imagem. Nossa Senhora da Cabeça foi proclamada padroeira da vila. Com a ajuda de cidades vizinhas construíram um belo santuário no lugar da aparição. Maria Santíssima será invocada sob este título em outros locais da Espanha. Conta a tradição que alguns soldados procedentes de Andújar levavam sob sua proteção uma imagem da Virgem da Cabeça. Quando passaram na vila de Casas Ibáñez, os soldados pediram abrigo para si e para a imagem. A população os acolheu. Uma vez restabelecidos prosseguiram viagem. Com o objetivo de agradecer a hospitalidade, deixaram a imagem na casa de alguma daquelas famílias que foram tão receptivas. Os ibañeses, sensibilizados com o presente e agradecidos pelos favores que começaram a ser concedidos pela Virgem, resolveram construir-lhe uma ermida. A imagem passou a ser propriedade de todos e seu culto se espalhou pelas redondezas. No Rio de Janeiro, em sua ex-catedral, ainda hoje se venera uma imagem de Nossa Senhora da Cabeça, à qual os devotos oferecem ex-votos em forma de cabeças de cera de todos os tamanhos. Tal devoção data dos tempos da fundação da cidade. Quando de seu surgimento na Espanha, a devoção a Nossa Senhora da Cabeça não era associada à parte do corpo humano a qual este título mariano nos remete. "Cabeça" era apenas o nome do monte onde Maria Santíssima foi vista. Aqui no Brasil, ela costuma ser invocada para males que atacam o cérebro. Os fiéis que padecem de cefaléia e as mães de filhos com problemas escolares a ela recorrem para a solução de seus males. As imagens espanholas de Nossa Senhora da Cabeça não trazem a cabeça de cera masculina que encontramos na imagem que se encontra na ex-catedral do Rio de Janeiro. Por volta de 1610, o quadro da Mãe da Graça foi encontrado em um montão de caliça pelo Revmo. Padre Domingos de Jesus-Maria, mais tarde geral dos carmelitas descalços. Estando ele um dia a rezar com todo fervor diante do quadro, vivificou-se repentinamente o semblante da Mãe de Deus; sorriu para Domingos e agradeceu-lhe, inclinando a cabeça (daí o título Nossa Senhora da Cabeça Inclinada) e depois lhe disse que se dirigisse a ela, com toda a confiança, em todas as suas necessidades. Posteriormente, a Rainha do Céu estimulou novamente o servo de Deus a que lhe pedisse graças. Humildemente ele fez um pedido: que Maria se dignasse ouvir os pedidos de todos aqueles que fossem render-lhe homenagem diante daquele quadro. Maria, então, prometeu-lhe: "Eu ouvirei os pedidos e concederei muitas graças a todos aqueles que recorrerem à minha proteção, honrando-me devotamente por meio deste quadro; mas atenderei principalmente as orações pelo alívio e salvação das almas do Purgatório". Depois desta promessa Domingos não quis conservar por mais tempo só para si o milagroso quadro, por isso levou-o para a igreja dos carmelitas – Maria della Scala, em Roma, onde começou a ser venerado com todo o fervor. Inumeráveis e surpreendentes foram os favores com que Maria recompensou tal veneração. Frei Domingos fez várias cópias do precioso quadro e conseguiu que outras pessoas os expusessem, de modo que em pouco tempo era venerado em muitos lugares. O quadro foi levado para a Áustria um ano depois da morte do Servo de Deus. Atualmente se acha na igreja do carmelitas em VienaDoebling, onde foi solenemente coroado no dia 27 de setembro de 1931, durante o pontificado do papa Pio XI. Nesse dia fazia 300 anos que o quadro tinha chegado a Viena. A Mãe de Deus tem cumprido suas promessas em todos os lugares em que o quadro da Graça é piedosamente venerado, mas as graças são dispensadas na medida da confiança e do amor com que se recorre à sua bondade. CANDEIAS, Nossa Senhora das A invocação de Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora da Purificação remonta aos primórdios do cristianismo. Segundo o preceito da lei mosaica, todo filho varão deveria ser apresentado no Templo quarenta dias após seu nascimento. A mãe, considerada impura após o parto, deveria ser purificada em uma cerimônia especial. Nossa Senhora, submetendo-se a esta determinação, apresentou-se com o Menino Jesus no recinto sagrado dos judeus. Esta festividade dos luzeiros foi denominada "das candeias", porque comemorava-se o trajeto de Maria ao templo, com uma procissão, na qual acompanhantes levavam na mão velas acesas. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA A procissão dos luzeiros provém de um antigo costume romano, pelo qual o povo recordava a angústia da deusa Ceres, quando sua filha Prosérpina foi raptada por Plutão, deus dos infernos, para tomá-la como companheira do Império dos Mortos. Esta tradição estava tão arragaida, que continuou mesmo entre os convertidos ao cristianismo. Os primeiros padres da Igreja tentaram eliminá-la, mas não conseguiram. Como aquela festa sempre caia no dia 2 de fevereiro, data em que os cristãos celebravam a Purificação de Maria, o papa Gelásio (492-496) resolveu instituir um solene cortejo noturno, em homenagem à Maria Santíssima, convidando o povo a comparecer com círios e velas acesas e cantar hinos em louvor de Nossa Senhora. Esta celebração propagou-se por toda a Igreja Romana e, em 542, Justiniano I instituiu-a no Império do Oriente, após ter cessado uma peste. Na liturgia atual a solenidade denomina-se "Apresentação do Senhor", mantendo-se antes da missa a tradicional bênção de velas com procissão. Em Portugal, a devoção à Virgem das Candeias ou da Purificação já existe desde o século XIII, quando uma imagem era venerada em Lisboa, na paróquia de São Julião. De lá veio para o Brasil, onde são inúmeras as igrejas dedicadas a esta invocação, merecendo destaque as da Bahia. Na ilha Madre de Deus, situada na Bahia de Todos os Santos, existe um templo lendário, cuja imagem foi encontrada por pescadores num rochedo junto ao mar. No dia 2 de fevereiro, grande multidão proveniente da capital baiana e das ilhas circunvizinhas acorre para assistir à festa das Candeias. Desde o amanhecer o mar se cobre de canoas, que cortam as águas da Baía e trazem milhares de devotos para as cerimônias da Purificação de Maria. O culto de Nossa Senhora das Candeias é muito desenvolvido na Bahia devido a sua sincretização com os cultos afro-brasileiros. Uma das festividades mais concorridas acontece na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, que já era celebrada em 1720. Nossa Senhora das Candeias é a padroeira dos alfaiates e costureiras. Na Sé de Lisboa, no altar da Senhora das Candeias, esteve também a do alfaiate São Bom Homem, modelo da classe. Em Ouro Preto, na Capela dos Terceiros de São Francisco, existe também uma imagem desse santo, com o nome de Santo Homobono. Além da localidade "Senhora das Candeias", no oeste de Minas, tem essa invocação uma imagem e um altar no arraial de São Bartolomeu, próximo de Ouro Preto. CANDELÁRIA, Nossa Senhora da Padroeira das Ilhas Canárias A imagem da Virgem da Candelária já estava na ilha de Tenerife antes de sua conquista. Segundo o Padre Espinosa, foram dois pastores de Güimar que a acharam sobre uma rocha, na praia de Chimisay. A pesquisadora Nilza Botelho Megale em seu livro "Invocações da Virgem Maria no Brasil", apresenta um excelente resumo da história da chegada desta devoção ao Rio de Página 26 Janeiro e também sobre o aparecimento da imagem da Candelária em Tenerife: "Contam que, por volta de 1400, dois pastores guardavam seus animais perto de uma caverna na ilha de Tenerife, nas Canárias, e observaram certo dia que o gado se recusava a entrar na lapa, apesar de todos os seus esforços. Penetraram, então, na gruta e descobriram a imagem de uma Senhora com o filho ao colo. Estranhando o ocorrido, foram notificar o seu povo. Acudindo a população, inclusive o rei do país, ao local, observaram maravilhados a existência de numerosas candeias (velas) sustentadas por seres invisíveis, que com seus cânticos 'ensinavam a maneira de render culto a Deus e à Virgem Maria. Começaram os nativos a honrar Aquela que amavam sem conhecer, até que um cristão espanhol casualmente ali desembarcou nos fins do século XV e explicou-lhes o mistério". A imagem original desapareceu no dia 17 de novembro de 1826 devido a uma inundação provocada por uma forte chuva que carregou um barranco que circundava o Santuário. Era entalhada em madeira dourada e policromada. Sua altura era de um metro. O Menino se encontrava em seu braço direito e o esquerdo trazia uma candeia de cor verde. Várias representações em quadros permitem conhecer suas formas antes de seu desaparecimento. É provável que a imagem tenha chegado à Ilha na metade do século XV, trazida por missionários franciscanos. A imagem atualmente venerada é obra do artista Fernando Estévez, que a esculpiu em 1827. O primeiro Santuário, cuja construção foi concluída em 1672, foi atendida pela Ordem Dominicana. Possuía um belo retabábulo, infelizmente destruído por um incêndio em fevereiro de 1789. Na metade do século XIX tiveram início as obras do atual templo, que se deram de forma muito lenta. Recebem um novo impulso em 1930 com o projeto de Eladio Laredo, que foi sucedido pelo arquiteto Marrero Regalado. Hoje contempla-se uma bela igreja de planta clássica com três naves, um cruzeiro e um campanário. A festa de Nossa Senhora da Candelária é celebrada anualmente no dia 15 de agosto. Nesse dia acorrem ao santuário peregrinos de todas as ilhas, que vêm prestar homenagem à sua padroeira. Em 1867, a pedido do bispo das Canárias, Lluch y Garriga, o papa Pio IX declarou Nossa Senhora da Candelária como padroeira de todo o arquipélago. A coroação da Virgem e seu Filho ocorreu no dia 13 de outubro de 1889 pelo bispo Dom Ramón Torrijos Gómez, privilégio concedido pelo papa Leão XIII através de decreto assinado no dia 14 de julho de 1889. A imagem de Nossa Senhora da Candelária é igual à de Nossa Senhora das Candeias, da qual é variante. CARAVAGGIO, Nossa Senhora de No princípio do século XV vivia em Caravaggio, lugarejo a 38 km de Milão, na Itália, uma jovem muito piedosa chamada Giannetta Vacchi, muito devota de Nossa Senhora. Não deixava passar um só dia sem se recomendar à Mãe de Deus. Contra sua vontade, casou-se com Francisco Varoli, que se transformou em verdadeiro carrasco. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Ela suportava as calúnias, insultos e espancamentos. No dia 26 de maio de 1432, o marido agrediu-a de forma ainda mais brutal. Ao vê-la ferida, ordenou-lhe que fosse sozinha catar feno. Sem se revoltar, Giannetta obedece. Confia em Deus e na intercessão da Virgem Maria. Dirige-se ao campo chamado "Mazzolengo", distante cerca de uma légua de Caravaggio. Quando o dia chega ao fim, contempla o feno recolhido e vê que não terá forças para levá-lo. Temendo mais castigos por parte do marido, ergue os olhos lacrimosos para o céu e exclama: "Oh, Senhora caríssima, ajudai-me. Só de vós espera socorro a vossa pobre serva". De repente aparece-lhe uma Senhora esplendorosa tendo nos ombros um manto azul e um véu branco sobre a cabeça. É Maria Santíssima que toca-lhe suavamente os ombros, fazendo-a ajoelhar-se e diz: "Ouve atentamente, minha filha: o mundo, com suas iniquidades, havia excitado a cólera do céu.... Mas eu intercedi pelos míseros pecadores... Vai comunicar a todos que devem jejuar numa sexta-feira a pão e água, e, em minha honra, festejar o sábado desde a véspera... Vai, filha, e manifesta a todos a minha vontade". Giannetta, a princípio, não se acha digna desta missão por ser pobre e desconhecida. A Senhora a encoraja e a abençoa, desaparecendo em seguida. Deixa no solo os sinais de seus pés. A jovem beija as santas pegadas e depois afasta-se contra a sua vontade, retornando à aldeia. Por onde passa vai narrando a quem encontra tudo o que tinha visto e ouvido. Todos crêem em sua palavra. Uma fonte começou a brotar no local da aparição e os milagres tiveram início. A fama dos prodígios espalhou-se pelas cidades vizinhas até alcançar toda a Europa. Foi necessário construir-se uma igreja no local. A primeira pedra do templo foi lançada no dia 31 de julho de 1432, mas só foi concluída 19 anos depois. Depois de um século ameaçava ruir, pelo que foi preciso ser escorada. Depois, tornando-se pequena para acolher os peregrinos, foi ampliada por iniciativa de São Carlos Borromeu. Posteriormente, ameaçando novamente ruir, foi preciso demoli-la. Foi então que o arquiteto Pellegrini construiu o majestoso santuário, que é hoje uma das glórias da arte e da fé do povo italiano. No Brasil há dois santuários dedicados à Nossa Senhiora de Caravaggio: um no estado de Santa Catarina, no vale de Azambuja (Brusque), para onde a devoção foi trazida por colonos italianos e outro no Rio Grande do Sul, na localidade de Caravaggio, na diocese de Caxias. Fonte: Edésia Aducci, "Maria e seus títulos gloriosos", Ed. Loyola, pp. 176-179. Observação: A imagem foi copiada da página Galeria de Nossa Senhora. CARMO, Nossa Senhora do No tempo das cruzadas, o calabrês Bertoldo, para cumprir um voto feito durante uma batalha contra os infiéis, retirou-se ao monte Carmelo, na Samaria, fundando aí a Ordem dos Carmelitas. Aos pés do monte Carmelo existe hoje a cidade de Haifa. Possui 700 m de altitude. Mas como se ergue abrupta e perpendicularmente Página 27 direto do mar, parece mais alto do que realmente é. Coberto de densos bosques, seu acesso não é muito fác O Antigo Testamento alude freqüentemente às florestas que cobriam os monte. No livro dos Cânticos dos Cânticos, a cabeça da amada é comparada ao Carmelo (Ct 7,6). Em Jr 5,9, o Carmelo é chamado de "terra rica". Nesse monte ocorreu o desafio entre Elias e os sacerdores de Baal (1Rs 18). A escolha do local para o desafio sugere que talvez houvesse um santuário de Baal sobre o monte. Parece que o Carmelo também foi morada de Eliseu, pelo menos ocasionalmente. Talvez tenha sido também um centro de associação de profetas. Bertoldo e sua nova comunidade religiosa recebeu em 1209 uma regra muito rigorosa, aprovada pelo Patriarca de Jerusalém, Alberto. As Cruzadas levaram a fama desta Ordem para a Europa. Dois nobres fidalgos da Inglaterra convidaram alguns frades para acompanhá-los e fundar conventos na Inglaterra, o que fizeram. Pela mesma época, vivia no Condado de Kent, um eremita que há vinte anos escolhera o recolhimento e a solidão, tendo por habitação o tronco de uma árvore. O nome desse eremita era Simão Stock. Atraído pelo exemplo de piedade dos carmelitas recém-chegados, como também pela devoção mariana que aquela Ordem cultivava, pediu admissão como noviço na Ordem da Senhora do Carmo. Em 1125 foi eleito Superior Geral da Ordem. A Ordem começou a ser perseguida e Simão viajou a Roma. O papa Honório III avisado por uma misteriosa visão, recebeu cordialmente os religiosos carmelitas e aprovou novamente a regra da Ordem. Simão Stock foi depois visitar os Irmãos da Ordem no monte Carmelo, e demorou-se com ele seis anos. Um Capítulo Geral da Ordem, realizado em 1237, determinou a transferência para a Europa de quase todos os religiosos. Para escapar à perseguição dos sarracenos, procuraram a Inglaterra, onde a Ordem já possuía 40 conventos. O grande desenvolvimento da Ordem deve-se em grande parte à instituição do Escapulário. Ao "Santo do Escapulário", como o chamou o Papa João Paulo II, em 1983, apareceu a Virgem do Carmo, cercada de anjos, no dia 16 de julho de 1251, mostrando-lhe o Escapulário da Ordem e dizendo-lhe: "Este será o privilégio para ti e todos os carmelitas; quem com ele morrer não padecerá o fogo eterno. Quem morrer com ele se salvará". O "Amado de Maria" muito amou a sua Ordem. Por ela orou, lutou e trabalhou com muita coragem. Transformou a Ordem de eremítica em cenobítica e mendicante. Expandiu o Carmelo na Europa. Convidou a todos a viver as virtudes simbolizadas no Escapulário. Este sinal mariano, aprovado pela Igreja e difundido pela Ordem Carmelita como manifestação de amor a Maria, de confiança filial em sua pessoa, deve ser um compromisso em viver as virtudes marianas. Podemos contemplar no escapulário de Nossa Senhora do Carmo uma síntese do espírito carmelitano de amor a Maria Santíssima que conduz ao Cristo MEEU MARIA - MÃE DA TERRA A Ordem foi sendo introduzida em vários países da Europa, passando da Europa a Portugal, onde se fundaram numerosos conventos de carmelitas calçados e descalços em que já se subdividia a Ordem. À Ordem Carmelita pertenceram muitos reis e rainhas de Portugal. O povo brasileiro tem a Virgem do Carmo no coração desde o ano de 1586, quando foi fundado o primeiro convento do Carmo em nosso país, em Olinda. Evidentemente, este amor nos foi transmitido pelos primeiros Carmelitas que pisaram nossas terras. Seis anos mais tarde os carmelitas se estabeleceram em Salvador. Sob a proteção de Nossa Senhora do Carmo nasceu a primeira vila do estado de Minas Gerais, a futura Mariana. Existem no Brasil 106 paróquias dedicadas à Virgem do Carmo. CARMO DA LÉGUA, Nossa Senhora do Transcorria o ano de 1606 e da Espanha, pela primeira vez, enviaram para o Peru uma imagem de Nossa Senhora do Carmo. Não se sabe com precisão o dia de sua chegada ao porto do Callao, para logo ser instalada em sua capela da Légua, no meio do caminho entre o citado porto e Lima, a capital. Reza a tradição que um comerciante chamado Domingos Gomes da Silva, invocou a Virgem do Carmo quando sofreu um naufrágio, prometendo construir uma capela e mandar trazer da Espanha a imagem de Nossa Senhora do Carmo, caso fosse salvo. Conta-se também que a mula sobre a qual era transportada a imagem, ao chegar no lugar conhecido como La Légua, empacou e nada a fez andar um passo sequer. Assim esse lugar foi escolhido para se construir a capela da promessa. Sobre a fundação da capela, escreve o Padre Antônio Vázquez de Espinoza, Carmelita da Antiga Observância, que residiu na cidade entre 1617 e 1619: "Há no meio do caminho entre Callao e a cidade de Lima ricas chácaras e suntuosos casarios. A uma légua encontra-se uma casa e convento de Nossa Senhora do Carmo com suas armas, edificada por Domingo Gomes de Silva, varão virtuoso e bem de vida, que dedicou e consagrou este lugar a Nossa Senhora do Carmo, onde havia algumas jovens vestidas com o hábito de Nossa Senhora, que com grande observância e clausura, guardavam a regra e, com fervor, recitavam o ofício divino, pelo qual Nosso Senhor era louvado e servido, e os fiéis edificados com tão grande exemplo". Conta-se que num terremoto ocorrido em 1746, as ondas do Callao chegaram a uma légua e bem próximo a esta casa de jovens, que por se achar a essa distância do Callao se denominou Ermida da Légua. Os Religiosos de São João de Deus vindos de Lima, se encarregaram do Hospital de Callao e mais tarde se estabeleceram na Ermida da Légua, onde instalaram uma espécie de hospedaria. "Em seu recinto se venera, há muito tempo, desde que se fundou o mencionado Convento, uma imagem da Virgem do Carmo, cujo culto jamais foi interrompido. A capela, com suas duas torrezinhas pontiagudas, se destacam em meio aos verdejantes campos circunvizinhos. É de dimensões regulares encontrando-se ainda em bom estado de Página 28 conservação, graças ao cuidado dos devotos da imagem que são muitos. Anualmente a imagem é conduzida em procissão até Callao, carregada pelos confrades e acompanhada de numerosa multidão. Ela permanece bastante tempo no porto e ali se celebra a novena. É devolvida à sua capela em meados de outubro, em devota procissão, que seria melhor chamada de romaria, devido aos milhares de pessoas que acompanham seu andor. (...) Os inumeráveis ex-votos de ouro e prata que colocam em seu manto, que em certas ocasiões se renovam, demonstram que não sem razão é invocada com fervor pelo povo". Esta imagem é chamada de Nossa Senhora do Carmo da Légua, Patrona do Callao. Foi coroada solenemente no dia 7 de outubro de 1951, pelo Cardeal Arcebispo de Lima e Primaz do Peru, Dom Juan Gualberto Guevara, Delegado Papal para a coroação da Virgem do Carmo da Légua. Este Santuário foi parcialmente destruído em maio de 1992, devido à detonação de um carro-bomba. A restauração do Santuário devolveu-lhe a primitiva dignidade, e renovou em sua raiz a profunda piedade Mariana do Callao. No dia em que tomou posse como bispo titular da Diocese de Callao, Dom Miguel Irízar anunciou que a Igreja do Carmo da Légua se transformaria em Santuário, e também que ali se fundaria um Mosterio de Monjas Carmelitas Contemplativas que "serão as melhores guardiãs do Santuário de Nossa Senhora do Carmo da Légua". CARIDADE DO COBRE, Nossa Senhora da Patrona de Cuba A presença de Maria na história de Cuba remonta ao surgimento da primeira comunidade cristã de raiz indígena, nascida pela pregação de um soldado anônimo de Sebastião de Ocampo, que em 1509, enfermo, chegou àquelas paragens, recomendado aos cuidados dos índios da região de Macaca. Os cuidados foram tão eficazes que o soldado em breve se recuperou. Este, por sua vez, ofereceu aos seus samaritanos o Dom da mensagem do Evangelho, pois, uma vez restabelecido, aprendeu a língua deles e lhes serviu de catequista. Por inspiração do anônimo soldado cubano, os indígenas construíram o primeiro templo cubano. Nele começaram a elevar suas preces a Deus e colocaram uma imagem da Virgem. Aqueles índios, primícias da evangelização em Cuba, aprenderam, junto com as primeiras noções da fé, a devoção à Virgem, expressa na oração da Ave Maria. Contudo, foi em 1612 que a Santíssima Virgem quis manifestar seu especial pelos cubanos. Graças à aparição no arquivo das Índias do manuscrito que em 1738, a pedido do Rei, se enviara à Corte para prover de um capelão o Santuário da Virgem do Cobre, sabemos através de testemunhos antigos e diretos, a história da descoberta da imagem. Os relatos se remontam ao ano de 1687 e impressionam por sua simplicidade e beleza. Este é um doa mais importantes documentos da história cubana. Talvez seja a primeira vez que, na história da Ilha de Cuba, em um documento oficial se apresenta a declaração solene de um negro escravo, dando força legal MEEU MARIA - MÃE DA TERRA ao testemunho de um daqueles homens que, por causa da escravidão, haviam perdido todos os seus direitos e que eram apenas tratados como pessoas. O declarante é o escravo negro Juan Moreno, garoto de dez anos, que acompanhou aos irmãos Juan e Rodrigo de Hoyos, "índios naturais do país", em sua viagem a Nipe para buscar sal, quando deu-se a descoberta da imagem da Virgem. Juan Moreno, ancião de 85 anos e único sobrevivente daquele acontecimento, relata as recordações de sua infância com a voz simples e poética dos humildes. "...Estando numa manhã o mar muito calmo, saíram do dito recife francês para a dita saída antes de raiar o sol, os ditos Juan e Rodrigo Hoyos e este declarante. Embarcados em uma canoa e apartados do dito recife francês viram uma coisa branca sobre a espuma da água, que não puderam distinguir o que poderia ser, e aproximando-se mais pareceu-lhes ser um pássaro e galhos secos. Disseram os referidos índios, parece uma menina, e mal acabaram de falar, reconheceram e viram a imagem de Nossa Senhora, a Santíssima Virgem com um Menino Jesus nos braços sobre uma tabuleta, e na dita tabuleta umas letras grandes, as quais leu o dito Rodrigo de Hoyos e diziam: "Eu sou a Virgem da Caridade". Vendo suas vestimentas admiraramse de que não estivessem molhadas, e nisto, cheios de gozo e alegria, colheram apenas três terços de sal e vieram para a Fazenda de Barajagua". Maria da Caridade aparece a três representantes das classes mais pobres e exploradas: dois índios e um negro escravo, aos quais enche de alegria com sua presença. Os humildes puderam sentí-la próxima e solidária porque Maria trazia com ela aquele que "realiza prof[igios com seu braço, dispersa aos soberbos de coração, aquele que derruba do trono os poderosos e eleva os humildes, aquele que aos famintos enche de bens e aos ricos despede de mãos vazias". Pouco tempo depois, a imagem da Virgem foi trasladada para o povoado de El Cobre. Era como se a Virgem, desde sua aparição e descoberta, trouxesse para o povo oprimido e sofredor, uma mensagem de libertação e de justiça, porque foi El Cobre o primeiro povoado de Cuba a promover a liberdade dos escravos. Não é de se admirar que Céspedes, 68 anos depois, quando visitou a cidade, apresentou suas armas à Senhora e pôs debaixo de seus pés a luta justa que ele liderara para o bem do povo. O mesmo Céspedes hasteou a bandeira libertária confeccionada com a tela do dossel que continha a imagem familiar da Virgem em seu lugar de Bayamo. Em 1915, quando os veteranos mambises, encabeçados por Jesús Rabí, enviam uma carta ao Papa Benedito XV pedindo que proclame como Patrona de Cuba à Virgem da Caridade do Cobre, não fez mais que manifestar a devoção de todo o povo cubano, proclamar sua fé em Jesus Cristo e seu amor de Mãe, reconhecendo publicamente o que havia manifestado nos anos de luta e sofrimento: a proteção de Maria, seu constante auxílio em favor do povo cubano. Ela, a Virgem Morena, a Virgem Fiel, que acompanhou o povo cubano em todos os momentos de sua história e temse comprometido a seguí-la com seu Amor, convida todos os povos uma vez mais a crescer nesse Amor. No dia 8 de setembro de 1927 foi inaugurado o atual Santuário, na cidade de El Cobre. Dali a Virgem continua protegendo, com olhar e coração maternal, a todos os seus filhos que, nela, descobrem um dos melhores meios para se achegar a Jesus, fonte de toda esperança. Página 29 CARVALHO, Nossa Senhora do (ou "Du Chêne") Segundo a lenda, em 1494, James Buret, guardador de gado, descobriu uma pequena imagem da Virgem na cavidade de um carvalho num bosque de Vion, na França. Rapidamente espalhou-se a notícia da descoberta e o lugar tornou-se alvo de peregrinações. O Santuário, em estilo neo-gótico, que foi construído entre 1869 e 1876 pelo arquiteto Lemesle, tornou-se basílica no final do século passado. A peregrinação anual é realizada no dia 8 de setembro CASALBORDINO, Nossa Senhora de Itália Esta devoção a Nossa Senhora encontra-se envolta numa bonita lenda: Alexandre Mutii, um camponês devoto de Pollutri, no dia 11 de junho de 1526, caminhava rezando o rosário em direção a seu campo. Ia constatar os danos causados por um violento granizo que pouco antes assolara a região. Quando ouviu o repicar dos sinos que anunciavam o início da missa na aldeia, ajoelhou-se. Naquele momento, perto de uma plantação de carvalhos, apareceu-lhe a Virgem que lhe disse que a tempestade do dia anterior ocorrera em conseqüência do desagrado de Deus "pelos pecados dos moradores da cidade" e admoestou-o a induzir-lhes a respeitar o preceito das festas "para evitar o castigo do granizo" da tempestade e dos ventos que causam destruição. Naquele lugar construiu-se uma pequena capela rural que foi ampliada até chegar à forma atual, que é resultado da restauração feita em 1824. Todo dia 11 de junho vêm a igreja numerosos peregrinos vindos de Abruzos, Molise e Pulla. Alguns peregrinos deixam ainda hoje no santuário objetos votivos e outros ainda praticam a "incubatio", palavra que designa o ato de dormirem no Santuário para receber, em sonho, alguma revelação divina. CASALUCE, Nossa Senhora de Segundo antiga tradição, a imagem da Virgem Maria pintada por São Lucas teria sido encontrada na Terra Santa pelo Vice-Rei de Jerusalém, Rogério Sanseverino, em meados do século XIII, o qual a mandou de presente a Carlos II, rei da Sicília. Este, por sua vez, legou a sagrada relíquia a seu filho, São Ludovico, que, devendo partir para a Espanha, a confiou ao seu padrinho Raimundo del Balzo, Conde de Spoleto e Barão de Casaluce, para que ele colocasse a preciosa pintura na igreja de seu castelo. Aconteceu que São Raimundo, nomeado bispo de Tolosa, faleceu prematuramente e Raimundo del Balzo, em 1295, confiou a guarda da veneranda imagem aos padres Celestinos, com os quais tinha vínculos de amizade, cedendo-lhes a propriedade do castelo de Casaluce, assim como de todos os objetos que ali se encontravam. Como esta localidade, situada no sul da Itália, durante o verão era atacada pela malária, os padres deixavam MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Casaluce e iam para Aversa, levando consigo a pintura da Mãe de Deus, que colocavam no templo anexo ao seu convento. Com o passar do tempo, desenvolveu-se o hábito de levar a imagem para Aversa em ocasiões especiais, como por exemplo nas calamidades públicas. Este costume foi a causa de constantes atritos entre Casaluce e Aversa, que não chegaram a um acordo sobre as transladações extraordinárias da Sagrada Efígie. Os distúrbios chegaram a tal ponto que foi necessária a intervenção das autoridades públicas. Em 1744, um decreto do rei Carlos III de Nápoles confirmou a presença da Santa Imagem em Aversa para os tradicionais dois meses e fixou também as ocasiões especiais para o seu traslado. Durante o domínio napoleônico em 1807, a Ordem dos Celestinos foi abolida por decreto imperial e seus bens foram confiscados. Assim as sedes paroquiais de Casaluce e Aversa foram transferidas para antigas igrejas dos padres Celestinos. O mesmo decreto confiava aos respectivos vigários a perpetuação do culto à Madona de pele morena. O primeiro ato desta troca de guarda da custódia da Imagem foi o acordo entre os dois Párocos em ter exposta a imagem nas respectivas igrejas paroquiais por igual espaço de tempo: seis meses em cada uma. Tal acordo durou 46 anos. As questões recomeçaram em 1852 por causa da confecção do primeiro andor de prata, no qual se transportava a imagem. Cinco anos depois, nova resolução determinava que a Santa permaneceria em Aversa de 15 de junho a 15 de outubro, ficando o resto do ano em Casaluce, mas com a condição de que Aversa construísse um novo andor de prata mais bonito e suntuoso que o primeiro. Este segundo andor ficou pronto em 1858. Serenados os ânimos, desta data em diante a imagem de Maria Santíssima de Casaluce passa e repassa entre os dois povos. A imagem foi coroada duas vezes. A primeira, em 1801, pelo bispo diocesano Dom Francesco del Tufo, auxiliado pelos padres celestinos. A segunda coroação ocorreu em 1901, celebrando a data centenária da primeira coroação. Ofereceu-se à Virgem uma nova coroa, mais bonita e mais artística, executada pelos ourives napolitanos Sodo e coube a Dom Francesco Vento o privilégio de coroá-la. No final do século XIX, os imigrantes italianos, concentraram-se no bairro do Brás em São Paulo. Os Napolitanos instalaram-se preferencialmente na rua Caetano Pinto e aí revelaram a devoção à Casaluce. Eles trouxeram uma réplica do quadro, cuja a cópia fiel da imagem da santa se encontra na Itália. Fundaram então, a igreja em 1900 e continuaram ligados assim, mais fortemente à terra natal; até hoje, no mundo inteiro, só existem duas igrejas dedicadas à N.Sra. de Casaluce, a de Nápoles e a de São Paulo. Através desse sentimento religioso, nasceu a primeira festa italiana de São Paulo, com comidas típicas, muita música e alegria. Inúmeros são os milagres de N.Sra. de Casaluce. O povo vem agradecer a intercessão da Mãe de Jesus pelas graças recebidas e pedir sempre. "Peça à Mãe de Deus que o Filho atende". A Página da Paróquia Nossa Senhora de Casaluce, da qual copiamos a imagem, a oração e algumas informações. Traz outra versão para o surgimento desta invocação. Vale a pena conferir. Fonte: Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 140-143 Página 30 CHARTRES, Nossa Senhora de Este título mariano francês remonta ao lugar chamado "Carnatum", nome céltico que designava uma gruta sagrada onde era venerada uma divindade céltica. No tempo dos romanos, por ordem de César, os druidas aí concentravam suas atividades religiosas. Quando o cristianismo aí penetrou, nos primórdios de sua existência, os cristãos aproveitaram do antigo culto o que puderam. Deixaram até ficar em seu trono a antiga imagem dos celtas, que representava uma mulher com uma criança ao colo, adaptando-a à fé cristã sob o título de "Notre Dame sous Terre", isto é, "Nossa Senhora sob a terra". à qual depois denominaram Nossa Senhora de Chartres, pois é muito comum, para diferenciar as imagens milagrosas umas das outras, dar-lhes como título o nome do lugar em que foram encontradas, ou mesmo do lugar em que simplesmente se celebrizaram por seus milagres Era uma imagem de madeira, de 80cm de altura, enegrecida pelo tempo, representando uma mulher sentada numa rústica cadeira de braços, com uma criança ao colo; a criança tinha a mão direita levantada em ato de abençoar e apoiava na esquerda uma bola. A mãe tinha a cabeça cingida por uma coroa de folhas de carvalho. Um caminho subterrâneo para os peregrinos, conduzia a essa divindade, e uma fonte, cuja existência denotava sua origem galo-romana, corria paralela ao caminho. Na época da Revolução Francesa essa imagem foi queimada, e no século XIX a substituíram por uma nova imagem de Maria, até hoje muito venerada. Na subterrânea e enegrecida abóbada ardem constantemente numerosas lâmpadas, e as paredes laterais do altar estão cobertas de ex-votos. O culto cristão adaptou-se facilmente ao culto subterrâneo dos celtas, porque também os cristãos, nos primeiros séculos, prestavam culto a Deus escondidos em catacumbas e a Gália foi um dos primeiros países em que o cristianismo penetrou. Isso contribuiu para a origem da lenda segundo a qual os sacerdotes celtas de Carnutum, no tempo em que a Mãe de Deus vivia aqui na terra, tinham-lhe enviado uma mensagem e lhe rendiam homenagem sob o título de Nossa Senhora de Chartres, adotado depois também pelos cristãos; reza também a lenda que dois discípulos do apóstolo Pedro - Sabiniano e Potenciano - foram os primeiros cristãos a ir de Roma para Chartres. Por causa desta lenda ou tradição, a igreja de Chartres (hoje catedral) é considerada a mais antiga da França. por ter sido fundada antes do nascimento de Cristo. Ela foi consagrada em 1260 e é considerada a catedral mais suntuosa da França, o mais antigo e venerável santuário daquele país, célebre não só como lugar de peregrinação, mas também como obra de arte. Fonte: "Maria e seus títulos gloriosos", Edésia Aducci, Ed. Loyola, pp. 39-40 MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 31 CHINA, Nossa Senhora da CONCEIÇÃO, Nossa Senhora da Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong Lu em Boading e Sheshan em Shangai. O Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai está sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica nacional infiel ao Papa), o Santuário a Dong Lu permanece firmemente com Igreja Católica Romana, chamada "Igreja Subterrânea". Católicos, desde 1924, viajaram todos os maio de todas as áreas de China para Dong Lu rezar antes da Mãe Santificada de Cristo, exceto durante a Revolução Cultural. Trata-se de um título litúrgico, celebrado no dia 8 de dezembro, pelo qual os católicos professam a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original, e nasceu, portanto, sem o pecado original. Vale dizer: ela é toda santa, a cheia de graça, desde o momento de sua concepção. O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, com a bula Ineffabilis Deus. Esta solene definição pontifícia foi resultado de um desenvolvimento da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos. O calendário romano já incluira a festa em 1476. Contudo, no sétimo século esta celebração já existia no Oriente. Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade. Quatro anos após a proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: "Eu sou a Imaculada Conceição". Em Portugal, o culto foi oficializado por Dom João IV, º primeiro rei da dinastia de Bragança, que fora aclamado a 1 de dezembro de 1640, quando se iniciava a oitava da festa da Imaculada Conceição. Seis anos depois, com a aprovação das Cortes de Lisboa, o rei dedicou à Virgem Imaculada o reino português. O solar da padroeira é Vila Viçosa, que deu seu nome a uma ordem honorífica instituída por Dom João VI em 1818, com a denominação de Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. No Brasil existem cerca de 533 paróquias dedicadas à Virgem Imaculada. A primeira imagem chegou em uma das naus de Pedro Álvares Cabral. Os Frades Menores Franciscanos foram os propagadores dessa devoção. O culto teve início na Bahia em 1549, quando Tomé de Souza chegou a Salvador trazendo uma escultura da santa. Ela foi a protetora de nosso país no período colonial e foi proclamada Padroeira do Império Brasileiro por Dom Pedro I. Já no despontar do século XX, com o advento da República, o título cedeu lugar a Nossa Senhora Aparecida, que é uma antiga imagem da Imaculada Conceição encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul. Este título recorda que Deus, em sua Providência, quis formar de modo extraordinário a arca que conteria seu Divino Filho, poupando-a de todo e qualquer traço de pecado. Para Deus nada é impossível. Amemos Maria Santíssima em sua imaculada conceição, na totalidade de seu amor e entrega nas mãos de Seu Salvador. Ele, que olhou para a humildade de Sua serva, a cumulou de graças imperecíveis. Ver: Dong Lu, Nossa Senhora da Sheshan, Nossa Senhora da CHIQUINQUIRÁ, Nossa Senhora de Padroeira da Colômbia Segundo reza a tradição, entre os primeiros conquistadores do Novo Reino de Granada encontravase Antonio de Santana, grande devoto da Virgem do Rosário e administrador dos povoados de Suta e Chiquinquirá. Conforme a legislação da época, um dos primeiros deveres dos "encomederos" era a de construir uma casa com múltiplas dependências para acolher a própria família e também a administração dos colonos, dos escravos e dos índios das circunvizinhanças. Tal propriedade foi construída e evidentemente nela havia uma capela para os ofícios religiosos. Desejando colocar ali uma imagem da Mãe de Deus, mandou pintar uma imagem de Nossa Senhora do Rosário em uma manta de algodão. A manta era mais larga que comprida. Para que não ficassem vazios os lados da Mãe de Deus, mandou pintar Santo André, o Apóstolo, e Santo Antônio de Pádua, um de cada lado. Logo que recebeu a imagem, colocou-a numa moldura e a expôs no altar da capela. Os anos se passaram e a falta de cuidados e a umidade deterioraram a manta, que se rasgou em várias partes. A pintura estava quase apagada. Quando Dom Antonio faleceu, sua viúva se transferiu para Chiquinquirá, levando consigo o quadro, que foi colocado em uma capela. Dez anos depois veio àquele lugar uma piedosa mulher chamada Maria Ramos, cunhada do falecido Santana, que limpou o quadro e o colocou num lugar de melhor destaque na capela. Numa sexta-feira, dia 26 de dezembro de 1586, Maria Ramos se preparava para sair da capela, quando uma índia cristã despertou sua atenção para a imagem, que aparecia cercada de brilhantes resplendores. Maria Ramos prestou atenção à ocorrência e foi grande seu assombro ao se dar conta da grande transformação que se dera na pintura, cujas cores, antes tão manchadas, agora apareciam vivas e claras, tão fortemente que resplandeciam por toda a capela. Maria Ramos e a índia começaram a clamar jubilosas até que chega Juana de Santana. As três mulheres se ajoelharam e louvaram a Deus por tão grande maravilha. E o prodígio se espalhou, tendo início os milagres. Pio VII a declarou patrona da Colômbia em 1829. A imagem foi canonicamente coroada em 1919. CONCEIÇÃO Senhora da DA NICARÁGUA, Nossa Na Nicarágua, no departamento de Chinandega, encontra-se a paróquia de se El Viejo, na qual se venera, há muito tempo, a imagem da Imaculada Conceição de Maria. Segundo a tradição a imagem de Nossa Senhora de "El Viejo" foi trazida da Espanha por Pedro Ahumada, irmão caçula de Santa Teresa de Ávila, que fora nomeado MEEU MARIA - MÃE DA TERRA governador da província da Nicarágua. À Reformadora do Carmelo teria pertencido a imagem que a entregou a seu irmão antes que ele viajasse às Índias. Desde o momento em que a imagem chegou à cidade a população começou a render-lhe culto porque o governador instalou um oratório em sua casa. Quando expirou seu cargo como governador e foi promovido, apesar das súplicas do povo, Pedro decidiu levar a imagem consigo. No dia em que ele se dirigia ao porto para embarcar, precisou retornar a sua casa devido ao mal tempo. Este fato se repetiu por duas vezes, induzindo-o a pensar que o plano de Deus era que a imagem permanecesse na Nicarágua. A partir de então, o culto ampliou-se cada vez mais e deram-lhe o nome de Nossa Senhora de "El Viejo". CONFIANÇA, Nossa Senhora da Este título mariano, de origem brasileira, deve-se à Irmã Alice Marie Senise, do colégio Notre Dame, no bairro do Sumaré na capital paulista. Foi ela quem observou a imagem de Nossa Senhora quando passava de ônibus pelo cemitério protestante chamado "Cemitério do Redentor". Irmã Alice vivia intrigada com a presença desta estátua de pedra maciça da Virgem nesse local. Numa de suas passagens notou que a imagem já não estava em seu pedestal. Muito aflita, em saber o que haviam feito dela, saltou para indagar. A porta do cemitério encontrava-se fechada. Mesmo assim, através das frestas e pequenos ângulos, pôde ver a imagem atirada ao lixo. Irmã Alice Marie, com seu jeito carinhoso e aflito, fez compreender ao zelador do cemitério que a Nossa Senhora deveria ser recolhida a sua casa. Um mês após, mais exatamente no dia 20 de Abril de 1959, a religiosa conseguiu que a estátua fosse transferida ao Colégio Notre Dame. De 21 de Abril a 2 de Maio do mesmo ano a Virgem ficou em reparação. Irma Alice Marie recebeu instrução para que Nossa Senhora fosse venerada com algum nome. E assim aconteceu no dia 3 de Maio, durante a missa, na hora da Comunhão. Dia 20 de maio de 1959, a Imagem retorna ao Colégio, não mais humilhada e indigente, mas como Rainha, revestida de ouro, trazendo sobre o peito o emblema da Confiança: Fé, Esperança e Caridade. Na mão direita os raios da graça. Na fronte a coroa soberana, adornada com trinta e três pedrinhas, azuis. verdes. vermelhas, como símbolo dos anos que seu filho passou sobre a terra. Em 30 de Maio, último sábado do mês, houve a bênção da Imagem, que recebeu o nome de Nossa Senhora da Confiança. As alunas do Colégio Notre Dame a coroaram. Essa grande cerimônia foi presidida pelo Reverendíssimo Padre Dutra do Colégio São Luiz de São Paulo. Em 30 de Agosto de 1959, entoou-se, pela primeira vez, o hino escrito e composto em seu louvor. Página 32 CONSOLATA, Nossa Senhora A devoção a Nossa Senhora Consolata, cujo santuário mais famoso situa-se em Turim, na Itália, teve início de acordo com a seguinte tradição: Santo Eusébio trouxe o ícone do Egito para a Itália no século IV e o deixou em Turim. São Máximo, bispo de Turim de 380 a 420, o colocou num pequeno santuário mariano da cidade. São Máximo promoveu a devoção até que os iconoclastas começaram a destruir crucifixos, imagens e relíquias dos santos. O ícone da Consolata, entretanto, não foi destruído. Alguém o escondeu numa cripta da Capela de Santo André, em Turim, até o século XI. Em 1014, Arduíno, Marquês de Ivrea, estava seriamente enfermo. Teve uma visão da Virgem Santíssima que pediulhe a construção de uma capela sob o título de Nossa Senhora da Consolata, na igreja de Santo André, prometendo-lhe a recuperação da saúde. Tocado profundamente pelos favores da Virgem Maria, Arduíno empreendeu seriamente a construção da capela. Durante os trabalhos da escavação, o ícone da Consolata foi reencontrado para a alegria da população. O santuário transformou-se um lugar de muitas graças e bênçãos. No século seguinte, uma terrível guerra civil quase destruiu completamente a cidade de Turim, e a capela que o Marquês tinha construído para o ícone da Consolata ficou esquecida no meio das ruínas. Em 1104, John Ravais, um homem cego de Briançon, França, teve um estranho sonho: enterrado sob as ruínas de uma velha igreja velha, viu uma pintura de Nossa Senhora. A Virgem revelou-lhe que aquela capela localizava-se em Turim, na Itália. Maria queria ser honrada novamente naquele lugar. Se fizesse alguma coisa para recuperar aquela igreja, ele seria curado da cegueira. O homem dirigiu-se a Turim. Iniciados os trabalhos de escavação, foram encontrados os restos da igreja e o ícone intacto no dia 20 de junho de 1104. Comovidos pelo milagre ocorrido, os cidadãos de Turim transformaram a pequena capela em um grande Santuário onde vem sendo venerada pelos séculos a Virgem Santíssima sobre o título "Consolata". Encarregou-se de espalhar a devoção a Nossa Senhora Consolata o Pe. José Allamano, que foi reitor do Santuário de Nossa Senhora Consolata em Turim, por 46 longos anos e o transformou num centro de Espiritualidade Mariana e de irradiação missionária. Fundou duas congregações religiosas, a dos Missionários da Consolata e das Missionárias da Consolata. "Consolata" quer dizer "Consoladora". A missão destes religiosos e anunciar ao mundo todo a Verdadeira Consolação: JESUS CRISTO. Eles têm como lema que lhes deixou o Fundador: "Anunciarão a minha glória aos povos" ( Is 66,19). Contemplando a imagem da Consolata, vemos Nossa Senhora que reclina docemente a cabeça para Jesus. Símbolo desse gesto: ela dirige seu pensamento à fonte e causa de todas as suas grandezas: seu divino filho. Parecenos ouvir ainda de seus lábios o "Magnificat"- solene cântico de gratidão - que há vinte séculos ecoa pelas montanhas da Judéia e pelas encostas do mundo: "O Poderoso fez em mim maravilhas... Sua misericórdia se estende de geração em geração"(Lucas 1, 49-50). MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Ao mesmo tempo, Nossa Senhora volve para nós seu olhar, como para infundir-nos os mesmos pensamentos e afetos. A fonte das misericórdias e das consolações é Jesus Cristo. Maria recebe dele as graças que derrama sobre os homens. Em sua missão materna, ela quer conduzir a Jesus as almas consoladas por seu amor. Suas consolações não visam tornar a vida menos triste, mas purificar mais a mais a consciência; não tendem apenas a livrar o coração das preocupações, mas enriquecê-lo de virtudes; não a subtrair o cristão, mas enriquecê-lo de virtudes; não a subtrair o cristão da dor, e sim aproximá-lo de Jesus Cristo. Nossa Senhora Consolata estreita ao coração o Menino Jesus... Símbolo do mais belo amor que une o Coração de Deus a um coração de criatura. Jesus e Maria estão indissoluvelmente unidos pelo amor. Nossa Senhora é a criatura que Deus mais amou; é a criatura que mais amou a Deus! Em força do amor de Jesus, ela é Imaculada, a virgem Mãe do Redentor, a Rainha do céu, perfeitíssimo exemplar da santidade, poderosa Medianeira entre o céu e a terra, a Consoladora dos aflitos. Em suma: o amor de Jesus é a razão de toda a sua felicidade, a chama divina que ela quer atear na ala dos seus devotos. Se Nossa Senhora usa tão generosamente do seu poder para consolar, é para que nós, libertos da dor, nos elevemos com mais generosidade e presteza ao amor de Jesus. Contemplando a imagem de Nossa Senhora Consolata, vemos Jesus com a mão direita elevada, em atitude de abençoar. Simboliza o admirável desígnio realizado em Maria: como por intermédio de Eva se abateu sobre a terra uma torrente de sofrimento, assim, por intermédio de Maria, a divina misericórdia fez jorrar a fonte de todos os bens. Jesus salva o mundo, passando através das entranhas imaculadas da maternidade de Maria. Ele nutre e mata a sede das almas com o corpo e o sangue que recebeu de Maria. Vemos, por fim, duas coroas cingindo a fronte de Jesus e de Maria: símbolo glorioso dum império celeste que abrange o céu e a terra. Nos dois diademas, os católicos reconhecem e proclamam a régia majestade de Jesus Cristo e de Maria. COPACABANA, Nossa Senhora de Padroeira da Bolívia Copacabana é uma cidade e porto da Bolívia, capital da província de Manco Cápac. Está situada às margens do Lago Sagrado Titicaca, na península com o mesmo nome. O grandioso cenário que o rodeia é formado pelo maciço andino da Cordilheira Real. Desde os primeiros tempos da conquista pelos irmãos Pizarro, a partir de 1538, aí se pregou o Evangelho. Esta missão era executada, à época, pelos religiosos da Ordem de São Domingos. Francisco Tito Yupanqui, de sangue real, era descendente direto dos Reis Incas. Nasceu em Copacabana e no escudo de armas que o imperador Carlos V concedeu a seus antepassados constava o lema "Ave Maria". Desde menino demostrou profundo amor à Santíssima Virgem Maria. Em nome desse amor lutou pelo desejo de seu povo Hanansaya de que a imagem da Virgem da Candelária ocupasse um lugar de destaque no altar-mor da humilde capela de Copacabana. Também se empenhou em formar uma Confraria para honrar a Santíssima Virgem. Tinha inclinação natural para a pintura e escultura. Carecia, contudo, de conhecimentos elementares das técnicas destas nobres artes. Página 33 Contudo, ajudado por seu irmão Felipe, esculpiu uma imagem da Virgem em argila. O resultado não foi grande coisa. Foi feita apenas de boa vontade e amor a Nossa Senhora. O padre Antonio de Almeida, o pároco, colocou-a a um lado do altar. Seu sucessor, Dom Antonio Montoro, ao ver essa imagem desajeitada, tosca e desproporcional, mandou tirá-la do altar e a colocou com desprezo num canto qualquer da sacristia. Humilhado Francisco Tito por este contratempo e aconselhado pelos seus, dirigiu-se a Potosí, que contava com destacados mestres em escultura de imagens sacras. O sincero e profundo amor que sentia pela Virgem Santíssima Virgen era bem maior que sua inclinação para a arte. Com ardentes orações e jejuns, invocou a bondade de Maria para proporcionar a seu povo uma imagem digna de veneração. Com esta santa preocupação, procurou, o pobre escultor, em todas as igrejas de Potosí uma imagem da Virgem que pudesse lhe servir de modelo. Indicaram-lhe uma em Santo Domingo. Tito Yupanqui, o humilde enamorado da Virgem Maria, chegou a adquirir no atelier do mestre Diego Ortiz, certo domínio na arte da escultura e na preparação da madeira. Com esses conhecimentos se pôs a construir a imagem definitiva da Candelária. Antes de começar seu trabalho, mandou celebrar uma Missa em honra da Santíssima Trindade, para obter sobre sua obra a bênção divina. Era indizível a alegria que Francisco transmitia quando dava os últimos retoques em sua bendita e amada Virgem da Candelária. A preciosa imagem chegou a Copacabana em meio a emoção do povo que a acompanhou em concorrida procissão. A chegada da Virgem ao seu trono de glória foi um verdadeiro triunfo. Desde então começou a sua maternal misericórdia, derramando milagres e graças incontáveis. Os milagres concedidos por intercessão da Virgem de Copacabana a todos que a invocam com fé e esperança são inumeráveis. O santuário de Copacabana é um dos mais antigos da América. O templo atual foi construído em 1805 e a imagem foi coroada durante o Pontificado de Pio XI. Com o passar dos anos, os fiéis doaram grande quantidade de jóias valiosíssimas e o templo se encheu de tesouros. Essa riqueza foi posteriormente saqueada por presidentes, generais e ditadores. A imagem original nunca sai do Santuário. Paras as procissões usa-se uma cópia. Um costume bem original desse Santuário, basílica desde 1949: os fiéis que o visitam saem sempre caminhando para trás, com a intenção de nunca dar as costas a sua querida padroeira, cuja festa originalmente era celebrada no dia 2 de fevereiro. Foi transferida para 5 de agosto, com liturgia própria e grande festa popular. COROMOTO, Nossa Senhora de Padroeira da Venezuela No ano de 1652, Nossa Senhora de Coromoto apareceu aos índios do mesmo nome. Foi declarada Padroeira da Venezuela pelo Episcopado venezuelano no dia primeiro de maio de 1942. O papa Pio XII a declarou "Celeste e Principal Padroeira de toda a República da Venezuela" no dia 7 de outubro de 1944. O Santuário MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Nacional está construído no local da aparição, perto da cidade de Guanaguanare. O Papa João Paulo II, em fevereiro de 1996, abençoou pessoalmente este Santuário. Entre os índios que habitavam a região de Guanaguanare, havia um grupo conhecido como "Coromotos". Quando chegaram os colonizadores espanhóis, os Coromotos se embrenharam na selva, montanhas e vales situados a noroeste da cidade de Guanare, nas fontes e margens dos rios Tucupido e Anos. Os Coromotos moraram muito tempo nesses lugares distantes e sua memória foi sendo perdida, até que chegou o momento de sua conversão, graças a poderosa mediação da Santíssima Virgem. Um espanhol honrado e bom cristão, chamado Juan Sánchez, possuía as férteis terras de Soropo, situadas a quatro ou cinco léguas de Ganare. A ele se uniram para trabalhar a terra e tratar do gado dois colonizadores: Juan Sibrián e Bartolomé ánchez. Descansando de uma longa viagem em certo dia, do ano de 1651, o Cacique dos Coromotos, acompanhado de sua mulher e filhos, eis que lhes aparece uma formosíssima Senhora de incomparável beleza, que trazia em seus braços um preciosíssimo Menino, caminhando sobre as cristalinas águas da corrente. Maravilhados, contemplam a majestosa Dama; esta lhes sorri amorosamente e fala ao Cacique em sua própria língua, dizendo-lhe que ali fora procurar água para colocar sobre a cabeça e assim poder subir aos céus. Estas palavras foram ditas com tal unção e força que comoveram o coração do Cacique. Ele se dispôs a cumprir os desejos de tão encantadora Senhora... No mês de novembro do citado ano, Juan Sánchez passava perto daquela região seguindo a estrada denominada "Cauro", quando ia em viagem para El Tocuyo. A certa altura, encontra o chefe dos Coromotos, que lhe conta que uma belíssima Mulher, com uma criancinha formosa havia-lhe aparecido pedindo-lhe que fosse ao local onde moravam os brancos para buscar água para molhar sua cabeça, antes de ir para o céu. E acrescentou o Cacique que tanto ele como todos os de sua tribo estavam dispostos a atender os desejos de tão excelsa senhora. Juan Sánchez, gratamente surpreendido pelo relato do índio, disse-lhe que estava indo de viagem para um povoado chamado El Tocuyo. A oito dias estaria de volta. Quando retornou, Juan Sánchez juntou-se aos Coromotos. Toda tribo partiu com o espanhol. Seguindo as indicações de Juan Sánchez, a caravana se deteve no ângulo formado pela confluência dos rios Tucupido e Guanaguanare, num lugar que foi chamado de Coromoto. Juan Sánchez foi imediatamente à vila do Espírito Santo de Guanaguanare e avisou as autoridades sobre o ocorrido. Os alcaides Dom Baltazar Rivero De Losada e Dom Salvador Serrada Centeno, que governavam a Vila, dispuseram que os índios permanecessem em Coromoto e ofereceram-lhes Juan Sánchez para demarcar terras para seus trabalhos e para doutriná-los nos rudimentos da religião cristã. O abnegado espanhol cumpriu sua missão cuidadosamente, fazendo de tudo para tornar feliz a permanência dos índios naquela região. Os indígenas construíram seus ranchos, receberam as terras e, contentes, ouviam as explicações doutrinárias que lhes dava o espanhol, ajudado por sua esposa e os outros dois companheiros. Este trabalho apostólico foi sendo coroado de êxito. Pouco a pouco os índios iam sendo batizados. Página 34 O Cacique, a princípio, assistia com gosto às instruções, mas começou a se desgostar e a sentir falta de seus bosques. Não mais freqüentou as reuniões promovidas por Juan, não quis mais aprender a doutrina cristã e se recusou a ser batizado. No dia 8 de setembro de 1652, Juan Sánchez convidou os índios que trabalhavam em Soropo para assistirem a alguns atos religiosos que haviam sido preparados. O Cacique Coromoto recusou este convite. Ainda assim, seus companheiros honraram com humildes preces a Virgem. Isso deixou o Cacique enraivecido que fugiu para Coromoto. A cabana do Cacique era a maior entre todas as choças indígenas, mas era pequena e pobre em comparação às casas dos espanhóis. Naquela noite se encontravam na cabana uma irmã do Cacique, chamada Isabel e seu filho, de doze anos e outras duas índias. O Cacique Coromoto chegou muito triste e calado. Imediatamente deitou-se na esteira. Vendo o seu estado, ninguém lhe dirigiu a palavra. Passou-se um longo tempo de silêncio. O Cacique tentava dormir, mas dentro de sua memória não saía aquela Senhora. Ouvia sua doce, contudo, outros pensamentos turvavam seu triste e melancólico caráter: seu orgulho humilhado pela obediência e sua desenfreada liberdade, clamava por uma completa emancipação; certa raiva interna e inexplicável lhe pintava o batismo e a vida dos branco como insuportáveis. Em poucos minutos, a Virgem Santíssima apareceu na cabana do Cacique, em meio a invisíveis legiões de anjos que formavam seu cortejo. Dela saíam raios de luz que inundaram a choça. Segundo o testemunho da índia Isabel a luz era tão potente que parecia a luz do sol ao meio-dia. Mas não cansava a visão daqueles que a contemplavam tão grande maravilha. O Cacique reconheceu a mesma bela mulher que, meses antes, contemplara sobre as águas. O índio pensava, provavelmente, que a Senhora viera reprovar seu comportamento. Passados alguns segundos, o Cacique rompeu o silêncio e dirigindo-se à Senhora disse enfurecido: Até quando irás me perseguir?" Estas palavras impensadas e desrespeitosas mortificaram a esposa do Cacique, que o consolou: "Não fales assim com a bela mulher. Não tenhas tanto mal em teu coração". O Cacique, encolerizou-se e não pôde mais suportar a presença da Divina Senhora que permanecia à porta dirigindo-lhe um olhar tão terno e carinhoso, capaz de comover o coração mais duro. Desesperado, o Cacique saca de um arco com uma flecha e chegando ao auge de sua loucura ameaça matá-la. Nesse instante, a Excelsa Senhora entra na choça, sorridente e serena, aproxima-se dele que lança o arco contra o chão. O Cacique tenta abraçar a Senhora que desaparece, deixando a cabana iluminada apenas pela luz do fogão. Fora de si e mudo de terror, ele ficou alguns minutos imóvel, com os braços estendidos e entrelaçados, na mesma posição em que estavam quando tentara agarrar a Virgem. Ele tinha uma mão aberta e a outra fechada, que apertava o máximo. Ele sentia que a bela mulher a havia fechado. Cheio de temor, o índio disse à sua mulher: "Aqui a tenho!". As mulheres disseram em coro: "Mostre-nos". O Cacique abriu a sua mão e os quatro indígenas reconheceram ser aquela uma imagem e acreditaram que era a "Bela Mulher". Quando o índio abriu a mão, a pequena imagem lançou raios luminosos que causaram grande esplendor. O Cacique começou a suar frio. Com a mesma fúria de antes, envolve a milagrosa imagem em uma folha e MEEU MARIA - MÃE DA TERRA a esconde no teto de palha de sua casa dizendo: "Aí tu te queimarás, para que me deixes". O indiozinho, que interiormente desaprovava a torpe conduta do tio, prestou bem atenção no esconderijo da imagem e resolveu avisar Juan Sánchez sobre o que ocorrera. Escapou da casa por volta da meia-noite em direção a Soropo, enfrentando com coragem todos os riscos. Ao chegar, todos dormiam. Ele sentou-se à beira da porta e esperou o amanhecer. A esposa de Juan Sánchez, ao abrir a porta de sua casa na madrugada do domingo, surpreendeu-se ao ver o menino. Ele contou-lhe tudo que havia acontecido. A mulher chamou o marido. Juan sorriu e não deu crédito ao relato do indiozinho, que repetiu sua história veementemente: "Podem ir a Coromoto agora mesmo e vocês irão comprovar o que digo". Bartolomé Sánchez, Juan Sibrián, Juan Sánchez e o indiozinho se puseram sem demora a caminho de Coromoto. Quando chegaram perto do povoado os três espanhóis se esconderam a três quadras da casa. O menino se encarregou de ir à choça do tio apanhar a imagem. Felizmente, o Cacique e as duas mulheres estavam fora da casa. Sem que ninguém o visse, o menino entrou na casa. Com o coração em júbilo pegou a imagem e a levou para Juan que, ao recebê-la, sentiu profunda emoção. Na imagem reconhecera a efígie de Maria Santíssima, a Mãe de Deus. Com muito respeito a colocou em um relicário de prata que costumava carregar. Retornando à sua casa em Soropo, Juan Sánchez colocou a pequena imagem, que já começava a ser chamada de Nossa Senhora de Coromoto, em um altarzinho, alumiando-a com uma vela de cera escura. Esta humilde luminária ardeu dia e noite, sem consumir-se desde as doze horas da noite de domingo até à tarde de terçafeira. Este fato foi declarado milagroso, pois o pedaço de vela deveria arder, no máximo, uma meia hora. Terça-feira, à tarde, Juan Sánchez foi à Vila de Guanaguanare (Guanare) onde revelou ao Padre Dom Diego Lozano, tudo quanto sabia sobre a imagem. Mas este não lhe deu crédito, dizendo que aquela estampa deveria ser obra de algum viajante. Juan Sánchez, sem se lastimar por isso, regressou feliz a Soropo, pois comprara o necessário para manter uma lamparina acesa diante da imagem, que ficou em sua casa até primeiro de fevereiro de 164, isto é, um ano e quatro meses. No dia 9 de setembro, domingo, o Cacique resolveu ir aos montes com alguns índios. Mal entrou no bosque foi mordido por uma cobra. Vendo-se mortalmente ferido e reconhecendo no acontecimento um castigo do céu pela sua péssima conduta com relação à Senhora, começou a se arrepender, pedindo em altos gritos que lhe administrassem o Batismo. A casa de Juan Sánchez se transformou num pequeno santuário. Para aí acorreu toda a população de Guanare atraída pelos milagres, graças e favores que eram alcançados por intercessão de Nossa Senhora de Coromoto. No dia primero de fevereiro de 1654 a imagem foi trasladada solenemente para a igreja de Guanare por ordem do pároco Diego de Lozano. A devoção popular foi crescendo espantosamente até a coroação pontifícia em 1952. A força histórica do fato coromotano repousa principalmente no testemunho do povo. Uma tradição jamais interrompida. Na década dos anos 20, houve um evidente ressurgir do movimento coromotano, mas não se pode dizer Página 35 que tenha sido o ressurgir de algo morto, pois desde sua aparição até os nossos dias, o povo da Venezuela jamais deixou de peregrinar a Guanare para honrar sua padroeira. Atualmente pode-se afirmar que não existe um só templo católico venezuelano que não possua uma imagem de Nossa Senhora de Coromoto, sempre amada e homenageada pelos fiéis. COTOCA, Nossa Senhora de Trata-se de uma devoção boliviana. Em fins do século XVIII, na Bolívia, três humildes camponeses foram acusados injustamente de um assassinato. Fugiram, então, desesperados rumo ao Rio Grande. Depois de andarem algumas léguas chegou a noite trazendo muito frio e uma atroz ventania. Decidiram descansar numa pequena clareira do monte de Asusaquí. Logo procuraram acender um fogo para se aquecer. Com o auxílio de um machado, um dos rapazes deu vigorosos golpes numa grande árvore que encontrou. Para sua surpresa, a árvore parecia oca. O que estaria escondido naquele estranho tronco? Começaram a golpeá-lo mais fortemente e, espantados, viram dentro do tronco uma pequena imagem da Virgem Maria. Emocionados, os fugitivos resolveram levar a imagem para seu patrão, desistindo da fuga. A fama do milagroso achado rapidamente se espalhou. Foi crescendo o número dos que iam render culto à Virgem e pedir graças. Uma devota construiu em Cotoca a primeira e bem humilde capelinha que foi abençoada no dia 15 de dezembro de 1799. A aldeia de Cotoca localiza-se a 20 quilômetros de Santa Cruz, na Bolívia, sobre a rodovia que corta o Rio Grande na entrada de Chiquitanía. O povoado é conhecido por seus excelentes trabalhos em cerâmica e por um prato típico feito de queijo, o "Sonso". Mais ainda é famosa pela presença da "Mamita de Cotoca", como é carinhosamente venerada a Virgem Maria no Santuário que atualmente tem os cuidados pastorais dos Frades Dominicanos. A Paróquia do Santuário tem como nome a "Purísima Concepción de la Virgen" e possui numerosas comunidades rurais. A festa de Cotoca, celebrada com grande devoção nos dias 7 e 8 de dezembro, atrai milhares de devotos de toda a Bolívia. CZESTOCHOWSKA, Nossa Senhora de Patrona da Polônia Em 1430, os hussitas assaltaram o convento e o santuário onde estava o milagroso quadro de Nossa Senhora de Czestochowska, de modo que se perdeu o arquivo do convento, e por isso não há mais documentos escritos sobre a primitiva história desse quadro mi1agroso. A Santa Sé reconhece, porém, o dia 7 de setembro de 1382 como o dia da MEEU MARIA - MÃE DA TERRA instalação do milagroso quadro na montanha Jasna Gora, e existe ainda uma detalhada re1ação das festividades que se realizaram para celebrar esse acontecimento. Desde os primórdios do Santuário foram os Eremitas de São Paulo os seus guardiães. As cópias do quadro milagroso espalharam-se brevemente por toda a cristandade, e em muitas igrejas de outros países ficaram expostas ou foram veneradas. Apesar da destruição dos hussitas, durante a qual o quadro foi danificado, nunca cessou o movimento de peregrinos, e o santuário foi dentro em pouco restaurado. Os peregrinos eram numerosíssimos principalmente nos festejos dos centenários, estando presentes em 1782 cerca de 600 mil fiéis. º 0 500 jubileu foi celebrado em meio aos mais difíceis acontecimentos políticos: a Polônia tinha sido dividida, e suas províncias anexadas aos três países limítrofes; contudo, apesar das dificuldades das fronteiras, compareceram aos festejos milhares de fiéis. 0 quadro milagroso de Czestochowska é uma das imagens antigas (de Nossa Senhora) que ainda hoje são veneradas por um culto constante e fervoroso. Segundo uma lenda, o quadro foi pintado por São Lucas, já no tempo de Maria Santíssima, no tampo de uma mesa feita por São José. Na Santa Casa de Loreto há uma exposição dos objetos que nela havia quando foi trasladada, com a seguinte nota: "A mesa da Santíssima Virgem acha-se na Polônia, na cidade de Czestochowska". Os historiadores dos séculos XIV e XV falam a respeito desta lenda. Segundo um deles, esse quadro foi primeiro levado para Jerusalém. Santa Helena o achou e presenteou com ele o imperador Constantino, que o colocou numa das salas do palácio, onde ficou até o ano de 431, quando foi levado com outras preciosidades de Jerusalém para uma igreja não-mencionada, ficando escondido até o século IX. Novamente exposto, atraiu logo numerosos peregrinos. Alguns séculos mais tarde mudou várias vezes de dono e de lugar, até que Nossa Senhora manifestou o desejo de ficar em Czestochowska, da seguinte maneira: quando o príncipe Wiadislavo, o último possuidor do quadro, ia levá-lo do castelo de Belz para Olsztyn, os animais que puxavam o carro pararam perto de Czestochowska, e não houve força humana que os fizesse caminhar; porém, assim que tiraram o quadro do carro, por terem resolvido deixá-lo naquele lugar; puderam os animais, no mesmo instante, por-se em movimento. Ficando, portanto, o quadro em Czestochowska, por vontade de Maria Santíssima, deram-lhe um novo título: Nossa Senhora de Czestochowska. Nossa Senhora de Czestochowska é a Padroeira da Polônia, anualmente afluem ao santuário nacional mais de um milhão de peregrinos. O Papa João Paulo II, fiel às suas origens, tem demonstrado freqüentemente sua devoção à Virgem de Czestochowska, a quem aprendeu a amar desde menino. D'OROPA, Nossa Senhora Ao nordeste de Biella, província do Piemonte, Itália, à altura de 200 metros, localiza-se o santuário onde se venera a imagem de uma Nossa Senhora de cor negra que, segundo uma antiga tradição, foi levada por Santo Eusébio da Terra Santa para o vale d'Oropa. Trata-se de um dos mais antigos locais de peregrinação do ocidente. Numa Página 36 pedra que se encontra na basílica está afixada uma data: ano de 369. Após fundar um mosteiro em Vercelli, Santo Eusébio retornou ao vale d' Oropa e reuniu discípulos em torno de si, que depois viveram como eremitas seguindo a Regra de São Bento. Esses eremitas cuidaram do santuário até o século XV, suportando as aflições provocadas pelas invasões dos bárbaros. Só no século XI a paz voltar a reinar naquele lugar sagrado. No século XVII foram chamados para administrar o santuário padres seculares. Em 1918 ali chegaram os Padres Redentoristas. Há uma lenda que diz o seguinte: tinham resolvido transportar a imagem milagrosa para Biella. Mal começaram a viagem, a imagem tornou-se tão pesada que era impossível conduzi-la. Quando decidiram retorná-la ao seu lugar, ela recuperou seu peso normal. No lugar onde a imagem se recusou a ser transportada construíram uma capela conhecida como "capela do Transporte", na subida do monte. Em 1599, ameaçada pela peste, a cidade de Biella invocou a proteção da Virgem, fazendo-lhe a promessa de tomar sobre si uma parte dos encargos para a manutenção do santuário e ajudar na aceleração da construção da basílica. A primeira missa foi celebrada na basílica em 1600. Em 1620 a imagem foi coroada pela primeira vez, na presença de 25 mil pessoas, quando foram presenciados sete milagres. Uma segunda coroação foi realizada em 1720. Os peregrinos puderam contemplar, na ocasião, uma coroa de estrelas sobre a imagem, bem como um cometa que parecia querer cair sobre o local. Outra coroação, em 1820, reuniu 100 mil fiéis no vale. A quarta coroação ocorreu nos primeiros anos após a Guerra Mundial. A festa foi presidida pelo Cardeal Isidoro Valfré, como legado do Papa. São incontáveis os milagres operados por intercessão de Nossa Senhora d'Oropa no decorrer dos séculos. No livrinho "Santuário di Oropa, o Pe. Mário Trompetto informa que o rosto e as mãos da imagem jamais são atingidos pelo pó, apesar de nunca serem espanados. Este milagre pode ser observado por qualquer peregrino. As peregrinações realizam-se durante todo o ano litúrgico, especialmente nos dias 21 de novembro, 15 de agosto e 8 de setembro. Uma grande procissão conhecida como "procissão da peste", organizada pelos habitantes de º Biella, acontece anualmente no dia 1 . de maio. DESATADORA DOS NÓS, Nossa Senhora O quadro de Nossa Senhora Desatadora dos Nós foi pintado por um artista desconhecido por volta do ano 1700 e é venerado em Ausburg, na Bavária, Alemanha, na igreja de St. Peter Am Perlach. Uma cópia desta pintura é venerada em Buenos Aires, Argentina, para onde foi levada pelo bispo Dom Bergoglio. Maria é representada como a Imaculada Conceição. Percebe-se que ela está situada entre o céu e a terra. Sobre a Virgem o Espírito Santo derrama suas luzes. Sua cabeça encontra-se MEEU MARIA - MÃE DA TERRA adornada de doze estrelas, que remetem às doze tribos de Israel e aos doze apóstolos. Um dos anjos entrega-lhe uma faixa com nós maiores e menores, separados e juntos. Estes nós simbolizam o pecado original, nossos pecados cotidianos e suas conseqüências que impedem à graça frutificar livremente em nossa vida. Na parte inferior do quadro vemos que a faixa cai livremente. Um nó foi desatado. Há um anjo e um homem e entre eles um cachorro. Dirigem-se a uma igreja. Pode-se ver aí uma referência ao livro de Tobias (6,13), onde o jovem Tobias empreende uma longa e penosa viagem na qual conhece Sara. Sara já se casara sete vezes devido a um demônio que dela se enamorara. Todos os seus maridos morreram na noite das núpcias. Tobias consegue casar-se com ela e voltar à casa de seu pai. Isto significa que para dois corações realmente se encontrarem, há que se desatar primeiro muitos nós. Nossa Senhora Desatadora dos Nós é invocada como aquela que nos ajuda a desatar todos os nossos males e aflições, todo o mal que nos escraviza e nos torna infelizes e pessimistas. Livres de todas as cadeias que nos prendem ao egoísmo, abrimo-nos nosso coração a Seu Filho Jesus para finalmente saber em que consiste a verdadeira liberdade dos filhos de Deus. DESTERRO, Nossa Senhora do Este título de Nossa Senhora tem fundamento bíblico. Afirma o evangelista Mateus que, após a partida dos Reis Magos, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a São José e disse: "Levanta, toma o menino, a sua Mãe e foge para o Egito; permanece lá até que eu te avise, porque Herodes procura o menino para o matar. Levantandose de noite, ele tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito". (Mt 2,13-14). Não foi uma viagem fácil. Belém dista do delta do Nilo cerca de duzentos e cinqüenta quilômetros. Uma tradição fixa em Macarié, nas proximidades de Heliópolis, o local da permanência da Sagrada Família. Antigamente calculava-se em sete anos a duração deste exílio. Os autores modernos, porém, acreditam ter sido bem menor. Após a morte de Herodes, São José, avisado pelo anjo, voltou à terra de Israel. Entretanto, receoso das trapaças de Arquelau, filho de Herodes, fixou-se em Nazaré, na Galiléia. Muitas lendas se relacionam ao desterro da Virgem Santíssima no Egito, como a da tamareira, junto à qual Maria se sentara para repousar, que se inclinou para que as tâmaras ficassem ao alcance de suas mãos. Outra estória conta que a Sagrada Família foi atacada por salteadores, mas eles não lhe fizeram mal nenhum, em atenção ao pedido de um de seus companheiros, que seria mais tarde o Bom Ladrão, morto na cruz ao lado de Cristo e hoje venerado com o nome de São Dimas. No folclore brasileiro encontramos também várias lendas sobre a viagem da Sagrada Família, o que demonstra o carinho do povo simples para com a Mãe Santíssima. Talvez elas tenham Página 37 sido inspiradas pelos jesuítas, os quais por meio de estórias conseguiram gravar melhor na inteligência dos indígenas os mistérios da vida de Cristo. Em nosso pais a devoção a Senhora do Desterro foi intensa durante o período colonial, talvez porque os portugueses, deixando a pátria, provisória ou definitivamente, para servirem na colônia de além-mar, encontrassem consolo na devoção a Virgem Exilada. Entre os templos mais antigos do Brasil temos o de Nossa Senhora do Desterro da Bahia, junto ao qual foi erguido um convento para senhoras que desejavam se afastar do mundo e dedicar-se a vida religiosa, célebre atualmente pelas suas riquíssimas alfaias; e a ermida do Rio de Janeiro, construída nos primeiros tempos da fundação da cidade. Conta-se que o historiador Padre Simão de Vasconcelos deveu a Virgem Desterrada a sua milagrosa cura. Foi aí também, junto a pequena capela carioca, na subida do morro do Desterro, que um grupo de bravos estudantes enfrentou os soldados franceses comandados por Duclerc, conseguindo derrotar os invasores. Mais tarde, no local da ermida, foi edificado o convento de Santa Teresa, das monjas carmelitas, porém sua igreja conservou a antiga devoção. A cidade de Florianópolis, capital de Santa Catarina, chamou-se durante mais de dois séculos Vila do Desterro, pois nasceu em torno da capela construída em 1673 por Francisco Bias Velho, que morreu alguns anos depois na própria igreja que fundara, defendendo seu povo contra um ataque de piratas. Somente após a Revolta da Armada, em 1894, a cidade recebeu seu atual nome em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto. Na moderna matriz catarinense, que substituiu a velha capela da Virgem, encontra-se maravilhosa escultura em madeira de tília, em tamanho natural, de autoria dos escultores Dernetz, representando a Sagrada Família em fuga para o Egito. Em Casa Branca, cidade paulista, existe um santuário dedicado a Virgem do Desterro, famosa pelos numerosos milagres alcançados por seu intermédio. Todos os anos grande número de devotos, provenientes de vários estados, acompanham piedosamente e em silêncio a procissão que se realiza à luz de velas, levando o andor com a bonita imagem de São José puxando o burrinho que carrega a Virgem com seu Filho ao colo Nossa Senhora do Desterro é muito venerada na Itália como a "Madonna degli Emigrati", sendo padroeira daqueles que foram obrigados a deixar sua pátria para se refugiarem ou a fim de procurar trabalho no estrangeiro. Ela tem sido a Mãe Amorosa para todos os que, saudosos de sua terra natal, imploram cheios de fé e de amor o auxílio da Virgem do Desterro a fim de encontrarem compreensão e simpatia na terra adotiva. Bibliografia: Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 180-183 DIVINA PROVIDÊNCIA, Nossa Senhora da O título Nossa Senhora da Divina Providência não é novo, pois já era usado em vários santuários da Itália desde o século XII, tendo sempre por objeto quadros e afrescos representando a Virgem Santíssima com o Menino nos braços. Mas só em 1732 se inicia o movimento religioso oficialmente reconhecido pela Santa Sé, o qual MEEU MARIA - MÃE DA TERRA se espalhou em todo o mundo, atraindo multidões. Um contratempo deu ocasião à inauguração do quadro célebre exposto à veneração pública em Roma. Em 1659 0 papa Alexandre VII, da família Chigi, resolveu engrandecer a praça Colonna, e, quando os clérigos de São Paulo entregaram seu convento aos demolidores, cortaram uma parte da parede na qual um artista desconhecido pintara uma imagem de Maria, milagrosa, para levá-la consigo. Mas, quando se tratou de colocá-la no lugar que lhe destinaram, o precioso afresco caiu e fez-se em mil pedaços. O arquiteto, sentindo vivamente a perda do afresco, quis indenizar os religiosos, e a grande custo adquiriu um quadro da Virgem, obra-prima de Scipione Puizone. A pintura, que tem 54 cm de altura por 42 de largura, foi colocada no altar do oratório situado no primeiro andar do convento de São Carlos, por ser o local em que os religiosos se reuniam para os exercícios de piedade. Descrição da imagem (pintura) que representa Nossa Senhora da Divina Providencia: a Virgem Maria esta revestida de uma túnica purpúrea e de um manto azul; um véu transparente lhe cobre a cabeça, recaindo elegantemente sobre os ombros; ela aperta amorosamente ao seio virginal a criança que segura nos braços e dirige suave olhar para o rosto adorável do mais belo dentre os filhos dos homens. 0 Menino não tem auréola, o que indica, na opinião de um cônego distinto, que Ele, além de ser o Filho de Deus, representa também os filhos dos homens. A mãozinha de Jesus, agarrada a mão da Virgem, indica a confiança, o abandono, a fé inquebrantável com que o coração humano deve, na hora do perigo, recorrer aquela que é o Refúgio dos atribulados. Um dia, revolvendo com a alma cheia de amor os papéis do arquivo, descobriu o jovem Pe. Januário Maffetti um manuscrito da lavra do Pe. Palma, o qual conseguira, a custa de mil angústias, edificar o convento e a igreja de São Carlos. A cada página o Pe. Palma proclamava que Maria fora sua única Providência. A relação jazia, havia mais de um século, oculta no fundo da biblioteca. Movido por celestial inspiração, o jovem religioso mandou tirar uma cópia do quadro original e, não achando na igreja um lugar apropriado para a pintura, suspendeu-a no corredor entre a igreja e o convento. Abaixo do quadro colocou a seguinte inscrição, ditada por seu amor: "Mater Divinae Providentiae". Era o dia 13 de julho de 1732, sexto domingo depois de Pentecostes Desde então cresceu e se expandiu por toda a parte, autorizada pelos sumos pontífices, a devoção a Nossa Senhora da Divina Providencia, a qual começou a ser divulgada no Brasil com a chegada dos padres barnabitas, em agosto de 1903. Fonte: Transcrito da obra "Maria e seus títulos gloriosos", Edésia Aducci, Ed. Loyola, 1998, p. 303-304. Página 38 DIVINO AMOR, Nossa Senhora do Existe em Roma o famoso Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor, localizado à via Ardeatina, km 12. Tem-se notícia da devoção à Virgem sob este título já no século XIII, quando naquela região da planície romana foi construída uma espécie de fortaleza da família SavelliOrsini, chamada Castel di Leva Sobre uma torre do castelo havia uma imagem da Virgem assentada no trono, tendo ao colo o Menino Jesus. Uma pomba desce sobre a Virgem como símbolo do Espírito Santo, que é mesmo o Divino Amor. A imagem, naquela época, era muito venerada pelos pastores da região. Na primavera de 1740, um viandante que se dirigia a Roma, chegando perto da torre, foi assaltado por uma multidão de cães e estava para ser devorado; o pobrezinho levantou os olhos, viu a sagrada imagem e pediu ajuda à mãe de Deus; o milagre se realizou: os cães dispersaram-se de repente, fugindo pelos campos. Em 1944, Roma corria o perigo de ser destruída por causa da guerra. No dia 24 de janeiro o quadro da Virgem foi tranferido para a cidade. Esteve em várias igrejas até chegar na igreja de Santo Inácio, onde, no dia 4 de junho de 1944, o povo de Roma, para obter a libertação da cidade fez três promessas à Virgem: de mudar a própria vida, de erigir um novo Santuário e de realizar uma obra de caridade, em sua honra. Nossa Senhora realiza o milagre e Roma é salva. O Papa Pio XII, no dia 11 de junho de 1944, foi rezar com os romanos e deu a Nossa Senhora do Divino Amor o título de "Salvadora de Roma". Todos os sábados, desde a Páscoa até o fim de outubro, tem lugar uma peregrinação noturna a pé, que parte à meia-noite, saindo de Roma, da Praça de Porta Capena, chegando ao Santuário às 5 horas de Domingo. Uma romaria noturna acontece no dia 7 de dezembro, véspera da Imaculada Conceição. Os romeiros noturnos percorrem a famosa Via Ápia Antiga até à igreja do Quo Vadis, depois tomam a famosa Via Ardeatina, passam por cima das catacumbas de S. Calisto, e à frente do Mausoléu das Forças Ardeatinas. Eles levam aos pés da Virgem as intenções da Igreja de Roma, as intenções dos cidadãos de Roma e também apresentam suas próprias necessidades. DIVINO PRANTO, Nossa Senhora do Na comunidade das Irmãs Marcelinas, em Cernusco, na Itália, berço da Congregação, o médico Dr. Bino, no dia 6 de janeiro de 1924, apresenta seu diagnóstico a respeito de uma jovem religiosa enferma, Irmã Elizabeth: "Nada mais posso fazer por ela. A medicina já não tem recursos neste caso...". Muito querida por todos, a irmã está cega, debilitada, prostrada por tremendas dores. Muitas vezes, fica, durante horas e horas, inconsciente. Imersa em dores, o sorriso permanece em seus lábios. Às dez e trinta da noite, na casa religiosa todas dormem. Na enfermaria, Irmã Elizabeth respira com muita dificuldade. De repente, a religiosa começa a falar. As irmãs presentes escutam atônitas o que ela diz: MEEU MARIA - MÃE DA TERRA "Oh! Como a Senhora é boa! Mas eu tenho uma dor tão grande que nem sei oferecer direito a Deus... Reze a Senhora que é tão boa!". As religiosas estão atentas, mas não podem ouvir a resposta da 'Senhora' que, no entanto, fala: "REZA! CONFIA! ESPERA! Voltarei de 22 para 23". Em meio ao seu sofrimento, a enferma pensa na dor das outras irmãs enfermas: "Vá falar com Irmã Teresa, Irmã Amália e com Irmã Elisa Antoniani, que há tantos anos está doente!". A boa 'Senhora' sorri e desaparece. Na manhã seguinte, as companheiras de quarto comentam: "Ontem, à noite, Irmã Elizabeth não parava de falar, sonhando". Prontamente ela respondeu: "Não sonhei, falei com aquela 'Senhora'". As religiosas sorriem penalizadas. A enfermeira, bondosa e enérgica, repreende a Irmã Elizabeth, dizendo: "Que pode ter visto, você, que está cega há um ano? Você sonhou e não invente tolices!..." A Superiora, Irmã Ermínia Bussola, também tenta convencêla: "... Quero-lhe muito bem e não a engano. Repito que, aqui em casa não veio ninguém de fora. Você sonhou." A pobre Superiora por toda a sua vida teve que lamentar-se de sua incredulidade. Foi, ao invés, no plano de Deus, uma das tantas provas que autenticaram a aparição. Irmã Elizabeth prossegue tranqüila carregando sua cruz. Chega fevereiro, trazendo neve e frio intenso. A enferma aguarda um novo encontro com a 'Senhora' para o dia 2. Não dorme, ouvindo as batidas do relógio e conta as horas. A noite passa sem nenhuma novidade. Vem a manhã do dia 3 e Irmã Elizabeth mal disfarça o choro. A Superiora pergunta-lhe a razão da tristeza. A enferma responde: "Ela não veio... tinha dito de 2 para 3... A Superiora fica preocupada com as faculdades mentais de Irmã Elizabeth que piora a cada dia. Novamente o médico é chamado. Sua opinião: "Desta vez é o fim. Não há nada mais a fazer. A Irmã tem poucas horas de vida". No dia 22 de fevereiro, na enfermaria, Irmã Gariboldi vela pela agonizante acompanhada de outra religiosa. São vinte e três horas e quarenta e cinco minutos. As duas Irmãs rezam em voz baixa. Pedem misericódria para a co-irmã que sofre tanto. Neste momento, Irmã Elizabeth tem um sobressalto. As Irmãs acodem, pensando que chegou o momento final. Mas, aquela que há quinze dias não fala, grita, agora: "Oh! a 'senhora'! a 'senhora'"! Trêmula, a Irmã Gariboldi convida a outra Irmã a ajoelhar-se e murmura: "Se for a Senhora, levá-la-á consigo!" Sem nada entender, as duas espectadoras ouvem atentamente: "Oh! a 'senhora'! De 22 para 23? Pois eu havia entendido de 2 para 3. E era de 22 para 23!..." De repente, a Irmã Elizabeth se ergue um pouco mais e sua atitude é de espanto quando diz: "Mas, 'senhora'... é Nossa Senhora! É Nossa Senhora!" Ela vê que a Virgem traz o Menino Jesus nos braços e ele está chorando. "Chora por meus pecados? Chora porque não o amei bastante?..." As religiosas presentes nada ouvem mas pressentem que algo extraordinário está ocorrendo. A Senhora responde: "... O Menino chora porque não é bastante AMADO, PROCURADO, DESEJADO, também pelas pessoas que Lhe são consagradas... Tu deves dizer isto!" Irmã Elizabeth ainda não percebe a missão que a Senhora lhe confia. Ela julga que a Virgem viera levá-la ao paraíso, no que se equivoca. Maria quer dar-lhe uma missão e para tanto lhe dá um sinal: devolve-lhe a saúde e desaparece com seu Menino. Alguém se lembra de chamar a Superiora que se levanta, achando que vai encontrar a enferma dando seu último suspiro. Ao invés disso, vê a doente luminosa, de olhos radiantes. Irmã Elizabeth corre a abraçar a Superiora, exclamando: "Nossa Senhora curou- Página 39 me e mandou-me dizer que Jesus chora porque não é bastante AMADO, PROCURADO, DESEJADO, também pelas pessoas que lhe são consagradas!" O médico que a acompanhou sempre afirmou: "A cura de Irmã Elizabeth não pode ser explicada pela ciência". Antes, ateu, converteu-se e tornou-se um cristão fervoroso. Mais tarde, conseguida a aprovação da Igreja para este culto de Nossa Senhora, foi modelada uma imagem, de acordo com a descrição feita por Irmã Elizabeth. Ainda hoje, em Cernusco e em vários países, as Irmãs Marcelinas espalham esta devoção à Virgem Santíssima. A afluência de peregrinações ao local da aparição é grande. A capela já não é suficiente para conter todos aqueles que, cheios de fé, diante da Virgem do Divino Pranto, REZAM, CONFIAM e ESPERAM. Jaculatória: Querido Menino Jesus, amar-Vos-ei muito para enxugar as lágrimas que Vos faz derramar a ingratidão dos homens. Fonte: Nossa Senhora do Divino Pranto", material vocacional publicado pelas Irmãs Marcelinas, São Paulo, 1984". DOCE BEIJO, Nossa Senhora do Ver Ternura, Nossa Senhora da DOLOROSA DO COLÉGIO , Nossa Senhora Equador No dia 20 de abril de 1906, às oito horas da noite, os alunos internos do Colégio dos Jesuítas de Quito, capital do Equador, tinham acabado de cear. Os rapazes conversavam animadamente enquanto esperavam o momento de se dirigir à Capela onde fariam as últimas orações do dia. Três dentre os mais jovens alunos, os meninos Jaime Chaves, Carlos Herman e Pedro Donoso, que há oito dias tinham feito a primeira comunhão, aproximam-se repentinamente espantados com a notícia de que uma imagem de Nossa Senhora das Dores, que ficava numa parede próxima ao refeitório, estava abrindo e fechando suavemente os olhos. Um dos meninos dirigiu-se ao Prefeito do Colégio Pe. Andrés Roesch, chamando sua atenção para o acontecimento. O padre, que conversava com outros alunos achou que o garoto estava brincando e o repreendeu. A testemunha insistia e os outros alunos tomaram conhecimento do que sucedera. O padre dirige seus olhos ao objeto de tanta admiração e acredita ser aquilo uma ilusão de ótica. Troca de lugar, observa a posição das lâmpadas elétricas, pesquisa se há algum objeto que produza efeito tão extraordinário, mas nada encontra que possa oferecer uma explicação satisfatória. Os meninos agrupados em volta do Prefeito e do Inspetor, tomados de espanto e temor reverencial, seguem todos os movimentos dos olhos da imagem e, sem poder duvidar daquilo que presenciam, mantêm os olhos fixos na pintura que representa Nossa Senhora das Dores. Observam atentos o rosto aflito, a profunda palidez e o movimento de seus olhos que apresentavam uma espécie de animação das lágrimas que ela derramou por seu Divino MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Filho e por nossos pecados. Repetem a meia-voz, simultaneamente: "Agora abriu... fechou os olhos... agora abriu o olho direito... agora o esquerdo". Várias pessoas que trabalhavam na cozinha saem para presenciar como os demais o acontecimento que se repete durante quinze minutos. A notícia espalha-se pela cidade com incrível rapidez. Todo tipo de pessoas procuram o local, uns por curiosidade, outros por devoção. Todos desejam vislumbrar o humilde quadro, retirado do local do prodígio. E o acontecimento milagroso se espalha pela capital, depois por todo o país e até fora dele. O arcebispo foi forçado a intervir. Ordenou que se tomassem informações concretas sobre o acontecimento e submeteu-as ao exame e consideração de uma junta teológica. Diferentes comissões, compostas de pessoas competentes na matéria, concluíram que o fato era realmente prodigioso e de ordem sobrenatural. Assim sendo, o prelado autorizou o culto à Santa Imagem, dandolhe o título de "Dolorosa do Colégio". DONG LU, Nossa Senhora de Relato de uma peregrinação em maio de 1994 A devoção à Nossa Senhora começou na aldeia de Dong Lu em 1900. Todos os anos, centenas de milhares de peregrinos vêm rezar diante de Nossa Senhora de Dong Lu. Durante o mês de maio de 1994 todas as estradas que conduzem a Dong Lu foram fechadas pelo governo. Não apenas isto. Em todas as vias de acesso para Dong Lu e cidades vizinhas foram colocadas barreiras. Ali só podiam passar quem era identificado pelas autoridades como "nãocatólico". Assim mesmo vieram pessoas de todas as partes do país. Vieram a pé ou de bicicletas, em automóveis e caminhões, através de caminhos pouco conhecidos para evitar a repressão do governo. Vieram à " Colina da Mãe " para rezar. Nos lados da estátua escreveram dois versos. Em um lado lê-se: "A cabeça da serpente é esmagada. Debaixo de que pés foi derrotada "? No outro lado: " Meu filho, por que você está amedrontado? Sua mãe está a seu lado". Em outra parede, havia um enorme aviso anunciando o atentado sofrido pelo Papa na praça São Pedro, em Roma, e pedindo orações e sacrifícios pela recuperação dele. Dezenas de milhares de pessoas ajoelharam-se diante da imagem com as mãos colocadas sobre o peito. Depois de uma longa repressão do governo comunista, os católicos não puderam controlar a emoção, seu amor a Maria Santíssima. Muitos choraram copiosamente porque finalmente podiam ajoelhar-se aos pés da Mãe Santíssima, após quarenta anos de perseguições. E suplicaram: Querida Mãe, conceda-nos coragem para prosseguir nossa luta. Nós te pedimos: cuida da Igreja na China e salva-nos". Muitos tocaram a imagem com seus rosários e quadros de santos. Estes objetos religiosos se transformaram em algo de valor inestimável. Jovens, anciãos, inválidos, fracos e fortes, todos unidos no amor à Mãe de Jesus. Havia pessoas de todas as idades. Era possível ver-se um mar de gente ajoelhada e rezando, ninguém distraído ou conversando. Uma senhora e uma criança ajoelham-se diante da imagem. Abraçada a seu filho, a mulher chora. Próximo dela um senhor de meia idade. Ele também rezava e chorava. Depois de tanta perseguição eles encontravam consolo em Maria. Ofereciam seus sacrifícios para o futuro da Igreja Católica Romana na China, pelo Santo Padre e pela Igreja Universal. Eles estavam muito felizes por ter Página 40 chegado à Colina de Maria mesmo com tantos riscos pessoais e sacrifícios financeiros O dia 24 de maio é o dia da festa mariana mais importante da China. O céu estava nublado. Começou a chuviscar. A Igreja subterrânea não tem nenhuma igreja em Dong Lu. A Missa era ao ar livre. Por volta das oito horas da manhã, a procissão para a Missa Santa estava começando. Quatro bispos e aproximadamente 120 padres que chegam das dioceses subterrâneas da China concelebraram a Missa, que teve como celebrante principal Dom Su Chi-Min, bispo auxiliar de Baoding. A procissão também incluiu mais de 100 seminaristas, 200 freiras, muitos diáconos e seminaristas do curso secundário. Os chuviscos se tornam uma chuva pesada. A procissão continuou. Nada poderia parar a devoção deste povo para com sua santa Mãe. Imagine a cena. Havia mais de cinqüenta mil peregrinos. Poucos traziam guarda-chuvas. A maioria cobre-se com um pedaço de folha de vinil. Quando viram os padres, seminaristas e freiras no meio da chuva sem nada para cobri-los eles se empurraram tentando oferecer para qualquer proteção que seus guarda-chuvas ou vinil pudessem trazer. Em poucos minutos todos estavam molhados e empapados. Mas, com o seu espírito elevado, andavam e cantavam na chuva. Eles estavam empapados no amor de Nossa Senhora e na graça de Deus. Esta chuva limpou-lhes a alma. Com vigor renovado e determinação, unidos como Igreja clandestina e leal, eles marchavam contra a tempestade de perseguição. Nenhuma tempestade poderia detê-los na marcha. Nenhuma perseguição poderia esmagá-los. Após a tempestade virão dias ensolarados. A Missa começou. Todos se ajoelharam na lama, mais de cinqüenta mil fiéis, ao som de hinos e orações. Comecei a pensar na história da Igreja na China: da perseguição da Igreja na dinastia de Qing para o regime comunista atual, a Associação Patriótica cismática, o encarceramento e tortura de bispos, padres, freiras, e fiéis, os milhares dos mártires, a destruição e confisco das propriedades de Igreja, a proibição para atividades religiosas! Todos ali testemunhavam que a Igreja católica romana está gemendo debaixo da perseguição do governo comunista, suplicando a misericórdia de Deus. Aquela missa do dia 24 de maio de 1994 continua. A história da luta da Igreja na China é como uma Missa oferecida à Senhora de China e aceita pelo Deus misericordioso. Depois da tempestade da perseguição, com as sementes de martírio, a Igreja na China rebrotará com nova vitalidade. DORES, Nossa Senhora das Referindo-se frei Agostinho de Santa Maria, aos motivos iniciais do culto aos sofrimentos de Nossa Senhora, que se distribuem por variadas invocações, da "Piedade", da "Soledade", do "Pranto", e, por fim, mais recentemente, das "Dores", escreve que "ainda que todos os mistérios que celebra a piedade cristã de Maria Santíssima, se devem ter mui presentes para a veneração e para a contemplação, este do seu pranto e as lagrimas que esta soberana Senhora chorou na morte do seu amado Filho, devemos fixar na nossa memória e estampar na nossa imaginação." Explica ainda, que esse culto se inspira no Eclesiastes, que nos ensina que não devemos esquecer os suspiros e as MEEU MARIA - MÃE DA TERRA lágrimas de nossa mãe: GEMITUS MATRIS TUAE NE OBLIVIFICARIS. O Apóstolo São Paulo, em uma das suas cartas, adverte também que "quem se compadecer do que padece, reinará com o mesmo que padecer." Santa Isabel, Rainha da Hungria, teve uma aparição na qual São João Evangelista lhe revelou que, depois da Assunção da Virgem, lhe fora dada a visão do primeiro encontro da Mãe com o Filho, fora da terra. Segundo o autor que narrou a visão de Santa Isabel, "via o Discípulo Amado, em espírito, que a Mãe de Deus com seu amoroso Filho, falava das dores que alternadamente padecerem entre ambos no Calvário; o Filho na Cruz e a Mãe em seu coração e em sua alma. E que acabada a prática, pediu a Senhora ao Santíssimo Filho, àqueles que de suas dores, lágrimas e suspiros se compadecem e o tivessem na sua memória, lhes concedesse singulares privilégios e graças : e condescendendo o Senhor Jesus Cristo com a petição de sua Santíssima Ame, lhe concedeu quatro prerrogativas singulares que foram as seguintes : 1) O que invocar a Virgem Maria por suas dores e prantos, alcançará a dita de fazer penitência verdadeira dos seus pecados antes de morrer. 2) Em todas as suas adversidades e trabalhos, e com singularidade na hora da morte, terá a proteção e o amparo de Nossa Senhora das Dores. 3) O que por memória na das dores e prantos de Nossa Senhora, incluir em seu entendimento as da Paixão, gozará, no Céu, de prêmio especial e particular. 4) Quanto pedir a esta Soberana Senhora em ordem à sua salvação e utilidade espiritual lhe concederá." Foi por isso que desde remotos tempos, muitas fervorosas devoções se dirigiram as dores de Maria, criando-se imagens históricas de seus sofrimentos. "A Piedade", representa a Senhora tendo seu Filho morto nos braços. Da Soledade, é Maria isolada, levantando os olhos ao Céu ou então para a Cruz tendo nos braços o Santo Sudário. Somente nos começos do século dezoito a invocação de "Dores", começou a ter culto singular, sendo de notar que antes eram muito raras as invocações de Nossa Senhora das "Dores", em contraste com as demais que lhe relembram os seus sofrimentos de Mãe. Segundo Senna Freitas em seu livro "Memórias de Braga", a invocação da Dores começou a ser pública e específica, desde que o Papa Benedito XIII em 22 de agosto de 1727 mandou que se rezasse sobre as "Dores de Nossa Senhora", determinando que nos Breviários, por adição fosse inscrita. O Papa Benedito XIV "notando a razão da festa, satisfaz as dúvidas que se poderiam opor." E sustenta o parecer de que Nossa Senhora não chorara estando junto da Cruz, e procura confirmar a razão do hino STABAT MATER de que assevera não ser composição nem de São Gregório Magno nem de São Boaventura, como disseram e afirmaram alguns autores, mas sim do Sumo Pontífice Inocêncio III. De qualquer modo, os artistas interpretaram a Senhora das Dores em pranto, tendo no peito atravessadas, ora uma, ora sete espadas, mas todos eles dando ao rosto da Mãe de Jesus uma expressão de "Angústia", o que fez com que durante muito tempo, antes da definição especifica de "Dores", denominava, o povo, a imagem da Senhora. Coube a' Congregação do Oratório, em sua Casa de Braga, organizar em Portugal o culto de tão grata invocação, estabelecendo os oratorianos uma Confraria de "Servos de Nossa Senhora das Dores", que logo passaram a ser denominados de "Servitas", e que se transformou em Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Calvário, pois que a imagem das Dores estava colocada junto de uma Página 41 Cruz, onde estava crucificado o seu Filho. Era a tradução em arte, dos versos de Inocêncio III : STABAT MATER DOLOROSA JUSTA CRUCEM LACRIMOSA DUM PENDEBAT FILIUS. O padre mestre Martinho Pereira da Congregação do Oratório, deu enorme desenvolvimento a essa confraria que logo se espalhando por Portugal, atravessava o Oceano, sendo Minas Gerais em Vila Rica, Minas Gerais, o primeiro lugar em que se firmou com enorme alegria dos fiéis. Os numerosos arraiais que se formaram em torno de pequenas ermidas de Nossa Senhora das Dores, e o avultado numero de filiados a Confraria, demonstra que as promessas de Nossa Senhora, anunciadas no sonho de Santa Isabel, eram conhecidas de nossos avós que por elas dedicaram fervor ao culto da Senhora das Dores. Começada em Braga em 17ó1, não só pelo número de sacerdotes que de lá nos vieram no período de nossa formação, como pela enorme porcentagem de imigrantes das regiões portuguesas do Minho, não tardou em aparecer em Vila Rica, a irmandade de Nossa Senhora das Dores e Calvário, introduzindo a pratica da Via Sacra, procissão dos Passos e a do Enterro, que é apenas um final da Via Sacra. Como é sabido, não existe em nenhuma dessas pequenas capelas que se denominam de "Passos", nem a cena do descimento da cruz, nem a deposição do sepulcro, pois que isso se prática na Sexta-feira da Paixão, em lugar amplo seguindo-se o cortejo do Senhor Morto. Filiada à Congregação do Oratório de Braga, fundou-se em Vila Rica, em 17ó7, a Irmandade das Dores e Calvário, que logo obteve do Prior Geral a Carta de Confirmação em 17ó8. Por essa Carta, autorizava o Prior Geral, a qualquer sacerdote regular ou secular, a conferir aos irmãos de Vila Rica o Escapulário e Coroa das Dores. A primeira vez que se realizaram essas cerimônias foi em só de abril de 1770, com grande solenidade, tendo, para ela, sido colocado no altar de São João Batista, da matriz de Antônio Dias, um painel representando a Senhora das Dores, que foi bento pelo vigário colado da paróquia, padre João de Oliveira Magalhães, sendo, nesse dia, eleita a Mesa definitiva, da qual foi Provedor Manuel Luís Saldanha. A essa festa de primeira imposição do Escapulário das Dores, aos filiados à nova Irmandade, estiveram presentes o Conde de Valadares, Governador e Capitão General de Minas; o Corregedor da Comarca, Doutor José da Costa Fonseca; o Intendente da Real Casa de Fundição, Doutor João José Teixeira Coelho; Provedor da Fazenda Real, Doutor João Caetano Soares Barreto alem de numerosos membros da nobreza civil e militar e grande concurso de povo. Desenvolveu-se rapidamente a devoção da Senhora das Dores, tendo já em 1775 cerca de cinco mil associados em toda a Capitania. Cuidou logo a Mesa da Irmandade das Dores e Calvário, de construir uma capela e de adquirir imagens para o culto. A primeira foi de dois palmos, feita em Braga, pelo padre Manuel Martinho Pereira, que durante algum tempo continuou no altar de São João Batista, na matriz de Antônio Dias. Entrando em entendimento com os mesários da Irmandade da Nossa Senhora da Conceição, obtiveram os das Dores, mediante indenização que foi arbitrada, o terreno onde atualmente se ergue a Capela das Dores, local em que estava o Cemitério da Matriz. Em 1774 inauguraram, com grandes festas, a capela que logo, em 1775, obtinha para seu altar-mor um breve Pontifício com MEEU MARIA - MÃE DA TERRA privilégios perpétuos, sendo também benta e nele colocada a nova imagem de seis palmos da Senhora das Dores vinda, também de Braga. Tudo isso, decorria não somente das contribuições dos fiéis, como do esforço de Dona Leonor Luisa de Portugal, casada com o Coronel José Luís Saião, que era Secretário do Governo da Capitania e que não poupava recursos para a disseminação do culto à Senhora das Dores. A nova Capela obteve, ainda, mais 5 Breves Pontifícios com indulgências plenárias e não plenárias, inclusive um que isentava a Irmandade das Dores da jurisdição paroquial. Em 1775 realizou-se em Vila Rica, a primeira procissão das Dores e logo a do Senhor Morto, que o povo denominou de "Enterro", espalhando-se o uso dessas cerimônias por toda a Capitania. A Irmandade do Senhor dos Passos foi criada em 1774 pelo pároco João de Oliveira Magalhães que deu altar à primeira imagem que chegou a Vila Rica na própria Matriz de Antônio Dias e era de dois palmos, obra de Braga. DU CHÊNE, Nossa Senhora Ver CARVALHO, Nossa Senhora do ESCORIAL , Nossa Senhora do Luz Amparo Cuevas Arteseros, nasceu em 13 de março de 1931 num casario chamado El Pesebre (O Presépio), do povoado de Peñascosa, na província de Albacete, Espanha. Era a segunda filha de um casal pobre de pastores e lavradores, Jacinto Cuevas Ruiz e María Dolores Arteseros. A fortuna não a acompanha, pois segundo seu diretor espiritual, o frade carmelita Alfonso Maria Lopez Sendín, Luz Amparo perdeu a mãe quando tinha um ano e quatro meses. Ao se defrontar com a desgraça, sem saber o que fazer, o pai de Amparo e de sua irmã mais velha, Carmem, leva as duas meninas à Casa Cuna Provincial de albacete. ali elas ficam durante um tempo, enquanto ele se casa com Virginia, a nova mãe, morre por sua vez no parto de seu primeiro filho, criança que, nesta torrente de desditas, falece aos nove meses de idade na casa de uma tia paterna. No êxtase que Amparo experimentou , muitos anos depois, em 16 de abril de 1982 na pradaria, quando ouviu a voz do arcanjo São Miguel - a última vez, segundo lhe disse, que falava aos homens -, viu seu irmão no céu transformado em anjo. Aos seis anos, Amparo é adotada por uma família sem filhos de Tomelloso, a qual menos de um ano depois, tendo conseguido descendência própria, a devolve ao pai Jacinto. No casario do Presépio, onde a estreiteza continua, Carmen e Luz Amparo passam mais dois anos cuidando do avô pastor e de uma prima da mãe. O pai, na época, ganha o pão trabalhando fora. E chega o terceiro casamento de Jacinto. Bárbara, que além de sua pessoa entra na família com mais dois filhos do casamento anterior e a forçosa mudança para La Hoz, outro lugarejo de Albacete onde ela vivia, seria, de agora em diante, a nova mãe das duas meninas. A vida de ambas, já em si amarga, conflui agora no relato duro de um conto de fadas. Começa as saídas à floresta para pegar lenha ou ervas para comer; dedica-se também à venda ambulante por esses caminhos e povoados, e não volta para casa até ter vendido tudo. às vezes, por isso, acaba dormindo ou descansando ao relento da tempestade, do verão ou da geada, embaixo de uma árvore ou outro abrigo. As duas irmãs mal comem. De vez em quando, fogem de La Hoz até o presépio, onde encontram refúgio na casa da tia Josefina. Página 42 A felicidade dura pouco. Durante uma dessas escapadelas, Luz Amparo cai, desacordada, sobre a neve gelada, em tempo de morrer congelada se não fosse achada e reanimada por uns arrieiros. Ela tinha nove anos. É duramente castigada, trancada num quartinho escuro, mantida a pouca farinha e pouca água. Seu pai, Jacinto, sofre com a situação que padece suas filhas. Consegue colocar Carmen no serviço de uma fazenda, e leva a caçula consigo para um povoado de Cuenca, onde arranjou emprego como vigia e apontador de obras. Durante as noites, a pequena Amparo chora a solidão e o infortúnio. Lembra-se a toda hora da mãe. daquela que teve na terra mas não conheceu, embora saiba que está no céu, e roga à Virgem que tenha a bondade de levá-la também. A Virgem ouve, mas não faz o que lhe pede. Acaba aquele emprego do pai. O casal torna a reunir-se, indo morar com Luz Amparo e seu novo irmão pequeno em outro campo de Albacete, onde continuam a existência entre apertos e dificuldades. Nessa casa, Amparo precisa compartilhar com o irmãozinho uma despensa que serve a ambos de cama e quarto, onde Amparo sequer consegue esticar as pernas. Pouco depois, a vemos mais uma vez adotada por uma família de Valência, que também a devolve, e depois, interna numa instituição gratuita de Alicante que acolhe crianças desamparadas. aqui aprende a costurar. Após um ano de ausência, volta ao convívio com os pais, mas logo depois a vemos em Madri, na casa da tia Antônia, na rua Ayala. Trabalha como doméstica diarista até que, prestes a completar 26 anos de idade, em 28 de fevereiro de 1957, casa com Nicásio Barderas Bravo, na Igreja de São Lourenço do Escorial, onde o novo casal passa a residir e viverá até bem avançado o auge das aparições... Terão sete filhos. Com o nascimento de seu primeiro filho, Gabriel, Amparo adoece do coração. A doença agrava-se; precisa repousar o quanto possível, mas deve continuar trabalhando em seu próprio lar e para outras pessoas, pois apanha roupas em outras casas para lavá-las na sua. Parece piada, mas seu marido, Nicasio, também se queixa de dor no peito, a doença também se abate sobre ele. A economia doméstica vai completamente à falência. Os Cursilhos de Cristandade ajudam, pagando o aluguel durante alguns meses; o pároco, dom antônio, lhe fornece o leite e o pão; até onde é possível, compram fiado na mercearia Las Casillas, e vários vizinhos e amigos, Marcelina, antônia, Matilde, Davi... prontificam-se a ajudá-los. Nicásio recuperase aos poucos, embora alguns anos depois tenha uma recaída, sendo internado no hospital do tórax, do Escorial. Naqueles anos, a prefeitura do município lhes cede em usufruto um pequena área, perto da fazenda, chamado Prado Novo, de frexeiros e prados, que eles passam a cultivar como "família necessitada", como outras de tamanho e condição similar. Em maio de 1970, Amparo é operada de apendicite no Hospital Clínico de Madri, onde fora internada sofrendo de úlcera e mais alguma coisa. E é nesse estado que segundo ela se lembra, tudo vai começar. Após a cirurgia, de noite, vê perto da cabeceira da cama alguém que parece um médico; tem barba e cabelo grande, olhos verdes, é algo moreno. Não lhe diz nada. De manhã, comenta com uns estudantes de medicina a fisionomia desse doutor, e eles lhe perguntam que a operou. Estranham a resposta dela; pedem que decline o nome do médico. ela não sabe mas acrescenta: "Foi aquele do avental branco que esteve aqui, esta noite." As outras companheira de quarto ficam intrigadas com a resposta; elas não tinham visto ninguém. Todos concluem que essa visão foi provocada pelos efeitos da anestesia. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Continuam as hemorragias no estômago, a doença no coração; não respira bem e precisam fornecer-lhes balão de oxigênio; sofre freqüentes tonturas, em decorrência das quais caí várias vezes; fratura os braços, a clavícula. vários médicos a atendem. Nesse ponto, resolve viajar para Lourdes, no trem da esperança, XVI Peregrinação presidida pelo Cardeal Tarancón, que se deu entre 18 e 22 de Junho de 1973. No trajeto de ida ela piora; no santuário se sente morrer... e reza. Mas no último instante, e apesar de ter ido lá para pedir sua cura, reza pelos demais. Sente a presença da Virgem e chora; ainda não a viu. Ao regressar, no trem, olha para trás, como se despedindo. Não houve milagre de cura, mas em sua casa no Escorial começa a sentir-se melhor dia após dia. Não mais vomita, não precisa de oxigênio, não fica tonta, nem cai no chão. Agora pode trabalhar normalmente; entretanto suas doenças persistem, dão fé disso os médicos Herrero robles e Dom Salvador, bem como a dona de casa onde então servia, dona Matilde, todos tendo visto Amparo quase morrer na ocasião. eles receiam o pior. ela invoca a virgem do seu jeito, e contempla um fulgor bem em cima dos pés da cama. E melhora inexplicavelmente... EVANGELIZAÇÃO, Nossa Senhora da PERU De acordo com uma sólida tradição sustentadas nas crônicas mais antigas, a imagem de Nossa Senhora da Evangelização foi presenteada à recém-criada diocese de Lima pelo imperador Carlos V da Espanha por volta de 1540. Trata-se, portanto, de uma das imagens mais antigas da região a receber culto. A imagem se conserva na Catedral Metropolitana de Lima, no retábulo maior. Foi cultuada pelos grandes santos peruanos e presenciou os célebres concílios limenses, de modo particular o terceiro, de tão grande importância para o aprofundamento da primeira evangelização de uma importante parte da América Latina. Diante dela foi depositada em meio a grande festa a primeira rosa florescida na cidade pelo primeiro bispo diocesano, Frei Jerônimo de Loayza. A venerada imagem presidiu a vida da igreja arquidiocesana de Lima, que teve tanta importância na difusão do Evangelho, desde a Nicarágua até o Cabo de Hornos. Quando a independência nacional foi declarada pelo general San Martín, em 1821, o solene Te Deum foi entoado diante dela. Recentemente, a imagem mereceu uma esmerada restauração, que lhe devolveu o esplendor original. Foi colocada no altar do Santíssimo Sacramento na Catedral de Lima, de onde recebe o culto de amor dos fiéis. Considerando o profundo vínculo da Virgem com a história da cidade, Sua Santidade o papa João Paulo II, em sua primeira viagem apostólica ao Peru, em 1985, a coroou solenemente, consagrando-lhe a nação. Três anos depois, por ocasião do Congresso Eucaristíco e Mariano dos países Bolaviarianos, o Santo Padre a presenteou com uma rosa de ouro, que atualmente ela ostenta em seus dedos. Com o braço esquerdo ela sustenta o Menino Jesus e contempla com olhos de benevolência a esfera do mundo Página 43 enfeitada com uma cruz que o Menino sustém com a mão esquerda, abençoando-a com a direita. O título "da Evangelização" é recente. Foi dado à Virgem quando foram comemorados os 450 anos da criação do bispado de Lima. O cabido metropolitano honra diariamente a Nossa Senhora da Evangelização com uma Missa celebrada em sua capela, onde os fiéis recebem a Eucaristia, rezando-se a seguir o santo Rosário e as ladainhas marianas do III Concílio Limense, atribuídas a Santo Toríbio de Mogrovejo, padroeiro do episcopado latino-americano. "Que Nossa Senhora da Evangelização nos acompanhe e guie no caminho da nova evangelização. Ajude-nos a sermos sempre testemunhas do Evangelho da salvação". (João Paulo II). FÁTIMA, Nossa Senhora de Uma semana e um dia após a sagração episcopal, em Roma, do Monsenhor Eugênio Pacelli, futuro papa Pio XII, uma garotinha de um longínquo e desconhecido lugarejo de Portugal transmitia uma notícia que haveria de correr mundo: "Ó mãe, eu hoje vi Nossa Senhora na Cova da Iria". Esta exclamação foi transmitida de boca em boca, mas não se tornou sensação nos meios de comunicação social de um dia para o outro. Nem mesmo nas aldeias vizinhas causara grande impressão. Numa paróquia vizinha, numa festa do Sagrado Coração de Jesus, um orador sagrado fazia correr lágrimas abundantes aos seus paroquianos, "quando se dirigiu às crianças, pedindo à Virgem do Céu pela paz do mundo e pela vitória das nossas armas". Nenhuma referência aos fatos de Fátima. Era o dia 25 de Junho, quase mês e meio depois da primeira aparição e poucos dias depois da segunda, em que se tinha juntado aos videntes cerca de meia centena de pessoas. São do dia 13 de Julho de 1917 os primeiros documentos conhecidos: umas fotografias tiradas aos videntes junto da igreja paroquial. Do dia seguinte, há uma carta particular escrita do Pedrogão, Conselho de Torres Novas, em que se diz dos acontecimentos da véspera: "Não calculas como aqui se fala naquela aparição. F. foi lá ontem e diz que viu as pequenas e que estavam lá umas senhoras de Santarém que lhes tinham tirado o retrato". Só nove dias depois desta carta, o jornal "O Século" de Lisboa, através da correspondência de uma aldeia vizinha de Fátima, se fazia eco daquilo que era já objeto da curiosidade pública: corria "com insistência o boato de que, em determinado ponto da serra de Aire, apareceria, no dia 13 do corrente, a mãe de Jesus Cristo a duas criancinhas, a quem já por diversas vezes tinha aparecido e no mesmo local". No dia 13, efetivamente, despovoara-se para Fátima grande multidão. Haviam-se juntado na Cova da Iria "milhares de pessoas", "vindo de longínquas povoações algumas delas". Segundo o depoimento de uma testemunha recolhido pelo correspondente, uma das videntes dissera que "via uma espécie de boneca muito bonita que lhe falava. Tinha, dizia, um resplendor em torno da cabeça e chamava-a para junto de si, numa voz muito fina e melodiosa. Entre muitas coisas que lhe disse, a principal foi anunciar a sua reaparição do dia 13 a um mês e no mesmo sítio, aparecendo ainda mais outra, para declarar o motivo por que tinha vindo ao mundo". Apesar de confessar que acreditava na sinceridade e verdade da pessoa interrogada, o correspondente acrescentava a sua opinião pessoal: "É minha opinião que se trata de uma premeditada especulação financeira, cuja fonte de receita existe nas entranhas da serra, em qualquer manancial de águas MEEU MARIA - MÃE DA TERRA minerais que recentemente tenha descoberto algum indivíduo astucioso que, à sombra da religião, quer transformar a serra de Aire numa estância miraculosa como a velha Lourdes". Esta notícia foi transcrita, no dia 25, pelo jornal leiriense O Mensageiro, sem qualquer comentário. Um relato mais circunstanciado e já indiciador de uma outra perspectiva, surgia em O Ouriense, boletim semanal do Conselho de Vila Nova de Ourém, em artigo intitulado "Real aparição ou suposta ... ilusão". Nele se falava das três crianças, da presença, "segundo os mais diversos cálculos", "de 800, de 1.000, de muito mais de 1.000, e de mais de 2.000 pessoas", "que, no mais admirável dos silêncios, ora rezavam, ora suplicavam, ora choravam; por último, foi necessário que almas piedosas, para livrarem as crianças dos confusos interrogatórios e de graves incômodos, que poderiam ter no meio de tão grande multidão, pegassem nelas e as metessem em automóvel e as afastassem à distância de dois e meio quilômetros para junto da igreja, onde foram fotografadas. Foi simplesmente admirável". Foi a partir desta aparição de 13 de Julho, que os videntes falaram num segredo que a Senhora lhes tinha dito e na promessa de um milagre para o último dia, em 13 de Outubro. Entretanto, a 13 de Agosto, já se reuniram na Cova da Iria cerca de 10.000 pessoas, não se tendo porém verificado a aparição porque as crianças tinham sido levadas, nesse mesmo dia, para Vila Nova de Ourém. A aparição verificou-se no dia 19, no sítio dos Valinhos. Em 13 de Setembro, a multidão foi calculada em 30.000 pessoas. Atraídas pelo anúncio do milagre prometido para o último dia, as estradas e os caminhos de Fátima encheramse de curiosos e verdadeiros peregrinos. Os cálculos numéricos variam muito (entre 50.000 e 120.000 pessoas, aceitando-se comumente o número de 70.000). Segundo a declaração dos videntes, Nossa Senhora identificou-se finalmente como a "Senhora do Rosário" e exortou a todos a mudarem de vida e a rezarem o terço todos os dias. Mas o mais extraordinário foi a verificação do milagre prometido: a imensa multidão teve ocasião de presenciar o fenômeno solar que até os mais incrédulos testemunharam através da imprensa. A forte impressão causada por estes fatos e por aquilo que se foi conhecendo do conteúdo da mensagem da aparição, nomeadamente o anúncio do fim da guerra que ensangüentava nessa época o mundo, provocou uma afluência contínua de pessoas àquele lugar. Entretanto, a situação mundial foi sendo convulsionada com acontecimentos de extraordinário alcance: a revolução bolchevista russa, o agudizar do conflito mundial e depois o caminhar lento para a paz; em Portugal, o advento fugaz do sidonismo, nos finais daquele ano de 1917, também determinava uma modificação política no percurso histórico de Portugal, iniciado em 1910. A nível local, era restaurada a diocese de Leiria, nos princípios do ano de 1918, aspiração de todos os antigos diocesanos leirienses logo desde o ano de 1882, nela sendo integrada de novo a paróquia de Fátima. Nos fins desse ano, finalmente, o estabelecimento da paz com o armistício de 11 de Novembro. Página 44 De algum modo, nessa data, os acontecimentos de Fátima pareciam estar esquecidos. Mas, uma série de fatos veio novamente chamar para eles a atenção da opinião pública: em 1919, a morte do vidente Francisco, a 4 de Abril o início da construção da Capelinha das Aparições e a conclusão e envio do relatório do pároco sobre as aparições, a 28 de Abril; a conclusão da Capelinha em 15 de Junho; a morte da Jacinta, a 20 de Fevereiro de 1920. Em 13 de Maio de 1920, chegava a Fátima a primeira imagem de Nossa Senhora, feita sob a orientação da vidente Lúcia, sendo entronizada em 13 de Junho seguinte, na capelinha das aparições. Entretanto, a 15 de Maio do mesmo ano, foi nomeado primeiro bispo da diocese restaurada de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, que entrou na diocese em 5 de Agosto. O novo bispo visitou a Cova da Iria, pela primeira vez, em 12 de Setembro de 1921. Inicia-se então a aquisição de terrenos na Cova da Iria para o ordenamento de espaço para o futuro Santuário. Em 13 de Outubro do mesmo ano de 1921, quatro anos depois da última aparição, celebrava-se a primeira missa na Capelinha das Aparições, e, em princípios de Novembro, abria-se uma cisterna defronte da mesma Capelinha. A 6 de Março de 1922, a dinamitação da Capelinha das Aparições determinou finalmente o arranque decisivo para a investigação oficial canônica sobre os acontecimentos de 1917, com a nomeação, por parte do bispo de Leiria, de uma comissão de inquérito, no dia 3 de Maio. Entretanto, o fenômeno de Fátima ia-se tornando conhecido no mundo, ao mesmo tempo que se dava corpo a um verdadeiro Santuário: início da publicação do mensário Voz da Fátima, em 13 de Outubro de 1922; criação de uma associação de servos (mais tarde chamados servitas), em 1924; construção de um pavilhão de doentes, em 1925; inauguração de um posto de verificações médicas e de um albergue de doentes, em 1926. Em 28 de Maio de 1926, terminava em Portugal a Primeira República, iniciando-se um novo período da história política (o "Estado Novo"), numa época em que se verificava já um certo desanuviamento nas relações entre a Igreja e o Estado. Em 26 de Junho de 1927, era inaugurada uma via-sacra na estrada do Reguengo à Cova da Iria, com a presidência oficial do bispo de Leiria. Em 13 do mês seguinte, foi nomeado o primeiro capelão, começando a existir o Santuário propriamente dito. A bênção da primeira pedra da grande igreja verificouse em 13 de Maio de 1928. Foi a partir desse ano, que se iniciou também o movimento organizado de peregrinações, e que a Santa Sé começou a dar indicações concretas de aprovação em relação aos acontecimentos de Fátima e ao Santuário: em 1927, a Sagrada Congregação dos Ritos já concedera para Fátima a missa votiva de Nossa Senhora do Rosário; L'Osservatore Romano, diário oficioso da Santa Sé, publicava, a 3 de Junho de 1928, uma crônica da peregrinação de 13 de Maio anterior; em 1 de Outubro de 1928, o Núncio Apostólico em Lisboa, Mons. Beda Cardinale, visitou pela primeira vez oficialmente o santuário; em 9 de Janeiro de 1929, Pio XI ofereceu estampas de Nossa Senhora de Fátima aos alunos do Colégio Português em Roma e, em 6 de Dezembro do mesmo ano, benzeu um imagem dessa invocação destinada ao mesmo Colégio. O movimento de expansão do culto de Nossa Senhora de Fátima no mundo incrementou-se extraordinariamente a partir do documento oficial do bispo de Leiria, de 13 de Outubro de 1930, declarando dignas de crédito as aparições MEEU MARIA - MÃE DA TERRA e autorizando oficialmente o culto a Nossa Senhora de Fátima. A investigação canônica sobre os fatos atribuídos à vidente Jacinta, em 1934, e a transferência dos seus restos mortais, de Vila Nova de Ourém para o cemitério paroquial de Fátima, em 12 de Setembro de 1935, deram também uma dimensão extraordinária à mensagem de Fátima. A vidente sobrevivente, Lúcia de Jesus, ausentara-se de Fátima em 1921, para o colégio educacional de Vilar, no Porto, das religiosas dorotéias; ingressara nessa congregação em 1925, em Espanha, recebendo em Tuy e Pontevedra algumas revelações complementares da mensagem de 1917: a insistência na devoção dos primeiros sábados e a consagração do mundo e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Fortemente impressionada com as fotografias do rosto de sua prima Jacinta no caixão, que lhe foram enviadas pelo bispo de Leiria, a Irmã Lúcia deixou transparecer algumas recordações sobre a vida dos seus primos e sobre os próprios acontecimentos de 1917. Instada a pôr por escrito essas lembranças, daí resultaram as chamadas quatro Memórias, redigidas entre 1935 e 1941, com algumas precisões sobre a sua própria infância e dos outros videntes, antes e depois das aparições de Nossa Senhora, e a revelação de parte do segredo de Julho de 1917 e das aparições de um Anjo - o Anjo de Portugal - nos anos de 1915 e 1916. Da divulgação progressiva destes escritos surgiu o extraordinário incremento da mensagem de Fátima no mundo. Também a situação de guerra que, entretanto, veio a verificar-se, de 1936 a 1939, na Espanha, onde a Irmã Lúcia continuava a residir, e, na Europa, de 1939 a 1945, trouxe, uma vez mais, a uma luz mais intensa, os acontecimentos de Fátima. Neste contexto, a dimensão verdadeiramente internacional e eclesial de Fátima intensificou-se ainda mais quando o Papa Pio XII, atento às solicitações da própria vidente Lúcia, consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria, em 31 de Outubro de 1942, ano do 25º aniversário da aparição de Nossa Senhora e da sua ordenação episcopal. Em 13 de Maio de 1946, o mesmo Papa coroou solenemente, através do seu Legado, a imagem da Capelinha das Aparições. Dias depois, a Irmã Lúcia visitava Fátima e Aljustrel, visita essa que determinou uma clarificação sobre a verdadeira Loca do Cabeço, lugar das aparições do Anjo. Desejosa de ingressar numa congregação religiosa de maior recolhimento, entrou, em 25 de Março de 1948, no Carmelo de Santa Teresa de Coimbra, onde atualmente vive. Em 1942, iniciara-se o costume de levar a imagem da Capelinha das Aparições a vários locais de Portugal e da Espanha. A partir de 1947, uma outra imagem que se designou precisamente com o nome de "Virgem Peregrina", percorreu quase todos os países do mundo até 1954 e entre 1959 e 1982; novamente retomou as viagens em 1984. Estas viagens congregaram milhões de pessoas de todas as raças, línguas e credos e alargaram extraordinariamente o âmbito do conhecimento da história e da mensagem da Cova da Iria. O encerramento do Ano Santo para o estrangeiro, marcado pelo Papa Pio XII para Fátima, em 13 de Outubro de 1951, ainda tornou mais conhecido este Santuário, desde então tornado meta de muitos milhares e até milhões de peregrinos de todas as nações, entre os quais se contaram grandes figuras da Igreja e dos Estados. Um desses primeiros grandes peregrinos foi o Cardeal Roncalli, patriarca de Veneza, que visitou o Santuário em 13 de Maio Página 45 de 1956, e foi eleito Papa em 28 de Outubro de 1958, com o nome de João XXIII, que anunciou, em Janeiro seguinte, o II Concílio Ecumênico do Vaticano e o abriu em 11 de Outubro de 1962. Abria-se, entretanto, uma nova era na história de Portugal. Em princípios de 1961, davam-se os primeiros atos de revolta contra o domínio colonial português, com a ocupação do Estado da Índia pela União Indiana, e com os atos de violência em Angola contra Portugal, que iniciavam um longo período de guerra colonial, com profundos reflexos na própria interpretação da mensagem de Fátima e na afluência de peregrinos ao mesmo Santuário. Em 1963 reiniciava-se o Concílio já com um novo Papa, Paulo VI (desde 21 de Junho), o qual, no encerramento da 3ª sessão, em 21 de Novembro de 1964, ao mesmo tempo que declarou Nossa Senhora "Mãe da Igreja", renovou a consagração ao Imaculado Coração de Maria, feita por Pio XII, e decidiu conceder "a Rosa de Ouro ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, tão querido, não somente do povo da nobre nação portuguesa (...), mas também conhecido e venerado pelos fiéis do mundo católico inteiro". Tal declaração soleníssima teve um coroamento na peregrinação do próprio Papa Paulo VI a Fátima, em 13 de Maio de 1967, 50º aniversário da primeira aparição, "para rezar, uma vez mais, e com a maior humildade e devoção, pela paz". Os anos seguintes foram os do pós-concílio: a Igreja foi-se readaptando, nem sempre serenamente, às novas exigências doutrinais e pastorais, ao mesmo tempo que a sociedade humana foi vivendo entre a perspectiva angustiante de nova conflagração mundial e a esperança num futuro de paz. Também Portugal vive então os últimos anos da sua experiência de regime autoritário que se vai esgotando inexoravelmente. A 25 de Abril de 1974, instaura-se um regime democrático em Portugal, com conseqüências ainda difíceis de definir, mas algumas das quais já visíveis: a descolonização, a subsequente reaproximação da Europa e a instauração lenta das estruturas democráticas ocidentais. Isto não se fez sem ter havido algumas situações de radicalização que chegaram a admitir a possibilidade de instauração de regimes totalitários de sinal diferente. Processo semelhante se verificou também na Espanha, a qual seguiu caminhos mais ou menos paralelos em direção à Europa comunitária. Na Igreja, termina o pontificado de Paulo VI (falecido em 6 de Agosto de 1978). Seguiu-se o meteórico pontificado de João Paulo I (33 dias, de 26 de Agosto a 28 de Setembro de 1978), o qual, como Patriarca de Veneza, também visitara Fátima, em 10 de Julho do ano anterior. A ele sucedeu o primeiro Papa não italiano depois de 1523, o cardeal polaco Karol Wojtyla, que tomou o nome de João Paulo II. Foi uma lufada de ar fresco que percorreu o mundo inteiro, dando garantia de fundadas esperanças para a unidade e para a paz. Um inesperado acontecimento veio, porém, perturbar este optimismo e trazer, uma vez mais, Fátima e a sua mensagem ao primeiro plano da opinião pública mundial: no dia 13 de Maio de 1981, um atentado na Praça de São Pedro em Roma punha em perigo a vida de João Paulo II. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA A coincidência da data com mais uma aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, e o fato de não ter sucumbido, levaram o Papa a considerar-se salvo por Nossa Senhora e a fazer uma peregrinação a Fátima. Um ano depois, o Papa fez a sua peregrinação de agradecimento a Nossa Senhora de Fátima, querendo estar em oração silenciosa, por largo tempo, junto da sua imagem, na hora exata do atentado, e aproveitando a ocasião para fazer uma visita pastoral a Portugal, visita que deixou imensos frutos espirituais. Por desejo expresso do Papa João Paulo II, a imagem de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições foi a Roma, renovando o Papa, diante dela, na Praça de S.Pedro, a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, no dia 25 de Março de 1984. Em 13 de Maio desse mesmo ano, o Papa João Paulo II deu novo título à diocese de Leiria, acrescentando-lhe o nome de Fátima, dada a importância que este lugar adquiriu para a Igreja e para o mundo. Todos os fatos, relacionados com as aparições de 1917 e a sua mensagem levaram, a partir da década de 1950, à designação do Santuário da Cova da Iria como "Altar do Mundo" e ao incremento, cada vez maior, deste lugar de peregrinação, que cresceu também no desenvolvimento populacional, sócio-econômico e cultural, de tal modo que, em Agosto de 1977, foi elevada à categoria de vila a povoação de Fátima com os lugares de Aljustrel, Cova da Iria, Lomba d'Égua e Moita. Fontes: Todas as informações deste tópico foram extraídas do site do Santuário de Fátima, em Portugal, com mudanças efetuadas para a ortografia brasileira. FOURVIÈRE, Nossa Senhora de Lyon, França A cidade de Lyon foi fundada pelo cônsul Lucius Muniatus Plancus no ano de 41 a.C., e, pouco depois de sua fundação, a nova cidade tornou-se a capital da Gália céltica, desenvolvendo-se rapidamente. Trajano fez construir aí um monumento magnífico - o "Forum trajani", denominado mais tarde "Forum vetus", nome transformado, com o tempo, em "Fortvieil" e, depois, em "Fourvière". Em meados do século II são Pothin foi da Grécia para Lyon, para implantar aí a nova fé, que fez rápidos progressos. As perseguições contra os cristãos começaram em Lyon sob Marco Aurélio, tendo sido martirizado são Pothin, primeiro bispo de Lyon e apóstolo das Gálias, com a idade de 90 anos, juntamente com muitos outros cristãos, entre os quais santo Irineu e santa Blandina. Mas a fé dos neófitos tornou-se, depois dessas dolorosas provações, mais firme e mais forte. No século IX, em uma capela dedicada a Nossa Senhora, tem sua origem o título Nossa Senhora de Fourvière, por ter sido a capela construída, em parte, com materiais provenientes do fórum construído por Trajano, cujo nome, no decorrer dos séculos, tinha-se transformado em "Fourvière". Página 46 A atual basílica de Fourvière, construída no lugar da primitiva capela, numa colina a 340 km de altitude, é um dos santuários mais venerados da cristandade. Por ocasião da peste de 1643, fizeram os habitantes de Lyon o voto de ir em peregrinação, anualmente, no dia 8 de setembro, ao santuário de Fourvière, "para conseguir de Nossa Senhora uma proteção especial para sua cidade". As peregrinações a Nossa Senhora de Fourvière datam dessa época. A nova basílica data de 1872; foi idealizada pelo arquiteto Pedro Bossan. Nossa Senhora de Fourvière é festejada principalmente em 8 de setembro e 8 de dezembro. Em 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, a colina de Fourvière é ornamentada e iluminada, e a própria cidade fica toda em festa, manifestando assim sua fé profunda e sua devoção a Nossa Senhora, protetora da cidade. Fonte: Edésia Aducci, "Maria e gloriosos", Ed. Loyola, 1998, pp. 85-86. seus títulos GIETRZWALD, Nossa Senhora de Polônia Gietrzwald é uma pequena aldeia da Polônia, localizada a 200 km ao norte de Varsóvia. Aí existe uma igreja que data do século 14. Declarada Basílica Menor em 1970 pelo Papa Paulo VI, contém preciosas relíquias, mas seu maior tesouro é um ícone de Nossa Senhora de Gietrzwald. A primeira referência ao citado ícone aparece em 1568. No dia 8 de setembro de 1967 esta pintura milagrosa da Santíssima Virgem foi coroada solenemente pelo Arcebispo Primaz da Polônia, Stefan Wyszynski auxiliado por muitos bispos poloneses, incluindo-se entre estes o futuro Papa João Paulo II. Em 1877, durante quase três meses, de 27 de junho a 16 de setembro, Nossa Senhora apareceu a duas meninas da aldeia: Justina Szafrynska, com 13 anos e Barbara Samulowska com 12. Justina estava se preparando para a Primeira Eucaristia. Ela e sua mãe, mal saíram da igreja, soou o sino para a hora de Ângelus. Justina iniciou suas orações. Repentinamente a menina viu acender-se um clarão numa árvore próxima e entrou em êxtase. Considerando que aquela oração estava se prolongado em demasia, a mãe chamou-a para casa. Justina responde-lhe que estava vendo Nossa Senhora assentada num trono cercada de anjos. A Virgem pede-lhe para voltar ao mesmo lugar no dia seguinte. Justina obedece e traz, desta vez, consigo, sua amiga Barbara Samulowska. Começaram a rezar o rosário. Mais uma vez Nossa Senhora aparece e as duas meninas podem vê-la. As aparições prosseguiram e muitas pessoas puderam testemunhá-las. Foram feitas perguntas muito específicas a respeito de alguns padres que estavam presos e sobre o futuro da Polônia. A todas as perguntas a Virgem respondia: "Rezem o Rosário". MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Os padres seriam libertados e a Polônia ganharia sua independência pelo poder da oração do Rosário. Maria pede às pessoas para construir um Santuário e nele colocarem uma imagem da Imaculada Conceição. A mensagem de Nossa Senhora de Gietrzwald espalha-se rapidamente pela Polônia dividida, alcança a Europa e chega aos Estados Unidos da América. Tais prodígios foram estudados pela Igreja. O bispo diocesano Dom Filip Krementz constituiu uma comissão teológica especial e um comitê médico que foram a Gietrzwald no dia 20 de agosto, quando ainda se sucediam as aparições. O comitê examinou atentamente a personalidade das crianças, que foram inquiridas individualmente. O relatório final afirmou que as meninas eram sadias e dignas de crédito. O pároco local, Pe. Weichsel acreditara na sinceridade das videntes desde o início. O comitê médico examinou as videntes durante seus êxtases. Eles controlaram todos os movimentos e reações das meninas e nada perceberam que pudesse ser caracterizado como simulação. O relatório indicou que as pulsações cardíacas estavam abaixo do normal e que a expressão facial de ambas se congelara. Cem anos depois da aparição o bispo local declarou a autenticidade das mesmas. Como em Lourdes e Fátima as aparições receberam aprovação da Santa Sé. Da mesma forma as videntes foram perseguidas pelo governo. Mais tarde, as jovens manifestaram desejo de ingressar na Vida Religiosa. Foram para Paris onde fizeram o noviciado. Não se teve mais notícia de Justina. Bárbara foi enviada à Guatemala como missionária. Irradiava ternura e santidade. Morreu aos 85 anos de idade em 1950. Os Cônegos Regulares Lateranenses são os atuais responsáveis pelo Santuário de Nossa Senhora de Gietrzwald. GRAÇAS, Nossa Senhora das Na tarde de um sábado, dia 27 de novembro de 1830, véspera do 1.o Domingo do Advento, em Paris, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Irmã Catarina Labouré, teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor. "A Virgem Santíssima - disse Irmã Catarina - baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: 'Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular... Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem'. Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS. Ouvi, então, uma voz que me dizia: "Faça cunhar uma medalha por este Página 47 modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança". Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do M, os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas. Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de Deus a Eva, depois do pecado: "Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15) A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la. O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de "Medalha Milagrosa", ou "Medalha de Nossa Senhora das Graças". A conclusão do inquérito foi a seguinte: "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha". A primeira medalha foi entregue à Irmã Catarina. Em 1836, só o gravador já havia cunhado mais de 2 milhões de peças. Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Irmã Catarina ouvido, no princípio da visão, as palavras: "Estes raios são o símbolo das ‘Graças’ que Maria Santíssima alcança para os homens". GUARDA, Nossa Senhora da Em Marselha, França, em 1214, um sacerdote erigiu no morro da Guarda uma capela em honra de Nossa Senhora. A Virgem adquiria um novo título. O culto desenvolveuse rapidamente. Em 1477, estando a primitiva capela em ruínas, iniciaram a construção de outra capela que existiu até o século XIX. A imagem mais antiga que era venerada na antiga capela tinha o nome de Nossa Senhora Morena, por ser de cor escura. Esta imagem e outra, venerada como "A Virgem do Ostensório", desapareceu na revolução de 1794. Após a Revolução, a antiga capela foi reaberta em 1807. A nova imagem foi levada em solene procissão do convento de Picpus até o morro da Guarda. Todos os devotos acompanharam o cortejo com os pés descalços. Este local mariano, que é motivo de santo orgulho para os marselheses, em 1837, foi entregue à cura dos padres MEEU MARIA - MÃE DA TERRA oblatos, que construíram a grande basílica em estilo romano-bizantino, consagrada em 1864. Sobre a torre da basílica uma enorme estátua da Virgem guarda o porto e a cidade de Marselha. Cerca de um milhão e meio de peregrinos visitam anualmente a citada igreja. Muitas visitas de navegantes podem ser constatadas pelas miniaturas de navios e barcos oferecidos à Virgem com um pedido de proteção. Até o século XVIII, os navios que regressavam à França, assim como todos os que estavam no porto, costumavam saudar Nossa Senhora com um tiro de canhão, enquanto os marinheiros se ajoelhavam no convés em oração. Elevado em cima de uma rocha, o santuário sobressaise na belíssima paisagem da baía de Marselha. Do alto, Nossa Senhora contempla seus filhos aguardando a visita dos citadinos, turistas e peregrinos que confiam na intercessão da Santa Mãe de Deus. Fonte: Edésia Aducci, "Maria e seus títulos gloriosos", Edições Loyola. HORTO, Nossa Senhora do A origem da devoção e do culto a Nossa Senhora do Horto provém de longa data, precisamente, do final de 1400. Primavera de 1493. Urna calamitosa epidemia atinge a cidade de Gênova. Chiavari, singela cidadezinha situada numa encosta voltada ao nascer do sol, mantinha comunicações diárias com Gênova e, portanto, não fica imune. Urna piedosa senhora dos subúrbios de Rupinaro, Maria, da família dos Quercio, chamada Turchina, iluminada por uma profunda fé, recorre à mãe de Deus. Promete-lhe um sinal de reconhecimento público, caso restasse imune do tremendo flagelo. Sua esperança não foi vã: restou imune à doença. Em sinal de gratidão à Maria Santíssima, mandou pintar sua imagem entre os dois santos protetores dos atingidos por doenças contagiosas: São Sebastião e São Roque. E, a fim de que os que por ali passassem pudessem ter uma ocasião mais fácil para louvar e invocar a Virgem Santíssima, pensou em mandar pintar um imagem, não em uma igreja, mas sim num lugar ainda mais público: num dos muros do horto que então se estendia da casa do capitão até a praia. Confiou o encargo a Benedetto Borzone. Isto parece ter sido pelo ano de 1493. Seguindo as indicações da Turchina, o pintor conseguiu exprimir de modo admirável a idéia da bondade e do poder de Maria. De fato, representa a Virgem Santíssima no gesto de, com a mão esquerda, estreitar ao colo o Menino Jesus que, por sua vez, se enlaça em seu pescoço, ao mesmo tempo em que, com a mão direita, segura a mão do Filho no gesto de abençoar a cidade e todo aquele que tivesse a dita de passar diante desta imagem. Ao redor da cabeça da Virgem lê-se as palavras da saudação angélica: "Ave, gratia plena"; e, mais para o alto, a frase bíblica: "Hortus conclusus". "A imagem, em seu conjunto, é uma admirável representação pictórica das inspiradas palavras do salmista: "Seguraste minha mão direita e me conduziste segundo a tua vontade". Página 48 "A obra de Benedetto Borzone atingiu uma incomparável beleza, seja pela profunda verdade teol6gica que encarna, seja pela feliz disposição das figuras e pela pureza e naturalidade do colorido. Era comum no século XV a imagem de Maria que, do Filho, segura levantada a mão que abençoa. Mas, nas reproduções daqueles tempos, a bênção de Jesus dirigia-se somente ao pequeno João Batista. Benedetto Borzone substitui o pequeno filho de Isabel por uma numerosa família de almas que implora a benção do Filho de Maria e, assim fazendo, alarga o horizonte do restrito circulo de um episódio familiar à vida de um inteiro povo, ou melhor ainda, a toda a humanidade. Assim, afirma o poder e a bondade da Mãe Divina, atenta e solícita às necessidades de todos Os homens redimidos pelo sangue de seu Filho. Poder e bondade: nunca, até então, estas duas excelsas prerrogativas da Virgem Santíssima tinham sido representadas plasticamente de maneira tão eficaz e perfeita". A nova imagem suscitou logo grande devoção e, por causa do lugar onde tinha sido pintada, isto é, no muro de um horto, propriedade do Capitão de Chiavari, foi chamada: "MADONNA DELL'ORTO" Dirigido o rosto ao poente e o olhar a Chiavari, a imagem dava para a praça. E, uma vez que se situava no ângulo da estrada, caía logo na vista de quantos, cidadãos ou forasteiros, deviam entrar naquela praça, a mais freqüentada e a mais cômoda para as comunicações com os vales. A Turchina escolhera, pois, o lugar mais apropriado para colocar a Virgem Mãe: na estrada dos quiavareses e dos forasteiros. Escolhera a exata posição para provocar o encontro entre a Mãe e os filhos. Todos aqueles que passavam em frente ao nicho eram estimulados a venerar a Virgem Mãe. 0 culto a Maria do Horto, contudo, permanecia sempre um fato de caráter privado. Em 1528, a peste se fez novamente presente na Liguria e, portanto, também em Chiavari. 0 perigo despertou ainda mais a devoção e a atenção para com a sagrada imagem. Foi justamente nesta ocasião que foi erigido um altar, aos pés do nicho, a fim de possibilitar ao público a assistência ao santo sacrifício. Houve um despertar de devoção, também incentivada pela urgência do momento. Passado o perigo da epidemia, o povo continuou freqüentando a imagem bendita. Eram os primeiros albores daquele culto ternamente filial que deveria estender-se onde quer que um quiavarese tivesse ido e que deveria culminar, um século depois, com a construção de um grande santuário. No entanto, é de observar-se o seguinte: apesar de estar exposto à chuva, ao sol e as influências da brisa marítima, o quadro tinha conservado a tonalidade original de suas cores. Aos 7 de marco de 1643, por deliberação do Conselho de Chiavari, a Senhora do Horto é declarada padroeira da cidade e do distrito quiavarese. No dia 8 de setembro de 1769 a sagrada imagem é solenemente coroada. Com acerto, Santo Antonio Maria Gianelli foi denominando o glorificador de Nossa Senhora do Horto. Celebrou-lhe as gl6rias com sua eloqüência. Mas foi sobretudo com a santidade de sua vida e com o zelo de suas obras que contribuiu para seu culto. 0 nome de Gianelli liga-se intimamente à história do culto de Nossa Senhora do Horto, ou melhor ainda, à sua difusão no mundo, através das fundações de suas congregações religiosas. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Em 1826, assim que inicia em Chiavari sua atividade como arcipreste, Gianelli consagra seu povo e ele mesmo à Senhora do Horto. Fora chamado a Chiavari, pela primeira vez, em 1822, ocasião em que proferira o panegírico do dia 2 de julho. Estudando a vida e as obras de Gianelli, pode-se dizer que a devoção a Maria Santíssima, sempre ardentíssima nele, encontrou a mais férvida e perfeita expressão no culto filial a Nossa Senhora do Horto. A paróquia de San Giovanni e o santuário eram os dois pólos entre os quais se expandia livremente seu zelo. E ele foi ardente promotor desta devoção, bem como da do Santíssimo Crucifixo negro que se venera na igreja de Chiavari, em San Giovanni. Nos momentos mais difíceis da vida de seu povo, Gianelli soube fazer destas duas devoções o fulcro de sua obra de pastor e de pai. Neste culto filial à Senhora do Horto e que se inspiram as instituições que levam seu nome e espelham sua fecunda iniciativa: 0 seminário de Chiavari, a Congregação dos Missionários de S. Alfonso, o Instituto das Filhas de Maria Santíssima do Horto. O SEMINÁRIO Sendo Gianelli o responsável pelos estudos, valeu-se deste seu encargo para cultivar nos jovens clérigos o amor a Nossa Senhora do Horto. Mediante uma clara compreensão da história da sagrada imagem e uma fiel imitação das virtudes de Maria, fez com que os seminaristas se tornassem outros tantos apóstolos do culto da Senhora do Horto. Em suas conferencias morais aos clérigos, falava freqüentemente da Senhora do Horto. Incentivava-os a tomar parte em todas as principais funções litúrgicas do santuário e parece que ele introduziu o belíssimo costume de conduzir os seminaristas aos pés da Senhora do Horto para prestar a Maria a primeira homenagem dos clérigos, por ocasião da abertura das solenidades, no dia primeiro de julho, de manhã cedo. Assim, o seminário de Chiavari, qual perfumado jardim junto ao santuário de Maria, florescia na piedade, no estudo e na disciplina. OS MISSIONÁRIOS DE SANTO ALFONSO A fundação desta congregação remonta ao final de 1827. 0 objetivo era duplo: favorecer a santificação do clero secular, mediante retiros anuais, e promover missões populares. Gianelli quis confiar também esta obra ao patrocínio de Nossa Senhora do Horto. A seus missionários recomendou o culto a Nossa Senhora do Horto a fim de que o difundissem nas paróquias em que fossem solicitados. E é justamente aos missionários de S. Alfonso que se deve a difusão do culto de Maria do Horto em tantos povoados da Riviera e do interior quiavarese. O INSTITUTO DAS FILHAS DE MARIA SANTÍSSIMA DO HORTO Desde seu nascimento, os episódios referentes a este instituto se entrelaçam com a história de Santa Maria do Horto, uma vez que tal instituto, difundindo-se em muitas localidades da Itália e do ultramar, contribuiu e prossegue contribuindo muitíssimo ao desenvolvimento do culto da Padroeira de Chiavari. Gianelli acalentava, talvez há anos, o projeto de criar uma congregação religiosa de piedosas senhoras que se dedicassem à obra de apostolado religioso e de caridade social. Mas este projeto tomou forma concreta em seu coração e em sua mente depois de sua chegada em Chiavari, quando foi chamado a integrar o conselho de administração do Hospício de Caridade e Trabalho, fundado em 1819. Gianelli percebe logo a necessidade de Página 49 providenciar boas educadoras para aquelas adolescentes e, para isso, pensa na fundação de uma congregação religiosa. Com orações, com penitências, com jejuns, pede auxílio ao Senhor e à Virgem Santa. Nos processos lê-se que obteve o impulso para esta fundação no dia 2 de julho, enquanto celebrava a santa missa cantada. Parece ter sido o dia 2 de julho de 1828. Uma vez que dirigia espiritualmente muitas jovens desejosas de viver a perfeição religiosa, tinha já com quem contar. Algumas dentre elas aceitaram a proposta e, dentre aquelas que lhe pareciam melhor dispostas ao difícil passo, selecionou doze e as reuniu no dia 12 de janeiro de 1829, à noite. À nova congregação deu o nome de sua Senhora: Filhas de Maria Santíssima do Horto. A nova instituição abraçava logo o apostolado e o serviço ao próximo. No dia 15 de janeiro do mesmo ano de fundação, as filhas espirituais de Gianelli abriam uma escola externa para meninas-moças de certa condição econômica e uma outra para meninas-moças pobres. Primeira escola feminina em Chiavari, tornou-se, em seguida, escola municipal, mas sempre entregue aos cuidados das irmãs. No dia 18 de maio de 1830, as Filhas de Maria abriam na própria casa da rua S. Antônio, onde residia a jovem congregação, um educandário para meninas adolescentes de certa condição econômica que foi consagrado à Senhora do Horto. Aos 28 de dezembro de 1831, as irmãs entram a serviço do hospital de Chiavari. Aos 18 de agosto, assumem a direção e o serviço do Hospício de Caridade e Trabalho, para o qual tinham sido instituídas. Há seis anos de fundação o instituto dirigia quatro complexos educacionais de evidente responsabilidade. A Providência, porem, aguardava as Filhas de Maria alhures. No dia 1 de julho de 1835, véspera da festa de Nossa Senhora do Horto, a instituição assume o serviço no hospital civil de La Spezia. Assim, através das filhas espirituais de Gianelli, o culto da Senhora do Horto chega aos extremos confins orientais da Liguria. As Irmãs do Horto (Gianelinas) encontram-se em muitas partes do mundo, espalhando o amor à Virgem Santíssima. Elas estão presentes na Itália, Espanha, Uruguai, Palestina, Estados Unidos, Chile, Argentina, Paraguai, Índia e Brasil. Fonte: Informações generosamente enviadas por nossa colaborada Irmã Leonilda Altoé IMACULADO CORAÇÃO, Nossa Senhora do O culto ao Puríssimo Coração de Maria remonta a São João Evangelista, que já o mencionava. Arnoldo de Chartres dizia que "Jesus não recebia nenhum golpe em seu corpo sem que produzisse triste eco no Coração de Maria". Vários escritores sacros se referem ao Coração de Maria: Santo Éfrem, São Jerônimo, Santo Agostinho, Santo Anselmo, Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, São Francisco de Sales e tantos outros. Na Companhia de Jesus se encontram diversos sacerdotes abalizados que foram apóstolos desta devoção, seguindo o exemplo de Santo Inácio de Loiola. O Beato José de Anchieta, "Apóstolo do MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Brasil", com seu poema "De Beata Virgine", foi o autor do primeiro cântico ao Coração de Maria, nas Américas. Após o século XVII este culto torna-se público. Cabe a São João Eudes a glória de ser o principal arauto, apóstolo e teólogo, legando-nos sua obra clássica: "O Coração Admirável da Santíssima Mãe de Deus", onde estuda os fundamentos desta invocação. Surgiram em seguida várias ordens religiosas, masculinas e femininas, sob a proteção Cordimariana, entre elas a dos Filhos do Imaculado Coração de Maria, fundados por Santo Antonio Maria Claret, em 1849. Em conseqüência do grande incremento do culto ao Puríssimo Coração de Maria, no século XIX, Pio VII e, depois, Pio IX, concederam uma festa e Ele dedicada, em diversas igrejas particulares. Em 1887 a Companhia de Jesus também se consagrou ao Imaculado Coração da Mãe de Deus. Modernamente a própria Virgem Santíssima se dignou fazer revelações importantes neste sentido, quando apareceu aos pastorinhos de Fátima, em 1917. Maria Santíssima confessou-lhes que Deus queria estabelecer no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração e pediu a consagração da Rússia ao mesmo. Para corresponder ao desejo de Nossa Senhora, expresso em Fátima, Pio XII, em plena guerra, a 31 de outubro de 1942, consagrou o gênero humano ao Puríssimo Coração de Maria e decretou, em 1944, que todos os anos se celebrasse uma festa especial em honra do Imaculado Coração da Mãe de Deus no dia 22 de agosto, oitava da Assunção. O Concílio Vaticano II, porém, na reforma litúrgica reservou para esta festividade o sábado após a celebração do Sagrado Coração de Jesus. Um dos principais centros de divulgação do culto ao Imaculado Coração é a antiga casa das Dorotéias, em Pontevedra, Espanha, onde Lúcia, a vidente de Fátima, fez o seu postulado, e onde a Virgem Santíssima lhe pediu a Comunhão Reparadora nos primeiros sábados, durante 5 meses, seguida da reza do terço e de 15 minutos de meditação. No Brasil, o culto ao Imaculado Coração de Maria, divulgado inicialmente pelos jesuítas e depois por outros religiosos, está difundido em todos os Estados. Existem 36 pároquias a ele dedicado. Na capital paulista a devoção Cordimariana está ligada à primitiva igreja do Colégio, que assistiu ao nascimento de São Paulo. Em 1896, o então bispo D. Joaquim Arcoverde, em comum acordo com o governo estadual, permitiu a demolição do velho templo. No ano seguinte resolveu fundar a igreja do Imaculado Coração de Maria , lançando a pedra fundamental durante as comemorações do Centenário Anchietano, a 13 de março de 1897. A igreja, à rua Guaribe, entregue aos cuidados dos Padres Claretianos, foi construída na forma tradicional dos templos católicos, em formato de cruz, cujo corpo central é ocupado pela nave maior e os braços, por capelas. Ela foi aberta ao público em 1899. Do antigo Colégio herdou o altar-mor de talha, que se encontra na capela do Santíssimo Sacramento. A imagem de Nossa Senhora do Imaculado Coração é muito semelhante à de Nossa Senhora do Divino Amor. Bibliografia: Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 240-243 Página 50 LÁGRIMAS DE SIRACUSA , Nossa Senhora das Sicília, Itália Em Siracusa, Sicília, nos dias 29 o de agosto a 1 . de setembro de 1953, uma imagenzinha de Nossa Senhora derramou abundantes lágrimas, fenômeno que pôde ser observado por muitas pessoas, por autoridades civis e eclesiásticas. Edésia Aducci narra o acontecimento da seguinte forma: Antonina Iannuzo, após rezar diante da imagem de Nossa Senhora, percebeu em seus olhos abundantes lágrimas. Pensou ser uma ilusão, mas depois parentes e o próprio marido constataram o fato. A imagem chorava a ponto de as lágrimas correrem pela face. A notícia pouco a pouco espalhou-se. Começaram a surgir peregrinos de toda a Sicília, da Itália e da Europa. Os doentes eram colocados numa praça de 100m2 à vista da imagem exposta em um nicho. Durante dezoito horas por dia padres e religiosos se revezavam tocando objetos na imagem. Na própria casa dos Iannuzo formou-se logo um "Comitê da Virgem que chora" para exame dos miraculados. Em princípio os interrogatórios eram exigentes e severos; depois os médicos cansaram. Trezentos casos extraordinários puderam ser examinados desde o início pelas autoridades civis e eclesiásticas. O arcebispo de Siracusa, Dom Baranzini, acompanhado de muitos sacerdotes, celebrou a santa missa em plena rua. Os químicos Leopoldo La Rosa e Francisco Cotzia analisaram 1cm3 das lágrimas e concluíram: "O líquido revela a mesma composição e a mesma densidade das lágrimas humanas". Entre os casos tidos como milagrosos, conta-se o de Núnzio Vinci, operário de 49 anos, que sofria de uma artrite deformante e voltou para casa completamente curado. A humilde capela deu lugar a um suntuoso templo, erguido para acolher os milhares de peregrinos que acorrem àquele santo lugar. A paisagem de Siracusa é dominada por um imponente santuário em forma cônica, que mede 74m de altura. Cabem nele cerca de 11.000 pessoas. O moderno templo foi sagrado pelo Papa João Paulo II em sua visita a Siracusa em novembro de 1994. Fonte: Edésia Aducci, "Maria e seus Títulos Gloriosos", Ed. Loyola, pp. 360361. LEITE, Nossa Senhora do A Virgem Santíssima foi homenageada pelos seus devotos em todas as fases de sua maternidade divina. Temos assim as invocações de Nossa Senhora da Anunciação, da Encarnação, da Expectação ou do Ó, do Parto, além de diversas representações de Maria com o Menino Jesus no presépio ou no colo. Evidentemente deveria surgir o titulo de Senhora da Lactação, pois foi com o seu leite que o Filho de Deus se alimentou nos primeiros meses de vida humanaQual não deve ter sido a emoção de Maria ao ver o seu Senhor, o Cristo, receber dela, simples criatura, o leite MEEU MARIA - MÃE DA TERRA que iria desenvolver o Corpo, que Ele se dignou tomar, permitindo-lhe viver, crescer e tornar-se um homem... As mais antigas imagens da Virgem amamentando o seu Divino Filho datam do final da Idade Média, quando se observa na arte a humanização dos temas religiosos e a tendência cada vez maior de ver em Maria mais a Mãe do que a Rainha do Céu em majestade, como acontecera nos períodos românico e bizantino. Geralmente, na época do gótico tardio, as figuras da Mãe de Deus, dando de mamar a Jesus, se enquadram nas cenas de descanso da fuga para o Egito, como se pode observar no retábulo da igreja de São Pedro, em Hamburgo, obra do mestre Bertram, da escola renana. Como o estilo ogival não deixava espaço nos templos para as pinturas murais, começaram a aparecer os quadros de cavalete, sendo um dos primeiros deste tipo o que representa a Virgem Maria entre São Pedro e São Paulo, alimentando seu filho ao seio. A partir do Renascimento este assunto e abordado também na pintura italiana e temos como exemplos: a Madona Litta, que se encontra no museu de Leningrado, atribuída ao grande Leonardo da Vinci; e a Madona da Almofada Verde, de Andrea solario (século XV), que representa o Menino Deus sendo alimentado por sua Mãe, deitado sobre uma almofada daquela cor. Em Portugal existem várias obras artísticas, sobre este tema, destacando-se a Virgem do Leite, da autoria de Frei Carlos, monge flamengo que viveu e morreu em Évora, o qual transmitiu à sua obra um enorme sentido de carinho e delicadeza; e o quadro da pintora Josefa de Óbidos no convento de Bussaco. Este último é muito cultuado pela população, pois as mães que não têm leite costumam oferecer, como ex-votos, retratos de seus filhos e seios de cera, que podem ser vistos em grande número na sacristia do mosteiro. Este culto continuou no Brasil, havendo diversas imagens, tanto em pintura como escultura, de Maria amamentando o Divino Infante. A mais bela, contudo, é a efígie barroca de Nossa Senhora da Lactação existente na igreja do Carmo, em Belém do Pará. Ela representa a Mãe Puríssima, sem véu nem coroa, com os longos cabelos caindo sobre os ombros, tendo no braço esquerdo o Menino Jesus e apertando o seio com a mão direita, num admirável gesto de ternura e amor maternal. A devoção à Virgem do Leite parece ter tido início na Palestina, onde Jesus Cristo passou a sua vida terrena até morrer numa cruz para salvar a humanidade. Perto de Belém, onde Ele nasceu, encontra-se uma gruta muito venerada pelo povo do lugar e visitada por inúmeros devotos e turistas, dentro da qual se pode ver uma pedra muito alva, já gasta de tanto ter sido raspada. As mães que estão amamentando usam o pó desta rocha misturado com água, para aumentar o seu leite ou para conservá-lo enquan to suas crianças necessitam de alimentação materna. Diz a tradição que, quando a Sagrada Família se retirou para o Egito, parou junto à lapa para descansar, Maria aproveitou então para amamentar seu Divino Filho e um pouco de leite espirrou sobre a pedra, que se tornou toda branca. Daí a origem da devoção popular. O tema da amamentação de Jesus aparece também no lendário brasileiro. Contam que Nossa Senhora estava à beira-mar, cansada sob o sol causticante de verão, e precisava voltar para o seu rancho, onde o Menino Deus a esperava para mamar. Como ela não sabia as horas e com certeza Ele estava chorando de fome, perguntou a um linguado, que se aproximava da terra para fazer a sesta: "Linguado, podes me dizer que horas são?" Página 51 O peixinho, aborrecido por ela vir perturbar a sua digestão, cheio de maldade arremedou-a entortando a boca. A Virgem, então, diante daquela ruindade, amaldiçoou-o dizendo que ficasse como estava ao imitá-la. E desde aquela ocasião o linguado ficou com a boca torta... Tanto as lendas como as obras de arte mostram o carinho da população para com a Mãe de Deus e a crença de que, assim como o seu leite desenvolveu o corpo físico de Jesus, a sua graça fortalecerá a nossa fé para que possamos cumprir neste mundo a nossa missão de filhos de Deus. Fonte: Transcrito do livro "Invocações da Virgem Maria no Brasil", de Nilza Botelho Megale, Ed. Vozes, 1998, pp. 252-255. LÍBANO, Nossa Senhora do A devoção dos libaneses a Nossa Senhora é antiga. Remonta aos primeiros séculos da Igreja, pois seus ancestrais conheceram Maria pessoalmente. A proteção da Virgem aliada à de São Maron salvou o Líbano de muitos perigos, conservando a sua autonomia no decorrer dos séculos e confirmando seus habitantes na fé católica. Em princípios deste século, no ano de 1904, o patriarca maronita Elias Hoayeck resolveu construir no cume do Haruça, no Monte Líbano, defronte à Baía de Djuniche, num dos lugares mais belos do país, entre o mar azul e o cimo das lendárias cordilheiras, um templo para comemorar o cinqüentenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição. A construção, iniciada naquele ano, foi inaugurada em 1908. O belo monumento é composto por uma capela circular, com o formato de uma torre, rodeada por longa rampa em espiral. Sobre o santuário encontra-se uma imagem da Imaculada Conceição, mandada fazer na França e pesando cerca de 14 toneladas. Este templo é continuamente visitado por milhares de fiéis procedentes de todo o Oriente e também da Europa, que vêm agradecer a Nossa Senhora do Líbano os inúmeros milagres e graças alcançadas em seu intermédio. Para melhor transportar os peregrinos, foram construídos quarenta teleféricos, que partem da cidade de Djuniche, situada à beira-mar, e se dirigem à montanha do santuário, descortinando aos olhos dos transeuntes um esplêndido panorama. Em 1954, o papa João XXIII, então Cardeal, coroou solemente a estátua de Nossa Senhora do Líbano, por ocasião do cinquentenário de sua construção e do centésimo aniversário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição. Nossa Senhora do Líbano possui muitos devotos no Brasil, principalmente entre os membros da colônia síriolibanesa. Existem templos dedicados à Nossa Senhora do Líbano em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Juiz de Fora. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Fonte: Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 256-258 LIVRAMENTO, Nossa Senhora do Título de origem portuguesa. Com a morte de Dom Sebastião, as tropas do Rei Filipe II da Espanha invadiram o território português. Todos os fidalgos que se negaram a aceitar a soberania espanhola foram presos. Entre estes encontrava-se Rodrigo Homem de Azevedo. Sua esposa recorreu a Nossa Senhora, que lhe apareceu durante nove noites, dizendo: "Não te agastes, eu, que tudo posso, o livrarei. Se puderes, em algum tempo, edificar-me-ás uma casa". Ao final da novena, Rodrigo Homem recebeu ordem de voltar para casa. Em agradecimento, o fidalgo mandou fazer uma imagem de Nossa Senhora do tamanho e forma da visão que sua esposa tivera em sonhos. Devido às palavras da Virgem: "Eu o livrarei", deu-lhe o título de Senhora do Livramento. A primeira mulher de Rodrigo faleceu. Sua segunda esposa, ao saber do ocorrido, animou-o a construir a Ermida do Livramento. Esta nova devoção foi trazida para o Brasil pelos portugueses, sendo encontrada em Minas Gerais, no Maranhão e em Mato Grosso. LOURDES, Nossa Senhora de No dia 11 de fevereiro de 1858, uma menina de quatorze anos, Bernadette Soubirous, ingênua, humilde e analfabeta, saiu com uma irmã e uma amiga para catar gravetos em um lugar chamado Massabielle, próximo ao povoado de Lourdes. Para aí chegar, as meninas precisaram atravessar um córrego com os pés descalços. Bernadette, que era asmática, vacilou em colocar os pés na água e por isso se atrasou um pouco na caminhada. Um estalido entre as árvores chamou a atenção da menina. Seus olhos contemplaram uma gruta na qual lhe apareceu uma Senhora com o rosto resplandecente, vestida de branco, com uma cinta azul. A Senhora misteriosa sorria e convidou Bernadette a rezarem juntas o terceiro mistério do Rosário. A irmã de Bernadette contou aos pais o ocorrido e estes, num primeiro momento, proibiram Bernadette de retornar à gruta. Mas tiveram que ceder frente a suas lágrimas. A aparição da Virgem se repetiu no dia 18 de fevereiro. Desta vez, a Senhora disse: "Vocês podem ter a bondade de vir aqui no espaço de quinze dias? Não prometo fazê-las felizes neste mundo, mas no outro". Ao longo das sucessivas aparições, a Senhora convidou Bernadette a rezar pelos pecadores e exortou os fiéis à penitência. No dia 25 de fevereiro, a Senhora pediu que elas bebessem da água de uma fonte que se encontrava em determinado lugar. Bernadette raspou a superfície do terreno com as unhas. A princípio brotou apenas um fio de água meio escura. Bernadette bebeu um pouco e se lavou. Era o milagroso manancial de Lourdes. Página 52 No dia 2 de março a Senhora disse à menina que manifestasse aos sacerdotes seu desejo de que se realizasse uma procissão e se construísse ali uma capela. O pároco de Lourdes, o Pe. Peyramale não acreditou nas palavras da menina e a tratou muito duramente, ordenando: "Diga a essa Senhora para falar seu nome". Na manhã do dia 25 de março, a Virgem Santíssima deu sua resposta: "Eu sou a Imaculada Conceição". Quatro anos antes, no dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX, na Basílica de São Pedro, em Roma, proclamara que a Imaculada Conceição de Nossa Senhora é dogma de fé, quer dizer, todos os católicos devem firmemente crer que Nossa Senhora foi preservada da mancha do pecado original. Com a aparição de Lourdes a Virgem confirmava a proclamação do dogma. Apesar da proibição das autoridades civis que interrogaram e ameaçaram Bernadette, os peregrinos começaram a acorrer em massa à gruta de Massabielle, onde se realizaram muitos milagres. O acesso à gruta foi proibido. Mais tarde, por ordem do imperador Napoleão III, o lugar foi aberto ao público. O Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França, recebe anualmente milhões de peregrinos crentes e também não crentes, para experimentar o milagre que ininterruptamente se repete: para alguns a cura dos males do corpo e para todos a serenidade do espírito. Em Lourdes a Virgem prossegue sorrindo ao mundo. Sua festa é celebrada a 11 de fevereiro. No dia 2 de junho de 1925, na Sala do Consistório, o papa Pio XI declarou Bernadette Bem-aventurada. A festa da beatificação ocorreu na Basílica de São Pedro no dia 14 de junho do mesmo ano. No dia 8 de dezembro de 1933, o mesmo papa inscreveu Bernadette Soubirous no catálogo dos santos. LUZ, Nossa Senhora da Padroeira de Curitiba Pedro Martins, português de origem humilde, nascido em Carnide, possuía no Algarve algumas terras herdadas por sua mulher, senhora de alguns haveres. Certa vez, quando para lá se dirigia a fim de cuidar de sua propriedade, foi aprisionado pelos mouros numa das incursões feitas pelos infiéis em território cristão e levado para o norte da África. Naquela ocasião, por volta de 1453, sobre a fonte do Machado, em Carnide, começou a aparecer uma luz misteriosa, cuja origem ninguém conseguia descobrir. Andava o povo alarmado e de Lisboa e dos arredores chegava muita gente para ver o fenômeno, começando o lugar a ser chamado: "A Luz". Pedro Martins, no seu cativeiro, desanimado da intercessão dos homens para libertá-lo, recorreu àquela que é o Socorro dos Aflitos e a Esperança dos Desesperados. Suas orações foram ouvidas pela Virgem Maria que lhe apareceu trinta noites seguidas em sonho, procurando consolá-lo. Na ultima noite Ela prometeu-lhe que ao acordar se encontraria em Carnide, mas que aí deveria procurar MEEU MARIA - MÃE DA TERRA uma imagem sua escondida perto da fonte do Machado, em sítio que lhe seria indicado por estranha luz. Quando a encontrasse, deveria erguer no local uma ermida em sua homenagem. No dia seguinte, como a Virgem Maria lhe havia anunciado Pedro Martins amanheceu em sua querida cidade natal. Em agradecimento por tão milagrosa libertação, o ex-cativo procurou logo realizar o desejo da Mãe Santíssima. Em companhia de um parente, saiu certa noite à procura da imagem. A luz cintilava sobre a fonte. Caminharam por entre o arvoredo e notaram que ela ia se deslocando até que em determinado momento parou. Limparam o local e ao removerem algumas pedras encontraram a efígie da Rainha do Céu. Assim que se espalhou a notícia do feliz achado, grande foi a afluência do povo ao lugar, e a Virgem Maria aí começou a ser invocada com o título de Nossa Senhora da Luz. Logo que pôde, Pedro Martins iniciou a construção da ermida com a permissão do bispo de Lisboa, que se prontificou a lançar a primeira pedra em solene cerimônia religiosa. Mais tarde esta capela foi substituída por suntuoso templo, inaugurado em 1596. A festa de Nossa Senhora da Luz começou a ser celebrada todos os anos e as casas nobres portuguesas disputavam entre Si a honra de se encarregarem das despesas. Este grandioso santuário, entretanto, foi quase totalmente destruído pelo terremoto que assolou Lisboa em 1755, catástrofe que, segundo piedosa lenda, deu origem à construção de Nossa Senhora da Luz de Diamantina. Contam que a distinta dama D. Teresa de Jesus Corte Real, durante a imensa tragédia que destruiu Lisboa, suplicou a proteção da Senhora da Luz e conseguiu refugiar-se com seu esposo e empregados domésticos em uma capela dedicada à Mãe de Deus. Seu marido havia sido designado para o posto de funcionário do "Contrato de Diamantes" em Minas Geras e ela prometeu então que, se conseguisse chegar ao Brasil sã e salva, faria erigir na colônia uma capela à Virgem da Luz. Aqui chegando, fixou residência no Arraial do Tejuco e alguns anos depois mandou construir nos arredores da vila urna pequena igreja. Diz a tradição que ao lado do templo, em cumprimento a outra promessa feita por seu pai à Senhora da Luz durante o terrível terremoto, fez erguer um recolhimento para a educação de órfãs, preparando-as para a vida. Cada moça que se casava, após esmerada educação, recebia um faqueiro de prata e três mil cruzados, quantia que dava para construir uma boa casa. D. Teresa Corte Real faleceu em 1826 e seu corpo foi sepultado debaixo do coro da igreja que fundara, na qual também foi colocado um seu retrato a óleo feito pelo pintor Manuel Pereira. Nos fins do século passado, a igrejinha estava prestes a ruir, porém o seu vigário conseguiu angariar fundos para reconstrui-la. No dia 20 de maio de 1900 ela foi solenemente reaberta aos fiéis e a imagem da Padroeira recolocada em seu antigo altar após solene procissão acompanhada de uma chuva de flores atiradas das sacadas pela senhoras de Diamantina. Todas as ruas estavam profusamente ornarmentadas e iluminadas para homenagear aquela que, tendo gerado a Luz do Mundo, bem mereceu o título de Nossa Senhora da Luz. Contudo, esta devoção em terras brasileiras não nasceu em Minas Gerais, pois a mais antiga igreja dedicada a Senhora da Luz em nosso pais foi a de São Paulo, fundada primeiramente no Ipiranga, por volta de 1580, e depois Página 53 transferida para o atual bairro da Luz, em 1603. Foi na primeira capela, citada pelo Padre Anchieta em urna de suas cartas, que um frade franciscano, capelão da armada de Diogo Flores Valdez, foi assassinado por um soldado ao pedir esmolas para os pobres. O segundo templo da Virgem da Luz acompanhou toda a história da cidade de São Paulo, tendo sido instalado ao lado da Capela o famoso Recolhimento da Luz fundado por um grupo de religiosas. Atualmente, depois de reformados, tanto o templo como o convento deram lugar ao Museu de Arte Sacra da capital paulista, onde se encontram preciosidades históricas e artísticas do Estado bandeirante. 0 culto a Nossa Senhora da Luz, difundido pelos jesuítas e beneditinos, deu origem a diversos santuários no Rio de Janeiro e nos Estados do Sul do Brasil, principalmente Paraná e Rio Grande. A cidade de Curitiba se iniciou em torno de uma capela, onde a Mãe da Luz era venerada pelos seus inúmeros milagres. Sobre a sua fundação existe interessante lenda, que passaremos a narrar: Na segunda metade do século XVII, Gabriel de Lara, seguindo os faiscadores de ouro, cruzou a serra do Mar e encontrou uma pequena povoação no sítio dos Pinhais, onde em 1659 seria fundada a vila de Nossa Senhora da Luz. Dizem que seus primeiros habitantes foram membros da bandeira de Antônio Domingues, que em 1648 se dirigia ao sul do país. No entanto, segundo a lenda, os bandeirantes se haviam estabelecido um pouco além, nas margens do rio Atuba, onde ergueram uma ermida à Senhora da Luz. Com o andar do tempo, os rudes penetradores do sertão notaram que a imagem da Virgem tinha sempre os olhos voltados para os campos aos quais os índios denominavam Curitiba (Pinhais). Aquela região era dominada pelos ferozes cainguangues, ciosos de seus bosques de pinheiros. Contudo, Nossa Senhora insistia em mirá-la, pois todas as manhãs aparecia com os olhos luminosos voltados para o poente. Tal foi a insistência da Virgem, que os sertanejos resolveram sondar a possibilidade da conquista do sítio indicado pela Padroeira. Com seus aprestos de guerra seguiram para a esplanada dominada pelos bárbaros caingangues, prontos para o combate. Em vez da luta prevista como certa, o que ocorreu foi a acolhida generosa e cordial. Do chefe indígena para o chefe branco partiu apenas um aceno acolhedor. Os arcos foram jogados no chão em sinal de paz e a cuia de mate, símbolo da hospitalidade, foi oferecida ao chefe índio, rodando depois pelos guerreiros brancos. A Cidade de Luz, no Oeste de Minas Gerais, iniciada em 1790 em torno de uma capelinha dedicada a Nossa Senhora da Luz e desde 1918 sede da Diocese, recebeu no dia 2 de fevereiro de 1995 preciosa escultura de sua Padroeira, que lhe foi doada pela câmara Municipal de Lisboa. Esta imagem, abençoada no santuário de Carnide, em Portugal, construído junto à fonte do Machado, onde em 1453 0 humilde Pedro Martins obteve da Mãe Santíssima um estupendo milagre, é toda em mármore branco e foi recebida com grandes festejos populares e comemorações cívicas na progressista cidade mineira e entronizada na bonita catedral. Existe ainda na Cidade de Luz interessante monumento º erguido em 1993 para comemorar o 75 aniversário da criação do Bispado, no qual foi colocada uma efígie de bronze de Nossa Senhora da Luz, cópia daquela trazida MEEU MARIA - MÃE DA TERRA pelos portugueses em 1503, que se encontra em exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo. A invocação de Nossa Senhora da Luz é bastante difundida no Brasil, pois existem 21 paróquias a Ela dedicadas. Fonte: "Invocações da Virgem Maria no Brasil", de a Nilza Botelho Megale, Ed. Vozes, 4 . ed., pp. 274-279. MÃE DA Senhora DIVINA PROVIDÊNCIA, Nossa Patrona de Porto Rico Na metade do século XIX, Monsenhor Gil Esteve y Tomás foi nomeado bispo de Porto Rico. Ele era espanhol, da catalunha, e levou consigo para Porto Rico a devoção a Nossa Senhora da Divina Providência, invocação mariana originária da Itália e surgida no século XIII, tempos depois chegando à Catalunha, onde se construiu um santuário em Tarragona. O bispo Gil Esteve teve grande empenho em fomentar a devoção à Virgem, reconstruiu a Catedral e, em pouco tempo, conseguiu, com a ajuda dos fiéis, recursos para adquirir em Barcelona a sagrada imagem da Virgem. Ergueu-lhe um altar e estabeleceu seu culto para o dia 2 de janeiro, data que ficou marcada oficialmente para a festa anual. A imagem, feita em Barcelona, foi colocada em seu altar na Catedral de São João, no dia 2 de janeiro de 1853. Representa a Virgem assentada em atitude de Mãe dulcíssima, carregando o Filho que dorme serenamente em seu regaço. As mãos de Maria se unem em oração, mesmo assim sustentando a mãozinha esquerda de Jesus. Esteve exposta ao culto da na Catedral até 1920, quando foi substituída por outra imagem, que é a de Nossa Senhora da Divina Providência, mais conhecida pelo povo portoriquenho. A imagem original venerada pelos Servos de Maria (Padres Barnabitas) e outras ordens religiosas italianas é um óleo no qual também aparece a Virgem com o Menino dormindo placidamente em seus braços. O terno conjunto da Virgem Maria, em cujo regaço dorme, em confiante abandono, o Menino Deus, e o título "Mãe da Divina Providência" despertam profunda simpatia e ternura na alma porto-riquenha. A Ilha de Porto Rico, chamada de "Borinquén" pelos indígenas, foi descoberta no dia 19 de novembro de 1493, quando Colombo ali desembarcou em sua segunda viagem. O Papa Paulo VI, por um decreto, declarou Nossa Senhora Mãe da Divina Providência como patrona principal de Porto Rico e indicou que a data da festa deveria ser transferida de 2 de janeiro para 19 de novembro, unindo dessa forma a veneração à Virgem à festa do descobrimento da Ilha. No dia 12 de outubro de 1984, assim afirmou o Papa João Paulo II: "Confiamos e desejamos que esta imagem assim honrada, se converta em sinal de renovada piedade mariana, cume e fonte dos constantes auxílios da Mãe de Deus". MÃE DA EUCARISTIA, Nossa Senhora "Falem sobre a Mãe da Eucaristia, porque a Mãe da Eucaristia encerra a História". Por muito tempo Nossa Senhora vem aparecendo em particular a Marisa Rossi em Roma. Em junho de 1993 Ela Página 54 pediu, em nome de Deus, que Suas mensagens sobre a Eucaristia se tornassem públicas. VER MENSAGENS Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé Apostólica Colaboração de Maria Beatriz de Castro Batista. MÃE DA IGREJA, Nossa Senhora Este título foi proclamado à Santíssima Virgem no dia 21 de novembro de 1964 pelo Papa Paulo VI, no encerramento da 3a. sessão do Concílio Vaticano II. Em seu discurso, o Santo Padre dizia: "Para a glória da Virgem e para nosso conforto, proclamamos Maria MÃE DA IGREJA, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis quanto dos Pastores que lhe chamam de Mãe Amorosíssima; e queremos que com esse título suavíssimo seja a Virgem doravante honrada e invocada por todo o povo cristão". Continuando sua oração, Paulo VI afirmava que o título não era novo para a piedade dos cristãos porque é justamente com este nome de Mãe que os fiéis e a Igreja costumam dirigir-se a Maria. Ela é ao mesmo tempo Mãe e modelo da Igreja. Foi mãe no passado porque cooperou com o Altíssimo na obra da salvação da humanidade, dando o seu "Fiat" ao anúncio do anjo, colaborando também no ministério público de Jesus, imolando-se junto com seu Divino Filho durante o sangrento episódio do Gólgota. Antes de morrer na cruz, o Cristo apresentou-se ao discípulo querido que ali representava toda a humanidade, dizendo: - "Eis a tua mãe". É o modelo da Igreja porque depois da Ascensão do Senhor permaneceu em oração com as mulheres e apóstolos até a vinda do Espírito Santo em Pentecostes. Filha de Adão como nós, e portanto nossa irmã por laços da natureza, foi entretanto uma criatura privilegiada devido à sua Imaculada Conceição e sua Maternidade Divina. Levando uma vida igual à de todos, cheia de preocupações e trabalho, ela exerceu importante apostolado, realizando em sua vida terrena a perfeita figura do discípulo de Cristo. Santo Agostinho dizia que Maria cooperou pela caridade para o nascimento dos fiéis, que são os membros da Igreja. A primeira afirmação expressa em documentos sobre o magistério e a Maternidade de Maria Santíssima em relação à Igreja foi uma bula do Papa Bento XIV, em 1748, cujas declarações foram retomadas na proclamação do Concílio Vaticano II. Dizia que, assim como descobrimos em uma mãe os traços do rosto ou os caracteres de sua descendência, assim devemos descobrir em Maria a prefiguração da Igreja. Pela geração a mãe imprime sua semelhança aios filhos; a Igreja traz a semelhança de Maria, pois foi gerada em seu concurso. Graças a fé e ao consentimento livre, ela tornou-se realmente mãe de Cristo e de todos os que nele são batizados. Pela pregação e pelo batismo ela gera para a vida nova e imortal dos filhos nascidos de Deus que formam a Igreja Universal. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Podemos reconhecer em Maria a intermediária que concorre para a concessão das graças divinas, porém é mais verdadeiro ainda encontrar nela a Mãe que vela pelo desenvolvimento espiritual de seus filhos. A prova disso é que Ela nunca abandonou a Igreja, ajudando-a não só no início de sua história, como nos momentos cruciais de sua existência. Maria permanece no presente Mãe da Igreja, contribuindo para tornar a Igreja Mãe dos cristãos; imprime nela a imagem como sua maternidade e se apresenta aos olhos dos homens como a expressão mais acessível e mais concreta de uma Igreja Materna. A primeira paróquia dedicada à Maria Mãe da Igreja, que se tem notícia, em nosso país, foi aquela criada por D. Agnelo Rossi a 17 de abril de 1966, sob os cuidados pastorais dos Padres Oblatos de Maria, localizada na cidade de São Paulo (SP), no bairro Jardim Paulista. A dinâmica Paróquia Nossa Senhora, Mãe da Igreja, de Belo Horizonte (MG), foi criada no dia 5 de novembro de 1968, na Vila Paris. Bibliografia: Nilza Botelho Megale, in "Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 285-287 MÃE DE DEUS, Nossa Senhora A solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, é a primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental. Originariamente a festa nasceu para substituir o costume pagão das "strenae" (dádivas), cujos ritos não condiziam com a santidade das celebrações cristãs. 0 Natal de Santa Maria começou a ser festejado em Roma no século quarto, provavelmente junto com a dedicação de uma das primeiras igrejas marianas de Roma: a de Santa Maria Antiga no Foro romano, ao sul do templo dos Castores. Sua liturgia estava ligada à do Natal. 0 dia primeiro de janeiro foi chamado de oitava do Senhor Lembrando o rito que se cumpriu oito dias após o nascimento de Jesus, proclamava-se o evangelho da circuncisão. A circuncisão dava nome também à festa que inaugurava o ano novo. A última reforma do calendário trouxe ao dia primeiro de janeiro a festa da maternidade divina. Desde 1931 essa festa era celebrada no dia onze de outubro, lembrando o Concílio de Éfeso (431) que proclamou solenemente uma das verdades mais queridas do povo cristão: Maria é verdadeira Mãe de Cristo, que é verdadeiro Filho de Deus. Nestório teve a ousadia de declarar: "Porventura pode Deus ter uma mãe? Nesse caso não podemos condenar a mitologia grega, que atribui uma mãe aos deuses." São Cirilo de Alexandria, porém, havia replicado: "Dir-se-á: a virgem é mãe da divindade? Ao que respondemos: 0 Verbo vivo, subsistente, ~ gerado pela própria substância de Deus Pai, existe desde toda a eternidade. . . Mas ele se encarnou no tempo e por isso pode-se dizer que nasceu da mulher." Jesus, Filho de Deus, nasceu de Maria. É desse sublime e exclusivo privilégio que derivam à Virgem todos os títulos que lhe atribuímos. Também podemos fazer, entre a santidade individual de Maria e sua maternidade divina, uma distinção sugerida pelo próprio Jesus Cristo: "Uma mulher levantou a voz do meio da Página 55 multidão e lhe disse: bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que te amamentaram. Mas Jesus replicou: ‘Mais bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a praticam". (Lc 11,27) Na realidade, Maria, filha de Adão, consentindo na palavra divina, se fez Mãe de Jesus. E abraçando a vontade salvífica de Deus com todo o coração, não retida por nenhum pecado, consagrou-se totalmente como serva do Senhor a pessoa e obra do seu Filho, servindo sob ele e com ele, por graça de Deus onipotente, ao mistério da redenção". (Lumen Gentium, 56). Deus se fez carne por meio de Maria, começou a fazer parte de um povo, constituiu o centro da história. Ela é o ponto de união entre o céu e a terra. Sem Maria desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transforma-se em ideologia, em racionalismo espiritualista. Paulo VI assinala a amplidão do serviço de Maria com palavras que têm um eco muito atual em nosso Continente: Ela é a mulher forte que conheceu a pobreza e o sofrimento, a fuga e o exílio (Cf. Mt 2,13-23); situações estas que não podem escapar à atenção de quem quiser dar apoio, com espírito evangélico, às energias libertadoras do homem e da sociedade. Apresentar-se-á Maria como a mulher que com sua ação favoreceu a fé da comunidade apostólica em Cristo e cuja função materna se dilatou, vindo a assumir, no Calvário, dimensões universais". (Puebla, 301 e 302). Em Portugal, a invocação de Nossa Senhora Madre (Mãe) de Deus data do reinado de Dom João II. Desejando a rainha D. Leonor construir um convento em honra da Santíssima Virgem, estava preocupada com o título que deveria dar a esta casa religiosa, quando apareceram dois jovens de impressionante beleza, trazendo à rainha uma estátua de Nossa Senhora para ver se lhe agradava. Todavia, pediram à soberana um preço tão elevado, que a compra não se realizou. Disseram então os mancebos, que se supõe serem anjos, que voltariam para buscar a imagem, porém nunca mais apareceram. Reconhecendo D. Leonor neste fato extraordinário um favor do céu, tomou a imagem e a colocou no convento, dando-lhe o título de Madre de Deus, porque ela representava Nossa Senhora e São José adorando o Menino Jesus recém-nascido, deitado num berço de prata. Existem no Brasil, em Minas Gerais e principalmente no Nordeste, algumas igrejas dedicadas à Madre de Deus, entre as quais merece destaque o belo templo de Recife, construído pela extinta Congregação do Oratório de São Filipe Neri, que tão assinalados serviços prestou à cultura brasileira. Iniciada em 1700 graças ao auxílio de cinco mil cruzados concedidos pelo rei D. João V, esta igreja foi recentemente remodelada e é hoje a catedral. É famoso também o santuário da Mãe de Deus da antiga ilha de Cururupeba (hoje Madre de Deus), no Recôncavo Baiano, conhecida na ocasião pelo grande número de ostras perlíferas existentes nas pedras de seu litoral. A igreja está situada no cume de um morro e foi fundada por volta de 1679 pelo padre Manuel Rodrigues, o qual desejava dedicar à Rainha do Céu um santuário semelhante ao que serve de morada à milagrosa imagem de Lisboa. Este templo possuía três alpendres, um na entrada e dois laterais, detalhe arquitetônico encontrado somente nas igrejas mais antigas do Brasil, e seu interior MEEU MARIA - MÃE DA TERRA está coberto de rica talha dourada e alguns painéis pintados. No retábulo da capela-mor vê-se dentro de uma lapa a perfeitíssima imagem de madeira representando Maria Santíssima e São José de joelhos, adorando o Menino Jesus. A devoção à Senhora Madre de Deus é intensa naquelas paragens, o que se pode observar pelos inúmeros ex-votos que cobrem as paredes da capela. 0 povo e a igreja festejam a Mãe de Deus no dia 1 de janeiro, a oitava do Natal, ocasião em que os romeiros acorrem à pitoresca ilha para verem e admirarem a Soberana do Céu, que está sempre atraindo para Si o culto e o afeto da população baiana. Bibliografia: Mario Sgarbossa e Luigi Giovanninni, "Um Santo para cada dia", Ed. Paulinas, 1983, pp. 7-8 Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 281-284 MÃE DO INFINITO AMOR, Nossa Senhora Tudo começou numa manhã nublada do dia 24 de maio de 1995 quando Rodrigo ia para o trabalho de bicicleta. Em locução interior (sem ele saber o que era), ouviu algo que lhe afirmava (não era intuição): "Hoje o Sol irá raiar". Seguiu para a loja, sem saber ao certo o que estava acontecendo. Começou a trabalhar e percebeu que estava sentindo frio. Achou que era febre. Falou com seu pai que lhe afirmou que não era. A carne de seu corpo tremia por dentro. Novamente veio a voz interior que então se apresentou como sendo Maria Mãe de Deus. Ela pediu para que Rodrigo e sua família se reunissem naquele dia para rezar por sua prima Luciana, de seis anos, que no momento estava com forte depressão que preocupava muito a todos os familiares. Maria também pediu que se rezasse essa jaculatória: "Ave, cheia de graça!" durante todo aquele dia. Ao se reunirem para rezar por Luciana, logo foram tomados de grande emoção, pois durante as orações puderam sentir odor de rosas e um vento forte que soprava nos pés das pessoas (com a casa toda fechada). Era o dia de Nossa Senhora Auxiliadora (24/05/95). Ana Paula teve visão de Nossa Senhora de uma forma simples - como se fosse uma estampa vinda da janela da sala, onde estavam reunidos. Ela manteve um breve diálogo com Maria. Nossa Senhora falou com Rodrigo que a cura de Luciana aconteceria de forma gradativa e que os pais da menina teriam uma contribuição importante neste processo de cura. Eles deveriam confessar, participar da missa durante sete dias consecutivos e rezar muito pela filha. Com o passar dos dias, Luciana foi melhorando e voltando à sua vida normal. Maria pediu que Rodrigo e Ana Paula entrassem em jejum (só água) durante 3 dias e disse que eles não sentiriam fome. A partir daí, a cada dia Ela indicava nomes de pessoas que formaram um Grupo de Oração, hoje denominado "Corações Unidos". Página 56 A princípio, durante uns 20 dias, Rodrigo recebia mensagens e recados particulares e tinha visões rápidas e estáticas, como se fosse uma imagem ou estampa. A partir daí, semanalmente o grupo se reunia para rezar o terço e a mensagem era transmitida e copiada. Só em 24/08/95 Jesus começou também a dar Suas mensagens através de Ana Paula, que tinha visões de Jesus de forma plana, como se fosse uma estampa. As mensagens eram também semanais. Rodrigo e Ana Paula durante todo o tempo foram acompanhados pela Igreja e encaminhados a um psicólogo e a um psiquiatra que atestaram a sanidade mental dos dois. Posição da Igreja: Dom Roberto Gomes Guimarães, Bispo Diocesano de Campos-RJ, permitiu a divulgação dos eventos, mensagens, orações e a realização de encontros no local: "São de conhecimento público as manifestações ocorridas em Itaperuna, atribuindo-se a Jesus e a Nossa Senhora as mensagens, então, divulgadas. (...) Recentemente a Santa Sé pronunciou-se sobre Medjugorje, e o critério na análise dos acontecimentos será o mesmo a ser também adotado relativamente às revelações em Itaperuna: Até o momento presente não existe, ainda, aprovação oficial por parte da autoridade eclesiástica. Já que muitos fiéis continuam dirigindo-se ao local dos acontecimentos, testemunhando, inclusive, a obtenção de graças diversas, nada impede que assim se faça, contando que se proceda em perfeita conformidade com a fé e a moral católica, em autêntica devoção mariana e acatamento às orientações do pároco local. Quanto ao conteúdo das mensagens, é fundamental que se destaquem, com ênfase, os valores espirituais da conversão, do afervoramento da vivência cristã e da prática sacramental regular, verdades estas sempre lembradas pela Santa Igreja, e de total consonância com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Rezemos para que as Luzes do Divino Espírito Santo nos levem ao discernimento sobre a autenticidade dos fatos, e que a solicitude maternal da Santa Mãe de Jesus nos faça corresponder com profunda gratidão ao Amor Infinito de Deus para com suas criaturas." mensagem principal: A proteção materna de Nossa Senhora para o Brasil; prática da fé, oração constante (Rosário, Terço da Misericórdia), testemunho, jejum. sinais e eventos: Uma fonte de água milagrosa brotou na Fazenda Nova Esperança, local de aparições. profecias: A Igreja Católica passará por um grande período de provação. O tempo é de conversão e deve ser aproveitado, pois é próximo o tempo do Triunfo. Colaboração de Maria Beatriz de Castro Batista. MEDALHA MILAGROSA, Nossa Senhora da Ver: Graças, Nossa Senhora da MEEU MARIA - MÃE DA TERRA MEDIANEIRA DE TODAS AS GRAÇAS, Nossa Senhora Trata-se de um título litúrgico, celebrado a 31 de maio. Sabemos que Jesus Cristo é o nosso único Salvador e o nosso único mediador principal e necessário. Contudo, Maria Santíssima, em sua missão materna, é "membro supereminente e absolutamente único da Igreja" (LG 53) e sua missão "em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo salutar influxo da bem-aventurada Virgem (...) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se na sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força" (LG 60). Consumando Jesus Cristo, com sua morte, o mistério de nossa Redenção, abriram-se para todos os homens as portas do céu; faltava, porém, a aplicação dos merecimentos da vida, paixão e morte do Salvador às necessidades de todas as almas e de cada alma em particular, para que pudéssemos de fato entrar na pátria celeste. Essa aplicação da Redenção seria feita pelo próprio Jesus Cristo, que, indo para o Pai, estaria sempre a interceder por nós. Sim, Jesus Cristo é mediador entre Deus e os homens, conseguindo-nos, do Eterno Pai, os frutos da Redenção. Contudo, mediador único, Jesus Cristo estabeleceu que outros cooperassem com ele na obtenção e distribuição dos dons sobrenaturais; assim o justo, já mesmo neste mundo, vem a ser um desses mediadores e, uma vez no céu, com maior eficácia intercederá por nós, diante do trono de Deus; são, pois, muitos os mediadores a interceder por nossa salvação. Portanto, se todo cristão pode e deve cooperar, por suas orações, à salvação dos homens, por que Maria, a mais perfeita das criaturas e a mais unida a Nosso Senhor, não será a mediadora por excelência na obra da Redenção? "Era desígnio de Deus", diz Leão XIII, que, após ter Maria servido de intermediária no mistério da Redenção, "continuasse igualmente a ser intermediária das graças que esse mistério faria correr em todos os tempos". Sim, convinha que aquela que fora nossa co-redentora, merecendo-nos, com a graça da Redenção, todas as demais graças, interviesse na dispensação e distribuição de todas as graças e méritos. Somente assim é que a Imaculada Maria teria sobre o demônio perfeita e completa vitória, como se esperava fosse a vitória sua, completa e perfeita, segundo o justo entendimento daquele texto marial e messiânico: "Porei inimizade entre ti e a mulher"... "De fato, na cooperação com o novo Adão, Jesus Cristo, é que estava a razão da vitória da nova Eva, Maria. Que Maria, portanto, cooperasse também com ele, dignamente, plenamente, na obra da distribuição dos frutos da Redenção depois de haver com ele cooperado na aquisição do nosso resgate." Mas é especialmente da maternidade espiritual da Santíssima Virgem Maria que decorre essa verdade de sua mediação universal, verdade já admitida nos primeiros séculos do cristianismo, pois sempre entenderam os Página 57 cristãos que, se Maria estava sempre com Jesus como, por exemplo, em Nazaré, em Caná, no Calvário, e, depois da morte de seu Divino Filho, com os apóstolos e discípulos, a aconselhá-los e a dirigi-los, e sempre a interceder pelos homens era porque Jesus Cristo a queria corno medianeira de todas as suas graças. E, portanto, porque de fato Maria coopera na salvação das almas, obtendo-lhes as graças necessárias para perseverarem no bem ou para restaurar-lhes a vida da graça, quando perdida pelo pecado, é por isso que Maria granjeou o título tão consolador para nós pobres mortais: Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. A devoção a Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças é muito presente em Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, iniciada com a chegada de um santinho vindo da Bélgica. O então Pe. Inácio Valle S.J. introduziu esta devoção entre os seminaristas, no Seminário São José, em 1928. A devoção adquiriu novo impulso em 1930, quando a cidade de Santa Maria foi preservada de um iminente confronto armado entre as unidades militares locais. Um grupo de pessoas dirigiu-se até a Capela do Seminário São José para agradecer a Nossa Senhora, por ter evitado o confronto e ter preservado incólume a cidade. Assim, tivemos início as Romarias. A Romaria Estadual da Medianeira que se realiza anualmente no segundo domingo do mês de Novembro é a mais tradicional Romaria do Estado do Rio Grande do Sul, sendo também a mais antiga e a que reúne maior número de participantes. Bibliografia: Edésia Aducci, "Maria e seus títulos gloriosos", Ed. Loyola, 1998, pp. 27-28 MEDJUGORGE, Nossa Senhora de Desde 24 de junho de 1981, Nossa Senhora vem aparecendo diariamente, em Medjugorge (Bósnia-Herzegóvina), às 17h40 (13h40, em Brasília). Ela se apresenta como Rainha da Paz e faz ao mundo um último apelo à conversão, através de 6 jovens: Jakov (Iákov), Ivanka, Ivan (ívan), Marija (Mariia), Mirjana (Miriana) e Vicka (Vítiska). São as mais longas e mais intensas aparições da nossa história e Nossa Senhora diz que estas são as últimas. A Virgem Maria aparece como uma lindíssima jovem. Sua voz é harmoniosa, parece uma canção; tem cabelos longos e escuros, olhos azuis e face rosada. Usa, normalmente, um vestido de cor cinza e véu branco. Sobre a cabeça, uma coroa de 12 estrelas. Os pés estão apoiados em nuvem que não toca o chão. Certo dia, Ela apareceu na Igreja e foi vista por paroquianos, peregrinos e um sacerdote. Outra vez, apareceu na Montanha da Cruz, permanecendo ali durante 35 minutos, sendo admirada por várias pessoas presentes. A jovem estudante, Jelena (pronuncia-se Iélena), foi visitada algumas vezes por um anjo que lhe falava dos planos de Nossa Senhora. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Ela e Mariana vêem e ouvem a Virgem Maria, diariamente, com o coração, quando estão em oração profunda (Locução Interior). Grandes chamas foram vistas na Colina das Aparições, mas nada ficou queimado. No céu, apareceu a palavra MIR (paz), em letras douradas, vinda da Montanha da Cruz em direção à Igreja. Quase todos os peregrinos que vão a Medjugorge afirmam ver sinais no sol, na lua e nas estrelas. Centenas de curas milagrosas estão documentadas no escritório paroquial. As curas espirituais e as conversões ocorrem de forma constante e torrencial No início das aparições, o governo - comunista, na época - determinou a prisão do vigário, Padre Iozo. As fechaduras das celas em que ficava, mesmo sendo trocadas várias vezes, não fechavam. As luzes acendiam sozinhas em sua cela. Os policiais desligavam o interruptor, mas a luz permanecia acesa ou voltava a acender. Nossa Senhora confiou aos jovens 10 segredos, sobre acontecimentos que sobrevirão, em breve, à humanidade. Por escolha de Miriana e com o consentimento de Nossa Senhora, o Padre Petar (49 anos) divulgará para todo o mundo cada segredo, 3 dias antes de ocorrer. O 3o. segredo será um grande Sinal visível, palpável e permanente, a ser deixado na Colina das Aparições. Os jovens já o contemplaram, em visão. Depois dele, os incrédulos sentirão grande sofrimento interior, um terrível remorso. Eles acreditarão, mas não haverá mais tempo para a conversão. Após a realização do 10o. segredo, o poder de satanás será destruído e um Novo Pentecostes marcará o início de um Novo Tempo. Estes segredos constam do documento entregue por Nossa Senhora a Miriana. Só Miriana consegue ler ali os segredos. As outras pessoas vêem um trecho da Bíblia, um cântico, uma mensagem, etc . Fragmento deste documento foi examinado por cientistas que afirmam ser sua composição dc origem desconhecida na Terra. Este período que antecede os acontecimentos é um tempo de graça que Deus está concedendo para a nossa conversão. Físicos nucleares foram a Medjugorge. Seus sofisticados aparelhos de medir energia radioativa acusaram uma taxa tão elevada na hora da aparição que, se fosse radioatividade, seria mortal para todos. Foi registrada, também, na sala das aparições, uma inexplicável e altíssima concentração iônica. A Santa Sé vem acompanhando o desenvolvimento das aparições em Medjugorge inclusive mediante Comissões de Bispos especialmente designadas. As mensagens dadas por Nossa Senhora em Medjugorge são um urgente apelo à paz, conversão, oração jejum e vida sacramental. Em abril de 1985, Ela disse que daria mensagens como jamais ocorreu em qualquer lugar, em toda a história, desde o início do mundo. Atualmente, as mensagens são dadas no dia 25 de cada mês e publicadas em todo o mundo em diversos boletins e jornais, inclusive no Brasil. VER MENSAGENS (MEDJUGORE) Página 58 MENINA, Nossa Senhora Pouca coisa sabemos sobre a infância de nossa querida Mãe do Céu, assim como de seus pais Joaquim e Ana. O que veio até nós foi registrado nos evangelhos apócrifos. Contam eles que Joaquim, pai de Maria, muito rico e temente a Deus, oferecia constantemente sacrifícios ao Senhor, mas era sempre humilhado pelos companheiros porque não tinha filhos. Sua mulher Ana era estéril. Certa vez, cansado de ser recriminado pelos amigos e sacerdotes, sem nada dizer à esposa, reuniu seus pastores, levou os rebanhos para o deserto, armando ali sua tenda, longe de todos e de tudo. Ninguém dava notícias dele e Ana achou que o marido havia falecido. Lamentava-se pela viuvez e esterilidade. Apesar de abatida com o rude golpe, tentou reagir, apegando-se ao Senhor, a quem orava com grande confiança. Certo dia em que rezava em seu jardim, apareceu-lhe um anjo de Deus, dizendo: "Ana, Ana, o Senhor escutou a tua súplica. Conceberás e darás à luz e de tua prole falar-se-á em todo o mundo". Ana então prometeu a Deus que oferecia seu filho ou filha ao Senhor, para que permanecesse ao seu serviço a vida inteira. Na mesma ocasião outro mensageiro celestial apareceu a Joaquim, dizendo: "Joaquim, Joaquim, o Senhor ouviu teus rogos. Volta para tua casa pois Ana, tua mulher, dar-teá descendência". Joaquim obedeceu, reuniu os pastores e os rebanhos e se pôs a caminho, enviando dois mensageiros a Ana para anunciar sua volta. Passados os meses nasceu-lhes uma menina, que recebeu o nome de Maria. Ana arrumou em seus aposentos um oratório e não consentiu que alguma coisa impura chegasse às mãos da filha. Quando Maria completou 3 anos, apresentou-a no Templo para que ela se dedicasse ao serviço do Altíssimo. Ali ficou a Virgem cerca de 10 a 12 anos, saindo para desposar São José. Assídua no trabalho, aplicada nos estudos dos Livros Sagrados, continuamente absorta em Deus, servia de exemplo a suas companheiras. Nossa Senhora Menina era muito venerada na França. Uma de suas imagens mais conhecidas é a de Montaigut, que representa a Virgem Maria adolescente, de pé, sorrindo e com as mãos unidas em oração. No século passado, em 1832, foi fundada em Louvère, pelas santas Bartoloméia Capitânio e Vicência Gerosa, a congregação feminina das Irmãs de Maria Menina, que se estabeleceu no Brasil em 1947. Existem, no Brasil, várias imagens desta invocação. Geralmente Maria aparece ao lado de sua mãe, que a ensina ler. Algumas vezes ela se apresenta com São Joaquim e Sant’Anna, mas raras são as esculturas de Maria ao colo de sua mãe. Em Porto Seguro, Bahia, existe uma antiga imagem de Nossa Senhora Menina, na igreja da Pena, que dizem estar ali desde o século XVII, quando o templo foi construído. O principal santuário de Nossa Senhora Menina está situado em Aracaju, Sergipe, e é muito freqüentado pela população local como por grande número de devotos provenientes de estados vizinhos. A imagem que ilustra este título de Nossa Senhora, ainda bebê, foi copiada de um santinho muito antigo, que traz no verso um apelo aos brasileiros para ajudarem no sustento do "Pontifício Collegio Pio Brasileiro", em Roma. Pelas informações contidas no santinho, este santinho foi espalhado quando era pontífice o papa Pio XI. O texto é MEEU MARIA - MÃE DA TERRA assinado pelo Pe. Dr. Francisco de Paula Salgado, na ocasião membro da "Commissão Nacional Pró Collegio Pio Brasileiro". MERCÊS, Nossa Senhora das No início do século XII quase toda a Península Ibérica gemia sob o jugo muçulmano. Grande número de espanhóis estava escravizado pelos mouros e sujeito aos piores tratos. A Santíssima Virgem - Auxiliadora dos Cristãos condoendo-se do sofrimento de seus filhos, quis ser a principal fundadora de uma Ordem Religiosa destinada a prestar socorro a estes infelizes. Para isso apareceu em sonhos, na mesma noite, a três homens dedicados, a fim de que se consagrassem a causa dos oprimidos. Um dos escolhidos foi o militar francês de origem fidalga São Pedro Nolasco, que há muito tempo se dedicava a esta causa, resgatando seus irmãos de crença a peso de ouro. Quando já lhe escasseavam os recursos, a Virgem Maria apareceulhe em sonho e disse-lhe: - "Deus quer que estabeleça uma Congregação Religiosa para o resgate dos cativos". Pedro não era um homem crédulo e por isso consultou o seu confessor São Raimundo de Penaforte, um dos mais notáveis teólogos de sua época. Qual não foi a surpresa de Pedro Nolasco ao saber que o Santo Doutor tivera o mesmo sonho e recebera ordem de animar os seus desígnios. Foram os dois pedir o apoio de D. Jaime I de Aragão e ficaram assombrados quando o piedoso monarca lhes anunciou que tivera o mesmo sonho e recebera a mesma ordem. Certos de que esta era a vontade de Deus, puseram mãos a obra. 0 magnânimo soberano mandou construir um convento, enquanto São Raimundo elaborava os estatutos da Ordem. São Pedro Nolasco foi o primeiro Comandante Geral da Milícia, e a ele, em pouco tempo, juntaram-se muitos cavaleiros da Espanha. Estava fundada a Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos. Alem dos votos de pobreza, obediência e castidade, eles faziam o de tornar-se escravos, se fosse necessário, para salvar os prisioneiros. A Ordem de Nossa Senhora das Mercês, após a aprovação do Santo Padre, espalhou-se pela Europa. Quando Cristóvão Colombo descobriu a América, despertou a atenção dos Mercedários para o enorme campo de atividades que se lhes deparava no Novo Mundo. A Milícia de São Pedro Nolasco logo aceitou o encargo de catequizar o selvagem americano do Mundo Espanhol. Os primeiros milicianos estabelecidos no Brasil vieram de Quito com Pedro Teixeira em 1639, quando o nosso país ainda se achava sob o domínio da Espanha, e se localizaram em Belém do Pará. Com a Restauração de Portugal, os governantes de Lisboa suspeitaram dos Mercedários, mas a Câmara e o povo fizeram requerimentos pedindo a sua permanência naquela cidade, devido a grande obra social e de catequese que estavam empreendendo. Página 59 No início construíram uma pequena capela anexa ao convento, mas no século XVIII edificaram, de acordo com o projeto do arquiteto italiano radicado em Belém, José Landi, o seu templo definitivo, o único da cidade que possui a frontaria em perfil convexo. Seus púlpitos em estilo rococó e as talhas magnificas de seus frontões fazem desta igreja um dos mais bonitos monumentos religiosos da capital do Norte Brasileiro. No século citado, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercê estabeleceu-se em Ouro Preto, com o intuito de libertar os escravos pretos e crioulos que trabalhavam nas minas. Após muito tempo a confraria conseguiu se transformar em Ordem Terceira, com o direito de usar hábitos, capas, correias e também construir o seu templo. Entretanto, não se sabe por que, a irmandade cindiu-se ficando urna parte com a risonha igrejinha que é a Mercês de Cima, enquanto a outra estabeleceu-se na ermida do Bom Jesus dos Perdões, denominada atualmente Mercês de Baixo. A luta entre as duas facções durou perto de cem anos, acreditando-se que a política imperial tenha influído na contenda, pois os conservadores eram filiados à Mercês de Baixo, enquanto os liberais somente se inscreviam na Mercês de Cima. O culto da Virgem das Mercês desenvolveu-se mais entre os pardos cativos, por isso ele se espalhou principalmente nas vilas do ouro como Diamantina, São João del Rei, Mariana, Sabará, etc., onde são encontrados vários templos a ela dedicados. Em Diamantina, sua festa se realiza a 17 de agosto com espetáculos de fogos de artifício, luminárias e foguetes, pois os negros acham que foi ela quem inspirou a Princesa Isabel a libertar os escravos. Esta é uma das mais antigas festas daquela cidade e é feita com procissão e levantamento de mastro com bandeirinhas. MILAGRE DE SALTA, Nossa Senhora do As imagens do Senhor e da Virgem do Milagre são veneradas em Salta, Argentina, na Catedral Basílica. A origem das imagens remonta ao ano de 1592, quando o bispo Dom Francisco de Victoria doara à população a imagem de Cristo Crucificado, cujo destino seria a igreja matriz de Salta. Segundo testemunhos, a chegada da imagem às terras americanas foi um autêntico milagre. Em junho de 1592, no porto de Callao, Peru, foram vistas duas arcas flutuando, parecendo restos de um naufrágio. Uma das arcas trazia gravado a fogo: "Uma Virgem do Rosário para o Convento dos Pregadores da cidade de Córdoba"; na outra, lia-se: "Um Cristo Crucificado para a igreja matriz da cidade de Salta". Jamais se soube que embarcação as trouxe da Espanha. Partindo de Lima, as imagens empreenderam viagem no lombo de burros e nos ombros de peruanos e altoperuanos. Uma vez em Salta, a imagem do Senhor do Milagre não foi objeto especial de cuidado nem veneração no espaço de quase cem anos. Em 1692, por ocasião dos fortes terremotos que durante o mês de setembro daquele ano destruíram a cidade de Esteco e foram intensamente percebidos na cidade de Salta, o Senhor do Milagre foi MEEU MARIA - MÃE DA TERRA resgatado de seu esquecimento pelos saltenhos, atemorizados pela fúria implacável da terra. A imagem foi carregada em procissão pelos fiéis que suplicaram o fim dos tremores, o que realmente aconteceu. Como testemunho de gratidão pelos milagrres realizados, a festividade do Senhor e da Virgem do Milagre se soleniza a partir daí. Em 1902, por iniciativa do bispo Linares, as imagens foram coroadas na presença de altas autoridades da Igreja, vindas de Roma. Os cultos em honra do Senhor e da Virgem do Milagre se celebram em Salta, entre os dias 6 e 15 de setembro. Reza-se até os nossos dias uma novena que foi escrita em 1760 por Dom Francisco Javier Fernández. No dia 15 de setembro as imagens saem em procissão pelas ruas da cidade, acompanhadas de centenas de milhares de fiéis, em uma das expressões de fé mais populares e importantes da Argentina. O atual templo foi construído a partir de 1858, sobre as ruínas da antiga Catedral destruída por um incêndio. A fachada denota o estilo italiano clássico, com frisas e cornijas bem trabalhadas, sobre as quais se situam dois campanários com arcos arrematados numa cruz de ferro. Possui três naves e uma decoração exuberante em policromias. É um dos locais religiosos de maior fausto e beleza em toda a Argentina. Ali se conservam as imagens do Senhor e da Virgem do Milagre, patronos da cidade desde 1692, expoentes magníficos da escultura religiosa do século XVI, como também belas esculturas e pinturas americanas de grande valor, destacando-se entre estas últimas, duas de nível excepcional: a Assunção de Maria Santíssima e Nossa Senhora das Dores. O altar-mor da Catedral, concebido como uma gigantesca custódia cujo centro tem as mesmas proporções da nave central, é uma manifestação do barroco tardio do arquiteto franciscano Luis Giorgi. No templo foi erguido o Panteão das glórias do Norte, declarado Monumento Histórico Nacional em 1942, onde repousam os restos de grandes figuras ilustres da história argentina. A Basílica foi declarada Monumento Histórico Nacional em 1947. MISERICÓRDIA DE FONTANAROSA, Nossa Senhora da Caracas, Venezuela Certo dia, um grupo de amigos italianos, reuniram-se para um festa na qual recordaram com emoção a festa de Nossa Senhora da Misericórdia, celebrada em Fontanarosa, província de Avellino, na Itália. Decidiram promover este culto mariano na Venezuela, dispondo-se a celebrar uma festa em honra de Nossa Senhora da Misericórdia, para a qual a colônia fontanarosense radicada convidariam toda naquele país. Assim sendo, no dia 15 de agosto de 1992, celebrou-se em Caracas a primeira festa em honra de Nossa Señora da Misericórdia, realizada com um quadro da Virgem, já que ainda não possuíam uma imagem dela. Fizeram logo uma campanha para arrecadar fundos para a construção da imagem, da qual se encarregou o artista Giovanni Cogliano. Página 60 Já no ano seguinte a imagem da Virgem da Misericórdia foi abençoada, na presença de todos os amigos fontanorosenses, na igreja de Nossa Senhora de Pompéia, em Caracas. No dia 11 de Novembro de 1999, foi criada a página da Virgem de Fotanarosa, de autoria de Luis Barbiero. O endereço é o seguinte: http://www.geocities.com/virgendefontanarosa/index. html MONTSERRAT, Nossa Senhora de Patrona da Catalunha Podemos conhecer de maneira sucinta, mas não menos rica, a maravilhosa história do Santuário da Virgem "morena" de Monserrat, conforme a narrativa do Santo Padre , o papa João Paulo II, que a proferiu numa meditação mariana do "Ângelus". Assim disse o papa: "Ao povo cristão apraz invocar a Virgem com o título de "Stella Matutina", "Estrela da Manhã", porque Maria apareceu na história humana como precursora e anunciadora da salvação em Cristo Com uma invocação semelhante, a de "Stella Orientis", costumam os fiéis dirigir-se a Nossa Senhora no famoso santuário de Monserrat, nas montanhas da Catalunha, próxima à cidade de Barcelona. Ali, ante a Virgem, tive a alegria de rezar no dia 7 de novembro há seis anos, durante minha viagem apostólica à Espanha. As primeiras notícias que se têm sobre a existência naquele lugar de uma capela dedicada à Virgem remonta ao século IX; a imagem da Virgem ali venerada chama-se popularmente "Moreneta", devido à sua cor escura, característica da iconografia mariana do século XII, à qual se atribui a esse ícone. O santuário recebeu um grande impulso quando o mosteiro anexo foi elevado à categoria de abadia. Durante séculos, a abadia tem sido e prossegue sendo um centro eminente de evangelização, de renovação litúrgica, de estudo da Sagrada Escritura e, sobretudo, um farol para a fé do povo de Deus, que busca refúgio e proteção na Virgem. Mas o acontecimento decisivo que deu ao santuário seu atual relevo foi a proclamação da Virgem de Montserrat pelo Papa Leão XIII, como patrona da Catalunha. Entre os cristãos daquela região existe o costume da "vida espiritual" que consiste em dirigir o pensamento à Virgem, durante a jornada ao santuário, recolhendo-se espiritualmente em breve oração. Gostaria de convidá-los a que se unissem a mim neste momento, para realizar uma visita espiritual à Virgem de Monserrat, à "Mare de Déu", e , na linguagem daquela região, rezar confiadamente a oração: "Seu de la saviesa... aconseguiu nos aquella fe que enfonsa les muntanyes, omple les valls, i fa planer el camí de la vida". Peçamos à "Moreneta" a fortaleza da fé, a honestidade na vida pública e privada, a fraternidade de os corações, a unidade entre os povos, a paz e o bem de todos os homens de boa vontade. Que os fiéis e as famílias cristãs invoquemna com assiduidade e fervor, especialmente através da bela oração do rosário! Maria obterá do Senhor a graça de uma MEEU MARIA - MÃE DA TERRA nova primavera para a Igreja no já próximo amanhecer do terceiro milênio da era cristã". Aproveitemos agora uma explicação mais completa que nos faz a pesquisadora Edésia Aducci, em seu livro "Maria e seus títulos gloriosos": "Há pouca distância de Barcelona (Espanha), encontrase Montserrat cujo nome provém da forma dessa montanha, que se assemelha a um serrote de agudos dentes. A história de Nossa Senhora de Montserrat perde-se na escuridão dos tempos. Urna piedosa tradição refere que a santa imagem foi levada para Barcelona pelo apóstolo são Pedro. O que se pode afirmar com certeza é ter sido venerada na dita cidade já no século VI. Nessa época os mouros, atravessando o estreito de Gibraltar; invadiram a Espanha, e os cristãos, receando a profanação de suas imagens mais veneradas, esconderam-nas embaixo da terra ou em antros ma acessíveis das montanhas, entre as quais Montserrat oferecia grandes cursos. A imagem de que falamos foi levada para lá pelos piedosos fiéis de Barcelona e escondida numa de suas cavernas. Decorreram quase dois séculos, e, perdida a lembrança tesouro, quis o céu manifestá-lo. De fato, nos sábados de um belo mês de abril, quando alguns pastorinhos apascentavam seus rebanhos à margem do rio Llobregat aparece de repente um grupo de estrelas mais brilhantes que o sol, ouvindo Os pastorinhos simultaneamente um coro de vozes angélicas que os deixa extasiados. Não compreendendo o prodígio, referiram o caso aos patrões que por sua vez o relataram ao vigário de Olesa. Repetindo-se a visão Sábado após Sábado, foram ter com o bispo na cidade de Manresa, e este, acompanhado do prefeito de Barcelona, subiu à montanha com grande dificuldade, para ver se descobria algo que o esclarecesse. Não foram vãos os seus esforços; pois, encontrando no morro uma caverna, deparase-lhes belíssima imagem preta (isto é, enegrecida pelo tempo) da Virgem Maria, tendo no regaço o Divino Menino em ato de abençoar. Organizou-se então devota romaria, para levar a santa imagem para Manresa, onde seria mais venerada. Mas, ó prodígio! Ao chegarem ao lugar onde hoje se ergue o célebre santuário, a Imagem, que até então se deixara levar, ficou irremovível, isto é, não houve quem pudesse removê-la do lugar em que parara, de modo que o prelado teve de renunciar à sua resolução, pois era evidente que Nossa Senhora queria estabelecer a seu trono. Colocaram então a imagem numa capela daquelas paragens, onde uma série de maravilhas começaram a atrair gente de toda parte. Os milagres sucediam-se com profusão: os cegos recuperavam a vista, os mudos falavam, os pecadores se convertiam. O nome de Montserrat voou por todos os lados, porque se tornou um novo título de Nossa Senhora. Os filhos de são Bento, guardas do sagrado tesouro, foram os primeiros a propagar a devoção a Nossa Senhora de Montserrat em terras americanas. Resta-nos apenas acrescentar que no lugar onde parou a imagem de Nossa Senhora existe hoje um santuário, que se celebrizou pelas graças extraordinárias que a Mãe de Deus tem concedido aos seus devotos". Página 61 O santuário de Nossa Senhora de Montserrat da cidade de Santos, no Brasil, foi fundado em 61O e doado aos monges de são Bento. Também nesse santuário tem Nossa Senhora derramado a mãos-cheias as suas graças, como testemunham os inúmeros ex-votos que pendem das paredes da capela. NAVEGANTES, Nossa Senhora dos Primitivamente a localidade de Navegantes, assim como toda a Itajaí, era habitada por índios carijós. Em 1795, José Ferreira de Mendonça, piloto demarcador da Real Fazenda, veio, por ordem do Conde de Resende, Vice-Rei do Estado, demarcar uma sesmaria na praia de Itajaí. A Comunidade de Navegantes, canonicamente, pertencia à Paróquia do Santíssimo Sacramento de Itajaí . Atendendo a uma solicitação do Pe. Antonio Eising, Vigário Interino da Paróquia de Itajaí, a "Camara Episcopal de Corytiba" concedia, a 23 de janeiro de 1896, "licença para que no lado esquerdo do Rio grande de Itajahy se possa erigir uma capela sob a invocação de Nª Sª dos Navegantes, de S. Sebastião e de S. Amaro". A referida Capela ficou pronta em 1907 sendo sua inauguração comemorada com três dias de festas: 7, 8 e 9 de setembro. Até o ano de 1912, Navegantes, um bairro de Itajaí, não tinha denominação, era conhecido apenas como "outro lado". A partir daí começou-se a discutir a necessidade de dar-lhe um nome. Diversas sugestões apareceram, até que, em 17 de dezembro de 1912, o Conselho Municipal deu-lhe o nome de Navegantes, tendo em vista o arraial ser habitado, em sua maioria, por navegadores e já ter como Padroeira Nossa Senhora dos Navegantes. Em 1961, ao assumir a Prefeitura Municipal de Itajaí o Sr. Eduardo Solon Cabral Canziani, pela Lei nº 369, de 28 de fevereiro, desapropria uma área de terras, em Navegantes, para nela ser construído o novo aeroporto da Cidade, que hoje lá está, atendendo a todo o Vale do Itajaí. Em 2 de fevereiro de 1962, por Decreto da Cúria Metropolitana, assinado por Dom Joaquim Domingues de Oliveira, era criada a Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes. Seu primeiro Vigário, Pe. Gilberto Luís Gonzaga, foi nomeado por Provisão de 8 de maio, sendo que a solene instalação da Paróquia e posse do primeiro Pároco aconteceram somente a 26 de agosto daquele ano. Em 14 de maio de 1962, a Resolução nº 2 da Câmara Municipal de Itajaí autoriza o desmembramento da localidade de Navegantes. A Lei Estadual Nº 828, de 30 de maio de 1962, eleva Navegantes à categoria de Município. Em 1987, a 19 de julho, fazendo parte dos festejos comemorativos dos 25 anos de criação da Paróquia, em cerimônia coordenada pelo então Pároco, Pe. Hélio da Cunha, presidida por Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Florianópolis, do Pároco, e concelebrada por diversos Sacerdotes, foi, solenemente, feita a dedicação do Altar e da Igreja Matriz. Anualmente, a 2 de fevereiro, celebra-se a festa da Padroeira, Nossa Senhora dos Navegantes, com uma grandiosa procissão fluvial, para a qual afluem fiéis desta e de Paróquias vizinhas. Um Decreto da Cúria Metropolitana de Florianópolis, datado de 23 de julho de 1996, com vigência a partir de 18 MEEU MARIA - MÃE DA TERRA de agosto de 1996, cria na igreja matriz de Nossa Senhora dos Navegantes o Santuário Arquidioceseano sob a invocação de Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes. A solene instalação e possse do primeiro Reitor deu-se às 18 horas do dia 18 de agosto do mesmo ano, sendo presidida pelo Sr. Arcebispo Metropolitano. NAZARÉ, Nossa Senhora de A devoção a Nossa Senhora de Nazaré, a mais importante do estado do Pará, no Brasil, tem suas origens em Portugal. Seu caráter lendário não lhe seqüestra a beleza. Antes de sabermos algo sobre o surgimento da devoção no Brasil, recorramos às informações que encontramos num artigo do autor português Pedro Penteado, " A construção da memória nos centros de peregrinação", publicado na revista Communio, n. 4, 1997. O articulista apresenta a devoção a partir de uma visão crítica. Mantemos a grafia lusa: "Durante séculos acreditou-se que o santuário da Senhora de Nazaré tinha sido um dos mais antigos do país, fundado na sequência do milagre da Virgem ao cavaleiro D. Fuas Roupinho, em 1182. A narrativa que suportava esta convicção de milhares de peregrinos fornecia todos os pormenores: a imagem da Senhora tinha sido esculpida no Oriente por São José, na presença da Mãe de Cristo. Depois passou por várias vicissitudes até chegar ao Mosteiro de Cauliniana, em Mérida. Com a derrota dos cristãos em Guadalete, o rei godo D. Rodrigo refugiou-se no mosteiro. Perante o avanço islâmico, o rei e Fr. Romano, um dos monges ali residentes, decidiram partir para lugar seguro, levando consigo a pequena imagem mariana e um cofre com caixa com relíquias e um relato das circunstâncias da fuga. Chegaram em Novembro de 714 ao monte de São Bartolomeu, nas proximidades da actual Nazaré. O monarca e o monge separaram-se, tendo o primeiro permanecido no local e o segundo levado o ícone e as relíquias para um monte vizinho. Aí, Fr. Romano, para se abrigar, construiu um pequeno nicho entre os rochedos. Com a sua morte e a partida de D. Rodrigo para norte, a imagem ficou esquecida na pequena lapa construída pelo monge, no actual promontório do Sítio (Nazaré). Apenas no século XII, seria descoberta por D. Fuas Roupinho, que a venerava sempre que ali se dirigia para os prazeres da caça. Em, 8 de Setembro de 1182, um dia de névoa, o cavaleiro teria sido atraído por um veado em direcção ao abismo do promontório No momento em que o cavalo chegava ao extremo do rochedo, prestes a lançar-se no precipício, D. Fuas teria evocado a Virgem, lembrando a sua Imagem, depositada ali próximo. Imediatamente o cavalo estacou a sua marcha e, por milagre, D. Fuas salvou-se. Em sinal de agradecimento, o cavaleiro, alcaide de Porto de Mós e almirante de D. Afonso Henriques, doou aquele território à Senhora de Nazaré e mandou ali edificar uma ermida. Atraídos pela fama do milagre vieram os primeiros romeiros, entre os quais o primeiro rei português e os principais nobres da sua corte. Esta versão do passado do santuário foi contada a primeira vez nos finais do século XVI, pelo cronista Fr. Bernardo de Brito, monge bernardo de Alcobaça. O relato assentava na carta de doação do Sítio por D. Fuas Página 62 Roupinho, que o cronista teria descoberto no seu Mosteiro e viria a publicar na obra Monarquia Lusitana. Mas a intervenção de Fr. Bernardo de Brito não se ficou por aqui. Cerca de 1600, na sequência de um voto pessoal, deslocouse ao santuário e, com a ajuda de alguns devotos da Senhora, mandou desentulhar a gruta subterrânea para ali fazer uma capela. Por fim, colocou nela um letreiro em que registava toda a "estória" da Sagrada Imagem. Desta forma, o cronista não só alargava o espaço de culto como procedia a alterações da memória histórica, pois pela primeira vez a Virgem de Nazaré era associada a D. Fuas Roupinho. A divulgação da narrativa do milagre trouxe um aumento de peregrinos ao pequeno templo do Sítio, contribuiu para o crescimento do povoado e para a multiplicação do número de milagres atribuídos à Virgem de Nazaré, com o conseqüente acréscimo da quantidade de oferendas dos fiéis. Por outro lado, esteve na origem de novas práticas devocionais, pois cada vez mais romeiros procuravam ver a marca da pata do cavalo gravada na rocha do promontório. Outros levavam consigo pedaços de terra da gruta onde a imagem da Senhora estivera escondida durante séculos. Vários factores contribuíram para a rápida aceitação da narrativa por parte dos devotos. Entre eles, contam-se o prestígio do mosteiro de Alcobaça enquanto guardião de alguns dos mais antigos manuscritos do Reino, a possibilidade de comprovar as afirmações do monge através de vestígios concretos, a cor escura da imagem, que só por si confirmava a antiguidade da mesma, o enquadramento da lenda dentro dos esquemas das narrativas cavaleirescas e de origem dos santuários, ou ainda o facto da lenda vir ao encontro das necessidades de maravilhoso sentidas pelos devotos e transportar consigo uma carga simbólica apreciável (cf. dicotomia fiel/infiel, bem/mal, salvação/perdição, cosmos/caos, etc). Existem, contudo, outros factores que devem ser tidos em linha de conta para compreender a incorporação desta narrativa na memória colectiva dos portugueses. Em primeiro lugar, a sua transmissão por meios diversificados e de grande capacidade difusora. Assim, ao sucesso da oralidade dos primeiros anos, que comportou alterações da versão monástica, correspondeu uma extraordinária divulgação por meios impressos a partir da década de 1620. No final do século XVII, a lenda da Senhora de Nazaré tinha já sido publicada em mais de uma dezena de obras, em língua portuguesa e espanhola. Não esqueçamos ainda a sua divulação por meios iconográficos. A Senhora, que até aí era vista como uma Virgem do Leite, passou a ser constantemente representada na cena do milagre do cavaleiro. Esta imagética foi levada ao extremo através da sua permanente inclusão em retábulos, bandeiras, círios, medalhas, medidas e registos e outros objectos de grande capacidade evocativa. A estratégia resultou em pleno, sobretudo a partir de meados do século XVII, quando os registos iconográficos foram legitimados pela associação da heráldica da Casa Real portuguesa. Um outro aspecto propiciatório foi, obviamente, o conjunto das peregrinações ao santuário, que serviu como factor de actualização, comemoração e MEEU MARIA - MÃE DA TERRA evocação cíclica do milagre. Por último, talvez o factor mais interessante tenha sido a capacidade de silenciamento das memórias concorrentes do santuário. Logo na primeira metade do século XVII se começou a desenhar uma certa contestação à sua memória histórica, por parte do Mosteiro de Alcobaça, uma vez que esta anulava os direitos senhoriais dos bernardos sobre o Sítio. Contudo, a intervenção da Coroa, salvaguardando os direitos jurisdicionais da Confraria da Senhora e do rei sobre o local, veio reforçar a autenticidade atribuída à pressuposta doação de D. Fuas e ao seu conteúdo. Hoje, sabe-se que o documento da doação de D. Fuas, que nunca foi encontrado, não tem qualquer fundamento histórico. Não existe nenhum manuscrito coevo que confirme a existência daquele cavaleiro. A imagem da Senhora, trabalho de oficina regional datado dos séculos XIV-XV, também não permite aceitar, sem reservas, a historicidade duma das mais belas lendas portuguesas No Pará a devoção à Virgem é também envolvida em lenda. Plácido, o precursor do culto teria encontrado a pequena imagem em madeira de Nossa Senhora de Nazaré às margem do Igarapé Murutucu, que corria pela atual travessa 14 de Março onde hoje ficam os fundos da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Imaginando que algum devoto da cidade de Vigia havia esquecido a imagem ali, levou-a para casa. No dia seguinte não a encontrou. Ela havia retornado ao igarapé. Nova tentativa, novo retorno da imagem ao nicho que havia escolhido. A imagem então teria sido levada para a capela do Palácio do Governo da Província, onde ficou guardada por escolta. De manhã, não havia nada na capela, a imagem havia retornado ao igarapé. Obedecendo os desejos da Virgem, à beira do igarapé foi construída uma ermida, que deu início à romaria e à devoção do povo paraense à Virgem de Nazaré. A primeira procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré saiu na tarde do dia 8 de setembro de 1793. Na noite anterior, a imagem da Santa havia sido transferida de sua ermida na Estrada do Utinga para o Palácio do Governo. Tempo mais tarde, a procissão passou a sair no segundo domingo do mes de outubro e, duzentos anos depois a procissão faz o mesmo percurso, de cerca de cinco quilômetros, saindo do Palácio do Governo, hoje Palácio Lauro Sodré, levando a Santa para o mesmo lugar onde havia a ermida e hoje ergue-se a imponente Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. A primeira procissão foi acompanhada por toda a tropa aquartelada na cidade, os cavalheiros montados em seus melhores cavalos, as damas carregadas em seges, o povo a pé em torno do carro que transportava a Santa. A imagem ia no colo do padre capelão e o próprio governador da Província, Dom Francisco de Souza Coutinho, acompanhava o cortejo trajado com uniforme de gala. Dom Francisco Coutinho, que havia organizado a homenagem à Santa, estruturou também aquela que iria ser a maior manifestação religiosa do Pará e uma das mais impressionantes demonstrações de fé religiosa dos católicos. Com o tempo a procissão sofreu algumas modificações, como a inclusão do Carro dos Milagres, que lembrava a salvação do fidalgo português Dom Fuas Roupinho, o barco que lembrava a salvação dos náufragos do brigue São João Batista, a corda que substituiu a junta de bois que puxava o carro da Santa, e o carro dos fogos, que com muito barulho precedia o cortejo religioso. Já neste século, o poeta maranhense Euclides Farias compôs o hino " Vós Sois o Lírio Mimoso", que se consagraria como o Hino do Círio, e hoje identifica a procissão sempre que é cantado. O primeiro Círio mobilizou Página 63 gente de toda a redondeza de Belém, principalmente em função da feira que o governador determinou que fosse instalada no terreno que circulava a ermida, para a venda de produtos regionais. Nos duzentos anos em que o Círio de Nazaré vem sendo realizado, é a cada ano maior o movimento de romeiros. Hoje calcula-se em mais de um milhão o número de pessoas que saem às ruas para celebrar a Virgem de Nazaré. A corda foi uma das primeiras modificações sofridas pela procissão do Círio de Nazaré. Nos primeiros círios, a imagem da santa era carregada no colo do bispo, num carro puxado por juntas de bois. Em 1866 o carro com a Santa atolou, sendo necessária a intervenção do povo, que tirou o carro do atoleiro com uma corda. Desde 1868 a corda foi incorporada à procissão. Depois a corda passou a separar a berlinda da multidão. Este é o sacrifício maior para o fiel que acompanha o Círio: segurar a corda. Mulheres numa corda, homens em outra, todos descalços, vão se empurrando, pisando, esmagando ao longo de todo o trajeto. Ao final, cheios de calos, pisaduras e feridas nos pés, são os fiéis mais realizados, por terem cumprido o sacrifício prometido. A corda sempre foi motivo de polêmica, havendo aqueles que procuram eliminá-la da procissão, pela enormidade do sacrifício exigido. Em 1926, o arcebispo de Belém, dom Irineu Joffily, baixou uma bula proibindo o uso da corda e determinando outras alterações na procissão. Foi o Círio mais tumultuado da história, tendo sido necessária a intervenção da polícia para cumprir as ordens do arcebispo. Até 1931 prevaleceu a vontade de dom Irineu, apesar das reações populares e dos protestos da imprensa. Neste ano, assumiu o governo do Pará o interventor Magalhães Barata, que apelou para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e para o Núncio Apostólico da Igreja Católica, para que fosse permitido o retorno da corda. Magalhães Barata conseguiu o que queria, para a enorme satisfação do povo. Desde então, sempre há alguém querendo eliminar a corda, sem nunca obter sucesso. O carro dos milagres foi introduzido no ano de 1805, por pedido da Rainha de Portugal, dona Maria I, para lembrar o primeiro milagre relatado da Virgem de Nazaré, que salvou o fidalgo dom Fuas Roupinho da morte num abismo. O carro dos milagres é o depositário das ofertas feitas à Virgem pelos fiéis, em reconhecimento pelas graças alcançadas. Réplicas de casas que o romeiro conseguiu, de embarcações salvas do naufrágio, de partes do corpo humano em cera, curadas por intervenção da santa. NECESSIDADES, Nossa Senhora das Nossa Senhora das Necessidades é venerada na localidade de Soalheira, em Portugal, onde existe uma capela com quadros votivos que testemunham milagres atribuídos à Senhora das Necessidades já em 1685. Nos momentos de grande aflição, é a Nossa Senhora das Necessidades que o povo da Soalheira recorre, como foi em 1808, quando os invasores franceses passaram pela região devastando tudo, a Soalheira foi poupada, atribuindo-se isso a milagre da Senhora que encobriu o povo com denso nevoeiro, e eles passaram ao lado e não entraram nele. Também Nossa Senhora foi e continua a ser, de grande auxílio para os soalheirenses ausentes, sobretudo quando MEEU MARIA - MÃE DA TERRA esta terra tinha muitas pessoas na África, e mais recentemente emigrantes na Europa, principalmente na França. A festa em honra de Nossa Senhora das Necessidades tem lugar, no domingo de Pascoela, sendo bastante participada. Já na véspera à noite se juntam muitas pessoas na igreja, para no fim da missa se realizar a procissão com a imagem de S. José para a capela de Nossa Senhora das Necessidades. No dia da festa, celebra-se a missa campal seguindo-se a procissão com a imagem de Nossa Senhora e S. José, pelas ruas da Soalheira, consistindo um momento de grande devoção e fé por parte dos seus devotos. No final da procissão, muitas são as pessoas que se juntam à banda filarmônica, para cantar as "alvíssaras" a Nossa Senhora, dando voltas à sua capela. Na segunda feira da festa, celebra-se missa, seguida de procissão, pela parte norte da vila, chegando à capela, canta-se o adeus à Virgem, seguindo a imagem de S. José, em procissão para a igreja matriz. O afluxo de peregrinos que vêm visitar a sua capela e rezar à veneranda imagem, cresceu bastante depois de em 22 de Abril de 1979, sob um sol radioso, a imagem de nossa Senhora verter lágrimas, durante a procissão pelas ruas da Soalheira, continuando o episódio a verificar-se também durante a tarde e noite desse dia. Esse fato extraordinário foi presenciado por inúmeras pessoas, chegando essas lágrimas a serem limpas das faces da imagem, por testemunhas oculares que nessa noite se encontravam na capela. Existem ainda slides, que um peregrino oriundo da Soalheira realizou, onde se presenciam, com elevada nitidez as lágrimas que se formavam nos olhos e corriam pela face da imagem. O Bispo da Diocese da Guarda, D. Antônio dos Santos, resolveu reabrir o processo referente à lacrimação, no final de 1997, pois encontrava-se arquivado, esperando todos os devotos de Nossa Senhora que tal fato venha a alcançar o veredictum diocesano. Neves, Nossa Senhor das ou Santa Maria Maior Depois da proclamação do dogma da Maternidade divina de Maria no Concílio de Éfeso (ano 431), o Papa Sixto III consagrou em Roma uma Basílica em honra da Virgem, chamada posteriormente Santa Maria Maior. É a mais antiga igreja dedicada a Nossa Senhora. Santa Maria Maior é também invocada como Nossa Senhora das Neves, devido a uma antiga lenda segundo a qual um casal romano, que pedia à Virgem luzes para saber como empregar a sua fortuna, recebeu em sonhos a mensagem de que Santa Maria desejava que lhe fosse erigido um templo precisamente num lugar do monte Esquilino que aparecesse coberto de neve. Isto aconteceu na noite de 4 para 5 de agosto, em pleno verão: no dia seguinte, o terreno onde hoje se ergue a Basílica amanheceu inteiramente nevado. A Basílica de Santa Maria Maior de Roma, a mais antiga igreja do Ocidente consagrada à Virgem Maria, onde se deram tantos acontecimentos relacionados com a história da Igreja; especialmente, relaciona-se com essa igreja a definição dogmática da Maternidade divina de Maria, proclamada pelo Concílio de Éfeso. O templo foi construído sob essa invocação no século IV, sobre outro já existente, pouco tempo depois de encerrado o Concílio. O povo da cidade de Éfeso celebrou com grande entusiasmo a declaração dogmática dessa verdade, na qual, aliás, Página 64 acreditava desde sempre. Essa alegria estendeu-se por toda a Igreja, e foi então que se construiu em Roma a grandiosa Basílica. Esse júbilo chega-nos hoje através desta festa em que louvamos Maria como Mãe de Deus. Segundo uma piedosa lenda, certo patrício romano chamado João, de comum acordo com a sua esposa, resolveu dedicar os seus bens a honrar a Mãe de Deus, mas não sabia ao certo como fazê-lo. No meio da sua perplexidade, teve um sonho – como também o teve o Papa – pelo qual soube que a Virgem desejava que se construísse um templo em sua honra no monte Esquilino, que apareceu coberto de neve – coisa insólita – no dia 5 de agosto. Embora a lenda seja posterior à edificação da Basílica, deu lugar a que a festa de hoje seja conhecida em muitos lugares como de Nossa Senhora das Neves e a que os alpinistas a tenham por Padroeira. Em Roma, desde tempos imemoriais, o povo fiel honra a nossa Mãe nesse templo sob a invocação de Salus Populi Romani. Todos acorrem ali para pedir favores e graças, na certeza de estarem num lugar onde sempre são ouvidos. João Paulo II também visitou Nossa Senhora nesse templo romano, pouco depois de ter sido eleito Papa. "Maria – disse o Sumo Pontífice nessa ocasião – tem por missão levar todos os homens ao Redentor e dar testemunho dEle, mesmo sem palavras, apenas mediante o amor, com o qual manifesta a sua índole de mãe. É chamada a aproximar de Deus mesmo os que lhe opõem mais resistência, aqueles para quem é mais difícil crer no amor (...). É chamada a aproximar todos – quer dizer, cada um – do seu Filho". E aos seus pés fez a dedicação de toda a sua vida e de todos os seus anseios à Mãe de Deus, com palavras que nós podemos repetir, imitando-o filialmente: "Totus tuus ego sum et omnia mea tua sunt. Accipio Te in me omnia; sou todo teu, e todas as minhas coisas são tuas. Sê o meu guia em tudo" (João Paulo II, Homilia em Santa Maria Maior, 8XII-1978). Com a proteção da Virgem, caminhamos bem seguros. São Bernardo afirma que Santa Maria é para nós o aqueduto por onde nos chegam todas as graças de que necessitamos diariamente. Devemos procurar constantemente o seu auxílio, "porque esta é a vontade do Senhor, que quis que recebêssemos tudo por Maria", especialmente quando nos sentimos mais fracos, nas dificuldades, nas tentações..., e tanto nas necessidades da alma como nas do corpo. No Calvário, junto do seu Filho, a maternidade espiritual de Maria atingiu o seu cume. Quando todos desertaram, a Virgem permaneceu junto à cruz de Jesus (Jo 19,25), em perfeita união com a vontade divina, sofrendo e padecendo com o seu Filho, corredimindo. "Deus não se serviu de Maria como de um instrumento meramente passivo. Ela cooperou para a salvação humana com livre fé e obediência" (Lumen gentium, 56). Esta maternidade da Virgem perdura sem cessar, e agora, no Céu, "não abandonou esta missão salvífica, mas pela sua múltipla intercessão continua a obter-nos os dons da salvação eterna" (Lumen gentium, 62). Temos de agradecer muito a Deus que tenha querido dar-nos uma Mãe a quem recorrer na Vida da graça; e que essa Mãe tenha sido a Sua própria Mãe. Maria é nossa Mãe não só porque nos ama como uma mãe ou porque faz as suas vezes; a sua maternidade espiritual é muito superior e mais efetiva que qualquer maternidade legal ou baseada no afeto. É Mãe porque realmente nos gerou na ordem sobrenatural. Se recebemos o poder de chegarmos a ser MEEU MARIA - MÃE DA TERRA filhos de Deus, de participarmos da natureza divina (cfr. 2Pe 1,4), foi graças à ação redentora de Cristo, que nos tornou semelhantes a Ele. Mas esse influxo passa por Maria. E assim, do mesmo modo que Deus Pai tem um só Filho segundo a natureza, e inúmeros segundo a graça, por Maria, Mãe de Cristo, chegamos a ser filhos de Deus. Das mãos de Maria recebemos todo o alimento espiritual, a defesa contra os inimigos, o consolo no meio das aflições. Para a nossa Mãe do Céu, "jamais deixamos de ser pequenos, porque Ela nos abre o caminho para o Reino dos Céus, que será dado aos que se fazem crianças (cfr. Mt 19,14). De Nossa Senhora não devemos separar-nos nunca. Como a honraremos? Procurando a sua intimidade, falando-lhe, manifestando-lhe o nosso carinho, ponderando no coração as cenas da sua vida na terra, contando-lhe as nossas lutas, os nossos êxitos e os nossos fracassos. No Brasil, Nossa Senhora das Neves é padroeira da cidade de João Pessoa. A ermida da Ilha da Maré, no Recôncavo Baiano, fundada em 1584, é uma preciosidade da arquitetura colonial brasileira. A imagem da Padroeira, de madeira estofada, é em estilo maneirista. Nossa Senhora das Neves é também cultuada em Olinda e Igaraçu, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Ó, Nossa Senhora do O historiador mineiro Augusto de Lima Júnior encontrou no livro "Flores de Maria", do padre Martinho da Silva, sacerdote português, as seguintes informações sobre este título mariano: "Celebrando-se em Toledo, o Concílio Décimo, em que presidiu Santo Eugênio, arcebispo daquela igreja, se determinou que a festa da anunciação se celebrasse e se transferisse para o dia 18 de dezembro, oito dias antes do Natal; depois sucedendo no Arcebispado Santo Ildefonso, sobrinho de Santo Eugênio, e havendo disputado e convencido os hereges que queriam macular a virgindade puríssima da Mãe de Deus, ordenou que a mesma festa se celebrasse nesse dia com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria, e como nas suas vésperas se começam a dizer as Antífonas maiores que principiam pela exclamação ou suspiro - Oh! por isso se chama a esta solenidade de Nossa Senhora do Ó". Em Portugal, segundo o citado historiador, fonte de nossas origens religiosas o culto de Nossa Senhora do Ó teve início em Torre Vedras, conforme narra Frei Agostinho de Santa Maria em sua obra "Santuário Mariano": "Os egípcios para mostrarem a eternidade pintavam em seus hieróglifos um O". O mesmo fizeram antes deles os Caldeus; porque a figura rotunda e circular não tem princípio nem fim e não ter princípio nem fim é ser eterno. Esta é a mais perfeita figura que inventou a natureza e conheceu a Arte, porque o globo da terra é circular por isso se chama orbe... Por ser esta figura tão excelente e misteriosa, instituiu a Igreja que a forma da HÓSTIA consagrada fosse de figura circular. Começou a celebrar a Igreja de Toledo a Expectação do Parto de Nossa Senhora, desejando imitá-la nos imensos e eternos desejos com que suspirava por ver e regalar já em seus braços ao Divino Verbo, e aproveitando-se das saudosas vozes com que o rogavam por tantos séculos os Santos Patriarcas e Profetas (como vemos naquelas sete misteriosas antífonas que começam pela letra O e de que a Igreja usa nas vésperas dos sete dias antes do nascimento de Cristo), concluía o Ofício Divino com umas vozes sem concerto nem harmonia, dizendo todo o clero e todo o povo a gritos - Ó Ó Ó... Página 65 Destes Ó Ó, teve princípio o intitular-se esta festa a festa do Ó, e também o dar-se este título à mesma Senhora em suas imagens, que era o mesmo que intitularem a Senhora em seus desejos, ou celebrar a festa dos desejos da Senhora. E parece que o Espírito Santo inspirou aos Prelados daquela Santa Igreja a celebração desta festa e os grandes e eternos desejos da Senhora, porque já na Escritura vemos estes desejos celebrados. Naquela misteriosa carroça de Ezequiel em que ia ou era levado por Deus, era muito para admirar o artifício de duas rodas, porque dentro de uma roda se revolvia outra roda. E inquirindo que rodas eram estas, uma era a roda do tempo e a outra da eternidade, segundo explicação de Santo Ambrósio. A roda do tempo é pequena e breve; a roda da eternidade é grandiosa, grandíssima e dilatadíssima, e ainda assim a roda do tempo encerra e revolve dentro em si a roda da eternidade porque qual for a vida temporal de cada um, (diz Ambrósio) tal será a eterna. De modo que a maravilha destas rodas era que sendo a eternidade tão grande e tão imensa, a roda da eternidade se encerrava dentro da roda do tempo. E qual era a carroça de Deus que sobre estas rodas se movia? Não só era Maria Santíssima, como explicam os Santos Padres, mas era a mesma Virgem sinaladamente, no espaço dos nove meses que teve a Deus em seu ventre, assim como o que vai, ou é levado em alguma carroça, não dá passo nem tem outro movimento senão o da carroça. Assim o filho enquanto está nas entranhas da Mãe, não se move de um lugar senão quando se move a mesma mãe. E deste modo se houve ou andou o Cristo em todos os noves meses que se contaram desde a sua Conceição até o seu nascimento. E como esta carroça de Deus representava a Mãe do mesmo Deus, em todo aquele tempo em que o trouxe dentro em Si; por isso as rodas sobre que se movia eram fabricadas e travadas com tal artificio que dentro da roda do tempo se revolvia a roda da eternidade, para significar que os dias e meses que passavam desde a Conceição até o parto, posto que parecessem breves na duração, erarn no desejo eternos. Esta mesma celebridade continua há muitos anos com grande devoção o povo de Torres Novas, em obséquio da Senhora do Ó ou da expectação do Parto. A Vila de Torres Novas é povoação mui nobre e mui antiga e pelas suas boas qualidades a estimavam muito entre os mouros. Tomou-lha, El-Rei Dom Afonso Henriques no ano de 1148. El-Rei Dom Diniz a deu à Rainha Santa Isabel, quando em São Bartolomeu de Trancoso se avistou com ela. Depois foi dos Infantes e deles passou ao Infante Dom Jorge e se conservou até aqui na Casa de Aveiro, que são os Duques de Torres Novas. Está situada na Estremadura, distante de Santarém cinco léguas para a parte do Norte, e pouco mais de uma légua distante do rio Tejo. Nesta Vila é tida em grande veneração uma antiga imagem da Rainha dos Anjos com o referido título de Ó. Está colocada na Capela-mor da matriz ou Santa Maria do Castelo, por ficar nela esta paróquia e não pela razão que dá um moderno, que era por se cantarem em sua festa o Evangelho de São Lucas: INTRAVIT JESUS IN QUODDAM CASTELLUM, que é da festa da Assunção, a cujo mistério são dedicadas todas as matrizes, como o são também as Catedrais. Também se chamou Nossa Senhora de Almonda por causa do rio Almonda, que banha aquela Vila, ou por respeito do senhorio (como quer o mesmo moderno) por Mercê de El-Rei Dom Afonso Henriques, da Comenda dos Templários, dada a Dom Ricardo, Mestre da Ordem do Templo, e a Dom Arnao, Cavaleiro da mesma Ordem, ao tempo que Santa Maria de Alcaçova de Santarém se deu à MEEU MARIA - MÃE DA TERRA mesma Ordem, sobre que depois houve tantas demandas com o Bispo de Lisboa Dom Aires Vasques. Chamou-se, também, da Alcaçova, por ser achada em uma gruta aonde a esconderam os cristãos na perda da Espanha, que eram umas concavidades que estavam junto aos alicerces que então se abriram por mandado Del-Rei Dom Sancho I, quando se edificou o castelo daquela Vila pelos anos de 1187. Com esta Santa Imagem se achou também a do Santo Cristo, que hoje se venera ainda na paróquia de Santiago e outra de São Braz, ao qual se lhe edificou Ermida própria no ano de 1212, e no mesmo ano se edificou ou reedificou a igreja em que hoje é a Senhora do Ó venerada". Frei Agostinho assim descreve a imagem da Senhora do Ó, da sua igreja a de Torres Novas em Portugal: "É esta santa imagem de pedra mas de singular perfeição. Tem de comprimento seis palmos. No avultado do ventre sagrado se reconhecem as esperanças do parto. Está com a mão esquerda sobre o peito e a direita tem-na estendida. Está cingida com uma correia preta lavrada na mesma pedra e na forma de que usam os filhos de meu padre Santo Agostinho". Outras imagens da Senhora do Ó existem em Portugal: em Elvas, em Águas Santas, junto do porto, em Viseu, em Tornar. No Brasil, a mais antiga sede de trono da Senhora do Ó, está em Pernambuco, em Olinda. Sobre esse vetusto santuário da Senhora, Iê-se no SANTUÁRIO MARIANO: "A Vila do Recife dista do sítio, em que fundou a Vila de Olinda, hoje e sublinhada com o título de cidade uma légua. Esta é a cabeça daquela Capitania, aonde se vai por mar, e também por terra; porque tem uma ponta de areia como ponte, que o mar da costa cinge e que entra pela barra ao Leste e voltando pela outra parte, faz um rio estreito pelo qual navegam com maré, as barcas, que levam as fazendas para embarcar. Chama-se esta povoação Olinda, nome que Ihe impôs um criado do Capitão Duarte Coelho, porque buscando por aqueles matos, sítio aonde se afundasse, e achando que era um monte e alto, disse para os companheiros com exclamação: Ó linda! e desta palavra se impôs e deu nome a povoação o seu nome. Aqui levantou o Capitão-mor Duarte Coelho, uma torre ou castelo para nele viver e a sua família e se defender das guerras dos gentios e franceses que por mar e terra o acometeram muitos anos e foram tão grandes os apertos em que o puseram os gentios que não podiam ser maiores, os quais sendo antes amigos o demônio fez que eles quebrassem a paz em que os nossos não tinharn culpa, mas merecimento de que eles desconfiaram como bárbaros e faltosos de razão, porque nunca os puderam capacitar e assim fizeram ao Capitão uma dura guerra. Por algumas vezes, lhe puseram os índios cerco a sua fortaleza e o puseram em tão grande aperto de fome e sede, que era o pior inimigo, porque contra este não valham balas e ainda que os de dentro espalhavam muitas nos de fora, de que morriam muitos gentios e franceses que estavam unidos com os índios. Deus que excitou o ânimo de Raab, para que escondesse as espias de seu povo, e fosse o instrumento da vitória que alcançou contra os de Jericó e excitou também no de uma filha de um principal destes gentios que se havia afeiçoado a um Vasco Fernandes de Lucena, para que fosse entre os seus, gabando os brancos a outras e as trouxesse todas carregadas de cabaços de água e mantimentos, com que os nossos passavam com mais alívio e isto faziam muitas vezes e com muito segredo. Este Vasco Fernandes, era tão temido e estimado entre os gentios, que o principal se tinha Página 66 por honrado de o ter por genro, porque o tinham por feiticeiro. E assim que o cerco era mais apertado e os de dentro estavam receosos de os entrarem, saiu o Vasco fora e lhes começou a pregar na sua língua brasílica que a falava muito bem, que fossem amigos dos portugueses, como eles o eram seus e não dos franceses que os enganavam e traziam ali para que fossem mortos. E logo fez uma risca no chão com o bordão que levava, dizendolhes que se avisassem que nenhum passasse daquela risca para a fortaleza, porque todos os que passassem haviam de morrer ao que o gentio deu uma grande risada, fazendo zombaria do dito. Sete ou oito se foram indignados a ele para o matarem, mas em passando a risca caíram mortos todos. 0 que visto pelos mais, levantaram o cerco e se puseram em fuga. 0 autor desta história que o padre frei Vicente do Salvador diz: Eu não crera este sucesso, ainda que o li escrito por pessoa que o afirmava, senão soubera que naquele próprio lugar aonde se fez a risca, defronte da fortaleza, se edificou depois, um suntuoso templo, dedicado ao Salvador que é a matriz das mais igrejas de Olinda, aonde se celebram os Ofícios Divinos com muita solenidade. E assim não se há de atribuir a feitiços senão a Divina Providência, que quis com esse milagre assinalar o sítio e imunidade do seu templo e acudir os pobres cercados. Com estas e outras vitórias alcançadas, mais por milagres divinos que por forças humanas, cobrou Duarte CoeIho tanto ânimo e valor que se não contentou com ficar na sua povoação pacífico, mas ir-se nas suas embarcações pela costa abaixo até o rio de São Francisco, entrando em todos os portos de sua Capitania, aonde achou franceses que resgatavam o pau brasil e os fez despejar, tomandolhes algumas lanchas e franceses. Nesta cidade de Olinda há uma igreja dedicada a São João Batista, da qual são administradores os soldados. Nesta igreja é tida em muito grande veneração uma milagrosa imagem da Rainha dos Anjos a quem invocam com o título do Ó ou da Expectação, a qual está continuamente obrando muitos milagres e prodígios. Também é imagem pequena porque não passa de dois palmos e de escultura de madeira e estofada. De sua origem ou de quem a colocou naquela igreja não tivemos mais que o que logo referiremos. Em 28 de julho do ano de 1719, suou esta Santíssima Imagem muito copiosamente, e se viam cair de seus puríssimos olhos, grandes lágrimas, e de seu soberano rosto umas bagas como pérolas, que muitos sacerdotes a limparam com sanguinhos e com algodão. Esta grande maravilha se autenticou pelo Reverendo Cabido de Olinda e se publicou o milagre. Estes sanguinhos e o algodão molhados naquele licor, aplicados a vários enfermos cobraram repentina saúde. E continuamente está esta misericordiosa Senhora, obrando muitos e grandes milagres. Aquelas lágrimas e copiosos suores, se julgou logo serem anúncios de alguma futura desgraça e o tempo o mostrou nos grandes trabalhos que depois vieram àquele Estado de Pernambuco verdadeiramente bem merecidos pelos grandes pecados daqueles moradores. Que sente Maria Santíssima a perdição das almas, que lhe custa derramar dos seus misericordiosos olhos muitas lágrimas, o que os pecadores cegos e obstinados em suas culpas não querem acabar de conhecer senão quando vêm sobre si os castigos do Céu e se puderam escarmentar nos trabalhos passados, em que Deus mandou aos holandeses como ministros de sua Justiça para os castigarem na sua cegueira e obstinação, em que aquele Estado tanto padeceu, mas estes trabalhos já não lembram porque passaram. Sendo Governador daquela Capitania um homem indigno de lhe saber o nome mandou este fazer no seu palácio da cidade de Olinda, uma MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Comedia e puseram esta antiquíssima imagem em um altar em que se havia de fazer uma aparência de um certo passo. Nesta ocasião em que a Comédia se representou, mandou o Governador, (iníquo mandado) a um soldado seu, chocarreiro, que se mostrasse nu e descomposto feiamente no meio daquele tablado a todo o povo, o que ele fez e que todos censuraram e não tanto quanto merecia tão feia galanteria que brevemente custou cara a quem a fez, e ao Governador, autor deste e de outros grandes males, custara bem cara a galanteria, se não fugira para a Bahia e não tanto ao seu salvo, porque lhe atiraram um tiro que ainda que não morreu dele levou bem que curar. Desta tão feia farsa, julgaram todos, se ofendera tanto a Senhora, que sendo levada para a igreja de São João, antes que passasse um mês, se viram nela aquelas demonstrações de sentimento. Sentindo já a perdição de tantas almas e os trabalhos que estavam para vir aquela Capitania como se têm experimentado, não só com tantas perdas de navios mas nos desterros em que puseram o seu Pastor e Prelado por desejar a saúde espiritual de todos, etc.". Eis ai numa emocionante narrativa, a presença da primeira imagem da Senhora do Ó em terras do Brasil. Em muitos lugares se implantou a devoção, movida pelas manifestações milagrosas da Imagem de Olinda. Entre elas cita frei Agostinho a da Ilha de Itamaracá, a de Mopubú, a de Goiana, Ipojuca, e por fim a de Nossa Senhora do Ó do Distrito de São Paulo que ele assim descreve: "Duas léguas distante da cidade de São Paulo há uma aldeia de índios nas ribeiras do rio Tietê. É este rio muito caudaloso e vai desaguar as suas correntes para a parte do Sul no Rio da Prata, abunda de ouro e suas correntes e suas águas são claras e puras, e suas margens em partes adornada de frescos arvoredos. Nos mapas não põem, os cosmógrafos, as suas cabeceiras ou nascimento no Brasil, mas nisto estão errados, porque muitos dos moradores daquelas Vilas, vizinhas de São Paulo que o tem navegado nele lhas assinam. Nesta aldeia se vê o santuário da Senhora do Ó ou da Esperança de seu felicíssimo parto . Esta casa da Senhora fundou o ascendente de uma família daquela cidade de São Paulo a quem chamaram os Bueno, e os seus descendentes são hoje os seus padroeiros e eles são os que fazem a festividade da Senhora o que fazem com muita grandeza, e neste dia é muito grande o concurso de devotos e de romeiros, assim da cidade de São Paulo como dos lugares circunvizinhos". Foi essa a origem da nossa famosa capela mineira da Senhora do Ó em Sabará, construída junto das ricas faisqueiras da Tapanhuacanga cujos restos ainda hoje se reconhecem nos terrenos adjacentes. Datando a primeira ermida muito provavelmente dos últimos anos do século dezessete, quando por ali se fixaram os Bueno de São Paulo, foi a ermida reconstruída em 1727 ou 29, já quando estávamos recebendo grandes levas de portugueses que deixavam as Índias tocados de Iá pela ocupação holandesa no Oriente. A Capela de Nossa Senhora do Ó de Sabará é um magnífico exemplar estilo indo-português, que no Brasil tem seu centro no vale do Rio das Velhas. No meio de exuberante talha dourada sobressaem motivos pictóricos do estilo oriental, ali executados provavelmente após a reconstrução da ermida em 1727 ou 1729. Esta preciosa capela conseguiu escapar à demolição que atingiu velhas igrejas da arquidiocese de Belo Horizonte há muitas décadas e, apesar do desaparecimento de ricas jóias e alfaias que adornavam a Senhora do Ó, está hoje garantida contra os atos de vandalismo pela proteção do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Página 67 ORAÇÃO, Nossa Senhora da L'Ile-Bouchard (França) Em 1947, nos dias 8 a 14 de dezembro, quatro crianças afirmaram ter visto a Virgem Maria, em L'Ile-Bouchard, na França. Ela os exortou a rezar pela França que passava por grandes aflições e prometeu derramar muitas bênçãos sobre as famílias. No dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, a Virgem apareceu com o anjo Gabriel à sua direita. Pelas poucas informações colhidas, ficamos sabendo que não há ainda um parecer oficial da Igreja acerca deste culto. A autoridade diocesana permite o culto no local da aparição. PAZ, Nossa Senhora da Patrona de El Salvador El Salvador é o menor entre todos os estados independentes da América Central. Costuma ser chamado de: "o país da paciência e da esperança". Esta formosa faixa de terra banhada pela imensidão e imponência das águas do Pacífico foi descoberta pelo navegante André Niño y Cereda, em junho de 1522. Conquistada pelo grande Tonatiú, feroz guerreiro, que para realizar seus objetivos não poupou a vida de centenas de pessoas: o mandatário Dom Pedro de Alavarado, audaz militar sob a ordens de Hernán Cortez, em junho de 1524. Luis de Moscovo, obedecendo às ordens de Alvarado, fundou, no dia 8 de maio de 1530, a cidade de São Miguel. Segundo a tradição, no ano de 1682, alguns mercadores encontraram na vila do Mar do Sul salvadorenho uma caixa abandonada; tão bem fechada que não conseguiram abri-la com ferramentas. Certos de que continha algum objeto valioso, levaram-na para a cidade de São Miguel, onde encontrariam recursos para abri-la. Puseram a caixa no lombo de um burro e iniciaram uma longa e perigosa viagem até chegarem à cidade no dia 21 de novembro. Visando garantir a posse do provável tesouro, dirigiram-se primeiramente às autoridades do lugar para lhes comunicar o achado; ao passarem diante da igreja paroquial, hoje Catedral, o burro deitou-se por terra decidida a não mais se levantar. Sem nenhum esforço conseguiram abrir a caixa que continha uma formosa imagem de Nossa Senhora com o Menino nos braços. A origem da imagem permanece misteriosa e envolta em lenda. Nunca se pôde descobrir qual seria o destino daquela caixa, nem como chegou ao território salvadorenho. Conta-se que no momento em que retiravam a imagem ocorria uma violenta luta entre os habitantes da região. Ao terem notícia do milagroso achado, todos depuseram as armas e imediatamente cessaram as hostilidades; também se relata que nas lutas fratricidas de 1883, o lado vitorioso, em vez de promover represálias, como se esperava, fez colocar a abençoada imagem no átrio da paróquia e, aos pés de Maria, jurou solenemente não guardar rancores e MEEU MARIA - MÃE DA TERRA extirpar o ódio dos corações para que a paz gerasse fraternidade e reconciliação. Por isso deram à imagem o título de Nossa Senhora da Paz, cuja festa é celebrada no dia 21 de novembro, para recordar sua chegada a São Miguel. A imagem é de tamanho regular. Talhada em madeira e vestida de roupas brancas, tem à frente um bordado com o escudo nacional da República de Salvador. A imagem tem na mão uma palma de ouro, como lembrança da erupção do vulcão Chaparrastique, que ameaçou transformar a cidade num mar de lava ardente. Os atemorizados habitantes de São Miguel colocaram a imagem de Nossa Senhora da Paz na porta principal da Catedral e no mesmo instante a forte corrente de lava mudou de direção, afastando-se da cidade. No ponto exato onde a lava mudou seu rumo há um povoado chamado "Milagro de la Paz". Isto ocorreu no dia 21 de setembro de 1787. Neste dia todos testemunharam que a fumaça que saia do vulcão formava uma palma. Vendo nisto um sinal da proteção da Virgem, o povo resolveu colocar em sua mão uma palma de ouro, semelhante a que contemplaram no céu. A coroação canônica da imagem ocorreu no dia 21 de novembro de 1921. O ourives que confeccionou a coroa da Virgem empregou 650 gramas de ouro e muitas pedras preciosas, entre as quais se destaca uma grande esmeralda cercada de brilhantes. O novo templo dedicado a Nossa Senhora da Paz foi concluído em 1953. PENHA, Nossa Senhora da Existia no norte da Espanha, uma serra muito alta e íngreme chamada Penha de França, na qual o rei Carlos Magno teria lutado contra os mouros desbaratando-os. Por volta de 1434, certo monge francês sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que lhe apareceu no topo de uma escarpada montanha, cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Simão Vela, assim se chamava o monge, durante cinco anos andou procurando a mencionada serra, até que um dia teve indicação de sua localização e para lá se dirigiu. Após três dias de intensa caminhada e escalando penhas íngremes, o monge parou para descansar, quando viu sentada perto dele uma formosa senhora com o filho ao colo que lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Auxiliado por alguns pastores da região, conseguiu achar a imagem que avistaram em sonho. Construiu Simão Vela uma tosca ermida nesse local, que logo se tornou célebre pelo grande número de milagres alcançados por intermédio da Senhora da Penha, e mais tarde ali foi construído um dos mais ricos e grandiosos santuários da cristandade. Em Portugal, o culto de Nossa Senhora da Penha iniciou-se após a batalha de Alcácer-Quibir, de tão triste memória, na qual perdeu a vida o rei D. Sebastião. Entre os portugueses que conseguiram escapar da escravidão muçulmana encontrava-se um escultor chamado Antônio Simões, o qual, no mais aceso da peleja, prometeu à Virgem Santíssima fazer-lhe sete imagens se Ela o conduzisse novamente à sua Pátria. Fiel ao seu voto, iniciou logo o trabalho, esculpindo seis figuras com os respectivos títulos. Ao chegar à sétima e não sabendo que invocação dar-lhe, foi aconselhado por um padre jesuíta a fazer a Página 68 imagem de Nossa Senhora da Penha, cujos milagres eram muito comentados em Castela. Aceitando a sugestão, o escultor luso executou a obra e colocou-a na ermida da vitória, mas algum tempo depois resolveu edificar-lhe uma igreja em local próximo a Lisboa e que mais tarde se tornou conhecido como Penha de França. Naquela época, uma peste assolou o país e como a Espanha se livraria do flagelo graças à intervenção de Nossa Senhora da Penha, o Senado da Câmara de Lisboa prometeu à Mãe de Deus construir-lhe um grandioso templo, se Ela livrasse a cidade da moléstia. Extinguiu-se a epidemia quase subitamente, a Câmara mandou edificar magnífico santuário naquele local. Este tempo passou a atrair milhares de peregrinos e em certa ocasião um devoto, tendo subido ao alto da penedia, vencido pelo cansaço adormeceu. Uma grande cobra aproximou-se para picá-lo quando um enorme lagarto saltou sobre ele despertando-o a tempo de matar a serpente com seu bastão. Essa é a razão pela qual a imagem de Nossa Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o lagarto. Como quase todos os títulos da Virgem Maria registrados no Brasil no período colonial, o culto de Nossa Senhora da Penha foi trazido por marujos portugueses e aqui tomou grande impulso, devido à devoção dos lusitanos emigrados que transpuseram para nossa pátria os seus costumes e devoções. Um dos mais famosos templos brasileiros dedicados a esta invocação é o de São Paulo. Segundo os antigos cronistas, um viajante francês seguia de Piratininga para o Norte, levando em sua bagagem uma imagem de Nossa Senhora da Penha de França. Ao passar pelo morro chamado então Aricanduva, parou para descansar. Ao continuar o trajeto no dia seguinte, notou a falta da santa. Voltou para procurá-la e foi encontrá-la no lado do morro de Aricanduva. Guardou a imagem no baú e prosseguiu viagem, mas, ao chegar no pouso seguinte, notou a falta da efígie, que foi encontrada novamente no local onde pousara. Este fato repetiu-se várias vezes e ele, vendo nisso a vontade do céu, ali plantou uma pequena ermida. O padre Jacinto Nunes, filho de um dos primeiros habitantes de São Paulo de Piratininga, transferiu a imagem e a capela para o alto do morro onde se encontra a secular matriz da Penha. Não sabemos exatamente a data da fundação deste templo, mas é certo que em 1667 ela já existia e era cercado de alpendres como as mais antigas igrejas do Brasil. Em 1687 o bispo D. José de Barros alarcão quis transferir a imagem de Nossa Senhora da Penha para um recolhimento, mas as mulheres do bairro se revoltaram e a Padroeira ali permaneceu. Ela é atualmente a Protetora da cidade de São Paulo e sua igreja está coberta de promessas e exvotos. A ermida da Penha, no Rio de Janeiro, foi fundada no início do século XVII pelo capitão-mor Baltasar Cardoso, senhor de um engenho de açúcar naquela localidade, tendo sido substituída pelo atual templo construído no século XIX, que se avista de todo o litoral da Guanabara. A festa de Nossa Senhora da Penha realiza-se no Rio de Janeiro em outubro e é a solenidade religiosa mais popular da bela metrópole guanabarina. Centenas de peregrinos vindos de várias partes da Cidade Maravilhosa e MEEU MARIA - MÃE DA TERRA de outros Estados sobem devotamente os 365 degraus cavados na rocha, a fim de agradecerem à Virgem Maria alguma graça alcançada, ou para rogarem pela saúde de seus entes queridos. Esta festividade, que se celebra desde 1713, é sempre acompanhada de folguedos populares e animada pelas músicas e danças em homenagem à Santa Padroeira. Atualmente, entretanto, ela tomou nova feição e ganhou maior colorido e afluência, devido às obras de reforma e melhoramento do parque da Penha, empreendidas pelo governo do antigo Estado da Guanabara. A história e a lenda de Nossa Senhora da Penha de Vitória, no Espírito Santo são ainda mais antigas que as da ermida paulista. Num belo dia de maio do ano de 1535, em terras goitacás no meio da mata, onde se podia ouvir o grito dos papagaios, e o farfalhar das folhas das árvores gigantescas, um ruído estranho ecoou pelos ares. Era um tiro de canhão, talvez o primeiro a ser ouvido em plagas capixabas. A caravela "Glória" acabava de fundear na enseada da futura Vila Velha, trazendo o donatário Vasco Fernandes Coutinho, fidalgo português que havia deixado sua abastada Quinta no Alenquer para tomar posse da capitania, à qual deu o nome de Espírito Santo. A esperança que o dominava ao desembarcar nas praias do Novo Mundo foi aos poucos se apagando devido às lutas entre colonos e naturais da terra e Vasco Coutinho mandou vir do Reino alguns padres a fim de pacificá-los. Entre os missionários que ali chegaram durante o governo do inditoso donatário, estava o Frei Pedro Palácios, franciscano espanhol, que trazia em sua bagagem um belíssimo painel de Nossa Senhora, o mesmo que ainda existe no convento da Penha de Vitória. Na azáfama do desembarque, não notaram os companheiros o desaparecimento do santo frade e somente após dois dias acharam-no numa gruta ao pé da montanha, onde havia exposto o painel da Virgem, convidando os fiéis à prece e à meditação. Certo dia os devotos não encontraram Frei Pedro e nem o painel. Pelo latido do cãozinho que sempre o acompanhava, descobriram-no na escarpa do morro que domina a bela baía de Vitória. Contou então que o painel havia desaparecido e ele estava a procurá-lo. Após ingentes esforços, um grupo de pessoas conseguiu atingir o cume do monte e ali, entre duas palmeiras, encontraram a pintura. Religiosamente foi a tela reconduzida à gruta, mas diante do ocorrido, Frei Pedro iniciou a construção da Igreja dedicada a São Francisco, na chapada, junto ao cume da montanha e para lá levou o painel de Maria. A imagem de São Francisco lá ficou, mas o quadro da Virgem novamente desapareceu sendo encontrado ainda uma vez no píncaro, entre as duas palmeiras. Resolveu então o frade construir uma ermida no cume de penhasco, e ele mesmo, velho e alquebrado, carregou os primeiros materiais até o lugar da capela. Realizado o seu grande º sonho, a igreja foi solenemente inaugurada a 1 de maio de 1570, e, enquanto se elevavam os foguetes e as manifestações de alegria dos que ali se encontravam, subiu ao céu a alma de Frei Pedro Palácios ao som dos sinos da ermida da Penha. Após a morte de Frei Palácios, a ermida ficou a cargo de alguns devotos e amigos, que a conservaram. Esta situação perdurou até 1591, quando as autoridades de Vila Velha e de Vitória decidiram entregar a Capela da Penha aos Frades Franciscanos. Desde então, os filhos de São Francisco aumentaram a capela, e a transformaram no célebre Santuário. Em fins de 1651 teria sido lançada a Página 69 pedra fundamental do Convento de Nossa Senhora da Penha. O Conventinho teve sua construção rematada em 1660 necessitando, a partir de então, de constantes melhorias e reparos. A Festa da Penha, com romarias e afluência de devotos de todo o Brasil, acontece na primeira segunda-feira após a Páscoa. Um grande incentivador da festa foi Frei João Nepomuceno Valadares, natural de Vitória, que destacou-se como restaurador do Santuário do Convento, realizando obras de grande vulto nos anos de 1853 a 1862. Faleceu em 1865 e foi enterrado numa parede interna do Convento de São Francisco de Vitória, bem em frente à porta da sacristia. Fontes: Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem Maria no Brasil" PERPÉTUO SOCORRO, Nossa Senhora do Na ilha de Creta havia um quadro da Virgem Maria muito venerado devido aos estupendos milagres que operava. Certo dia, porém, um rico negociante, pensando no bom preço que poderia obter por ele, roubou-o e levou-o para Roma. Durante a travessia do Mediterrâneo, o navio que transportava a preciosa carga foi atingido por terrível tempestade, que ameaçava submergi-lo. Os tripulantes, sem saber da presença do quadro, recorreram a Virgem Maria. Logo a tormenta amainou, permitindo que a embarcação ancorasse, sendo salva num porto italiano. Algum tempo depois o ladrão faleceu e a Santíssima Virgem apareceu a uma menina, filha da mulher que guardava a pintura em sua casa, avisando que a imagem de Santa Maria do Perpétuo Socorro deveria ser colocada numa igreja. O milagroso quadro foi então solenemente entronizado na capela de São Mateus, em Roma, no ano de 1499, e aí permaneceu recebendo a homenagem dos fiéis durante três séculos, até que o templo foi criminosamente destruído. Os religiosos se dispersaram e a santa caiu no esquecimento. Em meados do s6culo XIX, o papa Pio IX chamou a Roma os padres Redentoristas, que se estabeleceram no antigo convento dos Agostinianos, no local onde existira a igreja de São Mateus. Foi então que um dos religiosos encontrou documentos relativos a uma imagem da Virgem Maria, famosa pelos grandes milagres que realizava. Após muita procura o quadro foi encontrado por uma revelação especial de Nossa Senhora. Finalmente em 1866 a milagrosa efígie foi conduzida triunfalmente ao seu atual santuário por ordem do Santo Padre, que recomendou aos filhos de Santo Afonso de Ligório: - "Fazei que todo o mundo conheça o Perpétuo Socorro". De seu trono no Monte Esquilino a devoção se irradiou por todo o planeta. No Brasil esta invocação de Maria chegou no final do século passado com os padres da Congregação do Santíssimo Redentor que aqui se estabeleceram em 1893. A ilha de Creta esteve durante muitos séculos dominada pelos muçulmanos, que destruíram muitos documentos cristãos, por isso nada se descobriu sobre a origem do milagroso ícone, nem mesmo na igreja onde ele era venerado antigamente. É uma pintura sobre madeira, em estilo bizantino, onde se enlaçam a arte e a piedade, a MEEU MARIA - MÃE DA TERRA elegância e a simplicidade. Dizem os entendidos que deve ser uma das diversas cópias do retrato da Virgem Santíssima feito por São Lucas e que o pintor era grego, porque são helênicas as letras das inscrições. Quanto ao titulo de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, foi a própria Virgem que o usou, falando à menina a quem apareceu; ou porque fosse esse o título da imagem invocada em Creta, ou porque desejasse ser venerada com este nome daí por diante. A interessante história da imagem da Senhora do Perpétuo Socorro está magnificamente apresentada no interior da igreja paroquial do bairro do Grajau, no Rio de Janeiro, em pintura do artista Antônio Maria Nardi. Este templo, construído em estilo romano-bizantino para combinar com o famoso quadro, é muito visitado pelos jovens estudantes de arquitetura interessados em apreciá-lo de perto. 0 altar-mor foi executado em um único bloco de mármore de Carrara, sem emendas, e sobre ele pode-se admirar um enorme painel de 100 metros quadrados, representando a Virgem do Perpétuo Socorro. Também conhecida como Igreja do Cuscuz, pelo seu formato cônico, a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Garanhuns, Pernambuco, foi construída pelos padres redentoristas holandeses na década de 50 e logo transformou-se num dos templos religiosos mais exóticos do interior do Nordeste. A festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é celebrada no dia 27 de junho. PILAR, Nossa Senhora do Patrona da Espanha Segundo uma antiga tradição, desde os primórdios de sua conversão, os cristãos primitivos ergueram uma ermida em honra da Virgem Maria, às margens do rio Ebro, na cidade de Zaragoza, na região de Aragon, na Espanha. A capelinha primitiva foi sendo reconstruída e ampliada com o correr dos séculos, até se transformar na grandiosa basílica que acolhe, como centro vivo e permanente de peregrinações a numerosos fiéis que, de todas as partes do mundo, vêm rezar à Virgem e venerar seu Pilar. Outra venerável tradição afirma que a Virgem apareceu sobre um pilar junto ao Ebro, ao apóstolo São Tiago, que chegara à Espanha para anunciar o Evangelho quando estava desanimado pelos insucessos, já disposto a retornar a Jerusalém. Trata-se de uma invocação que tem sido objeto de particular devoção dos espanhóis. Dificilmente poder-se-á encontrar na nação espanhola um povoado que não guarde com amor a pequena imagem sobre a santa coluna. Muito para além dos milagres espetaculares, a Virgem do Pilar é invocada como refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos, Mãe da Espanha. Sua ação é sobretudo espiritual. A devoção ao Pilar tem uma enorme penetração na Ibero- Página 70 américa, cujos países celebram o dia do descobrimento de seu continente a 12 de outubro, isto é, no dia do Pilar. A Basílica fica aberta o dia inteiro, mas nunca faltam os fiéis que chegam ao Pilar em busca de reconciliação, graça e diálogo com Deus. É popular na Espanha, especialmente a região de Aragon, a jaculatória: "Bendita seja a hora em que a Virgem veio em carne mortal a Zaragoza". Outra tradição chega a afirmar que a visita da Virgem à Espanha tenha ocorrido durante sua vida terrena. O Papa João Paulo II, por duas vezes escolheu este santuário como primeiro passo de suas viagens à América Latina: em 1979, para assistir à Conferência de Puebla e em 1984 para inaugurar as comemorações do V Centenário do descobrimento e o início da evangelização na América. O Papa dizia nessa basílica, citando Puebla: "Ela (Maria) tem que ser cada vez mais a pedagoga do Evangelho na América Latina" (Puebla, 290). "Sim, continua dizendo o Papa, a pedagoga, a que nos conduz pela mão, que nos ensina a cumprir o mandato missionário de seu Filho e a guardar tudo o que Ele nos ensinou. O amor à Virgem Maria, Mãe e Modelo da Igreja, é garantia da autenticidade e da eficácia redentora de nossa fé cristã". PINDAMONHANGABA, Nossa Senhora em São Paulo VER MENSAGENS (PINDAMONHANGABA) Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé Apostólica POBRES, Nossa Senhora dos Banneux, Bélgica A aldeia de Banneux, na Bélgica, encontra-se a 25 km da cidade de Lieja. O local não possui nenhuma atração turística. Na rodovia que vai de Louveigné a Pepinster, a um quilômetro da igreja paroquial, encontra-se uma modesta casa de operários onde vive a família Becó. Úmido e pantanoso, o lugar é conhecido como "La Fange". Diante da casa há uma pequena horta. Em 1933, a família compunhase dos pais e sete filhos. A mais velha, Mariazinha, nascera a 25 de março de 1921. No dia 15 de janeiro de 1933, um domingo de inverno repleto de neve, Mariazinha, por volta das sete horas da noite, olha pela vidraça da janela da cozinha seu irmão Juliano que retorna após ter saído com seus companheiros. Repentinamente a menina vê uma formosa Senhora, toda resplandecente. É a Santíssima Virgem que a convida a aproximar-se. A mãe a proíbe e a Senhora desaparece. Três dias depois, novamente às sete horas da noite, Mariazinha sai de sua casa e a Virgem lhe aparece pela segunda vez. A aparição retorna outras seis vezes, a partir de 15 de janeiro até o dia 2 de março. Revela-se como a Virgem dos Pobres e manifesta a Mariazinha o desejo de que se construa uma capela e se reze muito. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Também afirma que uma fonte de água está à disposição de todos, especialmente dos enfermos. Finalmente revela-se como a Mãe de Deus. Em 1949 o bispo de Lieja, Dom Kerkhofs, reconhece oficialmente a verdade das aparições de Banneux, onde se constrói um santuário muito freqüentado não somente por fiéis belgas como de outros países da Europa. Numeros templos surgiram depois em diferentes partes em honra da "Virgem dos Pobres". PONTMAIN, Nossa Senhora de Pontmain é uma pequena aldeia difícil de ser encontrada nos mapas. Escondida no Bas-Maine, em torno de uma fortaleza hoje em ruínas, e localizada entre a Bretanha e o resto da França, sempre teve bons prados delimitados por enormes faias. Mal dá para ver suas casas, tão escondidas estão entre suas terras. São os anos da guerra francoprussiana de 1870-1871, que terminaria com a vitória dos prussianos, a queda do imperador Napoleão III e a Comuna de Paris. Trinta e oito moços da aldeia tinham saído para a batalha, mas antes o pároco do lugar, como especial proteção, os consagrara à Virgem Maria. E, claro, todos voltaram, sem sofrer baixas, depois da rendição francesa. Devia ser por volta das seis da tarde daquele 17 de janeiro de 1871. Anoitecia. Às portas do celeiro do pai, Eugênio Barbedette, 12 anos de idade, e seu irmão mais novo ajudavam a "esmagar os talos de tojo para a ração do cavalo", escreve o monge carmelita Rafael-M.López Melus. Eugênio foi o primeiro a ver, ao dar uma olhada no céu, uma jovem e bela Senhora suspensa que olhava para ele sorridente. Era de grande dimensões. Chamou a atenção de seu irmão José, de seu pai e de uma mulher que ia passando casualmente. Somente o irmão pequeno de Eugênio viu a mesma coisa que ele vira. "Oh, sim!", respondeu José, "Vejo uma Senhora bela e grande, vestida com uma túnica azul brilhante, como as bolas de anil que usam para a roupa." O vestido dela está coberto de estrelas; seu rosto, branco como a neve, voltado para a Bretanha, para o oeste, terra que deseja proteger da invasão. ela exibe, com majestade, um diadema simples de rainha. Acorrem outras crianças, e algumas também vêem a aparição, que ficou no ar daquele jeito durante umas três horas. Também chegou o sacerdote, mas como os pais, não viu nada. Rezaram... E apareceu no céu, sucinta, esta mensagem: "Meus filhos, rezai. Deus vos ouvirá muito breve. O meu Filho deixa-se comover." Mas, ao que parece, nem só as crianças viram a aparição. algo afastado do local da visão de Pontmain achava-se o general prussiano von Shimidt com suas tropas. Muitos soldados ouviramno comentar na manhã do dia 18 de janeiro: "Isso acabou! Não avançaremos mais; Lá embaixo, Página 71 no lado da Bretanha, uma Senhora invisível barra-nos o caminho." E foi assim que o oeste foi salvo... Por acaso a Prússia fora um instrumento das profecias que castigava a infiel França? Conta René Laurentin em seu Livro, estando as tropas prussianas perto do convento das freira de Nevers, Bernadette Soubirous comentou: "Eu temo apenas os maus católicos(...); eu bem que preferia não ver os prussianos, mas não os temo. Deus está em toda parte, inclusive entre os prussianos." E Melaine, anos antes, escrevera em um quadro-negro "prussianos 1870." O bispo de Laval, monsenhor Wicart, nomeou imediatamente uma comissão para pronunciar-se sobre a aparição. Um ano depois, em 2 de Fevereiro de 1872, mandava imprimir uma pastoral aprovando o episódio e o culto à Virgem da Esperança de Pontmain. PRAZERES, Nossa Senhora dos Bem antes da última peste que houve em Lisboa, em 1599, uma imagem da Mãe de Deus apareceu sobre uma fonte em Alcântara, na quinta dos Condes da Ilha. Essa fonte começou a ser chamada de "santa" porque sua água passou a curar várias enfermidades. Os condes levaram a imagem para sua casa, colocando-a em seu oratório. No entanto, certo dia a mesma imagem desapareceu do seu lugar para ser encontrada sobre um poço. Nossa Senhora manifesta-se, então, a uma menina, dando-lhe a missão de pedir aos vizinhos e familiares para ali construirem uma capela onde ela fosse venerada sob o título de Senhora dos Prazeres. As pessoas não duvidaram da criança e em pouco tempo a ermida foi erguida. A imagem foi ali depositada e os prodígios começaram a ocorrer. Nossa Senhora dos Prazeres é a mesma Nossa Senhora das Sete Alegrias, devoção de origem franciscana. As maiores alegrias ou os maiores prazeres de Maria Santíssima , que foram enumerados por um noviço franciscano, são os seguintes: a anunciação do anjo, a saudação de Isabel, o nascimento de Jesus, a visita dos Reis Magos, o encontro com o Menino no templo, a primeira aparição do Ressuscitado e a sua coroação no céu. Portugal foi a primeira nação católica a festejar as alegrias de Maria. No Brasil, Nossa Senhora dos Prazeres é padroeira da catedral e da diocese de Lages (SC), onde sua festa é celebrada em 15 de agosto. Na arquidiocese de Maceió, da qual também é padroeira, a festa é em 27 de agosto. No estado do Espírito Santo, no Santuário de Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha, as sete alegrias de Nossa Senhora são comemoradas no domingo da Pascoela. Existem igrejas dedicadas a esta invocação também em Minas Gerais (Diamantina e Lavras Novas) e em São Paulo, na cidade de Piracicaba. O templo mais famoso é o que se situa nos Montes Guararapes, perto de Recife, que foi reformado e embelezado pelos Monges Beneditinos em 1782. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA PURIFICAÇÃO, Nossa Senhora da Ver CANDEIAS, Nossa Senhora da RAINHA DO ROSÁRIO, Nossa Senhora Manaus - Amazonas - Brasil A primeira pessoa que viu Nossa Senhora, foi Maria do Carmo. Este fato aconteceu no dia 02 de maio, do ano 1994. Edson Glauber, já havia escutado por primeiro a voz da Virgem Maria, quando rezava o terço em sua casa, num dia de sábado, com alguns amigos. Edson Glauber escutou uma voz suave como se fosse um eco, uma melodia celestial, que lhe disse: " Reze com o coração! "... Logo em seguida, Edson escutou novamente a mesma voz, que continuou dizendo: " Reze o rosário todos os dias. Eu estou para chegar. Aguarde! " Na segunda feira, às 4:00hs, sua mãe Maria do Carmo, acordou com o desejo muito grande de rezar o rosário e se dirigiu para sala de sua casa onde existe até hoje um altar destinado a Nossa Senhora. Quando Maria do Carmo estava por finalizar o ultimo terço do rosário, faltando três Ave-Marias do último mistério glorioso, foi surpreendida por uma luz muito radiante, da qual apareceu uma linda jovem toda vestida de branco, que tinha os pés delicados apoiados numa nuvem, e com as duas mãos segurava à sua frente, um terço de contas azul-celeste bem suave que mostrava para Maria do Carmo. Nossa Senhora, neste dia disse a seguinte mensagem: " Reze, reze! ". Esta foi a primeira aparição. Pelo final do mês de maio depois de ter escutado Nossa Senhora por várias vezes que lhe transmitia pequenas mensagens, foi que Edson Glauber a viu pela primeira vez. Viu-a semelhante a Rosa Mística toda de branco com três rosas: branca, vermelha e amarelo dourado, que enfeitavam o manto fechado abaixo do pescoço. Esta aparição durou apenas alguns segundos. Foi rápida, mas deixou uma profunda alegria no coração de Edson Glauber. Nos dias seguintes, Nossa Senhora começou a vir toda vestida de branco ou quando não, com o véu branco e um vestido azul-cinza. Às vezes traz sobre a sua cabeça uma coroa dourada muito linda, com pedras preciosas e às vezes, pequenas estrelas douradas, em número de 12, que formam um belo círculo. Quando Interrogada por Edson Glauber: - Quem está aparecendo para minha mãe e falando comigo? Ela respondeu: - "Eu sou a bem-aventurada Virgem Maria, a mãe de Jesus!" Nossa Senhora quer ser conhecida em Manaus, como Rainha do Rosário e em Itapiranga como Rainha da Paz. Ela mesma explicou o motivo pelo qual apareceu com dois títulos: "Porque eu quero mostrar a vocês, que é com a reza do rosário que o mundo vai encontrar a paz!" Página 72 Sempre inicia seu diálogo com os seus confidentes dizendo por primeiro a seguinte saudação: "A paz esteja com vocês!" Ela veio ao nosso meio, justamente para nos transmitir a mensagem da Paz e do Amor de Deus. As aparições estão sendo acompanhadas pela Igreja local. Edson mantém informado o Arcebispo D. Luiz, entregando-lhe as mensagens da Virgem. Foi designado por D. Luiz, um sacerdote para acompanhá-lo, Padre Danilo, do PIME. Todas as mensagens são analisadas por eles, antes de serem passadas ao público. Nos dias marcados para as aparições numerosos fiéis se deslocam de vários lugares para cidade de Itapiranga onde se realiza uma grande procissão, até os locais indicados onde Jesus e a Virgem Maria aparecem. Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé Apostólica Colaboração de Maria Beatriz de Castro Batista. RAINHA DOS APÓSTOLOS , Nossa Senhora Pe. Tiago Alberione fundou em 1914 um conjunto de instituições religiosas conhecidas como "Família Paulina", que hoje conta com mais mais de dez mil membros espaIhados pelo mundo inteiro. Inspirando-se na vida de São Paulo, o maior divulgador da mensagem de Jesus Cristo nos primórdios do cristianismo, instituiu a Pia Sociedade de São Paulo e a Pia Sociedade das Filhas de São Paulo, para se dedicarem ao apostolado da imprensa falada e escrita Em sua ação missionária o Padre Alberione sentiu, de maneira especial, a presença da Mãe de Deus, e quis que seus discípulos a venerassem sob o título de Rainha dos Apóstolos. Desejando uma imagem significativa para sua Padroeira, mandou fazer um grande painel da Virgem pelo artista romano J.B. Conti, para a igreja matriz das congregações, edificada em agradecimento à proteção de Nossa Senhora aos filhos e flihas espirituais durante a Primeira Grande Guerra. 0 pintor representou a Mãe Santíssima de pé entre os apóstolos, oferecendo ao mundo o seu filho Jesus. Durante a última guerra mundial uma bomba caiu entre o Seminário e a Casa dos Irmãos e não atingiu nenhum deles, mostrando assim a benção de Maria ao trabalho Paulino. Contudo, esta invocação não é recente, pois já existia nas Ladainhas Loretanas, instituídas por São Gregório Magno no século VII (apesar de alguns acréscimos posteriores). É também bastante conhecido nos meios artísticos um mosaico bizantino do século XII, na igreja do Torcello (Itália), no qual a Mãe de Deus aparece de pé com o Menino Jesus ao colo, rodeada pelos doze apóstolos. Quase um século antes de Tiago Alberione, o fundador da Sociedade do Apostolado Católico, S. Vicente Pallotti, já havia colocado a sua obra missionária sob a tutela da Rainha dos Apóstolos, a fim de que os seus filhos, unidos em sincera e profunda devoção a Maria, com Ela e por Ela MEEU MARIA - MÃE DA TERRA alcançassem as luzes e graças do Espírito Santo para tornarem-se destemidos propagadores do Reino de Cristo. A sua Sociedade, composta de 3 grupos: ospadres palotinos, as irmãs educadoras e os colaboradores leigos, lutou a principio com a incompreensão da comunidade de sua época, só obtendo maior apoio em nosso século devido a transformação da mentalidade católica, voltada atualmente para o campo social. 0 primeiro grande incentivo ao seu trabalho lhe foi dado pelo Papa Gregório XVI que, olhando com bons olhos os ideais de S. Vicente Pallotti e a nascente organização religiosa, ofereceu-lhes a igreja de S. Salvador in Onda, assim como o convento anexo, para sede da congregação. Procedendo as reformas necessárias, o Santo aproveitou a primeira oportunidade para ornar o presbitério com magnífica tela representando a descida do Espirito Santo sobre Maria e os Apóstolos, reunidos no Cenáculo. Após a morte de seu fundador, ocorrida em 1850, a Pia Sociedade passou por uma fase de estagnação, porém, abençoada por Deus, logo se reanimou, espalhando-se por todos os continentes. Os colonos italianos radicados em 1878 na aldeia de Vale Veneto, Rio Grande do Sul, deplorando a falta de sacerdotes, resolveram enviar à Itália uma pessoa de confiança em busca de Padres, que atendessem as necessidades espirituais de suas famílias. 0 mensageiro dirigiu-se ao Superior Geral dos Palotinos em Roma e a 25 de julho de 1886 chegaram os dois primeiros padres, recebidos com manifestações de júbilo pela Colônia. Esta foi a residência inicial da Congregação na Terra de Santa Cruz. A pequena semente cresceu e a obra dos missionários se espalhou, não só no Rio Grande, como nos Estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, divulgando em suas igrejas o culto à Rainha dos Apóstolos. Através da história das congregações Palotinas e Paulinas, a Santíssima Virgem tem-se manifestado como Mãe, Mestra e rainha dos apóstolos do século XX, atendendo solícita às súplicas de todos aqueles que de qualquer maneira trabalham para a salvação das almas e a expansão do Reino de Deus. REMÉDIOS, Nossa Senhora dos Esta devoção foi introduzida em Portugal por religiosos franceses da Ordem Hospitalar da Santíssima Trindade, que estiveram em Lisboa no início do século XIII. A finalidade desta Ordem era a Redenção dos cativos no oriente e sua padroeira era Nossa Senhora dos Remédios. Esta confraria se espalhou pela Europa, especialmente na Península Ibérica. Até o século XVIII já havia libertado 900.000 prisioneiros. Os irmãos da Santíssima Trindade trouxeram para o Brasil a mesma devoção, erguendo capelas em sua honra em várias províncias do Nordeste e nas regiões barrocas de Minas Gerais. No entanto, os santuários mais famosos se encontram em Paraty, São Paulo e Fernando de Noronha Página 73 Em Paraty, a primitiva igreja de Nossa Senhora dos Remédios foi construída em 1646 num terreno doado por Maria Jácome de Melo. O atual templo teve sua construção iniciada em 1787, com a finalidade de substituir uma outra igreja de pedra e cal, de 1712, e considerada pequena para atender a toda a população de Paraty. A obra foi por diversas vezes paralisada por falta de verbas. Finalmente, graças à ajuda de D.Geralda Maria da Silva., em 1873, foi entregue ao culto público. De estilo neoclássico, sobressai por sua imponência e, ao mesmo tempo, pela sobriedade e despojamento, característicos desse estilo. Sua planta tem traçado característico do século XVIII; nave única e dois corredores laterais compartimentados e ligados à nave central. Entre as imagens destacam-se a de N. S. dos Remédios, provavelmente adquirida na Espanha no século XIX, e as imagens da Via Sacra , todas em tamanho natural. A Matriz era a igreja freqüentada pela burguesia branca de Paraty. As irmandades do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora dos Remédios de São Roque e de São Miguel das Almas já funcionaram ao lado da Confraria do Terço, mas hoje, de todas, apenas resta a Irmandade do Santíssimo. Atualmente em suas galerias superiores funciona a pinacoteca Antônio Marino Gouveia, com obras de Anita Malfatti, Djanira, Di Cavalcanti, Armando Viana, Franck Sheaffer, J.Graz, integrantes da "Semana de 22" e outros. Em São Paulo, a igreja dos Remédios, com seu frontispício de azulejos e sua história recheada de lendas, estava situada na praça João Mendes. Era o refúgio dos escravos perseguidos e, nos últimos tempos do Império, o reduto preferido dos abolicionistas. Em 1941 ela foi demolida para o alargamento da praça, conhecida antigamente como Largo dos Remédios. A única igreja existente na ilha de Fernando de Noronha é consagrada à Senhora dos Remédios, construída em estilo colonial português em 1737, logo depois da expulsão dos franceses. Fica próxima à sede do governo da Vila dos Remédios, sob a proteção, hoje simbólica, do forte do mesmo nome. A festa de Nossa Senhora dos Remédios é uma festa secular que se realiza anualmente, no domingo anterior à Ascensão, na cidade de Tortosendo, em Portugal. Por ser uma celebração bem peculiar, com um histórico pitoresco, deter-nos-emos sobre a mesma, apresentando informações conseguidas na internet. Os Tortosendenses continuam a ser ardorosos devotos, acorrendo em grande número à sua festa que se realiza, anualmente, no domingo anterior à Ascensão, situada num local bem aprazível e de onde se pode desfrutar um dos mais belos panoramas da região. Mas muitos são ainda aqueles que lembram, com saudade, o tempo em que a Festa de Nossa Senhora dos Remédios se realizava em quinta-feira da Ascensão, juntando a essa saudade uma certa mágoa pelo fato da festa ter mudado de dia, ainda antes da Ascensão ter deixado de ser dia santo de guarda, não encontrando assim justificação aceitável. Todavia, a celebração da Festa nesta data era uma situação excepcionalíssima no país, não era um direito adquirido pelos tortosendenses, já que um dia destinado no calendário litúrgico cristão a uma celebração tão importante como a subida de Cristo ao Céu, não deveria ser partilhada com qualquer outra "para que não perdesse de forma alguma o seu brilho". Assim sendo, todos os anos algum tempo antes da Festa, ia o Prior de então, reverendo Padre Ardérius, com elementos da comissão das Festas, pedir uma autorização especial ao Senhor Bispo da Guarda, "com o argumento de que era tradição a realização da festa MEEU MARIA - MÃE DA TERRA nesse dia" e, ano a ano, acedia o digníssimo Prelado, correspondendo, desta forma, ao desejo do povo do Tortosendo. Mas num determinado ano o senhor Prior, invocando "que a lei deveria ser cumprida que em algum ano havia que começar", resolveu não ir à Guarda e decidiu que a festa passasse para o domingo seguinte. Não aceitou bem a Comissão de Festas tal decisão e demitiu-se, não obstando, no entanto, a que a mesma se celebrasse, por iniciativa do Pároco. Estranhou o povo tal mudança e estranhou, mais ainda, o fato de, contrariamente ao que acontecera, os campos e pinhais à volta da Capela estarem vedados, argumentando os proprietários que "era dos usos e costumes da região que as sementeiras se iniciassem logo após a Ascensão", pelo que os trabalhos já haviam sido iniciados, nesse ano. Facilmente esta dificuldade foi ultrapassada nos anos seguintes, pois passou, então, a Festa a ocorrer, no domingo anterior à Ascensão, para que os romeiros pudessem merendar livremente nos campos e pinhais circundantes. Para dar "mais pompa e luzimento" à Festa de Nossa Senhora dos Remédios constituiu-se, cerca de 1940, uma Comissão que se compunha de um Juiz, um Tesoureiro, Gerentes e outros colaboradores e durante vários anos não sofreu grandes alterações. Tinha a comissão a seu cargo, toda a organização da Festa e ainda um trabalho muito cuidadoso, o da "atualização automática do Caderno dos Mordomos e Mordomas de Nossa Senhora": havia a preocupação de inscrever imediatamente as crianças que nasciam ou aquelas outras pessoas que vinham de novo para o Tortosendo, sendo assim nomeados mordomos ou mordomas, chegando-se a 231 e 188 respectivamente, num total de 419, número bastante representativo. Entretanto já perto da Festa, a Comissão enviava-lhes uma carta-circular, apelando à sua generosidade, de modo a angariar mais fundos. Alguns dias antes, era Nossa Senhora trazida da sua ermida, sem procissão, até à Igreja Paroquial, onde o andor era então, enfeitado com flores artificiais, sedas e cetins nas cores branca e azul, os quais haviam sido cuidadosamente guardados de um ano para outro. E era imediatamente a seguir à celebração da Missa da Hora que se dava início à única Procissão, com as imagens de Nossa Senhora e de S. José. Abriam-na dois altos e pesados estandartes, um de Nossa Senhora dos Remédios e outro do Santíssimo, cada um deles levado por um homem bem possante, codjuvado por mais dois companheiros que, segurando em cordas que pendiam lateralmente do alto, os ajudavam a equilibrar, todos eles envergando as opas pertencentes à Comissão, que ficavam ao longo do ano à guarda do Juiz. Os Anjos espalhavam-se pela Procissão, mas sempre à frente da Nossa Senhora. Atrás deste andor seguiam pessoas com suas ofertas de: galinhas, coelhos, pombos, pães-de-ló que "eram dadas pelas pessoas que viviam bem e por todas as que faziam promessas por doenças, quando os filhos iam para a tropa ou por qualquer afronta". Também já se cumpriam promessas indo descalço ou levando velas da altura respectiva. "A procissão do dia era assim imponente". Na Capela havia missa cantada com três padres e sermão, e fazia-se a leitura dos nomes dos mordomos e mordomas. Somente em plena segunda Guerra, e com a intenção muito especial de se pedir pela paz, é que se resolveu fazer uma Procissão das Velas, à noite, na véspera da festa, tendo vindo Nossa Senhora em procissão o que aconteceu Página 74 pela primeira vez, mas veio afinal a tornar-se na expressão máxima da devoção a Nossa Senhora. Nessa ocasião, e pela primeira vez, "o andor foi enfeitado com flores naturais (exclusivamente novelos)" que se pediram em várias casas. Nesta Procissão as senhoras vinham em duas filas, com velas e terminava com o andor de Nossa Senhora e os homens, em grande número seguiam atrás cantando. ROCAMADOUR, Nossa Senhora de França As peregrinações a Rocamadour, na França, são célebres desde a Idade Média. Segundo a tradição, o santuário foi fundado nos primórdios do cristianismo, por meio de um altar erigido em honra de Nossa Senhora pelo aduaneiro Zaqueu de Jericó, que foi para a Gália após a morte de Cristo. Reza a lenda que a imagem de Nossa Senhora sentada num trono com o Menino ao colo, se esculpiu a si mesma do tronco de uma árvore. Mais tarde Zaqueu mudou seu nome para Amador, de onde provém o título de Nossa Senhora: Nossa Senhora de Rocamadour, isto é, Nossa Senhora da Penha ou Rocha (Roc) de Amador. Para alcançar o cume do rochedo, onde está situado o santuário, há 217 degraus que o peregrino devia outrora subir de joelhos. O santuário é composto de três capelas e a igreja de São Salvador; esta, que data do século XIII, foi construída por cima da cripta de santo Amador, cavada em 1160, e foi elevada à categoria de Basílica Menor. Uma segunda escada conduz à capela de Nossa Senhora de Rocamadour, edificada no século XVII, no lugar do oratório primitivo, que tinha sido destruído pela queda de uma pedra. A imagem antiga, restaurada, está no altar-mor desta capela, rodeada de lâmpadas continuamente acesas. Antigamente vestiam suntuosamente esta imagem; mas, faz poucos anos, retiraram os ricos vestidos, para que se possa admirar a beleza da antiqüíssima imagem de madeira. Rocamadour teve de suportar duras provações no decorrer do tempo: alternadamente, normandos, ingleses, albingenses, huguenotes e revolucionários obstinaram-se em devastar esse santo lugar de peregrinações; porém, houve sempre, em todas as épocas, fiéis generosos que se prontificaram a levantar novamente o santuário, de modo que de geração em geração chegou até nós a devoção a Nossa Senhora de Rocamadour, que tantos milagres tem operado em favor dos que a ela recorrem. Personagens ilustres e mesmo reis da França e de Castela iam rezar em Rocamadour, que era um dos grandes santuários de peregrinações de penitência. Sua origem se confunde com a implantação do cristianismo na Gália. A peregrinação principal é em 8 de setembro. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA ROSA MÍSTICA, Nossa Senhora Em 1947, em Montechiari, situada a alguns quilômetros de Bréscia, norte da Itália, uma enfermeira chamada Pierina Gilli, nascida no dia 3 de agosto de 1911, encontrava-se num quarto do hospital onde trabalhava, quando teve uma visão de uma belíssima Senhora vestida com uma túnica púrpura e com um véu branco cobrindo-lhe a cabeça. Em seu peito estavam encravadas três espadas e seu celestial rosto tinha feições muito tristes. A Virgem chorava e disse em sua primeira aparição disse: "Oração, Penitência e Expiação". VER MENSAGENS (BRÉSCIA) ROSÁRIO, Nossa Senhora do O Rosário nasceu do amor dos cristãos por Maria na época medieval, talvez no tempo das cruzadas da Terra Santa. 0 objeto da recitação desta oração, o terço, é de origem muito antiga. Os anacoretas orientais usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Nos conventos medievais os irmãos leigos, dispensados da recitação do Saltério, pela pouca familiaridade com o latim, completavam as suas práticas de piedade com a recitação dos pai-nossos, e para a contagem, São Beda, o Venerável, havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados num barbante. Depois, narra uma lenda, a própria Nossa Senhora, aparecendo a São Domingos, indicou-lhe a recitação do Rosário como arma eficaz para debelar os hereges albigenses. Nasceu assim a devoção do Rosário, que tem o significado de uma grinalda de rosas oferecida a Nossa Senhora. Os promotores desta devoção foram os dominicanos, que também criaram as confrarias do Rosário. Foi o papa dominicano, São Pio V, o primeiro a encorajar e a recomendar oficialmente a recitação do Rosário, que em breve se tornou a oração popular por excelência, uma espécie de breviário do povo, para ser recitado à noite em família. Aquelas ave-marias recitadas em família estão animadas de autêntico espírito de oração: "Enquanto se prossegue na doce e monótona cadência das ave-marias, o pai ou mãe de família pensam nas preocupações familiares, no menino que atendem, ou nos problemas provocados pelos filhos mais velhos. Este emaranhado de aspectos da vida familiar sofre então a iluminação dos mistérios salvíficos de Cristo, e é espontâneo confiar tudo à Mãe do milagre de Caná e de toda a redenção" (Schillebeeckx). A festividade hodierna foi instituída por São Pio V para comemorar a vitória de 1571 em Lepanto contra a frota turca (inicialmente dizia-se: Santa Maria da Vitória). A festividade do dia 7 de outubro, que naquele ano caía no Domingo, foi estendida em 1716 à toda Igreja Católica e fixada definitivamente por são Pio X em 1913. A festa do Santíssimo Rosário, como era chamada antes da reforma do calendário de 1960, resume, em certo sentido, todas as festas de Nossa Senhora. Página 75 ROSÁRIO DA GUATEMALA, Nossa Senhora do A bela e vulcânica Guatemala tem a honra de ter sido a primeira nação do mundo católico a celebrar a festa de Nossa Senhora, Rainha do Universo. Sendo bispo Dom Gómez Fernandez de Córdova (1574-1598), ficou estabelecida a festa da "Ressurreição e Coroação da Virgem, Rainha do Universo", para o dia 18 de agosto, segundo consta em todos os missais da época. O Rosário chegou a Guatemala em 1539, com os primeiros frades dominicanos que o propagaram como meio eficaz de evangelização. Com o bispo Marroquín, em 1559, iniciam-se as Confrarias do Rosário. O mesmo bispo figurará como primeiro confrade no livro da Associação. A devoção ao Rosário penetrou rapidamente em todo o país. Fruto desta poderosa corrente espiritual será a imagem da Virgem do Rosário, com seu vestido e pedestal todo de prata. A rica e bela imagem é obra dos artistas Nicolás Almonina, Lorenzo de Medina e Pedro Bozarraes. O trabalho foi realizado em oficinas de Antigua. O Pe. Remesal, primeiro historiador da Guatemala, afirma que "a imagem era a melhor que existia", em seu tempo, "nas Índias". A belíssima estátua da Virgem do Rosário, colocada em uma suntuosa capela, transformou-se no centro mariano mais importante da piedade guatemalteca. Após o terremoto de 1651, a imagem foi colocada na Praça do Convento de São Domingos e custodiada por uma guarda perpétua, formada por cidadãos que se revezavam, dia e noite, rezando o Rosário para "implorar a divina clemência, ajuda e consolo". No dia 9 de fevereiro do mesmo ano, a Virgem do Rosário foi proclamada Patrona da cidade contra os terremotos, e teve anualmente uma festa solene, o domingo mais próximo a 18 de fevereiro. Em 1773, o terremoto de "Santa Marta" destruiu a antiga cidade de Guatemala. Houve perdas totais no templo e convento de São Domingos. A imagem ficou seriamente prejudicada, mas rapidamente a restauraram, ficando, segundo os cronistas, ainda mais bela. No dia 1 de outubro de 1843, o Presidente da República reafirma que "a Virgem do Rosário é Patrona oficial de todas as almas do Estado e Rainha de toda a jurisdição da Guatemala" e ordena "uma grande salva de artilharia", pedindo ao Vigário geral do Arcebispado que "proceda a um repique solene na Santa Igreja Catedral". "A influência que tem, na piedade popular, a Virgem do Rosário, com o Menino Jesus nos braços, tem sido decisiva na formação da piedade popular do guatemalteco. Inclusive nos tempos dolorosos de escassez do Clero, motivada por perseguições religiosas, a recitação do Santo Rosário foi, sem dúvida, a oração mais usada tanto no culto comunitário sem sacerdote, como no culto familiar. Pode-se considerar o Rosário o culto familiar de nossos dias". Anualmente acorrem a seu Santuário centenas de milhares de peregrinos de toda a América Central, para honrá-la, agradecer-lhe e fazer-lhe súplicas. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA O Papa João Paulo II assim rezou no dia 7 de outubro de 1979: "Virgem do Rosário, Rainha da Guatemala, contempla esta imensa messe e intercede para que o Senhor infunda fome de santidade em todo o povo de Deus... Dá a paz, a justiça e a prosperidade a nossos povos, já que tudo o que temos e somos colocamos sob teu cuidado, Senhora e Mãe nossa". ROSÁRIO DE POMPÉIA, Nossa Senhora do No dia 24 de agosto do ano 79 de nossa era, às 11 h. da manhã, os 25 mil habitantes da cidade de Pompéia, ao sul de Nápoles, dedicavam-se aos seus afazeres, quando um estrondo os levou à rua. Do Vesúvio subia uma imensa coluna de fogo. Momentos depois sua cratera começou a expelir pedras incandescentes. Uma chuva de cinzas, impregnada de vapores sulfúreos e de cloro, escureceu o céu. A população, em pânico, começou a esconder-se nas casas ou a fugir sem direção. Era muito tarde: em pouco tempo Pompéia e mais quatro cidades ficaram sepultadas sob 10 metros de cinzas. Aos poucos foi-se perdendo a memória da tragédia e nos 1600 anos seguintes ninguém ouviria falar da cidade. No início do século XVII, o arquiteto Fontana redescobriu Pompéia. Mas só no final do século seguinte é que começariam os trabalhos arqueológicos sistemáticos, que continuam até hoje, para resgatá-la das cinzas. Precisávamos dessa introdução para começar a falar de Bartolo Longo, filho de um médico da província de Brindisi, que tendo estudado no ginásio dos Padres Escolápios recebera educação cristã e aprendera a rezar e a amar o rosário. Na Faculdade de Direito, contudo, deixou-se contaminar pela mentalidade anti-clerical e anti-religiosa que ali reinava, ingressando aos 20 anos no movimento revolucionário de Garibaldi, Cavour e Vitor Emanuel, destinado a levar a cabo a unificação italiana, com a eliminação dos Estados Pontifícios e a supressão do poder temporal dos Papas. No entanto, um de seus professores, deixou-se impressionar pelas qualidades naturais daquele jovem, vendo nele, talvez, a possibilidade de reabraçar o catolicismo. Procurou o mestre conquistar a amizade do aluno, encaminhando-o a um frade dominicano, sob cuja influência Bartolo reencontrou a fé da infância. O jovem ingressou na Ordem Terceira Dominicana, decidiu-se a amar a Deus com todas suas forças, tomou como modelo o Coração Sacratíssimo de Jesus e entregou-se a obras de caridade. Bartolo conheceu a condessa Marianna Farnararo, viúva, de muita fé. Essa dama o contratou com administrador de seu patrimônio. Assim sendo, em outubro de 1872, o jovem dirigiu-se ao vale de Pompéia, onde a condessa possuía terras. Aí encontrou muitos que trabalhavam nas escavações, afastados de qualquer experiência de fé. Uma voz interior lhe murmurou: "Propague o Rosário". Bartolo tornou-se catequista e apóstolo daqueles operários, incentivando-os a entrar na Confraria do Rosário. Acompanhado de seu diretor espiritual, Bartolo começou a procurar uma imagem de Nossa Senhora do Rosário para a igreja paroquial. Certo dia uma religiosa, que soubera do que necessitavam, apresentou ao advogado uma pintura da Página 76 invocação desejada, mas em péssimo estado. A condessa não se entusiasmou com a imagem ao vê-la tão danificada. Mas, à falta de melhor, a estampa, enrolada num tecido ordinário, foi colocada sobre uma carroça carregada de lixo que se dirigia a Pompéia. O Bispo de Nola, do qual dependia a região, decidiu construir uma igreja mais próxima do local. Com o dinheiro arrecadado para iniciar a obram mandaram restaurar e enquadrar a tela da Virgem do Rosário, expondo-a pela primeira vez à veneração pública no dia 13 de fevereiro de 1876, Desse dia até o 19 de março seguinte oito grandes milagres realizaram-se diante da modesta estampa. Os milagres tiveram ampla repercussão em toda a Itália. Bartolo era um homem de visão. Por isso viajou pela Europa pedindo donativos não só para o novo santuário, mas para outras obras que planejava. Em 1884 fundou um periódico chamado "O Rosário e a nova Pompéia", para o qual montou uma tipografia em que empregou crianças pobres da cidade, Criou um orfanato para os filhos e depois para as filhas dos encarcerados. Para a formação destas, fundou a congregação das Filhas do Santo Rosário da Ordem Terceira Dominicana. A devoção à Senhora do Rosário cresceu tanto que, em 1887, recebeu a honra da coroação solene. A nova igreja foi consagrada em 1891 com o título de Rainha das Vitórias e, em 1901, foi elevada à condição de Basílica. Vale lembrar que o título Nossa Senhora de Pompéia não é um novo título. Ele é a forma como se venera Nossa Senhora do Rosário na cidade italiana de Pompéia. ROSÁRIO DE SAN NICOLÁS, Nossa Senhora do Argentina San Nicolás de los Arroyos localiza-se a 239 km de Buenos Aires e a 70 km de Rosário (Província de Santa Fé), na Argentina. As maravilhas de San Nicolás tiveram início no dia 25 de setembro de 1983, quando a Sra. Gladys Quiroga de Motta (nascida aos 01-07-1937), afirma ter visto e ouvido a Santíssima Virgem. Desde esta época esta senhora começa a receber uma série de mensagens, no total de 1887, no decurso de mais de seis anos a partir de 13 de outubro de 1983 até 11 de fevereiro de 1990. Das mensagens surge um verdadeiro chamado à consagração, à oração e à conversão. O maior mérito desta mulher, uma pessoa muito simples, reside na sua conduta discreta. Jamais buscou notoriedade, a despeito de seu extraordinário privilégio enquanto mensageira das graças de Maria. Começa assim o ininterrupto diálogo, no qual a Rainha do Céu apresenta suas mensagens enriquecida com inumeráveis citações bíblicas, cuja concordância seria impossível explicar sem a intervenção divina, já que a receptora não possuía conhecimentos bíblicos, exegéticos e teológicos tão altos para harmonizar os textos das mensagens com a Palavra de Deus de forma tão perfeita. As mensagens constituem uma verdadeira catequese, no estilo das aparições de Lourdes, Fátima e La Salette. Temas principais: 1) A aliança entre Deus e seu povo, a necessidade da conversão dos pecadores; 2) A recomendação insistente de se orar pela paz no mundo; 3) A conveniência de se difundir e praticar a devoção ao Santo MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Rosário; 4) A importância de se fazer penitência e de se anunciar a Palavra de Deus, tema que adquire nos lábios da Virgem um caráter de urgência; 5) A necessidade de se comungar freqüentemente e orar pedindo ao Espírito Santo A Virgem comunicou à mulher que existia uma imagem sua, benzida por um Papa. Efetivamente, havia uma imagem que estava abandonada há muitos anos no campanário da Catedral. Imediatamente restaurada foi exposta para veneração dos fiéis. As atas conservadas na paróquia informam que, àquela mesma data, há cem anos, por motivo da inauguração da igreja paroquial, a imagem foi enviada de Roma por Leão XIII, que a benzeu, para que fosse honrada pelo povo de San Nicolás. Também consta nos arquivos que a Confraria do Santíssimo Rosário, fundada pelo então pároco Monsenhor Cecarelli, rezou pela primeira vez a oração composta por São Domingos de Gusmão diante da imagem no dia 25 de setembro de 1884. Nossa Senhora disse à Sra. Gladys: "Tinham-me esquecido, mas eu ressurgi. Coloquem-me ali para me verdes como realmente sou". A celeste aparição manifestase à vidente como a "Virgem do Rosário" e comunica-lhe sua aceitação de que seja chamada pela invocação "Maria do Rosário de San Nicolás" para distingui-la das aparições em outros locais. Também afirma a Virgem: "Eu sou a padroeira desta região. Fazei valer meus direitos". De fato, muito antes da criação do Curato de Arroyos, já a partir do ano 1700, foi construída na desembocadura do Arroio do Meio um oratório em honra à Santíssima Virgem do Rosário onde periodicamente eram celebrados ofícios religiosos, pois era a única capela da então pequena população de San Nicolás. Em 1730 cria-se o Curato de Arroyos com sede na atual cidade de Rosário. A citada jurisdição se estendia desde Arroyo de la Hermanas até o Rio Carcarañá, pertencendo a mesma ao povoado de San Nicolás. Após a criação, Rafael de Aguiar, que projetara a capela em honra de São Nicolau, reconstruiu o oratório do Rosário ( de Arroyo del Medio). Na segunda metade do século XIX, quando explode um paiol próximo ao velho templo de São Nicolau, recupera-se entre os escombros da igreja destruída a única imagem da Virgem do Rosário. Cumpre destacar que, numa de suas primeiras mensagens, a Virgem ensinou uma jaculatória para ser rezada após cada mistério do Santo Rosário: "Pai, livrai-nos de todo mal. Com vossa santa sabedoria, salvai-nos de todo pecado e levai-nos pelo caminho do bem. Amém". Do contexto da mensagens depreende-se que Maria quer-nos levar a Seu Filho para sermos conduzir-nos pelo Filho ao Pai. A Virgem insiste para que se ore pedindo a vinda do Espírito Santo. A maioria das mensagens prometem cumular os fiéis de bênçãos, de paz e de alegria e aproximar-nos de Deus, Nosso Senhor. O tom das mensagens é quase sempre consolador, mas há também uma forte conotação profética e escatológica. As mensagens foram analisadas por teólogos que asseguraram não ter encontrado nada que seja contrário à fé católica. Mais: em que pese a simplicidade, as mensagens são de uma profundidade surpreendente, podendo ser entendidas e aproveitadas tanto pelos sábios como pelas pessoas simples. Todos aí encontrarão o frescor da Palavra de Deus, eterna e imutável. Visitem a página de Nossa Senhora de San Nicolás, em espanhol, da qual extraímos as fotos e conteúdo deste título. Página 77 ROSAS, Nossa Senhora das Na cidade de Bérgamo, na Itália, há um santuário dedicado a Maria sob o título de Nossa Senhora das Rosas. A origem deste título: dois comerciantes abastados dirigiam-se a Bérgamo a negócio quando foram surpreendidos pela escuridão de forte tempestade e pela noite que se aproximava. Por cúmulo de infortúnio, perderam a estrada, ao atravessar um extenso bosque muito espesso e infestado de salteadores e de animais ferozes. Conhecendo o grande perigo em que se achavam, não se entregaram ao desespero: prostraram-se de joelhos e, com todo o fervor, imploraram o auxílio de Maria Santíssima, fazendo a promessa de construir em Bérgamo uma igreja em sua honra, se conseguissem sair daquele grande perigo Eis que um suave clarão ilumina as trevas em seu derredor, o que os convenceu de que suas súplicas tinham sido atendidas. De fato, distinguiram logo uma faixa branca como a neblina matinal, que se estendia pela densa floresta adentro, parecendo dizer-lhes: Eis a direção: ponde-vos a caminho e segui-me. Não tardando a aceder ao celeste convite, bem depressa acharam-se na estrada, onde terminava a faixa. Logo depois chegaram à vila de Albano. Podemos bem imaginar os sentimentos que este fato tão extraordinário despertou nos dois viajantes, que chegaram alta noite a Bérgamo. Estando todas as casas fechadas, viram-se obrigados a refugiar-se numa velha torre, arruinada pelo tempo e pelas guerras. Mal tinham entrado, foram surpreendidos por vivíssima luz, no meio da qual lhes apareceu maravilhosa visão: a Imaculada Mãe de Deus achava-se ali sentada sobre florida roseira e a fronte cingida com as mesmas flores. Em seus braços estava o Divino Infante, tendo na mão direita um ramalhete de rosas púrpuras, oferecendo-as a sua querida Mãe. Ambos olhavam com grande doçura para os viajantes que, por sua vez, ofereceram, comovidos, seus fervorosos afetos de amor, agradecimento e louvor. Ao romper do dia, os dois comerciantes, ainda atônitos pela celeste visão, foram entender-se com o bispo de Bérgamo, narrando-lhe os dois maravilhosos acontecimentos. Logo apresentaram-lhe os dois maravilhosos acontecimentos. Logo apresentaram-lhe a importância necessária para a construção da igreja e, não os satisfazendo só esta homenagem à Virgem Santíssima, construíram também uma capela no lugar onde a faixa luminosa lhes aparecera. O novo santuário foi dedicado pelo papa Martinho V, a Nossa Senhora das Rosas. A Igreja aprovou o ofício próprio, que Leão XIII estendeu a toda a diocese de Bérgamo, fixando a festa no terceiro domingo de Pentecostes. SAGRADO CORAÇÃO, Nossa Senhora do Quando em 1854, o Pe. Chevalier estava pensando em fundar uma sociedade de homens cuja missão seria de remediar os males do seu tempo, levando as pessoas à descoberta do Coração de Cristo como a fonte salvadora de MEEU MARIA - MÃE DA TERRA vida, ele pediu a ajuda de Nossa Senhora. Várias vezes, ele sentiu sua ajuda poderosa e pensou que, como sinal de gratidão, sua Congregação deveria honrá-la de um modo especial. Começou portanto a invocá-la com o título de "Nossa Senhora do Sagrado Coração", e rapidamente, a devoção a Nossa Senhora com este título se espalhou em todos os continentes. Uma Confraria com este nome foi fundada e alcançou em 1891 o número de 18 milhões de membros. A Congregação de religiosas fundada por Pe. Chevalier é chamada "Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração". A festa de NSSC é celebrada hoje em dia no último sábado de maio. O objetivo da devoção, segundo o Pe. Chevalier, é de honrar Maria "na sua relação de amor inefável que existe entre ela e o Coração do seu Filho". Este é um mistério muito rico, com muitos aspectos, pois Maria era a Mãe de Jesus, mas também sua colaboradora na obra da Redenção. No Calvário, Jesus a deu como mãe ao discípulo amado, ou seja: a todos nós, e Maria viu como o coração do seu Filho foi traspassado e como sangue e água brotaram dele. No evangelho de João 7,37, Jesus refere-se ao seu Coração como fonte de água viva, ou seja, do Espírito. Esta fonte foi aberta no Calvário. Quando Maria rezava junto com os discípulos no Cenáculo, o Espírito foi derramado sobre eles e começaram a pregar: a Igreja nasceu. Como Mãe da Igreja, Nossa Senhora continua a obter a vida para todos nós. A devoção à Nossa Senhora do Sagrado Coração localizou-se no Brasil em várias cidades, como em Niterói (RJ), Contagem (MG), Campinas (SP), Lages (SC) e no bairro de Vila Formosa, em São Paulo. SETE ALEGRIAS, Nossa Senhora das VER PRAZERES, Nossa Senhora dos SHESHAN, Nossa Senhora de A 50 km de Sanghai, na China, encontra-se Sheshan. Graças à beleza da paisagem e a seu clima temperado, a colina de Sheshan é um lugar de grande atração turística. No século XVIII, dois imperadores saíram de Pequim especialmente para visitar esta localidade. Um deles, o famoso Kangxi, deu-lhe o nome de "Montanha do bambu verde". Título muito apropriado, pois a colina vive coberta desta vegetação. A pintura chinesa de todas as épocas a reproduz tão graciosamente e os brotos do bambu são particularmente apreciados neste antigo povoado. A evangelização chegou a Sheshan em 1844. Os primeiros missionários aí construíram uma casa com cinco cômodos, reservando um deles como capela e os outros como locais de descanso. Em 1864 um religioso chinês construiu sobre a colina um quiosque hexagonal, no qual depositou uma imagem da Virgem Maria pintada por ele e venerada como "Auxiliadora dos Cristãos". A devoção à Virgem de Sheshan, "Auxiliadora dos Cristãos", difundiu-se Página 78 então por toda a região sendo celebrada anualmente no dia 24 de maio. Atualmente há em Sheshan duas igrejas: uma, no meio da colina e outra, no alto. Esta última foi construída em 1873 e reconstruída em 1925. Possui uma torre de 33 metros de altura, em cuja parte superior havia uma estátua da Virgem que segurava o Menino Jesus. O Filho, com os braços abertos em atitude de bênção formava no conjunto a idéia de uma grande cruz elevada sobre a China. A igreja situada na metade da colina foi construída em 1894. Nas laterais da entrada há duas inscrições. Uma diz: "A capelinha encontra-se à metade da colina; façamos uma parada para acrescentar nosso afeto filial à Virgem". A outra inscrição reza: "A igreja maior encontra-se no alto da colina; subamos para implorar a bênção da Mãe afetuosa". Há muitos canais na região de Sheshan. Os numerosos pescadores que vivem em suas embarcações são em sua maioria piedosos católicos. Anualmente, no mês de maio vão em peregrinação ao santuário e a eles se unem outros peregrinos de diversas partes da China. A propósito, a revista "Ave Maria" publicou em sua edição de 15 de setembro de 1981 uma matéria anônima intitulada "China - depois de trinta anos, grandiosa Romaria Mariana", traduzida da revista italiana "Madre di Dio", que reproduzimos abaixo. No texto, Nossa Senhora de Sheshan é chamada de "Nossa Senhora de Zozé". Nossa ignorância a respeito do idioma chinês impede-nos de explicar porque o articulista emprega este outro nome. Mas, pela descrição, trata-se do mesmo título mariano. "Os protagonistas deste acontecimento, que provocou muito barulho, não somente na China, mas em todo mundo, foram os pescadores da região de Shangai que, com uma pitoresca marcha sobre barcas, deram vida novamente ao Santuário de Zozé. Na imensa planície de Shangai, cheia de canais e barcas de pescadores, desponta uma colina. No século passado, os missionários jesuítas edificaram uma capela. Posteriormente, pelos anos trinta foi construído um grande Santuário Mariano sobre o ponto mais alto da colina: a Basílica de Nossa Senhora de Zozé. Construíram também um observatório que, confiscado pelo governo, funciona ainda hoje. Os católicos chineses, servindo-se de centenas de barcas, costumavam subir em romaria ao santuário de Nossa Senhora. Mas desde 1949 tudo desapareceu; as duas igrejas foram esvaziadas e trancadas; a via-sacra, que serpenteava desde a planície até o alto, fora destruída a picareta, e o mato cobre o que era um caminho. Mas eis que no mês de março (1980) aconteceu alguma coisa de incrível, tanto que se falava até em milagre. Já no ano passado corria a notícia de que foram vistas luzes estranhas sobre o monte e que reapareceram no dia 15 de março. E também em outras partes da China acontecera o aparecimento de Nossa Senhora recomendando o Rosário. Os próprios jornais do Estado, para desmentir as notícias, contribuíram para com a sua difusão, e tanto que na ocasião fora organizada uma romaria espontaneamente, durante três dias. A notícia chegou ao Ocidente por acaso, por meio de um homem de negócios que participara da mesma romaria. E logo depois outras fontes de informação vieram confirmar os fatos. Desde o dia 11 de março, mais de 140 barcas de pescadores já tinham chegado aos pés da colina, e vieram de longe. Eu cheguei no dia 15, partindo muito cedo, temendo não encontrar lugar no ônibus; de fato já havia uma longa fila esperando. Chegando ao lugar, calculei umas MEEU MARIA - MÃE DA TERRA 10.000 pessoas já reunidas, vindas em barcas, ônibus, a pé, de bicicleta. O que imediatamente me chamou a atenção foi o fervor religioso do pescadores e o clima geral de alegria. Muitos levavam velas, rosários, imagens sagradas, ou ostentavam medalhas penduradas ao pescoço. Não faltavam os rojões, sinal de alegria em todas as festas chinesas. Creio que os rosários tinham sido adquiridos em Wenchow, cidade distante uns 360 km e que é famosa pelos "cabeças-duras". isto é, pela indomabilidade dos seus cristãos. Já faz alguns dias que chove a cântaros; os rios e os canais cheios facilitaram a chegada das barcas, que ainda continuam chegando ininterruptamente. Observo uma numerosa família de pescadores que se aproxima com várias barcas: é um verdadeiro clã com mais de cem pessoas; dizem que partiram de casa no dia 9 de março. Reconheço um moço que chegara a Shangai no dia anterior, não sei de onde. Vêem-se peregrinos que chegam das regiões mais variadas. Pode-se dizer que toda a China está aqui representada. Subindo a colina, espanto-me ao ver tanta gente. Paro diante da igreja que está na metade da encosta; na pequena praça estão ainda os pedestres onde antes se erguiam as estátuas do Sagrado Coração, de Nossa Senhora e de São José. Diante destes pedestais vazios ardem velas, e o povo reza de joelhos. Toda a colina está coberta de uma multidão orante. Alguns pescadores construíram uma cruz de madeira e a colocam diante da porta da igreja trancada. Mas, um pouco antes do meio-dia, outros pescadores forçam a porta e abrem a igreja. O seu interior está vazio e cheio de pó. Trinta anos de pó. Um velho perto de mim murmura: "Abrem-se as portas do céu". Creio que deviam estar ali presentes de 5 a 6 mil pessoas. Estavam presentes também a polícia, filiados do partido comunista e membros da Igreja nacional. Olhavam, sem nenhuma interferência. Existia oração, alegria, ordem; via-se claramente que quem comandava eram os pescadores. Ao meio-dia, como se fosse dado um sinal, estouraram os foguetes, em grande quantidade, festivamente. Relanceei o olhar ao redor e vi a colina toda brilhando com o fogo das velas, com as explosões dos rojões, dando um ar de festa; mas foi também uma outra coisa que me calou profundamente. Estendendo a vista para o ponto mais alto da colina, vi muita gente que subia pelo caminho da viasacra. Subiam de joelhos, como era costume ali. Em cada um dos lugares, onde antigamente existiam as estações, paravam para rezar. Depois prosseguiam, sempre de joelhos, por grupos. Era um espetáculo impressionante: esta multidão de homens e mulheres, jovens e velhos, formava como que um cordão vivo que chegava ao pico da colina; e, quanto mais passavam mais aparecia o traçado da velha via e o caminho da cruz, e mais repontavam os restos das estações, cobertos pela vegetação. Chego ao topo do monte. O santuário está intacto e vejo que as portas já tinham sido forçadas. A igreja está cheia; alguém, com tábuas, fez um altar e o cobre com uma toalha branca e coloca sobre ele uma estátua de Cristo e depois uma estatueta de Nossa Senhora e uma fila de velas. Não consigo reter as lágrimas, e vejo também outros que choram perto de mim. Diante do santuário, está alguém dos "católicos nacionais" que ergue a voz para convidar o povo a ir embora, mas chegam de repente alguns pescadores que com gentileza e decisão mandam-no para baixo. De Página 79 tardinha desço. Cada barca se transforma em um hotel acolhedor, que convida a gente a passar a noite, de graça e com calor familiar. Encontro-me entre rostos antes nunca vistos e no entanto me sinto em casa. Muitos outros passam a noite em oração, dentro das duas igrejas. O dia seguinte, 16 de março, é domingo e chega ainda mais gente. Calculo que os peregrinos devem somar uns 40.000. A jornada corre como a precedente, apesar da chuva teimosa. É verdadeiramente um dia de oração, de cantos sacros, de serena alegria. A polícia vê que tudo está em ordem, observa, bate fotografias e não intervém nunca. Passo ainda uma noite numa barca que me hospeda. 17 de março. Subo ainda até a igrejinha que está na metade da estrada. Noto, em frente à cruz do dia anterior, um maço de flores frescas. Sobre os pedestais e perto das paredes foram colocadas outras estátuas diante das quais ardem velas. Uma velhinha recita em voz alta o rosário juntamente com um grupo de pessoas que responde. Aos pés duma imagem está uma família de camponeses, de joelhos, que reza em silêncio, visivelmente comovida. Chega a hora da partida. "Amanhã não será mais assim diz um motorista de ônibus - pois a festa estará terminada". No ônibus o povo reza ainda, os cânticos a Nossa Senhora se intercalam com as Ave-Marias, são distribuídas folhas mimeografadas para que todos possam acompanhar. Olho ao redor de mim e vejo somente rostos felizes. Desde quando os cristãos não têm podido rezar em público! Cantar dentro de um ônibus!? Ao meu lado um velho chora silenciosamente. Não cheguei a ver fatos extraordinários, como luzes no céu ou mensagens, mas para mim esta romaria foi um verdadeiro milagre". Quem deseja maiores informações sobre a "Igreja do Silêncio" da China, sempre fiel à Roma, visite a seguinte página, em inglês": The Cardinal Kung Foundation SION, Nossa Senhora de O jovem Afonso Ratsbonne pertencia a uma rica família israelita. Jovem e boêmio, dizia-se ateu. Certa feita, empreende longa viagem ao Oriente e resolve passar alguns dias em Roma, onde, ao ver a degradação dos judeus no "ghetto" romano teve seu ódio aos cristãos ativado. Após visitar todos os pontos históricos e artísticos da capital italiana decide ir à casa de um amigo protestante que há tempos não via. Ao entrar, porém, em sua residência, o empregado equivocou-se e levou-a à presença do irmão desse amigo, o barão de Bussières, fervoroso católico, há pouco convertido do protestantismo. Conversam amigavelmente e após alguns minutos travou-se entre ambos uma forte discussão sobre religião. O barão teve uma idéia: lançou-lhe ao pescoço a "Medalha Milagrosa". Ratisbonne protestou, mas aceitou educadamente o presente e concordou ainda em copiar a famosa oração à Virgem, o "Lembrai-vos". No dia seguinte, Ratisbonne encontrou-se por acaso com o barão em frente à igreja de Santo André e, para fazer-lhe companhia, penetrou no templo. Ao cabo de alguns minutos, cansado de esperar pelo amigo que se dirigira à sacristia, o judeu correu à igreja com os olhos para MEEU MARIA - MÃE DA TERRA ver se encontrava alguma obra de arte, mas, de repente, uma visão deslumbrante prendeu-lhe a atenção. Uma Senhora de porte majestoso, adornada de roupas alvíssimas e com um manto azul sobre os ombros, mais luminosa do que o sol e olhando-o com inefável doçura, parecia ter os braços abertos inclinados para ele. Sem saber como, o ateu ajoelhou-se junto à balaustrada da capela. Procurou erguer os olhos, mas a Virgem da Medalha levantou duas vezes a sua mão e colocou-a sobre a cabeça de Afonso, obrigando-o a baixá-la. Neste ínterim, o barão de Bussières, apreensivo por ter feito seu companheiro esperar por muito tempo, procurou-o pela igreja e viu Ratisbonne de joelhos e imóvel. Impressionado, olhou-o de perto e percebeu que seu rosto estava pálido e banhado em lágrimas. O barão chamou-o e Afonso abraçou-o soluçando e pediu para falar com um sacerdote. Após alguns dias de instrução religiosa, Afonso Ratisbonne foi batizado solenemente e, quando o padre perguntou-lhe o nome, respondeu humildemente: "Maria". Este fato ocorrido em 1842 não permaneceu isolado, pois devido à conversão de seu irmão Afonso o padre Teodoro Ratisbonne, que há muito tempo pertencia ao redil de Cristo, teve a idéia de fundar uma congregação religiosa destinada a trabalhar pela conversão do povo de Israel. Unindo seus esforços nesta instituição missionária e movidos pelo mútuo e supremo ideal de salvar as almas, os dois irmãos ficaram imaginando qual nome que daria à sua ordem religiosa, fundada sob a inspiração de Maria Santíssima. Debalde procurava o padre Teodoro imaginar um novo título para a Rainha do Céu, quando certo dia, após celebrar a santa missa, ao abrir um livrinho para rezar a sua "ação de graças", a primeira palavra que viu foi: SION (Sião). Esse nome essencialmente bíblico harmonizava-se tão bem com a obra iniciada pelos irmãos Ratisbonne, que logo foi adotado, criando-se assim para a nova congregação o título de Nossa Senhora de Sion, que é representada de pé com a vestimenta das mulheres de Israel, tendo sobre a cabeça uma coroa de quatro pontas. Segura com as mãos o Menino Jesus, que está sentado sobre elas, de costas para sua mãe. A Congreação espalhou-se pelo mundo inteiro, tendo as religiosas chegado ao Brasil em 1889, onde instalaram uma casa no Rio de Janeiro e em Petrópolis SORRISO, Nossa Senhora do Exceto pelos Carmelitas e conhecedores da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus, este título é pouco conhecido fora da França. Sua origem liga-se a um milagre ocorrido na infância da maior santa dos tempos modernos. Eis um trecho da autobiografia de Santa Teresinha, a famosa obra "História de uma Alma", na qual ela mesma nos relata a intervenção materna de Nossa Senhora em sua vida: "Não encontrando socorro nenhum na terra, a pobre Teresinha apelou para sua Mãe do Céu. Pedia-lhe de todo o coração que se compadecesse dela... De repente, a Santíssima Virgem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca vira algo semelhante, seu rosto exalava uma bondade e uma ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o "sorriso encantador da Santíssima Virgem". Todas as minhas penas se foram Página 80 naquele momento, duas grossas lágrimas jorraram das minhas pálpebras e rolaram pelo meu rosto, eram lágrimas de pura alegria... Ah! pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, estou feliz... (...) Fora por causa dela, das suas intensas orações, que eu tivera a graça do sorriso da Rainha dos Céus..." (Manuscrito A, 30v). O milagre ocorreu no dia 13 de maio de 1883. A imagem que curou Santa Teresinha da grave enfermidade, para a qual já não havia remédio neste mundo, era de Nossa Senhora das Vitórias, uma reprodução do escultor francês Bouchardon. Possui 87 cm de altura. Em 1894 foi doada ao Carmelo de Lisieux. Existe uma cópia da mesma imagem nos "Buissonnets", casa onde Teresinha passou sua infância. SOUFANIEH, Nossa Senhora de Mensagens de Jesus e Maria: "Vai e Anuncia ao mundo inteiro e diz-lhe sem sedo que Trabalhem pela Unidade" Respondendo ao apelo de Jesus Cristo, Myrna fez-se peregrina e, realizando o percurso inverso ao de Saulo que, a caminho de Damasco, sentiu a Presença de Cristo obstando a sua perseguição aos cristãos, esta mulher, frágil e simples, sai da mesma cidade, após ter recebido, também ela, a extrema Graça da Presença de Cristo e do Seu incitamento. Traz-nos, nesta "Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos", a Mensagem Viva de Jesus Cristo: "Diz aos Meus filhos que é a eles que Eu peço a unidade". Myrna veio até nós. Myrna está entre nós, testemunhando o Amor com que o Pai acolhe todos os Seus filhos. Foi em Novembro de 1982, quando Myrna rezava junto de um familiar doente, que as suas mãos se cobriram de óleo. Alguns dias mais tarde, também uma estampa reproduzindo o ícone de Nossa Senhora de Kazan começou a exsudar o mesmo óleo. Para esta jovem recém casada de 18 anos, humilde, de educação cristã, residente em Soufanieh, (um antigo bairro da cidade de Damasco – Síria) era demasiado surpreendente e inexplicável o que lhe estava a acontecer. Assim, juntamente com os pais (pai católico, mãe ortodoxa) e o marido Nicolas, ortodoxo e bastante mais velho do que ela, decidiu guardar segredo do que dificilmente conseguiria explicar. Porém, desceu até ela uma Voz Feminina que lhe disse: "Não temas. Eu estou contigo. Abri as portas e deixai que todos vejam". A partir desse instante as portas de sua casa mantiveram-se abertas e foram muitas as pessoas que começaram a orar junto do ícone. Cinco espécies de fenômenos se observaram, desde então em Soufanieh: - exsudações de óleo a partir de reproduções do ícone (contam-se mais de mil reproduções) e do corpo de Myrna (nas mãos e no rosto, em diversas ocasiões, sobretudo no período das festas cristãs mais significativas) - aparições da Virgem, êxtases, estigmas e mensagens. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Após terem sido realizadas análises em laboratórios de vários países, os resultados são unânimes e irrefutáveis: trata-se de azeite 100% puro que, em circunstância alguma, poderia ser produzido pelo corpo humano ou pelo papel. As aparições da Virgem foram em número de cinco, nos primeiros quatro meses, sempre no terraço da casa. A partir de 28 de Novembro de 1983, Myrna teve trinta e três êxtases, tendo-lhe aparecido Jesus e a Virgem. Recebeu os estigmas pela primeira vez, no dia 25 de Novembro de 1983, uma sexta-feira e ainda mais três vezes nos anos de 1984, 1987 e 1990, coincidindo sempre com a simultaneidade da Semana Santa das Igrejas Católica e Ortodoxa. A mensagem de Soufanieh releva a necessidade da Unidade da Igreja e a importância da família (será pertinente relembrar que estas manifestações se revelam no seio de uma família cristã "mista"). O fenômeno é, desde o início, acompanhado pelos padres católicos Elias Zahlaoui e O José Malouli (Lazarista), este último conhecido pelo seu cepticismo em relação a manifestações deste tipo. O próprio Núncio local encara os acontecimentos de forma muito positiva e, sempre que Myrna se desloca em missão, fá-lo com o seu conhecimento, fazendo-se acompanhar do padre Elias Zahlaoui ou do padre Paul Fadel. Em Dezembro de 1982, a Igreja Ortodoxa (grega) considerou o ícone miraculoso e, no Congresso Teológico de Munster, em 1991, foi realizado um estudo das mensagens tendo-se concluído que estas se revelavam consonantes com os ensinamentos da Igreja e dos Santos Evangelhos, adaptadas ao nosso tempo e circunstâncias. " Não escolhas o caminho porque Eu já to Tracei " diz Cristo a 10 de Outubro de 1988. O caminho trilhado por Myrna, desde então, é aquele que é traçado pela Mão do Pai e, é Esse caminho que a traz até nós, numa atitude simultânea de caminhante e de mensageira da Unidade, do Amor e da Fé, instrumento de Cristo Vivo entre os Seus filhos e que permanecerá em nós para sempre. " MEUS FILHOS, VÓS ENSINAREIS ÀS GERAÇÔES AS PALAVRAS DE UNIDADE, DE AMOR E DE FÉ. EU ESTOU CONVOSCO". Quando numerosas imagens do ícone de Soufanieh, começaram a deitar óleo, tanto em lares cristãos como muçulmanos de Damasco e depois um pouco por todo o mundo, tornou-se bem evidente que a Virgem começava a visitar as nossas casas de forma tangível. Mais tarde, durante um êxtase, a Mãe recomendou que, à entrada exterior da casa, se colocasse um ícone. Junto do ícone há uma pequena lâmpada acesa dia e noite. Freqüentemente, as pessoas que passam em frente à casa, param para rezar, e, por vezes, sobretudo à noite quando a porta está fechada, chegam mesmo a ajoelhar no passeio. A residência dos Nazzour é conhecida por "A casa da Virgem". Em árabe: Maa’lèche. Maa’lèche é uma palavra que os árabes usam muito. Se pergunta a alguém em dificuldade: "como vai isso?" -"Maa’lèche". Quer dizer: "isto passa", "não há de ser nada". A Virgem disse isto na véspera da Página 81 transferência do ícone para a igreja ortodoxa de Santa Cruz (Não há de ser nada, eu perdôo) José é o nome próprio do Padre Malouli. As pessoas não o sabiam. Então o Padre Malouli, mostrando o seu Bilhete de Identidade, confessou que acabara de orar pedindo o Dom do discernimento. A partir daí, o Padre Malouli, por temperamento e por formação alérgico a todo o tipo de visões, tornou-se um apoiante incondicional de Soufanieh. Myrna é casada e começou a pensar se deveria continuar a viver com o marido, ou deixar a família e entrar num convento. A Virgem deu-lhe a resposta chamando a atenção para a santidade do casamento. O presente foi a gravidez. Myrna teve dois filhos, primeiro Miriam e depois João Emanuel. Toda a criança é um presente de Deus. Maria é o nome de batismo de Myrna SUYAPA, Nossa Senhora de Patrona de Honduras A pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição de Suyapa foi encontrada num sábado do mês de fevereiro de 1747, por Alejandro Colindres, um jovem e humilde lavrador, em companhia do menino Lorenzo Martínez, quando regressavam de seus trabalhos na colheita do milho em direção à sua casa na aldeia de Suyapa, muito cansados. Na metade do caminho, eis que anoitece. Num povoado chamado Piligüín encontraram um lugar para pernoitar. Deitaram-se no chão duro. Em seguida Alejandro sentiu que um objeto, semelhante a uma pedra, o impedia de acomodar os ombros. Na escuridão apanhou o objeto e o atirou longe. Curiosamente, ao deitar-se mais uma vez sentiu o mesmo incômodo. Desta feita, não lançou fora o objeto. Intrigado com o acontecimento, guardou a provável pedra em sua mochila. Ao amanhecer, já à luz do dia, descobriu estupefato que o misterioso objeto era uma pequena e graciosa imagem de Nossa Senhora da Conceição talhada em cedro. Ao chegar em sua casa, mostrou a imagem a seus familiares e a notícia do achado milagroso logo se espalhou. Teve início a devoção à imagenzinha, começaram os milagres e os peregrinos surgiram de diversos lugares da região e até do país. A imagem mede apenas seis centímetros e meio; tratase de uma escultura antiga. Seu olhar angelical reflete a nobreza da raça indígena. Tem o rosto ovalado e tez morena, as faces arredondadas. Seus vastos cabelos chegam aos ombros. Suas diminutas mãos encontram-se unidas em atitude de oração. A cor original de suas vestes é rosa pálido, que apenas se deixa entrever por estar totalmente cobertas por um manto escuro cravejado de estrelas. Possui um resplendor de prata formado por dois aros em forma do número oito dos quais saem os raios que rodeiam a Virgem. O aro superior traz doze estrelas de prata. O conjunto recorda a mulher vestida de sol citada no livro do Apocalipse. Há uma esfera de prata sólida que serve de apoio à imagem tão venerada pelo povo hondurenho. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Em 1925 Pio XII declarou Nossa Senhora de Suyapa Patrona da República de Honduras, e se escolheu o dia 3 de fevereiro como o dia da festa principal, com missa e ofício próprios. O primeiro milagre notável, atestado oficialmente, ocorreu em 1796. A primeira ermida foi abençoada em 1780. O templo atual, de enormes proporções, tem 93 metros de comprimento. As duas torres da fachada têm uma altura de 43 metros. A cúpula central se ergue a 46 metros do solo. Na torre direita localizam-se 42 sinos de diferentes tamanhos, trazidos da Holanda. No país dos pobres, este Santuário se encontra encravado numa das zonas mais humildes da cidade. No dia 8 de março de 1983, o papa João Paulo II visitou o santuário, onde, segundo suas próprias palavras, "teve a alegria de ir também como peregrino... e ali dirigir à Virgem uma fervorosa oração pelos povos da América, para que conservem, como tesouro mais precioso, a fé em Jesus Cristo, o amor a Maria e a fidelidade à Igreja". TAGLIACOZZO, Nossa Senhora de Itália Sobre uma colina próxima a Tagliacozzo, desponta um grande edifício onde encontra-se o santuário dedicado à Virgem e o convento dos Frades Menores Franciscanos, desde o ano de 1688. O templo foi erigido após a perseguição dos iconoclastas sob as ordens do imperador do Oriente Leão III, que acreditava poder destruir a pela destruição das imagens sagradas. A imagem daquela que é chamada de "Virgem do Oriente" ficou escondida e assim foi salva. O santuário foi construído em sua honra para celebrar sua preservação. No dia 13 de janeiro de cada ano a comunidade organiza o dia de agradecimento por todos os que sobreviveram ao terrível terremoto que abalou a região, o "Marsica". Muitos se salvaram porque recorreram à intercessão da Virgem. TERNURA , Nossa Senhora da ou NOSSA SENHORA DO DOCE BEIJO A Virgem "Glykofilúsa" Ícone da escola cretense Trata-se de um ícone da escola cretense do século XVII. A Virgem da Ternura era um tipo de ícone que tinha uma popularidade especial nos Balcãs, nas regiões gregas e italo-bizantinas. Salta aos olhos as expressões de carícias dos dois rostos. Sensibiliza-nos, especialmente, a disposição das mãos: a do Menino Jesus está apoiada num confiante abandono sobre a mão direita da Mãe, enquanto que com a sua mão esquerda Ela o segura e ao mesmo tempo parece acariciá-lo. O vermelho é delicado e muito claro com relação aos demais ícones: a escola cretense acolhia elementos derivados da pintura retratística ocidental. As vestes - feitio, coloridos, pregas - são as tradicionais: o Página 82 "mafórion" da Santíssima Virgem cereja-escuro sobre a veste azulada com mangas bordas. Jesus se veste como adulto e tem os pezinhos descalços, a mãozinha direita, apoiada sobre o joelho, aperta o rolo da Escritura, os traços do rosto mostram ser verdadeiro menino. A auréola em torno da cabeça da Mãe de Deus delimita uma parte do fundo dourado escuro e vem tipicamente trabalhada: sobre o fundo dourado escuro e vem tipicamente trabalhada: sobre o fundo preparado com gesso antes da pintura (sempre necessário para ser verdadeiro ícone), foram incisos pequenos buraquinhos redondos ligados ao desenho, os quais depois da douração de fundo, mantêm um efeito visível. Este ícone da Virgem da Ternura mede 49x64 cm e pertence ao Pontifício Colégio Grego de Roma. Que Nossa Senhora, a Mãe da Ternura, o único ser que "abraça Aquele que todo o Universo não pode conter" (Santo Éfrem), desperte em nossos corações sentimentos de bondade e ternura para com todos! Amém. Os direitos desta obra pertencem à Pia Sociedade Filhas de São Paulo. Endereço na internet: http://www.paulinas.org.br TODAS AS NAÇÕES , Nossa Senhora de Holanda Em 1945 a Virgem apareceu a Ida Perleman, em Amsterdam, Holanda, sobre um globo, com uma cruz atrás de si, como "Nossa Senhora de todos as Nações". Ida recebeu 56 mensagens, de 1945 a 1959 e foi uma aparição interessante devido às profecias que estão se cumprindo, e pelas que ainda virão. Entretanto, não é uma devoção ainda aprovada pela Igreja. (Ver Perleman - Holanda) TRÊS MÃOS, Nossa Senhora das Este título, muito popular no Oriente, deve-se a um belíssimo ícone cujas origens encontram-se num episódio transmitido pela vida de São João Damasceno. No Império de Constantinopla no século VIII houve uma luta muito forte entre os inimigos dos ícones e seus defensores, entre os quais João Damasceno se destava. Por ordem do imperador Leão Isáurico, o santo teve a sua mão direita cortada, a qual foi exposta em público. Conta a lenda que ao anoitecer, João fez uma fervorosa oração diante de um ícone da Virgem, prometendo-lhe, com o braço mutilado, usar eternamente a sua mão direita para prestar honras à Santíssima Virgem se a sua mão fosse recuperada. Num gesto de gratidão, mandou executar uma mão de prata e pendurou-a ao ícone, para perpétua memória da grande graça alcançada. Em seguida mandou pintar o ícone com esta espécie de "ex voto", que deu origem ao ícone da "Virgem das Três Mãos". MEEU MARIA - MÃE DA TERRA No século XIII, o superior da Laura de São Saba ofereceu o ícone ao metropolita da Sérvia São Sava. Quando mais tarde os turcos invadiram a Sérvia, o ícone foi transferido para o monte Athos e, ainda hoje, ele é particularmente venerado no Mosteiro de Kilandari. Várias cópias desse ícone tornaram-se famosas na Rússia, Grécia, Sérvia e em outros países do Oriente, mantendo sempre a iconografia e o nome "das três mãos". Existe uma interpretação alegórica para a terceira mão: tratando-se de uma mão feminina, parecida às outras duas da Virgem, há os que a vêem como a mão da Mãe de Deus que nos socorre em nossas necessidades, como o fez miraculosamente a João Damasceno. Este ícone é festejado em 28 de junho. TRINTA E TRÊS, Nossa Senhora dos Padroeira do Uruguai A Fazenda "Virgem dos Desamparados", situada ao redor de Florida, no Uruguai, era de propriedade dos padres Jesuítas. Era cortada por um regato chamado Arroyo de La Virgem e no cume da Serra Del Pintado, havia um oratório com a imagem de Nossa Senhora, representando a Virgem subindo aos céus, levada pelos anjos (inspirada na "Assunção de Murillo"). Em 1767 os Jesuítas são expulsos da Espanha e também de toda a América Latina. O povoado que era próspero decaiu tanto que mais tarde, quando o novo pároco, Padre Santiago Figueiredo tomou posse, não restavam mais do que cinco famílias no local, em um terreno improdutivo e estéril O povo, porém, não esqueceu a milagrosa imagem, construindo uma rústica capela de palha e barro. No dia 19 de abril de 1825, desembarcaram na praia da Agraciada, trinta e três homens comandados pelo general Antônio Lavalleja que pretendiam libertar a pátria, levando o lema: Liberdade ou morte. Conquistaram o Soriano, Colonia, San José, Guadalupe e Florida. Instalaram em junho um Governo provisório e, conforme o costume daqueles tempos foram à Igreja para implorar o auxílio de Deus e de Sua Santíssima Mãe para a nova pátria uruguaia. Na mesma cidade de Florida, no dia 25 de agosto de 1825, reuniu-se a Assembléia Nacional Constituinte da República Oriental do Uruguai para declarar a Independência do Uruguai. Depois de lida a ata, todos, governantes e povo, se dirigiram à Igreja e ajoelharam-se diante da pequena imagem da Virgem, colocando a pátria sob a sua maternal proteção. Diante da imagem foi colocada a nova bandeira tricolor, elaborada com as velhas cores de Artigas. Comandantes e soldados dobraram reverentes os joelhos. O povo, que enchia a praça maior, o exército e o novo governo lotaram a Igreja para o solene canto do "Te Deum" (Ação de Graças) e a benção do pároco deu aos heróis e ao povo. Quando algo nasce da espontaneidade do povo, não se pode definir uma data certa; mas, com toda a certeza, foi a partir da instalação da Soberana Assembléia, ainda na cada de D. Ana Hernandez, ao lado da Igreja, que o povo começou a chamar aquela milagrosa imagem "A Virgem dos Trinta e Três". No ano de 1857, o segundo chefe dos Trinta e Três, o general Manuel Oribe, em agradecimento à "Virgem dos Página 83 Trinta e Três", lhe ofereceu uma preciosa coroa que até hoje se conserva no tesouro da Catedral. O Papa João XXIII, permitiu a coroação pontifícia da imagem, no dia 11 de novembro de 1961. O mesmo Papa, a pedido da Conferência Episcopal do Uruguai, a proclamou "Padroeira da República Oriental do Uruguai". Uma multidão de peregrinos se reúne em todos os segundos domingo de novembro para celebrar as festividades de sua Padroeira e pedir a proteção para todos os uruguaios. UMBE, Nossa Senhora em Assim como Lourdes ( 1858 ) e em Fátima ( 1917 ) , estas aparições de Nossa Senhora em Umbe (1941 ) cada vez mais vão se tornando conhecidas entre os católicos do mundo . No Alto de Umbe , por um pequeno caminho , entramos numa extensa propriedade florestal , em tranqüilo e sereno bosque de pinheiros e eucaliptos . Chega-se ao poço que recolhe a água abençoada pela Santíssima Virgem . A uns 50 metros, uma vereda por onde a própria Nossa Senhora um dia caminhou, leva-nos a uma pequena esplanada , diante da casa de campo, em que viveu a família da vidente, Felisia Sistiaga . A este lugar acorrem os peregrinos de todo o mundo, para rezar o Rosário , na Casa da Virgem. No quarto em que, pela primeira vez, apareceu Nossa Senhora, entronizou-se, em 2 de setembro de 1978, depois de uma procissão, a imagem da Virgem Pura Dolorosa, magistralmente talhada em madeira e vestida com manto de veludo preto, para cumprimento de um dos seus desejos . (VER MENSAGENS - UMBE) VAILANKINNI, Nossa Senhora de ÍndiaVailankánni é uma pequena cidade da Índia, na diocese de Tamil Nadu, com uma população de apenas 5000 pessoas, às margens da Baía de Bengala, a 150 km ao sul de Madras. Desde o século XVI, os católicos da Índia invocam aquela que denominam "Vailankánni Arókia Matha", que em português significa "Mãe da Saúde de Vailankanni". Tudo teve início com a simplicidade de dois pastorzinhos que diziam ter visto a Mãe de Jesus. O primeiro pastor contou aos vizinhos da aldeia que uma formosa Senhora, com um Menino nos braços, pedira-lhe um pouco da água fresca que ele carregava num cântaro. Ao chegar a sua casa ele constatou surpreso que água havia se transformado em leite fresco... O outro menino afirmava ter sido curado milagrosamente pela mesma Senhora que lhe pedira, em gratidão, para erguer naquele lugar uma capela, à qual as pessoas acorreriam e ela mostrar-lhes-ia sua materna benevolência. Um rico senhor de Nagapathnam, com a ajuda de seus vizinhos, atendeu prontamente à solicitação do menino. A humilde capela foi erguida numa colina e os fiéis começaram a venerar a Virgem. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Da primitiva construção nada mais existe. A piedade dos católicos da Índia construiu uma igreja maior e logo outra ainda mais espaçosa. Os arquitetos quiseram imitar o Santuário de Lourdes e traçaram uma ampla escadaria de dois braços onde construíram as quatorze estações da Via Sacra. Atendendo aos pedidos do episcopado indiano, o papa João XXIII elevou o templo à categoria de Basílica Menor e todos começaram a chamar o santuário da "Mãe da Saúde de Vailankanni" como "A Lourdes da Índia". A festa da Mãe da Saúde é celebrada anualmente no dia 8 de setembro. Mais de um milhão de peregrinos se concentram para honrar a Mãe de Deus, vindos de todas as partes daquele imenso país. Chegam os católicos indianos mas também muçulmanos, hindus, jainistas, shiks, parsis, etc. A grande afluência de peregrinos não ocorre apenas no dia 8 de setembro. Durante todo o ano, especialmente na Páscoa, em maio e em agosto, as multidões aglomeram-se no santuário. A Igreja Católica da Índia, que conta com muitos outros templos dedicados à Virgem, ainda não declarou o Santuário de Vailankánni como Santuário Mariano Nacional. Mas não há dúvidas de que este seja o principal e talvez o mais antigo entre todos os santuários marianos da Índia, acompanhado de perto pelo da "Virgem das Graças", em Sardana, diocese de Meerut e pelo da "Virgem do Monte", em Bandra, arquidiocese de Bombay. Bem próximos ao Santuário foram construídos dois orfanatos. Um destinado aos meninos e outro às meninas. Funciona também ali um asilo para idosos e um prontosocorro que nunca fecha suas portas devido à extraordinária afluência de peregrinos que dia e noite visitam o Santuário. Os orfanatos do Santuário, como os outros 800 que a Igreja mantém na Índia para acolher crianças órfãs e abandonadas, são financiados, ao menos parcialmente, pela obra da Infância Missionária. VALFLEURY, Nossa Senhora de França O Santuário de Nossa Senhora de Valfreury já existia no ano 800. A partir de 1052, por ordem do rei Henrique I, tornou-se um priorado beneditino dependente da Abadia de La-Chaise-Dieu. Em 1687 foi entregue aos cuidados dos Padres Lazaristas, que ali se encontram até hoje. Os filhos de São Vicente de Paulo só estiveram ausentes daquele santo lugar entre 1903-1918 quando os religiosos foram expulsos da França. O templo atual foi erguido entre 1853-1860. A torre foi construída em 1881, data em que também se colocou a estátua de bronze de São Pedro do lado de fora da igreja. Em 1901 foi instalada uma imagem da Virgem sobre a rocha tradicionalmente chamada de "Assento da Virgem", local da legendária aparição da primitiva imagem de Maria encontrada por um pastor. Na ábside encontra-se a imagem de Maria. Assentada, traz o Menino Jesus também assentado em seu colo, olhando de frente ao estilo bizantino. Esta imagem, do século IX, foi restaurada no século XI. O Menino Jesus não é o original. Todo o conjunto é talhado em madeira de faia. Página 84 O Santuário de Valfleury é popularmente chamado "o irmão menor de Fourvière". Ali, aos pés de Maria, o fundador da Sociedade de Maria (Congregação dos Maristas), São Marcelino Champagnat reencontrou a paz interior, a confiança no futuro da sua Congregação e a convicção de que a obra marista era vontade de Deus. VISITAÇÃO, Nossa Senhora da Após a anunciação do anjo, Maria sai apressadamente, diz São Lucas, para visitar sua prima Isabel. Vai prestar-lhe serviços, ajuntandose provavelmente a alguma caravana de peregrinos que vão à Jerusalém, passa a Samaria e atinge Ain-Karem, na Judéia, onde mora a família de Zacarias. É fácil imaginar os sentimentos que povoam sua alma na meditação do mistério anunciado pelo anjo. São sentimentos de humilde gratidão para com a grandeza e a bondade de Deus tão bem expressos na presença da prima com o cântico do "Magnificat". A presença do Verbo encarnado em Maria é causa de graça para Isabel que, inspirada, percebe os grandes mistérios que se operam na jovem prima, a sua dignidade de Mãe de Deus, a sua fé na palavra divina e a santificação do precursor, que exulta de alegria no ventre da mãe. Maria ficou com Isabel até o nascimento de João Batista, aguardando provavelmente outros oito dias para o rito da imposição do nome. Aceitando esta contagem do período passado junto com a prima Isabel, a festa da Visitação, de origem franciscana (os Frades Menores já a celebravam em 1863), era celebrada a 2 de julho, isto é, ao término da visita de Maria. Teria sido mais lógico colocar a memória depois do dia 25 de março, festa da Anunciação, mas procurou-se evitar que caísse no período quaresmal. A festa foi depois estendida a toda a Igreja Latina pelo papa Urbano VI para propiciar com a intercessão de Maria a paz e a unidade dos cristãos divididos pelo grande cisma do Ocidente. O sínodo de Basiléia, na sessão do dia 1o. de julho de 1441, confirmou a festividade da Visitação, não aceita, no início pelos Estados que defendiam o antipapa. O atual calendário litúrgico, não levando em conta a cronologia sugerida pelo episódio evangélico, abandonou a data tradicional de 2 de julho para fixar-lhe a memória no último dia de maio, como coroação do mês que a devoção popular consagra ao culto particular da Virgem. Comenta São Francisco de Sales: "Na Encarnação Maria se humilha confessando-se a serva do Senhor... Porém, Maria não fica só na humilhação diante de Deus, pois sabe que a caridade e a humildade não são perfeitas se não passam de Deus ao próximo. Não é possível amar Deus que não vemos, se não amamos os homens que vemos. Esta parte realiza-se na Visitação". Em Portugal, por ordem do rei D. Manuel, o Venturoso, as festividades do dia da Visitação eram celebradas com grande pompa, por ter sido esta invocação escolhida como protetora da Casa de Misericórdia de Lisboa, assim como de todas as Misericórdias do reino, instituição beneficente MEEU MARIA - MÃE DA TERRA fundada pela rainha D. Leonor, sob a inspiração de Frei Miguel de Contreiras. Deste modo os irmãos da Misericórdia solenizavam o dia que a Virgem Nossa Senhora, depois de conceber o Cristo Redentor, foi visitar Santa Isabel, usando para com ela e São João Batista, que estava em suas entranhas, de "particular misericórdia". A Santa Casa do Rio de Janeiro, seguindo as ordenações da metrópole, fazia todos os anos a procissão de Santa Isabel, que era constituída de dois cortejos, um que saía da catedral e outro do hospital. No primeiro, conduzida pelo ilustríssimo Cabido, ia a imagem da Virgem, enquanto no segundo a Irmandade da Misericórdia, precedida de sua bandeira, ia ao encontro da outra procissão levando a efígie de Santa Isabel. A cerimônia finalizava com a colocação das duas imagens no altar-mor da catedral, seguida de missa solene cantada pelo capelão da Santa Casa de Misericórdia. Esta festa, celebrada na cidade de São Sebastião durante mais de três séculos, além de seu cunho religioso, possuía uma característica eminentemente patriótica, pois comemorava também o início das grandes descobertas marítimas. Feita às expensas da Câmara, ela era assistida pelos governadores, pelos vice-reis e, após a vinda da família real para o Brasil, D. João VI e toda a corte. Depois da independência esta tradição religiosa foi conservada e os dois imperadores sempre tomaram parte na famosa procissão de Santa Isabel. Após o término das cerimônias litúrgicas, a população ia ao Hospital da Misericórdia visitar os enfermos, a fim de confortá-los e levar uma esmola. Repetindo o gesto de Maria Santíssima, o povo carioca cumpria o preceito da caridade cristã e ao mesmo tempo perpetuava a comovente tradição iniciada por Nossa Senhora ao visitar e ajudar sua santa prima Isabel, no momento em que mais precisava do auxílio e da amizade daquela que seria a Mãe de Deus. VITÓRIAS, Nossa Senhora das La Rochelle, importante porto francês, de fundação medieval, tornou-se, no início da Idade Moderna, um poderoso reduto do protestantismo. O Rei Luís XIII e seu ministro, o Cardeal Richelieu, empreenderam, em 1627, o cerco da cidadela, com a finalidade de acabar com a revolta dos huguenotes. A empresa, porém, era bastante difícil, pois os revoltosos estavam apoiados pela Inglaterra, e o monarca pediu, então, à sua esposa, a Rainha Ana da Áustria, para tomar as devidas providências, de modo que, em todas as igrejas de Paris, fossem feitas orações públicas pelo triunfo de suas armas. Assim pois, todos os sábados, o Arcebispo, com o clero à frente, a corte e numerosos fiéis, rezavam o terço, para pedir a Deus a derrota dos protestantes. Os capelães do exército promoveram, também, orações entre os soldados. Assim, a certas horas da tarde ecoavam, entre a tropa arregimentada, orações em louvor à Virgem Santíssima. Deus atendeu ao pedido do Rei e, pouco depois, a praça forte se rendeu. Em testemunho da gratidão por essa vitória, Luís XIII lançou em Paris, a pedra fundamental de uma igreja que se Página 85 chamou Nossa Senhora das Vitórias, como recordação da tomada de La Rochelle. O convento dos eremitas de Santo Agostinho, situado próximo desse templo, recebeu, pouco depois, um humilde camponês, conhecido pelo nome de Irmão Fiacre, encarregado dos mais rudes serviços do mosteiro, porém, grande devoto de Nossa Senhora. A Rainha da França, Ana da Áustria, casada há mais de 23 anos, havia perdido a esperança de dar um herdeiro ao trono francês. O humilde Irmão Fiacre, com pena da rainha, e das conseqüências que essa situação poderia trazer à monarquia, encarregou-se de suplicar a intercessão de Nossa Senhora e do seu Divino Filho. Certa noite, Maria Santíssima apareceu para o Frade, prometendo-lhe atender às suas preces, com a condição de que as novenas fossem rezadas nos santuários por Ela designados. Após dez meses de orações, nascia a 5 de setembro de 1638, um menino, que seria mais tarde o Rei Luís XIV, o grande soberano, que emprestaria seu nome ao século XVII, conhecido como "Rei Sol", um dos mais importantes monarcas da França. Em agradecimento, publicou-se um Edito oficial consagrando a França e a família real à Virgem Santíssima. Foi o famoso Voto de Luís XIII, celebrado ainda hoje, nas paróquias francesas. A igreja de Nossa Senhora das Vitórias, construída em estilo clássico, está coberta de ex-votose sua iluminação é feita por lâmpadas votivas de milhares de velas, que atestam a veneração popular à Mãe Imaculada. Em sua fachada, foi gravada, em letras de outro, uma legenda de gratidão, por "tantas vitórias que lhe vieram do Céu, especialmente d'Aquela que arrasou a heresia". No século XIX, por ocasião das aparições de Nossa Senhora a Catarina de Labourè, o cura da Igreja de Nossa Senhora das Vitórias fundou uma associação de orações, que reúne adeptos de todo o mundo, mostrando a intensa irradiação deste santuário. As principais festas são no Domingo da Septuagésima e o 4º Domingo de Outubro. As Missas são celebradas pela PAZ. WALSINGHAM, Senhora de Nossa Nossa Senhora é invocada sob este título na Inglaterra, onde Richeldis de Faverches teve uma visão muito peculiar da Virgem. Esta apareceu-lhe e a conduziu em espírito à sua casa de Nazaré. Aí recomendou que tomasse as medidas exatas de sua casa, para que pudesse ser edificada em Walsingham uma casa semelhante; mas só depois que a aparição se repetiu três vezes, Richeldis começou a satisfazer o desejo de Maria Santíssima. Estes acontecimentos se deram no ano de 1061. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Diz a tradição que, quando Richeldis tratou de iniciar a construção da "Santa casa", viu com espanto, certa manhã, ao olhar para um prado, dois pedaços do terreno misteriosamente não-atingidos pelo orvalho, e esses dois planos correspondiam exatamente às dimensõpes dos alicerces da casa de Nazaré, que Richeldis medira em sua visão; porém, quando ela fazia começar a construção num daqueles lugares assinalados, que ficavam na proximidade de duas fontes, sobrevinham singulares acontecimentos, que estorvavam ou retardavam os trabalhos iniciados. Tudo falhava, e ninguém acreditava que a capela fosse alguma dia acabada. Richeldis voltou-se aflita para a Mãe de Deus, pedindolhe auxílio e proteção para sua obra, e eis que, na madrugada de uma noite de oração fervorosa e confiante, seu pedido é satisfeito de modo maravilhoso: Richeldis encontra o santuário (a "Santa Casa") muito bem construído a 200 pés de distância do lugar em que tinham começado a construí-lo. A esse grande milagre uniram-se muitas curas maravilhosas e o livramento dos mais variados perigos e necessidades. A fama de Walsingham como lugar de graças extraordinárias espalhou-se rapidamente, e começaram a afluir peregrinos de toda parte. Ao longo das estradas por onde passavam os peregrinos foram erigidas de espaço a espaço capelas e outros lugares de oração. Duas capelas ainda existem: uma fica em King’s Lynn e é denominada Capela de Nossa Senhora da Colina Vermelha; a outra, situada em Honghtonin-the-Dale, é dedicada a santa Catarina de Alexandria e conhecida por "Capela dos Chinelos", porque aí os peregrinos tiravam os sapatos, continuando o trajeto descalços. Geoffrey de Faverches, filho de Richeldis, indo em peregrinação à Terra Santa, deixou como seu substituto o capelão Edvoy, dando-lhe a incumbência de construir um convento em suas terras e confiar a "Santa Casa" aos cuidados de uma ordem religiosa. Tal ordem receberia também o padroado da igreja de Todos os Santos De 1146 a 1174 os cônegos agostinianos encarregaramse do convento e também da "Santa Casa" até a destruição do convento e a proibição das peregrinações na Inglaterra. Já muito antes da extinção deste lugar de culto católico por ordem do Cromwell, no ano de 1538, tinha começado o calvário de Walsingham, depois de ter o culto católico florescido durante três séculos naquele lugar bendito. Página 86 Mais ou menos trezentos anos depois da destruição da imagem milagrosa de Walsingham, começou o movimento de Oxford, que visava ao reflorescimento da fé católica na Ilha. Com esse movimento, foi renascendo pouco a pouco a veneração da Virgem Maria; com esse objetivo uniram-se os veneradores de Maria em 1848; em 1880 nasceu a Confraria das Filhas de Maria; em 1904, a Liga de Nossa Senhora, e nos anos seguintes muitas outras organizações semelhantes. Em 1921, resolveram mandar fazer uma cópia da antiga imagem, e, como a antiga capela estava ainda como a tinham deixado depois da pilhagem, colocaram a imagem na igreja paroquial. Assim começou a aumentar a devoção a Nossa Senhora, começando também dentro em pouco as romarias, depois organizadas regularmente. Poucos anos depois a necessidade de aumentar a igreja fez reconstruírem a "Santa Casa" segundo o modelo e o tamanho da primitiva, encerrando-a, porém, numa construção maior. A obra teve início em 1931, e em 1937 a igreja foi consagrada. A devoção foi-se tornando sempre mais intensa, e inúmeras foram as graças concedidas pela Mãe de Deus, tanto aos doentes como aos sãos, havendo também muitas conversões e curas milagrosas. Nossa Senhora de Walsingham é o título de Nossa Senhora mais amado e invocado na Inglaterra. ZEITUN, Nossa Senhora em Egito Entre 1968 e 1970, Nossa Senhora apareceu no alto de uma igreja ortodoxa copta em Zeitun, Egito, nos arredores da cidade do Cairo, duas a três vezes por semana. As aparições duravam de vinte minutos a oito horas. A Virgem estaria cercada de uma luz muito intensa e às vezes uma pomba poderia ser vista acima dela. Milhões de pessoas foram vê-la, inclusive o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser. Em todos as aparições no Egito Nossa Senhora nunca disse uma palavra. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 87 "CONVERTASE PARA O AMOR UNIVERSAL" 2 - ORAÇÕES MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 88 Abadia Agonia Senhora, mãe de Deus, que no cenáculo, após a ascensão de Jesus ao céu, presidistes as orações suplicantes dos Apóstolos para a vinda do Divino Espírito Santo; agora, que estais no paraíso à frente dos coros dos anjos e santos, presidí, também, Senhora nossa rainha, toda a nossa vida, orientando-nos para a pátria celeste, onde desejamos estar convosco cantando, eternamente, as glórias de Jesus. Amém. Ó Maria, Rainha dos Mártires, Senhora da Agonia, Vós que permanecestes de pé junto à Cruz de vosso Divino Filho Jesus, e às suas palavras: "Mulher, eis o teu filho""Filho, eis tua Mãe", - tornaste-Vos nossa Mãe; acolhei, com bondade, nossa prece filial. Ó Senhora da Agonia, assim como o discípulo acolheuVos em sua casa, também nós queremos abrir-Vos as portas de nossos corações, de nossos lares, CONSAGRANDO-VOS toda a nossa vida: passada, presente e futura. Exercei, pois, Vossa função de Mãe, ensinando-nos a viver, em todos os momentos, a vontade de Deus, levandonos, assim, a imitar o Vosso SIM de Nazaré, que culminou com o SIM do Calvário. Vinde, ó Mãe, em socorro de nossas angústias, não permitindo que nos desviemos do caminho do bem, da verdade, do amor! Conduzi nossas vidas ao porto seguro da salvação, que é: JESUS! Ousando somar nossas agonias às Vossas, diante desta dificuldade... (dizer o pedido), recorremos à vossa maternal proteção, com a confiança de que não ficaremos decepcionados em nossas súplicas. Amém. Abadia (Oração recolhida na Paróquia de Abadia dos Dourados, Minas Gerais, Brasil, no centenário de celebração da festa da padroeira) Ó Senhora da Abadia, aqui estão os vossos filhos que, cheios de gratidão, vieram vos agradecer: agradecer o Dom da vida; agradecer o Dom da fé; agradecer a vida divina; agradecer a vida de família e de amizades; agradecer a vida da Igreja; agradecer os cem anos de celebração desta festa. Estes vossos filhos, Senhora e Mãe, vieram também pedir e suplicar: olhai, ó Mãe, estes vossos filhos e suas famílias; olhai, ó Mãe, esta Paróquia e seu Vigário; olhai, ó Mãe, esta diocese e seus Bispos; olhai, ó Mãe, a Igreja e o Santo Padre, o Papa. Fazei, ó Mãe e Rainha, que estes vossos filhos sejam testemunhas das verdades libertadoras anunciadas no Evangelho de vosso filho Jesus realizando o seu reino também na terra. Ó Mãe, estes filhos querem gozar um dia de vossa presença na glória do céu, onde de corpo e alma estais com o Pai, reinais com vosso Filho Jesus e viveis com o Espírito Santo. Amém. Achiropita Virgem Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe Achiropita, volvei o vosso olhar piedoso para nós e para as nossas famílias. Através dos séculos, pelos milagres e pelas aparições, mostrastes ser Medianeira perene de graças. Tende compaixão das dificuldades em que nos encontramos e das tristezas que amarguram a nossa vida. Vós, coroada Rainha, à direita do Vosso Filho, cheia de glória imortal, podeis auxiliar-nos. Tudo o que está em nós e em volta de nós, receba as vossas bênçãos maternais. Ó Rainha Achiropita, prometemos dedicar-vos toda a nossa vida para a honra do vosso culto e a serviço de nossos irmãos. Solicitamos de vossa maternal bondade os auxílios em nossas necessidades e a graça de viver sob a vossa constante proteção, consolados em nossas aflições e livres das presentes angústias. Com confiança podemos repetir que, não recorre a vós inutilmente aquele que Vos invoca sob o título de "Achiropita". Amém. Amparo Ó Maria, ó Mãe pia Salvadora do mortal amparai-me e guiai-me Para a pátria celestial Quem por ti, fervente chama Até na guerra, acha paz Pois teu nome luz derrama Gozo e bálsamo eficaz Com os anjos de Maria, As grandezas celebrai Inundados de alegria Seus louvores publicai. Anunciada Maria, Mãe de Deus! Humildemente imploramos a vossa intercessão para alcançarmos a graça de compreender que, vosso Filho Jesus é a fonte de todo eterno bem, infinitamente maior que a mais abundante chuva, símbolo da vossa bondade. Amém. Nossa Senhora Anunciada, rogai por nós! Aparecida Ó incomparável Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de Deus, Rainha dos Anjos, Advogada dos pecadores, refúgio e consolação dos aflitos e atribulados, Virgem Santíssima, cheia de poder e de bondade, lançai sobre nós um olhar favorável, para que sejamos socorridos por vós, em todas as necessidades em que nos acharmos. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Lembrai-vos, ó clementíssima Mãe Aparecida, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm a vós recorrido, invocado vosso santíssimo nome e implorado vossa singular proteção, fosse por vós abandonado. Animados com esta confiança, a vós recorremos. Tomamo-nos de hoje para sempre por nossa Mãe, nossa protetora, consolação e guia, esperança e luz na hora da morte. Livrai-nos de tudo o que possa ofender-vos e a vosso Santíssimo Filho, Jesus. Preservai-nos de todos os perigos da alma e do corpo; dirigi-nos em todos os negócios espirituais e temporais .Livrai-nos da tentação do demônio, para que, trilhando o caminho da virtude, possamos um dia ver-vos e amar-vos na eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém. Apresentação Minha boa Mãe do Céu, Nossa Senhora da Apresentação que, aos três anos subistes as escadarias do Templo para vos consagrardes inteiramente a Deus, praticando assim o ato de religião o mais agradável ao Senhor, seja-vos também agradável, a nossa homenagem, a nossa consagração. Consagrastes ao Senhor, ó Rainha do Céu, o vosso espírito e vosso coração, em flor de infância, o vosso corpo e todas as potências do vosso ser pelo sacrifício total, o mais generoso e desinteressado, pela mais solene imolação que o mundo já viu, antes da imolação do Calvário. Nós, aqui na terra de exílio, unimos aos espíritos celestes que assistiram a esta augura cerimônia que é como prelúdio de todas as vossas festas e com eles e todos os santos cantamos as glórias da vossa Apresentação benditíssima. Amém. Árvore Virgem benigna, Santa Mãe de Deus, que justamente sois comparada à árvore sagrada que nos trouxe o fruto da salvação, Jesus, o Redentor, bendito fruto de vosso ventre. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que vos peço. Ó clemente, ó piedosa ó doce sempre Virgem Maria. Amém. Auxiliadora Santíssima Virgem Maria a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos, nós vos escolhemos como Senhora e Protetora desta casa. Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso. Boa Viagem Virgem Santíssima, Senhora da Boa Viagem, esperança infalível dos filhos da Santa Igreja, sois guia e eficaz auxílio dos que transpõem a vida por entre os perigos do corpo e da alma. Refugiando-nos sob o vosso olhar materno, empreendemos nossas viagens certos do êxito que Página 89 obtivestes quando vos encaminhastes para visitar vossa prima Santa Isabel. Em ascensão crescente na prática de todas as virtudes transcorreu a vossa vida, até o ditoso momento de subirdes gloriosa para os céus; nós vos suplicamos pois, ó Mãe querida: velai por nós, indignos filhos vossos, alcançandonos a graça de seguir os vossos passos, assistidos por Jesus e José, na peregrinação desta vida e na hora derradeira de nossa partida para a eternidade. Amém (Esta oração foi escrita por Dom Antônio dos Santos Cabral, Primeiro arcebispo de Belo Horizonte (MG). Bom Parto Ó Maria Santíssima, vós, por um privilégio especial de Deus, fostes isenta da mancha do pecado original, e devido a este privilégio não sofrestes os incômodos da maternidade, nem ao tempo da gravidez e nem no parto; mas compreendeis perfeitamente as angústias e aflições das pobres mães que esperam um filho, especialmente nas incertezas do sucesso ou insucesso do parto. Olhai para mim, vossa serva, que na aproximação do parto, sofro angústias e incertezas. Dai-me a graça de ter um parto feliz. Fazei que meu bebê nasça com saúde, forte e perfeito. Eu vos prometo orientar meu filho sempre pelo caminho certo, o caminho que o vosso Filho, Jesus, traçou para todos os homens, o caminho do bem. Virgem, Mãe do Menino Jesus, agora me sinto mais calma e mais tranquila porque já sinto a vossa maternal proteção. Nossa Senhora do Bom Parto, rogai por mim! Bonate Senhor nosso Deus, concedei-nos sempre saúde de alma e corpo, e fazei que, ela intercessão de Nossa Senhora de Bonate, sejamos libertos de todo pecado e, livres das tristezas presentes, gozemos as alegrias eternas. Por Cristo Senhor Nosso. Amém. Brasil Ó Deus de misericórdia, assim como a imagem da Mãe e Deus ficou intata no incêndio ocorrido na igreja de santo Efrém, em Nápoles, na Itália, apagai o ímpeto de nossas paixões e socorrei a nossa fraqueza e concedei-nos ressurgir de nossos pecados pela intercessão de Maria, cuja memória celebramos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. Carmo Nós vos suplicamos, Senhor, que nos assistais com a intercessão poderosa da Santíssima Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, para que, guiados pelo seu exemplo e proteção, subamos o monte da perfeição que é Cristo. Amém. INVOCAÇÕES Transbordo de alegria em Deus, meu Salvador, porque me deu por Mãe, a sua Mãe, Rainha e Mãe do Carmelo (Ave Maria). MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Senhora, leva-me a teu Monte Santo e alegra-me em tua casa de oração. Conduze-me, Virgem Maria, à Terra do Carmelo, para que eu possa saborear seus melhores frutos. (Ave Maria). Mãe, que tua branca sombra invisível acompanha meus passos, levando-me a Cristo, minha origem e meta. (Ave Maria). Mãe, sempre me mantenha unido a ti com laços irrompíveis, praticando seriamente as virtudes. (Ave Maria) Saudação à Mãe do Carmo Mãe do Carmelo, ao aproximar-me de ti, recordo a visita que fizeste ao lar de Zacarias. Nas asas do amor voaste até à montanha. Ao encontraste Isabel a saudaste. E tuas palavras de cortesia fizeram João estremecer prodigiosamente no seio materno. Tua prima, cheia do Espírito Santo, respondeu tua saudação com uma jubilosa acolhida. Eu, bendita Senhora e minha Mãe, repito hoje a felicitação de Isabel:Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre. Tu és feliz, porque acreditaste que se cumpriria o que te foi dito da parte do Senhor! Virgem do Carmo, minha Mãe, aqui me tens, bem próximo a ti. Meu coração, ó Mãe, repousa frente ao teu, para que o incendeies com teu amor e o torne semelhante ao teu. Virgem do Carmo, sou mendigo de Deus e também teu mendigo, por isso te peço que me socorra em minhas necessidades (fazer a intenção) mas sobretudo a de todos os homens e mulheres, meus irmãos. Ó Mãe, recebe novamente minha saudação, agora com as palavras do anjo: Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo; bendita és tu entre as mulheres! Amém. (Três Ave-Marias Casaluce Ó Nossa Senhora de Casaluce, que sempre protegestes este povo, volvei benigna, o vosso olhar sobre nós que invocamos vosso auxílio. Quantos perigos, ó Mãe, nos ameaçam! Quantas desgraças nos amedrontam! Quantos inimigos nos assaltam de todo o lado! Mas Vós, que sois poderosa e piedosa, Vós que sempre estais no meio de nós, homenageada qual Rainha, invocada com sentimentos de ternura, como mãe, sorrí-nos e protegei-nos . Quando vos convocamos e não fomos por Vós, atendidos? Virgem Santa de Casaluce, conosco, que somos o vosso povo escolhido e favorecido, mostrai-vos sempre Mãe; protegei todos os que estão perto de Vós, lembrai-vos daqueles que moram longe e elevam a Vós a sua prece. Nós colocamos em Vós toda a nossa confiança. Socorrei-nos na vida e na morte e no tempo da eternidade. Assim seja. Conceição Ó Maria, concebida sem pecado, recorremos a vós! rogai por nós, que Página 90 Por vossa Conceição Imaculada, ó Maria, purificai meu corpo e santificai minha alma! Confiança Ó Maria! Em vossas mãos ponho esta súplica (pede-se): abençoai-a e depois apresentai-a a Jesus; fazei valer o vosso amor de Mãe e o vosso poder de Rainha. Ó Maria! Eu conto com o vosso auxílio. Confio em vosso poder. Entrego-me a vossa vontade. Estou seguro (a) de vossa misericórdia. Ó Mãe de Deus e minha. Rogai por mim. Cotoca HINO À VIRGEM DE COTOCA (em espanhol) Virgen de Cotoca, portento de luz, con fervor te invoca todo Santa Cruz. 1. Estrella del cielo, Madre de bondad, tu eres el consuelo de la humanidad. Excelsa Señora, tierna y bella flor, milagrosa aurora de piadoso amor. 2. Símbolo de puras virtudes sin par: Reino de dulzuras, joya del altar. En ti corona que oprime tu sien: es red que aprisiona la esencia del bien. 3. Eres Reina y Dueña de gracia y candor, y el alma cruceña se funde en tu amor. Bendícenos, tierna Virgen oriental y tu luz eterna nos libre del mal. D'Oropa Senhora Nossa, Mãe de Deus, que vos dignastes interceder pelos moradores de Biella livrando-os da peste, lembrai-vos de todos aqueles que invocam o vosso nome santíssimo. Rogai por nós junto ao vosso amantíssimo Filho, para que sejamos beneficiados com a saúde do corpo e da alma e livres de todos os males que possam nos atingir. Amém. Desatadora dos Nós Santa Mãe, cheia da graça de Deus, ao longo de vossa vida nunca fostes cativa das tentações do Maligno, pois aceitastes sem jamais duvidar a vontade do Senhor. Intercedestes sempre por nós com nossos problemas, como nas Bodas de Caná, ensinando-nos como desamarrar o nó de nossas dificuldades. Jesus, na triste tarde de Sua morte, deixou-vos como nossa Mãe e como Mãe ordenais e facilitais nossa união com o Senhor. Santíssima Virgem, Nossa Mãe, que desatais os nós que dificultam nossa vida, pedimo-vos que recebais em vossas mãos materna a ................... (diz-se o nome da pessoa) Livrai-o das ataduras e desvios com os quais o tenta o Maligno! Por vossa intercessão livrai-nos o Senhor de todo mal! Querida Mãe, desatai os nós que nos separam de Deus para que, livres do pecado, nós O busquemos e O encontremos em nosso semelhante, bendizendo-O sempre como nosso Pai e Único Senhor. Amém. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Desterro Ó Bem-aventurada Virgem Maria, mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo Salvador do Mundo, Rainha do Céu e da Terra, advogada dos pecadores, auxiliadora dos cristãos, protetora dos pobres, consoladora dos tristes, amparo dos órfãos e viúvas, alívio das almas penantes, socorro dos aflitos, desterradora das indigências, das calamidades, dos inimigos corporais e espirituais, da morte cruel dos tormentos eternos, de todo bicho e animal peçonhentos, dos maus pensamentos, dos sonhos pavorosos, das cenas terríveis e visões espantosas, do rigor do dia do juízo, das pragas, dos incêndios, desastres, bruxarias e maldições, dos malfeitores, ladrões, assaltantes e assassinos. Minha amada mãe, eu prostrado agora aos vossos pés, com piedosíssimas lágrimas, cheio de arrependimento das minhas pesadas culpas, por vosso intermédio imploro perdão a Deus infinitamente bom. Rogai ao vosso Divino Filho Jesus, por nossas famílias, para que ele desterre de nossas vidas todos estes males, nos dê perdão de nossos pecados e nos enriqueça com sua divina graça e misericórdia. Cobri-nos com o vosso manto maternal, ó divina estrela dos montes. Desterrai de nós todos os males e maldições. Afugentai de nós a peste e os desassossegos. Possamos, por vosso intermédio, obter de Deus a cura de todas as doenças, encontrar as portas do Céu abertas e convosco ser felizes por toda a eternidade. Amém. (Rezar 7 Pai-nossos, 7 ave-marias e 1 Credo ao Sagrado Coração de Jesus, pelas sete dores de Maria Santíssima). Fátima Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima vos dignastes revelar a três pastorinhos os tesouros de graças contidos na prática do vosso santo Rosário incuti profundamente em nossa alma o apreço em que devemos ter esta devoção, a vós tão querida, a fim de que, meditando os mistérios da Redenção, que neles se comemoram, nos aproveitemos de seus preciosos frutos e alcancemos a graça (............................) que vos pedimos, se for para a glória de Deus e proveito de nossas almas. Assim seja. Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai Graças Ó imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe: ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vos pedem cheios de confiança na Vossa poderosa intercessão inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas numerosas culpas, acercarmo-nos de vossos pés para vos expor durante esta Novena as nossas mais prementes necessidades... (um instante de silêncio) Concedei-nos, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que, confiantes, vos solicitamos para major glória de Deus, engrandecimento do Vosso Nome, e bem de nossas almas, e para melhor servirmos ao Vosso divino Filho, inspirai-nos um profundo ódio ao pecado e dai-nos a coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém. Ave Maria, cheia de graça ... Página 91 Ave Maria, cheia de graça ... Ave Maria, cheia de graça ... Horto Virgem Maria, que foste declarada pelo Espírito Santo Horto Fechado e Fonte Segura, porque jamais admitiste outro Senhor que o próprio Deus. Por tua fidelidade constante, lança-nos um olhar materno e alcança-nos de Jesus, que tens nos braços, verdadeira conversão de vida, amor a Deus e ao próximo e também a graça que pedimos. Amém. Esta oração encontra-se na belíssima novena que pode ser solicitada às Irmãs do Horto, Caixa Postal 1493 – Porto Alegre (RS) CEP 9000-970. Lourdes Bendita sejais, Virgem Puríssima, que por dezoito vezes vos dignastes aparecer na gruta de Lourdes, toda imersa nas irradiações do vosso próprio esplendor, da vossa doçura, da vossa magnificência e ali vos revelastes à humilde e ingênua criança, para que, no êxtase de sua contemplação, vos ouvisse dizer: "Eu sou a Imaculada Conceição". Bendita sejais, Senhora, na vossa Imaculada Conceição. Bendita sejais, pelos extraordinários benefícios que não cessais de espargir naquele lugar. E nós, ó Maria, pelo vosso amor de Mãe e pela glória que vos tributa a santa Igreja, nós vos conjuramos que realizeis as esperanças de conversão, de santificação, de perseverança, numa palavra, as esperanças de salvação que nasceram em nós com a proclamação do dogma da Imaculada Conceição. Fostes Virgem Maria, Imaculada na vossa Conceição. Rogai por nós ao Pai, cujo Filho Jesus, concebido do Espírito Santo, destes à luz. Amém. Mãe do Infinito Amor Foram ensinadas diversas jaculatórias e orações. Todas têm aprovação eclesiástica (imprimatur). Jaculatórias: "Ave, cheia de graça!" "Jesus é e sempre será o meu primeiro AMOR." "Jesus, eu confio em Vós! Vinde em meu socorro, Jesus!" "Jesus, convertei os corações e iluminai nossos caminhos." "Jesus, eu quero Te receber como Rei e Senhor da minha vida." "Rei! Rei! Jesus é o Rei dos Reis" Oração de exorcismo: Afasta-te de mim, Satanás, pois é em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (faz-se o Sinal da Cruz) que te expulso de mim e dos meus pensamentos e que o próprio Deus te acorrente e te jogue para bem longe, onde a mim nada poderás fazer. Oração de Adoração MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Meu Senhor, eu Te quero, Te adoro, Te anseio infinitamente. Peço que fiques sempre em mim para me fortalecer; sobre mim para me abençoar, e com Teu Amor Infinito sempre, sempre me amar. Amém! Outras orações: Ao Imaculado Coração de Maria Aos Arcanjos A São José, pelas famílias Consagração ao Menino Jesus Oração pela conversão Terço do Sangue de Jesus Medalha Milagrosa Ó imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe: ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vos pedem cheios de confiança na Vossa poderosa intercessão inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas numerosas culpas, acercarmo-nos de vossos pés para vos expor durante esta Novena as nossas mais prementes necessidades... (um instante de silêncio) Concedei-nos, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que, confiantes, vos solicitamos para major glória de Deus, engrandecimento do Vosso Nome, e bem de nossas almas, e para melhor servirmos ao Vosso divino Filho, inspirai-nos um profundo ódio ao pecado e dai-nos a coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém. Ave Maria, cheia de graça ... Ave Maria, cheia de graça ... Ave Maria, cheia de graça ... Medjugore ORAÇÕES OS 7 PAI-NOSSOS, AVES E GLÓRIAS Essa oração já era uma tradição na vila de Medjugorge. Nos primeiros dias das aparições, a avó de um dos videntes sugeriu-lhes rezar na hora da aparição, pois, se fosse o demônio, fugiria. Assim, quando Nossa Senhora chegava, eles estavam rezando. Essas orações já eram rezadas pelos idosos do lugar, em honra das 7 dores de Nossa Senhora. Depois, Ela pediu no início, também, a reza do Creio, sua oração preferida. Vicka diz que, quando começa a rezar o Creio, Nossa Senhora não pára de sorrir e nunca A vê tão feliz como quando durante essa oração. Nossa Senhora ensinou que se rezasse os 5 primeiros Pai-Nossos, Aves e Glórias em honra das chagas das mãos, dos pés e do peito de Jesus. O 6º, pelo Papa e o 7º, pedindo o Espírito Santo para nós, para nossas famílias e para o mundo inteiro. A oração salva, traz alegria e é ocasião de festa. A convite de Nossa Senhora, as pessoas começaram a rezar, gradual e humildemente. De início, com orações simples: Creio, 7 Pai-Nossos, Aves e Glórias. Página 92 ORAÇÃO À MÃE DE BONDADE, DE AMOR E DE MISERICÓRDIA (Ditada a Iélena, em 19.4.83) Ó minha Mãe! Mãe de bondade, de amor e de misericórdia! Amo-Vos imensamente e ofereço-me a Vós. Por meio de Vossa bondade, Vosso amor e Vossa misericórdia, salvai-me! Desejo ser Vosso. Amo-Vos imensamente e desejo Vossa proteção. Do íntimo do meu coração, peço-Vos, ó Mãe de bondade, concedei-me a Vossa bondade, para que, por meio dela, eu alcance o Céu. Peço-Vos, pelo Vosso imenso amor, que me concedais a graça de poder amar a cada um como amastes a Jesus Cristo. Peço-Vos a graça de ser-Vos grato. Ofereço-me completamente a Vós e desejo que estejais comigo em cada passo, porque Vós sois cheia de graça. Desejo nunca me esquecer de Vossa graça e, se perdê-la, peço-Vos para fazer-me encontrá-la de novo. Amém. CONSAGRAÇÃO AO SAGRADO JESUS (Ditada a Iélena, em 28.11.83) CORAÇÃO DE Ó Jesus, sabemos que fostes manso e oferecestes, por nós, o Vosso Coração. Coração coroado por espinhos e pelos nossos pecados. Sabemos que hoje também rezais pela nossa salvação. Jesus, lembrai-Vos de nós quando cairmos no pecado. Fazei que, por meio do Vosso Santíssimo Coração, todos nós, seres humanos, nos amemos. Desapareça o ódio do seio da humanidade. Mostrai-nos o Vosso amor. Todos nós Vos amamos e desejamos que o Vosso Coração de Pastor nos proteja de todo o pecado. Entrai em todos os corações, ó Jesus! Batei. Batei à porta do nosso coração. Sede paciente e perseverante. Nós continuamos ainda fechados, porque não compreendemos a Vossa vontade. Batei continuamente. Fazei, ó bom Jesus, que saibamos abrir para Vós os nossos corações, ao menos quando nos lembrarmos da Vossa paixão, que sofrestes por nós. Amém. CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA (Ditada a Iélena, em 28.11.83) Ó Coração Imaculado de Maria, repleto de bondade, mostrai-nos o Vosso amor. A chama do Vosso Coração, ó Maria, desça sobre todos os homens. Nós Vos amamos infinitamente. Imprimi nos nossos corações o verdadeiro amor, para que sintamos o desejo de Vos buscar incessantemente. Ó Maria, Vós que tendes um Coração suave e humilde, lembrai-Vos de nós quando cairmos no pecado. Vós sabeis que todos os homens pecam. Concedei que, por meio do Vosso Imaculado e Materno Coração, sejamos curados de toda doença espiritual. Fazei que possamos sempre contemplar a bondade do Vosso Materno Coração e nos convertamos por meio da chama do Vosso Coração. Amém. ROSÁRIO DE JESUS MEEU MARIA - MÃE DA TERRA O Rosário de Jesus é a recordação dos 33 anos da sua vida. Na Herzegóvina, rezava-se freqüentemente esse Rosário, particularmente durante a Quaresma. Antigamente, o Rosário continha um trecho específico recitado, para cada ano de Jesus, antes do Pai-Nosso. Mais recentemente, a oração desse Rosário ficou limitada aos 33 Pai Nossos, ao Creio e a pequenos acréscimos. Em 1983, Nossa Senhora ensinou a forma e, também, sugeriu como rezar esse Rosário: Como rezá-lo: Contemplar os mistérios sobre a vida de Jesus, enriquecendo com uma breve introdução. Nossa Senhora nos exorta a ficar em silêncio e a refletir sobre cada mistério. O mistério da vida de Jesus deve falar ao nosso coração; para cada mistério é necessária uma intenção particular; depois da intenção particular, recomenda que todos, juntos, abram o coração à oração espontânea durante a contemplação; em cada mistério, depois dessa oração espontânea, escolhe-se um cântico apropriado; depois do cântico, rezam-se 5 Pai-Nossos, com exceção do sétimo mistério, que se termina com 3 Pai-Nossos; depois, reza-se: Ó Jesus, sede para nós força e proteção! Nossa Senhora pediu a Iélena para nada acrescentar ou tirar aos mistérios do Rosário. Que tudo permanecesse como foi explicado por Ela. A seguir, o texto completo: Creio em Deus Pai... 1º Mistério: Contemplemos: O Nascimento de Jesus. Intenção: Rezemos pela paz! Oração espontânea ou: Ó Jesus, sede Vós a paz para todos nós. Eliminai os obstáculos que nos separam uns dos outros. Fazei de nós homens de boa vontade. 5 Pai-Nossos. Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção. 2º Mistério: Contemplemos: Jesus ajudava e dava tudo aos pobres. Intenção: Rezemos pelo Santo Padre e por todos os responsáveis pela Igreja e pelas Nações! Oração espontânea ou: Ó Jesus, amastes os pobres e os saciastes com o pão terreno. E mais ainda, oferecestes o Pão do Céu e a Água da Vida a todos os famintos e sedentos. Movei o coração do nosso Papa e de todos os responsáveis pela Igreja e pelas Nações, a fim de esforçarem-se para haver a justa distribuição dos bens da terra e todos possam alimentar-se, havendo, ainda, sobra. 5 Pai-Nossos. Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção! 3º Mistério: Contemplemos: Jesus abandonava-se totalmente ao Pai e fazia a Sua Vontade. Intenção: Rezemos pelos sacerdotes e todos aqueles que, de modo especial e por toda a vida, são chamados a servir a Jesus. Oração espontânea ou: Página 93 Ó Jesus, como Vos abandonastes à vontade do Pai, até nas horas mais difíceis, igualmente concedei a todos os sacerdotes e a todas as pessoas consagradas o cumprimento constante da vontade do Pai. Eliminai deles o medo, diante do cálice amargo da vida. Que toda amargura da vida e da solidão tornem-se para eles um caminho seguro para a ressurreição. 5 Pai-Nossos. Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção! 4º Mistério: Contemplemos: Jesus sabia que devia dar a vida por nós e o fez sem objeções, porque nos amava. Intenção: Rezemos pelas famílias. Oração espontânea ou: Ó Jesus, Vós nos amastes, e por isso voltastes ao Pai com ânimo sereno e em total abandono. A Vós nada foi pesado, porque éreis sustentado pelo amor a nós. Tornai nossas famílias completamente disponíveis, para que haja todo o esforço de uns em prol da felicidade dos outros. Fazei com que todos os pais e mães santifiquem suas vidas no amor, para poder-se santificar juntamente com os seus filhos. 5 Pai-Nossos. Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção! 5º Mistério: Contemplemos: Jesus fez da sua vida um sacrifício por nós. Intenção: Rezemos para que cada um de nós possa ser capaz de oferecer a sua vida pelo próximo. Oração espontânea ou: Ó Jesus, mostrastes a infinita grandeza do Vosso amor quando oferecestes a Vossa vida por nós. Deixastes a glória que tivestes desde o princípio, assumindo a condição de servo. Chamastes-nos a fazer o mesmo: estar dispostos a viver uns pelos outros, até o fim, como fizestes Vós. Agradecemo-Vos por nos tornar capazes de amar. Destruí em nós o egoísmo, a soberba, o ódio, a inveja e a sensualidade. 5 Pai-Nossos. Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção! 6º Mistério: Contemplemos: A vitória de Jesus. Ele venceu Satanás. Ressuscitou. Intenção: Rezemos para serem eliminados todos os pecados e Jesus possa ressuscitar em nós. Oração espontânea ou: Ó Jesus, Vós que vencestes a morte, vencei em mim o pecado e a morte. Vencei o ódio em mim e nos outros, para vir a paz. Com o poder da Vossa palavra e com a força da palavra dos sacerdotes, afastai de nós toda a influência de Satanás. 5 Pai-Nossos. Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção! 7º Mistério: Contemplemos: A Ascenção de Jesus ao Céu. Intenção: Rezemos para que se cumpra e se realize a vontade de Deus. Oração espontânea ou: MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Ó Jesus, concedei-nos o Espírito da oração e da alegria, a fim de sermos vossas testemunhas com a nossa vida em meio a todas as raças e povos. Que a Vossa Igreja seja, no mundo, testemunho perene do Vosso infinito amor. 3 Pai-Nossos. Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção! 8º Mistério: Contemplemos: Jesus envia o Espírito Santo sobre os Apóstolos recolhidos em oração com Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa. Intenção: Rezemos para o Espírito Santo descer, em plenitude, sobre nós, sobre as nossas famílias, sobre a Igreja, sobre as comunidades religiosas, sobre todos os batizados, sobre todos os homens, particularmente sobre aqueles que decidem a sorte do mundo. Que o Espírito Santo lhes inspire pensamentos de justiça e decisões sábias, guiando os seus passos para a paz. Oração espontânea ou: Jesus, enviai o Vosso Espírito Santo como O enviastes aos Vossos Apóstolos e a Maria, Vossa Mãe. Que Ele, com suas inspirações, nos guie e nos introduza na completa verdade, ensinando-nos a amar e conservando o nosso caminho para a paz. 7 Glórias ao Pai. Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção! ORAÇÃO FINAL Ó Jesus, é bom para nós estar Convosco! Obrigado pela Vossa vida, pelo Vosso amor para com o Pai e pelo Vosso abandono à Sua vontade. Obrigado por terdes aberto para nós a estrada da salvação. Ó Maria, ajudai-nos a permanecer fiéis na estrada da salvação e a alcançar a glória eterna. Amém. 5 ARMAS CONTRA SATANÁS O principal objetivo de Satanás é a destruição. Nossa Senhora oferece-nos cinco armas contra ele: ROSÁRIO - reza diária, com o coração (com amor e alegria); MISSA - participação diária, ou pelo menos aos domingos, com Comunhão. BÍBLIA - leitura diária de pequenos trechos, vivenciandoos durante o dia. Nas 5ª feiras, ler Mt. 6, 24-34. JEJUM - praticá-lo às 4ª e 6ª feiras, a pão e água, com mais oração e amor. CONFISSÃO - fazê-la mensalmente e, também, logo após ter cometido um pecado grave (mortal). SÚPLICA A Deus (Em 22 de junho de l 985, Nossa Senhora ditou a Iélena esta oração para ser rezada em seu grupo de oração) Ó Deus, nossos corações estão em profunda escuridão, não obstante nossa união ao Vosso Coração. Nossos corações debatem-se entre Vós e Satanás; não o permitais que seja assim! Em cada momento que nossos corações estiverem divididos entre o bem e o mal, que sejam iluminados pela Vossa luz e se unifiquem. Página 94 Jamais permitais a existência, em nós, de dois amores, duas fés. Que nunca coabitem em nós: mentira e sinceridade, amor e ódio, honestidade e desonestidade, humildade e orgulho. Ajudai-nos para que, ao contrário, nossos corações se elevem a Vós como o de uma criança. Que os nossos corações sejam atraídos pela paz e continuem sempre a desejá-la. Que a Vossa santa vontade e o Vosso amor habitem em nós; que, pelo menos algumas vezes, desejemos realmente ser Vossos filhos e quando, Senhor, não desejarmos ser Vossos filhos, lembrai-Vos de nossos desejos de outrora e ajudai-nos a receber-Vos novamente. Abrimo-Vos nossos corações para que neles habite o Vosso santo amor. Abrimo-Vos nossas almas para que possam ser tocadas pela Vossa santa misericórdia a nos ajudar a ver, claramente, todos os nossos pecados, fazendo-nos compreender que é o pecado o que nos torna impuros. Deus, desejamos ser Vossos filhos, humildes e devotos, tornando-nos Vossos sinceros e queridos filhos, tal como somente o Pai seria capaz de desejar. Ajudai-nos, Jesus, nosso irmão, a obter do Pai o perdão e a ser bons para com Ele. Ajudai-nos, Jesus, a compreender bem o que Deus nos concede, já que algumas vezes deixamos de fazer uma boa obra, porque a julgávamos um mal. ORAÇÃO POR UMA PESSOA DOENTE (Em 22.6.85, Nossa Senhora ditou a Iélena a oração seguinte, dizendo-lhe ser a mais bela oração a ser feita por uma pessoa doente) Ó meu Deus, vede esta pessoa doente diante de Vós. Ela vem pedir-Vos o que deseja e o que considera como a coisa mais importante para si. Vós, ó meu Deus, fazei com que estas palavras penetrem em seu coração: "O que é importante é a saúde da alma." Senhor, faça-se nela, em tudo, a Vossa vontade. Se desejais a cura dela, seja-lhe concedida a saúde. Mas, se for outra a Vossa vontade, que ela continue carregando sua cruz. Peço-Vos também por nós, intercessores dela; purificai nossos corações, tornando-nos dignos canais da Vossa santa misericórdia. Protegei-a e aliviai seus sofrimentos. Que se cumpra nela a Vossa santa vontade. Através dela, seja revelado o Vosso santo nome. Ajudai-a a carregar, com coragem, a sua cruz. (Depois desta oração, rezar 3 vezes Glória ao Pai). PAI-NOSSO (Através de Iélena, Nossa Senhora ensinou ao Grupo de Oração como meditar o Pai-Nosso) PAI - Quem é este Pai? De quem é este Pai? Onde está este Pai? NOSSO - este é o Pai de vocês. Por que vocês têm medo dEle? Estendam suas mãos para Ele. (Façam uma pequena pausa). PAI-NOSSO significa que Ele tem-Se dado a vocês como Pai. Ele tem dado a vocês todas as coisas. Vocês sabem que os seus pais terrenos fazem tudo por vocês e MEEU MARIA - MÃE DA TERRA muito mais faz o seu Pai Celestial. PAI NOSSO significa: eu dou tudo a você, tudo, meu filho. QUE ESTAIS NO CÉU - PAI QUE ESTAIS NO CÉU (façam uma pequena pausa). Significa: O seu pai terreno o ama, mas seu Pai Celestial ama-o ainda mais. O seu pai pode ficar zangado, mas Ele não; Ele oferece a você somente amor... SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME - Em troca, você deve respeitá-Lo, porque Ele tem dado tudo a você e, porque é o seu Pai, deve amá-Lo. Você deve glorificar e louvar o Seu nome. Deve dizer aos pecadores: Ele é o Pai; sim, Ele é meu Pai e eu desejo servi-Lo e glorificar somente o Seu nome. Isto significa: "Santificado Seja o Vosso Nome". VENHA A NÓS O VOSSO REINO - Assim se agradece a Jesus e se pretende dizer-Lhe: Jesus, nós nada sabemos; sem Vosso Reino somos fracos, se não estiverdes presente conosco. Nosso reino passa, mas o Vosso não. Restabelecei-o! SEJA FEITA A VOSSA VONTADE - Ó Senhor, fazei com que nosso reino desapareça; somente o Vosso Reino seja o verdadeiro. Fazei-nos compreender que o nosso reino está destinado a terminar, e que é logo, AGORA; nós permitimos que seja feita a Vossa vontade. ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Aqui, Senhor, vêse como os anjos Vos obedecem, como Vos respeitam; fazei com que também nós possamos ser como eles; também nossos corações se abram e que Vos respeitem como agora o fazem os anjos. Fazei também que sobre a terra tudo possa ser Santo como o é no Céu. O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE - Dainos, Senhor, pão e alimento para a nossa alma; dai-nos agora, dai-nos hoje, dai-nos sempre; que este pão possa tornar-se alimento para a alma, nutrindo-nos; que este pão Vos glorifique, e torne-se eterno. Ó Senhor, pedimo-Vos pelo nosso pão. Ó Senhor, permiti-nos recebê-lo. Ó Senhor, ajudai-nos a compreender o que devemos fazer. Fazei-nos compreender que o nosso pão cotidiano não nos pode ser concedido sem a oração. E PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS - Perdoainos, Senhor, pelos nossos pecados. Perdoai-nos porque não somos bons e fiéis. ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO - Perdoai-nos para que também nós possamos perdoar àqueles a quem até agora não éramos capazes de perdoar. Ó Jesus, perdoai-nos pelas nossas ofensas, nós Vos imploramos. (Vocês rezam para que seus pecados possam ser perdoados da mesma forma como vocês perdoam aqueles que os ofendem, sem compreender que, se seus pecados fossem realmente perdoados assim, como vocês perdoam aos outros, seria uma coisa muito miserável. Isto é o que o seu Pai Celestial está dizendo a vocês com estas palavras). E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO - Senhor, livrai-nos das grandes provações. Senhor, nós somos fracos. Não permitais, Senhor, que as provações nos levem à perdição. MAS LIVRAI-NOS DO MAL - Senhor, livrai-nos do mal. Fazei com que, nas provações, consigamos encontrar algo de bom, um passo adiante na VIDA. AMÉM - Assim seja, Senhor, feita a Vossa vontade. A BÊNÇÃO ESPECIAL DE NOSSA SENHORA Página 95 A primeira vez que Nossa Senhora deu essa bênção foi em 5 de agosto de 1985, através do Ivan: Queridos filhos! Eu estou feliz em estar com vocês nesta noite e vê-los em tão grande número. Eu os abençôo com uma bênção especial. Depois, em muitas ocasiões, principalmente em dias de Festa, Ela concede essa bênção, que, em Seu nome, deve ser transmitida às outras pessoas. Durante uma aparição a Maria Pavlovic', às 10h 30m da noite, em 29.11.88, disse Nossa Senhora: Abençoem (com a Bênção Especial) mesmo aqueles que não têm fé. Vocês podem transmitir-lhes a bênção, do coração, e ajudá-los em sua conversão. Abençoem a todos que encontrarem. Eu lhes dou uma graça especial. Eu desejo que vocês ofereçam essa graça aos outros. Naquele dia (29.11.88), Nossa Senhora falou especificamente sobre o que Ela desejava com esta Bênção Especial. Disse Marija Pavlovic': Esta é uma bênção que tem o poder de converter e de ajudar as pessoas. Ela pode ser transmitida a fiéis e incrédulos, para ajudálos a se converterem ou progredirem em sua conversão. Uma vez recebida de Nossa Senhora, ela permanece por toda sua vida. Você não precisa estar na presença de quem vai ser abençoado. A bênção é tão poderosa quanto a fé que você possui nela (bênção) e na oração que você oferece. Quanto mais você rezar com o coração, mais forte será ela. Se alguém receber a bênção de Nossa Senhora e abençoar outra pessoa com ela, essa pessoa a recebe no mesmo grau de quem a recebeu de Nossa Senhora. Esta segunda pessoa pode, assim, concedê-la a uma terceira pessoa, e essa a uma quarta pessoa, etc. Todos receberão o dom de abençoar os outros como se o recebessem diretamente de Nossa Senhora. Esta bênção o acompanhará por toda a sua vida. Para recebê-la diretamente de Nossa Senhora, você deve estar no local da aparição. Para abençoar alguém, seria bom uma prece espontânea. Você poderá dizer: "Transmito a você a bênção de Nossa Senhora." Ao transmitir esta bênção a uma pessoa que não tem fé, você deverá fazê-lo em silêncio, na sua presença ou à distância. Você poderá repetir esta bênção diariamente a fim de ajudar na conversão dessa pessoa. N.B. A bênção do sacerdote é a bênção de Cristo. Esta bênção especial é a de Nossa Senhora. Seja humilde ao transmiti-la, e estenda-a até mesmo àqueles que passam na rua. Nossa Senhora deu-nos um grande dom e Ela deseja que nós façamos uso dEle. Na mensagem mensal de 25.12.88, através de Maria Pavlovic', Nossa Senhora abençoou assim: Hoje Eu lhes dou Minha bênção especial; levem-na a cada criatura, para que cada um receba a Paz. REGRAS PARA O GRUPO DE ORAÇÃO (Ditadas por Nossa Senhora a Iélena, em 16.6.83) Aos grupos de oração, Nossa Senhora pede a oração individual e a oração no grupo, onde rezam, cantam e, às vezes, rezam dois a dois. Ela pediu que rezassem um Terço sozinhos, um Terço no grupo e um Terço dois a dois. Ela disse que, rezando apenas no grupo, as pessoas podem MEEU MARIA - MÃE DA TERRA tornar-se um pouco impessoais, uns aos outros. Às vezes, Ela disse: Voltem para suas casas e, diante da Cruz, rezem sozinhos o terceiro Terço. Em 16 de junho de 1983, Nossa Senhora ditou a Iélena as regras para o grupo de oração, que seria totalmente abandonado a Jesus: Renunciem a todas as paixões e aos desejos desordenados. Evitem a televisão, principalmente os maus programas, esportes em excesso, satisfação irracional com alimento, bebida, álcool, fumo, etc. Abandonem-se a Deus sem quaisquer restrições. Definitivamente, eliminem toda a angústia. Aquele que se abandona a Deus não tem espaço em seu coração para angústia. As dificuldades persistirão mas servirão para o crescimento espiritual e renderão glória a Deus. Amem seu inimigos. Banam de seus corações todo ódio, inveja, julgamentos preconcebidos. Rezem pelos seus inimigos e peçam a benção Divina para eles. Jejuem duas vezes por semana a pão e água. Reúnam o grupo pelo menos uma vez por semana. Dediquem pelo menos 3 horas diariamente à oração, das quais ao menos meia hora pela manhã e meia hora à noite. A Santa Missa e a oração do Rosário estão incluídas neste tempo de oração. Reservem momentos de oração no curso do dia e, a cada vez que as circunstâncias o permitirem, recebam a Santa Comunhão. Rezem com grande concentração. Não olhem para o relógio o tempo todo, mas permitam-se ser guiados pela graça de Deus. Não se envolvam demais com as coisas deste mundo, mas confiem tudo isso a nosso Pai Celestial através da oração. Se alguém estiver muito preocupado, não será capaz de rezar bem porque faltar-lhe-á a serenidade interior. Deus contribuirá para a obtenção de um feliz resultado, na condução das suas obrigações, quando alguém se dedica ao trabalho dEle. Aqueles que vão à escola ou ao trabalho precisam rezar por meia hora pela manhã e à noite, e, se possível, participar da Missa. É necessário estender o espírito de oração ao trabalho diário, o que significa acompanhar o trabalho com a oração. Sejam prudentes porque o Demônio tenta todos aqueles que tomaram a resolução de se consagrarem a Deus, muito particularmente esses. Ele irá sugestioná-los por estarem rezando e jejuando demais. Dirá que devem ser como os outros jovens e irem à busca de prazeres. Não o escutem nem obedeçam. É à voz da Virgem Santíssima que devem prestar atenção. Quando estiverem firmes na fé, o demônio não mais será capaz de seduzi-los. Rezem muito pelo Bispo e por aqueles que detêm posições na Igreja. Não menos da metade de suas orações e sacrifícios devem ser dedicadas a esta intenção. Milagre de Salta Virgem do Milagre, venho cheio de confiança implorar teu amparo de Mãe e tua proteção amorosa de Senhora e Rainha de misericórdia. Como foste nas horas de aflição protetora do povo de Salta, que encontrou em tua intercessão poderosa o remédio para seus males, peço-te que me assistas em minhas necessidades e protejas do trono de teu poder suplicante aos que amo e para os quais imploro teu singular patrocínio (faz-se o pedido). Aumenta minha fé, para que a doutrina de teu Divino Filho ilumine minha vida e ainda mais te peço, que teu coração acenda em meu coração a chama do amor. Sê sempre minha esperança nas lutas diárias e que, por tua carinhosa Página 96 proteção, eu receba o prêmio de minha lealdade como filho de Deus. Amém. Nazaré Hino "Vós sois o lírio formoso" Euclides Farias Vós sois o lírio mimoso/ do mais suave perfume Que ao lado do santo esposo / a castidade resume. Ó VIRGEM MÃE AMOROSA FONTE DE AMOR E DE FÉ DAI-NOS A BENÇÃO BONDOSA SENHORA DE NAZARÉ De vossos olhos o pranto é como a gota de orvalho Que dá beleza e encanto / a flor pendente do galho. Se em vossos lábios divinos / um doce riso desponta Nos esplendores dos hinos / noss'alma ao céu se remonta. Vós sois a flor da inocência / que nossa vida embalsama Com suavíssima essência / que sobre nós se derrama. Quando na vida sofremos / a mais atroz amargura De vossas mãos recebemos / a confortável doçura. Vós sois a ridente aurora / de divinais esplendores Que a luz da fé avigora / nas almas dos pecadores. Quando em suspiros e ais / a vida sentimos morta Nessas angústias finais / o vosso amor nos conforta. Sede bendita, Senhora / farol de eterna bonança Nos altos céus onde mora / a luz da nossa esperança. E lá da celeste altura / no vosso trono de luz, Dai-nos a paz e a ventura / do vosso amado Jesus ! Necessidades Desde tempos imemoráveis que os soalheirenses, louvam Nossa Senhora das Necessidades cantando alguns desses versos: Senhora das Necessidades Á vossa porta me empino: Deitai-me a vossa benção Mai-la do vosso Menino. Senhora das Necessidades Quem vos varreu a capela? Foi a vossa ermitoa Com um raminho de marcela. Senhora das necessidades Estais no altar de pé: Sois mãe de Jesus Cristo, Esposa de S. José. Senhora das Necessidades Já cá vimos à ladeira Abri a porta Senhora Ao povo da Soalheira. Penha º (Aprovada pelo 1 . bispo do Espírito Santo, Dom João Nery, em 23 de abril de 1901). MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 97 Ó Maria Santíssima, Senhora da Penha, em cujas mãos depositou Deus todos os tesouros das sua graças, constituindo-vos amorosa e larguíssima dispensadora, a todos os que a vós recorrem com viva fé. Eis-me cheio de esperança no vosso eficacíssimo patrocínio, solicitando, humildemente, vossa proteção e amparo. Não negueis o vosso favor, ó cara Mãe, a este amoroso, embora indigno filho. Recordai-vos, ó Senhora da Penha, que nunca se ouviu dizer que algum dos que em vós tem depositado toda a sua esperança tenha ficado iludido. Consolai-me pois, ó amorosíssima Senhora, com vossas graças que tão instantemente peço, a fim de continuar a honrar-vos na terra, com meu cordial reconhecimento até que possa, um dia, no céu, mais dignamente agradecer-vos todos os benefícios recebidos, nos séculos dos séculos. Assim seja. Rezam-se três Ave-Marias. Nossa Senhora dos Prazeres, nossa mãe querida, lembrando-nos de vossas grandes alegrias: a Anunciação do Senhor, a Visita à vossa prima Santa Isabel, o Nascimento do Menino Deus, a Adoração dos Magos ao vosso divino Filho, o Encontro de Jesus no Templo, a Ressurreição de Cristo e a vossa gloriosa Assunção, queremos pedir vossa intercessão por nós e pelas nossas famílias junto a Deus. Que Ele nos livre das doenças e dos perigos, do desemprego e da desunião. Nossa Senhora dos Prazeres, ajudai-nos a sermos bons seguidores de vosso adorado Filho, lendo e refletindo a Bíblia Sagrada, alimentando-nos de Jesus na Eucaristia e participando ativamente de nossa Comunidade. Queremos viver o mandamento do amor para com todos e caminhar em nossa vida dentro da justiça, colaborando para a construção da paz e da fraternidade. Amém. Perpétuo Socorro (Com aprovação eclesiástica) Rosa Mística, Virgem Imaculada, Mãe da Graça, para honra de Vosso Divino Filho, nos prostramos diante de Vós implorando a misericórdia de Deus: não por nossos méritos mas pelo amor de vosso coração maternal, nós vos suplicamos que nos concedais proteção e graça com a certeza de que nos haveis de atender.... Ave Maria.... Rosa Mística, Mãe de Jesus, Rainha do Santo Rosário e Mãe da Igreja, Corpo Místico de Cristo, nós vos pedimos que concedais ao mundo, dilacerado pela discórdia, a unidade e a paz e todas aquelas graças que podem mudar o coração de tantos de teus filhos... Ave Maria.... Rosa Mística, Rainha dos Apóstolos, fazei florescer à volta da Mesa da Eucaristia muitas vocações sacerdotais e religiosas que difundam, com a santidade de sua vida e com o zelo apostólico pelas almas, o Reino de Vosso Filho Jesus por todo o mundo. E derramai sobre nós também a abundância de Vossas graças celestiais! Ave Maria... Salve Maria... Ó Senhora do Perpétuo Socorro, mostrai-nos que sois verdadeiramente nossa Mãe obtendo-me o seguinte benefício: (faz-se o pedido) e a graça de usar dela para a glória de Deus e a salvação de minha alma. Ó glorioso Santo Afonso, que por vossa confiança na bem-aventurada Virgem conseguistes tantos favores e tão perfeitamente provastes, em vossos admiráveis escritos, que todas as graças nos vêm de Deus pela intercessão de Maria, alcançai-me a mais terna confiança para com nossa Mãe do Perpétuo Socorro e rogai-lhe, com instância, me conceda o favor que reclamo de seu poder e bondade maternal. Eterno Pai, em nome de Jesus e pela intercessão de nossa Mãe do Perpétuo Socorro e de Santo Afonso, peçovos me atendais para vossa glória e bem da minha alma. Amém. (Rezar, durante nove dias, nove Ave-Marias e, no final, a oração acima.) Pilar Virgem Imaculada! Minha Mãe! Maria! Eu vos renovo, hoje e para sempre a consagração de todo o meu ser para que disponhais de mim para o bem de todas as pessoas. Somente vos peço, minha rainha e mãe da igreja, força para cooperar fielmente na vossa missão de trazer o reino de Jesus ao mundo. Ofereço-vos, portanto, Coração Imaculado de Maria, as orações e os sacrifícios deste dia, para que fiéis à nossa consagração, sejamos igualmente disponíveis a colaborar convosco na construção de um mundo novo, ó Maria concebida sem pecado! rogai por nós que recorremos a vós e por todos quantos recorrem a vós, de modo particular as famílias de nossa comunidade paroquial, que vos venera com o título de Senhora do Pilar. Salve Rainha... Prazeres Composta pelo Pe. Antônio Carlos D’Elboux Rosa Mística Rosário de Pompéia Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensinastes a recorrer a vós e com confiança chamar-vos de "Pai Nosso que estais no Céu". Ó Senhor, infinitamente bom, a quem é dado usar sempre de misericórdia e perdoar; por intercessão da Imaculada Virgem Maria, ouvi-nos, a nós que nos gloriamos do título de devotos do Rosário, aceitai as nossas humildes orações dando-vos graças pelos benefícios recebidos, e tornai perpétuo e cada dia mais glorioso o trono que lhe elevastes no Santuário de Pompéia, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Senhor Nosso. Amém. Sagrado Coração Lembrai-vos, ó Nossa Senhora do Sagrado Coração, que sois a Mãe de Jesus, a bendita entre as mulheres. Temos confiança em vós porque estais unida a Cristo, vosso Filho e nosso Senhor. Sabemos de nossa fraqueza e de nossa miséria, e por isso vimos implorar a vossa proteção. Ajudai-nos, ó Mãe querida. Dai-nos força e coragem. Conservai-nos na esperança, até o dia de nosso encontro definitivo com Deus, nosso Pai. Ó Mãe carinhos, libertai-nos do egoísmo, alcançai para o mundo a paz e o amor. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Concedei-nos em especial os favores que vos suplicamos... Apresentai estes nossos pedidos e ações de graças ao vosso Filho e fazei, ó Maria, que venha a nós o seu Reino, vós que sois a Senhora do sagrado Coração. Amém. Walsingham Maria, Mãe gloriosa de meu Salvador, lembre-se de mim no término dessa minha viagem, quando me ajoelho neste Página 98 santo lugar, onde, há séculos você tem sido objeto da devoção e confiança dos cristãos. Neste lugar onde seu nome é assim exaltado e sua proteção é tão segura, eu suplico humildemente que me inclua em suas orações junto a Deus. Ó Maria, Nossa Senhora de Walsingham! MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 99 "CONVERTASE PARA O AMOR UNIVERSAL" 3 - MENSAGENS DE MARIA MEEU MARIA - MÃE DA TERRA PRINCIPAIS PONTOS DOS AVISOS DE NOSSA SENHORA A DIVERSAS PESSOAS NO MUNDO. PERGUNTAS E RESPOSTAS O Aviso será algo visível, algo interior, ou ambos ao mesmo tempo? • É algo que vem diretamente de Deus e será visível em todo o mundo, em qualquer lugar em que se esteja. Ele revelará a cada pessoa do mundo seus próprios pecados, inclusive a pessoas de outras religiões e até mesmo aos ateus? Sim, o Aviso será como uma revelação de nossos pecados, e será visto, e passarão por ele tanto os que crêem quanto os que não crêem, e os de qualquer religião que seja. É certo que o Aviso fará que muitas pessoas se recordem dos mortos? O Aviso virá a fim de purificar-nos para o Milagre, e é como uma catástrofe que repercutirá em nosso interior. ." CITAÇÕES do livro de Padre Pesquera : "Durante muito tempo, a única vidente que falava sobre o Aviso era Conchita. Isso fazia pensar que apenas ela havia recebido 'comunicações' a respeito de algo tão importante. No entanto, em 10 de novembro de 1973, na presença de várias pessoas, Jacinta afirmou, com toda a clareza: •Que a ela, também, a Virgem - e mais de uma vez havia falado sobre um aviso que viria antes do castigo. •Que ela sabe em que vai consistir, ainda que ignore a data; e se ela, Jacinta, não revelou do que se tratava, foi porque a Virgem mandou que ela guardasse segredo". "Segundo declarações de Jacinta - recolhidas pela revista novaiorquina 'Needles' (atual revista 'Garabandal'), número de fevereiro de 1978 - o Aviso será de duração muita curta, apenas de minutos, mas esse pouco tempo se fará tremendamente comprido pela dor que nos causará. Virá sobre nós como um fogo do céu, que repercutirá profundamente no interior de cada um - à sua luz veremos, com toda a clareza, o estado da nossa própria consciência, 'viveremos' aquilo que é perder a Deus, sentiremos a ação purificadora de uma 'chama' abrasadora... Em poucas palavras, será como passar pelo Juízo Particular já em vida, dentro da intimidade de cada um. Essa PURIFICAÇÃO do Aviso será necessária, para nos deixar 'em forma' diante do Milagre. De outro modo, não conseguiríamos resistir à sobre-humana e maravilhosíssima experiência que iremos Ter no Milagre'". Foi-me dito, em uma carta: Página 100 'Em uma ocasião, antes que se tivesse falado no assunto Avisou, ou seja, antes - e mais de um ano antes - que Conchita anunciasse ao mundo tal fato, Loli me disse, certo dia: Uma noite, receberás um impacto bem grande (não posso assegurar que ela me tenha dito a palavra noite, mas eu fiquei com a impressão de que iria ser à noite). Na noite daquele dia, e também na seguinte, eu não pude dormir, na expectativa e atemorizada. Porém, falando novamente com Loli, ela me disse: Mas, acreditas que vai acontecer apenas para ti? Não! Vai ser para todo mundo! E me exigiu segredo total. Acrescentou, então, que isso a Virgem tinha dito a ela e a Jacinta desde o início das aparições'. Com base no que acabamos de ler e na literatura existente sobre o assunto, podemos concluir que, apesar dos termos usados por Conchita para descrever o Aviso, tais como: "horror", "castigo", "algo terrível", etc... irá tratarse de um grande ato de Misericórdia de Deus - um dos últimos antes que venha a ser derramada sobre os homens a Taça da Justiça. Todos os seres humanos, quando morrem, passam pelo seu "Juízo Particular". Naquele instante, é declarado o destino de sua Eternidade: Salvação ou Perdição! E não há mais retorno, porque a pessoa já está morta e suas chances de arrependimento terminaram. O Aviso vem como um "Juízo Particular" ainda em vida. Pensemos na bênção que isso é! Um ato de misericórdia quase impossível de ser aquilatado! Ali, veremos nossos pecados, saberemos o estado de nossa alma e tudo isso ainda com todas as chances de nos arrependermos antes da morte. Iremos Ter, é claro, após o nosso falecimento, um outro Juízo Particular, como todos os seres humanos o tiveram e terão. Contudo a Misericórdia Divina já nos terá permitido uma mudança de vida que nos garanta a Eternidade feliz. As meninas de Garabandal dão ao Aviso adjetivos apavorantes; mas é preciso compreendê-las. Eram crianças, fixaram-se apenas no sofrimento íntimo que o Aviso trará: remorso, arrependimento, sentimento de culpa... em grau inimaginável. Elas não perceberam, porém, naquela época, o outro lado do evento: o perdão, a tomada de consciência dos erros, o propósito de não mais pecar, a sensação de horror por ofender a Deus! E a oportunidade, a imensa oportunidade de conhecer o Caminho, encontrar o Caminho e seguir por ele. Vassula Ryden passou pela experiência do Aviso, que ela denomina Purificação, nos primeiros tempos de seus encontros com o Céu. Vejamos o que ela diz: RELATO DE UMA PURIFICAÇÃO ( o presente relato deve ser lido com calma para se observe os detalhes da narrativa e as implicações de concordância com frases biblícas e outras narrativas de visões de pessoas que temporariamente estiveram em estado de coma e passaram por experiências dessa natureza) "Era com que uma purificação. Mostrou-me meus pecados, como podem ser vistos no Purgatório. Os menores pecados, que antes me pareciam ser um nada, eram vistos agora com outros olhos, como imensos! E MEEU MARIA - MÃE DA TERRA tudo isso de tal modo me fazia mal que eu me odiava a mim mesma. Como tinha eu podido proceder desse modo? Foi uma grande purificação!". Vassula volta a explicar: "...vivi uma purificação. Purificação terrestre. Ele mostrou-me todos os pecados que eu havia cometido, como numa espécie de tela (de cinema). Isso pareciame verdadeiramente atroz, na medida em que eu via esses meus pecados com os olhos de Deus. Quando se julga que um determinado pecado é um pecado pequeno, tanto pior! A purificação torna-se enorme, é atroz! Eu sentia um tremendo desgosto ao saber que tinha feito tudo aquilo. Passei uma semana a chorar e a purificar-me" E Vassula nos tranqüiliza: "Parece-me que o anúncio desse período de purificação corre o risco de mergulhar certas pessoas na angústia e no pânico. Eu penso, pelo contrário, que essa purificação é uma graça incrível do Céu. Não se trata do fim do mundo. É um Deus que vem para nos fazer voltar à Sua Lei de Amor, a fim de que vivamos, santamente, uma era nova. Muitas almas, atualmente duras, serão salvas. Pela primeira vez, Deus nos fará ver os nossos pecados com os olhos da alma. É preciso, pois, rezar muito. E não por medo ou por dever, mas por amor, num Coração a coração com Ele. É preciso rezar por aqueles que ainda não se converteram, para que eles recebam a mesma graça que nós já recebemos, gratuitamente. O pânico não é compatível com o amor. Jesus não vem semear o pânico, mas a confiança e a esperança. É preciso rezar com o coração, sentir a Presença de Jesus em nós e em toda a parte, a fim de poder dialogar com Ele". Quando virá o Aviso, ou Purificação? Ninguém sabe. Como já dissemos, Mari Loli conhece o ano do evento, mas não a data. As meninas falam muito em "trevas", relacionadas ao momento do Aviso. Não parece que se refiram ao período da noite, pois o acontecimento alcançará o mundo inteiro, ao mesmo tempo, ou seja, todos os fusos horários. Terá lugar, portanto, dependendo da região, de madrugada, de manhã, à tarde, à noite... Acreditamos que o Aviso está perto, muito perto. Não se sabe se será o próximo evento entre os previstos, mas Jesus tem dito, e repetido, que Ele já está "às portas". E ainda há muita coisa por vir antes de Sua Chegada. Inclusive o Aviso. Não importa, porém, o "quando". O que precisamos recordar agora é algo de inestimável importância para nós: Jesus nos informou que, no Juízo Particular do Aviso, ou Purificação, nós NÃO SEREMOS JULGADOS PELOS PECADOS JÁ PERDOADOS EM CONFISSÃO E DOS QUAIS NOS TENHAMOS VERDADEIRAMENTE ARREPENDIDO. Conforme disse Vassula, devemos rezar muito, "e não por medo ou por dever, mas por amor". Assim, também, devemos confessar-nos principalmente por amor, para não conservarmos o nosso coração de tal forma carregado de pecados que magoemos a Deus. No entanto, Página 101 é bom sabermos, também, que se estivermos com o coração livre de pecados, pelo menos de grandes pecados, o Aviso não nos pesará tanto. Os pecados confessados e dos quais nos tenhamos arrependido JÁ TERÃO SIDO ESQUECIDOS POR JESUS. Vassula nos conta que, no momento da Purificação (que está tão próxima!), veremos a Deus. Jesus diz a nós que os olhos de nossa alma verão: "Aquele que em primeiro lugar vos teve nas Suas Mãos, os Olhos que em primeiro lugar vos viram, as Mãos d'Aquele que vos formou e abençoou... o Mais Terno Pai, vosso Criador, inteiramente revestido de um terrível esplendor, o Primeiro e o Ultimo, Aquele que é, que era e que há de vir, o Onipotente, o Alfa e o Ômega: o SOBERANO". E é Ele, esse Deus Onipotente, que também nos diz, por intermédio de Vassula: "Serão estes os Meus últimos avisos; Eu te digo solenemente: Desperta do teu profundo sono! Caminhas para a tua ruína; sacode o pó que te cobre e ressuscita dos mortos; O Fim dos Tempos está mais próximo do que pensas". AKITA - Japão AKITA _ Nossa Senhora de A seguir, as três mensagens de Nossa Senhora de Akita à Irmã Agnes: 6 de julho de 1973 "Minha filha, minha noviça, você tem me obedecido bem, abandonando tudo para me seguir. A doença em seus ouvidos é dolorosa? Sua surdez será curada, tenha certeza. A ferida em sua mão causa-lhe sofrimento? Reze em reparação pelos pecados dos homens. Cada pessoa nesta comunidade é minha filha insubstituível. Você reza direito a prece das Servas da Eucaristia? Então, vamos rezá-la juntas." "Sacratíssimo Coração de Jesus, verdadeiramente presente na Sagrada Eucaristia, eu consagro meu corpo e minha alma para ser inteiramente um com Vosso Coração, sendo sacrificado a cada instante em todos os altares do mundo e dando louvor ao Pai implorando pela vinda do Seu Reino. Por favor receba este humilde oferecimento de mim mesma. Use-me como Vós desejais para a glória do Pai e a salvação das almas. Santíssima Mãe de Deus, nunca me deixe ficar separada de Vosso Divino Filho. Por favor defendei-me e protegei-me como Vossa Especial Filha. Amém." Quando a prece acabou, a Voz Celeste disse: "Reze muito pelo Papa, Bispos, e Sacerdotes. Desde o seu Batismo você tem sempre rezado fielmente por eles. Continue a rezar muito... muito. Diga ao seu superior todo que se passou hoje e obedeça-o em tudo que ele lhe dirá. Ele pediu que você ore com fervor." 3 de agosto de 1973 MEEU MARIA - MÃE DA TERRA "Minha filha, minha noviça, você ama o Senhor? Se você ama o Senhor, ouça o que eu tenho a lhe dizer. É muito importante... Você irá comunicar isso ao seu superior. Muitos homens neste mundo afligem o Senhor. Eu desejo almas para consolá-lo, para aliviar a ira do Divino Pai. Eu desejo, com meu Filho, almas que reparem através de seu sofrimento e sua pobreza pelos pecadores e ingratos. De modo a que o mundo possa conhecer Sua ira, o Pai Celeste está preparando para infligir um grande castigo em toda a humanidade. Com meu Filho eu tenho interferido tantas vezes para aplacar a ira do Pai. Eu tenho evitado a vinda de calamidades oferecendo a Ele os sofrimentos de meu Filho na Cruz, Seu Precioso Sangue, e almas amadas que O consolem formando uma corte de almas vítimas. Oração, penitência e sacrifícios corajosos podem aliviar a ira do Pai. Eu desejo isto também para a sua comunidade... que ela ame a pobreza, que ela se santifique e reze em reparação pelas ingratidões e ultrajes de tantos homens. Recitem a oração das Servas da Eucaristia com consciência do seu significado; coloquem-na em prática; ofereçam em reparação (o que quer que Deus envie) pelos pecados. Deixe cada uma esforçar-se, de acordo com sua capacidade e posição, para oferecer a si mesma ao Senhor. Mesmo em uma instituição secular a oração é necessária. Almas que desejam orar já estão a caminho de serem reunidas. Sem prender-se demasiadamente à forma, sejam fiéis e fervorosas na oração para consolar o Mestre." Após um silêncio: "O que você está pensando em seu coração é verdade? Você está realmente decidida a tornar-se a pedra rejeitada? Minha noviça, você que deseja pertencer sem reserva ao Senhor, a tornar-se a esposa digna do Esposo, faça seus votos sabendo que você deve ser pregada à Cruz com três cravos. Estes três cravos são a pobreza, a castidade, e a obediência. Dos três, a obediência é o fundamento. Em total abandono, deixe-se guiar pelo seu superior. Ele vai saber entendêla e dirigi-la." 13 de outubro de 1973 "Minha querida filha, ouça bem ao que eu tenho a lhe dizer. Você irá informar seu superior." Após um curto silêncio: "Como eu lhe disse, se os homens não se arrependerem e melhorarem, o Pai irá infligir uma terrível punição a toda a humanidade. Será uma punição maior do que o dilúvio, tal como nunca se viu antes. Fogo irá cair do céu e vai eliminar uma grande parte da humanidade, os bons assim como os maus, sem poupar nem sacerdotes nem fiéis. Os sobreviventes irão ver-se tão desolados que irão invejar os mortos. As únicas armas que irão restar para vocês serão o Rosário e o Sinal deixado pelo Meu Filho. Recitem todos os dias as Página 102 orações do Rosário. Com o Rosário, rezem pelo Papa, os bispos e os sacerdotes. A obra do maligno vai infiltrar-se até mesmo dentro da Igreja de tal modo que se verão cardeais opondo-se a cardeais, bispos contra bispos. Os sacerdotes que me veneram serão desprezados e combatidos pelos seus confrades... igrejas e altares saqueados; a Igreja ficará cheia daqueles que aceitam compromissos e o demônio vai pressionar muitos sacerdotes e almas consagradas a deixarem o serviço do Senhor. O demônio vai ser especialmente implacável contra as almas consagradas a Deus. O pensamento da perda de tantas almas é a causa de minha tristeza. Se os pecados aumentarem em número e gravidade, não haverá mais perdão para eles. Com coragem, fale ao seu superior. Ele saberá como encorajar cada uma de vocês a rezar e fazer obras de reparação. É o Bispo Ito, que dirige a sua comunidade." E Ela sorriu e então disse: "Você ainda tem algo a perguntar? Hoje é a última vez que eu vou falar com você em viva voz. De agora em diante você irá obedecer aquele que foi enviado para você e seu superior. Reze muito as orações do Rosário. Eu sozinha ainda sou capaz de salvar vocês das calamidades que se aproximam. Aqueles que colocarem sua confiança em mim serão salvos." ANGÜERA - Brasil ANGÜERA , Nossa Senhora de Mensagens de Maria "Queridos filhos. Prometo socorrer, na hora da morte, todos aqueles que tornarem conhecidas as Minhas mensagens. Muitas pessoas vêm aqui, levam as mensagens para casa, mas não as põem em prática. Por que? Sabei, Meus filhos, as graças serão em abundância para os que puserem em prática os Meus apelos nestas mensagens. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 10/05/88 "Queridos filhos. A paz do mundo está ameaçada e por isso venho do Céu para chamar-vos à conversão. Não venho para ser louvada, mas meu desejo é conduzir-vos ao Meu JESUS, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. quando vier o castigo do Céu, salvarse-ão somente aqueles que rezam e os que não rezam hão de se arrepender-se da vida transcorrida sem Deus, mas será tarde. Sou a vossa Mãe, e fico triste por aquilo que vos espera. Rezai. Rezai. Rezai. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abenço: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 12/09/92 "Queridos filhos. Agora mais do que nunca é necessário rezar. Eis que se aproxima o tempo dos grandes acontecimentos que vos anunciei no passado. Rezai. A IRA DE DEUS NÃO TARDARÁ EM VOS MEEU MARIA - MÃE DA TERRA GOLPEAR. Fazei penitência, pedi perdão; reconciliaivos com Deus; acreditai firmemente em Seu Evangelho para serdes salvos. Eu sou a vossa Mãe e vos digo mais uma vez algo: que é preciso rezar! Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 10/09/92 "Queridos filhos. SOU A RAINHA DA PAZ. Nesta noite, convido-vos a rezar pelo Brasil. Se ficardes de braços cruzados, não sereis capazes de sentir a benção de DEUS sobre o vosso país. Deus Pai quer abençoarvos e quer dar-vos a graça da paz para a vossa nação. amai cada vez mais a Santíssima Trindade, porque o Céu vai proporcionar-vos alegria. As críticas e os xingamentos não são os meios viáveis para resolver a situação dovosso país. Rezai agora como nunca e vereis caí do Céu bençãos e graças sobre vós, brasileiros. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 22/09/92 "Queridos filhos. Eu sou a vossa Mãe e vossa condutora. Não vos preocupeis com vossos problemas. Tende confiança em minha especial proteção. Não desanimeis, pois JESUS vos ama e quer vos salvar, por isso como Mãe vos peço: Arrependei-vos, mudai de vida, afastai-vos definitivamente de todo o mal. Continuai a rezar. Rezai sobretudo o Santo Rosário. Entregai a MIM a vossa própria vida e Eu vos farei conhecer o Amor de Deus e Seu desejo em relação a vós. Coragem não percais a esperança. Eu já vos disse e repito: SOU A VOSSA MÃE e bem sabeis o quanto é grande o amor da mãe por seu filho. Portanto alegraivos. No Céu vos espero com alegria. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 15/05/93 "Queridos filhos. Sou a vossa Mãe dolorosa. Peçovos que continueis a rezar, pois somente a oração vos dá a verdadeira paz. Vede como o pecado se alastra causando a morte espiritual em muitas almas. Peço-vos, portanto, que vos afasteis de todo o mal e convertei-vos para serdes salvos. Eu sou a vossa Mãe e vos amo. Quero que sejais felizes, mas quero dizer-vos que a verdadeira felicidade está em Deus. Ide, pois, ao encontro do Senhor! Ele vos espera de braços abertos. Segui-Me pelo caminho da oração e da humildade! Não recueis! Não quero forçar-vos, mas o que digo deve ser levado a sério. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 20/08/93 Página 103 "Queridos filhos. Não vos sintais sozinhos. Eu estou ao vosso lado e por isso nada deveis temer. Tende coragem e avançai no caminho da conversão. Deus enviou-Me até vós para ajudar-vos. Viveis num tempo pior que nos tempos do dilúvio e correis o risco de vos perder eternamente. Portanto, chegou a vossa hora. Não fiqueis de braços cruzados. Meu Jesus espera de vós grandes coisas. Voltai. Meu Senhor vos espera de braços abertos. vivei com alegria e testemunhai com coragem o Evangelho do Meu Filho. Lede todos os dias as Palavras de Deus, que nos orientam e nos mostram o caminho da salvação. Eu sou a Rainha da Paz e desejo oferecer a verdadeira paz. O mundo de hoje precisa aceitar a paz, do contrário, continuará caminhando para um grande abismo. Arrependei-vos, portanto, pois o arrependimento é o primeiro passo a ser dado no caminho da conversão. Abri vossos corações a Mim e Eu vos conduzirei sempre ao Deus da salvação e da PAZ. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 24/08/93 "Queridos filhos. Eu vos amo e estou ao vosso lado, mesmo quando vos afastai de Meu Jesus. Chamo-vos hoje, a viver com fidelidade o Evangelho do Meu filho. MEU FILHO é a verdade e somente Ele, que é o caminho, a verdade e a vida, vos libertará. Meu filho deseja a vossa salvação, por isso, enviou-Me até vós, sei que tendes liberdade, mas como Mãe vos peço: sede obedientes ao Meu Filho. Foi por amor a vós que Ele entregou-se morrendo na cruz. Eis que chegou o momento em que deveis retribuir este amor; entregaivos também vós a DEUS, para que possais ser salvos. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 24/10/92 "Queridos filhos: Rezai para que satanás não vos engane. O demônio tem destruido a fé de muitos e levados muitos de meus pobres e inocentes filhos à perdição. O demônio penetrou até mesmo no interior da Igreja do Meu filho Jesus, arrastando para o abismo do pecado grande numero de sacerdotes. Não temais. falai a verdade, sempre a verdade, pois somente assim sereis salvos. sou a vossa Mãe que repete a mesma canção: voltai, voltai, voltai. Se não vos converterdes, a IRA de Deus cairá sobre vós. Sou a vossa Mãe e sofro por causa de vossos pecados. Convertei-vos. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 31/10/92 "Queridos filhos: Olhai hoje para o Meu Esposo José e imitai-O em suas virtudes para poderdes crescer no caminho que estou a indicar-vos. Pedí a São José a proteção para a vossa família. Não podeis imaginar o quanto Ele pode na presença de Deus. Consagraí a MEEU MARIA - MÃE DA TERRA vossa família a São José e vereis o quanto crescereis na vida espiritual. Rezaí a São José e Ele será o vosso grandioso defensor. Rezai com Ele por vós e pela salvação do mundo. A começar pela salvação das famílias. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz." Rainha da Paz, Angüera 19/03/93 BELLEVILLE - USA BELLEVILLE, Nossa Senhora em Nossa Senhora apareceu a Ray sob cinco diferentes invocações, e ele Lhe perguntou o motivo; a resposta foi esta: "Para mostrar que Eu sou a mesma pessoa em todas as aparições através dos séculos. Eu sou a Imaculada Conceição sempre Virgem, e Mãe de Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo, e Medianeira entre o Céu e a Terra". Palavras de Nossa Senhora: "Minha mensagem para vocês é a mesma que tenho dado pelos séculos e é a mesma que tenho dado por todo o mundo nos dias de hoje. Ensinem os outros a amar e servir a Deus. Espalhem Seu amor a todos que escutarem, e através de palavras e orações. Há muitas pessoas hoje que querem ouvir, mas escutam coisas erradas. Primeiro encontrem amor e paz e a total conversão em seus próprios corações. Vivam, mostrem e ensinem isso aos outros, e como rezar. As pessoas precisam mostrar a todos os nossos líderes que queremos paz, e paz com Deus, e o que Ele deseja, e então - e somente então - a paz virá. Através da oração, muitas catástrofes podem ser evitadas. O grande castigo já começou. A oração é o único caminho para amainar estes eventos que acontecerão se o homem não aprender a encontrar Deus em seu coração e em sua alma. Estamos em um tempo conturbado agora. Vocês acham que o terremoto no Japão, as grandes enchentes, secas e o calor nos estados do leste e do sul nos Estados Unidos são apenas um acontecimento? Eles são sinais do Céu para mudar nosso caminhos aqui na terra, e o único caminho é a total conversão do coração a Deus através da oração; a oração é a única resposta. São Miguel Arcanjo é nosso protetor e eu lhes digo solenemente que tenham fé e confiança nele, e o amem. Não tenham medo. Não fiquem ansiosos ou curiosos demais! Ao contrário, vigiem constantemente, pois não sabem a que hora Ele virá. Lembrem-se sempre e não se esqueçam de que meu divino Filho está sempre com vocês. Ele está com vocês em Seu Amor, na Eucaristia, em Suas Palavras, em outras pessoas, e escutem aos seus próprios corações batendo, que é Ele em vocês, permitindo que seus corações batam! O mundo hoje está em pior condição do que nos dias de Noé e do grande dilúvio. Página 104 Quem Me ataca, através de Meu nome e com blasfêmias, ataca também a Jesus, e Ele protegerá Sua Mãe, da mesma forma que vocês protegeriam as suas. Não deixem que as coisas materiais os escravizem, fazendo-os esquecer seu Pai no Céu, porque no final elas não significam nada! Vocês só podem levar o amor de Deus com vocês para o Paraíso. Esta é uma de minhas promessas feitas ao mundo que vocês não estarão sozinhos na hora de sua morte, se rezarem o rosário com fé. Profecias: "A única maneira de vencer estas guerras é através de oração e amor e total conversão do coração, e não com bombas e munição. Quando o homem encontrar amor em seu coração por tudo o que Deus criou, então haverá paz." "Rezem para que Meus Bispos e sacerdotes permaneçam leais a Mim e darei a eles abundantes graças, e aqueles que são infiéis sofrerão muito. Rezem por eles!" "Estarei sempre com vocês, e sempre se lembrem de que, no fim, Meu Coração Imaculado triunfará!" "Rezem pelo Papa, pois ele continuará sendo Papa por pouco tempo." "Quando Eu não estiver mais com vocês, vários milagres Eucarísticos serão concedidos para lembrar aos homens a verdade sobre este sacramento de amor, de sacrifício no Calvário. Estes milagres fortalecerão sua fé fraca. Estes sinais serão dados a todos, nenhuma nação será esquecida." "Logo batalharei com o maligno, e minha armadura, meu escudo e espada serão os muitos rosários e orações, e com eles derrotarei Satanás! Alguns verão, outros não. Os que virem precisam ver porque isso os trará de volta a Deus, e os que não virem já estão nas Graças de Deus. Os que virem contarão aos outros, e este é o sinal que trará muitas pessoas de volta a Deus!" "O que foi previsto em Lourdes foi cumprido. O que foi dito em Fátima está sendo cumprido agora, e o que está sendo dito em Mediugórie e em todas as minhas aparições no mundo é um aviso ao mundo de que o homem deve retornar a Deus! Eu lhes digo estas coisas por amor, como Mãe amorosa de todos, pois o tempo está se esgotando!" "Eu lhes digo, meus filhos, o mundo todo está se colocando em posição para o arrebatamento. O surgimento deste governo mundial, a Comunidade Européia, a ditadura do anti-Cristo, as grandes tribulações, Armagedon, e a segunda vinda de Cristo. Todos estes sinais serão causa de preocupação, mas escutem Minhas palavras. Para aquele que crê, será o tempo de júbilo se estiver nas graças de Deus. Por isso estou com vocês, para prepará-los para tudo isso, como Mãe amorosa." MEEU MARIA - MÃE DA TERRA "Não escutem àqueles que dizem "tal ano, tal mês e dia". Eu lhes digo: ninguém sabe, somente o Pai sabe a hora em que isso tudo irá acontecer. Eu lhes digo mais uma vez: Voltem a Deus através da oração, penitência, conversão e reconciliação de corpo e alma. Então estarão nas graças de Deus e não terão o que temer." BETÂNIA - Venezuela BETÂNIA - Nossa Senhora em Página 105 BRÉSCIA - Itália ROSA MÍSTICA, Nossa Senhora Na segunda aparição a Virgem apresenta-se de branco e em lugar das três espadas traz no peito três rosas: uma branca, uma cor-de-rosa e outra dourada. A Virgem disse a Pierina que o Senhor a enviara especialmente para ajudar aos sacerdotes e às ordens religiosas. Suas palavras foram mais ou menos assim: Palavras de Maria "Já te foi revelado, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige de ti: nada mais do que praticar o direito, amar a bondade e caminhar humildemente com teu Deus!" "Vim para reconciliá-los, para buscá-los para infundir-lhes a fé, que tem desaparecido no barulho e no frenesi de uma era atômica a ponto de explodir. Minha mensagem é de fé, amor e esperança. Mais que qualquer outra coisa, ela aponta para a reconciliação entre povos e nações. Esta é a única coisa que pode salvar este século da guerra e da morte eterna... Se não ocorrer uma mudança e uma conversão de vida, perecerão sob fogo, guerra e morte.". Em aparições subseqüentes, Maria contou à Maria Esperanza que a humanidade enfrentaria um momento decisivo em meados da década de 1990. Cresceria gravemente o perigo de uma guerra massiva, envolvendo a Ásia e as antigas repúblicas soviéticas. No início dos anos 70 Maria Esperanza foi informada de que a Rússia agiria de forma imprevista, quando menos se esperasse, nesse período crítico de decisão. Maria avisou também que um aviso estava a ponto de abater-se sobre a humanidade: "Está para vir o grande momento de um grande dia de luz. As consciências deste povo amado deverão ser violentamente sacudidas, a ponto de fazê-los "pôr a casa em ordem" e oferecer a Jesus a justa reparação pelas infidelidades diariamente cometidas pelos pecadores...". O que Maria pede aos que acreditam na autenticidade de suas aparições em Betânia? Ela nos diz: "Perdoem-se mutuamente. Amem-se mutuamente. Sirvam-se mutuamente. Rezem pela Igreja. Rezem pelos sacerdotes. Voltem aos Sacramentos, filhinhos queridos. Confessem os seus pecados, enquanto o sol ainda brilha. Sacrifiquem-se pela conversão dos pecadores e pela paz do mundo. Todos vocês são filhos de Deus. Todos são amados". Poder-se-ia dizer que os Céus estão mesmo saindo do seu caminho para conscientizar-nos da presença de Jesus na Eucaristia e da urgência de emendarmos nossa vida, antes que seja tarde demais. "Sou a Mãe de Jesus e Mãe de todos vocês". "Nosso Senhor me envia para implantar uma nova devoção mariana em todos os institutos tanto masculinos como femininos, nas comunidades religiosas e em todos os sacerdotes. Eu prometo-lhes que se venerarem desta maneira especial, gozarão particularmente de minha proteção e haverá um florescimento de vocações religiosas. Desejo também que o dia 31 de cada mês seja consagrado como dia mariano e os doze dias precedentes sirvam de preparação com orações especiais, e o dia 13 de julho de cada ano seja dedicado à "Rosa Mística". A Virgem explicou também o significado das espadas e das três rosas: A primeira espada: representa a escassez das vocações. A segunda espada: representava os pecados mortais dos sacerdotes, monges e monjas. A terceira espada era por causa dos sacerdotes e monges que cometem a mesma traição de Judas. A Rosa branca: o espírito de oração. A Rosa Vermelha: o espírito de expiação e sacrifício. A Rosa dourada: o espírito de penitência. A terceira aparição ocorreu na capela do hospital de Montechiari, durante a celebração eucarística. Maria Rosa Mística disse: "Meu Divino Filho, cansado das incessantes ofensas, quer dar curso à sua justiça e quer colocar-me como intermediária entre os homens e em particular entre as almas dos religiosos e Ele". A vidente agradece em nome de todos os presentes e ela resoponde: "Vivei de amor". Na quarta aparição a Virgem suplica oração e penitência, pedido que se repete na quinta aparição. Na sexta aparição, Maria expressa o desejo de que em Montechiari seja venerada sob a invocação de "Rosa Mística", unida à veneração de seu Coração Imaculado, especialmente nos conventos e Institutos Religiosos. Na sétima aparição, a Virgem disse sorrindo: "Eu sou a Imaculada Conceição, sou a Mãe da Graça, Mãe de meu Divino Filho, Jesus Cristo, quero que ao meio-dia de cada 8 de dezembro seja celebrada a "hora da graça" por todo o mundo e prometo que mediante esta devoção serão alcançadas graças para a alma e para o corpo". MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Depois destes acontecimentos, Pierina passou vários anos em Bréscia como ajudante em um convento de religiosas. Em 1966 começa a segunda etapa das aparições. Em fevereiro desse ano Pierina volta a ver a Virgem e lhe anuncia que aparecerá no dia 17 de abril em Fontanelle, um bairro de Montechiari. Nesse lugar havia uma fonte numa gruta onde ocorreram várias curas físicas e espirituais. A Virgem apareceu no dia anunciado e assim se manifestou: "Meu divino Filho Jesus é todo amor e me enviou para dar um poder milagroso de cura a este fonte... Que os enfermos e todos os meus filhos peçam perdão a meu Divino Filho, beijem com muito amor a Cruz, tirem água da fonte e bebam-na... Desejo que os enfermos e todos meus filhos venham à fonte da graça". Nossa Senhora manifestou mais vezes. Em Fontanelle, disse, no dia 6 de agosto: "Meu divino Filho Jesus me envia novamente aqui para pedir a formação da Liga Mundial da Comunidade Reparadora, que deve ter início no próximo 13 de outubro e estender-se por todo o mundo todo a cada ano". EMMITSBURG - USA ALEGRIA, Nossa Senhora da Palavras de Nossa Senhora: "É tempo, Meus pequenos, de vocês começarem a viver na unidade. Há pessoas demais vivendo nos caminhos da divisão e da crueldade, pela falta de bondade. Por favor, retornem a Deus. Rezem com o coração e Ele os guiará para viverem na unidade através do amor. Por favor, por favor, por favor, amem-se uns aos outros. Como posso dar-lhes novas mensagens se vocês não estão vivendo as que já existem?" Lembrem-se, meus pequenos, que se vocês não conseguem ser pacientes com suas próprias imperfeições, como podem esperar que os outros sejam perfeitos? Suportem com paciência todas as tribulações, suas e dos outros. Olhem para Jesus. Ele os ama. Há expectativas demais nos homens, e isto resulta em impaciência, amargura e ódio." Mensagem de 24 de novembro de 1993, que Nossa Senhora pediu que fosse lida a todos: "Meus pequenos, vocês sabem que, pela atual condição do mundo, se Eu viesse até vocês apenas uma vez, ninguém ouviria Meus apelos? Mas, como Meu Filho os ama tão incondicionalmente, Ele Se humilhou permitindo- Me vir até vocês de maneira constante, para ajudá-los e pedir-lhes seu amor incondicional. Como Mãe de vocês, Eu lhes peço que se humilhem para Meu FIlho. Vão diante dele no Santíssimo Sacramento, cubram-No de amor, para que Ele atenue o que está para vir. Não peçam que Ele satisfaça seus desejos Ele sabe do que vocês precisam para a felicidade eterna. Simplesmente amem-No, louvem-No, pois Ele é o Deus de vocês. Ele é o Filho de Deus. Página 106 Vocês todos se tornaram muito indiferentes, falhando em descobrir quem é seu Deus. Sua maneira mortal e humana de agir causou divisão e espalhou a destruição, por causa de seus desejos de controle. Agora lhes peço, nestes últimos dias em que estarei aqui, que amem Jesus e sigam Seus caminhos, como está nas escrituras. Não há ninguém de vocês que ame Meu Filho sem esperar consolação em troca? Como posso ajudá-los se, quando Ele os testa, vocês não Me permitem ser sua Medianeira da Graça? Ponham de lado seus desejos humanos e olhem para o que é divino. Eu os abençôo, Meus pequenos. Eu os amo e agradeço por tomarem a sério este chamado ao amor. Paz a vocês, em nome de Jesus. Ele é o Deus de vocês, quer o reconheçam ou não. Dia virá em que todos saberão a verdade. Paz." "Meu Filho deseja agraciá-los com muitas virtudes, mas primeiro os vícios da carne precisam ser moderados. Meu Filho deseja que todos recebam Minhas virtudes de paciência, fé, amor, doçura, sabedoria, caridade, humildade, obediência e esperança, e oração." "Descansem no Sagrado Coração de Meu Filho. Se levantarem suas cabeças de Seu jugo, vocês serão feridos. Olhem para Ele! Jesus é sua proteção, amor, e íntimo amigo. Abençoados os mansos e humildes de coração. Simples, ainda que tão consumidos pela chama de Seu Sagrado Coração, vocês são todos chamados a ser santos, sendo mansos e humildes de coração. Olhem para Meu FIlho. Ele irá moderar seus vícios com amor. O amor filtrará suas almas e consumirá todo o seu ser." "Eu os amo, Meus filhinhos, e lhes dou Meu maior tesouro, Meu Filho, Meu Coração." FÁTIMA - Portugal FÁTIMA - Nossa Senhora de 1. AS APARIÇÕES DO ANJO O anjo de Fátima, como os anjos bíblicos, preparou os caminhos do Senhor. A primeira aparição deu-se durante a primavera de 1916, no lugar chamado "Cabeço". Lúcia, Francisco e Jacinta viram "uma luz mais branca que a neve, com a forma de jovem transparente, mais brilhante que um cristal, atravessado pelos raios do sol". - Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo. Ajoelhando-se, mandou repetir às crianças três vezes: - Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Depois, ergueu-se e disse: - Orai assim. Os corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas. A segunda aparição teve lugar durante o Verão, junto do poço do quintal da casa de Lúcia. - Que fazeis? Orai! Orai muito! Os corações de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios. - Como nos havemos de sacrificar? - De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí, assim, sobre a vossa Pátria, a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar. A terceira aparição deu-se no Outono, de novo na Loca do Cabeço. As crianças começaram a rezar "Meu Deus, eu creio, ..." quando deram conta que sobre elas brilhava uma luz desconhecida. Viram, então, o Anjo, que segurava na mão esquerda um cálice, sobre o qual estava suspensa uma hóstia. Desta caíam dentro do cálice algumas gotas de sangue. O Anjo ajoelhou diante delas e convidou-as a repetir por três vezes a seguinte oração: - "Santíssima Trindade, pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente, e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E, pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores". Em seguida, o Anjo ergueu-se, tomou de novo o cálice e a hóstia, que tinham ficado suspensos no ar e deu a hóstia à Lúcia e o que continha o cálice ao Francisco e à Jacinta, dizendo ao mesmo tempo: Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o Vosso Deus. 2. AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA O dia 13 de Maio de 1917 era Domingo. Depois de terem ido à Missa à paróquia, as crianças tinham levado as ovelhas a pastar para um lugar a dois quilômetros de Aljustrel, chamado "Cova da Iria". O céu estava azul e claro, mas, a dado instante, pareceu-lhes ver um relâmpago. Receando tempestade, juntaram o gado para o conduzir para casa. De repente, viram outro clarão... e ali, a poucos passos deles, sobre uma pequena azinheira, apareceu a figura de "uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz, mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente". - Não tenhais medo. Eu não vos faço mal. - Donde é Vossemecê? - Sou do Céu. - E que é que Vossemecê me quer? - Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. - E eu também vou para o Céu? - Sim, vais. - E a Jacinta? - Também. - E o Francisco? Página 107 Também, mas tem que rezar muitos terços. Lúcia fez ainda mais algumas perguntas. Por fim, Nossa Senhora perguntou-lhes: - Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores? - Sim, queremos. Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto. Ao dizer estas últimas palavras, Nossa Senhora abriu as mãos, num gesto acolhedor de Mãe, oferecendo o seu Coração. Um misterioso reflexo de luz desceu até às crianças penetrando-lhes a alma e fazendo-as verem-se envolvidas em Deus, "mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos", - diz Lúcia. Finalmente, Nossa Senhora acrescentou: Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra. No dia 13 de Junho, os pastorinhos, acompanhados de algumas pessoas, estavam a rezar o terço, quando, de novo, viram o misterioso clarão. Lúcia iniciou o diálogo: - Vossemecê que me quer? Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero. Lúcia pediu a cura de um doente. Nossa Senhora respondeu: - Se se converter, curar-se-á durante o ano. - Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu. - Sim, a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação e serão queridas por Deus, como flores postas por mim a adornar o Seu trono. - Fico cá sozinha? - Não, filha. E tu sofre muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus. No dia 13 de Julho foi já uma multidão a acompanhar os pastorinhos. Viu-se o costumeiro clarão. Lúcia começou o diálogo: - Vossemecê que me quer? - Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer. Lúcia apresentou a Nossa Senhora diversos pedidos e continuou: MEEU MARIA - MÃE DA TERRA - Queria pedir-lhe para nos dizer quem é, para fazer um milagre com que todos acreditem que vossemecê nos aparece. - Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi quem sou, o que quero, e farei um milagre que todos hão-de ver e acreditar. Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria. Neste momento o reflexo misterioso penetrou a terra. Os pastorinhos, assombrados, contemplaram a horrível visão do inferno. Assustados, e como que a pedir socorro, levantamos, - diz Lúcia - a vista para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza: Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XII, começará outra pior. Quando virdes um noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé. Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco podeis dizêlo. Depois destas importantes declarações, Nossa Senhora continuou: - Quando rezais o terço, dizei, depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem. No dia 13 de Agosto não houve aparição de Nossa Senhora porque o Administrador de Vila Nova de Ourém prendeu os pequenos e levou-os para a Vila. Ali os reteve injustamente durante três dias, submetendo-os a múltiplos interrogatórios e ameaçando-os com violentos castigos. Por fim, não tendo conseguido obter deles nem a retratação da veracidade das aparições, nem a revelação do segredo, entregou-os aos pais. Página 108 A multidão esperou em vão, nesse dia, pelos pastorinhos. Nosso Senhor, porém, realizou alguns prodígios extraordinários, que a todos consolaram e convenceram mais da veracidade das aparições. No Domingo seguinte, 19 de Agosto, Nossa Senhora tornou a aparecer num lugar chamado "Valinhos". - Que é que Vossemecê me quer? - Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. A Lúcia apresentou, depois, alguns pedidos que Nossa Senhora atendeu. E, tomando um aspecto mais triste, terminou dizendo: - Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas. No dia 13 de Setembro, a multidão ultrapassava já as 25 mil pessoas. As crianças chegaram com dificuldade ao local das aparições. Pouco depois, a Santíssima Virgem manifestou-se e disse: - Continuem a rezar o terço, para alcançarem o fim da guerra. Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, S.José com o Menino Jesus para abençoarem o mundo. Como das outras vezes, Lúcia transmitiu a Nossa Senhora vários pedidos. Por fim, Nossa Senhora, refreando o espírito mortificado dos pastorinhos, acrescentou: - Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia. No dia 13 de Outubro, não obstante a chuva torrencial que encharcara e enlameara os caminhos, dificultando a subida da serra, a multidão ultrapassou as 50.000 pessoas. Era meio-dia solar, quando começou o diálogo: - Que é que Vossemecê me quer? - Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas. Depois, tomando um aspecto mais triste, disse: - Não ofendam mais a Nosso Senhor, que já está muito ofendido! Quando Lúcia viu que Nossa Senhora se elevava, e que o seu brilho continuava a projetar-se no sol, num movimento instintivo apontou para o sol, e, com um grito espontâneo, recomendou: - Olhem para o sol! MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Foi então que se realizou o milagre prometido por Nossa Senhora três meses antes. O Céu que, até então, tinha estado coberto de nuvens negras, rasgou-se, deixando ver o sol. Este tomou a forma e a cor de um disco prateado que não feria a vista. Ao mesmo tempo, começou a girar vertiginosamente sobre si mesmo, como uma roda de fogo de artifício. Por três vezes, desceu até à altura do horizonte, como que ameaçando cair sobre a terra. Brilharam no sol todas as cores do arco-íris que se refletiram na paisagem, na terra, nas árvores e nas pessoas. O espetáculo durou cerca de um quarto de hora. A multidão assistia ao acontecimento atemorizada: chorava, gritava, invocava a misericórdia de Deus e da Santíssima Virgem, e pedia perdão para as suas culpas. Lúcia, mergulhada no êxtase, não tinha contemplado o fenômeno solar, mas, imediatamente depois, pôde contemplar uma série de visões multiformes que ela descreve com sobriedade: "Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, S.José com o Menino, e Nossa Senhora vestida de branco com um manto azul. S.José com o Menino pareciam abençoar o mundo, com uns gestos que faziam com a mão, em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o mundo da mesma forma que S.José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ainda ver Nossa Senhora em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo". ITAPERUNA - Brasil Mãe do Infinito Amor, Nossa Senhora Palavras de Nossa Senhora: "Filhinhos, usem o terço como uma arma contra o inimigo, usem a Bíblia como um escudo, assim fazendo nada os atingirá." (13/06/95) "O terço é a arma maior que eu deixei para vocês, sempre tenham um à mão." (01/07/95) "O terço é e sempre será a arma mais perfeita para que o mal não se instale na Terra." (08/07/95) "Vocês me chamaram com o terço. Por isso estou aqui. Chamem por mim mais vezes. Quero lhes dar o meu amor de mãe." "Quando quiserem me agradecer com o coração, agradeçam rezando o Rosário." (08/10/95) "Difundem o Santo Rosário!" (28/10/95) "Livrem-se dos seus pecados através da confissão e procurem comungar quantas vezes puderem e, principalmente, rezem o Rosário. Assim fazendo, receberão do Céu as luzes e graças do Espírito Santo, que os envolverá com tanta força, como nunca os envolvera antes e ainda vocês sentirão Página 109 esta força e ela irradiará, envolvendo todos que estiverem à sua volta." (09/12/95) "Esta Terra, Brasil, é Terra abençoada." "Em 12 de outubro de 1995 dou por escrito a seguinte mensagem que, por ordem de Jesus, vou ditar; pois Ele foi quem me pediu para tomar o Brasil; claro que também era minha vontade mas só pude tomá-lo com ordem de meu Filho." Eis as palavras que Jesus dirigiu a mim: "Mãe-Mulher: toma esta terra, toma este pedaço de chão, no qual ponho minha complacência, pois minha misericórdia é infinita e divinamente grande para com esse povo que sofre amarguras, esse povo que te ama, e Me adora. Tu, Mulher, mesmo que alguns não queiram, moras em cada coração. Vejo a tua aflição com esse povo. Teus pedidos, Mãe, não foram em vão, teu Pai te concedeu a honra de tomares esta TERRA. Não só esta Terra, mas também outras, que daqui por diante irás tomar. Tu, como nas "Bodas de Caná", foste persistente, pois tu sabes que conseguirás o que quiseres e é por isso que esse povo te ama. Ninguém tem a coragem que tu tens. Tu confias em Deus, e fazes com que muitos confiem também, pois Eu também sei que em teu coração, essa gente, esse povo, encontrará a paz, em todo contexto que essa palavra significa: a paz." Jesus, como vêem, é eternamente bondoso e eu, como mãe, fico orgulhosa de ouvir de meu Filho que vocês me amam. Shalom!" "Façam visitas regulares a Jesus presente no Santíssimo Sacramento. Não percam a oportunidade de se achegarem mais a Deus." (03/02/96) "Filhos, é necessário que façam momentos de adoração a Jesus, no Santíssimo Sacramento. Aflita eu lhes peço: procurem a Jesus, procurem a Jesus, procurem a Jesus, procurem a Jesus! Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida." (24/03/96) "Continuem sendo cada vez mais HUMILDES E ADORADORES DO DEUS DA VIDA." (13/04/96) "Orem principalmente na presença do Deus Sacramentado. Ele está vivo! Ele está no meio de vocês! Ele quer seus corações." (24/04/96) "A pedra rolou e de dentro do túmulo aparece Jesus vivo. Este é o sentimento que devem ter ao verem a porta do Sacrário se abrir. É Ele que está no Pão." (18/05/96) "Filhos, não esqueçam Jesus que está no Santíssimo Sacramento. Ele quer a sua adoração, Ele quer o seu louvor, Ele quer o seu amor. Sejam fiéis a Jesus." (24/07/96) "Filhos, aqui neste lugar existe uma água que desce do céu. Esta água tem muitos poderes, porque ela passa no meu coração, filtrando-se." (24/08/96)" Nota: A fonte de água na Fazenda Boa Esperança foi o sinal prometido por Nossa Senhora para testemunhar a autenticidade das aparições em Itaperuna MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Mensagem de Jesus "Este lugar, como já disse, é santo, esta água, como Minha Mãe disse, é poderosíssima, este lugar permanecerá aqui; esta água nunca acabará. Por isso, sempre, sempre, sempre se lembre deste lugar que é santo, deste lugar que Eu pisei, deste lugar que Minha Mãe pisou. Venham aqui outras vezes, pois com certeza estarei aqui ouvindo seus pedidos, estarei aqui junto com Minha Mãe para recebê-los, porque este lugar é cercado das obras de Deus, e, onde estão as obras de Deus, aí estou Eu, aí está também a Minha Mãe." (24/10/96) MEDJUGORE - Bósnia MEDJUGORE, Nossa Senhora de Resumo dos pedidos de Nossa Senhora ROSÁRIO completo - reza diária (Mistérios Gozosos, Mistérios Dolorosos e Mistérios Gloriosos; MISSA - participação diária, ou pelo menos aos Domingos, com comunhão BÍBLIA - leitura diária de pequenos trechos, vivenciando-os. Nas quintas-feiras, ler Mateus 6,24-34 JEJUM - praticá-lo às quartas e sextas-feiras, a pão e água, com mais amor e mais oração; CONFISSÃO - fazê-la mensalmente AMOR - "Desejo que vocês amem a todos com o meu amor, quer aos bons quer aos maus. O amor aceita tudo o que é duro e amargo por causa de Jesus que é amor Transmissão das Mensagens Nossa Senhora pede-nos que vivamos as suas Mensagens, que as plantemos em nossos corações e que as transmitamos aos outros. Que leiamos diariamente as mensagens e as transformemos em vida. Para manter-se informado sobre essas aparições você poderá solicitar, gratuitamente, o envio mensal do jornalzinho Eco de Medjugorje. Para obter maiores informações, bem como folhetos, estampa, livrinho com todas as mensagens etc., escreva para: SERVOS DA RAINHA (*) Caixa Postal 02576 70279-970 Brasília - DF Fone (061) 244-4949 (*) SERVOS DA RAINHA é uma Associação que tem como objetivo único e exclusivo a vivência e a difusão das mensagens da Rainha da Paz. Perleman - Holanda Todas as Nações, Nossa Senhora de Página 110 Em fevereiro de 1958 profetizou que Pio XII faleceria em princípios de outubro e de fato, o Santo Padre morreu a 9 de outubro. Profetizou o Concílio Vaticano II, a explosão de Chernobyl, a queda da União Soviética na visão na qual o "martelo" e a "cruz" se separam Também profetizou que o último dogma mariano que se proclamará será aquele pela qual a Virgem será chamada "Corredentora, Mediadora e Intercessora", especialmente, "Medianeira universal de todas as graças..." e alguns pensam que este dogma poderia ocasionar um cisma na Igreja... "O Japão se converterá", disse a Virgem. É curioso que nas aparições de Akita, no Japão, a imagem que chora e as mensagens são muito semelhantes às de Amsterdam. A Virgem preveniu a vidente contra uma guerra espiritual entre as mentes, provocada pelo humanismo e realismo, os paganismos atuais, piores que a guerra; os ataques do diabo não são dirigidos contra as pessoas, mas sim contra as mentes. Viu uma série de tormentas, inundações, terremotos, intrigas no Vaticano, desastres econômicos... e a Virgem implorou: "que todas as nações sejam uma só... buscai só o verdadeiro Espírito Santo... todos unidos, e eu guiarem o rebanho de Cristo para que haja um só rebanho e um só pastor". PINDAMONHANGABA - Brasil PINDAMONHANGABA , Nossa Senhora em Mensagem de Maria em 14 de agosto de 1994 A Consagração a todo momento Eu sou a Senhora Medianeira de todas as Graças. A paz de Meu filho Jesus esteja com todos vocês. Não fujam das suas obrigações para com o Meu Filho Jesus. A única maneira de Eu poder ajudá-los é com o arrependimento e a conversão de cada um. Mudem suas maneiras e seus costumes. Não aceitem ser manipulados. Fujam das armadilhas, de tudo que os faz pecar. Roguem ao Espírito Santo para que Ele os ilumine. São muitos os perigos destes tempos. O maligno está furioso e quer destruir tudo o que encontra pela frente. Convertam-se! Renovem a todo momento a Consagração ao meu Imaculado Coração. Não rejeitem os ensinamentos de sua Mãe do Céu. Eu só desejo a salvação de todos. Quero conduzir todos a meu Filho Jesus e o único meio é através da oração , penitência, consagração e participação nos Santos Sacramentos. O Sangue do Cordeiro foi derramado para pagar o pecado da humanidade. Foi para purificá-la, para libertála, foi para a salvação de vocês, meus pequenos filhos. Acolham Minhas súplicas e as do meu Filho Jesus antes que seja tarde. Os Meus Olhos estão voltados para vocês. Como dói ver os Meus filhos abandonando o caminho da Luz para ir pelo caminho das trevas. MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Não se iludam! No outro caminho; só estão se afastando da salvação1 Voltem enquanto ainda há tempo. A Misericórdia de Deus ainda não se esgotou. Eu, Mãe da Divina Graça, abençôo a todos. Mensagens de Maria em 29 de setembro de 1994 A Eucaristia é Jesus vivo Viste, minha filha, como Meu Filho está esquecido no Sacrário? Viste com que descaso se dirigem a Ele? Quando tu voltaste, foi Ele mesmo que a chamou para não ficar só. Ele deu a conhecer o que sentias, filha. É por isso que sentiste , naquelas horas santas, tristes, e na Missa, como as orações estavam sem amor. Sabe, filha, isso não está acontecendo só aqui, mas em todo o mundo. O Cordeiro imolado não é reconhecido nem muito desejado e nem respeitado. Hoje, filha são poucos os que vão à Igreja para adorar Meu Filho na Eucaristia. A Eucaristia é Meu filho Jesus, vivo, que se fez pão para os alimentar e sangue para lavar os seus pecados. Os corações estão frios como pedra e é este momento que vocês oferecem a Meu filho Eucarístico para O confortar. Ofereça, filha, estas orações por todos aqueles que não amam Meu Filho, a todos aqueles que não dão um minuto sequer a Ele em adoração. Sua geração pensa que Ele ainda está morto? Pois se enganam! Meu Filho vive e sente cada chaga que é aberta pelos pecados do mundo. Filha, espie, faça agrado a Meu Filho !Isso Me alegra como Mãe de Jesus e como Mãe de vocês. Quando consola seu Salvador, consola sua Mãe Celeste O que está acontecendo as famílias Eu, Mãe Medianeira de todas as Graças, preciso de mais e mais orações para que o plano de salvação seja completo com mais almas. Eu convido vocês pais, a ensinarem seus filhos a participar de mais orações, a vigiar suas vestes e afastá-los dos vícios. Isso só terá êxito se todas as famílias rezarem o Santo Terço em família. Isso só terá êxito quando se consagrarem ao Meu Coração Materno. Isso só terá êxito se fizerem orações e pedirem aos Anjos de sua guarda que lhes falem o que devem fazer e como fazer. O Anjos designados para os guardar conhecem a vontade de Meu Filho Jesus. Filha, o que está acontecendo nas famílias é fruto da educação fora do conhecimento da Palavra de Deus. Os Meus filhos estão perdidos, machucados, e o Meu adversário se aproveita para acorrentá-los. Vejo os Meus filhos como ovelhas indo ao matadouro. Venho salvá-los, mas poucos se deixam salvar por Mim. Estão cegos e surdos ao Meu Chamado e ao de Meu Filho. Rezem para que as trevas sejam destruídas e a Luz do Meu Esposo seja a Luz na vida de Meu pequenos filhos. Rezem pela sua conversão ! Só a oração enfraquecerá as insídias de Meu adversário, que está cada vez mais forte sobre os Meus filhos. Muitos laços Página 111 estão sendo armados para destruir os Meus pequenos filhos. Só a oração de cada família poderá destruir o maligno e seus companheiros. Rezem, pois os dias estão mais curtos e muitos de Meus filhos se afastaram da Luz Eu sou a Mãe Celeste, os abençôo. Mensagem de Maria em 30 de novembro de 1994 Jesus é o Supremo Senhor Meu Filho Jesus é rico e Misericordioso. A todos será infundido o Espírito Santo. Todos os povos dobrarão seus joelhos e reconhecerão que Jesus é o Supremo Senhor e Salvador. Só a Ele pertence toda a honra e toda a glória Rezem para que este dia chegue e não encontrem seus filhos ainda dormindo nas trevas do pecado. Haverá muito sofrimento e ranger de dentes, pois as ofensas que são dirigidas a Deus são muito grandes. A ira divina só será aplacada com muitas e muitas conversões e arrependimento, e que todos façam penitência em expiação dos ultrajes ao Imaculado Coração de Maria e ao Sacratíssimo Coração de Jesus .(Joel2,3) Mensagem de Maria em 14 de abril de 1997 O Armagedon espiritual já está se dá no meio de vocês. Eis que sou a Virgem da Imaculada. Sou a Mãe da Co- redenção , sou a Mãe dos aflitos e oprimidos pelos sistemas enegrecidos do meu adversário. Filha, venho muito preocupada com as seduções que o adversário de Deus e meu tem lançado sobre o sistema social e até;e mesmo religiosos, denegrindo a moral, e a razão do homem. Filhinhos, Eu os tenho exortado a uma sincera conversão , uma verdadeira intimidade com o Altíssimo. Tenho lhes pedido: rezem, rezem .rezem sem cessar. Façam jejuns, apartem-se das oportunidades de pecado. Filhos , as seduções que mais os tem levado ao abandono das coisas de Deus são a rebeldia, o desamor , o comodismo, ocupando-se de horas vagas com superficialidade. Não é, filhinhos, com justiça que se tem dito que a preguiça se tornou causa de ruína para muitos ?É este sentimento que tem sido sido a causa da grande dureza de muitos corações, e isto tem fechado a graça em abundância do Espírito Santo de Deus. É pelo comodismo, pelo estado de preguiça, de relaxamento espiritual e físico que o véu do desamor, do descontentamento, que muitos caem na frieza e levam a duvidar da clareza, do esplendor , da existência da sublime Santidade Trina. Abandonam-se ao ceticismo, encorajam a difusão de deuses estranhos, propagam seitas, às quais nem mesmos povos antigos, tribos do povo judeu, tiveram coragem de aderir. Filhos, a devoção, a comunhão e exaltação satânica se dá a oferenda de almas, de corpos puros e seres inocentes como oblações ao senhor das trevas. Quantos do meio de vocês não dão atenção a amuletos e se doam a uma corrente imaginária mas que MEEU MARIA - MÃE DA TERRA os tem aprisionado e endurecido assim os seus corações, afastando-os de Deus e do seu sublima amor. É pela perda total da fé que o ceticismo impera e os levará a uma enxurrada de pecados, devassando a essência da pureza da alma. O Armagedon Espiritual já se dá no meio de vocês. É isto, filhos Meus ,homem contra homem, mata-se um ao outro, rouba-se um ao outro, destrói-se a moral, a pureza em todos os sentidos. Quanta dor, filhos meus !Ouçam o apelo desta Mãe que tem desfilado noite e dia diante do Trono de Deus, que já está muito irado.. Até quando, filhos, pensam, que o nosso Deus se conterá em ver o Seu Filho, o Primogênito e Único, ainda é tido como motivo de chacota, de desprezo e que por grande dureza e rebeldia ainda O pregam no madeiro. Apartem-se, filhos, da desonra da carne. Não sabem que são templo vivo, o Sacrário vivo do único poder que existe sobre o Céu e a Terra e o que existe e subsiste debaixo dela ?Endireitem os seus caminhos com muita presteza. Não suportarão a dor dos dias que em não muito tempo deverão vir. Endireitem-se na vida de oração, sacrifício, penitência e adoração a Deus. Apressem-se, filhos Meus ! Apressem-se!. Não tem muito tempo como muitos de vocês têm dito ! Recebam a Benção do Meu Coração Imaculado. Eis que sou a Mãe do Imaculado Coração. Recebam a Paz. Paz que os direcionará ao Coração da Santíssima Trindade, única e esplendorosa. SOUPHANIE - Síria SOUPHANIE - Nossa Senhora de Aparições Sábado 18 de Dezembro de 1982 – 23h 37 - Virgem Maria "Meus filhos, Lembrai-vos de Deus: Deus está connosco. Conheceis tudo e não conheceis nada. O vosso conhecimento é imperfeito. Mas virá o dia em que conhecereis todas as coisas como Deus Me conhece. Fazei o bem a quem faz o mal. E não prejudiqueis ninguém. Dei-vos mais óleo do que pedistes, e vou dar-vos algo bem mais forte que o óleo. Arrependei-vos e acreditai, e lembrai-vos de Mim na vossa alegria. Anunciai o Meu Filho, o Emanuel. Quem O anuncia está salvo, e quem não O anuncia , é vã a sua fé . Amai-vos uns aos outros. Não peço dinheiro para as igrejas nem para distribuir pelos pobres. Peço o Amor. Os que dão dinheiro aos pobres e às igrejas, sem ter amor, nada são. Visitarei mais os lares, porque os que vão à igreja, nem sempre vão para rezar. Não peço que Me construam uma igreja, peço um lugar de oração. Dai. Não deixeis de ajudar nenhum dos que vos pedem auxílio". Página 112 Sábado 8 de Janeiro de 1983 – 23h 37 - Virgem Maria A Virgem chorava. Ela disse a Myrna: "não há de ser nada". Myrna também chorava e clamava: "A Virgem chora". A Virgem retirou-se e, antes de desaparecer, sorriu docemente. Segunda-feira 21 de Fevereiro de 1983-21h 30 - Virgem Maria "Meus filhos" Seja dito entre nós: Eu voltei aqui. Não insulteis os orgulhosos que são desprovidos de humildade. O humilde tem sede das críticas dos outros, para se corrigir dos seus defeitos, enquanto que o orgulhoso corrompido as despreza, se revolta, se torna hostil. O perdão é a melhor coisa. Aquele que pretende mostrar-se caritativo diante dos homens, é impuro diante de Deus. Faço-vos um pedido, gravareis na vossa memória uma palavra que repetireis sempre: "Deus salva-me, Jesus ilumina-me, o Espírito Santo é a minha vida, por isso nada temo", não é assim , meu filho José? Suportai e perdoai. Suportareis bastante menos do que suportou o Pai. Quinta-feira 24 de Março de 1983 – 21h30 - Virgem Maria "Meus filhos, a Minha missão terminou. Nessa noite o anjo disse-me: "Tu és bendita entre as mulheres". E Eu apenas pude responder: "Eis a escrava do Senhor". Estou contente. Eu não tenho o mérito de dizer-vos: os vossos pecados estão perdoados. Mas o Meu Deus disse-o. Fundai uma igreja. Eu não disse: construí uma igreja. A Igreja que Jesus adaptou, é uma Igreja Una, porque Jesus é Um. A Igreja é o Reino dos Céus sobre a Terra. Quem a dividiu pecou, e quem se regozijou com a sua divisão, pecou. Jesus edificou-a: era pequenina. E, quando cresceu, dividiu-se. Quem a dividiu não tem em si o Amor. Reuni. Digo-vos: rezai, rezai e rezai. Como são belos os Meus filhos, de joelhos , implorando! Não tenhais medo: Eu estou convosco Não vos dividais como estão divididos os grandes. Vós ensinareis às gerações as palavras de unidade, de amor e de fé. Rezai pelos habitantes da terra e do céu". Êxtases ROMA - Itália Mãe da Eucaristia, Nossa Senhora Nossa Senhora diz: "Eu sou a MÃE DA EUCARISTIA" e deseja espalhar uma forte e renovada devoção a este grandioso Sacramento, por todo o mundo. Estas aparições foram definidas por Nossa Senhora como "... as mais importantes, mais difíceis e mais MEEU MARIA - MÃE DA TERRA combatidas, especialmente pelo Clero..." e Ela nos pede que "... falem sobre a Mãe da Eucaristia, porque a Mãe da Eucaristia encerra a História. A Imaculada Conceição abre a História e a Mãe da Eucaristia a encerra. Veja o grande círculo: da Imaculada Conceição à Mãe da Eucaristia e da Mãe da Eucaristia à Imaculada Conceição. Este grande círculo compreende todos os nomes dados a Mim. Eu sou a Mãe da Eucaristia, Eu sou a Mãe de Jesus, Eu sou sua Mãe..." Mensagem aos Brasileiros No dia 12 de fevereiro de 1996, às 10h30min, Nossa Senhora deu uma mensagem especial para um grupo de peregrinos de Recife, que visitava o local das aparições em Roma: "Meus amados filhos, Deus Pai me enviou para estar aqui entre vocês e eu lhes digo: amem meu Filho Jesus. DEUS PAI ESTÁ MUITO ANSIOSO PARA QUE O NOME DA MÃE DA EUCARISTIA SEJA CONHECIDO EM SEU PAÍS. É um grande presente que Deus lhes deu, embora nem todos respondam a Seu chamado. Sua Mãe veio aqui particularmente por causa de vocês. Meus filhos, vocês devem dar sua felicidade e amor a todas as pessoas, inclusive àquelas que não amam Jesus. Ajudem-nas a amarem meu Filho Jesus. Eu os amo, meus filhos, porque Eu já os conheço há algum tempo. Cada um de vocês está tentando encontrar seu próprio caminho para chegar a Jesus. Jesus lhes deu a graça do Sacramento da Reconciliação. Seria fácil para cada um de vocês e para todas as pessoas se converterem por meio de uma boa confissão. Estou sempre perto de vocês, estou sempre presente quando vocês se aproximam dos sacramentos. Estou sempre presente quando um sacerdote, que está na graça de Deus, celebra a Missa. E vocês, meus amados filhos, passem a vida na graça de Deus e REZEM COM TODO O SEU CORAÇÃO, PORQUE ESSE É O CAMINHO E MEIO DE VIVER NA GRAÇA DE DEUS. Vocês responderam ao chamado de meu Filho Jesus, fazendo também alguns sacrifícios, mas vocês sentiram em seus corações que Jesus estava com vocês e dizia: venham, meus filhos, sua Mãe espera por vocês. Quando voltarem para casa, levem a todas as pessoas esta alegria e falem sobre A MÃE DA EUCARISTIA, PORQUE A MÃE DA EUCARISTIA ENCERRA A HISTÓRIA. A Imaculada Conceição abre a História e a Mãe da Eucaristia a encerra. Vejam o grande círculo: da Imaculada Conceição à Mãe da Eucaristia e da Mãe da Eucaristia à Imaculada Conceição. ESTE GRANDE CÍRCULO COMPREENDE TODOS OS NOMES DADOS A MIM. Eu sou a Mãe da Eucaristia, sou a Mãe de Jesus, sou sua Mãe. A Mãe os ama e também ama aqueles que hoje não responderam ao chamado: a Mãe ama a todos, mas nem todas as pessoas amam a meu Filho Jesus. Rezem por seus sacerdotes, rezem pela união na família e rezem pelos doentes. Há pessoas que amam meu filho Jesus, mas sofrem muito, e há pessoas que não aceitam suas próprias doenças. E agora, fiquem em oração profunda, porque Jesus está vindo entre vocês." Página 113 As mensagens terminaram com estas palavras. Nesse momento, uma Hóstia apareceu entre as mãos de Marisa (milagre eucarístico que acompanha muitas das aparições), e Jesus lhe deu uma curta mensagem na qual Ele enfatizou a necessidade de receber a Sagrada Comunhão com freqüência. O Triunfo da Eucaristia "Rezem, façam com que a Eucaristia triunfe, sem a Eucaristia não há nada. A Eucaristia triunfará." (25/03/94) "Rezem, rezem para que a Eucaristia triunfe em seus corações, no coração dos sacerdotes, das irmãs, dos videntes, no coração dos grandes políticos e no coração de toda a humanidade no mundo todo. Quando a Eucaristia triunfar, tudo será maravilhoso." (10/04/94) "Em toda aparição eu falo sobre o triunfo da Eucaristia; a Eucaristia triunfará. Eu falo a todos os videntes sobre o triunfo da Eucaristia no mundo, mas nunca encontrei escrito em lugar algum o anúncio deste triunfo." (22/05/94) "Rezem para Jesus, Meu Filho, rezem pelo triunfo da Eucaristia. Amar a Eucaristia é algo maravilhoso e grandioso, mas nem todos os seres humanos sentem esta necessidade." (24 /05/94) "Façam o que puderem, para que a Eucaristia triunfe. Haverá muito o que sofrer antes, mas somente lhes peço, pequeninos, pequenos sacrifícios. Sim, a Eucaristia irá triunfar, mas vocês têm que rezar, têm que aceitar estas pequenas dores que Deus lhes dá." (07/08/94) "A Eucaristia triunfará, e vocês, se estão com Meu Filho Jesus, vamos, alegrem-se! Façam Meu Filho Jesus triunfar, vocês nada devem temer." (18/08/94) "A Eucaristia, o Corpo e Sangue de Meu Filho Jesus, assusta, mas vocês, meus amados filhos, se estão aqui, é porque amam meu Filho Jesus. E vocês, meus amados sacerdotes, devem estar unidos e não devem temer quando tiverem que falar sobre o triunfo da Eucaristia." (16/10/94) "Às vezes, acreditar no sobrenatural assusta muito as pessoas, e por isso o triunfo da Eucaristia assusta. E vocês, meus amados filhos, vocêas têm medo de Meu Filho Jesus? Não, não têm. Recebam-No em seus corações. Seus corações devem ser como um berço para Meu Filho Jesus, para que Ele, ao vir, encontre repouso e diga: "Finalmente, alguém Me ama"." (05/11/94) "Por que o anúncio do triunfo da Eucaristia ainda é desconhecido de tanta gente, enquanto há quem viole Hóstias consagradas e realize missas negras? Por que as belas obras do Deus Onipotente ficam escondidas?" (15/05/95) [Mensagem de Jesus] "Deus Pai permitirá que a Eucaristia triunfe primeiro aqui, neste lugar milagroso, e depois Ele realizará em todo o mundo o grande triunfo da Eucaristia." (29/06/95) MEEU MARIA - MÃE DA TERRA "Meu Filho Jesus e Eu anunciamos: quando a Eucaristia for visível aqui para todos, naquele momento o triunfo da Eucaristia acontecerá. Vocês verão a pequena Hóstia consagrada reinar sobre este lugar milagroso e sagrado. Meus amados filhos, Eu os convido a rezar para este evento tão grandioso, importante e belo. Deus Pai garantiu este grande milagre neste lugar, que é pequeno, escondido, simples, humilde, e sem fanatismo." (01/07/95) "É uma grande alegria para Mim vê-los aqui juntos, para rezar com muita alegria pelo grande triunfo da Eucaristia. Eu sou sua Mãe, e ainda repito que não é pecado não acreditar nas aparições, mas vocês, que viram o triunfo da Eucaristia, devem acreditar na Eucaristia. Não desanimem quando os homens, mesmo sacerdotes, ficarem contra vocês e os perseguirem e difamarem. Não se perturbem, vocês estão com Deus, vocês têam Meu Filho, Jesus Eucarístico. Vocês viram o grande presente que Deus lhes deu. Alegrem-se! Meu pequeno rebanho, reze pelo triunfo da Eucaristia, para que todos acreditem que Jesus, na Eucaristia, está sempre presente nos Tabernáculos das Igrejas. Este pedido é sobretudo pelos sacerdotes, porque eles celebram a Missa e têm Meu Filho Jesus em suas mãos. Aquele que vive em graça, está em Jesus, e Jesus está nele, e eles são um só" (17/09/95) Mensagem de Jesus "Hoje alguns de vocês viram a Hóstia. Peço de vocês a conversão de verdade; rezem por todas as pessoas do mundo, pela conversão dos pecadores, pelo Meu e seu Papa, nunca se cansem de rezar! Recitem o Santo Rosário, ele é uma poderosa ferramenta para acalmar os conflitos entre os homens. (...) Rezem para que os homens da Igreja compreendam a importância do sacramento da Eucaristia. Estes são tempos duros e difíceis, mas depois a Eucaristia triunfará! Primeiro a grande prova, depois o grande amor a Mim, a Jesus Eucarístico. (...) Este foi um grande milagre de Deus, mas os homens não querem compreender! Os homens que estudaram história e sabem teologia, não querem compreender! Eu os convido a dar exemplo e testemunho, não temam! Os verdadeiros filhos de Jesus não devem temer!" (07/10/95) "Neste lugar santo aconteceu o maior milagre da história de Igreja, o Milagre Eucarístico, a Aparição Eucarística. Deus escolheu este lugar para esse evento e por essa razão Deus, muitos anos atrás, pediu-me para informá-los que estas aparições são as mais importantes, as maiores, as mais conturbadas e combatidas, especialmente pelo Clero. (...) Vocêas devem rezar, rezem para que este milagre eucarístico seja conhecido por todo o mundo." (31/12/95) 1999 - o Ano do Triunfo da Eucaristia Mensagem de Jesus "Vim dizer-lhes também que no próximo dia 29 de novembro começa o Ano de 1999: abre-se o Ano Novo! Então, rezem, rezem a Maria, Mãe da Eucaristia, para possam vir a Mim com alegria e simplicidade: há ainda quem falhe e falte com a caridade. Não façam isso. Há Página 114 também outra coisa, muito desejada por Meu Coração: no próximo dia 29 de novembro, seja o Ano de 1999 iniciado com uma novena à Imaculada Conceição." (26/11/98) "Hoje eu gostaria que celebrasse o dia 21 de novembro, que é a Apresentação de Maria ao Templo, o dia 26 de novembro, em que foi o primeiro Milagre Eucarístico, que foi tão criticado, e finalmente o dia 29 de novembro, hoje, que é o início do Ano litúrgico de 1999. E vocês dirão: "Até que enfim!", mas também no Céu dizemos "Enfim é 1999!". Somente Deus sabe tudo o que irá acontecer e vocês devem se preparar com coragem e força, mas sobretudo através do que já lhes disse: atos de mortificação e orações jaculatórias; Deus não está pedindo muito e nem a Mãe, que está aqui para lhes dar a mensagem, está lhes pedindo somente atos de mortificação e jaculatórias." (29/11/98) "Meus amados filhos, gostaria de lhes desejar a todos um Feliz 1999. ESTE ANO ACONTECERÁ O TRINFO DA EUCARISTIA, MAS SOBRETUDO O TRIUNFO DE VOCÊS, porque o triunfo da Eucaristia já começou há algum tempo. SERÃO AINDA TEMPOS DIFÍCEIS, MAS SERÃO MAIS DUROS PARA OS HOMENS DA IGREJA, POR ESSA RAZÃO A MÃE OS CONVIDA A REZAR." "Neste ano de 1999 a Mãe os convida, mais do que nunca, a intensificar a oração, oração, oração. Também os convido a não pensar em si mesmos e suas preocupações. Tentem matar aquele "eu", pensem em todas as criaturas que vivem na Terra, pensem como podem parar as guerras, não há apenas uma guerra, há muitas guerras. Há também guerras dentro de partidos políticos, guerras entre os grandes homens da Igreja, guerra entre os pequenos, inveja, ciúme: pessoas tentam destruir umas às outras. Por esta razão Deus os escolheu, Deus os chamou, mesmo se lhes parecer estranho, mas Deus precisa de sua ajuda, de sua cooperação, de seu amor. 1999, quantas vezes a Mãe repetiu o ano 1999? No início será ainda difícil, especialmente para estes meus dois filhos, mas se ficarem com eles, e através de suas orações, eles poderão suportar também este último ataque de Satanás..." (01/01/99) UMBE - Espanha Umbe, Nossa Senhora em 25 de março de 1941 Às 12 horas da noite, Felisia, sentada na cozinha de sua casa, um grande esplendor que desce do alto . A um canto, vê Nossa Senhora, de joelhos, com uma vela acesa de cada lado, vestida de Dolorosa ; aparenta uns 18 anos, é belíssima e sorri. Felisia ficou maravilhada e entusiasmada . A Virgem não lhe falou e desapareceu em seguida . 23 de Maio de 1969 Ao passar pelo poço, a caminho de sua casa, novamente lhe apareceu a Virgem e lhe disse : " Estais em Minha casa, quero que ma deixeis ". Assim o fizeram. Desde muitos anos que ali se reza o Rosário . MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Página 115 20 de Julho de 1969 23 de Maio de 1971 Numa sala da casa, Felisia, contempla, rodeada por uma grande luz, A Santíssima Virgem. Diz–lhe: " No primeiro dia em que Eu vim salvar-te, desci primeiramente ao poço ; esta água ficará abençoada hoje para sempre e curará os doentes e sãos que com ela lavarem a cara e os pés . Quero que aqui se erga uma capela " Lavando-se com a água , seu marido se curou de uma doença incurável 9 de Setembro de 1969 Ás 10 horas da noite, a família Sistiaga encontrava-se junto ao poço, quando um Anjo , mensageiro de Nossa Senhora, lhes apareceu, entregando-lhe um pedaço de veludo preto, como amostra daquele como deveriam revestir a imagem da Virgem. Felisa viu o anjo; e a sua família, uns esplendores vivíssimos, como também parte do Anjo, ouvindo simultaneamente cânticos de Coros Celestiais 14 de Julho de 1970 Enquanto rezava o Rosário , apareceu-lhe a Virgem e disse-lhe : " Cumpri Meu Desejo na terra , que Eu farei o vosso, no Céu . Eu vos enxugarei as lágrimas. " A Virgem diz a Felisia : "As Minhas ânsias e dores por todos os meus filhos não tem fim . Grandes faltas de fé, na terra, acarretarão sua miséria. Se não fizer caso ... Formar-se-á um nevoeiro tal que não vereis uns aos outros. De nada vos servirá luz alguma . Durará o tempo que for preciso. Os justos e os dignos não sofrerão. Todos os meus filhos terão que pedir perdão a Deus. Isto será um aviso do castigo. No período de tempo que falta até então mudarão dois Papas ". 22 de Junho de 1971 A Virgem apareceu e disse a Felisa : "Apareci em vários lugares, mas são poucos os que acreditam. Livrarei a Espanha de guerras; mas haverá muitas catástrofes e doenças. Morrerão muitos. Antes do castigo, dar-vos-ei o aviso. Iluminar-se-á o céu com uma cruz, que, ao desfazer-se, produzirá uma imensa luz branca, que inclusive encobrirá o próprio sol. Durará quatro horas. Seguidamente, soprará um vento ardente por toda a terra. Muitos morrerão de emoção. Os que tiverem fé em Deus não sofrerão. " 2 de Outubro de 1971 31 de Julho de 1970 A Virgem diz-lhe : "Eu cumpro o que prometo . E a água continuará curando ". Já três pessoas haviam sido curadas. Numa outra aparição, a Virgem tomou em suas mão o Rosário de Felisia e , ao devolvê-lo , os presentes puderam testemunhar a sua grande luminosidade e um brilho de ouro . Outra vez lhe recordou : "E a água continuará a curar ". E disse-lhe : "Quero aqui a minha capela " 30 de Outubro de 1970 Estando reunidos para rezar, os presentes puderam ver uma luz . A vidente viu Nossa Senhora que rezou juntamente com ela, o Rosário . Manifestou-lhe o desejo de dar a paz ao mundo e de que se venha rezar neste local. Numa Outra aparição diz : "Se fizerem o que Eu vos digo, salvar-se-ão e terão a paz . Quero aqui uma capela .Vós, rezais o rosário todos os dias pela conversão dos pecadores. A água continuará a curar ." 24 de Dezembro de 1970 A Virgem diz : "Que os doentes curados agradeçam devidamente o favor que receberam. Se não, terão castigo que merecem . " A virgem diz a Felisa: "Orai, Meus filhos; fazei penitência. Pedi, que Eu sou a Vossa Mãe. Deus dá a toda a humanidade um dom que não se vende, nem se pode comprar. Orai, que Eu quero salvar os Meus filhos". 4 de Junho de 1972 Diz Nossa Senhora: "Cumpri bem os vossos deveres, orai, orai sempre que Eu sou a Mãe do Salvador, a Mãe de Deus. Quero aqui uma Capela e que a ela se acorra em procissão. Meu Filho está dolorosamente ofendido e Eu todo farei para O desagravar. Se não se ouvirem as Minhas Palavras esta nação provocará muitos erros contra a Igreja. Orai, que Meu filho atende vossas orações. Os curados que não derem testemunho serão castigados com males maiores, os que derem seram Minhas Lâmpadas Acesas e estarão sempre sob a Proteção do Meu Manto. A água continuará a curar". 11 de Dezembro de 1975 A Virgem diz a Felisa : "Quando, com vossas orações e sacrifícios, me ajudais a salvar uma alma e converter um pecador, cicatrizais-Me um ferida. Estou muito contente com Umbe. Tenho-vos todos debaixo do Meu Manto". MEEU MARIA - MÃE DA TERRA Ao dizer isto, a Virgem estreitava ao Seu Coração todos os fiéis reunidos em Umbe e mostrava-Se muito sorridente. E logo acrescentou: "Perseverai na vossa oração e sacrifício, que os acontecimentos estão à porta. As almas que mais amo são as que mais sofrem, que compartilham as Minhas Dores, em reparação pelos pecadores". 28 de Fevereiro de 1976 A Virgem felicita Felisa no dia do seu aniversário e dizlhe: Página 116 "Estou contente, muito contente convosco. Com o Rosário, vencereis; não o deixeis cair das mãos; os que o abandonarem perecerão. Virão dias de purificação para a Espanha: Distúrbios sangrentos, más colheitas, crises, fome, doenças e mortes. A Igreja parecerá desaparecer e ficará como que destruida. Eu serei a Vossa Fortaleza e Consolo nesses dias". O que faremos então diante deste pedido de Nossa Mãe Dolorosa?